Análise do filme: Crianças Invisíveis
O filme “Crianças Invisíveis” mostrar a terrível situação na qual as crianças vivem hoje. E sabemos que não se restringe somente ao Brasi l, mas, demonstra um problema mundial. Os maus tratos com as crianças fazem parte do cotidiano de praticamente todas as nações do mundo. Neste Filme, podemos perceber as situações diárias vivenciadas pelas crianças, onde vivem uma vida miserável, com a ausência de bens materiais, afetividade, carinho, ou seja, crianças que vivem a margem das drogas, armas, pais viciados, malandragem, consumismo, discriminação relacionadas a uma infância perdida, esquecida, e negligenciada pelos adultos e se não bastasse ainda são explorados pelos mesmos, confirmando o que diz Philippe Ariès no capítulo dois do livro História Social da Criança e da Família, onde ele afirma que é mais provável que não houvesse houvesse lugar para a infância nesse mundo (p.17) Percebemos também, que as crianças retratadas no filme, não eram violentas, como a maioria das pessoas imaginam, não é porque são pobres, vivem em favelas, que são marginais, mas elas sofriam violências na rua, isso nos mostra que as crianças não nascem marginais, muitas vezes as consequências é que as levam a cometer certos tipos de crimes, pois a sociedade, não a percebe, não a trata com dignidade, com respeito. O quadro dessas crianças é parecido com o que diz Ariès na página de d e seu livro onde ninguém pensava em conservar o retrato de uma criança que tivesse sobrevivido e se tornado adulta ou que tivesse morrido pequena. No primeiro caso, a infância era apenas uma fase sem importância (p.21). Bilú e João, eram solidários um com o outro, demonstravam carinho e afetividade, driblavam as adversidades encontradas pelo caminho longo, da fome, da escassez do dinheiro, repartindo o pouco que conseguiam um com o outro. Em seu livro Philippe Ariès falando sobre a insensibilidade dos adultos para com as crianças nos diz que não nos devemos surpreender diante dessa insensibilidade, pois ela era absolutamente natural nas condições demográficas da época (p.22). Comparando com o que ele nos diz o filme nos faz uma reflexão acerca de como estão sendo tratada as nossas crianças, mas isso parece ser invisível aos olhos da sociedade, principalmente do opressor, que não percebe a dura realidade desses seres indefesos, que amanhã serão os adultos formados formados por essa sociedade capitalista, gananciosa e ambiciosa, que preocupa-se cada vez mais em adquirir bens, em lucrar, sem se preocupar se para isso outras pessoas serão exploradas, marginalizadas. As cenas contidas no filme, condiz com a realidade vivenciada em cada canto do nosso País, claro que no exemplo do filme, é retratado o dia a dia de uma cidade grande, mas a essência, no que diz respeito à criança e principalmente ao pobre, ao carente é a mesma, a
discriminação ocorre em todos os lugares, e estes se tornam invisíveis aos olhos de uma sociedade desumana, desigual, onde uns detém o poder e outros sofrem as consequências deste. Não podemos deixar de lado, que isso não ocorre somente com as crianças e adolescentes, mas adultos também são esquecidos, marginalizados, oprimidos e a sociedade o faz de tal forma que muitas vezes se torna imperceptível ao olhos da maioria, e o fato é tratado com normalidade, como se o pobre fosse pobre porque o quisera s er, por preguiça de trabalhar, estudar, enfim, o problema é somente dele, a sociedade não tem nada com isso e não pode fazer nada. Até quando vamos ligar a televisão e assistir jornais, novelas que retratam a violência, a criminalidade, como se tudo fosse normal, se não pudéssemos fazer nada, como se fosse problema dos governantes, e nós nada podemos fazer. Até quando vamos as urnas sem nos questionarmos de fato sobre a importância desse ato? Dentro da sociedade todos exercemos um papel, independentemente de que lado ficamos, se nada fizermos seremos coniventes com a situação vivenciada nos dias atuais e faremos parte dessa violência sofrida por todos. A sociedade precisa acordar e exercer o seu papel, para que assim possamos lutar contra tantas injustiças, guerras, opressões e marginalizações ocorridas em nosso meio.