ÀBÍKÚ (NASCER-MORRER) Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este tema, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno. Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em baixa idade, a tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes. Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos. Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os ibo chamam chamam os abikú abikú de ogbanje, os hauças de de danwabi e os fanti, kossamah. kossamah. Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação doa yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo. Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun, seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu. Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada "Amorte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam. Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu. Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; casasse; um outro, outro, que retornaria retornaria ao céu, quando quando seus pais concebesse concebessem m um novo filho, filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar. Outros prometem à iyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar no mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse começasse a ter dentes dentes ou ficar em pé. Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles.
É assim assim que nessas quatro histórias encontramos encontramos oferendas oferendas que comportam comportam um tronco tronco de bananeira bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas: "Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou quais eram as promessas feitas por por três abikú quanto quanto à época do seu retorno ao céu." céu." "Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo." "O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido." As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele. Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho. Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedolíco (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubá, a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos. Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias: - Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae) - Agídímagbayin (não identificada) - Ídí (terminalia ivorensis, combretacae) - Ijá àgborin (não identificada) - Lara pupa (ricinus (r icinus communis - mamona vermelha) Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias: - Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae) - Òpá eméré (waltheria ( waltheria americana, sterculiaceae)
É assim assim que nessas quatro histórias encontramos encontramos oferendas oferendas que comportam comportam um tronco tronco de bananeira bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas: "Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou quais eram as promessas feitas por por três abikú quanto quanto à época do seu retorno ao céu." céu." "Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo." "O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido." As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele. Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho. Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedolíco (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubá, a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos. Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias: - Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae) - Agídímagbayin (não identificada) - Ídí (terminalia ivorensis, combretacae) - Ijá àgborin (não identificada) - Lara pupa (ricinus (r icinus communis - mamona vermelha) Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias: - Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae) - Òpá eméré (waltheria ( waltheria americana, sterculiaceae)
A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos). Em país yorubá, os pais, para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num saquinho de couro. A ação protetora buscada nas folhas, expressa nas fórmulas de encantamento, é introduzida no corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra. Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças abikú , para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyájanjàsa é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para os reter e porá tudo a perder o que as pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios. Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os corpos dos abikú que morrem assim, são frequentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir ao mundo. Essas Essas crianç criançaa abikú abikú recebe recebem m no seu nasci nascimen mento, to, nomes nomes partic particula ulares res.. Alguns Alguns desse dessess nomes nomes são acompanhados de saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo; quer em indicações de que as condições para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo. A frequência com que se encontra, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no mundo mundo graças graças,, pen pensam sam as almas almas piedos piedosas, as, a todas todas essas essas preca precauçõ uções es,, à ação ação de Òrúnmì Òrúnmìlà, là, e à intervenção dos babalaôs.
Alguns nomes dados aos ABIKÚ: Aiyédùn - a vida é doce Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo Akúji - O que está morto, desperta Bánjókó - Senta-se comigo Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida Dúróoríìke - Fica, tu serás mimada Èbèlokú - Suplica para que fique Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo) Kòjékú - Não consinta em morrer Kòkúmó - não morra mais Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui Omotúndé - A criança voltou Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar)
ITANS de IFÁ - É preciso cuidar dos Abikú, senão eles voltam para o céu - Oferendas podem reter Abikú no mundo
- Subterfúgios para reter os Abikú no mundo - Mosetán fica no mundo - Olóìkó é o chefe da sociedade dos Abikú - Asejéjejaiyé fica no mundo na décima sexta vez que ele vem - Os Abikú chegam pela primeira vez em Awaiyé - Íyájanjàsá não deixa os Abikú ficar no mundo Estes itens completos são descritos numa edição da revista Afro-Ásia, 14 - 1983, sob o título (A Sociedade Egbé Òrun dos Àbíkú, as crianças nascem para morrer várias vezes) As cerimônias para os abikú parecem ser pouco frequentes entre os yorubás, a única assistida por Pierre Verger, a cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro Houéta. Num canto da peça principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas sobre uma banqueta de barro. Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas vestimentas, pertencer a uma mesma sociedade (egbé). Seis destas estatuetas representam ábíkús e as outras duas ibeji. As oferendas consistiam de oká (pasta de inhame) obèlá (espécie de caruru) èkuru (feijão moído e cozido nas folhas) eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos) que, depois da prece da tanyionnon e da oferenda de parte desta comida às estatuetas, foram distribuídas pela assistência. Uma sacerdotisa de Obatalá assistiu à cerimônia sublinhando as ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas, alijados, albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (àbíkú e ibeji).
Portanto ao contrário que muitos falam, nada tem a ver com a criança que já nasce "feita" no santo. Considerações do autor nos tempos de hoje O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com muita propriedade. Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela manutenção da vida, inclus inclusive ive em qua quanti ntidad dade. e. Pela Pela prátic práticaa divina divinatór tória ia atravé atravéss do jogo jogo de búz búzios ios,, nos dias de hoje hoje identificamos muitos desses abikús , que percebemos em uma segunda instância, muitos são "criados", passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses; ignorá-la: No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de alma e espírito, que os cristãos chamam de "anjo da guarda" e os yorubanos de "orixá" (guardião da cabeça), este fenômeno consta na teologia Yorubana, na lenda de Ajálá, que será comentada. Quando da execução do aborto propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o "seu direito" de eliminar aquele ser; mas somente a parte material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai? Esta análise via de regra não é feita ou levada em consideração, acaso haverá consequencias? Seríssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós aborto, a presença daquela "figura" que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, descendentes, e da forma mais imprevisível possível. A grande maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras... tem grandes possibilidades de serem abikús fabricados pelo homem. Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser um abikú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na
mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível. As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas não "vão"; É a influência daquele "ser", que contrariando as leis da natureza foi "fisicamente" eliminado, o qual fica gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas. Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi "gerado" por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal. Esta situação pode e deve ser tratada no seu campo espiritual, os antigos nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: "enganar" os abikús; Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrito, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um "retorno sob forma de castigo" de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou interrompido. Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e consequentemente ao Seu Criador, modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto.
AS ERVAS DOS ORIXÁS As ervas detém grande quantidade de Axé (Energia mágico-universal, sagrada) quem bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva. Um banho, com o Axé das ervas dos Orixá do Candomblé, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas. Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo diretamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acúmulo de energias negativas. Ervas indicadas para preparar um banho Esta relação, são as ervas mais utilizadas, e que são encontradas para uso, estão com a nomeclatura popular, científica, yorubana yorubana e para que que orixás se destinam, destinam, ou são usadas. usadas. - Babosa - aloe vera - exú - (ipòlerin, ipè erin) - Melão são caetano-momordica charantia(oxumare,nanã)-èjìnrìn, charantia(oxumare,nanã)-èjìnrìn, wéwé - Saião/Folha da costa- kalanchoe brasiliensis (oxala) - òdundún, elétí - Erva de santa luzia - pistia stratoides (stratiotes) (osun) – ójuóró - Nenúfar/lótus - nymphaea (lótus) alba (osun) – òsíbàtà - Pimentinha dágua/Jambu - spilanthes acmella (filicaulis) (osun) - éurépepe, awere pepe, ewerepèpè - Akòko - newbouldia laevis (osayn) - São gonçalinho - cassiaria sylvestris (ogum, oxossi) – alékèsì - Sete sangrias - cuphea balsamona (obaluaie) – àmù
- Tapete de oxala(boldo) - peltodon tormentosa (oxala) - ewé bàbá - Bete cheiroso - piper eucalyptifolium (oxala) - ewé boyi - Goiabeira - psidium goiava (oxossi, ogun) - àtòrì, gúábà - Mamona - ricinus communis (exu, ossain) - lárà funfun, ewé lará - Mamona vermelha - ricinus sanguneus (làrá pupa) - exu, ossain - Peregun - dracaena fragans (ogun, oyá) – pèrègún - Alumon - vernonia bahiensis (amugdalina)(ogun) - ewúro jíje - Carqueja - borreria captata (oxosi) – kànérì - Umbauba/embaúba - cecropia palmata (agbaó/agbamoda) -nanã, xangô, oyá (vermelha) - Perpetua - alternanthera phylloxeroides (seu) – èkèlegbárá - Gameleira branca - ficus maxima (tempo, sango) – ìrokó - Canela de velho - molonia albicans (obalu) - Macassá - tanacetum vulgaris - oxum, oxalá - Melissa - melissa oficinalis – oxum - Kitoko - pluchea quitoco (obalu ) xango - Para raio/cinamomo - melia azeoarach - oyá – ekéòyìnbó - Beti branco/agua de alevante - renealmia occidentalis sweet - kaia, oxalá - Alfavaca(erva doce) - ocimum guineensis - oxalá - efínrín èrùyánntefé - Folha da fortuna - bryophylum (eru oridundun, àbá modá)- exu - Espada de yansã - rhoeo - oyá (ewé mesán) - Aroeira branca - litrhea – ogum - Poejo -mentha sp - (olátoríje) - Erva prata - Picão - elésin máso - Patchouli - (ewé legbá) exu - Anis - clausena anisata -oyá (agbásá, àtàpàrí òbúko) - Aroeira - schinus sp – ogum - Alecrim - rosmarinus officinais -oxossi - (sawéwé) - Araça - psidium sp - oxossi - (gúrófá) - Guiné - petiveria alliacea (ojusaju) – oxossi - Louro - laurus nobilis - (ewe asá) ossain - Macela - Língua de vaca - rumex sp (enuum malu) - obá, oyá - Alevante - menta sp - (olátoríje)ogum/exu - Amoreira - rubus sp(morus celsa) - egun, oyá - Dormideira - mimosa púdica (owérénjèjé, pamámó àlùro- caxixi) – oxumare - Pata de vaca - bauhinia forficata - Colônia/lírio de brejo - hedychium coronarium (toto) – oxalá - Jibóia – jokónije - Canfora - Alfazema - ewe danda – oxum - Algas marinhas - fucus - (ewe kaiá) - yemanjá. Fórmula preparada com a Babosa Indicada principalmente no tratamento de câncer, muito usada também para infecções e inflamações.
Ingredientes: 0,5 Kg de mel de abelha; 2 folhas (se grandes) ou três de babosa (aloe vera); 3 a 4 colheres de araq, ou whisky, ou conhaque, ou cachaça, ou tequila.
Preparo: Cortar espinhos bem de leve das folhas; Colocar tudo dentro do liquidificador; Bater bem.
Uso: Antes de tomar, agitar o frasco; 1 colher de sopa, sempre antes das refeições (uma de manhã, uma meio dia, uma noite), uns 15 minutos antes é suficiente. Quanto mais em jejum melhor. Fórmula para 10 dias; Repetir + 2 vezes com intervalo de 21 dias.
Ervas indicadas para preparar um banho Saião, conhecida como "folha gorda", São gonçalinho, Tapete de Oxalá ((boldo), Bete cheiroso, Goiabeira, Peregun (conhecido como pau dágua, é ideal que tenha em qualquer tipo de banho), Carqueja, Umbauba/embaúba, Macassá (excelente p/banho), Melissa, Kitoko, Beti branco, Alfavaca, erva doce, folha da fortuna, Erva prata, Patchouli, Anis, Alecrim, Araça, Guiné, Louro, Macela, Língua de vaca, Alevante, Amoreira, Pata de vaca, Colônia/lírio de brejo, Jibóia, Canfora, Alfazema.
Assisti uma Festa Foi em 09 de janeiro de 1989, na Ilha de Itaparica, praia das Amoreiras, no Ilé Agboulá, a convite do Alabá Dominguinho, sobrinho de sucessor do seu Antônio (nesta data já falecido) que me disse que se tivesse chegado uns dias antes teria assistido uma festa de mosà (moxã) uma etapa antes de ojéiniciado, de um senhor de Pernambuco. À tarde visitei a cidade de Itaparica onde tem muitas casas de veraneio e tinha muita gente, era tudo muito bonito, pois tinha a festa de caboclo que tem todo ano. Amoreira - saímos às 21:00h da casa do Alabá, leve comigo uma agenda e uma caneta, para registrar tudo que pudesse, subimos o morro com seu filho Adilson, 19, 2 filhas mais 2 rapazes, andamos aproximadamente 1.500 metros na mais total escuridão, me perguntaram se eu queria fazer um "ose" 3 acassas (300,00) mais uma vela pequena e 1.000,00 para ser arriado no axé para fazer algum pedido, concordei e foi arriado por uma das suas filhas (tem 23 com 4 esposas) , cheguei em uma casa já dentro Ilé (terreno cercado com várias construções e casas , inclusive o barracão central local das festividades e rituais), onde fiquei esperando, algum tempo depois um ojé de nome kaô, levou o "osé" para ser entregue a um Babá de Xangô (Babá Egun, espírito de luz que fala e se movimenta, espírito ancestre), estava muito quente dentro da casa, saí no pátio, próximo a entrada, cheguei perto de um portãozinho, quando saiu do barracão (o local das cerimônias religiosas) um "Aparaka" (espírito sem luz, não fala, estágio anterior a um Babá), me mandaram entrar rápido e fecharam a porta, todos bem "assustados". Ali ficamos, comentaram comigo - Hoje é dia de ITÁ, "eles saem mais cedo". Fomos ao salão, dentro deste tem uma repartição onde fica a assistência, as mulheres vão para o lado esquerdo e os homens para o direito, no salão propriamente dito, a frente da assistência, encostado na parede do fundo focam várias cadeiras, bonitas, entalhadas, de porte alto, lugar destinado aso Babá Egun da casa. Nos acomodamos como dava, eu fiquei próximo aos atabaques, bem na frente, queria ver tudo de perto, a curiosidade e ansiedade era muito grande, a expectativa não demorou muito; apareceu um Aparaká na porta da entrada, todos correram no sentido do salão (sem poder adentrar ao mesmo pois é "lugar sagrado" não se adentra sem ser chamado ou convidado), vieram dois ojés com seus isan (ixãns) batendo no chão à frente do Aparaká e o afastam, ele deu a volta (pelo lado externo do barracão) e retornou ao salão por uma porta interna, foi saudado por todos com palmas e os ojés pediram licença para "despachar" exu. Iniciam com um toque de Alujá, são dois atabaques grandes que são tocados com as mãos e um pequeno no centro este já tocado com aguidavi e mais um Gã (uma picareta) tocado por um quarto elemento. No barracão, já separado às mulheres à esquerda e os homens à direita - as mulheres tem cargo - a molecada (uns 8) faz muita bagunça durante o toque não respeitam muito, ficam mexendo uns com os outros e com as meninas do outro lado; alguns homens (4) parecem que não estão nem aí, nesta casa não entra adé (homossexual). Fico observando, são 12 ojés, quatro deles com sapatilhas; foi feito um pequeno ebó numa menina, o carrego foi levado por vários ojés pela porta lateral do salão, batendo seus "ixãns".
Um ojé mais velho fica no centro cantando e os demais juntamente com o povo em geral respondendo, são cantigas em Yoruba, algumas delas tem frases conhecidas, outras totalmente novas para mim. A sua frente uma bandeja bem grande sob um cavalete, com várias oferendas em cima, após algumas cantigas 2 deles pegam esta bandeja e andam em círculo, os demais seguem em fila indiana, entram pela porta lateral todo o cortejo e somem. Me pediram para passar um dinheiro pelos olhos para poder ver egun e não Ter problema (mas só pediram para mim) e entregar a um deles, logo a seguir entrou um Babá egun murmurando frases em algum dialeto africano, provavelmente em Yoruba, a cada um que entrava, eu perguntava a um dos rapazes que estava ao meu lado o nome do Babá e ia anotando, sempre de forma discreta, este chamava-se KELEBÈ, algumas cantigas eram respondidas; sentou-se em sua cadeira, bem ao centro, cantou e responderam, levantou, saiu e logo voltou, 4 mulheres ficaram ajoelhadas em sua frente, já no salão, e a medida que ele falava, elas faziam gestos tipo "se limpando", cantou e dançou muito bem, de uma forma diferente, tinha na mão direita uma espada, com esta faz alguns atos ritmados, sempre o povo cantando e batendo palma, é tudo muito bonito e realmente sente-se uma forte energia e vibração no ar, a participação de todos de uma forma geral, é de muita fé, realmente se entregam e se empregam no estão fazendo; ele pára e conversa com o povo, é uma voz gutural, parece que vem de dentro da garganta, de uma forma rápida até parece apressadas e sobrepostas, fica até difícil sua descrição, mas encanta e prende a atenção, é realmente algo místico; ele dança com passos curtos e rápidos, tipo um Alujá; os ojés ficam agachados a sua frente impedindo que o babá egun avance sobre o povo, o que ele tenta diversas vezes, dança mais um pouco e se recolhe. Aparece um Aparaká e é aplaudido, na sala agora só tem 4 ojés, por um momento tudo fica parado, passam 30' entra um novo Babá pela roupa, de Xangô, mesmo estilo de dança, na mão direita uma espada tipo alfanje, outro tipo de voz, bem fina , mas gutural, para dentro; entra outro Babá, saúda as cadeiras e sentou-se, ficam os dois na sala, um deles chamas 2 crianças dá algumas ordens tipo: pular (eles pulam), gargalhar (obedecem, é estranha as crianças forçarem, mas obedecem prontamente) cantar, eles cantam; Os Babás se cumprimentam; pede que as crianças se ajoelhem e cantem para ele, assim fazem; ele entra pela assistência dançando, passa bem perto de mim, vem um ojé para me proteger com um ixãn, as crianças cantam e o povo responde é muito bonito as cantigas e a dança, ele vem novamente para cima de nós, nova correria. Um 3º Babá (mesma voz do 1º) fala várias coisas e o ovo responde - axé - este é um egun de Xangô OMONINLÊ, entra um Aparaká, OMONINLÊ conversa muito com uma mulher, devido a muita falação Babá avançou para o nosso lado, foi um esparramo, me espremeram numa porta que dava para um quartinho ao lado dos atabaques, que cabia uns 20, entrou mais ou menos uns 50 num tempo recorde de 3 segundos, quem não conseguiu se amontoou num canto do barracão se espremendo e se empilhando uns 10, outros se bandearam (se jogando por cima da divisão) para o lado das mulheres, ele se aclamou, voltou para o centro e dançou. Notei que os ojés mais velhos sumiram aos poucos mas em pouco tempo, eram meia noite e cincoenta; a porta da frente fechada, tem um guardião, nenhum leigo sai (no caso era só eu); os de sapatilhas reapareceram por volta da 1:00h da manhã, vem um 4º Babá de Xangô, um 5º e + 1 Aparaká, o 6º e entra mais um, o 7º Babá, este é bem pequeno, com 1 metro e vinte, uma roupa comprida, tipo véu de noiva que se arrasta atrás dele, ele é muito engraçado, fala com voz de criança e dança tipo de arrastando; eu já estava quase dormindo, perguntei aquele amigo que me explicava as coisas, se tinha alguma coisa para beber, disse que podia buscar lá embaixo na vila uma cervejas, mandei trazer 4, entra um 8º Babá, de Obaluayiê, um 9º um Babá "maior" que senta na cadeira do meio, uma moça se aproxima e joga perfume nele, ele gosta e fica na sala por mais de 1 hora, alterando entre sentar, cantar e dançar, entra o 10º Babá, do Omolu, é muito reverenciado e senta no centro, chama-se BABÁ MIM, nesse instante vem um ojé e percebe que eu estava escrevendo (até então ninguém notara, pois fazia de uma forma bem discreta), me toma a caneta e diz que é proibido escrever, me dá uma "baixa", faço uma cara de idiota como que não sabe de nada e que não é comigo a coisa, guardo minha agenda, passa uma duas horas, quando já dava por perdido meu dinheiro (aquele da cerveja), aparece o rapaz com as 4 cervejas, ofereço a todos e consolido mais a amizade e com mais alguns rapazes, assisto o resto da "sessão" , já é madrugada, eles se despedem aos poucos, desejando felicidade a todos e axé, da
minha parte agradeço, fazendo os gestos que vi as pessoas fazendo, um gesto com as mãos como se puxasse para mim uma energia presente no ar. Todos Babás egun vão embora pela porta lateral, o porteiro abra a porta da entrada, liberando a saída, descemos a ladeira, pois fica no alto de um pequeno morro, tendo a sua entrada uma grande árvore de Akoko, e vamos embora.
Candomblé não é Umbanda Elucidar de uma forma definitiva a diferença entre Candomblé e Umbanda, é um dos meus grandes objetivos com esta obra, pois a frase mais comum que ouvimos como candomblecista, após uma explanação mesmo que resumida é que: eu achava que tudo era a mesma "coisa". O que primeiro respondo quando me perguntam sobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que: não há semelhança, esta eu considero a melhor resposta, pois é o fato, não há a menor semelhança. A começar pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquele continente, que é o berço da terra, de forma que se funde sua origem com os primeiros contatos de pessoas que lá chegaram, existem citações na teologia africana que Odudúwa era Nimrod, o conquistador caldeu primo de Abraão e neto de Caim, que foi designado por Olodumarè para levar a remissão e a palavra de Olurún (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados, viviam na África. Este fato data de 1850 A.C., sendo que Caim pode ter vivido entre 2100 a 2300 A.C. - Oranian , neto de Odudúwa , viveu em 1500 e seu filho Xangô por volta de 1400. As coincidências existentes nos rituais africanos, como a Kaballah hebraica, são imensas, e vem provar a tese da estreita ligação entre Abraão, pai dos semitas, e Odudúwa, (Nimrod) pai dos africanos. Isso pode ser constatado no relacionamento existente entre o símbolo de um elemental africano chamado Dan a serpente, e uma das 12 tribos de Israel, cujo nome é Dan, e seu símbolo, a serpente telúrica. Citação que faremos adiante na Teologia Yorubana que fala da criação da terra. De uma forma básica, no Candomblé não existem "incorporações" de espíritos, pois os orixás, de quem sentimos força e vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja não são "entidades", mas elementais puros da natureza, criados por Olorún. No Candomblé a consulta é feita através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil), forma de leitura exclusiva do povo candomblecista, que trataremos em capítulo próprio, e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundos dos reinos vegetal, animal e mineral, através e ebós, oferendas, Orôs (rezas) e rituais africanos. A Umbanda por sua vez, sem qualquer demérito a quem a pratica, pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação, é uma religião brasileira, que advém do sincretismo católico-feitichista, necessário em uma época de grande repressão das religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem, e esta adaptação se fez necessária, a partir desta premissa, a Umbanda começou tomar corpo, com algum conhecimento de alguns africanos no trato com seus ancestrais, que era comum a "incorporação" de algum ente falecido, por um elégún (aquele que é montado por) por motivos familiares. É muito comum nos dias de hoje, Ilês que praticam Candomblé e Umbanda, porém em dias, horários e formas diferenciados, mas é uma atitude não compactuada, bem como a utilização do sincretismo com os santos católicos, pelas tradicionais Casas de Candomblé cujas raízes foram plantadas no Nordeste do país, mais precisamente em Pernambuco e na Bahia. A Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium "incorporado", e os "trabalhos" pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais.
A verdade a qualquer custo - Doa a quem doer Umbanda é deste século, e utiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro aspecto, em especial, vou me ater a figura de Exú. Na sua qualidade de ser ambivalente, positivo e negativo, bem e mal, de uma forma definitiva, esta situação de bem e mal, também está associado à todos os seres humanos, e nem por isso, somos o diabo, ninguém é totalmente bom, 24 horas por dia, 360 dias por ano, a sua vinda inteira; o inverso também é verdadeiro, convivemos com o bem e o mal, porém Exú, na sua condição, só fará alguma coisa, se e somente se, for mandado, portanto quem faz o mal na realidade é quem pede, e que pela própria lei da natureza, pagará, pois segundo a lei mais certa que existe, a lei do retorno - "Toda ação gera uma reação, com a mesma intensidade, em sentido
contrário", quer dizer, tudo que vai, volta, a experiência nos comprova isto, e geralmente, da forma que mais dói, no bolso ou na saúde (tarda mas não falha); isso posto, em quem está a maldade? Sem mandante, ela simplesmente não existiria, e, mais uma vez EXÚ PAGA O PATO. Em mais de vinte anos de pesquisa, e não foi pouca, as maiores e melhores obras, dos maiores e melhores autores, sobre religiões africanas, sejam brasileiros, ingleses, franceses, africanos, babalorixás, antropólogos, babalaôs, nunca li nada que se referisse à exú mulher, ao contrário, sua forma é fálica (forma de pênis), sempre no sentido de elemento fecundador, fertilizador e nunca elemento fecundado, nunca houve qualquer simbolismo ou ligação com uma "vagina", em sua ambivalência, assume situações duplas, mas nunca, macho e fêmea. Tudo se inicia, com a palavra bombogira, que é o nome dado à Exú macho por excelência na nação de Angola, uma corruptela desta palavra, utilizada somente pela Umbanda, gerou a expressão "pombogira", como forma de um exú mulher, em cuja manifestação, a pessoa, seja homem (homem?) ou mulher, assume uma atitude sensual, atrevida e em alguns lugares, sob esta manifestação, a prática do ato sexual em si; é muito comum, se a mulher tem vontade, libido forte ou até mesmo por necessidade (a prostituição), é porque uma pombagira está "encostada", o que seria uma situação normal, natural; A POMBA GIRA PAGA O PATO. Qualquer incorporação, deste gênero, que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é umbanda; a única manifestação "semelhante" no Candomblé, é a figura do Erè, que, assim como o orixá, é um elemental da natureza, com uma conduta infantilizada, e que nunca passou pela vida, portanto não é um egun (espírito de morto), tem função específica, uma delas, se comunicar pelo orixá, justamente pelo fato de que ele não fala, que nos referimos como "estado de erê", tal pessoa está com, ou de, erê. A incorporação, eu imagino, vem de necessidade do ser humano (que é incrédulo por natureza), de crer e confiar, para crer, tem que "ver" algo, no caso o espírito manifestado, falar com ele, ouvir coisas que confirmem ser real ( o que muitas vezes acontece), e para confiar, o consultor não poderá se "lembrar" do que ouviu, como confidência, ou segredo, pois em várias situações, estão envolvidos, conversas e pedidos escusos, se utilizando assim da "inconsciência" relatada nas religiões africanas, a qual também a coloco, em outro capítulo da forma como a vejo e sinto. Falo muita propriedade e experiência, pela vivência de muitos anos no meio, o objetivo não é em momento algum, desmascarar quem quer que seja, muito menos denegrir, desmerecer ou tirar o valor da Umbanda, pelo contrário, bem praticada e bem conduzida, tem enorme valor e função social na comunidade, quer seja: na solução de problemas de saúde, família, trabalho, amor... Existe forte vibração de uma energia, no ato da "incorporação", variando muito de pessoa para pessoa, em muitos casos, com real valor e força, porém, a inconsciência total ... o único objetivo é a realidade, que é benéfica para todos nós, a medida em que nada temos que esconder.
Ciência e Religião Eu concordo, não porque foi considerado o gênio do século, mas que várias situações levam à isso, quer sejam, a constatação que a experiência, os testemunhos e resultados apurados através de pessoas que alteram seu comportamento, a nível de melhoria na saúde, disposição, energia, sistema nervoso, otimismo, caminhos e objetivos materiais, enfim em várias áreas, quando recorrem à situações que as religiões propiciam, quer seja por alguma conduta ritual, um ato de fé, um procedimento de oração, meditação, conscientização, pedido de perdão, amor verdadeiro, arrependimento... O inverso também é verdadeiro, a pessoa atingida por uma carga/energia negativa, inveja, sentimento negativo, magia, egun (espírito desencarnado com problemas quando em vida), ambiental...tem o procedimento inverso, queda ou não melhoria da saúde, na vida pessoal, no trabalho, energia, sistema nervoso alterado com angústias e depressões,... quase que tudo ao mesmo tempo, parece que o mundo desaba sobre a cabeça e a vida desta pessoa. Percebe-se que estas energias não transitam num sistema conhecido de tempo e espaço, mas por planos "paralelos", como? Ora, uma magia com forte energia negativa(magia para o mal, inveja...) ou positiva(magia para o bem, oração, ato de fé...) é emitida em um local, e o efeito é sentido em outro local, às vezes muito ou pouco distantes, isto não influi, em tempo diferentes e incertos, quer sejam
para o mal ou para o bem(curas...) prova que para estes tipos de energias não existe este nosso conceito de tempo e espaço. A filosofia da China antiga é que o corpo humano tem o poder de se auto curar, desde que haja equilíbrio harmônico de todos os órgãos internos, além da situação de fé e equilíbrio espiritual. O Egito antigo por outro lado tem em sua filosofia a utilização de energias para seu benefício, das pirâmides, de diversos elementos símbolos, e sua fé e crença no esotérico, no espiritual...
No Candomblé existe o axé, energia pura, elemento central para soluções, espirituais ou materiais. Penso cada vez mais que quando executamos um procedimento ritualístico, que através dos elementos portadores de axé, geram uma energia, e o corpo humano, através de um processo interno, faz ou deixa de fazer, a produção de elementos/produtos necessários a auto-cura ou mesmo manutenção de estabilidade, exemplos: cerotonina, adrenalina e outros tantos que desconheço por não ser minha área, e estes elementos produzidos a mais ou deixados de produzir, que levarão o indivíduo ao malefício ou benefício físico que proporciona a doença ou a cura, a medicina inteligentemente chama de doenças com origem psico-somáticas, não deixa de ser por ter origem em nosso cérebro (em seu todo, glândulas, etc.) grande emissor deste elementos que equilibram ou desequilibram nossa saúde física e mental.
Conclusão: energia é ciência, fé é religião, religião gera energia que gera cura e melhorias, que por sua vez é ciência. Einsten já dizia que não é possível a ciência sem a religião, uma crença e vice versa, a religião sem a ciência/medicina. Ciência e religião são natureza. Os orixás são natureza pura. Em algum instante, percebemos isto, quando uma criança cai febril, só rezar poderá não resolver, um simples analgésico pode lhe salvar da morte, isto mostra que a religião precisa da ciência e vice-versa, quando lhe é administrado um remédio e o mesmo não cumpre sua função, observamos que quando acompanhado de um procedimento ritualístico ou ato de fé, a cura se processa, a interação da religião com a ciência. Esta situação exposta é um pensamento e postura totalmente pessoal.
Identifique seu Orixá Não faça ou não deixe de fazer nada por temor, mas por amor ao seu Orixá. Para que você possa identificar ou confirmar seu Orixá, é preciso que leia com muita atenção este grupo dos conjuntos de características, são 18 ao todo e estão numeradas. Preencha o questionário no qual deverá indicar qual o número da que mais se "encaixa" com você, apesar de haverem algumas características semelhantes entre elas, uma com certeza se destaca. Caso isto realmente não ocorra, relate o que acontece. Com o conhecimento do seu Orixá, poderá saber algumas coisas básicas, para fortalecê-lo e se relacionar com ele, bem como, seu dia, cores, oferendas...
Muito importante: Algumas pessoas leram apressadamente ou não leram todo grupo dos conjuntos de características (cada Orixá "imprime" ao seu "filho" um estereótipo de caráter e personalidade) o que comprometeu a resposta. Para evitar distorções e um melhor aproveitamento deste trabalho pioneiro, imprima o grupo de características, para que possa ler com calma e atenção, e após, preencher o questionário, que está disponível no final desta página. Grupo dos conjuntos de características
Ler com muita atenção
1 - Mais comum em pessoas do sexo masculino Aparentemente fechado, altivo, arrogante numa primeira impressão, após lhe conhecerem, as pessoas mudam de idéia. Não medem tempo e esforço para desenvolver um trabalho, desde que haja retorno. Acha que ninguém faz melhor determinadas coisas. Em casa quando lhe pedem alguma coisa, em primeira instância pode dizer não, porém deixa passar um tempo e pode aparecer com aquilo pedido como uma surpresa. As vezes desconfia das pessoas num primeiro contato, inexplicavelmente simpatizam com outras num 1º contato, fazendo todo tipo de favores, dando até a roupa do corpo de necessário, e é neste 2º caso que tem os maiores prejuízos. Demorados, disciplinados e meticulosos quando vão fazer alguma coisa de responsabilidade. Responsável, sério, competente, gostam das coisas bem explicadas. As vezes se irritam de forma agressiva, mas para as vias de fato tem uma grande distância. Severo, imperioso, gozador e brincalhão, autoritário, galante, obstinado, maduro, sensual, intelectual, justo, equilibrado, decidido, amoroso. Muitas vezes não sabe cobrar, onde tem dificuldades financeiras apesar da sua capacidade, alguém tem fazer este serviço por ele. Empenhado nos negócios, convencedor, ambicioso, se julga tratar os negócios como ninguém. egocêntrico, mandão, político, indeciso e tímido para iniciar novos caminhos e negócios, mas depois que começa vai bem, líder nato, acha que normalmente não está errado. bom orador, se necessário lida com multidões, tem medo da morte e diante de doenças ficam fragilizados, por vezes é explosivo. Quando apaixonado, procura ser fiel, é ciumento e possessivo. Quando está bem é sexualmente bem ativo, eloqüentes, sociáveis e bom ouvinte, gosta de dar a última palavra, se mostra autoritário, forma e mantém amizades duradouras. Quando estão livres estão envolvidos em novas aventuras, e a paixão atual é a maior e única.
2 - Mais comum em pessoas de sexo masculino Espírito jovem, romântico, ágil, flexível, inteligente, delicado e volúvel. Aprecia a riqueza e corre atrás do poder, emotivo, nervoso, controlado, calado e paciente para fazer as coisas parecendo ser vagaroso, ora seco e respeitoso, as vezes tem um temperamento violento, impulsivo e briguento. Não perdoam com facilidade as ofensas. Em alguns casos são exigentes no tocante a temperos. São amigos fiéis, ocasionalmente estão envolvidos em disputa, analistas, desconfiados e perceptivos, sabem jogar um "verde", despertam interesse nas mulheres, tem vários relacionamentos sexuais, despertam interesse nas mulheres, não são muito fiéis. Raramente adoecem, tem como principal objetivo vencer na vida, não medindo trabalho e esforço para alcançar seu objetivo. Difícil de mudar de opinião, não gosta de críticas, não gosta de dividir lugar de destaque, gosta de esportes variados , orgulhoso, franco, não gosta de fraquezas dos outros, cuidadoso, metódico e imponente, espiritualista, busca a verdade. Gosta de crianças e família, ciúme mais por orgulho e machismo. Seu sucesso é baseado em seus méritos. Possessivo, vaidoso e briguento por amor. Muito exigente. Não recebe ordens. Veste-se bem. Guerreiro, fiel e atencioso (quando ama), ora tímido, astuto, combativo, indecifrável, solitário, manhoso, difícil de ser tratado, guarda rancor, de difícil perdão, agitado, instável, persuasivo, resignado, não sabe pedir desculpas, obstinado, responsável, simpático, cortes e afável, grande amante, sexualmente potente.
3 - Comum em ambos os sexos Faz muitos planos e conta para os outros, poucos conclui, exteriormente aparentam segurança e autosuficiência, porém internamente inseguros e carentes, frágeis e volúveis Ansioso, nervoso, agitado, trabalhador ferrenho e dedicado, desprovido de vaidade, ora desleixado com roupa e na atividade sexual, quando sua prioridade é trabalho. Normalmente elege alguém como sua "muleta" a quem tudo conta e se aconselha. É capaz de atos de extrema bondade e inversamente de cobranças extremas por ato de exagero no trato com subalternos, causando dificuldade e desconforto. Brigam com facilidade e também perdoam com facilidade, logo em seguida, teimoso, orgulhoso (por teimosia e orgulho é capaz de passar uma vida sem baixar a guarda), motivo pelo qual, quando percebe que alguém está com a razão ou o conselho lhe serve, espera passar um tempo e sem que as pessoas percebam começa a agir da forma recomendada. Tem boa fé a credita nas coisas espiritualistas, porém não muito dedicado,
mais recomenda para os outros. Impulsivo, ansioso, quer as coisas na hora, por impulso faz determinadas coisas e depois vê como é que fica, inclusive no tocante a compras. Sensível e de poucos amores, tem atenção especial por idosos e doentes, muito apegado a família bastante crítico com a mesma mas não admite críticas externas. Suporta privações, curador, intuitivo, perigoso, protetor, generoso, vingativo, intolerante, crítico, frustado, bruto, sempre querem mais, parece estar sempre insatisfeito, cheio de altos e baixos, porém sempre em última instância quando tudo parece não ter mais solução, aparece uma luz no túnel e se reerguem prosseguindo sua vida. Observam regras e disciplinas morais, não conversam muita na educação e orientação, preferem mostrar com atos e exemplos. Pessoa obstinada honesta e de boa fé mas são rancorosos, sérios e bravos. Gostam de prestar ajudas aos outros e estão sempre a disposição quando solicitados. Tímidos, reservados e de poucas palavras e tem tendência a autopiedade. Quando em mulher, não gostam de trabalhos caseiros, preferem o trabalho fora, independentes, gostam mais de mandar que receber ordens. Passam necessidade e não dão o braço a torcer, impulsivas, sensíveis, carentes, mandonas, vaidosas, femininas, inseguras, protetora, amiga, trabalhadora, determinada, quando quer tem a língua ferina, sabendo como atingir.
4 - Mais comum em pessoas do sexo feminino Autoritária, altiva, maternal, dominadora, possessiva, pouco romântica, ora traiçoeira e rancorosa, violenta, ambiciosa, generosa, amorosa, voluptuosa, tranqüila, lenta, com poder de cura, distante e correta. protetora, competente, dedicada, mandona, intrigante. Autoritárias e persistentes com relação aos filhos, preocupadas, responsáveis e decididas. Amigas e protetoras, super mães. Agressivas e até traiçoeira, quando a segurança dos filhos e da família está em jogo. Falantes e não gostam da solidão. Gentil, compassiva, compreensiva e apegada a família. Honesta e amante das crianças. Organizada e pontual, gosta da simplicidade. Faz o que é previsto sem muita imaginação. Seu humor é variável, possui coração bondoso e consegue o que quer. Veste-se na moda mas é discreta. Vaidosa, principalmente com os cabelos. Frágil, sensível e chorona Geralmente tem postura altiva e elegante.
5 - Mais comum em pessoas do sexo feminino Não gosta de ser vigiada, mandada, controlada, pois é ciente da sua responsabilidade, sensitiva e intuitiva, sensibilidade a perceber "cargas" nas pessoas e ambientes, "sentindo" por um momento esta energia pesada, mas que passa em seguida, sensibilidade a perceber se as pessoas são honestas e corretas, são francas e corretas, motivo pela qual as pessoas confiam nela com facilidade. Espiritualista, gosta do certo e do correto, procura fazer as coisas com perfeição, senão não se sente satisfeita. "Mão" boa para cura, "trabalhos" e ajuda astral/espiritual, como também se rogar uma praguinha pega também, normalmente o que faz para os outros funciona, mas para si não (motivo pelo qual sempre alguém tem fazer algo por ela). No trabalho desenvolve sua atividade com "macetes" próprios para maior rapidez e perfeição do mesmo. Não quer peguem ou usem suas coisas sem que lhe peçam, mesmo que não queira mais (inclusive marido e namorado). Quando algo não sai bem, se emburra e faz "bico". Aparentemente calma, mas se provocada tem "guerra" e da boa, com pessoas de relacionamento mais próximo, guarda até "estourar", não há muito meio termo, ou é 8 ou 80, se tiver que dizer e resolver é na hora. Por orgulho ferido e não saber como concordar ou voltar atrás em determinadas situações, que as vezes é necessário, pode sofrer por longo período ou uma vida inteira. Quando ama é fiel e dedicada, ciumenta e possessiva. Se necessário se abstém de benefícios e diversão própria em favor de um bem maior (sua família, sua vida conjugal) pois gosta de uma vida social ativa. Vaidosa, altiva, aparentemente segura e auto suficiente, elegante, eloqüente, atrevida, temida pelas mulheres, ativa, esperta, briguenta, escandalosa se necessário "roda a baiana", dedicada, impaciente, colérica, sensual. Vistosas (ou procuram sê-la) e gostam de roupa da moda e objetos de adorno. Seu temperamento é forte. Gosta de ser envolvida por pessoas marcantes e que possam protejê-la. Assim como está alegre e cortês, pode se tornar áspera. Aparentemente nada teme e odeia se sentir velha. Gosta dançar e não é muito de guardar confidências. Passional, audaciosa, alegre, agitada, líder, vaidosa, intrigante, irritável as vezes vingativa e ferina no falar. Ora extrovertida e engraçada, franca, gosta da natureza, ambiciosa
e de temperamento forte, lutadoras, guerreiras e comunicativas, gostam de viagens. Quando negativas ou com problemas pessoais, tendem a depressão e angústia. Não aceitam mentiras e gostam de pontualidade.
6 - Mais comum em pessoas do sexo feminino Sensível, emotiva, se emociona e chora com facilidade, faz da sua parte afetiva o ponto central da sua vida, se no amor está bem, tudo vai bem, se está mal, tudo vai mal; motivo pelo qual são ou se tornam ciumentas e possessivas. Muitas vezes estragam seu relacionamento, pelo excesso de cobrança junto ao parceiro, até mesmo sem perceber ou achar que é natural. Pela sua sensibilidade afetiva, cria uma expectativa de recebimento de atenção (gosta de ser elogiada e paparicada), carinho e romantismo, que quando não acontece (alguns homens não possuem esta sensibilidade, ou ao menos nesta intensidade) a cobrança e a imaginação é automática, na qual o parceiro às vezes paga sem dever, ou de tanto "pagar" pode vir a se afastar, pois quando "se aperta demais o parafuso, espana" . Se entrega e entra de cabeça com muita facilidade nos relacionamentos, sem reservas afetivas, demonstra com prazer e naturalidade seu afeto e amor. Quando as pessoas lhe conhecem num primeiro contato pode passar a impressão de "nariz empinado", mas na sequencia mudam de idéia. Vaidade apurada e precoce, não sai de casa sem se sentir que "está bem", mesmo vá a algum lugar próximo (padaria, farmácia...). Determinada no trabalho, executa com vontade e determinação, pois não gosta da pobreza, ao contrário, quando podem, gostam de produtos de marca e qualidade. No sentido que querer ajudar, entra em questões alheias, e acaba se metendo em confusão. Altiva, ciumenta, provocante, sedutora, briguenta, nervosa, vaidosa, amorosa, morosa, respeitosa, autoritária, ora mentirosa, astuta, as vezes hipócrita, volúvel, infantil, guerreira, submissa. Quando pode procura ajudar. Boa anfitriã, não confia e não acredita em muita gente. Pessoa graciosa e elegante, gosta de boas jóias, roupas e perfumes caros, escondem desejo e vontade de ascensão social. Principalmente em casa, gosta das coisas bem arrumadas, e exigente, quem desarrumar que arrume. Curiosa e boa memória, não demonstra sua ambição.
7 - Comum para ambos os sexos Passa da calma para irritação com facilidade, teimoso, impulsivo. Inseguro com relação ao futuro, dúvidas se gostam de si ou se gosta das pessoas, períodos que entra em depressão com certa facilidade. Quando se defrontam com um problema mais sério, o primeiro impulso é dar a volta, postergar o enfrentamento, prefere sair, viajar. Diferente dentro e fora do seu lar, fora mais amigo, mais afetuoso, mais compreensivo, dentro, mais irritado, parece que põe pra fora seu nervosismo e instabilidade, em algumas situações as outras pessoas "pagam o pato" por seus problemas e dificuldades. Teimoso em opiniões e no sentido de fazer algo, mesmo que lhe digam que não dar certo, mesmo assim faz por teimosia, como que para provar, e lá na frente vai perceber que só perdeu tempo e tem que recomeçar. Quando quer é muito carinhoso, sensível, fica "sentido" com certa facilidade. Gosta de saber sobre "tudo" para poder conversar sobre qualquer assunto, procura se aculturar e se adapta em qualquer meio social. Gênio forte, de difícil controle, "fecha portas" e cria barreiras com pessoas, por frases e palavras fortes que diz num momento de impulso, e depois fica difícil de consertar pelo seu gênio e teimosia. O certo é o que acham e não o que as pessoas ou uma sociedade diz. Possessivo e briguento por amor. Gosta de amigos mas não confia muito, exigente. Não gostam de receber ordens. Veste-se muito bem, porém dentro do seu bom gosto que às vezes pode parecer exótico. Líder, benevolente, generoso, responsável, confuso, ansioso, rígido, ora hipocondríaco. Dotados de sabedoria, pela sua busca de respostas e aprimoramento de conhecimento geral. Gosta de lugares em que possa aplicar e colocar suas idéias e projetos, tem forte lado social. Bom projetista e organizador, mantém suas coisas organizadas e não gostam que peguem ou que mexam. Aparência modesta e reservada. Não gosta de pedir ajuda. Procura manter uma postura, observador. Não sabe disfarçar suas emoções. Fraco para bebida, tendência a ter problemas de aparelho digestivo (sistema nervoso com muita atividade). Guerreiro, valente, combativo, geniosos, intuitivo, instável, líder, benevolente, generoso, responsável, confuso, ansioso, rígido, introvertido.
8 - Comum para ambos os sexos (com fortes características do nº 7 também) Sensível a bebida alcoólica, teimoso, ranzinza, exigente com relação a padrão e comportamento das pessoas, com os seus no que tange à moral, gosta dos filhos a sua roda, se possível a vida inteira. Agride as pessoas não pelo que diz mas como diz, quando vê já disse, brigão se preciso, não leva desaforo pra casa impotentes, calmos, intolerantes, turrão, invocado, responsáveis, ranzinzas, calados, tímido, de poucos relacionamentos, poucas pessoas lhe entendem. Amadurecem precocemente, começam cedo na vida com trabalho e responsabilidades, envelhecem fisicamente mais cedo. Impulsivo, rígido, respeitoso, conservador, valente combativo, instável, sensível, se irrita com facilidade, as coisas tem que ser do seu jeito, quando sente que não consegue mudar uma situação, se afasta. Não gosta de receber ordens e não demonstra o que pensa ou o que sente, salvo para pessoa muito especial. Reservado, não é dado a muitas brincadeiras e festas.
9 - Em ambos os sexos Tem temperamento infantil, são jovialmente inconsequentes, brincalhão, irrequieto e alegres. Como crianças, de modo geral, gostam de estar em festas e atividades esportivas e sociais. Eternos jovens brincalhões, irreverente e enérgico. Mesmo adulto possui característica infantil.
10 - Ambos os sexos São pessoas espertas e ágeis, são de boa fé, pois acreditam em tudo e em todos. São místicos e muito intuitivos. Seu lado emocional aflora com muita facilidade, pois torna-se carismático e carinhoso. Gostam de querer fazer tudo, mas são muito indecisos e inseguros, com grande probabilidade de não terminar nada. Adora apresentar-se em público, tornando-se o centro das atenções. Gosta de roupas práticas e gosta muito de ajudar os outros, mas detesta quem invade sua intimidade. Adora dormir e é um pouco preguiçoso. larga tudo por amor. Seus filhos são francos, amáveis e rancorosos. Geralmente tem peito bem desenvolvido, estatura média/alta com pele sensível. refinado, exigente, sensível, discreto, rancoroso. Aristocrático, fisicamente magro e esbelto, nervoso, galante, agitado, sorriso irônico, olhos aguçados, elegante, bom gosto, aprecia jóias e obras de arte, inteligente, espírito curioso e observador, conhece a vida de todo mundo, esnobe. Quando rico é generoso e quando pobre avaro. Nunca ataca pela força, mas sua arma é a língua. Solitário, no trabalho gosta de silêncio e concentração, observador, ágil, esperto, sempre atento. Seu objetivo em primeiro lugar. Líder e independente, ora pacientes. Rápido e espontâneo nas ações. Comunicativo, amante e sonhador, romântico e vaidoso, passam por esnobe e exibicionista, gosta de exercer sua qualidade de líder no meio social. são de boa fé, pois acreditam em tudo e em todos. São místicos e muito intuitivos. Seu lado emocional aflora com muita facilidade, pois torna-se carismático e carinhoso. Gostam de querer fazer tudo, mas são muito indecisos e inseguros, com grande probabilidade de não terminar nada. Adora apresentar-se em público, tornando-se o centro das atenções. Gosta de roupas práticas e gosta muito de ajudar os outros, mas detesta quem invade sua intimidade. Adora dormir e é um pouco preguiçoso. larga tudo por amor. Seus filhos são francos, amáveis e rancorosos Geralmente tem Peito bem desenvolvido, estatura média/alta com pele sensível Jovem, romântico, ágil, flexível, inteligente, delicado e volúvel, aprecia a riqueza e corre atrás do poder, paciente, emotivo, nervoso, calado e paciente para fazer as coisas, seco, respeitoso.
11 - Ambos os sexos Detesta quem invade sua privacidade. Severo, austero, combativo, viril, autoritário, protetor, solitário, paternal, exigente, guardião da moral, generoso.
12 - Mais comum para sexo feminino
Seca, taciturna, saúde precária, enérgica, nervosa, honesta, trabalhadora, previdente, sóbria, prática, casta, autoritária, apegada aos filhos. Volúvel, sonhador, aprecia jóias e coisas caras, amoroso, inteligente. Observador, guerreiro (mas logo se cansa), sensual, geralmente bonito fisicamente, magro, alto e esbelto, irrequieto, intuitivo, generoso, mentiroso. De personalidade mutante, pode mudar algumas vezes durante o dia. Encantadora, autoconfiante e falante. Se remexe constantemente. Temperamental e orgulhosa, mesmo errada não reconhece. Gosta de ser o centro das atenções.
13 - Ambos os sexos Temperamento forte, sensual, ciumenta, apaixonada, não tem sorte no amor, carente, solitária, fiel, sofrida, guerreira, combativa, impetuosa, vingativa. Inconstante e indeciso, reflete o caráter dualístico. Encontra dificuldade em situação onde é preciso se definir. Carinhoso, amoroso e sensual. Alienadamente frio e calculista, orgulhoso e vaidoso, ao mesmo tempo reservado e um pouco calado. Ciumento, um tanto solitário e discreto, e ao mesmo tempo atraente e sedutor. Volúvel, sonhador, aprecia jóias e coisas caras, amoroso, inteligente. Observador, guerreiro (mas logo se cansa), sensual, geralmente bonito fisicamente, magro, alto e esbelto, irrequieto, intuitivo, generoso, mentiroso.
14 - Mais comum para sexo feminino Observador, calado, atormentado, incansável, debochado, saudosista, nervoso e intransigente. Envolvente, sedutora, temperamento forte, agressiva e objetiva, honestas e moral. É guerreira por natureza não perdendo tempo com futilidade. Não cultiva amigos por achar que são interesseiros. Muito simples não sentem-se bem em festas ou reuniões. Não existe prazer no sexo com raras exceções. Sua vida sentimental é muito difícil. É ingênua, tolerante e crédula. Geralmente tem nariz largo, sobrancelhas grossas, rosto redondo, lábios acentuados, pessoa de estrutura forte. Temperamento forte, sensual, ciumenta, apaixonada, não tem muita sorte no amor, carente, solitária, fiel, sofrida, guerreira, combativa, impetuosa, vingativa.
15 - Ambos os sexos Seus filhos de são cordiais, pacíficos e orgulhosos, possui muita sorte e encoraja as pessoas a buscarem seus ideais, seu tema é a ecologia. Detesta pedir ajuda, controla muito bem seus sentimentos e possui jeito ingênuo. Geralmente tem rosto oval, nariz proporcional, magro, cabelos compridos, por vezes tem o queixo encompridado, pés e mãos grandes e afinados. Caráter equilibrado, controla suas emoções e sentimentos, defensor da natureza, local onde se sente bem, não é de julgar e condenar. As simpatias e antipatias não intervém em suas decisões ou influenciam suas opiniões cordiais, pacíficos e orgulhosos, possui muita sorte e encoraja as pessoas a buscarem seus ideais, seu tema é a ecologia. Detesta pedir ajuda, controla muito bem seus sentimentos e possui jeito ingênuo. Geralmente tem rosto oval, nariz proporcional, magro, cabelos compridos, por vezes tem o queixo encompridado, pés e mãos grandes e afinados. Observador, calado, atormentado, incansável, debochado, saudosista, nervoso e intransigente.
16 - Ambos os sexos Persistente e paciente, não mede esforços para atingir seus objetivos. Generosos ou avaros, conforma situação econômica em que se encontra. Agitado e observador, procuram equilíbrio e harmonia, eloquente e inteligente, se sai bem no ataque e na defesa.. Aristocrático, nervoso, galante, agitado, sorriso irônico, olhos aguçados, altivo, bom gosto, aprecia jóias e obras de arte, espírito curioso e observador, conhece a vida de todo mundo, esnobe. Quando rico é generoso e quando pobre avaro. Nunca ataca pela força, mas sua arma é a língua.
17 - Mais para pessoas do sexo masculino, porém também tem no sexo feminino Espírito brincalhão e exuberante. A aparência física é muito importante, sorriem com facilidade. apaixonado, esperto, criativo, persistente, alterna impulsividade e racionalidade. Caráter imprevisível,
ora bravo, intrigante e se contrariam com facilidade, ora compreensivos com os problemas dos outros, prima pela inteligência e criatividade, não gostam de perder tempo com futilidade. Não aceitam derrotas sem ter esgotado a últimas das possibilidades, sensível e de temperamento difícil. Guarda rancor e dá o troco. Precisa de atividade constante, pois tem muita concentração de energia. Ágil, dinâmico, incansável, extrema vitalidade, sensual, sorri impertinentemente, malicioso, de paladar apurado e sensível, inteligente, gozador e sociável, ora desordeiro, insolente, quando convém é um trabalhador incansável. Nasceu para ser líder, pouco românticos nas palavras, mas com forte poder de atração pessoal, indecifráveis, seguro, arrojado, empreendedor.
18 - Mais comum em pessoas do sexo feminino Austera, introvertida, calma, lenta, leal, honesta, maternal, trabalhadora, perseverante, lutadora, econômica, bondosa, rancorosa, tímida, reservada, conservadora, moralista. Seu humor se altera as vezes, tornando-se agressiva e lutadora, espiritualista, procura sempre a verdade e o caminho, mais preocupada com os outros que consigo mesma, teimosa e persistente em seu ponto de vista. Muito apegada aos filhos e protetora, ciumenta e possessiva. Exigem atenção e respeito, pouco extrovertidas, não gostam de muita brincadeira. Curiosos por natureza de boa memória . Não demonstrando suas ambições.
Tenha 100% de certeza, que qualquer destas respostas, não irá influenciar ou alterar a identificação do seu Orixá. Importante: Se a resposta que receber, o orixá identificado por este método, não “bater”com o seu, ou com o que tem conhecimento de ser o seu, não se preocupe, por volta de 90% das pessoas que fazem esta verificação, não “batem”, ao menos os que indicam. Se isto acontecer, ou eu nada sei, e este método é furado, ou o procedimento de identificação do seu orixá, de alguma forma não se processou corretamente. Porque não se preocupar? A identificação do orixá, via jogo ou qualquer outro método, passa necessariamente por duas questões, uma de validade – a forma utilizada é valida, quem jogou búzios tinha “autorização” de fato? O sistema utilizado é reconhecidamente válido pela comunidade? A outra questão é quanto ao conhecimento, quem identificou, além de ser “válido” (autorização via conduta ritual, leia-se obrigação de sete anos e com a devida entrega por seu zelador(a) desta autorização e ainda as devidas explicações do que e como fazer com este jogo – via de regra não ensinam.) tem o conhecimento de fato de como funciona o jogo de búzios, o conhecimentos das características de cada orixá para sua devida comprovação? O que cada um vai fazer com a informação é pessoal, pode dar importância ou não. Caso dê importância, se já criou uma simpatia por aquele orixá, ou até mesmo foi “feito”para aquele orixá, que agora já pode saber que não é fato o dono do seu Ori (fazer um link direto para Ori no site), a solução está em quando der sua próxima obrigação, assentar o dono do seu Ori e passar a tratar, cuidar ritualmente e religiosamente, como faz com outro, sem abandonar os procedimentos e devoção já estabelecidos com o outro orixá. Isto vale também para quem já simpatiza com outro orixá, que pensava ser o seu, apenas irá acrescentar à sua devoção, o orixá de fato dono do seu Ori.
“Muitos dizem que sabem, pouco sabem que não sabem" JOGO DE BÚZIOS "O Jogo de Búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta que tem por finalidade identificar nosso Orixá (ORÍ: cabeça física e astral) + (IXÁ: guardião; ou seja anjo de guarda), problemas de plano astra/espiritual - material e suas soluções."
Portanto de uma forma definitiva - ninguém "fala" ao nosso ouvido, nem Exú e tampouco Oxum, os quais tem forte influência sobre o jogo, mas não desta forma, se assim fosse, não seria necessário jogálos. A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus portavozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. No capítulo destinado aos Orixás, consta essa estreita relação entre Exú e Ifá. O jogo de búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e reconhecidamente iniciados, fora isso é farsa, é mentira, é engôdo. Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis odús principais, quer sejam: okaran (exú), megioko (ogum), etaogunda (obaluayiê), iorosun (yemanjá), oxê (oxum), obara (oxossi e logunedé, na África é um odú de xangô), odí (omolu e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá e yemanjá), ofum (oxalufan), owarim (oyá), egilexebora (xangô), egioligibam (nanã), iká (ossain e oxumare), obeogundá (ewá e obá) e alafia (orixalá). Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira), ou sobre erindilogun (fio de contas), que em alguns casos, nele constam os dezesseis orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constam desta parafernália: uma otá, uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar os orixás, abrir o jogo e convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água; indispensável os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava (semente) especial que represente no jogo o eledá consultado, aforante a isso um preparo do babalorixá, e os orôs (rezas) necessários. O jogo de Ifá, que é anterior ao jogo de búzios, adota uma relação semelhante de odús com algumas variações: èji-ogbé; oyèkú-meji; iwóri; òdi; ìrosun; owónrin; obàrá; okànràn; ogundá, òsá; iká; otúrúpón; otúá ou elije oxebora; irètè; òxè; òfún e o décimo sétimo odú, chamadado òxetùá, odu de àxetuwá (poder trouxe ele à nós)- filho de oxum - também chamado akin oxó (poderoso mago) - filho de enìwàre (aquela que foi colocada na senda do bem).
Para uma boa leitura de búzios, três situações são fundamentais: 1) Conhecimento e aprendizado. 2) Autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo o iniciado passado por completo, com seriedade e merecimento, seu período de iniciação, que são no mínimo 7 anos. 3) Seriedade do consultor e do consulente. Esses são pré-requisitos básicos para uma leitura honesta e imparcial. Muito importante, quem "responde" no jogo de búzios é o orixá do consulente, ele é quem determina a formação dos búzios para serem analisados, é uma espécie de permissão, do orixá, para que a situação do seu filho seja exposta. A forma de jogo mais usual, é a da leitura por odú, feita pela quantidade de búzios "abertos" ou "fechados", em que o babalorixá, deverá efetuar várias jogadas para uma leitura mais completa, em alguns jogos, cada queda corresponde a um único odú-orixá; o que particularmente pratico é por odú múltiplo e por "sinca", sendo odú múltiplo, porque em uma mesma queda respondem vários orixás, o que determina o início e desenrolar do jogo é a "sinca", e neste tipo de jogo, tudo é lido em uma única jogada, desde a "cuia" dos orixás, a todos problemas existentes. Este tipo de jogo, só vi, e foi onde aprendi a base, com o já falecido Muzzillo do Ogum Omini que morava no Bairro Alto em Curitiba, o qual me disse de quem aprendeu, mas já não mais me recordo.
O porque e para que se consultam os búzios; pelo mesmo princípio que se vai ao médico, só vai quem está doente ou para uma avaliação de rotina, da mesma forma, que só toma remédio quem está doente, só se deve fazer algo, se houver alguma necessidade. O futuro - é grande questão dos consulentes, no jogo de búzios, pode-se fazer "perguntas", cujas respostas não são detalhadas, mas de uma maneira geral é sim ou não, provável e se não fosse assim não haveria babalorixá pobre neste mundo, o futuro a Deus pertence, esta é uma frase sábia que alguém com muita propriedade disse um dia. O futuro depende muito dos nossos atos presentes, o exercício do nosso livre arbítrio é constante, nada está definitivamente marcado ou decidido, a partir do instante que exercemos nossa vontade, podemos modificar a todo instante nosso futuro; exemplos simples: se alguém fica doente e acha que é o destino, vai morrer, mas, se procurar um médico, vai se curar; o futuro foi alterado; assim alguém que perca seu emprego, se ficar em casa, vai passar fome, se sair e procurar um emprego, terá grande chance de conseguir e novamente alterar seu futuro; e assim com tudo na vida; uma grande questão é que muitas pessoas acham que seu orixá, anjo da guarda ou Deus, tem saber de tudo, das suas necessidades, dos seus problemas e simplesmente resolvê-los, antes assim fosse, porém, mais uma vez é necessário que o nosso livre arbítrio e o nosso querer, tem que ser constante em nosso dia a dia, não podemos esperar que as pessoas "adivinhem" ou saibam o que estamos querendo ou precisando, se não falarmos, se não nos comunicarmos, é evidente que se tem uma forma de fazê-lo, sempre podemos dizer o que pensamos e precisamos, mas de uma forma correta, não agressiva, coerente. Sempre temos duas chances em cada situação que nos apresenta, o de sim e de não, se tentarmos, porém se não tentarmos, só resta o não. O jogo de búzios, costumo dizer que é uma ciência exata, sabe-se ou não, não cabe meio termo, quem sabe, talvez, ou a leitura é a expressão de uma realidade presente ou não, a forma de checar se um jogo está correto, começa pela identificação do orixá, a cada orixá corresponde um estereotipo de caráter e personalidade ao seu "filho", que ao lhe relatar não pode errar ou fugir das suas principais características, que o babalorixá checa com o consulente, se tudo corresponde, as demais situações do jogo também estarão corretas. Porém se observe, que um leitor de jogo de búzios necessariamente tem que conhecer sobre as características que os orixás imprimem aos seus "filhos" características estas, que em alguns casos para o mesmo orixá, tem variantes, pela sua qualidade apresentada, ou ainda, difere determinadas características, se o "filho" for do sexo masculino ou feminino, há que se reconhecer uma situação um pouco complexa, e não poderia ser de outra forma, com todas essas variantes é um jogo prostituído, isto é, usado de forma inescrupulosa, leviana, por pessoas totalmente estranhas ao processo, pelos ignorantes que se julgam conhecê-lo. Com relação ainda à esta situação, é muito comum alguns iniciados ou até mesmo sacerdotes, que não se preocuparam muito com o aperfeiçoamento, estudo mais detalhado, prática exaustiva, incorrem num erro, de conhecer uma pessoa de determinado orixá, e classificar suas características como definitivas para aquele orixá, e sempre que ver alguém com aquelas características, achar que aquela pessoa, também será daquele orixá, generalizando para sempre todos estes casos e situações; o erro: esta pessoa que conheceram, pode estar com o orixá errado, pois quem lhe atribuiu este orixá, não era competente, este é um fato muitíssimo comum. É uma forma de leitura divinatória, que não massifica, isto é, uma situação vale para muitos, como no caso do horóscopo, mas usada de forma individual, como exemplo, o caso de gêmeos, dois ou mais, nascem no mesmo dia, e no entanto, caráter e personalidade em muitos casos, totalmente diversos.
Limpeza de Aura Esta é uma forma de limpeza de aura que qualquer pessoa pode fazer, quando sentir que alguma "coisa" está errada, e sentindo que precisa fazer algo. Este alguma "coisa" pode ser: sensação de "corpo pesado" e "peso" sobre os ombros, insônia, angústia e depressão sem justificativa, inquietação, nervosismo exagerado, doenças que não curam ou não identificadas sem uma explicação, falta de atração pessoal, projetos que não se realizam, "caminhos" fechados, relacionamento abalado ou destruído, perdas e prejuízos frequentes...
Muito importante É necessário que haja ao menos uma combinação de alguns desses problemas, se for um só desses indícios, de forma isolada, pode não ser problema de aura carregada com energias negativas, mas sim um problema isolado, BEM COMO devem ser situações sem explicações ou justificativas. Por exemplo, se você trair seu(sua) companheiro(a), e for descoberto(a), aí não é carga, é caca, e não há limpeza que de jeito.
O que fazer? Tomar uma Banho de Ervas e/ou fazer um Ebó de Odu. Banho de ervas ou Amaci/Abô Tem uma grande relação de ervas, na seção Ervas dos Orixás, com os nomes científico, yorubano e popular, se ainda assim você não identificar, pois vai precisar de no mínimo 7 tipos, procure usar ervas que tenham um bom cheiro, pois via de regra são ervas positivas.
Modo de fazer: Colha uma pequena porção de cada erva (mais ou menos de 50 a 100 grs), lave bem as folhas, pegue uma pequena bacia com água limpa (de 2 a 3 litros), uma vela branca pequena, procure um lugar isolado que ninguém vá lhe incomodar, sente em cima de um pano branco coloque a bacia a sua frente e acenda a vela ao lado da bacia, coloque as folhas dentro da água, e inicie a maceração - esfregar de forma que esmaguem as folhas umas nas outras, alternando gesto dentro e fora d’água, de forma a tirar seu sumo, até que fiquem reduzidas a pequenos pedaços de folhas dentro da bacia com água, que ficará com uma cor esverdeada. Faça de uma forma concentrada com bons pensamentos, a seguir tire os pedaços de folha já macerados, com a mão, de modo a ficar quase só o banho de ervas, que deverá guardar (em geladeira conserva mais) numa vasilha para usar por 7 dias seguidos (se possível).
Modo de usar: Após o banho comum, de preferência à noite, coloque uns dois copos deste banho em uma bacia ou jarra, misture com um pouco de água quente do chuveiro (se estiver frio), se não, use só o banho, e jogue do alto da cabeça, de modo a escorrer pelo corpo, a seguir pode se enxugar e ir deitar, não deve sair para alguma atividade, se for o caso, então faça o banho de manhã. Se após estes banhos ainda se sentir "carregado(a)", deverá fazer um ebó de odú. Para fazer este ebó, primeiro identifique seu orixá, para saber qual o tipo de ebó. Fazendo um "Ebó"
Ebó de Odu : A quantidade dos componentes será fornecida se você solicitar em: identifique seu orixá, que, de acordo com seu orixá, irá indicar quantos componentes deverá usar para este tipo de ebó. Componentes: - Bolinho de arroz; arroz branco bem cozido, fazer uma pequena bola (aproximadamente do tamanho de uma bola de sinuca); - Bolinho de farinha de mandioca crua, Oca, - misturar água até formar uma boa liga, e fazer as bolinhas como as de arroz; - Bolinhos de fubá branco e amarelo, acassá; cozinhar levemente o fubá com água, até formar o ponto de polenta, ainda morno, fazer os bolinhos, de cada cor; - Ovos; - Canjica branca cozida, ebô; considerar "punhados";
- Pipoca, doboru; estourar a pipoca em areia peneirada (preferencialmente de praia ou beira de rio ou lago, em último caso de construção bem fina), colocar a areia no fundo da panela, aquecer bem, e colocar o milho da pipoca até estourar, considerar "punhados".
Procedimento: Pedir para alguém "passar" em você, o/a qual deverá obrigatoriamente estar usando 2 (dois) contraegun, espécie de pulseira de Ikó (palha da costa devidamente "preparada/consagrada", isto é, lavada no abô e passada na pemba, o orô (reza), um para cada braço, ficar em cima de um tecido branco, um de frente para o outro, segurar um objeto em cada mão, bolinho ou punhado, e passar, esfregando sem muita força, do alto da cabeça, passando pela nuca, braços, peito, costas e pernas, até o pé, na seguinte sequência: punhado de pipoca, bolinho de fubá amarelo, branco, arroz, farinha mandioca, ovos e punhado de canjica, dizendo:
Sarará e bocunan, sarará e brocunan até terminar o procedimento, em seguida tomar um banho comum e após jogar o banho de ervas (abô), que deverá estar já previamente preparado, do alto da cabeça, enxugar e colocar roupa branca, se não tiver, uma roupa clara. Quem passar, também é bom tomar o banho de abô (ervas). Após o banho é a melhor ocasião para fazer uma OFERENDA ao seu Orixá (fazendo oferendas), se não, ir descansar e dormir. Se for fazer a oferenda, escolha um local que possa ficar deitado ou até mesmo ajoelhado de frente para a oferenda; comida de santo; que deverá já estar previamente preparada (ver em fazendo oferendas), colocar no chão na sua frente, acender uma vela branca de 7 dias, ou do seu orixá, colocar sua cabeça de frente, na mesma altura da oferenda de modo que o alto da sua cabeça, sua moleira astral, fique próxima da oferenda, dizendo:
a ki corodun, mabosun, maborun a ko fenin, xeras je xeras, ociló, ocidó ekoman, ora (dizer o nome do seu orixá) euê Quando terminar esta reza, converse normalmente com seu orixá/anjo de guarda, fazendo seus pedidos.
O Axé "Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos." O elemento mais precioso do Ilê, é a força que assegura a existência dinâmica. É transmitido, deve ser mantido e desenvolvido, como toda força pode aumentar ou diminuir, essa variação está relacionada com a atividade e conduta ritual. A conduta está determinada pela escrupulosa observação dos deveres e obrigações, de cada detentor de axé, para consigo, ser orixá e para com seu ilê. O desenvolvimento do axé individual e do grupo, impulsionam o axé de ilê. "O axé dos iniciados está ligado, e diretamente proporcional a sua conduta ritual - relacionamento com seu orixá; sua comunidade; suas obrigações e seu babalorixá." A força do axé é contida e transmitida através de certos elementos e substâncias materiais, é transmitido aos seres e objetos, que mantém e renovam os poderes de realização. O axé está contido numa grande variedade de elementos representativos dos reinos: animal, vegetal e mineral, quer sejam da água - doce ou salgada - da terra, floresta - mato ou espaço urbano. Está contido nas substâncias naturais e essenciais de cada um dos seres animados ou não, simples ou complexos, que compõem o universo.
Os elementos portadores de axé podem ser agrupados em três categorias:
1) "sangue" vermelho 2) "sangue" branco 3) "sangue" preto O "sangue" vermelho compreende: a) do reino animal: o sangue b) do reino vegetal: o epô (óleo de dendê), osùn (pó vermelho), aiyn (mel - sangue das flores), favas (sementes), vegetais, legumes, grãos, frutos (obi, orobô), raízes... c) Do reino mineral: cobre, bronze, otás (pedras), areia, barro, terra... O "sangue" branco: a) do reino animal: sêmem, saliva, emí (hálito, sopro divino), plasma (em especial do igbin - espécie de caracol -), inan (velas) b) reino vegetal: favas (sementes), seiva, sumo, alcool, bebidas brancas extraídas das palmeiras, yiérosùn (pó claro, extraído do iròsún) ori (espécie de manteiga vegetal), vegetal, legumes, grãos, frutos, raízes... c) reino mineral: sais, giz, prata, chumbo, otás (pedras), areia, barro, terra... O "sangue" preto: a) do reino animal: cinzas de animais b) reino vegetal; sumo escuro de certas plantas, o ilú (extraído do índigo) waji (pó azul), carvão vegetal, favas (sementes), vegetais, legumes, grãos, frutos, raízes... c) Reino mineral: carvão, ferro, osun, otás (pedras), areia, barro, terra... Existem lugares, sons, objetos e partes do corpo (dos animais em especial) impregnados de axé; o coração, fígado, pulmões, moela, rim, pés, mãos, rabo, ossos, dente, marfim, órgãos genitais; as raízes, folhas, água de rio, mar, chuva, lago, poço, cachoeira, orô (reza), adjá (espécie de sineta), ilús (atabaques)... Toda oferenda e ato ritualístico implica na transmissão e revitalização do asé. Para que seja verdadeiramente ativo, deve provir da combinação daqueles elementos que permitam uma realização determinada. Receber asé, significa, incorporar os elementos simbólicos que representam os princípios vitais e essenciais de tudo o que existe. Trata-se de incorporar o aiyé e o orún , o nosso mundo e o além, no sentido de outro plano. O asé de um ilê é um poder de realização transmitido através de uma combinação que contém representações materiais e simbólicas do "branco", "vermelho" e "preto", do aiyé e orún. O asé é uma energia que se recebe, compartilha e distribui, através da prática ritual. É durante a iniciação que o asé do ilê e dos orixás é "plantado" e transmitido aos iniciados. A Iyálorixá é ao mesmo tempo iyálasé, zeladora dos ibás (assentos - representação material do orixá na terra, local específico para receberem suas oferendas, local que se entra em comunhão com os orixás), tudo relacionado aos orixás, zelar pela preservação do asé que manterá viva e ativa a vida do ilê. O Motivo "Por mais que façamos pelas pessoas sempre haverá alguém que achará que foi pouco e sempre haverá um dia em que acharemos que o que fizeram por nós foi pouco" Para se fazer uma obra deste gênero, é preciso uma boa motivação, neste caso uma somatória de razões: uma certa discriminação dos praticantes; um ataque exacerbado de outras religiões que para se promover, se aproveitam do desconhecimento de uma parte do povo, e nossa própria falta de
organização; o desconhecimento de muitos por falta de uma linguagem simples e aplicativa; o Eró (segredo) exagerado por parte de Babalorixás e Iyalorixás, no afã de manter seus filhos da santo "prisioneiros" do seu conhecimento, como se fossem o supra sumo e único dono da verdade. "O Direito e a liberdade para criticar nos leva ao dever de uma solução apresentar" Como motivo maior, a falta de alguma forma de espiritualidade, que é a grande causa do aumento dos males do povo. Seguindo o mesmo princípio de que teremos um corpo saudável, a medida em que nos protegemos e fortalecemos fisicamente, quanto mais saudável e bem alimentado estivermos, mais imunes estaremos para com as doenças; espiritualmente, seguimos da mesma forma; quanto mais estivermos fortalecidos espiritualmente, maior será nossa imunidade contra os males que não enxergamos a olho nu: as energias negativas nas suas mais diversas formas. Esta é uma visão totalmente de: dentro para fora, não para sua defesa, porque a mesma não precisa, tampouco para angariar adeptos, mas, para mostrá-la como ela é, e aconselhar ao leitor(a), a esvaziar a sua cabeça de todo e qualquer conceito ou preconceito negativo, quer seja por má informação, má iniciação, má experiência ou pessoas que tenha conhecido, praticantes, que como muitas, pecam pela ignorância, vaidade ou maldade, usando de forma errada, incompleta ou interesseira esta belíssima religião, a nós legada, pelo povo mais antigo do planeta, que pelo fato de ter sido o primeiro, portanto primeira criação Divina na terra, não poderia, jamais, pela própria interferência de Deus, ser um mau exemplo para a humanidade futura, com práticas religiosas absurdas, descabidas ou malignas como querem alguns; Faça você leitor(a), sua "nova" avaliação dessa maravilhosa religião que é o CANDOMBLÉ. Com apenas um comparativo, teremos uma grande conclusão: De uma maneira generalizada as pessoas se alimentam, no mínimo três vezes ao dia, ou seja, café da manhã, almoço e jantar, um mínimo suficiente e necessário para uma vida saudável sem grandes interferências de doenças, ao menos as mais comuns; e espiritualmente, quantas vezes nos alimentamos por dia? Em uma grande maioria: nenhuma! Agora pergunto? o que é mais importante, nosso corpo físico ou a parte espiritual? Até hoje não encontrei um só, que não respondesse o óbvio - a parte espiritual - conclusão óbvia; "Se não alimentamos nosso espírito diariamente ao menos uma só vez, é evidente que o mesmo está e estará debilitado, nos sujeitando e expostos a todo e qualquer tipo de "sujeira astral", as cargas negativas" sobre as quais iremos relatar nesta obra. A falta até mesmo de uma manutenção, da espiritualidade, pois é como uma planta, que deve ser regada todo tempo para não morrer, gera uma procura de pessoas às mais diversas formas de religiões ou afins, para solução dos males, os quais, muitos deles poderiam ser evitados. Com uma boa dose de espiritualidade, ainda assim as dificuldades e problemas existem, quanto mais para quem não a tem e cultiva. "Falem dos meus defeitos, mas não me tirem as qualidades"
ORÍ Combinação de ODU de IFÁ - IRETE (14) e OFUN (16) "ATEFUN - apelido de Ifá sábio - Adivinhava o oráculo às 401 divindades, estavam indo ao estado de perfeição, o sábio de ORI "adivinhou" oráculo para ORI; ORI estava indo ao estado de perfeição (ÒDE-ÀPÉRÉ), mandou-lhe fazer sacrifício, SOMENTE ORI, O ÚNICO QUE FEZ, O SEU SACRIFÍCIO FOI ABENÇOADO, portanto ORI é maior que todas as divindades, ORI é mais forte que as divindades, somente ORI chegou no estado de perfeição. O iniciado sacrificou! ORI é forte, mais que os orixás." Para qualquer Yoruba, a palavra ORI tem uso amplo. ORI num primeiro momento quer dizer cabeça; e simboliza também - o ápice de todas as coisas; o mais alto desempenho, portanto contém o superlativo
ou seja o Zénite. Por exemplo, a cabeça é a parte mais alta e mais importante do corpo humano, é a moradia do cérebro que controla o corpo inteiro. O líder ou chefe de qualquer organização é referido como "Olóri" (a cabeça), ORI é cabeça, cabeça é alta, alto é supremo e o ser supremo é ÔLÔDUMARÊ (Deus maior). No corpo humano ORI se subdivide em duas colocações:
1) a cabeça física - é o crânio humano, onde está o cérebro que usamos para o pensamento e controle das outras partes do corpo; consciente ou inconsciente; os olhos para tudo ver; o nariz para respirar e cheirar; orelhas para ouvir; a boca para alimentar e falar; a língua para saborear; nossa essência masculina ou feminina está na cabeça, o rosto que dela faz parte nos distinguem uns dos outros, imprimindo uma identidade individual; sem a cabeça o homem e mulher seriam como qualquer "X". 2) a cabeça espiritual está subdividida em mais duas partes a saber: Cabeça Espiritual APARÍ-INÚ (Cabeça espiritual interna) - ORÍ-ÀPÉRÉ (santo pessoal, destino ou parte divina de cada um: escolhido no domínio de ÀJÀLÁ - divindade de ORÍ. ORÍ-ÀPÉRÉ é acumulação de destino individual; Isto é: ÀKÚNLÈYÀN, ÀKÚNLÈGBÁ e ÀYÀNMÓ. AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade (livre arbítrio) própria AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado. Por exemplo - pais, sexo, karma, etc. Mas Akunleyan e Akunlegbá podem ser melhorado enquanto Ayanmó não pode ser modificado . O destino ORÍ-APÉRÉ está escolhido no domínio de AJALÁ (divindade de Orí) APARI INÚ é de caráter individual, uma pessoa poderia chegar a terra com bom destino, mas, sem boa conduta; A maldade da cabeça espiritual interna danificará definitivamente o bom destino, o inverso também acontece. Porém o "destino" pode ser modificado, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos, dentro de um contexto e conhecimento da Teologia Yorubana. Contudo ORÍ é o mais importante entre as divindades. Na ordem de importância - o primeiro é Orí; o segundo é a mãe, e se ela tenha morrido, seu espírito; em terceiro lugar é o pai, e se tenha morrido, o seu espírito; em quarto lugar, IFÁ e a seguir, seu orixá e as outras divindades. (Por Gbolahn Okemuyiwa e Awo Ademola Fabunmi - traduzido por: Adélékè Àdìsá Ògún) Ser humano - somatória - O Criador, o procriador, procriadora e ser procriado. Para ser adivinhador, no sentido mais elevado é "SER DIVINO", provido de conhecimento e alguma coisa ainda mais misteriosa. Os dois sinais da divindade humana ou humanidade divinizada são: predições e milagres. Para ser um Profeta é ver ante mão os efeitos; os quais existem causas, ler a luz transcendental; fazer milagres é agir sobre agente universal e sujeitá-lo a nossa própria vontade" Eliphas Levi.
Os Orixás "Nosso Orixá é o elemento de ligação entre nós e Oxalá" Conheça cada um dos orixás: Exú, Lógunnède, Nanã, Obá, Obaluayiê, Ogun, Òrúnmmìlà, Ossain, Oxalá, Oxóssi, Oxumaré, Oxun, Oyá, Tempo, Xangô e Yemanjá.
Há que se separar sempre, duas situações dos Orixás: o histórico (com todas suas lendas) e o divinizado, para que não se caia, em profunda confusão. Ao todo são 401 orixás que compõe o panteão africano. Sendo objeto desta obra, os mais cultuados atualmente no Brasil, e de acordo com o título, uma religião a serviço do povo, os de maior interesse pela nossa própria necessidade, maior conhecimento e interação. Levando sempre em consideração que são nominados na linguagem yorubana. Existe uma subdivisão, entre os orixás, que os diferencia e identifica, de uma forma mais individual, mesmo dentro do seu grupo, que é denominado "qualidade" do orixá, cabe uma explicação mais aprofundada; cada pessoa tem um orixá individual, único e exclusivo, não existem dois orixás iguais em toda terra, e todos possuímos, o que chamamos de "cuia', formada por sete orixás, sendo um principal, chamado de "frente" - o dono do Orí - , o segundo "ajuntó", os demais: "proteção", "carrego", "alicerce" e "cumieira". A cada orixá, as qualidades variam de acordo com a nação que se pratica (kêto, gêge, angola, ijexá, fon...), essas qualidades exprimem situações desses orixás, que podem ser, títulos honoríficos (caso de Xangô), tipos de animais, lugares, situações, formas ... os sete orixás que formam a "cuia" de cada pessoa, com as suas mais diversas qualidades, formam entre si, uma combinação matemática, quase que infinita, o que propicia a cada indivíduo, um orixá único, sem outro igual. A título de exemplo, pegamos uma pessoa que tenha como 1º santo Xangô Aganjú, e ajuntó Oyá Igbalè; para haver um outro com esses dois orixás nesta ordem e qualidades não é difícil, mas que toda a "cuia" coincida, já é muito difícil, mas que todos seus orixás do 1º ao 7º coincidam, a ainda com todas as qualidades exatamente iguais, é totalmente impossível, em algum dos orixás que compõem sua "cuia" haverá no mínimo uma diferença que seja da "qualidade". A determinação desta "qualidade" varia também de casa para casa, particularmente a defino, muito em função do "ajuntó" e sucessivamente; bem como sou adepto, que cada pessoa deva ter como 1º e 2º orixá um "pai" e uma "mãe" ou vice-versa, não como regra, mas como equilíbrio, como tudo na natureza, pelo que permeia as religiões, quer sejam a lógica e o bom senso, e ainda as respostas e formações que o jogo de búzios, pela sua forma de leitura por odú e com "sincas", mostra em sua grande maioria.
Incorporação e possessão Assunto polêmico até mesmo entre os adeptos, o qual dá margem, a interpretações e atitudes, erradas, exageradas e equivocadas, dentro e fora da comunidade. Duas situações de extrema seriedade, normatizam e definem na sua essência a "incorporação" pelo orixá do seu "filho", lista na categoria dos adoxús, aqueles que "sentem" o orixá:
1º - A Lei de Deus não permite, em momento ou instante algum, que o ser humano, não esteja sempre em condições de exercer seu livre arbítrio, ou seja, comandar a si mesmo. 2º - Este mesmo livre arbítrio está presente em todas as horas e situações no Candomblé, e, como dissemos, o orixá, é uma energia pura da natureza. "Os Orixás foram criados por olorun (olo=senhor, criador ; orun = espaço celeste/ astral, o além, outro plano) para regerem cada um determinado setor da natureza e paralelamente um setor da natureza humana." Portanto, o que sentem os adoxúns quando "incorporados", é uma forte vibração dessa energia, que no primeiro impacto, é muito forte e com o decorrer do tempo de "incorporação", vai enfraquecendo, para explicar melhor ao leigo, é como uma forma de "encanto", motivo pelo qual a atitude, de quando ainda a pessoa é iniciada, não abre os olhos ou fala, pois se o fizer, some o "encanto", com o passar dos anos, este orixá "incorporado" assume algumas atitudes independentes, pelo seu próprio amadurecimento e compreensão desta forma de energia . O que varia bastante de pessoa para pessoa, é a intensidade
dessa energia, e, como se sente, quando está sob esse efeito. A única possibilidade, fora disso, para uma perda de consciência, é de que, na África, conforme consta em alguns livros, eram ministrados aos iniciados (mas somente nesta fase) um tipo de beberagem. Composta de plantas que teriam este poder, da pessoa ficar num estado de letargia ou sub-consciência. Esta mesma premissa se aplica, às "incorporações" da Umbanda, aforante o 2º tópico, em que as entidades, são eguns, ou sejam pessoas que passaram pela vida, mas mesmo assim segue o 1º tópico. "Terá Orixá forte quem deixar seu Orixá forte através da conduta e obrigação ritualística."
Mensagens Exú Bara = o rei do corpo (obá + ara) (princípio de vida individual) Exú Odara = aquele que guia (mostra o caminho, vai na frente) Exú é o 1º nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos orixás, elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Òrúnmìlà, é um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais. Coerente com seu lugar mítico privilegiado, é ele que abre esse "corpus mitopoético" . Princípio dinâmico e princípio da existência individualizada, Exú não pode ser isolado ou classificado em nenhuma das categorias. Ele é como o axé (que ele representa e transporta), participa forçosamente de tudo. Segundo Ifá cada um tem seu próprio Exú e seu próprio Olorún em seu corpo. O nome de Exú é conhecido, invocado e cultuado junto ao orixá. E é Ifá quem revela e permite-nos sabê-lo. O Òkòtó representa o crescimento. Agbárá, poder que permite a cada um se mobilizar e desenvolver suas funções e seus destinos. Por isso recebe o título de Elegbára (Senhor do Poder). Quem delegou esse poder à Exú foi Olorún ao entregar-lhe o àdó-iràn, a cabaça que contém a força que se propaga. Esta cabaça está presente em seus "assentos", é uma cabaça de pescoço grande, e basta Exú apontá-la a algo para transmitir seu axé. Exú Elegbára é o companheiro de Ogun. Exú Yangi, pedra vermelha de laterita, pedaços de laterita cravados na terra, indicam o lugar de culto à Exú. Yangi é a representação mais importante de Exú e, é assim invocado: Exú Yangi Obá Babá Exú Exú Yangi rei, pai de todos os Exú Exú Yangi é o Exú ancestre, o Exú Agbá. Oxé-tuwá, representante direto de Exú, simboliza um de seus aspectos mais importantes, o de ser encarregado e transportador das oferendas, Òjise-ebo. Exú por ser resultado da interação de um par, é o portador mítico do sêmen e do útero ancestral e como princípio de vida individualizada ele sintetiza os dois, É por isso que frequentemente, e, é representado pela forma de um par, uma figura masculina e uma feminina, unidos por fileiras de búzios. Exú está profundamente ligado à atividade sexual. Representados por um falo (pênis), ou suas representações simbólicas como: os penteados de forma fálica, sua arma, o ogó - bastão em forma de pênis -, sua lança; já as cabacinhas representam seus testículos. Exú também está representado com objetos à sua boca; dedo, cachimbo e principalmente flauta, que vem representar a atividade sexual, como absorção e expulsão, ingestão e restituição, com a flauta Exú chama seus descendentes. Portanto símbolo por excelência da fecundidade. Exú jamais toma a forma de procriador.
Exú é cultuado tanto como lésè-égún, como lésè-orixá, e apenas por seu intermédio é possível cultuar os orixás e as Iyá-mi (mãe ancestre). Não é apenas Òjisé-ebo, mas principalmente Òjisé, o mensageiro, fazendo a comunicação entre tudo que é oposto. Com efeito a relação entre Exú e Ifá, é indiscutível, e Exú está representado em um dos principais emblemas característicos do culto à Ifá, o òpón, onde Exú tem sua representação em forma de rosto, de triângulos e losangos. É no seu papel de princípio dinâmico, de princípio de vida individual e de Òjise ou elemento de comunicação, que Exú Bará está indissoluvelmente ligado à evolução e ao destino de cada indivíduo. Como tal ele também é senhor dos caminhos Exú Olònà, e ele pode abri-los ou fechá-los. Exú fica à esquerda dos caminhos. O elemento procriado, é a prova do poder das Iyá-mi, é o pássaro, o Elèye. Exú foi o primeiro a usar ekódide (pena de uma espécie de papagaio) na cabeça, e foi isto que o tornou decano de todos os orixás. Alguém que coloca ekódide na cabeça sem necessidade, provoca a cólera de Exú. Enganosamente ou mal intencionados, os primeiros missionários que chegaram à África, compararamno ao diabo, por algumas de suas formas, artimanhas e poderes atribuídos. Ele tem as qualidades dos seus defeitos, pois é dinâmico e jovial, havendo mesmo pessoas na África que usam orgulhosamente nomes como Èxúbíyìí (concebido por exú), ou Èxùtósìn (Exú merece ser adorado). Como personagem histórica, Exú teria sido um dos companheiros de Odùduà, quando da sua chegada à Ifé, e chamava-se Exú Obasin. Tornou-se mais tarde, um dos assistentes de Orúnmilá, que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá. Segundo Epega, Exú, tornou-se rei de Kêto sob o nome de Exú Alákétu. É Exú que supervisiona as atividades do rei em cada cidade: o de Oyó é chamado Exú Akesan. Como orixá, diz-se que veio ao mundo com um porrete, chamado, ogó, que teria a propriedade de transportá-lo, a centenas de quilômetros e de atrair, por um poder magnético, objetos situados a distâncias igualmente grandes.
Qualidades 1) Elegbára 2) Alákétu 3) Laalu 4) Jelu 5) Run danto 6) Tiriri 7) Lonan 8) Jele bara 9) Anan ou Inan 10) Bará 11) Jigidi 12) Mavambo 13) Embeberekete 14) Sinza Muzila 15) Sandú 16) Baragbo 17) Akesan 18) Baralajki 19) Betire 20) Lamu Bata
21) Okanlelogun
LÓGUNÈDE Erinlè teria tido, com Oxum Yéyépondá, um filho chamado Lógunède, cujo culto se faz ainda, mas raramente em Ilexá. No Brasil tem numerosos adeptos. Tem por particularidade viver seis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses, sob as águas de rio, comendo peixe. Seria também alternadamente nestes períodos, masculino e feminino respectivamente, razão pela qual, seus filhos alteram períodos distintos durante o ano, ou até mesmo durante o dia , de alteração de humor, gosto, vontade, sendo mais distinto, longos períodos (duram mais ou menos seis meses cada), em que adota, de uma forma mais preponderante (nunca totalmente, apenas prevalece mais uma sobre a outra), ora as caraterísticas de seu pai oxóssi, com espírito aventureiro (no sentido de viagens), desligado com padrões, roupas e cuidado específico com seu corpo; em outro aspecto, assume, da mesma forma já explicada, as características da sua mãe Oxum, sendo dócil, meigo, afável, carente, amoroso, sensível, brioso e trabalhador determinado. Valendo tanto para homens ou mulheres que tenham esse orixá. Sua cor é o azul turquesa com amarelo ouro.
NANÃ A avó dos Orixás, também chamada Nanã Buruku (Buru = espírito ; Iku = morte). Vodum da lama, dos pântanos, seu símbolo, o Ibiiri (I-Biri = enrolou repentinamente ou Ibi = nascimento ; Ri = previamente), assemelha-se ao Sasará[xaxará] de Omolú, mas é voltado na ponta superior, forrado com as cores azul e branco ou roxo, incrustado de búzios. O feixe de nervuras de palmeira, que formam seu interior, bom como os búzios, representam seus descendentes (filhos), pois Nanà, é a grande genitora mítica. Também chamada de Nanà Burukè, Burukú, Ananburukú. No Daomé, aparece como a mãe Mawu (feminino) e Lisá (masculino), casal gerador da humanidade. Nos cultos brasileiros é considerada a mãe do todos orixás,é a mais velhas das águas; també orixá da chuva e da lama, que deu origem a terra. Tem também relações com a morte. Em certos mitos é considerada a esposa de Oxalá, e ainda mãe de Omolú e Oxumarè, orixás procedentes da mesma região que ela. A sua configuração de terra e lama: "A terra deve ser umedecida sempre que seca e quente, a umidade e o frescor representam a paz e o equilíbrio. Colocar água sobre a terra, significa não só fecundá-la, mas também restituir-lhe seu "sangue" branco com o qual ela "alimenta" e propicia tudo que nasce e cresce e, em decorrência os pedidos e rituais a serem realizados. Deitar água é iniciar e propiciar um ciclo." Sua ligação com água e lama, a associam à agricultura, à fertilidade, aos grãos. Ela recebe em seu seio os mortos que permitem o renascimento. Esse aspecto de conter e processar coisas em seu interior, esse segredo ou mistério que se opera em seu domínio é representado pelo azul, e sua capacidade genitora pelo branco. Os mortos e os ancestrais são seus filhos simbolizados pelas hastes de Atori (uma vara simbólica) de Odàn ou pelas nervuras das palmas de íguí-òpe. A relação de Nanà-Òkú òrun com a fertilidade é representado pelo uso abundante de cauris (búzios). Os cauris desprovidos dos seus moluscos, constituem os símbolos por excelência dos "dobles" espirituais e dos ancestrais. Brajás, ou Ìbàjá, filas de cauris enfiados dois a dois em pares opostos,
cruzados em diagonais na frente e atrás, representam claramente o resultado da interação da direita e da esquerda, do masculino e feminino, passado (poente-atrás) e futuro (nascente-frente). Por causa de seu poder, a terra é invocada e chamada testemunhar em todos os tipos de pactos, particularmente nas iniciações e nas guardas dos segredos. Em caso de litígio ou traição, acredita-se que a terra fará justiça; Ké ilè jéèri que a terra testemunhe Sàáláre: òrisá láàre Orixá da justiça Seus adeptos dançam com a dignidade que convém a uma senhoro idosa e respeitável. Seus movimentos lembram um andar lento e penoso, apoiado num bastão imaginário que os dançarinos, curvados para frente, parecem puxar para si. Em certos momentos, viram para o centro da roda e colocam seus punhos fechados, um sobre o outro, parecendo segurar um bastão. Sua saudação é Saluba. Na África, diversas são suas apresentações, nomes e indicações, variando muito de região para região.
Qualidades: 1) Ologbo 2) Borokun 3) Biodun 4) Asainán 5) Elegbe 6) Susure
OBÁ Orixá yoruba semelhante à Oya. Orixá do rio Obá, foi a terceira das esposas de Xangô, e também mulher de Ogum. Segundo uma lenda de Ifá. "Obá era muito enérgica e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. A rivalidade surgiu entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça, quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava. Quando Obá chegou, Oxum, estava com a cabeça coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação, retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa. Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada, seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes." Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas. Sua cor é vermelha. Sua saudação: Oba sire [Obá xirê].
Qualidades:
1) Obá Gideo 2) Obá Rewá
OBALUAYÉ - OMOLÚ (XAPANÃ) Associado na África, onde houveram, e ainda ocasionalmente, grandes endemias e epidemias. Obalúayé; "Rei dono da Terra" , Omolu "Filho do Senhor", Sapata "Dono da Terra" são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor - o sol - també é conhecido como Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Outra corrente os define como: Obaluaye: Obá - ilu; aiye; Rei, dono, senhor; da vida; na terra; Omolu; Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida. Canjanjá na Angola. Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), como um ser doente onde mostra suas feridas, o céu e a terra, sua lenda, em outras danças, dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre. Sua "arma" (emblema) é o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra, ao tronco e ramo das árvores, transporta assim o Asé (axé) preto, vermelho e branco. Está relacionado com o axé preto (terra), contido no segredo do "ventre fecundado" e com os espíritos contidos na terra. Sua contas como Omolu são vermelho, preto e branco, como Obaluayie o preto e branco, como Xapana, o preto e vermelho. Também usa o lagidiba, seu colar ritual feito de pequenos discos preto de chifre de búfalo cortado em rodelinhas, é usado para proteger de doenças e tem uma conotação de grau hierárquico. Faz muito uso dos cauris (búzios) em seu brajá (colar de búzios) e nos paramentos. Em uma região é ligado a riqueza e patrono dos cauris e conjunto de 16 búzios + 1 da leitura esotérica "érindílogun". Owó nlá bànbà - Dinheiro(cauris)grande, imenso ójísè owó nlá bànlà - Mensageiro da riqueza owó nlá bànbà - dinheiro grande, imenso Na Nigéria os owo érindínlogun adoram Obaluaiyé e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó. Sua Saudação é "Atoto" quer dizer; Silêncio, escutai; hora da devoção. Sua vestimenta é feita de ìko , é uma fibra de ráfia extraida do Igí-Ògòrò, a "palha da costa" , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o "Filá" e o "Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. Sua festa anual é o Olubajé, (Olu-aquele que, ba-aceita, jé-comer ; ou ainda aquele-que-come), são feitas oferendas e são servidas suas comidas votivas, seus "filhos" devidamente "incorporados" e paramentados oferecem as mesmas aos convidados/assistentes desta festa, em folhas de bananeira ou mamona.
Suas quizilas (proibições) mudam de casa para casa, e de nação para nação; carneiro, peixe de rio de couro, caranguejo, carne de porco, pipoca, jaca ... Tido como filho de Nana, no Brasil, sua origem, forma, nome e culto na África é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de nomes é de conformidade com a região, Obaluaê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território mahi ao norte do Daomé; Sapata é sua versão fon, trazido pelos nagôs. Em alguns lugares se misturam em outros são deuses distintos, confundido até com Nana Buruku; Omolu em keto e Abeokutá. Seu parentesco com Oxumare e Iroko é observado em Keto (vindo de Aisê segundo uns e Adja Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (oko Omolu) cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses tres personagens superpostas, também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju, recebera o fetiche Moru, tres fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan (Oxumare) e seu filho Loko (Iroko).
Qualidades: 1) Jagun Agbagba (ligação com Oyá) 2) Omolu 3) Obaluayie 4) Soponna/Sapata/Sakpatá 5) Afoman/Akavan/Kavungo (ligação com Exú) afomo; contagiante,infeccioso 6) Savalu/Sapekó (ligação com Nana) 7) Dasa 8) Arinwarun (wariwaru) título de xapanan 9) Azonsu/Ajansu/Ajunsu (ligação com Oxalá, Oxumare) 10) Azoani (ligação com Yemanjá e Oyá) 11) Posun/Posuru 12) Agoro 13) Tetu/Etetu 14) Topodun 15) Paru 16) Arawe/Arapaná(ligação com oyá) 17) Ajoji/Ajagun (ligação com Ogun, Oxagian) 18) Avimaje/Ajiuziun (ligação com Nana, Ossain) 19) Ahoye 20) Aruaje 21) Ahosuji/Segí (Ligação com Yemanjá, Oxumare/Besén
OGÚN Filho de Yemanjá ou Oduá com Oxalá. Está ligado ao mistério das árvores, consequentemente à Oxalá. Seu "assento" está ao pé de um Igíuyeuè (cajazeira) no Brasil, onde um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún. Akóro Ko l'axo - Akóro não tem roupas Màrìwò l'axo Ogún o! - Màrìwò veste Ogún Màrìwò – Màrìwò Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiro de pedra, depois o ferro. Sua primogenitora converte-o em quase irmão gêmeo de Exú.
Deus da guerra, imagem arquetípica do soldado, Ogún é também o deus do ferro, da metalurgia. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por consequencia) em seu trabalho: agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida. Na sua estreita relação, com a natureza humana, na qual é o regente dos "caminhos" no seu sentido de trabalho, oportunidades profissionais, e ao mesmo tempo "guardião" da casa, é expressa em sua cantiga: Ogún á jó (Ogún dançará) e màrìwò (fronde da palmeira, usada como sua roupa) Ogún Akòró e màrìwò Iwó a gba 'lé bg'ònà (ele ocupará a casa e o caminho) Ogun á jó e màrìwò màá tú yeye (fronde da palmeira cresça) Akóro pa lónìí ó Pa o jàre pa léle pa Ogún pa o jàre Akóro - uma qualidade de Ogún Nesta cantiga se faz referência à pa lónìí - corta hoje Pa o jàre - corte-o, por favor Léle – completamente Nesta toada está se pedindo para Ogun abrir os caminhos. Vai cortando, desembaraçando o caminho. Uma outra tradução, fala em matar, de quando os orixás vinham a cavalo, na guerra, e que eles brigavam. Historicamente, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé, usando o título de Oniré (Rei de Irê), por se apossar da cidade de Irê, matando seu rei; usava uma diadema, chamada àkòró , e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de Ogún Oniré e Ogún Aláàkòró, inclusive no Brasil, trazidos pelos descendentes dos yorubás. Ogún é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ogún méjeje lóòde Iré, frase que faz alusão às sete aldeias , hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número sete é associado à Ogún e ele ;e representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades. Uma história de Ifá, explica como o número 7 foi relacionado a Ogún e o número 9 a Oyá. "Oyá era a companheira de Ogún antes de se tornar a mulher de Xangô. Ela ajudava o deus dos ferreiros no seu trabalho; carregava docilmente seus instrumentos, da casa à oficina, e aí ela manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia, Ogún ofereceu à Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, e que tinha o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres que por ela fossem tocados no decorrer de uma briga. Xangô gostava de vir sentar-se à forja a fim de apreciar Ogún bater o ferro e, frequentemente, lançava olhares a Oyá; esta, por seu lado, também o olhava furtivamente. Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados e usava brincos, colares e pulseiras. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Aconteceu, então, o que era de esperar: um belo dia, ela fugiu com ele. Ogún lançou-se à sua perseguição, encontrou os fugitivos e brandiu sua vara mágica. Oyá fez o mesmo e
eles se tocaram ao mesmo tempo. E, assim, Ogún foi dividido em sete partes e Oyá, em nove, recebendo ele o nome de Ogún Mejé e ela o de Yansã, cuja origem vem de Iyámésan - 'a mãe (transformada em) nove'." Sua cor é o azul escuro, é o primeiro a ser saudado depois que exu é "despachado" (ritual que antecede os Xirés - ocasião festiva, que as casas de candomblé, cantam para todos os orixás - que este tipo de exú, na sua forma negativa de maldoso, funcionando também como uma espécie de guardião do ritual, contra outros tipos de espíritos "não iluminados", não perturbe e não deixe, perturbarem o culto). É sempre Ogún que desfila na frente, "abrindo caminho" para os outros orixás (mais uma vez, a indicação da sua função de abrir caminhos), quando eles entram no Ilê nos dias de festa, manifestados e vestidos com suas roupas simbólicas.
Qualidades: 1) Onire 2) Alagbede 3) Já 4) Omini 5) Wari 6) Eroto ndo 7) Akoro Onigbe
ÒRÚNMÌLÀ Deus do destino, regente dos oráculos, Òrúnmìlà é um outro nome de Ifá. Não é Orixá. Encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olórún é o ser supremo dos yorubás, o nome que dão ao Absoluto, Òrúnmìlà é a sua emanação mais transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar. Ritual de Òrúnmìlà é extremamente rico e complexo e atesta a profundidade da tradição yorubá preservada, em alguns lugares no Brasil, tornando-o de fato equivalente, em riqueza mítica e simbólica. Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odùduà quando da sua chegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de vir fixarse em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do destino das pessoas e, por esta razão, é chamado Eléèrì Ìpín. Os babalaôs (pais do segredo), são os porta vozes de Orunmilá, que não é Orixá nem ebora. A iniciação de um babalaô não comporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos orixás. Não se trata de ressucitar no incosciente do babalaô o "eu perdido", correspondente à personalidade do ancestral divinizado. É uma iniciação totalmente intelectual. Ele deve passar um longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos,em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Itans (histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cincoenta e seis odú (signos de Ifá), cujo conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos do povo de língua yorubá. Todo indivíduo nasceu ligado a um desses 256 odú. No momento do nascimento de uma criança, os pais pedem ao babalaô para indicar a que odú a criança está ligada. O odú dá a conhecer a identidade profunda de cada pessoa, serve-lhe de guia na vida, revela-lhe o orixá particular ao qual ele deve eventualmente ser dedicada, além do da família, e dá-lhe outras indicações que a ajudarão a comportar-se com segurança e sucesso na vida.
Dois sistemas permitem ao babalaô encontrar o signo de Ifá que está sendo procurado, chave do problema que lhe apresenta o consulente. Um deles é bastante elaborado, manipula-se de acordo com certas regras, dezesseis caroços dos frutos do dendezeiro, chamados "coco de Ifá", os ikin ifá, o outro é mais simples e consiste em utilizar um opele ifá, uma corrente onde estão enfiadas oito metadas do caroço de uma certa fruta. Um odú de ifá é formado pelo conjunto de duas colunas verticais e paralelas, de quatro índices cada uma; cada índice compõe-se de um traço vertical ou de dois traços verticais. Há dezesseis combinações possíveis para cada uma das colunas e cada uma delas tem um nome. 1) Ogbè 2) Oyèkú 3) Ìwòri 4) Òdí 5) Ìrosùn 6) Òwónrín 7) Òbàrà 8) Òkànràn 9) Ògúndà 10) Òsá 11) Ìká 12) Òtúrúpòn 13) Òtúrá 14) Ìrètè 15) Òxé 16) Òfún Cada um desses dezesseis nomes justapostos, com eles mesmos ou com algum dos quinze outros, forma o nome de um dos duzentos e cincoenta e seis odú. Orunmila embora não seja um orixá, participa muitas vezes nas histórias de Ifá, da vida e das aventuras dos deuses yorubás.
ÒRÚNMÌLÀ Deus do destino, regente dos oráculos, Òrúnmìlà é um outro nome de Ifá.
Não é Orixá. Encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olórún é o ser supremo dos yorubás, o nome que dão ao Absoluto, Òrúnmìlà é a sua emanação mais transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar. Ritual de Òrúnmìlà é extremamente rico e complexo e atesta a profundidade da tradição yorubá preservada, em alguns lugares no Brasil, tornando-o de fato equivalente, em riqueza mítica e simbólica. Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odùduà quando da sua chegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de vir fixarse em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do destino das pessoas e, por esta razão, é chamado Eléèrì Ìpín. Os babalaôs (pais do segredo), são os porta vozes de Orunmilá, que não é Orixá nem ebora. A iniciação de um babalaô não comporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos orixás. Não se trata de ressucitar no incosciente do babalaô o "eu perdido", correspondente à personalidade do ancestral divinizado. É uma iniciação totalmente intelectual. Ele deve passar um
longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos,em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Itans (histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cincoenta e seis odú (signos de Ifá), cujo conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos do povo de língua yorubá. Todo indivíduo nasceu ligado a um desses 256 odú. No momento do nascimento de uma criança, os pais pedem ao babalaô para indicar a que odú a criança está ligada. O odú dá a conhecer a identidade profunda de cada pessoa, serve-lhe de guia na vida, revela-lhe o orixá particular ao qual ele deve eventualmente ser dedicada, além do da família, e dá-lhe outras indicações que a ajudarão a comportar-se com segurança e sucesso na vida. Dois sistemas permitem ao babalaô encontrar o signo de Ifá que está sendo procurado, chave do problema que lhe apresenta o consulente. Um deles é bastante elaborado, manipula-se de acordo com certas regras, dezesseis caroços dos frutos do dendezeiro, chamados "coco de Ifá", os ikin ifá, o outro é mais simples e consiste em utilizar um opele ifá, uma corrente onde estão enfiadas oito metadas do caroço de uma certa fruta. Um odú de ifá é formado pelo conjunto de duas colunas verticais e paralelas, de quatro índices cada uma; cada índice compõe-se de um traço vertical ou de dois traços verticais. Há dezesseis combinações possíveis para cada uma das colunas e cada uma delas tem um nome. 1) Ogbè 2) Oyèkú 3) Ìwòri 4) Òdí 5) Ìrosùn 6) Òwónrín 7) Òbàrà 8) Òkànràn 9) Ògúndà 10) Òsá 11) Ìká 12) Òtúrúpòn 13) Òtúrá 14) Ìrètè 15) Òxé 16) Òfún Cada um desses dezesseis nomes justapostos, com eles mesmos ou com algum dos quinze outros, forma o nome de um dos duzentos e cincoenta e seis odú. Orunmila embora não seja um orixá, participa muitas vezes nas histórias de Ifá, da vida e das aventuras dos deuses yorubás.
OSSAIN É a divindade das folhas medicinais e litúrgicas. A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses. As folhas nascidas das árvores e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas podem ser múltiplos, para diversos fins.
As folhas como as escamas e penas, são e representam o procriado. Elas representam o "sangue-preto", axé do culto. Ossain possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso. O Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a relação folha-pena e elemento procriado. Nada se faz no candomblé sem este orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, na iniciação há um borí específico para Ossain, a cabeça do neófito é lavada com um líquido composto de folhas associadas a diversos orixás, mas dependentes, em última instância, para seu efeito, da colaboração de Ossain. Há um encarregado de recolher as folhas frescas no mato e prepará-las, é chamado olósàyin. Uma lenda explica a divisão das suas folhas com os outros orixás: "Ossain havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Xangô se queixou à sua mulher, Oyá , senhora dos ventos, de que somente Ossain conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros orixás estavam no mundo sem possuir nenhuma planta. Oyá levantou as saias e agitou-as impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Ossain guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de árvore. Quando viu o que vento havia soltado a cabaça, e , que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou 'Ewé O! Ewé O!' - 'Oh! As folhas! Oh! As folhas! -, mas não pode impedir que os orixás as pegassem e as repartissem entre si." A colheita das folhas deve ser feita com extremo cuidado, para não destruir a árvore que as dá, e que possam se renovar, seguindo um preceito próprio, para entrar no seu reino, fazer a colheita e preparálas. Ossain vive na floresta, em companhia de Àrònì, um anãozinho, que tem uma única perna, e fuma um cachimbo feito de casca de caracol. Por causa dessa união com Àrònì, Ossain é saudado "Holá!" proprietário de uma única perna que como o proprietário de duas pernas! - alusão às oferendas de galos e pombos que possuem duas patas, feitas a Ossain Àrònì que possui apenas uma perna; razão pela qual no ato se "cravejar" tira-se apenas, uma perna do animal. Suas cores são verde e branco.
OXALÁ É inconteste sua posição única de “pai” dos Orixás. Lembá, Kassulembá, Lambaranganga, Lembadilè, Oulissa, Oulisasa, Obatalá, Orìsànlá, Orixalá muitos são seus nomes, cuja variação mais uma vez, se dá em virtude da região na África que é conhecido. Mais importante e elevado deus iorubá, o primeiro criado por Olodumaré (O Deus supremo), é um orixá funfún (do branco). Muitas são sua lendas e extensa é sua origem e história na África, matéria destinada aos estudiosos e mais aprofundados na religião Sendo os mais cultuados no Brasil, Oxalufon "o velho" e Oxaguian "o moço" na sua forma "guerreira" de Oxalá que carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza, seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, rei de Ejigbo. Na condição de velho e sábio, curvado ao peso dos anos, figura nobre e bondosa, carrega uma cajado em que se apoia, o Opaxoro, cajado de forte simbologia, utilizado para separação do Orun e o Ayié. No Brasil é o mais venerável e o mais venerado, sua cor é o branco, seu dia a Sexta-feira, motivo pelo qual os candomblecistas em geral usam roupa branca na Sexta-feira e na virada do ano, num claro respeito e devoção a Oxalá. Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá" que diz respeito a sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a volta do pai. Esse respeito advém da sua condição delegada por Olorun, da criação e governo da humanidade.
Qualidades: 1) Oxalá (o sol) 2) Oxaguian (o nascer do sol) 3) Oxanyin (oxalá moço) 4) Oxadinhan (oxalá moço) 5) Oxagiriyan (oxalá feminino) 6) Oulissa (oxalá no gege) 7) Oxalufan (oxalá velho) 8) Oxá olokun (oxalá do mar) 9) Orixalá (oxalá do meio dia) 10) Obi-am (esposa de orixalá) 11) Orixá okô (oxalaá da agricultura) 12) Obá-okê (oxalá da montanha) 13) Ora minhan (filho de odudua e obatalá) 14) Orixanlá (rei dos orixás) 15) Ifá (o espírito santo) 16) Canaburá (o nascer do dia) 17) Obatalá 18) Odudua 19) Okin 20) Lulu 21) Ko 22) Oluiá Babá Roko 23) Babá Epe 24) Babá Lejugba 25) Akanjapriku 26) Ifuru 27) Kere 28) Babá Igbo 29) Ajaguna
OXÓSSI No grupo Òdé - caçadores - sobressai Oxóssi , está ligado à terra virgem. Possui muita importância em Kétu, torna-se Alákétu (Rei do Kétu). É àxèxè (princípio dos princípios) dos descendentes de Kétu. Os Oge (chifres de touro) fazem a comunicação entre o Aiyé e Orún, chamados de: Olugboohun - o senhor escuta a minha voz. Ìrùkèrè (Èrùkèrè) - espécie de cetro feitos com pelos do rabo de touro, presos em um couro duro, constituindo um cabo, e revestido com um couro fino, ornado com contas e cauris (búzios). É um dos principais instrumentos dos caçadores e detém poderes sobrenaturais. Na África nem um caçador, se aventuraria, a ir à floresta sem seu ìrùkèrè. É preparado com pós e remédios de diversos tipos, assim como folhas e fragmentos triturados dos animais sacrificados. Antes de serem presas, as raízes dos pelos devem durante algum tempo, ficar imerso num pote com uma combinação de elementos que constituem um axé especial, que lhe conferirá suas atribuições necessárias. Não é apenas mais um emblema, tem o poder de manejar e controlar todo tipo de espíritos da floresta. Os pelos do rabo - parte posterior (poente) - representam os ancestrais, espíritos de animais e de todo tipo de espírito da floresta.
Deus da caça, ligado às matas, irmão mais novo de Ogun, Odé é também parte dos orixás masculinos cujos princípios também são feitos de ferro. Alegre, jovial, expansivo e irrequieto, tem enorme popularidade na Bahia onde também é conhecido pelo nome de Oxóssi (Òxòósi). Na África teria sido o irmão caçula ou filho de Ogun, com importância, como protetor dos caçadores; na medicina, pois os caçadores passam grande parte de tempo em contato com Ossain na floresta, divindade das folhas terapêuticas e litúrgicas, e, aprendem com ele parte do seu poder; na ordem social, pois em suas caças e expedições, descobre lugar favorável à instalação de uma nova roça ou de um vilarejo, tonando-se assim o primeiro ocupante do lugar e senhor da terra onílè, com autoridade sobre os habitantes que venham a se instalar posteriormente; de ordem administrativa e policial, pois antigamente os caçadores odé, eram os únicos a possuir armas nos vilarejos, servindo também de guardas-noturnos òxó. O culto de Oxóssi encontra-se quase extinto na África mas bastante difundido no Novo mundo, tanto em Cuba como no Brasil, pois seus iniciados foram vendidos como escravos para esses países; Eles trouxeram consigo o conhecimento do ritual. Suas cores são azul esverdeado, seu símbolo, o ofá, um arco e flecha em ferro forjado (hoje, outros metais) e o erukere , insígnia de dignidade dos reis da África e que lembra ele ter sido rei de Kêto.
Qualidades: 1) Orè ou Orèlúéré 2) Inlé ou Erinlè, ou ainda Age 3) Ibùalámo 4) Fayemi 5) Ondun 6) Asunara 7) Apala 8) Agbandada 9) Owala 10) Kusi 11) Ibuanun 12) Olumeye 13) Akanbi 14) Alapade 15) Mutalambo
OXUMARÈ Simbolizado pela serpente. Sua tradução, quer dizer: arco íris, bem como uma versão, essencialmente masculino, e outra, como fêmea ou macho (Besèn e Frekuén). Besèn, a parte feminina de Oxumarè, que se transforma durante seis meses do ano (também evidenciado pela sua mudança de pele). Parente de Nanã e Obaluaiye, o que mostra sua relação com a terra e seus ancestrais. É a mobilidade e a atividade. Uma de suas obrigações, em suas múltiplas funções, é a de dirigir o movimento, é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical, que está sob o seu controle; é o símbolo da continuidade e permanência e, algumas vezes é representado por uma serpente que se enrosca e morde a própria cauda. Sua dupla natureza de macho e fêmea, é simbolizada pelas cores vermelha e azul que cercam o arco íris, ou, verde e amarelo dependendo da região. Também representa a riqueza, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos yorubás. Seus iniciados usam brajás , longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de uma serpente, e trazer na mão um
ebiri, espécie de vassoura feita com nervura das folhas de palmeira, ou Idan duas cobras em ferro forjado. Durante suas danças, apontam alternadamente para o céu e para a terra. Através do arco íris, se torna o elemento de ligação entre o céu e a terra, fazendo a ponte aiyé-orún, transporta mensagens e oferendas. No Dahomé, chama-se Dan, na nação Angola, como Angoro, sua saudação é Aroboboy.
OXUN Orixá originário da terra de Ijexá. Genitora por excelência, ligada particularmente à procriação. Deusa das águas doces, reina sobre os rios, também divindade do ouro e dos metais amarelos. Coquete e vaidosa, foi segunda esposa de Xangô, tendo vivido anteriormente com Ogun, Orunmilá e Oxóssi. Maternal, carinhosa e muito afeita às crianças, amante da beleza e do adôrno. Também é chamada de Iyálòóde, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Seus axés são pedras do fundo do rio Oxum, jóias de cobre, no Brasil, pedras de rio e adornos de metal amarelo. Sua cor e contas, é amarelo-ouro, sua saudação: Ore Yèyé o!, chamemos a benevolência da mãe!
Qualidades: 1) Abalu (a mais velha de todas) - ABALÔ (carrega ogum é uma iansã) 2) Jumu ou Ijimu ( a mãe de todas, estreita ligação com as Ìyámi) 3) Aboto ou Oxogbo (feminina e coquete, ajuda as mulheres terem filhos) 4) Apara (a mais jovem e guerreira) 5) Ajagura (guerreira) 6) Yeye Oga (velha e enquizilada) 7) Yeye Petu Yeye Kare (guerreira) 8) Yeye Oke (guerreira) 9) Yeye Onira (guerreira) 10) Yeye Oloko (vive nas florestas) 11) Yeye ponda (esposa de Oxóssi Ibualama, guerreira e porta um leque) 12) Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete) 13) Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher de Ogum ) 14) Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce sobre a cabeça de suas filhas) 15) Yeye Odo (dos perdões)
OYÁ Iyá-mesan-òrun , seu Oríki, "mãe dos nove órun", Yásan. Conhecida no Brasil como Yansã, cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyas; usado como um dos nomes de Oya Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças, Iansã , que da lenda da criação da roupa de Egúngún por Oyá. Ìyámésàn "a mãe (transformada em) nove", que vem da história de Ifá, da sua relação com Ogun. Observe-se que em todas as formas, está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú. Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuoso, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oya.
Diz uma das lendas que Oya lamentava-se de não ter filhos, uma situação consequente da sua ignorância a respeito das suas proibições alimentares. Embora lhe fosse recomendado comer cabra, ela comia carneiro. Foi consultar um babalaô, que informou seu erro, lhe aconselhando a fazer oferendas, entra as quais deveria haver um tecido vermelho. Este pano, mais tarde, haveria de servir para confeccionar as vestimentas dos Egúngún. Tendo cumprido essa obrigação, Oya tornou-se mãe de nove crianças. Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin[eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns"). Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oya.
Qualidades: 1) Oya Biniká 2) Oya Seno 3) Oya Abomi 4) Oya Gunán 5) Oya Bagán 6) Oya Onìrá 7) Oya Kodun 8) Oya Maganbelle 9) Oya Yapopo 10) Oya Onisoni 11) Oya Bagbure 12) Oya Tope 13) Oya Filiaba 14) Oya Semi 15) " Sinsirá 16) Oya Sire 17) Oya Gbale ou Igbale (aquela que retorna à terra) se subdividem em: a) Oya Funán b) Oya Fure c) Oya Guere d) Oya Toningbe e) Oya Fakarebo f) Oya De g) Oya Min h) Oya Lario i) Oya Adagangbará Essas Oya, estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu, Ogun e Exú.
O Tempo é tão importante que ele é um orixá (e os africanos a muito sabem disso). Tem um dito que diz "O tempo dá, o tempo tira, o tempo passa e a folha vira", muitas vezes precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto ou longo, com o bom uso do tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar.
Em geral na frente das grandes casas de Candomblé, principalmente em Salvador, existe uma grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande Alá (pano branco), este é um Iroko, que é de fundamental necessidade a sua existência numa casa de Candomblé. Conhecido também como Loko, e no Brasil como orixá da Gameleira Branca, onde é feito seu ritual e suas oferendas, esta árvore foi trazida pelos africanos, mas pela sua existência com certa facilidade em regiões litorâneas, é possível que já existisse no Brasil. Este orixá não tem qualidades, é conhecido na angola como Maianga ou Maiongá.
XANGÔ Xangô teria sido o terceiro Àlàáfìn Òyó - Rei de Oyó -, filho de Oranian e Torosi. Na África sob seus aspectos, histórico e divino. A filha de Elempe, rei dos Tapás, que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram pelo seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se por sua força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Obá Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì. Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é o irmão mais jovem, não somente de Dadá-Ajaká como também de Obaluaiyè. Entretanto, ao que parece, não são os vínculos de parentesco que permitem explicar a ligação entre ambos, mas sua origem comum em Tapá, lugar onde Obaluaiyè seria mais antigo que Xangô, e, por defer6encia para com o mais velho, em certas cidades com Seketê e Ifanhim são sempre feitas oferendas a Obaluayiè na véspera da celebração das cerimônias para Xangô. Xangô, é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, razão do que de sobra, para ser denominado, deus da justiça. Os èdùn àrá (pedras de raio - na verdade, pedras neolíticas em forma de machado), são consideradas emanações de Xangô, e são colocadas sobre um odó - pilão de madeira esculpida -, consagrado à Xangô. Seu símbolo é oxé - machado de duas lâminas - lembra o símbolo de Zeus em Creta. Esse oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao memso tempo, o duplo machado e lembra, de certa forma, a cerimônia chamada ajere, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma vasilha cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo; e, em uma outra cerimônia, chamada àkàrà, durante a Qua engolem mechas de algodão embebidas em azeite de dendê em combustão. É uma referência à lenda, segundo a qual Xangô tinha o poder de escarrar fogo graças a um talismã que ele pedira à Oyá buscar no território bariba. Os adeptos de Xangô , em cerimônias, seguram nas mãos o xéré , um instrumento musical utilizado apenas por eles (desde que autorizados), feito de uma cabaça alongada e contendo no seu interior pequenos grãos, que convenientemente sacudido, imita o ruído da chuva. Em algumas situações também usa um làbà - uma bolsa grande em couro ornamentado -, onde guardaria seus èdùn àrà, que lança sobre a terra durante as tempestades. Suas danças são acompanhadas por um tambor chamado bàtá (tem uma forma de ampulheta, com couro dos dois lados de tamanhos diferentes), são pendurados no pescoço por uma tira de couro, e seus tocadores, os olúbatá, que batem com uma tira de couro no lado menor do tambor, para fazer vibrar o instrumento, e com a mão fazem pressões mais ou menos fortes do outro lado, para obter os tosn da língua yorubá.
No Recife, seu nome serve mesmo para designar o conjunto de cultos africanos. Suas cores são o vermelho e branco, e sua saudação é:
Kawó kabiyèsílé ! - Venham ver o Rei descer sobre a terra! Em sua dançá, o alujá , Xangô brande orgulhosamente seu oxé e assim que a cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai pegar num labá (sua bolsa) imaginário, as pedras de raio, e lançá-las sobre a terra.
Qualidades: 1) Dadá 2) Afonjá 3) Lubé 4) Ogodo 5) Koso 6) Jakuta 7) Aganju 8) Baru 9) Oloroke 10) Airá Intile 11) Airá Igbonam 12) Airá Mofe ou Adjaos XANGO: AIRÁ (AGOYNHAM); AFONJÁ; AGANJÚ; AGOGO; BARU; ALAFIM Alguns constam ainda Oranian, que seria seu pai; Dadá seu irmào, Aganju um dos seus sucessores, Ogodo que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá; Os Airá seriam muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais vermelhos, e seriam originários da região de Savê.
YEMANJÁ Ye + omo + eja = mãe dos filhos peixes, ou, Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes). O cristal representa seu poder genitor e sua interioridade (filhos contidos em si mesma). Representa a gestação e a procriação. Em alguns mitos considera-se mulher de Òrányàn (descendente de Oduá e fundador de Oyó) de quem ela concebeu Sàngó (Ancestre dicino da dinastia dos Àlàfin de Òyó). A mãe dos orixás, esposa de Òrìnsànlá. No Brasil é a deusa do mar, da água salgada, enquanto na Nigéria, a deusa de um rio, e orixá dos Egbá, onde existe o rio Yemoja. Também a deusa do encontro das águas do rio e do mar. A mais antiga é Iyá Sagba, que quer dizer, A Mãe que passeia sobre as ondas. Suas cores são o azul claro, branco e azul e o cristal, sua saudação, Odoyiá = Mãe do rio. Sábado é o seu dia consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Sei dia consagrado é 2 de fevereiro. Segundo algumas fontes; Orixá dos rios e correntes, especialmente do Rio Ogun, na África seria folha de Obatalá e Oduduwá, casada com Oranyian, fundador mítico de Oyó, teria sido esposa de Aganjú, e com ele teve um filho Orùngan, que a violou e dela são descendentes outros quinze orixás: Dadá, Sangó, Ògún, Olokun, Olosá, Oyá, Òsun , Obá, Oko, Oke, Saponan; Òrun (sol) e Osupá (lua); Ososo e Aje Saluga (orixá da riqueza). Seus diversos nomes são relativos aos diferentes lugares profundos (ibù) do rio.
Qualidades (seus nomes diferem conforme região): 1) Yemoja Ogunte (esposa de Ogum Alagbedé) 2) Yemoja Saba (fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá) 3) Yemoja Sesu/Susure (voluntariosa e respeitável, mensageira de olokun) 4) Yemoja Tuman/Aynu/Iewa 5) Yemoja Ataramogba/Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré) 6) Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô) 7) Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá) EWÁ
Padre Iniciado no Candomblé Importante posição ecumênica deste padre que mostra sua visão sobre o Candomblé como religião compatível e complementar para o benefício do ser humano; os exageros da Igreja e sua posição atualizada que resgata a legitimidade do Candomblé através da Carta de Paulo VI - Africae Terrarum Paulo "Olúsinadé" Botas, 56, é padre, teólogo, doutor em filosofia, militante de movimento ecumênico, estudioso, pesquisador e iniciado no Candomblé, como Ogã de Ogum no Ilé Axé Opô Afonjá, em Salvador, pela Iyalorixá Stella D'Oxossi. Tem em sua conduta e no seu trabalho uma visão e posição ecumênica, no sentido que as pessoas rompam seus preconceitos em relação às religiões africanas e entendam serem religiões complementares e compatíveis, para o benefício do próprio ser humano. Para tanto, coloca de forma clara e inequívoca, situações que contribuíram para o distanciamento destas religiões co-irmãs, bem como o resgate da legitimidade do Candomblé como religião, dos exageros da Igreja para atingir seus objetivos de religião superior e oficial nos países que entrou com seu processo evangelizador, citando e dando a devida atenção, ao documento oficial do Papa Paulo VI, de 1967, o qual valoriza a religião africana em seu documento oficial - Africae terrarum - Terras das África, no qual reconhece a religião africana como positiva e não mais como religião não-cristã, até mesmo porque Cristo veio ao nosso mundo, alguns milhares de anos após a existência desta religião. Mostra assim, que é Divino as diversas culturas e religiões, nos mais diversos cantos da terra. Todo material que segue, está contido em seu livro - Xirê , A ciranda dos encantados - publicado pela Editora Ave-Maria, em 1997, separado por temas e dos quais pincei estes conteúdos.
Introdução "Quando o profeta nos questiona: "Acaso não temos um mesmo Pai para todos nós? Não nos criou um mesmo Deus? Porque trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros? (Malaquias 2,10) - Deus quis que assim fosse...se não, nos teria criado um só. Quis Deus que muitos fossem seus nomes e manifestações, para que houvesse uma partilha permanente entre os homens e mulheres, de todos os tempos e lugares, para se enriquecerem mutuamente com as suas maneiras múltiplas de buscá-Lo. O objetivo é ampliar o coração das pessoas, que o único caminho para a paz, é reconhecer que Deus nos deu, na sua infinita criação, uma diversidade e pluralidade de expressão, nas múltiplas culturas e humanidades. Todos os orixás, os cristos, os budas, os krishnas, os maomés, os tupãs e tantos outros que moldamos em linguagens humanas não esgotam a força espiritual de cada um e de todos, ainda que, na nossa miopia, possamos acreditar que encontramos, no nosso momento histórico, o verdadeiro deus. Não podemos deixar para nosso filhos e filhas esse espólio horrorendo e asqueroso de guerras santas, de perseguições sem limites.
Da origem O professor Cavali-Sforza, da Universidade de Stanford, declarava para a revista Veja, em 18 de janeiro de 1995, que o processo de humanização, ocorreu na África e hoje todos os seres humanos do planeta descendem dos africanos. A Folha de São Paulo, de 28 de abril de 1995, noticiou as conclusões de cientistas americanos, nas revista Science, que "o uso de ferramentas e o surgimento de relações sociais entre seres humanos começaram na África e não na Europa, como se pensava até agora". Somos todos africanos de origem. Homens e mulheres de todos os cantos da terra, a partir do seu berço africano foram reinventando seus mitos, suas lendas, seus deuses, suas comidas, suas festas, suas danças e suas músicas na busca incessante de transcender cada vez mais e se perpetuar na história humana pela ancestralidade. Na tradição religiosa, a pedra ocupa um lugar de qualidade, existe entre a alma e a pedra uma estreita relação. Quando o culto se celebra sobre a pedra, não se dirige à própria pedra, mas ao deus que a tem como lugar de moradia. Jacó fez de uma pedra um travesseiro para dormir. E sonha com uma escada cujo topo chegava aos céus e pela qual os anjos de Deus subiam e desciam. E por cima dela estava o Senhor que lhe revela ser Deus de Abraão e de Isaac, seus ancestrais. Jacó, quando desperta, proclama que Deus estava naquele lugar. "Quão terrível é este lugar! Esta não é outro senão a casa de Deus; esta é a porta dos céus" então levanta-se de madrugada, toma a pedra em que repousara cabeça, erige-a em coluna e derrama azeite sobre ela. E chama o lugar de Beith-el - a casa de Deus (gênesis, 28, 10-22). É bom lembrar que, até poucos anos, a celebração da missa era realizada sobre a ara, uma pedra colocada numa cavidade sobre o altar, onde se encontravam as relíquias dos mártires. Ainda o que foi dito à Pedro. Pedro, tu és pedra, e sobre esta pedra, erigireis tua Igreja. Na tradição cristã, a pedra angular - a que foi rechaçada pelos construtores (Lucas 20,17) - é a pedra do acabamento, da coroação, da cumeeira, a chave da abóbada. Ela foi substituída pelo pão. E Beith-el (casa de Deus) converteu-se em Beith-Iehem (casa do pão), e o pão eucarístico substituiu a pedra como lugar da presença divina.
Dos escravos A vinda dos escravos ao Brasil fez com que homens, mulheres e crianças, pertencentes a reinos, nações, clãs, linhagens, aliados e inimigos, caçadores da medicina natural se encontrassem e redimensionassem as suas tradições culturais e religiosas. Essa era a única maneira de confrontar a opressão religiosa católica que se fez acompanhar não apenas dos grilhões de ferro que aprisionavam os corpos dos negros, mas também do "aspergir" da água benta, do nome novo marcado a ferro em brasa nas regiões corporais, onde a carne não fosse comprometida e perdesse seu valor de compra e venda: de mercadoria. E tudo isso ao som entoante do "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Catequese e escravidão andavam de mãos dadas. Os navios negreiros eram batizados com nomes da Virgem: Imaculada Conceição, Mãe de Deus, etc. muitos padres e ordens religiosas eram possuidores de escravos. Os sofrimentos de Cristo eram exemplos de redenção para o sofrimento imposto pelos católicos brancos. A expressão religiosa africana foi vista como num espelho pelos colonizadores, o que não era o reflexo nu e cru, da sua cultura eurocêntrica e da sua religiosidade católica romana, deveria ser banido, aniquilado e/ou demonizado. Tudo o que não era o seu espelho, o seu igual, era demonstração de "possessão demoníaca" e suas consultas aos oráculos, sacrifícios propiciatórios e outros rituais, eram estigmatizados como bruxaria ou "magia negra". As almas católicas viviam rogando pragas, maldições e conspirando em sintonia com o bom-tom hipócrita das cortes da Europa.
Mas... os negros souberam se apropriar das formas de organização religiosa dos colonizadores e criaram, como forma de confronto, suas irmandades religiosas próprias, notadamente as de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Por meio delas e da contribuição dos seus filiados, buscavam formar pecúlios suficientes para a alforria dos seus membros e garantir um enterro digno e "cristão" aos seus membros, onde eram mescladas as ladainhas católicas e os ritos funerários da nação africana do morto. Tudo sob as barbas da ignorância dos seus senhores e da fragilidade espiritual da maioria do clero branco, tão atento em coibir bruxarias, demônios, orgias, possessões, etc.
O papa e seu documento "Africae Terrarum" Em 1967, o papa Paulo VI lançava um documento oficial valorizando a religião africana e a colocando lado a lado das outras religiões universalmente conhecidas. Irônica ou intencionalmente, esse documento não foi suficientemente divulgado e amadurecido pelas comunidades cristãs; o que teria, sem dúvida, aniquilado muitos dos preconceitos e dos dogmatismos das igrejas locais. o mais importante é o fato de o Papa reconhecer a religião africana como positiva e não mais como uma religião não-cristã. Essa mudança de ótica legitima e estimula o reconhecimento da diferença como condição fundamental para um diálogo inter-religioso. "A vida espiritual é o fundamento constante e geral da tradição africana. Não se trata simplesmente da assim chamada concepção "animista", no sentido emprestado a esse termo na história da religiões, no fim do século passado. Trata-se, antes, de uma concepção mais profunda, mais ampla e universal, segundo a qual todos os seres e a mesma natureza visível se acham ligados ao mundo do invisível e do espírito. O homem, em particular, nunca é concebido, como apenas matéria, limitado à vida terrena, mas reconhece-se nele a presença e a eficácia de outro elemento espiritual que faz a vida humana ser sempre posta em relação com a vida do além. Desta concepção espiritual, elemento comum importantíssimo é a idéia de Deus, como causa primeira e última de todas as coisas. Esse conceito, percebido mais do que analisado, vivido mais do que pensado, exprime-se de modo bastante diverso de cultura para cultura. Na realidade, a presença de Deus penetra a vida africana, como a presença de um ser superior, pessoal e misterioso. A ele se recorre nos momentos mais solenes e críticos da vida, quando da intercessão de qualquer outro intermediário se julga inútil. Quase sempre posto de lado o temor da onipotência, Deus é invocado como Pai. As orações a ele dirigidas, individuais ou coletivas, são expontâneas e por vezes comoventes. E entre as formas de sacrifício sobressai pela pureza do significado o sacrifício das primícias(...) A participação na vida da comunidade, quer esta seja no âmbito da parentela quer no da vida pública, é considerada como um dever preciso e como um direito de todos, mas ao exercício desse direito se chega somente depois de uma preparação amadurecida, por meio de uma série de iniciações com o objetivo de formar o caráter dos jovens candidatos e instruí-los sobre as tradições e normas consuetudinárias da sociedade". Paulo VI. - Africae Terrarum Muita violência teria sido evitada se os católicos tivessem dado ouvidos e compreendido toda a riqueza dessas palavras do seu líder e pastor máximo. Poder-se-ia ter avançado, e muito, na troca permanente dos valores religiosos. Beber na fonte da tradição religiosa que originou Jesus de Nazaré e o cristianismo. Nada está em contradição. São outros momentos e outras culturas, outra vivências e expressões, outras faces de um mesmo Deus. "Eis porque o africano quando se torna cristão não se renega a si mesmo mas retoma os antigos valores da tradição "em espírito e em verdade." (Africae terrarum) Os tempos são outros... O Papa é outro nesse início de milênio. O brasil é outro e outra é a sua dimensão religiosa: plural e diversa. Jamais poderemos esquecer que, nos últimos vinte séculos, a África foi explorada pela Europa "cristã"...o império romano explorou o Egito tirando dele trigo, escravos e animais de carga. Os maometanos foram cooptados e organizaram o tráfico negreiro em demanda da Europa durante toda a
idade Média, com a complacência da Igreja Católica Apostólica Romana. No século XIX, as potências européias "cristãs" ocuparam definitivamente a África transformando suas nações em protetorados.
Os negros - Os escravos As carnes nobres para a Casa-grande, o resto para a senzala. E a criatividade inventou a comida pela qual o Brasil é reconhecido no mundo; a negra feijoada dos negros baianos e mineiros. Sempre foi assim a festa comunitária dos negros. A comida farta de Ogum, guerreiro doa caminhos, a dança e os cantos, as roupas coloridas. Senhoras e senhores da folhas, dos chás e infusões que curam e aliviam a todos os que deles se servem. Generosidade e gratuidade são as heranças presentes, até hoje, na nossa cultura. A ganância e a avareza dos colonizadores e das igrejas foram vencidas pela grandiosidade dos gestos e pelo acolhimento da diversidade e da pluralidade vividas nos quilombos. As igrejas pragmáticas, e com ambição expancionista, procuram ocultar pelo tamanho dos seus templos a sua pequenez espiritual. Para elas, as festas religiosas africanas, nos seus barracões despojados, onde a comunidade recebe a todos, (não importando a cor, classe social, religião ou raça); onde a comida é repartida fartamente e onde cada filho e filha, generosamente, contribui com o que tem para a festa comum - tais festas só podem ser "uma barbárie". Imersas na sua ânsia-quase-vômito de poder e preocupadas com a eficácia e eficiência dos seus investimentos materiais, as igrejas há muito perderam a alegria da partilha e a comunhão da mesa. Depois de uma longa história de repressão religiosa aos cultos populares de origem africana e indígena, as igrejas mantêm ainda um sentimento de superioridade, separando a fé católica das elites brancas das práticas consideradas ignorantes do povo. Some-se a isso toda a cultura de segregação desenvolvida após a abolição que, pensando o Brasil em moldes europeus, isolava os negros, dandolhes o estigma de malandros, criminosos, bêbados, desocupados e embusteiros. A eles coube os planos sanitaristas que visavam erradicar "as doenças dos pobres": varíola, febre amarela, tuberculose, etc. a urbanização das cidades seguiu o mesmo padrão europeu: boulevards e ruas largas para combater a herança africana em nossa cultura, vista como "primitiva e atrasada". Na religião o estigma foi de anátema. Interpretando, para a sua melhor conveniência, a religião africana como politeísta ( que acredita em vários deuses) e animista ( que atribui alma e vida a objetos inanimados) afirmava a inferioridade do negro em relação ao branco, cuja religião monoteísta era a descrita e de graus infindáveis de abstração. Na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubas eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Keto; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé. Foi a negação da originalidade do outro que fez com que tantas culturas e civilizações fossem destruídas. Algumas pessoas acabam querendo reduzir os outros a seu tamanho, à cor da própria pele, à sua maneira de pensar, de acreditar em Deus, tomado-se como única referência na vida e no mundo. Olorum ama tudo o que criou e nos concede que o encontro entre os Orixás e a humanidade seja realizado em momentos de festa e alegria, na partilha da comida e da bebida, para que todos saibam da sua generosidade e misericórdia...
Problemas e Soluções
"A solução dos problemas não é uma mágica - como uma varinha de condão a qual batemos e o mal some ou as coisa se modificam instantaneamente mas cada problema tem um tempo e forma de solução." De uma forma geral os problemas são comuns aos seres humanos: amor, trabalho, lar, saúde, estudo, magia, egun ("encosto" de pessoa já falecida), cargas negativas, inveja, mau olhado, "olho gordo", karma, retorno (lei do retorno, aqui se faz aqui se paga). A rotina diária, principalmente nas cidades, põe o indivíduo em contato com energias negativas que atuam no nosso campo astral/espiritual, impregnando-se em nossa aura e provocando distúrbios conhecidos popularmente como "corpo carregado". Estes distúrbios surgem, aparentemente sem uma razão concreta ou justificativa. Porém essas cargas negativas são reais, assim como os sentimentos - o amor e a inveja por exemplo - você não vê, mas existem e podem ser de diversas espécies e várias origens.
Espécies: Inveja, "mau olhado", magia, "eguns" (espíritos) ... Existem pessoas, ainda que involuntariamente, por uma sensibilidade ou fraqueza astral/espiritual, absorvem cargas negativas de outras pessoas ou ambientes.
Origens: - Dirigida: resultado de ação de magia, de inveja sofrida, mau olhado ... - Ambiental: locais como cemitério e hospital (onde existe uma concentração de espíritos), casas, local de trabalho ... - Egun: são de dois tipos distintos; 1) espíritos "sem luz" altamente destrutivos que "encostam" nas pessoas, quer por ação de magia ou ainda por sensibilidade da pessoa. 2) espírito de parentes ou amigos quando em vida, que no seu desconhecimento inicial do mundo espiritual, tentam nos "ajudar" mas acabam nos prejudicando sem perceber. - Retorno: toda energia por nós emitida, seja positiva ou negativa, sempre volta com as suas conseqüências da Lei do retorno. Os sintomas provocados pelas cargas negativas nos atingem de várias formas
Vida afetiva Relacionamentos abalados ou destruídos, falta de atração pessoal, solidão.
Caminhos, trabalho e objetivos materiais Projetos que não se realizam, dificuldade de relacionamento e produtividade no trabalho, desemprego e dificuldade para obtê-lo, "portas que se fecham", perdas e prejuízos ...
Disposição física e mental Sensação de "corpo pesado" e peso sobre os ombros, pressão na nuca, tirando nossa energia e poder de reação, causando angústia, depressão, pessimismo, inquietação, nervosismo exagerado, insônia, sonolência durante o dia, cansaço, desânimo, vendo as coisas mais feias do que realmente são, sofrendo por antecipação, idéias ruins e de auto destruição.
Saúde Saúde frágil, doenças que não curam, males que a medicina não explica ou detecte sua origem, dores de cabeça freqüentes, enxaquecas, dificuldade de cura...
As Soluções
"A solução dos problemas muitas vezes não é um fenômeno (como uma varinha de condão que batemos e o mal some ou as coisas se modificam instantaneamente) mas cada um tem uma forma de tempo de resolução." "Através do trabalho de limpeza - ebó - que eliminam as energias negativas, que agem como um campo de força em torno da nossa aura, impedindo que coisas boas se aproximem e atraindo mais negatividade e dificuldades." As soluções passam por uma "limpeza" e fortalecimento da aura, e são as mais diversas, através da diversidades de "sacodimentos" , oferendas, ebós, boris, obis, abôs, pembas ... sempre de acordo com o indicado pelo jogo de búzios, ou mesmo pela vasta experiência prática do babalorixá, o qual já sabe o que fazer em situação conhecida, pois muitas vezes não há a necessidade de se jogar os búzios, como nem sempre é preciso "fazer" alguma coisa, em virtude desta experiência, o babalorixá se torna um psicólogo prático, e um bom conselho e orientação resolvem situações. A forma varia de nação para nação, que são as origens dos locais africanos das diversas casas de candomblé; keto, angola, gêge, fon, ijexá... Existem casos em que a "limpeza" por si só não é suficiente, oferendas aos orixás, para obtenção de alguma ajuda específica ou generalizada, é preciso, bem como, só oferenda e pedidos não é o suficiente - "para tratar uma ferida, é preciso, antes limpá-la" - há necessidade de se deixar a aura limpa para receber o axé necessário. "A abertura de melhoria de determinados caminhos pode se obter através de pedidos aos orixás por meio de oferendas e Orô - reza dos orixás."
Oferenda "Quando fazemos alguma oferenda, comida aos orixás, o orixá se utiliza dos elementos símbolos ali contidos e transforma em energia positiva, seu axé."
Ebó "Trabalho de lipeza de aura das energias negativas (encosto de espíritos - magias - doenças de plano astral)"
Abô "Banho de ervas (selecionadas) maceradas para lipeza de aura."
Pemba "Favas - sementes - raladas com pemba (giz especial) branca, utilizada para limpeza da aura. Este pó deve ser passado na cabeça e corpo - utilizado para limpeza e energização." Na minha ótica, qualquer problema é tratável sem a necessidade de uma iniciação, por mais grave que seja, a iniciação é um exercício de vontade, de amor ao orixá, o qual requer dedicação; fazer o "santo" é uma missão, é mais um elemento para atender ou auxiliar no atendimento à quem da religião necessitar, com todos os requisitos necessários ao bom cumprimento, seriedade, humildade, fé, disponibilidade de tempo quando solicitado em detrimento a um lazer pessoal. Em muitos casos se restaura uma energia pessoal, que de certa forma foi "contaminada" e se acrescente uma boa dose de energia positiva a qual está necessitando para desempenho das suas funções. Este tipo de tratamento eu comparo como uma limpeza de caixa d'agua, onde se tira toda água suja, esfrega-se as paredes com um bom produto de limpeza e coloca-se água limpa, aliás operação
que deveria ser feita periodicamente, pois o contato com essas energias negativas é comum e constante. Sabiamente em alguns lugares da China e da África um doente antes de se internar num hospital , passa por uma limpeza de aura, que vai auxiliar a sua cura. Assim como a gordura de uma cozinha se acumula sobre o azulejo, as energias negativas se acumulam sobre nossa aura, formando um "campo de força negativo" , onde as energias boas "batem e resvalam" , nos deixando expostos a toda gama de consequências já relatadas, que estamos sujeitos; e assim como não basta um pano com água para "lavar" a gordura do azulejo, mas um bom detergente; em nossa aura, é pura inocência achar que simples banho de água e sal ou poucas ervas, serão suficientes para um bom resultado, é como dar aspirina infantil para úlcera. "Nosso orixá não tem obrigação de nos dar mas, o receber é consequência dos nossos atos." "Receberemos o axé pedido se: Merecermos e se for o tempo de recebermos." "Quem vê a vida somente com os olhos do interesse não enxerga o caminho."
Sacrifício de Animais Esta matéria deve ser lida com muita atenção, e, guardada, em especial dirigida àqueles, que sofrem preconceitos diversos por sua prática, bem como conhecimento com embasamento teológico. Não há como se falar de sacrifício de animais, sem algumas situações correlatas, que sejam: - Comparativo à outras religiões. - Sua teologia, aplicação esotérica e prática, no contexto africano. - Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos.
Comparativo à outras religiões No comparativo à outras religiões, ainda que posteriores à africana, não para se justificar, mas para comprovar que a negação e contrariedade é um ato de discriminação. Quando se aceita ou não, pratica o mesmo combate exacerbado das inúmeras práticas de sacrifício contidas nos testamento, algumas discorridas apenas como exemplificação, sendo o próprio testamento, um ajuste, contrato; na história bíblica as duas maiores alianças realizadas por Jeová uma com Abraão e outra com Moisés foram firmadas através de sacrifício de animais e sangue como elemento principal desta confirmação. Estes sacrificios eram por vários motivos, o principal deles, a expiação dos pecados, firmar tratados e testamentos, cura de leprosos...
Aspecto de pacto/testamento O pacto da Lei foi quando da transmissão da Tábuas, transmitida por meio de anjos, pela mão de um mediador, Moisés, e que entrou em vigor com o sacrifício de animais no monte Sinai (Gál 3:19; He 2:2; 9:16-20). Naquela oportunidade, Moisés aspergiu sobre o altar a metade do sangue dos animais sacrificados, daí, leu o livro do pacto para o povo, que concordou em ser obediente. Depois disso, ele aspergiu o sangue sobre o livro e sobre o povo. ( Êx 24:1-8)
Aspecto de cura - A purificação do Leproso A purificação do leproso. 1 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 2 "Esta será a lei do leproso para o dia em que for declarado puro: Será conduzido ao sacerdote, 3 que sairá a seu encontro fora do acampamento para examiná-lo. Se o sacerdote constatar que a chaga do leproso foi inteiramente curada, 4 mandará trazer para o purificando duas aves vivas e puras, madeira de cedro, púrpura carmesim e hissopo. 5 Mandará imolar uma das aves em cima de uma vasilha de barro, cheia de água de fonte. 6 Depois, tomará a ave viva, a madeira de cedro, a púrpura carmesim e o hissopo, e os molhará, do mesmo modo que a ave viva, no sangue da ave imolada sobre a água de fonte. 7 Aspergirá sete vezes o que deve ser purificado da lepra, declarando puro, e soltará no campo a ave viva. 8 Então o purificando lavará as vestes, rapará todos os cabelos e se banhará em água, e será puro. Depois
poderá entrar no acampamento, mas ficará fora da tenda durante sete dias. 9 No sétimo dia rapará todos os pêlos, a cabeça, a barba, as sobrancelhas, enfim, todos os pêlos, lavará as vestes e o corpo em água, e será puro. 10 No oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito e uma ovelha de um ano sem defeito, treze litros e meio de flor de farinha amassada com azeite, para oblação, e um quarto de litro de azeite. 11 O sacerdote que fizer a purificação apresentará perante o Senhor o purificando junto com essas oferendas, à entrada da tenda de reunião. 12 O sacerdote tomará um dos cordeiros e oferecê-lo-á como sacrifício de reparação, junto com o quarto de litro de azeite, agitando-os ritualmente diante do Senhor. 13 Depois imolará o cordeiro no lugar onde se imola a vítima expiatória e o holocausto, em lugar santo; porque a vítima do sacrifício expiatório, como a do sacrifício de reparação, pertence ao sacerdote e é coisa santíssima. 14 O sacerdote pegará um pouco do sangue da vítima de reparação e untará o lóbulo da orelha direita do purificando, bem como os polegares da sua mão e do pé direitos. 15 Depois tomará um pouco do azeite que derramará na palma da mão esquerda 16 e, untando o índice da mão direita no azeite que tem na palma da mão esquerda, aspergirá sete vezes perante o Senhor. 17 Depois, com o azeite que ficou na palma da mão untará o lóbulo da orelha direita do purificando, o polegar da mão e do pé direitos, por cima do sangue da vítima de reparação. 18 O resto do azeite que tiver na palma da mão o sacerdote o passará sobre a cabeça do purificando. Assim fará por ele a expiação diante do Senhor. 19 Depois o sacerdote oferecerá o sacrifício pelo pecado, fazendo a expiação por aquele que se purifica da mancha. 20 Em seguida o sacerdote oferecerá o holocausto e a oblação no altar. Tendo assim o sacerdote feito por ele a expiação, será puro. 21 Se for pessoa pobre e não tiver recursos suficientes, tomará somente um cordeiro como sacrifício de reparação a ser oferecido com um gesto de oferenda, para fazer por ele a expiação. Levará apenas quatro litros e meio de flor de farinha amassada com azeite, para a oblação, e um quarto de litro de azeite, 22 duas rolas ou dois pombinhos, segundo as posses, um como sacrifício expiatório e outro para o holocausto. 23 No oitavo dia os apresentará ao sacerdote para a purificação, à entrada da tenda de reunião, diante do Senhor. 24 O sacerdote tomará o cordeiro de reparação e o quarto de litro de azeite, e os oferecerá com um gesto de oferenda diante do Senhor. 25 Depois de imolar o cordeiro do sacrifício de reparação, pegando um pouco do sangue da vítima, o aplicará sobre o lóbulo da orelha direita, sobre o dedo polegar da mão e do pé direitos do purificando. 26 Derramará um pouco de azeite na palma da mão esquerda, 27 e com o dedo indicador da mão direita aspergirá sete vezes este azeite diante do Senhor. 28 Com o azeite que tem na mão untará o lóbulo da orelha direita, o polegar da mão e do pé direitos do purificando, no mesmo lugar onde aplicou o sangue da vítima de reparação. 29 O restante de azeite que lhe ficar na mão o sacerdote aplicará sobre a cabeça do que se purifica para fazer por ele a expiação diante do Senhor. 30 Depois, de acordo com os recursos, oferecerá uma das rolas ou um dos pombinhos 31 em sacrifício expiatório e o outro em holocausto, além da oblação. Assim o sacerdote fará diante do Senhor a expiação por aquele que se purifica". 32 Esta é a lei para aquele que esteve atacado de lepra e cujos recursos são insuficientes para a purificação.
A lepra das casas. 33 O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 34 "Quando tiverdes entrado na terra de Canaã que vos darei em propriedade, e eu atingir com a infecção da lepra alguma casa da terra que possuirdes, 35 o dono da casa irá informar o sacerdote, dizendo-lhe: ‘Parece haver infecção de lepra em minha casa’.36 O sacerdote mandará desocupar a casa antes de ir examinar a mancha leprosa, a fim de não contaminar o que nela há. Feito isso, o sacerdote irá examiná-la. 37 Se, ao examinar a mancha, notar nas paredes da casa cavidades esverdeadas ou avermelhadas, parecendo mais fundas que a parede, 38 sairá pela porta da casa e fará isolar a casa durante sete dias. 39 Ao sétimo dia o sacerdote voltará. Se constatar que a mancha se espalhou pelas paredes da casa, 40 mandará arrancar as pedras infectadas e lançá-las fora da cidade, em lugar impuro. 41 Fará raspar a casa toda por dentro e o pó da raspagem será lançado em lugar impuro. 42 Outras pedras serão tomadas e colocadas no lugar das primeiras, e a casa será rebocada com nova argamassa. 43 Se, depois de tiradas as pedras e de a casa ter sido raspada e novamente rebocada, tornarem a surgir as manchas, 44 o sacerdote virá examinar. Se constatar que a manha se espalhou pela casa, há lepra contagiosa na casa. A casa está
contaminada. 45 Será demolida a casa, com as pedras, madeira e toda a argamassa, que serão levadas para fora da cidade, a um lugar impuro.46 Quem entrar na casa enquanto esteve fechada, ficará impuro até à tarde. 47 Quem tiver dormido ou comido nesta casa, deverá lavar as vestes. 48 Se, ao entrar na casa, o sacerdote constatar que a mancha não se espalhou pela casa depois de rebocada, declarará pura a casa, pois o mal foi sanado. 49 Para fazer a expiação pela casa, tomará duas aves, madeira de cedro, púrpura carmesim e hissopo. 50 Sacrificará uma das aves sobre uma vasilha de barro com água de fonte. 51 Pegará a madeira de cedro, o hissopo, a púrpura carmesim e a ave viva, e os molhará no sangue da ave imolada sobre água de fonte. Depois aspergirá a casa sete vezes. 52 Feita a expiação da casa com o sangue da ave, com água de fonte, com a ave viva, com madeira de cedro, com hissopo e com púrpura carmesim, 53 soltará a ave viva no campo, fora da cidade. Assim fará a expiação pela casa e ela ficará pura". 54 Esta é a legislação referente a qualquer tipo de infecção de lepra, ou de sarna, 55 a infecções leprosas de vestes e de casas, 56 a tumores, pústulas e erupções da pele, 57 para ensinar quando alguma coisa é pura ou impura. Esta é a legislação sobre a lepra.
Aspecto de expiação do pecado - o sangue que expia (Lv 17,11), sem o qual não há remissão (Hb 9,22) Nm 6.10 e ao oitavo dia trará duas rolas, ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda da reunião; Nm 6.11 e o sacerdote oferecerá, um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e fará expiação por ele, do que pecou relativamente ao morto; assim naquele mesmo dia santificará a sua cabeça. Nm 6.12 então separará os dias do seu nazireado a Javé, e para expiação da transgressão trará um cordeiro de um ano; e os dias antecedentes serão perdidos, porque o seu nazireado foi contaminado. Portanto, vemos que o nazireu que tem que rapar a cabeça, tem que oferecer duas pombas, uma como holocausto e outra como oferta pelo pecado, e um cordeiro, como oferta pela transgressão. Portanto, o apóstolo Paulo comprou oito pombas e quatro cordeiros, para os sacrifícios daqueles quatro homens cristãos. E, ao que tudo indica, o apóstolo Paulo ofereceu também, ele próprio, duas pombas e um cordeiro, pois ele também tinha feito voto de nazireu, e tinha rapado a cabeça em Cencréia, como está escrito em: At 18.18 e Paulo ainda permaneceu ali muitos dias, e despediu-se dos irmãos, e navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áquila, tendo rapado a cabeça em cencréia, porque tinha voto. Portanto, vemos que o sacrifício de animais para expiação de pecados, instituído por Deus, só vale para os pecados cometidos por erro, isto é, sem querer, e que para os pecados cometidos à mão levantada, ou seja, intencionalmente, não há nenhum sacrifício de animal que possa servir de expiação, e que a alma que pecar intencionalmente, deve morrer. Em Hebreus 10:1-3, está escrito: Hb 10.1 porque a lei, tendo a sombra das coisas boas que vão existir, não a própria imagem das coisas, a cada ano os mesmos sacrifícios que oferecem continuamente, nunca pode aperfeiçoar os que se aproximam. Hb 10.2 porque se não, parariam de ser oferecidos, por não terem mais consciência de pecados os que servem, uma vez purificados. Hb 10.3 mas neles, há recordação dos pecados a cada ano. Portanto, vemos que os sacrifícios ordenados na Lei de Deus, no Templo, continuam, mesmo após a morte e ressurreição de Cristo, pois a Epístola aos Hebreus foi escrita após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo, e ela diz que os sacrifícios continuam a ser oferecidos. Em Números, capítulos 28:1-8, Javé ordenou que os sacerdotes, no Templo, ofereçam um sacrifício contínuo, um cordeiro de manhã, e um cordeiro de tarde, todos os dias, cada cordeiro acompanhado de uma oferenda de farinha de trigo amassada com azeite, e de uma libação de vinho.
Aspecto cerimonial
A páscoa foi instituída quando e em comemoração da saída do povo de Deus do Egito e deveria ser comemorada em família, como uma espécie de refeição sagrada, por ser uma festa e um sacrifício (Ex 12,25-28; Nm 9,13), presidida pelo pai, que atuará como sacerdote. Posteriormente com a centralização do culto, na reforma de Josias, passou a ser imolada no templo pelo sacerdote, que derramava o sangue no altar, prosseguindo-se o cerimonial em família ou com amigos ou parentes, em outros lugares ( Dt. 16,5-7; Cro 30, 15-17; 35, 10-14) Dos Muçulmanos - Maomé disse no Alcorão sagrado: Surata, 22/28; Para auferirem benefícios e celebrarem o nome de Deus nos dias mencionados (os do sacrifício), sacrificando uma das agraciadas reses. Se abandonaram sua prática e conduta religiosa, foram por razões próprias que não nos cabe discutir, mas nem por isso devemos abandonar as nossas, como muitos assim o querem. Aceitar isto por parte de outras religiões e rechaçar o que é pratica dos africanos, é puro ato discriminatório, um ato de racismo disfarçado, e vai além disso, está imbutido uma escancarada disputa de mercado, cuja forma de aumentar e manter é nos atacando desta forma disfarçada e inescrupulosa. Sua teologia, aplicação esotérica e prática no contexto africano Para sua compreensão há a necessidade da explicação a aplicação da palavra AXÉ, quer seja: Força/Energia vital Neste contexto o ejé (sangue) é elemento primordial, não ao acaso, produz uma energia de fato, bem como elemento essencial para iniciação, na religião de toda e qualquer pessoa, sem o qual não haveriam nem novos babalorixás e iyalorixás, não haveria mais, sequer a religião. Independente de qualquer discussão : Esta forma como que é utilizado, o sangue e demais vísceras dos animais, tem uma causa e objetivo nobre, o de produzir uma energia, o axé, já tantas vezes mencionado, que ao menos, irá cumprir uma função, de maior ou menor importância, beneficiando o alvo de qualquer religião: o ser humano. Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos É feito algum tipo de comentário, por quem quer que seja sobre o abate industrial ou caseiro? Absolutamente não; porque? No fundo, no fundo, ninguém saberia dizer; Mas, intrinsecamente, já está embutido na cabeça das pessoas, um preconceito de ordem religiosa, moral, conservadora ... ou “pseudos” religiosos e moralistas...através de argumentos, os mais variados e convenientes. Porém, quando essas pessoas, lêem na Bíblia Sagrada, diversas situações de sacrifício, já mencionadas; tão somente estavam repetindo um ato já praticado, provavelmente advindo dos africanos, que dizem dessas passagens bíblicas, nossos algozes? Onde está a maldade, o diabólico, se isto pode ajudar alguém? O abate é o mesmo, só porque é um ato religioso? Os vermes, a barata, o pernilongo, a formiga, todos foram criados por Deus, com alguma função, mas criaturas divinas, claro que são nojentos, nocivos, e, devem se exterminados, as vezes esmagados, pisoteados, outras com ímpetos e rituais de sadismo e com plena satisfação, quer seja com o sapato, chinelo, vassoura, ou mesmo de forma maciça, o inseticida, o procedimento se faz de forma algoz, por envenenamento, a morte vem lenta e dolorosa ... Do ponto de vista, de que são igualmente, criaturas criadas por Deus (por outro não seria), que diferença tem dos animais imolados no Candomblé? O mundo sacrifica animais diariamente.
A conclusão é que se trata de discriminação e mais além, disputa de mercado, pelo grande mercado consumidor que são os fiéis, disputados inescrupulosamente, e os subterfúgios são os mais variados, este é um deles.
Somos um Povo Profano? Não é, e nem pode ser coincidência, que a mitologia Egípcia, Grega e Romana, cujos povos surgiram bem mais tarde que o povo Africano (e alguns até oriundo de lá), seus deuses, tenham muita verossimilhança com os elementais (deuses) africanos, a interligação é muito grande e muito forte, o deus da caça, da colheita, da chuva, do vinho, da fecundidade, do amor, da saúde...acaso seriam eles, povos atrasados, ignorantes, imaginativos? Povos que hoje são considerados a base da humanidade moderna. Muita semelhança também está presente, na criação do mundo, segundo textos bíblicos, com a dos africanos, do povo yorubano, o homem sendo feito do barro (na história yorubana é moldado por Ajálá, o orixá funfun moldador de Orí -cabeça -), moldado e recebido vida pelo sopro do Criador; a separação do paraíso com a terra pela ira de Deus, com a história da separação do Aiyé e o Orún. O mercado, na região yorubá, tem a mesma função do Agora dos gregos ou o Forum dos romanos: um lugar de reunião, onde todo os acontecimentos da vida pública e privada são mostrados e comentados. Não há nascimento, casamento, enterro, festa organizada por grupos restritos ou numerosos,, iniciação ou cerimônia para os orixás, que não passem pelo mercado. No Brasil essa noção da "passagem ao mercado" continua presente e pode ser constatada quando os noviços no "dia do nome", são convidados a anunciá-lo claramente "para que todos ouçam seja na cidade e no mercado". Alguns missionários primeiros, que lá chegaram, constataram estas coincidências, mas não as revelaram, ao contrário, foram usadas, as lendas, de forma negativa, difundindo a imagem de povo politeísta, profano, tentando impingir-lhes o novo Deus, como único e verdadeiro. Consequencias, que acompanharam esses povos, quando da sua transferência ao Mundo novo por ocasião da escravidão, e desta feita, sofrendo com intensidade, toda carga repressiva pelo culto da sua religião, não sendo dado, vistas, e ouvidos, a toda sua história, origem, cultura e procedimentos. Que de uma forma muito tímida, e, infinitamente pequena, perante sua grandeza e liberdade tolhida, hoje tentamos resgatar e lhes dar o seu devido valor. O que nada mais é que nosso dever e obrigação, e ainda assim, seus seguidores, nos dias de hoje, são discriminados, e, algumas pessoas, entre elas, "novos" pastores, despreparados ou de má fé, por algum interesse ou comando, se aproveitando de uma situação atual, que parte de uma mídia lhes permite; agem como aqueles primeiros missionários, usando de forma negativa, os hábitos e usos, do qual alguns são ainda primitivos (até mesmo pela sua inocência, manutenção dos costumes e tradições, e muito mais por um ato de fé), para se beneficiarem, a atraírem mais fiéis, ou, contribuintes? Contudo a história ainda não está terminada, e, o passado revela que as perseguições, com o tempo, nada valeram, ao contrário, revelaram o engano cometido e o castigo devido.
Uma Casa de Candomblé Para existir um Ilê (casa de candomblé), é necessário um Babalorixá ou Yialorixá, competente, iniciado dentro da lei, seguindo rigidamente ao longo dos seus anos de iniciação suas normas e preceitos, pois somente assim terá o aval, o consentimento, o axé necessário para desenvolvimento das suas atribuições, atributos esses consignados por seu iniciador no nosso plano material, e seu consequente desempenho com resultados positivos junto à sua comunidade, que só serão obtidos com a aquiescência dos orixás que os monitoram de forma permanente, permitindo ou até mesmo interrompendo uma situação de resultados realmente significativos, quer seja na sua leitura esotérica ou no trato com o povo. Como ninguém planta de manhã para colher à tarde, um Ilê com axé, é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação, humildade, respeito e principalmente, conduta ritual, a medida que vai "merecendo" os orixás vão lhe "dando" ao ponto de se obter uma estrutura suficiente, para o início das atividades de um novo Ilê. Em alguns casos, até mesmo por falta de um controle e
fiscalização, por parte de uma Confederação legitimada, decorrente da não organização dos adeptos, muitos por conveniência, tem casas que são verdadeiros comércios (não pelo fato de cobrarem algum benefício financeiro para sua manutenção e sustento) pelo exagero dos valores pedidos, se aproveitando do medo e da inocência de algumas pessoas, outras instituem total libertinagem por conveniência de seus comandantes e comandados, outras pela sua ignorância ou mal iniciação, em vez de ajudarem acabam causando um mal maior, e, infelizmente somos abrigados a conviver com essas situações que denigrem como um todo a nação candomblecista; Mas como Oxalá é sublime essas barreiras de alguma forma são superadas, não colocando em risco a religião yorubá, e tão somente fornecendo subsídios à algumas alas de algumas Igrejas, que se aproveitam desses casos de exceções para se enaltecerem e nos escrachar, com objetivos de "angariar" mais fiéis, visando uma melhoria de arrecadação, mas como Deus é único, de alguma forma nos protege e seguimos adiante. As pessoas que frequentam uma casa de candomblé, basicamente são: praticantes, simpatizantes e usuários. A procura por esta religião tanto para prática como consulta, muito é em virtude de um atendimento pessoal e individualizado, em que as pessoas tem uma participação ativa, naquele instante a pessoa não é uma a mais numa multidão, mas o centro das atenções, de uma forma que possa canalizar toda sua fé, para obtenção do seu objetivo, e frise-se, a fé é fundamental e necessária para qualquer intento, onde cada um deve fazer o melhor possível a sua parte, no caso de quem está sofrendo a ação, comparecer fisicamente com o material no dia e hora marcado, quando solicitado ou orientado para tal, e fazê-lo com muita fé e dedicação.
A hierarquia Observância de uma hierarquia rígida é o instrumento que mantém permanentes as instituições, como o Estado, o exército, a religião... sua tradução literal expressa: ordem e subordinação dos poderes eclesiásticos, civis e militares; graduação de autoridade, correspondente às várias categorias. Em princípio, é o tempo de iniciação religiosa que conta, vale o ditado - antiguidade é posto - seguido do Oye (cargo) que a pessoa ocupe; o mais velho é sempre o mais velho, não importa que mais moço tenha seu cargo religiosos de maior importância; exceção única, feita ao Babalorixá ou Yialorixá, que por poder absoluto, está acima de todo e qualquer outro. De casa para casa ou de nação para nação, variam os cargos e seus nomes, e um ou outro detalhe da escala hierárquica, Via de regra são: - abians - por exprimir uma vontade de participar, ou escolhido a fazer parte da comunidade, recebe do babalorixá, um fio de contas "lavado" (colar ritual, símbolo do orixá do neófito), ou tenha se submetido a um bori (dar "comida" à ori, cabeça física e astral); participam no Ilê, ajudando com tarefas civis, nas festas, na limpeza e arrumação e decoração do barracão, preparo de café e almoço, alguma ajuda na cozinha ritual, onde são preparadas as oferendas dos orixás e demais tarefas afins. Iyawô - o iniciado, também chamado de adoxú (aquele que levou adoxum ), neste período não lhes são revelados segredos, ficará recluso alguns (que variam de 7 a 21, conforme sua nação), num lugar chamado roncó ou camarinha, um quarto fechado, com algumas esteiras, é confiado aos cuidados do seu ojúbonà (pai-pequeno ou pai-criador) que o auxiliará e ensinará alguns comportamentos durante todo período da iniciação, o qual juntamente com o iniciado, manterá resguardo neste período. Em um primeiro momento é feita a raspagem do cabelo, símbolo de submissão e humildade e preparo do oxú (o alto da cabeça, a moleira astral, chacra principal do corpo humano) para as obrigações principais. Neste período o iniciado tem como objetivo principal receber axé, a qual será responsável, pelo seu aumento e manutenção, através da rígida observância, da sua conduta ritual. Completados sete anos de iniciação, os iyawôs , após fazem sua "obrigação" ritualística que os 7 anos requer, tornam-se ègbónmí (egbomi - "irmão mais velho"), e tem direito a Ter seu próprio Ilê com a benção e autorização do seu babalorixá, bem como Poderá fazer parte do grupo dos Oloiês. - Oloiês`-, podem adoxús ou não-adoxús; os OGÃS, que quer dizer - chefe - podendo em alguns casos, ter seus otuns e osis ; os postos de AXOGUN, ALABÊ, OGOTUN, AFICODÉ, IPERILODÉ, ELEMOXÓ, ILÊIGBÓ, PEJIGAN em paralelo a IYAEGBÉ, IYAKEKERÉ (mãe pequena), BABÁKEKERÊ (pai pequeno), YIÁMORÔ, AJOIÊ ou EKÉDE, DAGÃ, SIDAGÃ, em casa de Xangô, o cargo da KOLABÁ, a IYÁ SIHA (relacionado a um ato litúrgico de Oxalá), IYÁEFUN(BABÁ), IYÁLOSSAIN (BABÁ), IYÁBASÉ. Mais especificamente no ILÊ AXÉ OPÔ AFONJÁ tem os OBÁS DE XANGÔ, seis da
direita (otuns), com voz e voto; seis da esquerda (osis) somente com voz. - Agbá - duas condições a um só tempo: a) antiguidade iniciática (mais de 50 anos); b) antiguidade cronológica (mais de 60 anos). - Iyálorixá - (Iyálaxé)/Babalorixá. Uma fila hierárquica, a exemplo da que acontece nas "Águas de Oxalá" assim e procede: Iyálorixá (babá), seguindo os demais Adoxú, quer sejam oloiês ou não, de acordo com o tempo de iniciação, sempre o mais velho na frente do mais moço, sendo a segunda da fila a(o) Iyáegbé (mais velho(a) adoxú do axé e segue a fila de acordo com o tempo de iniciação, atrás do último adoxú, alternando-se ogans e ajoiés, de acordo com o tempo de confirmação, atrás virão ao abians. O mais velho é tudo; sempre se é iyawô para o imediato "mais velho", no próprio "barco" (mais de um iniciado recolhido ao roncó para iniciação) de iyawôs encontramos a figura do mais velho, chamado dofono , e sucessivamente dofonitinho, fomo, fomotinho, gamo gamotinho... ao dofono é aquele a quem se pede a benção em primeiro lugar, devendo, este, contudo, ser o primeiro a servir seus demais irmãos mais moços. É muito importante o mais velho se colocar no difícil papel; é o responsável - sem que muitas vezes saiba - pelo futuro do seu mais novo, seus anseios, esperanças, fantasias...
A quizila e as proibições A quizila é uma forma de reação negativa que atinge as pessoas, quer seja fisicamente, causando algum mal estar, ou, na vida pessoal gerando algum "atrapalho" ou perda; e, acontece quando comemos ou fazemos algo que não devemos; todos os orixás tem suas quizilas, e como filhos devemos respeitá-las, por exemplo: não devemos comer determinadas comidas, que são oferecidas aos orixás, pelo fato que, quando oferecemos à eles esta comida, eles "transformam" as energias daquela comida, em energia positiva para nós, das quais estamos precisando constantemente, portanto é comida do orixá, não nossa. A quizila, em alguns casos, é como se fosse uma "alergia" natural, que comemos alguma coisa, e imediatamente temos uma reação alérgica, porém a mais perigosa é aquela que não sentimos de imediato alguma reação, o que erradamente leva alguns filhos de santo, usarem, um sistema, Ah! Eu comi, não fez mal, não terá problema, aí é que se enganam, pois a reação virá quando menos esperam, atingindo de alguma outra forma. Os iniciados sabem o que devem respeitar, se não o fazem é por serem descomprendidos, evidente que há casos de desconhecimento, por uma má iniciação, e muito mais valor terá, se gostarmos daquilo que não podemos, pois é muito fácil se evitar, o que não gostamos. As proibições mais comuns, são com relação a determinadas comidas, temperos, folhas, bebidas, cores...
Vida Eterna? Por razão lógica, se viveremos fisicamente, neste plano terreno, apenas uma vez e nossa "vida" é eterna, este período que aqui passamos é muito curto, em se comparando com a eternidade, só isto já torna óbvio nos preocuparmos com a "outra" vida, mas o raciocínio conclusivo aparecerá mais adiante, destacado sob forma grifada, após algumas considerações necessárias. Evidentemente para quem crê nesta "outra" vida. Porque creio na outra vida e não na reencarnação? Primeiro não li ou ouvi nada a respeito na filosofia Yorubana, o que me faz raciocinar, e raciocinando me leva a perceber que não temos nenhuma prova ou indicação de reencarnação, salvo exceções, que toda regra se submete, no caso em tela, os àbiku, assunto ainda sob-júdice em minha cabeça. Existe uma teoria, anterior a ciência da genética atual, que as pessoas, locais ou situações que existem em nossa memória e que temos a certeza que nunca vimos ou passamos, acessadas mais comumentes em nossos sonhos, seriam de "encarnações" anteriores, mas que atualmente, estou mais propício a crer de se trata de uma herança genética, que herdamos dos nossos antepassados, assim como traços físicos, genes, etc. seriam traços de memória anexados em nossos genes de memória, razão de "visualizarmos" rostos ou locais nunca vistos, pois a possibilidade de os criarmos de forma instantânea é zero.
E porque a preocupação com a próxima "vida"? Por uma razão simples, "lá" não haverão os diferenciais que propiciam em nosso mundo terreno, mais ou menos situações de felicidade, quer sejam: o dinheiro, a preocupação com saúde, beleza, juventude
ou velhice, alimentação, sexo, filhos, pais, país, guerras, sobrevivência, enfim todas as preocupações humanas que a grande massa da população mundial, tem em seu dia-a-dia. Não havendo estes diferenciais, só restará a natureza e individualidade de cada um, estaremos todos nivelados, materialmente falando, e aí sim, a felicidade dependerá única e exclusivamente de cada um, mas é certo, levaremos daqui, fruto do nosso comportamento, daquilo que desenvolvemos como pessoa, a condição e local para onde iremos após a morte física. Nesse aspecto a filosofia yorubana fala de 9 planos astral, sendo os primeiros planos, os que chamamos de planos terra-a-terra, aqueles que ficam espíritos involuídos, ou os que não tiveram em vida um bom procedimento e comportamento e que comprovamos sua existência quando da leitura do jogo de búzios (no caso dos candomblecistas) destes espíritos desencarnados que se "encostam" nas pessoas, trazendo problemas, dificuldades as mais diversas alterações de comportamento e energia, os demais são estágios para os quais poderemos ir com menor situações de infelicidade e desconforto, ou estando lá, galgando plano a plano através de procedimentos que lá serão conhecidos, até o plano mais próximo da felicidade plena, ou seja, próximo da Energia Suprema, da Luz ou qualquer outro nome que tenha cada segmento religioso.
Candomblé de Angola O tráfico de escravizados africanos ao Brasil fez com que homens, mulheres e crianças, pertencentes a reinos, nações, clãs, linhagens, aliados e inimigos, caçadores, sacerdotes, guerreiros, príncipes e princesas, mães e pais de famílias se encontrassem e redimensionassem as suas tradições culturais, sociais, familiares e religiosas. Essa era a única maneira de confrontar a opressão religiosa católica que se fez acompanhar não apenas dos grilhões de ferro que aprisionavam os corpos dos negros, mas também do "aspergir" da água benta, do nome novo marcado a ferro em brasa nas regiões corporais, onde a carne não fosse comprometida e perdesse seu valor de compra e venda de mercadoria e ainda na permissividade e omissão diante dos desmandos e das ações dos senhores (algozes) cristãos no novo mundo. Religião, catequese e escravidão andavam juntas desde os embarques nos navios negreiros, quando eram batizados, até nos troncos, quando os africanos e seus descendentes, que nem eram vistos como humanos, aos olhos da teologia da época, eram levados sem que houvesse, por parte da igreja nenhuma manifestação contra aquela situação desumana. Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria. Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus “irmãos”, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais, lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido com o chicote na mão. A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença trazidas na alma de seus pais. Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem
uma idéia de transcendência de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de atuação de cada energia. Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé. O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil. Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras. Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e, portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo “adorar” “falar” (existem outras interpretações para o termo, mas preferimos esta). Os aqui chegados, vindo da longínqua terra dos seus antepassados e submetidos ao regime de escravatura de produção comercial de bens e riquezas, não tiveram tempo de trazer seus objetos rituais e sagrados, visto terem sido forçados a abandonar seu espaço de origem, além de muitos povos terem perdido o vínculo com os seus sacerdotes. Porém, não houve como impedir que transportassem suas crenças, cultos, ritos, mitos e cosmogonias em suas almas, fazendo retumbar em seus corações o som dos ngomas/atabaques ancestrais de seus povos. Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida como Candomblé. Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês...), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu. Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores. A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo): aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).
Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da formação da corte do Congo (congadas). Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como Nações. A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação religiosa correspondente ao candomblé. A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um “apelido” que lhe era dado pelos yorubanos. São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa corresponde ao candomblé. A nação chamada Candomblé de Caboclo, que se originou do intercâmbio de ritos fundamentalmente de origem bantu com os ritos e mitos dos nativos brasileiros. Nação hoje quase extinta, devido ao forte movimento de re-africanização que as religiões afro brasileiras sofreram a partir da década de 80. Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”. E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro). Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantu Devemos entender estas “nações” em momentos históricos próprios e que todas se influenciaram entre si. Em alguns lugares, como no Maranhão, temos casas que foram fundadas por africanas canbindas e daomeanas, embora, por algum motivo prevaleceram as tradições daomeanas e em outros casos as tradições yorubanas, embora, em qualquer “Nação”, sempre exista elementos, deste ou daquele povo, que em muitos casos são mantidos por tradição e respeito aos antepassados, embora se conheça as diferentes origens. E, em alguns casos, os seus praticantes não têm o mínimo de consciência das origens diversificadas, identificando somente como tradições africana, fazendo assim uma leitura “unificada e unificadora” de um continente tão diverso, como o Africano. Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu, que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis, que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném. A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de candomblé que chefiou até 1945. De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América (ou Alto do Corrupio), que era