RELATÓRIO DE ESTÁGIO
ESTÁGIO VII – GESTÃO INTEGRADA ESCOLAR:
“ADMINISTRAÇÃO, SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL”
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
DESCRIÇÃO DA ROTINA DAS ATIVIDADES DE DIREÇÃO, SUPERVISÃO E ADIMINISTRAÇÃO ESCOLAR SEGUNDO CONSTA NO REGIMENTO ESCOLAR
LEITURA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
ANÁLISE DAS ENTREVISTAS EM RELAÇÃO AO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, AO REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA E A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES OBSERVADAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
O relatório a seguir corresponde ao Estágio VII - Gestão Escolar Integrada; Administração, Orientação e Supervisão. O mesmo foi realizado na Escola Municipal Rotary, situada à Rua José Domingos, 303 - Bairro Parque Jussara, no município de Três Corações.
A Escola Municipal “Rotary” – 1º Grau de Ensino Fundamental foi criada e instalada pela Lei Municipal nº 636, de 30 de novembro de 1966. A autorização de funcionamento foi dada pela Portaria nº 82/77, de 15 de fevereiro de 1977, SEE-MG. Sua denominação é em homenagem ao “Rotary” Clube de Três Corações, que muito trabalhou para sua criação, que posteriormente foi aprovada pelo Decreto Executivo nº 009, de 17 de abril de 1975. A Portaria nº 084/92, nos termos do Artigo 1º da Resolução SEE nº 2108 de 20 de julho de 1976 e do Artigo 47º e parágrafo único da Resolução CEE nº 306 de 29 de dezembro de 1983, autorizada a extensão de 5ª e 6ª séries do Ensino de 1º Grau, a partir de 1992, da 7º série a partir de 1993 e da 8º série a partir de 1994, na Escola Municipal “Rotary” - 1º grau. O citado estabelecimento passa a identificar-se como Escola Municipal “Rotary” - 1º grau (1ª a 8ª séries). A escola mantém o Ensino Fundamental, a Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental de 1ª a 4ª, etapas de 1º ao 4º Período e Educação Infantil (2º ao 3º Períodos), Ciclo Básico, Ciclo Intermediário e Ciclo Avançado. A escola Municipal Rotary possui área interna com estrutura que atende a uma clientela aproximada de trezentos alunos distribuídos em dois turnos. A escola possui 12 salas de aula, banheiros masculino e feminino adaptados para os alunos com necessidades especiais, banheiros para funcionários, secretaria, sala dos professores e uma sala para direção, vice-direção e supervisão, biblioteca, sala de informática com computadores novos que não esta funcionando por falta de monitor, uma pequena cozinha, dois depósitos, sendo um de alimentos e outro com alguns materiais de limpeza, um pátio coberto usado como refeitório e uma quadra poliesportiva sem cobertura. Vale ressaltar que os professores e funcionários tem acesso à internet para pesquisa, o que é muito importante principalmente para o educador que poderá pesquisar assuntos atuais sobre as disciplinas que lecionam, possui também um data show que pode ser um instrumento de grande valor quando bem utilizado na inovação das aulas acompanhando assim os avanços tecnológicos que tanto atraem crianças, jovens e adultos. A comunidade ao qual a escola esta inserida, em sua maioria, é formada por pessoas de nível sócio econômico baixo.
O estágio foi realizado seguindo o cronograma do curso com leitura do manual de estágio, fundamentação teórica, conhecimento da escola, os projetos desenvolvidos pela mesma, observação dos trabalhos da gestão escolar e entrevistas com os supervisores, professores e funcionários. As escolas da rede municipal não possuem orientadores escolares. Durante este estágio observei o quanto é importante o contato direto com situações diárias da rotina escolar.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nunca foram tão disseminadas no contexto educacional as defesas de várias ideologias e é provável que a escola varie entre uma ou outra como várias escolas do Brasil. Acredito que contrario a busca por diversas teorias na tentativa de inovação é importante primeiramente que a escola não se desvie do seu contexto histórico, cultural e social, não se desvincule do seu referencial (leis educacionais). Mesmo considerando este atraso na educação, é notória a contribuição da legislação para os avanços e melhoria do ensino nas escolas brasileiras (CELI TEREZINHA WOLFF: Supervisão Pedagógica, 2007). O princípio básico deste trabalho será mostrar que o importante não é a busca por fundamentos desconhecidos, mas sim em aperfeiçoar o que já existe como proposta, ou seja, que faça valer na pratica verdadeiramente às leis da educação e a proposta pedagógica que possibilite adequação a realidade da escola. Em síntese, não é a aprendizagem que deve se ajustar ao ensino, mas sim o ensino que deve potencializar a aprendizagem (PCN’s -vol. 1, 1997). No cerne destas ideologias a escola pergunta-se pelo papel e função enquanto instituição e espaço do saber. Intensifica seu amplo contexto, por autonomia, gestão democrática e mais recursos. Como contrapartida imediata a estas reivindicações, é desafiada a assumir a responsabilidade no exercício de inúmeras ações, dentre as quais está à elaboração do seu Projeto Político Pedagógico em consonância com os planos de educação e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Portanto o que necessitamos na verdade não são as inúmeras ideologias ou metodologias as quais estamos acostumados a ouvir falar, mas sim a aplicação efetiva de leis coerentes com o nosso sistema de ensino e com o nosso período histórico como a LDB e os Planos de Educação. A aplicação sistematizada, refletida e principalmente praticada de uma proposta pedagógica definida
comprovadamente eficaz para nossa época como os Parâmetros Curriculares. Os Parâmetros Curriculares Nacionais estão situados historicamente. Não são princípios atemporais. Sua validade depende de estarem em consonância com a realidade social, necessitando, portanto, de um processo periódico de avaliação e revisão (PCN-vol. 1, 1997). A proposta dos PCNs precisa ser elaborada numa ação conjunta entre todos os profissionais da escola explicitando a proposta no Projeto Político Pedagógico da escola. Apesar de apresentar uma estrutura curricular completa, os Parâmetros Curriculares Nacionais são abertos e flexíveis, uma vez que por sua natureza, exigem adaptações para a construção do currículo (PCN- vol. 1,1997). Segundo consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96) em seu Art. 14º, Os Sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares e equivalentes. Possibilitar a concentração das ideias em teorias e documentos que de fato devam ser obedecidos e reconhecidos pela equipe foi um dos objetivos do estágio. O qual não trouxe mais uma ideologia para escola, mas sim fez com que esta refletisse e buscasse dentro do seu próprio contexto, seu referencial como instituição redescobrindo sua passagem por um momento histórico, determinantemente capitalista com suas leis e diretrizes, com propostas que é inerente a esse período histórico. Nessa observação de estágio detectam-se uma tendência as idéias de Piaget. A fundamentação teórica aqui expressa é de fato relacionada à LDB e os Parâmetros Curriculares Nacionais os quais precisam ser mais consultados dentro da escola em uma ação pedagógica entre direção, supervisão e equipe docente. O Art. 13º da mesma lei diz que os docentes incumbir-se-ão de: I- participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II- elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III- zelar pela aprendizagem dos alunos; (LDB 9394/96)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram escolhidos como fundamentação por vários motivos, entretanto cito quatro deles que são: O conhecimento que os educadores já têm sobre a proposta, o valor histórico que possuem para nossa época, a flexibilidade para adequação com a realidade e principalmente por está em consonância a Lei de Diretrizes e base da Educação atual. Fazer esse paralelo entre uma proposta e uma lei a ser cumprida é de fato crucial para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico fundamentado e respaldado nacionalmente. Perder tempo com teorias fantasiosas ou de cunho regressivo não determinará a razão da existência da escola. O que determinará com certeza é o que está proposto e seguido pela escola, de acordo com seus valores sócio-culturais, no seu contexto histórico, econômico e atual. Toda proposta pedagógica requer envolvimento de toda equipe e comunidade escolar, porém a ação da supervisão e orientação é de fundamental importância para a consolidação das mesmas. A ação do supervisor e do orientador dentro da escola são diferentes e préestabelecidas nas diretrizes e bases da educação nacional. É evidente que a legislação e as normas por si só nunca resolverão os problemas, cabe a quem é de direito e de dever, colocá-las em prática, para beneficiar a coletividade. Sendo o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Interno da escola os referenciais importantes na execução de projetos e ações da escola e estando os gestores cientes de suas funções junto à equipe docente, verifica-se a preocupação dos mesmos em basear-se pelos mesmos. Lendo e analisando o Regimento Escolar, registrei que a administração é composta pela Diretora e Vice Diretora, observando o disposto na legislação vigente. Cabe à Direção da Escola oferecer estratégias de ajuda, ao professor que tenha dificuldades de relacionamento com a equipe escolar ou em manter a disciplina em sala de aula. É da competência da Direção advertir o funcionário, no momento em que ocorrer um fato de transgressão às normas disciplinares. A advertência deve ser lavrada em livro próprio e, no caso de recusa de assinatura por parte do funcionário, duas testemunhas devem ser chamadas para assiná-la. O registro das ocorrências e advertências serve de base para a aplicação das penalidades previstas na legislação vigente.
Dependendo da gravidade da transgressão, compete ao colegiado proceder à análise da mesma e indicar as medidas cabíveis. Os casos omissos são analisados à luz da legislação vigente.
DESCRIÇÃO DA ROTINA DAS ATIVIDADES DE DIREÇÃO, SUPERVISÃO E ADIMINISTRAÇÃO ESCOLAR SEGUNDO CONSTA NO REGIMENTO ESCOLAR
A Administração é composta pela Diretoria e pelo Colegiado. Compete a ela:
Planejar todo o trabalho escolar;
Organizar, orientar, coordenar, supervisionar e controlar os trabalhos educacionais desenvolvidos no estabelecimento;
Envolver a comunidade escolar nas decisões sobre o funcionamento da escola (gestão participativa);
Elaborar o Projeto Político Pedagógico, com a participação de todos os seguimentos representativos da comunidade escolar;
Estabelecer parcerias com empresas, buscando alternativas para a escola e fortalecer a ação colegiada;
Articular o Projeto Político Pedagógico e administrativo da Escola, estando suas atribuições previstas em legislação especifica, e contidas em anexo próprio.
A Secretaria está diretamente subordinada à Diretoria do Estabelecimento. Ela tem como finalidade executar toda a escrituração da Escola, sob orientação, coordenação e supervisão do Diretor, e os seus serviços são realizados pelo pessoal que a compõe: secretário e auxiliar (es) da educação e/ou auxiliar (es) de secretaria. Compete ao Secretário de Escola realizar as seguintes funções:
Realizar trabalhos no âmbito da Secretaria;
Colaborar com a direção da unidade escolar no planejamento, execução e controle das atividades escolares;
Coordenar atividades da Secretaria e do pessoal auxiliar;
Proceder à escrituração, conforme disposto na legislação vigente;
Realizar trabalhos datilografados ou digitados;
Responsabilizar-se, na área de sua competência, pelo cumprimento da legislação de ensino e disposições regimentais;
Instruir, informar e decidir sobre expediente e escrituração, submetendo à apreciação superior os casos que ultrapassem sua área de decisão;
Zelar pela conservação do material sob sua guarda, pela boa ordem e higiene em seu setor de trabalho;
Compete também ao Auxiliar da Educação e/ou Auxiliar de Secretaria as funções abaixo especificadas: Realizar trabalhos de protocolos, registros e arquivamento de formulários e documentos;
Atender, orientar e encaminhar partes;
Coletar, apurar, selecionar, registrar e consolidar dados para elaboração de informações estatísticas;
Realizar trabalhos de datilografia, mecanografia e/ou informática;
Zelar pela conservação dos materiais, mobiliários e equipamentos sob sua responsabilidade;
Desempenhar outras atividades compatíveis com a natureza do cargo que lhe forem atribuídas pelo Diretor e/ou Secretário;
Organizar e manter atualizados cadastros, arquivos, fichários, livros e outros instrumentos de escrituração da unidade escolar;
Preparar certidões, atestados, Históricos Escolares, fichas individuais e/ ou documentos solicitados;
Redigir ofícios, exposições de motivos, Atas e outros expedientes.
Organizar a documentação dos processos de prestação de contas.
A assistente de serviços administrativos deve ter registro ou autorização para o exercício da função, fornecido por órgão competente. A Escola mantém os serviços de conservação, limpeza do prédio, preparo e distribuição da merenda escolar. São atribuições do auxiliar de serviços gerais:
Executar os serviços de limpeza, higiene e conservação da Unidade;
Varrer e lavar as dependências da unidade;
Limpar e lavar tapetes e capachos;
Coletar o lixo. Depositando-o em lugares apropriados ou incinerando; remover e arrumar moveis, materiais ou volumes; realizar os serviços de lavanderia necessários na escola, em atendimento ao programa de alimentação escolar.
Controlar os alimentos e utensílios mantendo o estoque e evitar desperdícios e extravios;
Fazer a limpeza e higiene da cozinha e da despensa;
Providenciar a arrumação, limpeza e higiene dos locais das refeições, registrar o numero de refeições e merendas distribuídos diariamente;
Prestar informações sobre necessidades de gêneros alimentícios; cumprir as normas de higiene e segurança do trabalho, apresentando-se decentemente vestido, limpo e penteado;
Responsabilizar-se pelo controle e utilização de materiais colocados à sua disposição,
Colaborar no atendimento aos educandos nos horários de entrada, recreio e saída;
Não receber visitas ou cuidar de trabalhos estranhos ao serviço; cumprir horários conforme a legislação vigente; cuidar da portaria da Escola.
As atribuições do pessoal responsável pelos serviços gerais são delegadas pelo Diretor ou Vice Diretor em conformidade com as necessidades da própria Escola. O pessoal a serviço da Escola é constituído de docentes, especialistas em educação e pessoal administrativo. A admissão fica sujeita às exigências legais e vigentes. O pessoal docente e administrativo tem seus direitos assegurados, em conformidade com a legislação pertinente. A Secretaria Municipal de Educação e Cultura pode estabelecer critérios complementares para a composição do quadro do pessoal, conforme legislação vigente. O quadro de pessoal é composto de acordo com os cargos e quantitativos, permitidos pela legislação em caráter efetivo ou por designação. Compete à escola estabelecer critérios complementares para atribuição de turmas, aula de turno aos servidores, conforme legislação vigente. A finalidade do serviço de supervisão pedagógica é articular o trabalho pedagógico da escola coordenado e integrado ao trabalho dos professores, dos alunos e seus familiares no eixo comum: o ensino-aprendizagem.
Compete ao Supervisor Pedagógico além das atribuições previstas na legislação vigente: Coordenar o planejamento e implementação do Projeto Pedagógico, tendo em vista as diretrizes definidas no Projeto Político Pedagógico da escola;
Participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola;
Delinear, com os Professores o Projeto Político Pedagógico da Escola, explicitando seus componentes de acordo com a realidade da escola;
Assessorar os professores na escolha e utilização dos procedimentos e recursos didáticos mais adequados ao atingi mento dos objetivos curriculares;
Promover o desenvolvimento curricular, redefinindo conforme as necessidades, os métodos e materiais de ensino, participar da elaboração de calendário escolar;
Articular os docentes para o desenvolvimento do trabalho técnico pedagógico da escola, definindo suas atividades especifica;
Avaliar o trabalho pedagógico, sistematicamente, com vistas à reorientação de sua dinâmica (avaliação externa);
Participar com o corpo docente o processo de avaliação externa e da analise de seus resultados;
Identificar as manifestações culturais características da região e incluí-las nos desenvolvimentos do trabalho da escola;
Coordenar o programa de capacitação do pessoal da escola;
Analisar os resultados da avaliação sistêmica feita juntamente com os professores e identificar as necessidades dos mesmos.
LEITURA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Apesar de a escola possuir um Projeto Político Pedagógico, este só me apresentado como “acabado”, no ultimo dia deste meu estagio, não tive tempo hábil para saber como foi sua elaboração, se houve discussão, análise, reuniões, contato com a comunidade e com Conselho Escolar. Estas ações não foram visualizadas por mim neste período de observação e elaboração deste relatório.
“Ao elaborar seu projeto educativo, a escola discute e explicita de forma clara os valores coletivos assumidos. Delimita suas prioridades, define os resultados desejados e incorpora a auto-avaliação ao trabalho do professor. Assim, organiza-se o planejamento, reúne-se a equipe de trabalho, provocase o estudo e a reflexão contínuos, dando sentido às ações cotidianas, reduzindo a improvisação e as condutas estereotipadas e rotineiras que muitas vezes, são contraditórias com os objetivos educacionais compartilhados. (PCN’s- vol. 1 1997)”
Ao conversar com alguns professores e funcionários fui informada que a maioria destes não conhece o Projeto Político Pedagógico nem o Regimento Interno da escola, alguns por serem recém contratados, outros por acharem que estes não estão diretamente ligados ao desempenho de as suas funções. Existe para tanto a necessidade de executar ações planejadas nos momentos em que a equipe discute e programa suas ações. Há uma dificuldade na execução de determinadas ações dentro da escola que necessitaria de atitude e iniciativa dos supervisores e gestores. Esperar unicamente que a equipe docente tome a iniciativa é deixar as coisas no improvável e no que é mais cômodo fazer. Todos precisam estar cientes de seu papel dentro da escola, só assim se pode realmente construir uma escola para todos, onde o “educar” não é uma função exclusiva dos professores, mas um compromisso de toda a comunidade escolar.
“O professor deve ter propostas claras sobre o que, quando e como ensinar e avaliar, a fim de possibilitar o planejamento de atividades de ensino para a aprendizagem de maneira adequada e coerente com seus objetivos. É a partir dessas determinações que o professor elabora a programação diária de sala de aula e organiza sua intervenção de maneira a propor situações de aprendizagem ajustadas às capacidades cognitivas dos alunos. (“PCN’s volume I 1997)”
A ação da supervisão dentro da escola realiza incumbências diferentes. Estas incumbências estão nas diretrizes e bases da educação que exerce a coordenação do trabalho pedagógico, articulando, acompanhando e orientando as atividades educativas dos integrantes da equipe escolar. É importante que a ação pedagógica incentive a equipe na realização das atividades em conjunto. A supervisão coordene dentro da escola à formação continuada, a troca de experiências, a união da equipe, que conquiste sua equipe, assim como o
professor precisa conquistar seu aluno, não pela proteção de a ou b, mas pela segurança que devem passar para a equipe no momento em que direciona as ações com conhecimento e fundamentação, no momento em que realiza dentro da escola ações coletiva e de valorização das habilidades que muitos têm e não mostram ou nem descobriram tais habilidades pela falta de oportunidade que não se dá. Os professores precisam se sentir mais responsáveis pelas ações dentro da escola. As ações de permanência do aluno na escola envolvem a prática do reforço escolar, só o reforço por si só não facilitará a permanência desse aluno. O que é imprescindível é a elaboração de projetos voltados a uma educação diferenciada e que sejam atrativos para os mesmos assegurando sua permanência de acordo com suas habilidades e limitações. São ações voltadas ao aprendizado, projetos de conhecimento sócio-cultural, ações envolvendo dificuldades como leitura, escrita e raciocínio lógico. Direcionar o Projeto Político Pedagógico e as ações entre comunidade e escola, também é um desafio claro da gestão e de toda equipe escolar. Quanto ao planejamento verifiquei que o que existe é na verdade uma preocupação em manter uma unidade em meio à diversidade. Na educação básica basear-se pelo planejamento como único referencial de construção pedagógica é limitar os amplos aspectos que o educando pode apresentar. É necessário que o currículo na educação básica valorize um paradigma curricular que possibilite a interdisciplinaridade, para abrir novas perspectivas no desenvolvimento de habilidades, para dominar concepções pedagógicas, que foram sinalizadas pela proposta curricular nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Os temas abordados estão vinculados ao cotidiano da maioria da população, além dos temas transversais como, ética, meio ambiente, pluralidade cultural, trabalho, consumo e saúde. A escola e a comunidade têm como filosofia de vida, o que deve ser considerado como norte para realização de qualquer ação ou planejamento. A filosofia da escola, o homem é um ser bio-psico-sócio-cultural que possui necessidades materiais, relacionais e transcendentais. Dentro desse sentido amplo e complexo, o homem deve ser atendido em toda a sua dimensão e deve dispor dos recursos que satisfaçam a sua necessidade, para que analise, compreenda e intervenha na realidade. É fundamental que seja garantida uma formação integrada e voltada para a capacidade do homem transforma-se. Essa formação deve ser entendida como saber essencial, isto é, aquela que permita que o homem se humanize cada vez mais e desenvolva o saber sentir, saber refletir, saber fazer, saber ser crítico, saber ser ético e solidário. A escola, enquanto espaço educativo é por essência lugar social da comunicação humana. Ela deve fomentar a prática de um humanismo contemporâneo, permeada por valores como a ética, solidariedade e
responsabilidade nas relações interpessoais, bem como possibilitar a apropriação do conhecimento elaborado, tendo como referência a realidade e as necessidades dos alunos. O profissional da educação não deve apenas apresentar competência técnica e acadêmica, mas ter capacidade de trabalhar de forma coletiva, respeitando e ouvindo a diversidade de opiniões com ética e controle emocional. Deve ser um cidadão politizado, engajado, responsável, crítico, compromissado e consciente de sua função e do seu papel como referencial para o aluno. A instituição tem como finalidade proporcionar condições para que o aluno compreenda a realidade social em que está inserido e, assim, passe a exercer sua cidadania. Para tanto, cria condições para que o aluno construa seus conhecimentos científicos, técnicos, culturais, sociais, éticos, estéticos e políticos, desenvolvendo suas competências, a escola preocupa-se com o aprimoramento do aluno como pessoa humana, dotado de autonomia intelectual e protagonista da realidade. Sua missão é formar um cidadão íntegro, capaz de conviver socialmente, que esteja preparado para sobreviver nesse mundo agitado e para enfrentar desafios resolvendo problemas que encontrar pela frente. Tem a incumbência é preparar o aluno para que ele tenha atitudes positivas e firmes frente às mudanças de um novo tempo, de um novo milênio. Que ele seja um cidadão honesto, competente, criativo, crítico e que seja capaz de raciocinar, interpretar, discernir e atuar em situações novas, participando dos problemas e, encontrando soluções rápidas e práticas, que seja comunicativo, explicando com clareza suas idéias e modificando a sociedade para melhor. Essa mudança talvez seja a mais necessária face à educação da escola, porque se percebe claramente a desumanização, em todos os sentidos, da sociedade. Desse modo, a escola busca trabalhar mais os valores e conceitos do que as memorizações e idéias prontas. O Currículo é constituído das áreas de ensino, pelos valores transmitidos aos alunos, professores e funcionários, são as reuniões com pais, as excursões, as viagens de lazer, o esporte, os desfiles etc. Desse modo, são todas as atividades desenvolvidas, coletivamente, a fim de melhorar a qualidade do ensino. A concepção atual da Escola visa um currículo diversificado que atenda as necessidades cognitivas de seus discentes, preparando-os para se defrontarem com diversas situações do cotidiano, para exercerem com qualidade a cidadania e aumentarem sua consciência em relação ao estar no mundo.
A escola vê cada componente como uma peça-chave, que vai se encaixando e formando o sentido da educação e da aprendizagem. Percebe cada um deles como necessário no desenvolvimento das competências do discente, como instrumentos importantíssimos para a aprendizagem e na preparação para a vida do educando. Mas para isso, a contextualização dos conteúdos é fundamental para que o discente perceba que todos os conteúdos podem se interligar em temas, assuntos etc. A interdisciplinaridade, por ser um elemento que transmite a mensagem a partir de um mesmo tema, oferece essa construção (do conhecimento) sob os olhares de diferentes disciplinas e, quando a aprendizagem é significativa, induz o aluno a ver sentido no conhecimento, faz a mediação e a relação entre os saberes, permitindo a correlação entre situações diversificadas num mesmo contexto. Desse modo, a Escola os percebe como questões importantíssimas para o aprendizado e para o desenvolvimento do aluno. Trabalhando os componentes de uma maneira integrada, o aluno tem uma visão mais ampla da realidade e adquire uma aprendizagem significativa permitindo a ele novos horizontes. Mas para isso é necessário que o professor tenha cultura geral, seja bem informado e domine as tecnologias que circundam seus alunos e, por isso, seja por eles admirado. A Escola faz seu planejamento buscando atingir os interesses e desejos dos alunos e comunidade, usando dos recursos disponíveis em busca de avanços. A avaliação é contínua, sistemática e progressiva durante todo o processo de ensino-aprendizagem, na tentativa de que o sucesso escolar seja garantido. Não tem caráter punitivo e nem premiativo. Ela é uma tomada de consciência do aluno para verificar o que foi assimilado e que contribuiu para o crescimento do aluno. O crescimento vertiginoso da população na faixa etária superior a 50 anos nesta escola chamou atenção da equipe escolar e tem despertado a atenção da sociedade e dos órgãos governamentais.
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES OBSERVADAS
Após ter me apresentado aos professores e a equipe técnico-administrativa, busquei junto a esta a documentação da escola (Projeto Político Pedagógico e Regimento Interno), sendo informada que ninguém sabia ao certo onde estava guardada e que por tanto teria que aguardar até que fosse
localizado. Somente em meu ultimo dia de estagio é que esta documentação me foi apresentada para analise. Ao analisar estes documentos verifiquei que a atual gestão da escola segue as determinações contidas neles e embora a maioria dos funcionários desconheçam tais determinações como regras básicas para o desenvolvimento do trabalho escolar, estas são aplicadas quase que automaticamente por todos. Depois de certa relutância por parte tanto dos professores quanto da supervisão, acabei sendo autorizada pela supervisora do matutino, a participar das reuniões de módulo de estudo desde que os professores concordassem também. O que não ocorreu de forma geral, pois alguns optaram por não me deixarem observar seus módulos, o que é claro, tornou ainda mais difícil a minha analise do trabalho desenvolvido pela supervisão. A minha efetiva participação nas reuniões de módulos de estudos teve inicio no segundo dia de estagio, quando fui convidada pela professora de geografia para acompanhá-la no mesmo. Esta professora é recém formada e se mostrou muito preocupada com sua falta de experiência no desenvolvimento do planejamento diário. Ao qual a supervisora sugeriu varias interferências, que foram prontamente aceitas pela professora. Foram discutidas ao longo dos módulos com os demais professores a relação destes com os alunos, sendo que alguns se queixaram do mau comportamento do mesmo grupo de alunos do nono ano. A supervisora propôs então a realização de um conselho de classe com os mesmos na próxima reunião pedagógica. Oportunidade para que os professores, funcionários, gestores e alunos mencionados se colocassem sobre o assunto e juntos buscassem uma melhor solução para os problemas ocasionados por estes referentes à indisciplina e a infrequencia tanto nas aulas quanto no reforço escolar. O que ocorreu na semana seguinte. Ficando determinado pela diretora que esta seria a ultima oportunidade dada a eles para que se adequassem as normas. Tendo alguns se recusado a participar do reforço escolar e sendo esta uma determinação judicial, houve por bem lavrar uma ata que foi devidamente assinada por todos os presentes e que após reunião com os pais foi encaminhada para o Ministério publico para as devidas providencias. A supervisora me relatou que estes alunos causam problemas na escola há muito tempo e só freqüentam a mesma para não serem conduzidos para centros de reabilitação de menores e que as famílias em geral não participam da vida destes meninos, deixando a encargo da escola toda a responsabilidade pela educação dos mesmos. Tive a oportunidade de participar de outras reuniões pedagógicas que tiveram como tema um filme indiano sobre defasagem no aprendizado intitulado no Brasil “Como estrelas no céu” e “Todas as crianças são especiais”. O filme retrata a história de um menino com dislexia visual, que
por desconhecimento do problema por parte dos pais e professores é tratado como incapaz de assimilar conhecimentos, e que somente após a troca de um de seus professores tem seu problema identificado e tratado. Foram realizadas discussões sobre o assunto e também uma avaliação da qual todos participaram. O filme trouxe como mensagem: “Aprender é assimilar conceitos e existem varias formas de se fazer esta assimilação. Não existe só uma maneira de se ensinar ou de se aprender.” Acompanhei também uma reunião modular com a professora do AEE, que entre outras se queixou da falta de conhecimento de suas funções pelos demais professores que acabam incumbindo a ela o dever de ensinar aos alunos especiais da escola os conteúdos específicos de suas áreas. Ficando este assunto como pauta para a próxima reunião pedagógica. Com este estagio pude perceber a importância que uma gestão atuante tem dentro da escola. Pois as dificuldades precisam ser sempre vistas como menores que a capacidade que se tem de buscar soluções para elas.
ENTREVISTAS EM RELAÇÃO AO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, AO REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA E A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em entrevista com a supervisora fui informada que dentre as funções que esta exerce estão as de ações pedagógicas, voltadas aos professores, comunidade e aos alunos e funções de orientador escolar devido à escola não ter esse profissional. Ao analisarmos os aspectos positivos e negativos relacionados à sua função, esta ressaltou o seguinte como aspectos positivos: as ações realizadas com êxito, experiência cada vez maior no contexto, possibilidade de visualizar melhor e acompanhar de perto o desenvolvimento no que diz respeito ao aspecto pedagógico, proporcionar momentos onde os pais tenham a oportunidade de participar da escola ativamente. E como aspectos negativos foram destacados a ausência da família no contexto escola e o acumulo de funções pela ausência de profissionais como: orientador, psicólogo e outros. Entre as ações a serem desenvolvida na escola para um trabalho de supervisão competente e comprometida com as transformações sociais declarou que a melhor solução encontrada foi a de buscar ações voltadas à permanência dos alunos na escola, através de ações voltadas ao aprendizado, como o reforço escolar, acompanhar os professores nas atividades dentro da escola e direcionar o Projeto Político Pedagógico e as ações pedagógicas. E que a concepção de aprendizagem que fundamenta o
trabalho na escola é voltada para o trabalho com Projetos de aprendizagens. Segundo a mesma, todos do corpo técnico pedagógico possuem formação superior o que é essencial para o bom desempenho de suas funções, além da experiência que conta muito. Para maiores potencialidades na formação de uma escola dinâmica se faz necessário a união da equipe na realização das ações e eventos dentro da escola. Além do Projeto Político Pedagógico que norteia o ano letivo e a prática pedagógica destinada à implementação do ensino, estão o Regimento Interno, o Plano de Desenvolvimento da Escola com projetos de aprendizagens, ações que visam à participação dos pais e a organização da instituição são tidos também como vitais para o bom andamento dos trabalhos.
“A qualidade da atuação da escola não pode depender somente da vontade de um ou outro professor. É preciso a participação conjunta dos profissionais (orientadores, supervisores, professores polivalentes e especialistas) para a tomada de decisões sobre aspectos da prática didática bem como sua execução. (PCN’s vol.1-1997)”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de sido acolhida de maneira um tanto fria e até mesmo discriminatória pela gestão da escola, o estágio me proporcionou a análise das situações do cotidiano escolar que subsidiará minha atuação na área administrativa e pedagógica. Oportunizou relacionar os conhecimentos obtidos em curso, com a pratica do estágio na área de Gestão e Supervisão Educacional. Acredito que a Orientação Educacional completa a ação da Supervisão e da escola como um todo. A parceria desses profissionais dentro da instituição escolar minimizaria algumas dificuldades que não estão voltadas aos recursos materiais, à estrutura escolar ou tão pouco com a organização política da escola e sim com aspectos emocionais e comportamentais. O Supervisor Escolar é uma “peça” fundamental, em virtude da área pedagógica que é a essência do seu trabalho escolar ser também a essência do trabalho dentro da escola.
De nada adiantarão às leis, as propostas, as metodologias se a gestão e a supervisão pedagógica não direcionarem ações viáveis ao cumprimento de qualquer proposta pedagógica. Ao fundamentar seu trabalho com os referenciais que temos hoje no país, como as leis educacionais e as propostas para as áreas de conhecimentos, os gestores e supervisores não estarão somente sistematizando as ações dentro da escola, mas sim cumprindo determinações legais, decididas a partir de resultados obtidos na avaliação da rede educacional, debates e estudos acerca dos problemas. É o que os órgãos educacionais verdadeiramente esperam que se faça. Terminei este estagio com uma percepção mais critica do que analítica, pois algumas situações na área da gestão e da supervisão não me foram possíveis analisar, devido a certo grau de “desconfiança” tanto dos gestores quanto dos professores, que acabaram por me excluir de reuniões e palestras por julgarem desnecessária minha presença. Outro fato que também me entristeceu foi o de ter realizado o estagio junto à supervisora e ter sido avaliada pela diretora que não acompanhou o desenvolvimento de minhas atividades de observação e participação. A rotina escolar acrescenta grandes contribuições significativas e essenciais para minha formação. É através desse contato com a instituição e com todos que fazem parte da mesma, que se pode constatar teorias estudas e analisar possíveis contradições entre teorias e praticas. Portanto, fará com que de forma eficaz nossos conhecimentos, somados aos da equipe atuante, possa fortalecer os saberes e experiências para uma práxis voltada ao permanente: refletir, agir e refletir.
REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC/SEF. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. MEC/SEF. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais e ética . Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. MEC/PDE. Plano de Desenvolvimento da Escola: estudo e treinamento. Brasília: MEC/PDE, 2008.
EMEF FERNANDO GUILHON. Plano de Desenvolvimento da Escola. PDE, 2009.
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