REPORTAGEM
Captação
e gravação para instrumentos de sopro Bons resultados na captação de metais vão depender dep ender de alguns quesitos, como sala, ambiência, bons músicos, técnicos e o item mais comentado nas sessões de gravação: o microfone ideal. Karyne Lins
[email protected]
C
ada instrumento de sopro tem sua freqüência e tessitura, e claro, a linguagem de quem toca. Por isso, o profissionalismo e a escolha certa de equipamentos e quipamentos farão com que o som do instrumento não sofra nenhuma perda de harmônicos que o caracteriza. A melhor captação é aquela que reproduz fielmente o som que se ouve de cada instrumento.
Conhecimento técnico O conhecimento é essencial para se obter o resultado es perado. Para cada tipo de instrumento é necessário um microfone o ã ç a g l u v i D : s o t o F
adequado, que possa atender às freqüências geradas por ele. Segundo o pastor e saxofonista Esdras Gallo, o microfone é um ouvido eletro-eletrônico e deve-se optar pela melhor combinação deste ‘ouvido’. “A responsabilidade do técnico é sempre grande, mas não devemos esquecer que, para uma boa gravação, o técnico é um dos componentes, que começa com um bom músico, depois um bom instrument instrumento, o, o microfone adequado e um pré-amplificador competente”, disse Fábio Motta, que já gravou Marcio Montarroyos, Mauro Senise, entre outros. Os entrevistados concordaram que, além de conhecimento técnico e musical, o microfone certo é o segredo de uma boa captação. Eles acreditam também que existam técnicos com mais experiência com gravação de metais do que outros, mas não técnicos especializados no assunto. Na opinião de Esdras, o ideal seria que cada estúdio dispusesse de uma gama de microfones específicos para cada instrumento, mas, no dia-a-dia, cada estúdio vive da sua realidade e somente os estúdios maiores dispõem de microfones mais específicos. “O conhecimento que o engenheiro de som precisa ter para gravar metais é como cada microfone escolhido vai soar para cada instrumento; não existem regras, mas o fundamental é conhecer o som de cada microfone e saber em que posição ele capta melhor cada instrumento”, disse Duda Mello, engenheiro de som que já gravou sopros nos discos de Marcos Valle, Moacir Santos e Ed Motta.
Referências
Zé Canuto durante uma gravação
70
www.backstage.com.br
Esdras Gallo, que já gravou e dirigiu músicos como Dorival Galante (Banda Mantiqueira), David Richards e André Paganelli (músicos cristãos solistas), disse que de uma forma geral as referências sempre são dos estúdios americanos e ingleses pelo excelente resultado alcançado. “Embora tenhamos muitos técnicos e estúdios competentes aqui no Brasil, as novi-
REPORTAGEM
Everson Dias
Marcelo Sabóia
Duda Mello
dades acabam por vir de fora, o que a meu ver, não deprecia em nada o trabalho feito aqui”, disse Esdras. Fabio Motta tem como padrão as big bands americanas, como Glen Miller, Tomy Dorsey e os músicos Miles Davis, Chet Backer, padrões americanos das décadas de 60 e 70. Muitas referências de Duda Mello também são americanas, principalmente dos discos de jazz antigos e modernos. “Acho que o modelo americano é o mais utilizado, até pela tradição que se tem naquele país em gravar orquestras, big bands e outras formações com muitos músicos de sopro”, complementa Zé Canuto.
fora para este tipo de gravação no Brasil. “Hoje, o Brasil é respeitado e já exporta sons. No Brasil, temos vários técnicos (engenheiros) de gravação. Enrico de Paole, Eduardo Costa, Duda Mello, Flávio Sena, Marcos Sabóia, Marcio Gama, Luiz Paulo (SP), Moogie Canazio, que foram nos últimos anos os que mais me impressionaram com o seu bom gosto na timbragem de metais. Não posso deixar de mencionar que os técnicos e os músicos da Bahia estão gravando metais muito bem”, disse Sabóia. O técnico Val Martins, que já gravou Xuxa (Zé Canuto, sax e naipe) Kleber Lucas (Demétrio Bezerra, trompete), Melissa (Marcelo Martins, sax), Daniela Cola (naipe,) Carlinhos Félix (Zé Canuto, sax) e outros, disse que como hoje todos podem ter acesso a tecnologia, o que vale é a criatividade. “Dessa forma, criamos o nosso conceito. Quando queremos um som diferente, usamos um plug-in ou um efx para dar um colorido diferente, da mesma forma com o ambiente, quando exploramos a sala em função do arranjo”, disse Val Martins. O saxofonista Zé Canuto acredita que
exista um conceito técnico, mas o bom gosto deve prevalecer acima de tudo. “Acho que o principal conceito a ser seguido é o auditivo. Esse sim é que vai determinar uma boa captação”. Para se ter bons resultados de captação, depende de alguns quesitos como o cumprimento do papel de instrumentos lead, ou seja, tocar a melodia, como se fosse uma voz. Nesse caso, a idéia é captar o maior tamanho de som possível, com graves, médios e agudos vibrantes, optando-se por microfones condensadores de cápsula grande. “Se os metais fazem parte de um arranjo que vai permear a voz, e dependendo do tipo de arranjo, às vezes até alguns bons microfones dinâmicos resolvem”, disse Duda Mello. Em relação ao naipe de metais, a captação individual é a mesma que se aplica ao que está solando, com a opção de acrescentar mais microfones de ambiência que são muito importantes e encorpam bastante o som do naipe. Sabóia diz que a única diferença é ter cuidado com os vazamentos. Fábio Motta citou um exemplo de uma gravação com vários instrumentos ao mesmo tempo. Na ocasião, foi para o cantor e compositor Marcos Lima, produzido por João Carlos. Saxofones: Zé Canuto e Marcelo Martins, trompete, Jessé Sadoc, trombone e Serginho Trombone, que também fez os arranjos. Para os saxofones, foram usados dois microfones Telefunken ELA M 251; para o trompete, um Altec 639 Ribbon de fita, e para o trombone, um Reslo, também de fita.
Conceito A maioria dos profissionais entrevistados, conhecidos por gravarem com freqüência este tipo de instrumento, acredita que hoje em dia não exista um conceito (ou uma regra) para captação de metais, e sim, gosto e criatividade. Na opinião de Marcelo Sabóia, que já gravou com Léo Gandelman, Vittor Santos, Marcelo Martins, Zé Canuto e Jessé Sadok, não se buscam mais conceitos de
“Hoje, o Brasil é respeitado e já exporta sons. No Brasil, temos vários técnicos (engenheiros) de gravação. Não posso deixar de mencionar que os técnicos e os músicos da Bahia estão gravando metais muito bem” (Marcelo Sabóia)
72
www.backstage.com.br
REPORTAGEM
Os microfones
ves. Gosto do resultado da Este é um assunto delisoma do TLM+Solid Tube cado entre os técnicos e ou Solid+SM81. engenheiros e cada um Quanto ao posicionaemitiu uma opinião. “O mento, normalmente uso melhor microfone é aqueum ou mais “mics” overall le que está disponível, ou posicionados em pontos existe preferência, mas estratégicos da sala, capnão uma regra. Quando tando a ambiência e grase tem microfones dispovando-a num canal sepaníveis para um naipe, eu rado para poder dosar na uso Sennheiser MD 421 hora da mi xagem”, explipara trombone e trompete cou Esdras Gallo. e AKG 414 para sax. Para Para instrumentos de Esdras Gallo usa três microfones: dois TLM 103 Neumann e um ME 64 Sennheiser palheta, madeiras e flautas solo, gosto de usar um close mic e dois ambientes L&R, mas o ferência passando por prés Neve antigos transversas, Fábio Motta gosta dos microengenheiro tem que trabalhar com o que como os 1076 e não usa compressão na fones de condensador, porém, para os o estúdio oferece”, diz Everson Dias, que captação. “Um som que gostei muito foi metais de bocal, na sua opinião, os microjá gravou com Milton Guedes, Nivaldo o tirado com o Winton Marsalis no CD fones de fita (Ribbon) são insubstituíveis. Ornelas, Zé Canuto, Marcelo Martins, Choros e Alegria, do Moacir Santos. Eu Ângelo Torres, Márcio Montarroyos, usei um microfone de fita Royer, que Sala ideal para Jessé Sadoc, entre outros. captou um som bem quente, com as pon gravação e captação “Gosto de gravar com o AKG 414, tas amaciadas e o grave presente. Estou A sala de estúdio para gravação sem Sennheiser MD 421, bem como os valvuaté querendo comprar um desses”, lem- dúvida interfere muito no som dos melados para solos, mas existem muitas ou- brou Duda. tais e na forma como se vai captar os instras opções boas, claro que com bons prétrumentos. Não existe uma sala ideal amps”, ressaltou Val Martins. Marcelo para metais, mas sim o que é melhor para Sabóia cita como preferência para captacada formação de metais e para o con“O TLM 103 dá ção os microfones com cápsula grande ceito do disco. Duda Mello disse que se uma sonoridade mais AKG C12, 414, Neumann TLM e U87. uma sala não soar muito bem, ele provabrilhante por causa Duda Mello especificou os microfovelmente gravaria o instrumento o mais dos médio-agudos nes que usa para cada tipo de instrumenperto possível, para evitar interferências mais presentes. O Solid to de sopro. “Para a captação de tromboindesejadas do ambiente. ne uso o FET U47 ou o M249, ambos da “Em uma sala com um som bonito, eu Tube realça melhor Neumann. No sax barítono, o Neumann aproveitaria essa ambiência talvez gravanos médio-graves” 149 é bem legal, tendo só que cortar uma do um pouco mais longe, ou gravando com (Esdras) média depois. Sax tenor, gosto do C12, um segundo microfone para captar um pois os graves e o ar vêm bem equilibrapouco da ambiência. Os discos do Moacir dos. Sax alto, tive boas experiências com Santos foram gravados no estúdio A do AR o Neumann U67 e o U87. Em relação a Os microfones ideais para Esdras são Estúdios, que é uma sala não muito viva, trompete, qualquer microfone soa bem Neumann TLM 103, AKG SolidTube, bem controlada acusticamente, mas que SM81 (sax), AKG C1000 ou 414 e Sencom o Jessé Sadoc. É só colocar um pad soa bonita, o que proporciona um belo vapara segurar a pressão. Pré-amplificado- nheiser MD421 (Trompete e Trombone). zamento entre os instrumentos”, disse. res Neve antigos são os meus preferidos”. O TLM 103 dá uma sonoridade mais bri“A sala ideal para mim seria bem viva, Duda Mello também gosta muito de lhante por causa dos médio-agudos mais com muita reflexão. A captação será semusar microfones condensadores de cáppresentes. O Solid Tube tem o som mais pre o item mais importante de todo o prosula grande, como os Neumann, de preencorpado, realça melhor os médio-gracesso. Se a sala for dessa forma, é só usar “
74
www.backstage.com.br
REPORTAGEM
bons microfones de ambiente que você não irá precisar de reverberação processada. A reverberação natural, acústica, é mais bonita”, disse Marcelo Sabóia. Zé Canuto é muito detalhista e pela experiência sabe as peculiaridades de uma sala ideal para captação de metais. “O mais importante é que a sala tenha espaços vivos (onde as notas do instrumento possam reverberar), mas também possua os seus pontos ‘mortos’ (onde o som chega e se anula). Esse equilíbrio é que determina se uma sala é boa ou não para a gravação de instrumentos acústicos”, disse Canuto. Pastor Esdras Gallo, coordenador e diretor musical do grupo de louvor Renascer Praise, toca três instrumentos com características mais agudas: o sax alto, o soprano e a flauta. Ele explicou que o sax alto, especialmente, é um instrumento que reproduz um som muito
Console de gravação e mixagem
Val Martins
estridente. Por isso um cuidado especial na captação deste instrumento. “A forma como venho fazendo dá certo. Para que o som fique mais encorpado, eu me posiciono um pouco ao lado da cápsula do microfone. Percebi ao longo dos anos que se o instrumento for colocado exatamente na frente do microfone o som tende a ficar muito pontudo e essa é uma coisa que evito ao máximo, a não ser que seja pedida pelo produtor”, explicou Esdras.
Quando se grava um instrumento de sopro, a idéia é não controlar nada, é s implesmente colocar o microfone no lugar onde o instrumento soa mais equilibrado, conseguir um bom nível. Duda disse não gostar de cortar freqüência nenhuma quando está gravando, pois ela pode fazer falta depois na mixagem, e nunca comprime. “Uma dinâmica perdida na gravação é uma dinâmica perdida. Sempre se pode comprimir bastante depois na mixagem se for o caso, dependendo do que a música pede”. Na forma de trabalho de Marcelo Sabóia, a escolha da console também é importante. “Gosto muito de gravar na Neve e não gosto de equalizar durante a gravação. Gosto de ter o resultado só com a escolha e o posicionamento do microfone”, explicou.
REPORTAGEM
Everson Dias disse que raramente equaliza os metais durante a gravação. Para ele, a preocupação maior é ter um bom equilíbrio do naipe. Para se ter uma boa captação e não ficar muita coisa para ser refeita na mixagem, Sabóia atentou para o seguinte detalhe: chamar a atenção dos músicos para não saírem das posições e se ligar muito nos barulhos que ocorrem durante a sessão. Coisas como afinação e nota errada o engenheiro deixa para o produtor e o músico. “Hoje em dia, muitos técnicos gostam de “timbrar” usando os recursos da mesa ou plug-ins. Meu objetivo é preservar o som do músico. Se você está utilizando o microfone correto, bem posicionado, ligado a um pré-amplificador ideal, não precisa mudar nada no som e o músico vai adorar”, disse Fábio Motta. “Eu gosto de gravar metais mais secos, para depois eu experimentar. Prefiro me-
George Oliveira (centro)
ber que o mundo não consegue sobreviver sem música”, diz Zé Canuto. O saxofonista Ângelo Torres (Kleber Lucas, Aline Barros) também acredita num mercado promissor para os músicos. “Tenho visto a cada dia surgirem vários saxofonistas, trompetistas, trombonistas e grande parte desses músicos tem surgido dentro das igrejas com o incentivo e surgimento de orquestras e naipes de sopro. Acho tudo isso muito positivo”, avalia Ângelo Torres.
excesso de processamento quando se capta o som. Muitas vezes o som chega para ser mixado supercomprimido e equalizado, e não há nada que se possa fazer para salvar. Pegue um bom microfone com o melhor pré-amp que conseguir, ache o lugar onde o instrumento soe melhor, dê o máximo de nível que puder sem saturar, e, se o músico e seu instrumento forem bons, você vai ter um belo som de metais. É claro que isso não é regra. Se você mesmo for mixar o disco, é seu critério equalizar e comprimir com bom gosto; mas se for outro que vai mixar, facilite a vida dele e não estrague o som”, observa Duda Mello. “A captação, como eu disse antes, não tem uma regra, mas o que eu posso aconselhar para não ter problemas é gravar tudo sempre, até o músico passando o som, porque um solo nunca é
REPORTAGEM
Everson Dias disse que raramente equaliza os metais durante a gravação. Para ele, a preocupação maior é ter um bom equilíbrio do naipe. Para se ter uma boa captação e não ficar muita coisa para ser refeita na mixagem, Sabóia atentou para o seguinte detalhe: chamar a atenção dos músicos para não saírem das posições e se ligar muito nos barulhos que ocorrem durante a sessão. Coisas como afinação e nota errada o engenheiro deixa para o produtor e o músico. “Hoje em dia, muitos técnicos gostam de “timbrar” usando os recursos da mesa ou plug-ins. Meu objetivo é preservar o som do músico. Se você está utilizando o microfone correto, bem posicionado, ligado a um pré-amplificador ideal, não precisa mudar nada no som e o músico vai adorar”, disse Fábio Motta. “Eu gosto de gravar metais mais secos, para depois eu experimentar. Prefiro mexer na mixagem. Procuro gravar metais flat para poder mexer depois, evito limitar os graves e agudos, bem como comprimir demais”, disse Val Martins.
Músico, softwares e o mercado A tecnologia jamais vai substituir o músico. De certa forma, os entrevistados concordam com a frase. “Eu acho que isso nunca vai acontecer. Temos ótimos sons de sampler, mas não é o mesmo que o músico”, opinou Marcelo Sabóia. “Sempre vai haver um mercado para os músicos de uma forma geral e faço esta afirmação simplesmente pelo fato de sa-
George Oliveira (centro)
ber que o mundo não consegue sobreviver sem música”, diz Zé Canuto. O saxofonista Ângelo Torres (Kleber Lucas, Aline Barros) também acredita num mercado promissor para os músicos. “Tenho visto a cada dia surgirem vários saxofonistas, trompetistas, trombonistas e grande parte desses músicos tem surgido dentro das igrejas com o incentivo e surgimento de orquestras e naipes de sopro. Acho tudo isso muito positivo”, avalia Ângelo Torres. Segundo Jessé Sadoc, saxofonista há 19 anos, há futuro no mercado para os instrumentistas de sopro. “Com a crise das gravadoras e a repercussão disso no trabalho dos artistas, o mercado de música instrumental está se desenvolvendo um pouco mais, criando espaços alternativos para tocar e também tendo uma abertura dos estúdios para esse segmento, que não tem o orçamento de uma grande gravadora”.
www.backstage.com.br
Captando graves e agudos Marcelo Sabóia costuma usar para solo dois microfones iguais com as capsulares num ângulo de 80º.
Dicas de profissional para uma boa captação “Um erro que vejo acontecer muito em gravações de estúdios menores é o
“Com a crise das gravadoras e essa repercussão no trabalho dos artistas, o mercado de música instrumental está se desenvolvendo um pouco mais, criando espaços alternativos para tocar e uma abertura dos estúdios para esse segmento” (Jessé Sadoc)
76
excesso de processamento quando se capta o som. Muitas vezes o som chega para ser mixado supercomprimido e equalizado, e não há nada que se possa fazer para salvar. Pegue um bom microfone com o melhor pré-amp que conseguir, ache o lugar onde o instrumento soe melhor, dê o máximo de nível que puder sem saturar, e, se o músico e seu instrumento forem bons, você vai ter um belo som de metais. É claro que isso não é regra. Se você mesmo for mixar o disco, é seu critério equalizar e comprimir com bom gosto; mas se for outro que vai mixar, facilite a vida dele e não estrague o som”, observa Duda Mello. “A captação, como eu disse antes, não tem uma regra, mas o que eu posso aconselhar para não ter problemas é gravar tudo sempre, até o músico passando o som, porque um solo nunca é igual ao outro, e divida sempre o seu som com o músico. O som é ele”, diz Marcelo Sabóia. “Cuidado com a equalização”, alerta Val Martins.
“Eu costumo usar microfones que têm a curva mais aguda para instrumentos graves e com curva mais grave para os agudos. Isso é uma questão de gosto. Gosto do naipe soando mais cheio. Vai depender também do arranjo”, ensina.