UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS DISCIPLINA: TEORIAS LINGUÍSTICAS PROFESSOR: DR. JOSÉ SUELI MAGALHÃES TURMA: !"#$
RESENHA
Marilda Alves Adão Carvalho
CHOMSKY, Noam. Preliminares Metodológicos: as gramticas gerativas como teorias da com!et"ncia ling#$sticas. %n: &&&&&&&. As!ectos da teoria da sinta'e. (. ed. Coim)ra: Arm"nio Amado, *+-. !. -/*01. Na !rimeira se2ão 3As gramticas generativas como teorias da com!et"ncia ling#$stica4 5#e !ertence ao ca!$t#lo % 3Preliminares metodológicas4, do livro 3As!ectos da teoria da sinta'e4, Choms67 trata do com!onente sinttico da gramtica generativa, o# se8a, das regras 5#e es!eci9icam se5#"ncias com #nidades m$nimas 5#e 9#ncionam sintaticamente e 5#e atri)#em in9orma2ão estr#t#ral se5#"ncias )em 9ormadas;. Choms67 !ost#la 5#e essa teoria ling#$stica tem, !rimeiramente, !or interesse #m 9alante/o#vinte ideal, dentro de #ma com#nidade de 9ala totalmente homog"nea, na 5#al se conh conhec ecee s#a s#a l$ng l$ng#a #a !er9 !er9ei eita tame ment ntee e não não se dei' dei'aa in9l in9l#e #enc ncia iarr !or !or circ circ#n #nst st dese desem! m!en enho ho,, send sendoo este este o #so #so e9et e9etiv ivoo da l$ng l$ng#a #a em sit# sit#a2 a2?e ?ess conc concre reta tas@ s@ a5#e a5#ela la,, o conhecimento da l$ng#a !or !arte do 9alante/o#vinte. odavia, h o !ro)lema 5#e consiste na !rod#2ão, a !artir dos dados do desem!enho, desem!enho, dos sistemas de regras s#)8acentes 5#e 9oi a!rendido !elo 9alante/o#vinte 5#e ele !assa a 9aBer #so em se# desem!enho so)re a l$ng#a. Para Choms67, #ma gramtica deve atri)#ir a cada #ma das senten2as de se# sistema, #ma descri2ão estr#t#ral em 5#e o 9alante/o#vinte se8a ca!acitado a entender. A gramtica dei'a tam)=m de e'!ressar m#itas reg#laridades de #ma l$ng#a, de 9orma a se tornar
de9iciente s#a estr#t#ra. Sintaticamente, isso 9ica mais evidente, visto 5#e nenh#ma gramtica tradicional o# estr#t#ral !assa da classi9ica2ão de e'em!los !artic#lares ao estgio da 9orm#la2ão de regras gerativas em #ma escala signi9icativa. Na seg#nda se2ão 3Para #ma teoria da !er9ormance4, Choms67 a9irma 5#e a investiga2ão do desem!enho só contin#ar na medida em 5#e a com!reensão da com!et"ncia s#)8acente o !ermitir4, dei'ando evidente a e'ist"ncia de tra)alhos so)re desem!enho 5#e incor!oramDincor!oravam o#tros so)re desem!enho, não sendo o contrrio verdadeiro. Ao se re9erir a #ma teoria da !er9ormance, o a#tor a!onta as!ectos !sicológicos, todavia mais no sentido de s#as restri2?es, tais como limita2?es de memória, tem!o e acesso, do 5#e de se# 9#ncionamento e9etivo. Eesse modo, !ara melhor esclarecer a di9eren2a entre com!et"ncia e !er9ormance, Choms67 #sa os termos gramaticalidade e aceita)ilidade, esta !ertencente ao desem!enho@ a5#ela, F com!et"ncia. A aceita)ilidade !ode se associar, de certa 9orma, F gramaticalidade, mas o contrrio não = !oss$vel, tendo em vista as in9l#"ncias e'ternas encontradas no desem!enho. Na se2ão , 3A organiBa2ão de #ma gramtica generativa4, Choms67 a!resenta e disc#te os com!onentes sinttico, 9onológico e sem
#ma contendo #ma descri2ão estr#t#ral a si associada, denominada %ndicador Sintagmtico de )ase, #nidades elementares a !artir das 5#ais são 9ormadas as estr#t#ras !ro9#ndas. S#)8acente a cada 9rase da l$ng#a est #ma s#cessão de %ndicadores Sintagmticos de )ase, denominada substrato, al=m da s#)com!onente transformacional, a 5#al tem como 9#n2ão a gera2ão da 9rase, com a s#a estr#t#ra de s#!er9$cie. Na 5#arta se2ão 3#sti9ica2ão das gramticas4, 8 de in$cio, Choms67 9ala da im!ort
incor!ora #ma e'!lica2ão dos #niversais ling#$sticos 5#e se trata do est#do das !ro!riedades de 5#al5#er gramtica generativa de #ma l$ng#a nat#ral e !ress#!?e 5#e eles !ertencem aos com!onentes sinttico, 9onológico e sem
dados ling#$sticos !rimrios, at= o !onto de !ossi)ilitar a sele2ão entre elas !or meio de #ma medida de avalia2ão 9ormal. Para Choms67, o !ro)lema mais s=rio 5#e s#rge na tentativa de atingir a ade5#a2ão e'!licativa = o de caracteriBar a no2ão 3gramtica generativa4 de #m modo s#9icientemente rico, detalhado e altamente estr#t#rado. ma teoria da gramtica !ode ser descritivamente ade5#ada e, no entanto, dei'ar de lado tra2os im!ortantes, !ro!riedades de9inidoras da ling#agem nat#ral e 5#e disting#em as l$ng#as nat#rais de sistemas sim)ólicos ar)itrrios. O a#tor adverte ainda, 5#e !or esta raBão 5#e = tão im!ortante a tentativa de atingir a ade5#a2ão e'!licativa / a tentativa de desco)rir #niversais ling#$sticos. Na s=tima se2ão 3So)re os !rocessos de avalia2ão4, Choms67 !ost#la ter havido mal/ entendidos so)re o estat#to de #m !rocesso de avalia2ão !ara as gramticas. Jle esclarece não haver necessidade de o ling#ista se !reoc#!ar em constr#ir #m !rocesso de avalia2ão e com !ro)lemas de ade5#a2ão e'!licativa, caso a 9orm#la2ão de descri2?es com )ai'a !reoc#!a2ão !ela 8#sti9ica2ão o satis9a2a. Jm !retendendo o ling#ista o alcance da ade5#a2ão descritiva na s#a e'!lica2ão da estr#t#ra da ling#agem, !recisa se ater ao !ro)lema de desenvolver #ma teoria e'!licativa da 9orma da gramtica, visto 5#e a escolha de #ma gramtica !ara #ma l$ng#a !artic#lar 8amais ser determinada tão só !elos dados retirados dessa l$ng#a. LaB/se necessria #ma teoria e'!licativa e, !or s#a veB, a ade5#a2ão e'!licativa demanda #ma investiga2ão dos !rocessos de avalia2ão. Seg#ndo o a#tor, o !ro)lema !rinci!al na constr#2ão de #ma medida de avalia2ão !ara as gramticas = o determinar 5#ais são as generaliBa2?es signi9icativas so)re #ma l$ng#a@ deve ser escolhida #ma medida de avalia2ão tal 5#e 9avore2a estas, e não o#tras. O !ro)lema consiste em constr#ir #m !rocesso 5#e atri)#ir a #ma gramtica #ma medida n#m=rica de valor em termos do gra# de generaliBa2ão ling#isticamente signi9icativa 5#e essa gramtica alcan2a. Para 9echar a se2ão, o a#tor a9irma 5#e nenh#ma teoria da ling#agem e'istente !ode es!erar atingir ade5#a2ão e'!licativa !ara al=m de dom$nios m#ito restritos, o# se8a, estamos longe de sermos ca!aBes de a!resentar #m sistema de #niversais ling#$sticos 9ormais e s#)stantivos 5#e se8am s#9icientemente rico e detalhado !ara e'!licar os 9atos da a!rendiBagem da ling#agem. Na oitava se2ão 3A teoria ling#$stica e a a!rendiBagem da ling#agem4, Choms67 disc#te a a5#isi2ão do conhecimento, disting#indo d#as linhas gerais de a)ordagem do !ro)lema de tal a5#isi2ão: o em!irismo, o 5#al considero# a limita2ão da estr#t#ra do dis!ositivo de a5#isi2ão F determinados 3mecanismos de !rocessamento !eri9=rico4
elementares, e o racionalismo 5#e s#stenta a e'ist"ncia, !ara al=m dos mecanismos de !rocessamentos !eri9=ricos, de ideias e de !rinc$!ios inatos de vrios ti!os 5#e determinam a 9orma do conhecimento ad5#irido d#m modo 5#e !ode ser considerado )astante restritivo e altamente organiBado. Para tal a)ordagem eDo# disc#ssão, Choms67 se a!oia em H#m)oldt, 5#e concl#i não ser #ma l$ng#a ensinada, o 5#e se 9aB = a!resentar ao a!rendente as condi2?es em 5#e essa l$ng#a se desenvolver na s#a mente, de modo nat#ral, com s#as caracter$sticas !artic#lares. Nesse sentido, a 9orma de #ma l$ng#a, o es5#ema !ara a s#a gramtica =, n#ma larga medida, dado, ainda 5#e não se !ossa !or em #so sem a e'!eri"ncia a!ro!riada 5#e !onha em 9#ncionamento os !rocessos de 9orma2ão ling#$stica. A faculté de langage, seg#ndo Choms67, = a!enas #ma das 9ac#ldades da mente. J o 5#e se !ode es!erar, cont#do, = 5#e e'ista #ma di9eren2a 5#alitativa entre o modo como o organismo !oss#indo #m sistema 9#ncional de a5#isi2ão da ling#agem en9renta e trata sistemas 5#e são semelhantes F ling#agem e o modo como en9renta e trata o#tros sistemas 5#e não o são. O ling#ista !ont#a !arecer claro 5#e a sit#a2ão !resente a res!eito do est#do da a!rendiBagem da ling#agem = 5#e !oss#$mos #ma certa 5#antidade de in9orma2?es so)re a nat#reBa das gramticas generativas 5#e devem constit#ir a 3sa$da4 de #m modelo de a5#isi2ão da ling#agem. Ainda mais, !arece evidente 5#e a a5#isi2ão da ling#agem se )aseia na desco)erta !ela crian2a da5#ilo 5#e, de #m !onto de vista 9ormal, constit#i #ma teoria !ro9#nda e a)strata > #ma gramtica generativa da s#a l$ng#a / da 5#al m#itos dos conceitos e !rinc$!ios se encontram a!enas remotamente relacionados com a e'!eri"ncia !or meio de cadeias longas e com!le'as de eta!as inconscientes e de nat#reBa 5#ase ded#tiva. Por 9im, Choms67 a9irma 5#e !arece raBovel a s#!osi2ão de 5#e #ma crian2a não !ode dei'ar de constr#ir #m ti!o !artic#lar de gramtica trans9ormacional, isso !ara dar conta dos dados 5#e lhe são a!resentados, tal como não conseg#e controlar a !erce!2ão de o)8etos sólidos o# a s#a aten2ão F linha e ao
ca!acidade generativa 9orte incl#ir o sistema de descri2?es estr#t#rais !ara cada l$ng#a nat#ral. Ao contrrio, = descritivamente inade5#ada. O est#do da ca!acidade generativa 9raca, seg#ndo Choms67, tem #m interesse ling#$stico )astante marginal, visto ser im!ortante tão só na5#eles casos em 5#e #ma 5#al5#er teoria !ro!osta = ins#9iciente mesmo em ca!acidade generativa 9raca, isto =, nos casos em 5#e h #ma l$ng#a nat#ral da 5#al mesmo as 9rases não !odem ser en#meradas !or nenh#ma !ermitida !or essa teoria. Para o a#tor, a disc#ssão da ca!acidade generativa 9raca re!resenta somente #ma eta!a inicial e !rimitiva do est#do so)re gramtica generativa, sendo 5#e as 5#est?es de interesse ling#$stico real a!arecem 5#ando a ca!acidade generativa 9orte e s a ade5#a2ão e'!licativa se tornam o centro da disc#ssão. im!ortante ter em conta as e'ig"ncias de ade5#a2ão e'!licativa e de !ossi)ilidade de realiBa2ão 5#ando se est#dam as ca!acidades generativas 9raca e 9orte das teorias como 5#est?es matemticas, sendo, !ois, !oss$vel, constr#ir hierar5#ias de teorias gramaticais em termos de ca!acidade generativa 9raca e 9orte, em)ora essas hierar5#ias não corres!ondam necessariamente F5#ilo 5#e = !rovavelmente a dimensão em!iricamente mais signi9icativa do a#mento da !ot"ncia da teoria ling#$stica.