FACE – FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS CURSO: PEDAGOGIA DISCIPLINA: GESTÃO DE ESPAÇO EDUCATIVO PROFESSORA: REJANE ARNIZAUT
RESENHA CRÍTICA CECCON, Claudius; OLIVEIRA, Miguel Darcy De; OLIVEIRA, Rosiska Darcy De. A vida
na escola e a escola da vida . 23ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1991. 95 p. CREDENCIAIS DOS AUTORES Claudius Sylvius Petrus Ceccon (Garibaldi RS 1937). Arquiteto, designer, artista gráfico, caricaturista, jornalista. Suas atividades pedagógicas peda gógicas resultam na publicação de d e diversos livros. Entre eles, destaca-se Vivendo e Aprendendo: Experiências do Idac em Educação Popular ,
escrito com Paulo Freire, Rosiska e Miguel Darcy de Oliveira (1980). Publica
diversos outros livros e produz alguns vídeos, lançados pelo Cecip. Em paralelo às atividades educacionais, continua a colaborar em publicações de caráter jornalístico, como a revista Caros Amigos.
Rosiska Darcy de Oliveira é Formada em direito pela PUC do Rio de Janeiro. Nunca exerceu a advocacia, mas se tornou uma das maiores defensoras da educação e das mulheres, no Brasil e no mundo. Como muitos exilados políticos que tiveram de deixar o País, foi morar na Suíça, onde se doutorou em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e foi professora por 10 anos, voltando depois à PUC. Representante do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, criou a ONG Centro de Liderança da Mulher, no Rio, que dirige atualmente. É a Presidente Executiva do movimento “Rio Como Vamos” e vice-presidente
da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Escritora,
seus dois primeiros livros, Le Féminin Ambigu e La Culture des Femmes, foram publicados na Europa. “Elogio da Diferença”, publicado no Brasil e nos Estados Unidos, e “Reengenharia do Tempo” dão continuidade a sua obra sobre o feminino. “A Dama e o
Unicórnio”, “Outono de Ouro e Sangue” e “A Natureza do Escorpião” ,
exprimem sua
vocação de cronista. Jornalista, colabora nos jornais “O Globo” e “O Estado de São Paulo”.
Miguel Darcy de Oliveira (Não foi possível encontrar dados sobre o autor). RESUMO DA OBRA O Livro A Vida na Escola e a Escola da Vida traz praticamente duas reflexões: 1- O fracasso escolar e, 2- Os verdadeiros responsáveis pelo fracasso escolar. A escola se depara com pais insatisfeitos e preocupados com o desempenho dos filhos nos estudos; com professores cansados e frustrados com o rumo que toma o seu próprio trabalho; e com alunos que sentem que a escola não foi feita para eles. A escola que é vista como uma escada para ajudar o cidadão a subir na vida, na realidade é o buraco que muitas crianças são jogadas, sem nenhuma esperança de resgate, de qualquer sucesso. Embora a Lei diga que a escola é para todos, na prática sabemos que isso não é verdade, pois muitos desfavorecidos economicamente não têm nem acesso à escola e quando tem não consegue se adaptar às normas, às regras e métodos de ensino, que foram criados para alunos de classe média/alta, e consequentemente são reprovados ou evadidos. Poucos são os que conseguem concluir a escola obrigatória. Diante dessa situação ficam alguns questionamentos: Será que as crianças pobres são menos capazes que as ricas? A culpa do fracasso é da própria criança? Alguns colocam a culpa na situação de pobreza que a criança vive, tendo que trabalhar para sobreviver; outros colocam a culpa nos professores que não sabem com ajudar e só sabe corrigir o aluno e puni-lo por não ser igual aos outros de classe média; outros ainda dizem que a culpa é do sistema escolar com seus regulamentos e cobranças de taxas. Será que o responsável pelo fracasso do aluno é mesmo a pobreza ou é a maneira como a escola trata a criança pobre? Cabe a nós, olharmos a escola por dentro e responder fielmente a esses questionamentos e tentar mudar a escola que temos para a escola que queremos. Se a classe média tem a escola que deseja – e isso porque sabem reivindicar, os pobres também podem ter a escola que merecem, basta serem encorajados pela própria escola a lutarem pelos seus direitos e fazer valer o que está na lei: escola para todos.
A escola ao invés de aproveitar e valorizar as experiências que os alunos pobres trazem da escola da vida para dentro da escola, podam essas crianças, as excluem, sem parar para pensar que a escola da vida para essas crianças começam muito cedo e que se suas habilidades desenvolvidas na escola da vida fossem incorporadas à vida na escola, nossa educação seria outra. APRECIAÇÃO DA OBRA A obra apresenta um tema bem polêmico e bastante reflexivo, mesmo para os dias atuais. O fracasso escolar nas redes públicas de ensino e seus verdadeiros culpados são questões de grande complexidade e que requer senso crítico para ser analisado. Os autores surpreendem os leitores com esta obra, pois um trabalho desse nível, escrito há tanto tempo, ainda é capaz de despertar debates polêmicos no meio acadêmico e profissional. Mesmo diante de tantas Leis, tantos investimentos, tantas cobranças por parte do governo para com os profissionais da educação, é visível o descaso em muitas instituições públicas de ensino espalhadas pelo País, aonde o fracasso escolar chega ao extremo. Esta obra retrata com fidelidade, em uma linguagem clara, acessível e ilustrativa, os problemas sociais e educacionais do nosso País. Problemas esses, que mesmo na atualidade são engendrados na sociedade e deixam marcas profundas, feridas que não cicatrizam. INDICAÇÃO DA OBRA Os autores foram felizes na elaboração e publicação dessa obra, pois ela é de grande importância tanto para os profissionais da Educação quanto para os pretensos profissionais dessa área. RESENHISTA Ana Leides Freitas Costa, estudante do curso de Pedagogia pela FACE – Faculdade de Ciências Educacionais, Diretora em exercício na Rede Municipal de Ensino do Município de Sebastião Laranjeiras – Ba.