RESENHA DO FILME “EM NOME DA ROSA”
O filme é uma adaptação do livro de Umberto Eco, escritor e filosofo italiano. O enredo do filme “ O Nome da Rosa”
gira em torno das investigações de uma série de crimes
misteriosos, cometidos contra monges dentro de uma abadia medieval. A história é datada durante a Idade Média, mais precisamene no ano de 1327, que também é conhecida como o século das trevas. O filme começa com a chega do monge franciscano William de Baskervile e seu aprendiz Edso de Melk (é interessante relatar que na Idade Média o 3º filho do senhor feudal era encaminhado a Igreja aos cuidados de um preceptor) ao mosteiro beneditino, inicialmente para participar de um conclave onde decidiriam se a Igreja doaria parte de suas riquezas. Porém, diante de misteriosas mortes desvia sua atenção e começa a investigar os casos, acompanhado pelo seu aprendiz. Durante a projeção do filme fica bastante evidente a característica renascentista do personagem de William de Baskervile, que com uma postura humanística e racional, usava a ciência através de métodos de pesquisa sofisticados a fim de reunir provas necessárias e chegar a uma verdade lógica sobre os crimes do mosteiro. É interessante relatar que na Idade Média o renascentismo pregava a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, essa visão batia de frente com a Igreja, a qual não aceitava que pessoas comuns questionassem e/ou fossem contra os dogmas pregados por ela, por isso a instauração da Santa Inquisição representa no filme pelo Inquisidor Bernardo Gui, que existiu e foi considerado um dos mais severos inquisidores (cita a historia que Bernardo Gui condenou cerca de 930 pessoas, enviando 307 para a prisão e 42 para a fogueira). Voltando ao enredo do filme, os crimes se propagavam em torno da biblioteca do mosteiro, considerada a maior biblioteca do mundo cristão. Na visão de alguns monges seu acesso deveria ser restrito, pois havia ali um saber ainda estritamente pagão e que poderia ameaçar a doutrina cristã. Ao final, William de Baskervile revela o resultado de sua investigação, onde as mortes são o resultado do dogmatismo e intolerância religiosa de um monge, o Venerável Jorge, tendo como objeto de questão um livro o II volume da Poética de Aristóteles desaparecido definitivamente em algum momento da Antiguidade ou no começo da Idade Média, que abordava o riso como instrumento da verdade, e que teve suas páginas envenenadas por este monge que odiava a comédia e via no riso uma possibilidade de dúvida sobre Deus.
Portanto, o filme aborda a questão da ciência como caminho que leva à verdade e ao saber, e a religião como o caminho da irracionalidade e do obscuro. Retratando um ambiente no qual as contradições e oposições, justificam as ações humanas.
REFERÊNCIA
O NOME DA ROSA. Diretor Jean-Jacques Annaud. Entrelado por Sean Connery e Christian Slater. Globo Vídeo, 1986. 130 min. color. (Drama e Ficção).
