“
A VIDA É UM SOPRO
”
Resenha do documentário, exibido na disciplina de Desenho Técnico no 1º período de Engenharia Civil
DOCUMENTÁRIO: A vida é um sopro. (Santa Clara Comunicação 2007) ASSUNTO: Vida e obra do Arquiteto Oscar Niemeyer “A vida é um sopro” é um documentário que mostra a vida e as obras do
arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. O filme começa com o arquiteto dizendo o quanto gostava de desenhar na infância e como estes desenhos o levaram para a arquitetura. Ele afirma que o momento importante da arquitetura é quando surge a ideia, e diz também de como gosta de causar surpresas, de fazer bonito e diferente. Com relação às obras históricas coloniais, Niemeyer acha que preservar os monumentos não é copiá-los, e sim fazer o contraste. Disse isso com relação ao Grande Hotel, obra do mesmo na cidade de Ouro Preto que sofreu críticas por misturar arquitetura moderna com arquitetura colonial. Segundo Niemeyer apesar de todos gostarem da arquitetura colonial todos sabem que ela é mais portuguesa do que brasileira. Ferreira Gular fala sobre como Niemeyer se inspirava nas ideias básicas de Le Corbusier, que ele tinha seu estilo próprio, mas se fundamentava nas tendências do mestre. A prova de que Niemeyer tinha um estilo que agradava muito até internacionalmente, é que ele venceu o próprio Le Corbusier num projeto para a construção da sede da ONU em Nova York. Ao final juntaram os projetos dos dois mestres, depois de um pedido de Le Corbusier a Niemeyer. Chico Buarque, músico popular, demonstra no documentário sua admiração pela arquitetura, mesmo depois de ter abandonado a profissão pra seguir na carreira musical. E compara suas duas paixões com a fala: “Música do Tom (Jobim), é obra do Oscar”.
O que atrai Oscar Niemeyer, segundo ele mesmo, é a curva livre e sensual. Para Eduardo Galeno Niemeyer odeia o capitalismo e odeia o ângulo reto: “Contra o ângulo reto, que ofende o e spaço, ele tem feito uma arquitetura livre como as nuvens. Livre e sensual que é muito parecida com as paisagens das montanhas do Rio de Janeiro. Curvas que parecem corpos de mulheres deitadas, desenhadas por Deus no dia que Deus achou que era Niemeyer”. A
curva, de fato é uma marca registrada nas obras de Niemeyer. Niemeyer disse não se esquecer de uma coisa dita por Le Corbusier: “A arquitetura é invenção”. E mostra que antes de tudo é necessário ter
criatividade, sem o dom da criação não se faz arquitetura. Antes de colocar o projeto no papel é preciso conseguir visualizá-lo em mente como este projeto ficaria pronto. Revelando seu lado humanista e sonhador Niemeyer se lembra de quando foi para Brasília e levou consigo quinze arquitetos, um médico, um engenheiro e cinco amigos que passavam por dificuldades e precisavam trabalhar. Ele queria que as conversas em Brasília fossem mais variadas, que não falassem somente de arquitetura, e que a vida fosse mais fácil, mais divertida. Eles sonhavam que com Brasília, a sociedade iria melhorar. Que os homens seriam mais iguais. Niemeyer disse ter valorizado o trabalho dos engenheiros em Brasília, afirmou que quando a estrutura ficava pronta era um presente, que arquitetura e estrutura são coisas que nascem juntas e devem simplesmente enriquecer uma a outra.
Para o arquiteto unidade na arquitetura é quando todos os elementos compõem um conjunto, e Brasília tem uma unidade. A construção de Brasília teve a participação de Lúcio Costa, no urbanismo, e de Niemeyer na arquitetura. E com toda esta beleza que a cidade exibe, Niemeyer gostaria que o crescimento urbano em Brasília fosse controlado, que não se fizesse mais aqueles prédios grandes e não se criassem as periferias. Niemeyer afirma que a vida é chorar e rir a vida inteira, e que os bons momentos devem ser aproveitados porque a vida é um sopro. Ele se diz pessimista, realista, que o ser humano é completamente desprezado, nasce e morre. Ate mesmo diz que ele morrerá e o tempo que suas obras durarão é relativo. Algumas obras que consagraram o arquiteto nacional e internacionalmente presentes no documentário:
Capela da Alvorada (Brasília – DF) Teatro Nacional (Brasília – DF) OCA (São Paulo – SP) Congresso Nacional (Brasília – DF) Memorial JK (Brasília – DF) Palácio da Justiça (Brasília – DF) Obra do Berço – seu primeiro projeto Pavilhão Brasil na Feira Internacional de Nova Iorque (com a ajuda de Lúcio Costa) Grande Hotel (Ouro Preto – MG) Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro – RJ) Sede da ONU em Nova Iorque Iate Clube Pampulha (Belo Horizonte – MG) – Onde começou a introduzir a curva à arquitetura. Igreja de São Francisco (Belo Horizonte – MG) Escola Milton Campos (Belo Horizonte – MG) Parlamento Latino Americano (São Paulo – MG) Anexo do Supremo Tribunal (Brasília – DF) Ponte Asa Sul (Brasília – DF) Terminal Rodoviário de Niterói Edifício Niemeyer (Belo Horizonte – MG) Marquise do Parque Ibirapuera (São Paulo – SP) Pavilhão da Bienal (São Paulo – SP) Casa das Canoas (A casa que o arquiteto projetou para ele próprio) Hospital da Lagoa (Rio de Janeiro - RJ) Banco Boa Vista (Rio de Janeiro – RJ) Ministérios (Brasília – DF) Congresso Nacional (Brasília – DF) Supremo Tribunal Federal (Brasília – DF) Praça dos Três Poderes (Brasília – DF) Palácio do Planalto (Brasília – DF) Palácio da Alvorada (Brasília – DF) Catedral (Brasília – DF)
Quartel General do Exército (Brasília – DF) Universidade de Ciências e Tecnologia (Argélia) Universidade de Constantine (Argélia) Mesquita de Argel (Argélia) Sede do Partido Comunista (França) Espaço Oscar Niemeyer (França) Editora Mondadori (Itália)
Jornal L’Humanité (França)
Esculturas na Praia do Leme (Rio de Janeiro – RJ) Museu de Arte Contemporânea (Niterói – RJ) Residência Leonel Miranda (Rio de Janeiro – RJ) Caminho Niemeyer (Niterói – RJ)
CONCLUSÃO O documentário mostra obras de um ícone da arquitetura brasileira, que mostra o valor das pessoas em um trabalho em conjunto, como os engenheiros, profissionais que às vezes ficam esquecidos diante da beleza da arquitetura. Ele nunca trabalhou sozinho, apesar das obras serem criadas por ele, ele estava sempre cercado de pessoas que o ajudaram ou que completarem a beleza das obras. Apesar do comunista Niemeyer se dizer pessimista, o próprio sonha com um mundo melhor onde os homens sejam mais iguais. Niemeyer teve coragem de arriscar, teve coragem de expor suas ideias em suas obras, sem se preocupar com a opinião dos mais importantes. Apesar de não ter tido diretamente nenhum cargo politico, o sangue revolucionário e politico estava com ele. Como profissional todos sabem da genialidade no arquiteto, reconhecido internacionalmente, desprezado inicialmente pelo Brasil, por suas obras diferentes, surpreendentes e leves. Que não agridem a beleza da natureza. Como homem, todos perceberam que sua grande paixão e sua inspiração são as mulheres com suas curvas. Mas com relação aos idealismos do arquiteto o filme é um pouco contraditório e utópico pra nossa realidade, ou talvez o próprio Niemeyer quem o seja. Como com relação ao crescimento de Brasília, ele gostaria que não se fizessem mais prédios para não esconder o estilo da cidade, mas com relação ao Grande Hotel ele diz que preservar não é copiar e sim contrastar. E com relação à sociedade, se diz pessimista, diz não acreditar mais nos homens, mas sonha com um mundo melhor, onde os homens sejam mais iguais.