Breve análise sociológica e antropológica da obra "SOBRADOS E MUCAMBOS" de Gilberto Frere Larissa Maria da Trindade Trindade Mestranda em Direito Público. Inserido em 20/03/2014 Parte integrante da Edição no 1150 1150
Código da publicação: 332
!ntrod#$o ! obra "#obrado "#obradoss e Mucambos Mucambos$$ %oi publicada publicada pela primeira primeira &e' em ()3* ()3*++ em #ão Paulo+ pela Compan,ia -ditora acional+ com o seguinte subt/tulo: Decad0ncia do patriarcado rural no 1rasil. 1rasil. Tem Tem 4 p5ginas e ilustraç6es ilustraç6es %ora do te7to: desen,os de M. 1ande 1andeira ira e do autor autor e planta planta de Carl Carlos os Leão+ Leão+ sendo sendo o &olume &olume * * da Coleç Coleção ão 1rasiliana. ! partir da segunda edição publicada em ()( no 8io de 9aneiro+ desta &e' sob responsabilidade da Li&raria 9os ;l>> ? 8aça+ 8aça+ Classe Classe e 8egião@ >A ? ; ;riente e o ;cidente@ A ? -scra&o+ !nimal e M5Buina@ A>> ? -m torno de uma sistem5tica da miscigenação no 1rasil patriarcal e semipatriarcal. oi a partir da segunda edição Bue a obra passou a ser considerada tomo >> da >ntrodução E Fistória da #ociedade Patriarcal no 1rasil+ sendo Bue + da terceira E stima ediç6es ? ainda sob responsabilidade responsabilidade da da Li&raria 9os ;l>>+ o seu decl/nio ou o seu prolongamento no patriarcado menos se&ero dos sen,ores dos sobrados urbanos e semiurbanos@ o desen&ol&imento das cidades@ a %ormação do >mprio@ /amos Buase di'endo+ di'endo+ a %ormação do po&o brasileiro. brasileiro. ; presente trabal,o um resumo cr/tico da obra "#obrados e Mucambos$ de Gilberto re
rural+ atingido pelo decl/nio da escra&idão e pressionado pelas tend0ncias e7ternas da modernidade. ! aristocracia rural troca as %a'endas Has casasgrandesI pelos sobrados urbanos e seus antigos escra&os aloJamse em casebres nos bairros pobres das cidades. Km processo Bue aconteceu durante os sculos A=>>> e A>A e Bue e7igiu a adaptação das ,ierarBuias+ diante de demandas mais indi&iduali'antes e igualit5rias e Bue %i'eram com Bue "as elites patriarcais relati&i'assem a %am/lia+ os parentes+ os compadres e amigos+ para pri&ilegiar as corporaç6es e irmandades religiosas e+ depois+ partidos pol/ticos e ideologias ideologias Bue %ormam a base base da con&i&0ncia con&i&0ncia moderna$. !s teses de%endidas por re
CA%&'U(O ! ) O SE*'!DO EM +UE SE MOD!F!COU A %A!SAGEM SOC!A( DO BRAS!( %A'R!ARCA( DURA*'E O S,CU(O -.!!! E A %R!ME!RA ME'ADE DO -!; prime primeir iroo cap/ cap/tul tuloo de #obr #obrad ados os e Muca Mucamb mbos os %a' %a' uma uma desc descri riçã çãoo do Bue Bue ser5 ser5 apresentado em todo o li&ro. Gilberto reA. ! di%erenciação entre o meio rural e urbano+ a in%lu0ncia mais inglesa Bue portuguesa e a abertura dos portos dando espaço ao capitalismo comercial pro&oca primeiro uma mudança na instituição e depois de &alores. ! &ind &indaa da %am/ %am/lia lia real real port portug ugue uesa sa romp rompee com com o isol isolam amen ento to da Co ColN lNni niaa e %a' %a' desencadear um mo&imento de integração da sociedade brasileira+ Bue assume enorme consist0n consist0ncia cia de no&o no&oss comportam comportamentos entos moderni'ante moderni'antess e7ibidos e7ibidos atra&s atra&s da própria própria arBuitetura de suas moradias Bue se trans%ormam. Com o desen&ol&imento das cidades+ a ,ierarBui'ação das relaç6es sociais %irmada pela oposição entre o nosso mundo arcaico e os &alores europeus burgueses e as no&as realidades+ principalmente aBuelas relati&as Es trans%ormaç6es do estilo de &ida na sociedade+ Bue &ieram integrarse ao per%il do car5ter nacional+ criandose espaço para uma sociabilidade at então não e7istente. O discutido ainda no primeiro cap/tulo o surgimento das no&as pro%iss6es e como esses no&os tipos sociais se integraram 5 realidade patriarcal e %i'eram desen&ol&er no&os ideais ideais e &alor &alores. es. ! no& no&aa inter interrel relaçã açãoo entre entre pro%is pro%issio sionai naiss libera liberais is Hcome Hcomerci rciant antes+ es+ mascates+ mdicosI e sin,5s desen&ol&e o ideal de amor romntico e acentua as modi%ica icaç6es do perso rsonalis lismo rur rural e do poder pri& ri&ado dos sen,ores+
considera&elmente debilitados pelo no&o espaço Bue emergia com a urbani'ação+ como se os no&os &alores insinuassem Bue as próprias relaç6es sociais esta&am congregando a diminuição ou a substituição do indi&idualismo e do pri&atismo+ ,istoricamente ambientados no patriarcado rural+ por estratgias de um poss/&el "coleti&ismo$. 8etornando ao processo de decl/nio do poder patriarcal %amiliar percebemos Bue estamos diante de uma grande trans%ormação social Buando re se consolidara a casagrande. re
CA%&'U(O !! / O E*GE*0O E A %RA1A2 A CASA E A RUA o segundo cap/tulo re
das mul,eres sempre permaneceu mais rural Bue a dos pater familias. ! rua c,ega&a Es mul,eres do sobrado atra&s dos mascates. -les le&a&am para o interior desses Buase con&entos um pouco de ru/do da rua e das no&idades da praça. reA J5 se ou&ia nos sobrados muito piano e em &e' de modin,as+ canç6es italianas e %rancesas. !pós a c,egada de Dom 9oão =>+ o 1rasil recebeu+ nitidamente+ grande in%lu0ncia inglesa. ! riBue'a da sociedade patriarcal+ enobrecida pelo açúcar atraiu o ingl0s e isso atingiu a sociedade brasileira daBuele per/odo+ com srias conseBQ0ncias econNmicas+ pol/ticas e culturais no %uturo. "... contribuindo para o c,5 ser&ido pela dona da casa+ para a moda da cer&eJa e do pão+ para maior limpe'a da rua e o mel,or saneamento da casa. #ão aspectos da in%luencia inglesa no 1rasil...Hp.RI$. re
Concomitantemente ao encarecimento dos escra&os se d5 o endi&idamento dos sen,ores de engen,o. ;s escra&os desen&ol&em o interesse de migrar para o sul e começam a ocorrer o rapto de escra&os. Como conclusão destes entra&es+ ! !G8>CKLTK8! =!> T-8 SK- #- 8--#T8KTK8!8 #;1 ; !#P-CT; D; T8!1!LF; L>=8-.
CA%&'U(O !!! / O %A! E O F!(0O este cap/tulo rer5 mostrar entre outros aspectos: o antagonismo entre o ,omem &el,o e o ,omem no&o@as duas %ases do menino na sociedade patriarcal: o menino "!9;$ e o menino "D>!1;$@ a ideali'ação da morte das crianças e a poss/&el e7plicação para tal ideali'ação@o sadismo da relação pai e %il,o+os castigos do menino e o dom/nio do %il,o sobre o pai@os bons modos Bue eram cobrados das crianças. !inda nesse cap/tulo ,5 um en%oBue particular+para o caso da educação Jesu/ta+no Bue concerne ao %ato da diminuição do poder do "pater %am/lias$ em suas ra/'es mais poderosas+por instituiç6es como o colgio+o teatro e a >greJa. Como caso espec/%ico+tratase da especi%icidade da educação Jesu/tica: a educação Jesu/ta %oi a mesma Bue a domstica e patriarcal+embora &isasse outros %ins+ %oi a mesma no sentido de Buebrar o indi&/duo+a indi&idualidade e a espontaneidade das crianças+&isando adultos passi&os e subser&ientes perante E #anta >greJa. regreJa+o ColgioHinserido em um processo de urbani'ação e uni&ersali'açãoI e o teatro. Com a c,egada da %am/lia 8eal ao 1rasil+ocorre a abertura dos portos e estabelecese um no&o tipo de capitalismo+portanto+ "somos europei'ados pela segunda &e'$+mas dessa &e' sob in%lu0ncia %rancesa e inglesa.Tratase de uma reeuropei'ação. !inda abordada a "Buestão da in%ncia$+Bue só se torna especial+com a burguesia no sculo A=>>>. ; %il,o sempre mais importante e aos * anos de idade J5 possui a autonomia sobre o corpo.
F5 uma oposição entre a estrutura tradicional e a impessoal HBue caracteri'a o 1rasil ModernoI.; con,ecimento &alori'ado na no&a estrutura o con,ecimento tcnico+Bue d5 en%oBue ao mercado competiti&o e ao trabal,o li&re. ão e7iste subJeti&ismo e relati&ismo na estrutura social+mas sim+instituiç6es. ; Bue e7iste uma obJeti&idade estrutural.#endo Bue+ a especi%icidade da nossa moderni'ação se encontra em elementos como: a precocidade em se tornar adulto+ as relaç6es s5dicas do sen,or de engen,o com seus %il,osHno Bue concerne E submissão do menino e a soberania no pai+caracteri'ando relaç6es sadoma'oBuistasI+a ideali'ação da criança Bue morre cedo com a Justi%icati&a de Bue iriam &irar anJin,os+o prestigiou social das negras escol,idas pelo sen,or Hrelação de dominação+e7ercida com presentes+na Bual o pra'er era &isto como a idia de possuirI. Com relação ao sadoma'oBuismo+no Bue concerne E mul,er no patriarcalismo+essa não tem racionalidade+não tem %rie'a para tomar as decis6es certas nas ,oras certas+não era apta para a pol/tica+esta&a presa ao "reino do a%eto$ e suas %unç6es eram procriar e dar pra'er. o Bue di' respeito ao Colgio 9esu/tas+essa ida dos meninos para o colgio signi%icou uma M>>M>!UV; do poder do pater %amilias+pois o poder Bue esse e7ercia %oi trans%erido para a >greJa H estrutura impessoal onde as regras eram iguais para todosI em nome de uma educação em consonncia com uma Doutrina H#anta Madre >greJaI Bue obJeti&a&a %ormar cristãos. -ssa educação era subser&iente+mas com &alores uni&ersais+para Bue as crianças se tornassem mel,ores Bue o pater %amilias. Portanto+os Jesu/tas eram e7tremamente rigorosos com a Buestão da l/ngua e deram uma importncia muito grande para a literatura+o Bue contribuiu para a abertura para o Fumanismo e o Kni&ersalismo. !contece Bue+como conseBQ0ncia inintencional do Fumanismo+,ou&e o Buestionamento do poder do pater %amilias. ; con,ecimento incorporado ao corpo+tornouse essencial para se &i&er dentro das no&as instituiç6es Bue se estabeleciam+então+ " as crianças$ passaram a ir estudar na rança e ao adBuirirem con,ecimento e no&os modos coloca&am em c,eBue o modo de &ida dos patriarcas. Com a urbani'ação ,ou&e o surgimento da bo0mia+apareceram os teatros e bordis e ocorreu o rompimento com tudo Bue &el,o+no Bue concerne ao modo de &ida. Fa&ia a ideali'ação da morte Jo&em+Bue rompia com as instituiç6es antigas.Poetas morriam cedo com s/%ilis e tuberculose. Destacase nesse per/odo Casimiro de !breu e Wl&ares de !'e&edo. #urgiam o sedentarismo e no&os tipos de deleite. -sse cap/tulo+termina sob a base da -;C8!C>! Bue di' respeito a toda transcrição do patriarcalismo para o indi&idualismo.
CA%&'U(O !. / O 0OMEM E A MU(0ER
-sse cap/tulo caracteri'ase+ entre outros aspectos+ pelo surgimento dos ,omens talentosos e seu desinteresse pelas coisas pr5ticas@ pelos tipos de in%lu0ncia Bue a mul,er legou aos %il,os@ pela Buestão da mul,er estar ligada Es coisas pr5ticas+alm de muitos outros aspectos. ; Bue o autor destaca a D>-8-C>!UV; D;# GX-8;#.;s g0neros se %ormam mais culturalmente do Bue biologicamente. F5 uma "modalidade dupla$+uma bipartição de %unç6es: o Bue destinado socialmente ao ,omem e E mul,er. 8ecorre a estudos antropológicos dos amer/ndios. -ssa "modalidade dupla$ recorre a &alores uni&ersalistas. ; amadurecimento masculino precoce+Bue mostra o ,omem destinado a desbra&ar o mundo+ser criati&o e ter talento. -m contrapartida+ E mul,er &edada a possibilidade do desbra&amento+ela est5 destinada E &ida domstica e ao lar+,a&endo at mesmo limitaç6es Es suas &estimentas. ! biologia tambm tem papel.Mas grande parte das di%erenciaç6es são sociais. ; Bue biológico re%erese a aceitação e o social re%erese a criação ,umana Bue pode ser in&entada+criticada+repensada+Bue redu' a dominação. F5 uma oposição entre a &ida pública Hmasculino+cr/tica+intelectual e abstratoI e a &ida pri&ada H%eminino+a%etos e reproduçãoI+oposição problem5tica mas complementar+Bue determinada por uma ,ierarBuia social. -m um duelo corpo e alma+pre&alece a alma+mas o Bue est5 em Jogo o prest/gio+ o recon,ecimento social. !lgumas mul,eres tin,am poder+mas não ,ou&e maternalismo e sim+só patriarcalismo+pois essas "mul,eres,omens$ assumem determinadas posiç6es mas não de %orma e7pressi&a. 8epetem toda a estrutura do patriarcalismo e por isso se masculini'am. !ssumem esta posição não por terem conBuistado esse lugar mas+por um conte7to espec/%ico+como por e7emplo a morte do marido. ; 8omantismo surge como "o motor$ da ele&ação social das mul,eres. !s mul,eres casam com as pessoas Bue estão ascendendo+pois eles det0m o capital intelectual: o con,ecimento+%ator Bue contribui para o decl/nio do patriarcalismo. Com o romantismo o amor passa a ser necess5rio para se %a'er o casamento+os ,omens passaram a ter Bue conBuistar a mul,er.! ele&ação social da mul,er se d5 a partir do momento em Bue ela se torna importante no Jogo e mudamse as regras do Jogo+com o surgimento de um no&o estilo de &ida+sob a in%lu0ncia das modas europias+ as mul,eres começam a ir ao teatro. re
Trata ainda das relaç6es sadoma'oBuistas: algum tem o pra'er de não ter limites aos seus deseJos e para isso gosta de pro&ocar a dor. o Bue se re%ere Es mul,eres+,ou&e um consumo e7cessi&o de guloseimas para suprir o deseJo se7ual e a e7acerbação da moda para compensar a %alta de erotismo. !s solteironas eram "abusadas$+de&iam obedi0ncia a todos da casa e eram um %ardo econNmico+at as mucamas eram superiores a elas. ;s dominados Buando podem em determinado conte7to &ão ser tão s5dicos Buanto o patriarca com eles. Km e7emplo disso são os meninos Buando crescem. re
CA%&'U(O . / O SOBRADO E O MUCAMBO ; cap/tulo cinco %ala das %unç6es+ dos sobrados e mocambos+ suas caracter/sticas e das di%erenças entre eles. ! casa+ tipo ,abitação+ uma das in%lu0ncias sociais Bue atuam mais poderosamente sobre o ,omem+ mas em particular+ sobre a mul,er+ Buase sempre mais sedent5ria ou caseira. ;s sobrados da&am de %rente para ruas suJas+ ladeiras imundas+ por onde Buase só passa&am a p negros de gan,o. -ssas ruas não eram ambientes agrad5&eis e ideais para
as mul,eres e meninos de sobrados+ eram &istos com pssimos ol,os pela sociedade da poca. Com o trmino do per/odo patriarcal rural+ as recm %ormadas e urbani'adas cidades %icaram c,eias de trabal,adores li&res Buase sem remdio+ sem assist0ncia e sem amparo das casasgrandes. oi nos sobrados+ atra&s da &aranda+ no sc. A>A+ Bue se reali'ou mais depressa a desorientali'ação da &ida da mul,er no 1rasil. ! &aranda e o caramanc,ão marcam uma das &itórias da mul,er sobre o ciúme se7ual do ,omem patriarcal. Gilberto reA+ mais precisamente nas peBuenas e suJas ,abitaç6es denominadas cortiços+ Bue proli%eraramse prost/bulos dos mais &ariados e %reBQentados por roceiros ricos e rapa'es da cidade. Para socorrer os casos mais di%/ceis de burguesas de sobrados Bue apareciam com barrigas pro&enientes de amor il/cito+ surgia nos Jornais a pro%issão das comadres. ;s grandes dos sobrados mais nobres passaram a e7por mais publicamente seus maus e7emplos E gente das casas trreas e dos próprios casebres+ era a e&id0ncia da dissolução dos &el,os costumes. Suanto ao Bu0 bebiam os interioranos e mais pobres+ praticamente só 5gua+ enBuanto os sen,ores burgueses dos grandes sobrados beberica&amse com &in,os do porto+ licor de caJu e outras bebidas importadas diretamente da -uropa. Muitas &e'es+ após as bebedeiras+ alguns sen,ores trans%orma&amse em meninos+ brincando at de atirar caroços de %rutas em Buem passa&a pela rua. ! recm %ormada classe dos pobres li&res bene%iciouse com a liberdade+ mas preJudicouse no Bue se re%ere E Bualidade de sua alimentação+ J5 Bue+ nos sobrados e casasgrandes Bue trabal,a&am+ alimenta&amse de comida patriarcal. Por %alar em alimentação+ a monocultura e a presença de alguns grandes sen,ores produtores rurais nas cmaras+ pois a monocultura de cana e ca% era a mais &antaJosa+ e Buanto aos pol/ticoempres5rios+ %a'iam de tudo para manter os preços de determinados alimentos no maior patamar poss/&el. ! classe dos pobres li&res+ nos mucambos+ alimenta&ase principalmente de pei7e e %arin,a de mandioca+ ao passo Bue+ os sen,ores dos sobrados da&amse ao lu7o de carnes mais %rescas e conser&as importadas da -uropa. -ssa di%erença na alimentação tambm e7istia entre pessoas de mesma classe social+ só Bue pertencentes a regi6es de di%erente modo de produção. as regi6es
monocultoras+ por e7emplo+ eram bem comuns os casos de aborto por insu%ici0ncia &itam/nica entre as mul,eres ao passo Bue+ nas regi6es de produção di&ersi%icada+ eram mais raros a ocorr0ncia destes mesmos casos. ; surto ca%eeiro+ neste sculo A>A+ muito contribuiu para a industriali'ação de nosso pa/s+ mas tambm colaborou para a grande e7ploração do trabal,o negro nos ca%e'ais e indústrias. ! liberdade+ tanto de negros Buanto de brancos pobres+ nunca se e%eti&ou de maneira plena+ J5 Bue+ se antes esta&am presos por laços %/sicos agora se encontram amarrados a empres5rios por Buest6es econNmicas e de sobre&i&0ncia nesta liberdade recm conBuistada. ;s mucambos eram cobertos de capim ou sap+ por in%lu0ncia dos ind/genas e a%ricanos e pelo %ato de seus moradores não terem recursos necess5rios para o uso de pedras+ cal e adobe nas construç6es. Porm+ não só os mucambos+ mas tambm os sobrados usaram deste tipo de cobertura no in/cio das construç6es e %ormaç6es das cidades. ! construção de mucambos se da&a nos ps dos morros+ nos locais de pouca ,igiene+ locali'ados em 5reas de mangues+ beiras de córregos e+ acima destas casas+ os %rades constru/am suas igreJas e os con&entos+ usando da %orça dos escra&os Bue mora&am nos mucambos. ! construção de cortiços+ de&ido E %alta de &entilação+ a umidade+ altas temperaturas+ tra'ia a proli%eração de doenças onde alto número de pessoas se concentra&a. ! partir da abolição+ o número de moradores cresceu+ complicando ainda mais este %ato. ;s sobrados passaram a se tornar locais de comrcio e repartiç6es públicas+ enBuanto os piores tornaramse cortiços+ bordis e coisas do tipo. ! modi%icação dos materiais usados nas construç6es de sobrados se deu pelos recursos aBui encontrados ao longo do tempo+ o menor contato com a -uropa e o car5ter da região em Bue se estabeleciam como e7emplo na 1a,ia+ em Bue usa&am de ostras para a retirada de cal para a construção. !s "casas de branco$ eram casas Bue+ di%erentemente das comuns+ preser&a&am caracter/sticas de &i&0ncias nos pa/ses europeus. -ram casas de mul,eres brancas+ Bue ti&eram grande importncia na coloni'ação+ como %orma de consolidação da estrutura europia+ usando de materiais para construç6es como madeira de lei+ pedra e cal+ dentre outros. Presença de Jardins e muitas 5r&ores nos sobrados patriarcais e usos de produtos &indos da -uropa pelos na&ios. Colocase o sobrado como um tipo de ,abitação patriarcal. ecessita&ase de grande espaço para abrigar todos os lu7os Bue a %am/lia precisa&a nos grandes centros urbanos+ como próprios açougues+ coc,eiras e sen'alas+ tomando um grande espaço urbano para a construção de um sobrado.
; uso de &idraças surgiu nas casas grandes como opção de reBuinte e para mel,or iluminação das casas. -m algumas casas usa&amse &idraças at mesmo no teto pra Bue não ,ou&esse iluminação de &elas em dias escuros. o 8eci%e+ se anteciparam a construção de sobrados &erticais de at seis andares. -stendiamse por cada andar os cNmodos lu7uosos das casas+ tendo a co'in,a no último andar e um mirante ao %im da casa. ão se podia tomar ban,o salgado+ nas 5guas do mar+ pró7imo aos sobrados de&ido E imund/cie dos despeJos de e7creç6es+ negros mortos e li7o. obres eram os ban,os em rios+ pela limpe'a das 5guas e os passeios de canoas por eles. alta de ,igiene dentro das casas de&ido ao uso de urinóis e depósito de e7crementos Bue posteriormente seriam Jogados ao mar pelos negros. Presença de grandes Jardins nas %rentes das casas+ com esculturas nos c,a%ari'es+ de negros+ mul,eres gregas+ moleBues nus+ drag6es e ainda di&ersos tipos de plantas di%erentes e muros altos com cacos de &idro ou pontas de lanças para e&itarem a presença de moleBues ladr6es de %rutas+ e Dons 9uans+ Bue conBuista&am as moças.
CA%&'U(O .! / A!*DA O SOBRADO E O MUCAMBO o cap/tulo seis tomase o comrcio como único corpo aristocr5tico. ;s sen,ores de engen,o constituem uma única classe+ a mais opulenta e aristocr5tica no sentido de conser&adora+ sendo Bue+ esta era sustentada substancialmente at o sculo A>A+ pela escra&idão+ escra&idão Bue por sinal+ constitu/a a base do sistema colonial -ntretanto+ de&ido a 8e&olução do 1rasil+ a ordem dos sen,ores de engen,o e dos clrigos esta&a inst5&el: "... o resultado Bue muitos+ nascidos ricos+ c,ega&am E &el,ice melancolicamente pobres...$Y Fa&ia uma substancial di%erença entre o %il,o do brasileiro e o %il,o do portugu0s. ; %il,o do brasileiro rico+ Buando saia da in%ncia degrada&ase e era considerado um miser5&el da sociedade. 95 o %il,o do portugu0s H mesmo sendo %racoI+tin,a grandes cabedais no 1rasil. -ra despre'ado pelos brasileiros Buando era pobre e Buando se torna&a rico %a'ia dos brasileiros obJeto de despre'o@ consta Bue tin,a relaç6es com mul,eres de cor e não sabia educar os %il,os@ alm disso+ eram inimigos do pai e substitu/dos em casa pelo marido da irmã. ; patriarcalismo consolida&ase mais urbano do Bue rural em sua ess0ncia@ o comrcio "o único corpo aristocrata$ esta&a cada &e' mais est5&el e era o único interessado na manutenção do -stado.
!os poucos+ bar6es+ comendadores+ &iscondes+ os grandes do comrcio e da indústria+ %oram substituindo a ordem dos sen,ores de terras e %a'endeiros@ e o comrcio passa a constituir uma %orça mais sólida na economia nacional+ do Bue a nobre'a da terra. Suanto a agricultura+ esta de%in,a&a pelo e7cesso de tributos e7igidos pela corte e tambm pelo deslei7o e misria com Bue trabal,a&am os la&radores. re
! >nglaterra+ nesse per/odo+ J5 "criminali'a&a$ o tr5%ico negreiro+ portanto discorda&a da estrutura ainda escra&ocrata brasileira. Com a indústria+ iniciouse uma degradação da alimentação do escra&o. as casas grandes ele era mais bem tratado+ e sua &ida ser&il e útil era pre'ada. as 5reas industriali'adas ,a&ia uma e7ploração momentnea maior+ pre'a&ase o modo e%iciente de se tirar energia do escra&o e não se preocupa&a com a sua alimentação. Cada casagrande entrega&a um pedaço de terra aos escra&os+ para Bue eles plantassem o Bue Buisessem ou pudessem. -m geral+ os negros escra&i'ados culti&a&am legumes e &erduras+ Bue ser&iam principalmente para sua própria alimentação. !ssim+ constatase Bue os escra&os das casasgrandes eram os indi&/duos de mel,or alimentação na sociedade patriarcal. ;s escra&os dos mucambos com mais din,eiro+ gosta&am de parecerse com o branco na roupa+ nos gestos e at na Hm5I alimentação. ; c,apudesol+ por e7emplo+ Bue ser&ia para proteger a pele branca dos sen,ores de engen,o do sol e para impedir Bue escurecesse+ ser&ia tambm como ins/gnia de superioridade e era usado por esses negros li&res e com din,eiro. Fou&e a mudança de negros li&res das sen'alas para os mucambos. -sses mucambos possu/am+ alm de "Janelas e portas de %undo$+ em alguns casos+ alpendres para Bue os negros li&res pudessem ostentar seu ócio+ deitandose em redes ou catando piol,o+como as sen,oras da casagrande. !lguns possu/am+ ainda+ sótão+ imitando as casas da -uropa. Problemas de ,abitação+ como %alta de espaço nos mucambos+ "casas de peBuenas %rentes+ grandes %undos+ nada &entiladas+ e %ormigando de ,abitantes$ segundo Miguel !ntNnio. alta de ,igiene pública+ domstica+ alimentar+ e a %alta de ati&idade %/sica le&aram as pessoas da poca a ter todo o tipo de doenças. Desde crianças com a saúde abalada+ doenças como a tuberculose + entre tantas outras+ destru/ram ,omens e mul,eres+ contando tambm com a aJuda da moda da poca Bue nada tin,a a &er com o clima tropical do 1rasil.
CA%&'U(O .!! ) O BRAS!(E!RO E O EURO%EU este cap/tulo reA. ; autor destaca o abandono paulatino de nossa ,erança moura+ a%ricana e asi5tica. ;bJeti&ando apresentar as dimens6es do processo de reeuropei'ação+ reA e %ins do A=>>>+ a reeuropei'ação se &eri%icou pela assimilação+ da parte de raros+ pela imitação+ da parte do maior número...$ Hp.34)I.
#egundo o autor o 1rasil %oi mais brasileiro no sculo A>>>+ pois &i&ia li&re das in%lu0ncias europias. Com as mudanças estruturais os costumes sociais tambm mudaram+ iniciaramse as mudanças nas casas+ nas roupas+ nos alimentos e logo o 1rasil se encontrou tomado por in%lu0ncias inglesas e %rancesas. 8e&olução em tudo+ europei'ação de tudo: alimentos+ remdios+ &estu5rio. !gora+ por e7emplo+ "sobrecasaca preta+ botinas pretas+ cartolas pretas+ carruagens pretas+ Buase um luto %ec,ado. -ssa europei'ação de nossa paisagem+ de preto e cin'ento+ começou com Dom 9oão e culminou com Pedro >>$ Hp.3(2I. ! urbani'ação %oi resultado do -stado acional democr5tico e impessoal e do capitalismo. Mau gosto+ estilo de &ida a ser superado+ era assim Bue as in%lu0ncias orientais começaram a serem &istas. ; colorido mouro sendo substitu/do pelo preto e cin'a+ cores europias. Tudo o Bue da&a um tom oriental E &ida dos dias comuns %oi empalidecendo ao contato com a no&a -uropa industrial+ comercial e mecnica. o entanto+ ,ou&e barreiras para a reeuropei'ação+ barreiras de ordens naturais+ geogr5%icas e culturais. Muitos europeus morreram e outros não conseguiram continuar no 1rasil. ; clima+ as condiç6es prec5rias de ,igiene+ elementos+ todos esses+ de resist0ncia antieuropia. Mas+ não %oram só as &estimentas e os ,5bitos Bue so%reram alteraç6es. ! moderni'ação mudou a classi%icação social e isso atingiu %ortemente o patriarcalismo. ; decl/nio do patriarcalismo o e%eito da abertura dos portos e da centrali'ação do -stado. ; europeu se assusta&a com o subdesen&ol&imento do 1rasil+ isso porBue a riBue'a aBui era &ista de %orma di%erente. Ca&alos+ %a'endas+ en%eites de prata+ isso era sinNnimo de riBue'a para os brasileiros+ contudo+ os europeus não tardaram em substitu/la. ;s mó&eis em Jacarand5+ as comidas importadas+ os &estidos e calçados europeus+ remdios e c,apus+ tudo passou a ser importado da -uropa. o entanto+ os arte%atos+ alimentos e roupas usados pelos brasileiros eram adulterados+ as roupas %ora de moda+ os arte%atos de m5 Bualidade. - não obstante ainda eram sete &e'es mais caros. ; europeu tornouse sen,or do mercado brasileiro. ;s produtos eram a %orma de uni%icar o mercado e garantir a ocidentali'ação. Toda&ia+ a reeuropei'ação não trou7e somente coisas negati&as para o 1rasil. Com a ocidentali'ação surgiram o con,ecimento tcnico+ cient/%ico e as no&as pro%iss6es. !lm disso+ a educação tambm so%re uma reeuropei'ação@ os colgios Jesu/tas tira&am a autonomia in%antil+ &alori'a&am a retórica+ a gram5tica e esse e7cesso %a'ia com Bue não ,ou&esse re%le7ão+ pensamentos cr/ticos. o sculo A>A estabeleceram os primeiros colgios %ranceses e ingleses no 1rasil+ para grande indignação dos padres. ;s %ranciscanos começaram a introdu'ir outras l/nguas alm do latim Hingl0s e %ranc0sI+ esses mestres abriram aos brasileiros no&a 'ona de sensibilidade e de cultura+ re%a'endo um pouco da espontaneidade intelectual. -m meados do sculo A>A a segunda l/ngua no 1rasil era o %ranc0s. #/mbolo de prest/gio social+ recurso de elite. Com a maior europei'ação e a mais larga urbani'ação dos estilos de &ida+ acentuaram as ri&alidades entre o art/%ice ou o oper5rio da terra e o oper5rio ou art/%ice estrangeiro. "!
idia de o oper5rio ou art/%ice estrangeiro estar %a'endo sombra ao mulato+ o portugu0s da &enda estar tirando a oportunidade ao %il,o de %am/lia pobre de enriBuecer no comrcio a retal,o+ %oi crescendo nas cidades+ a ponto de e7plodir em algumas+ em reaç6es nati&istas contra o europeu.$ Hp.33I. Mas+ a europei'ação do trabal,o+ e at certo ponto+ a do comrcio+ se impusera com o decl/nio da economia rigidamente patriarcal e com a industriali'ação da &ida brasileira. o cap/tulo+ re
CA%&'U(O .!!! / RA1A3C(ASSE E REG!4O “Dentro de uma sociedade patriarcal e até feudal,isto é,com espaços ou zonas sociais sociologicamente equivalentes às das sociedades chamadas feudais,como foi o Brasil durante o tempo quase inteiro da escravidão entre nós,não eram cidadãos nem mesmo súditos que aqui se encontravam como elementos !sicos ou decisivos da população,porém fam"lias e classes# $ estas fam"lias e classes,separadas,até certo ponto, pelas raças que entraram na composição da gente rasileira com suas diferenças de tipo f"sico,de configuração de cultura e ,principalmente,de status ou de situação inicial ou decisiva# %omaram tamém com o tempo essas raças,cores regionais diversas conforme as condiç&es f"sicas da terra,de solo e de configuraç&es de paisagem ou de clima e não apenas as culturais de meio social#'
este cap/tulo re
Fou&e o amalgamento de raças e culturas+principal dissol&ente da rigide' dos limites impostos pelo sistema mais ou menos %eudal de relaç6es entre ,omens Es situaç6es não tanto de raça como de classe+de grupos e indi&/duos. Começou portanto+o decl/nio gradual do patriarcalismo: primeiro do rural Bue %oi o mais r/gido+ o mais caracter/stico@ depois do semirural+semiurbano+urbano e ao lado desse decl/nio &eri%icouse o desen&ol&imento de %ormas por alguns c,amadas particularistas+ou indi&idualistas+de organi'ação de %am/lia+de economia e de cultura. Fa&ia a classe dos rústicos.Partidas as relaç6es antigas entre os rústicos e o palatium+o campan5rio deu a esses rústicos a coesão necess5ria para as &ilas se con&erterem em peBuenas comunas.;s rústicos não se con%undiam nem com os escra&os+nem com os ser&os ou moradores ou peBuenos la&radores.#ua situação social era especial : era Buase a de li&res+o Bue %alta&a para autenticar essa posição era a iniciati&a de ação +a tcnica da independ0ncia econNmica Bue completasse neles o gosto pela &ida de ,omens li&res ou materialmente independentes de outros ,omens. Pal,oças ou mucambos representa&am a consagração de uni6es monogmicas contra as li&res+da %am/lia particular E maneira católica contra a ind/gena. reA+desceram at as sen'alas dos pe6es+sendo substitu/das não só por danças sen,oris como tambm europias.
Dos estudos das e7press6es ou &ariaç6es de status na ,istória da sociedade brasileira+nunca se de&e separar a consideração da situação regional do /ndi&iduo ou do grupo+tantas &e'es modi%icadora de outros aspectos do seu status. ;ra no sentido digni%icante+de &alori'ação+ora no degradante+de des&alori'ação. #er sen,or de engen,o %oi de modo geral+situação digni%icante ou nobilitante na sociedade patriarcal ou tutelar brasileira.Mas essa situação so%reu sempre restriç6es consider5&eis imposta pela condição regional do sen,or. !inda discutese a Buestão das >rmandades cuJa %unção nos primeiros meios urbanos do 1rasil+%oi a de dar nobre'a+a eleitos+em &e' de receb0la sempre deles+como teórica ou ortodo7amente de&eria suceder. este cap/tulo re
CA%&'U(O - / ESCRA.O3 A*!MA( E M5+U!*A este cap/tulo re
; processo de moderni'ação so%reu %ortes resist0ncias+ a população brasileira+ ainda marcada pelo patriarcalismo resistia Es ino&aç6es. Com inserção das m5Buinas as relaç6es entre dominantes e dominados %icam mais %luidas+ mais impessoais. ;s sen,ores+ com traços muito %ortes do patriarcalismo+ sentiam seu poder ameaçado+ e+ alm disso+ não Bueriam trocar uma mãodeobra barata por uma cara e Bue e7igia con,ecimentos Bue não detin,am. ;s escra&os resistiam 5 m5Buina por pensar Bue a introdução das mesmas iria e7igilos mais. o entanto+ depois da resist0ncia Es m5Buinas as classes dominantes se deslumbram e en%im principiou a libertação do negro da escra&idão e da ser&idão. Percebemos Bue estamos diante de uma grande trans%ormação social+ com a passagem de uma sociedade rurali'ada para uma outra citadina+ trans%ormação Bue+ em última instncia+ abre camin,o+ E medida Bue no&as oportunidades de trabal,o são o%erecidas+ para indi&/duos mestiços+ %il,os ileg/timos de sen,ores e padres+ pessoas de status intermedi5rios+ Bue aprendem o%/cios e transportamse para uma e7peri0ncia na Bual o elemento tipicamente burgu0s a%irma&ase crescentemente como a marca daBuela sociedade. F5 &5rias passagens relati&as Es possibilidades de ascensão social dos negros e+ principalmente+ dos mulatos. a sua tentati&a de imitar o europeu+ o mulato brasileiro compro&ou mais uma &e' o "&igor do ,/brido$ ao aprender com rapide' "surpreendente$ a maneJar trens+ a %a'er macarrão+ a %abricar &idro. #egundo re
aparecem no cen5rio nacional Bue &ão dar suporte para a no&a estrutura. !inda a respeito da moderni'ação+ o autor dedica uma boa parte do cap/tulo E di%erenciação de sen,ores e escra&os pelos ps. ;s ps dos ,omens sen,oris eram uma espcie de ps de montar a ca&alo e os ps dos ,omens ser&is+ ps de andar nua e cruamente pelas ruas ou pelas estradas. -+ sobretudo+ ideali'a&amse os ps peBuenos+ bonitos e bem calçados das mul,eres sen,oris em obJetos Buase de culto ou de&oção da parte dos ,omens. De um lado+ a destruição das gelosias+ a proibição das rótulas+ de outro+ a introdução do &idro+ do reBuinte das portas en&idraçadas+ não só dando para a rua+ como dentro de casa+ das alco&as para a sala de &isitas e de Jantar. =idros nas carruagens. as cidades+ ruas largas em &e' de becos estreitos. Canos para a condução da 5gua. Canos de esgoto+ canos de g5s. 1arcos a &apor+ tril,os+ locomoti&as+ &ag6es+ trens+ %erro&ias. Moin,os a &apor+ %ornos de cobre+ bacias de cobre+ gelo+ cer&eJa inglesa. Dentaduras postiças. Desen&ol&imento da ci0ncia+ saneamento b5sico+ lu' a g5s+ um aburguesamento das pr5ticas. -n%im+ a europei'ação do 1rasil pela introdução de no&as tcnicas ocidentais+ &indas da >nglaterra+ da rança. Tudo Bue era ingl0s ou %ranc0s %oi %icando de bom gosto. Tudo Bue era portugu0s+ de mau gosto.
CA%&'U(O -! / A ASCE*S4O DO BAC0ARE( E DO MU(A'O “( imposs"vel defrontar)se alguém com o Brasil de Dom *edro +, de Dom *edro ++,da princesa +sael,da campanha da olição,da propaganda da -epúlica por doutores de pincenez,dos namoros de varanda de primeiro andar para a esquina da rua,com a moça fazendo sinais de leque,de flor ou de lenço para o rapaz de cartola e de sorecasaca,sem atentar nessas duas grandes forças,novas e triunfantes,às vezes reunidas numa só. o acharel e o mulato#'
este cap/tulo re>. em menos ind/gena e mais europeu. #eu reinado %oi o reinado dos 1ac,aris.Por um lado+ inimigos da aristocracia matuta+ por outro lado+ encontraram nela+ esses bac,aris no&os+ seus aliados naturais para os planos re&olucion5rios de independ0ncia pol/tica da colNnia e at para as a&enturas de ação romntica. -m nossa literatura colonial+ essa &o' de bac,arel tal&e' a primeira Bue e7alta o trabal,o do escra&o+ a ação criadora+ brasileiramente criadora+ do proletariado negro+/ndio e principalmente mestiço na %ormação nacional.Parece Bue o po&o custou a admitir nos bac,aris+ nos doutores e at nos bar6es e nos bispos+ a mesma importncia Bue nos "capitãesmores$ ou nos "sargentosmores$. ! ascensão do bac,arel se %e'+ muitas &e'es+ pelo casamento com moça rica ou de %am/lia poderosa.Di'se de alguns moços inteligentes+ mas pobres ou simplesmente remediados+ Bue não %oi de outro Jeito Bue c,egaram a deputado Es Cortes e a ministro
do >mprio.! %arda do -7rcito+ os gal6es de o%icial+ a cultura tcnica do soldado+ a carreira militar ? sobretudo a ,/brida de militarbac,arel ? %oi outro meio de acesso social do mulato brasileiro. ! ati&idade pol/tica+ no sentido re&olucion5rio+ das mil/cias ou do -7rcito 1rasileiro ? -7rcito ou mil/cias sempre um tanto inBuietos e trepidantes+ desde a Guerra do Paraguai ? tal&e' &en,a sendo+ em parte+ outra e7pressão de descontentamento ou insatis%ação do mulato mais inteligente e sensiti&o+ ainda mal aJustado ao meio. ; t/tulo de capitãomor ariani'a&a os próprios mulatos escuros.>nsistindo em reali'ar com escra&os+ o Bue outros sistemas econNmicos começa&am a reali'ar com m5Buinas e não apenas com animais+ o sistema patriarcal brasileiro &iu no mestiço impregnado de inglesias ou %rancesias um re&olucion5rio a aba%ar ou reprimir. Tare%a di%/cil+ dado o sucesso alcançado desde a primeira metade do sculo A>A+ por numerosas mestiços em especialidades necess5rias+ não diremos ao desen&ol&imento+ mas E sal&ação do 1rasil do perigo de estagnarse em subnação triston,amente arcaica.
CO*C(US4O Como "Casagrande e #en'ala$+ a obra estuda o passado do po&o brasileiro [atra&s de seus estilos de resid0ncia e a sua in%lu0ncia sobre a &ida e o car5ter do mesmo po&o[+ pois casa+ no 1rasil+ tambm+ [como Gilberto re
Re6er7ncias bibliográ6icas8 8-\8-+ Gilberto. Casagrande ] sen'ala: &olume ( : introdução E ,istória da sociedade patriarcal no 1rasil. . ed. 8io de 9aneiro: 8ecord+ 244(. **p. >#1 4(4**2 8-\8-+ Gilberto@ !\8-#+ Lula Cardoso+@ 1!D->8!+ Manuel. #obrados e mucambos: decad0ncia do patriarcado rural e desen&ol&imento urbano. 3.ed 8io de
9aneiro: 9.;l#1 32424(* D!M!TT!+ 8oberto. ! casa ] a rua: espaço+ cidadania+ mul,er e morte no 1rasil. *. ed. 8io de 9aneiro: 8occo+ 2444. (*3p !cessado em: ,ttp:ZZt.boletimJuridico.com.brZdoutrinaZte7to.asp^id_332 H(3Z4Z24(*I