Tíbhotea j reulíana
D626a
Dor, Jol Acientficdde d psnálise I Jl Dor, trd. Ptríci Ptríc i Chitton Rmos - Porto Alegre : Artes Artes Médics, 193. Tomo I. . Psi Psicn cnáli álise se fil filoso osof f
I.
tulo
CDU 159964.2 67 Bbliotár rposáve rposáve Môc Bejo B ejo Co CRB 10/102
••
JOEL DOR a-cientificidade da psicanálise tomo I
a alienação da psicanálise
Tradução: PATRÍCIA CHIONI RAMOS Supervisão técnica ALDUÍSJO M. SOUZA
A
Porto Alegre 193
Tíbhotea j reulíana
Obra orinalmete publicada e fac b o tulo L'A-Sitif d la Psycaly: I Aliéation de la Psycnalyse Unversitaires, taires, Paris Edions Unversi Oa: Mário Rõhnet Editoraçã eletrônica: AGE- s sria Gráfia e Edtoria Ltda. Supeisã edioal: da Kip
Rrvad todos direitos de puiação e íga prge à EDITOR ART MDICA SU LA Av Jerônimo de neas 670670 - Fone Foness (051) 330 330 e 331244 3302378- 9400 400 Porto Porto Ae Ae,, R, Basil Fa (051) 3302378JA CNO ua al Vitorno Vitorno 2- Fone (051) (051) 2258143 920171 20171 Porto Aee, R Brasil Impresso no Brasi inted i Braz
A Frédéric e Nathalie
Mes agradecimentos a Jacques Bouveresse (Université Paris 1), Maurice Clavelin (Université Paris 4) e Gilles-Gaston Granger (Collége de France) por seus trabahos e preciosos ensinamentos qe form constantemente a base desta reflexão epistemológica. Agradeço também a acques Gagey Pierre édida e Mmoud Sami-Ali (Université Paris 7 UER iences Hmaines Cliniques), cja vigilânc vigilância ia crítica e cosehos pertinentes permitirame melhor apreender a incidência epistemológica desta reflexão no campo psicanalítico em que se desenvolveu -
A exposição da atividade psíquica, inconsciente em particular põe neces sariamente a filosofia na obrigação de se declarar pró ou contra: e em caso afirmativo deve modificar suas hipóteses sobre a relação entre o psiquismo e o somático até que se encontre de acordo com o novo conhecmento S. FREU, L'intérêt de a psychanalye (GW (G W VII VIIII p. 406)
(SE XII XIIII p. 178 178)) "Constantemente, até no seio dos grupos psicnalíticos tenta-se desativar o explosivo freudiano, reduzilo a categorias de pesamento antigas e tranqüili zadoras Verbe, e, p 90 R GEORGIN e temp feudien du Verb
"É por isto que era importante promover primeiramente e como um fato a distinguir da questão de saber se a psicanálise é uma ciência (se se campo é científico cient ífico)) pre precisam cisamente ente o fato de que sua práxis práxis não não implica implica outro sujeito sujeito enão o da ciência ]. LACAN a science et la vérté
Cahiers pour l'analyse 1/2 p. 15
Sumário refácio Introdução .............. . .... . . . . ... . .. . . . . . . .... .................... .... . ... I CIENTIFICIDADE E DISCURSO ANAL ÍTICO: A SUBVERS ÃO PSCANAL ÍTICA DO EPIST ÉME ... .. .... .. . .. .. . . . ... . .... . . ........... .... . Ó FICA ASPECTOS DA ALIENAÇÃO FLOS Ó FICA DA PSCAN ÁLSE ...... . 1. Filosofi psicológic e psicnálise ....... . . . ... ............ ......... .. .. ....... ...... . . Filosofi dilétic e psicnálise .. . . . .. .. ... ..... ..... ... . .. .. . . . .. . .. É III. A ICANÁLISE EM TELA, A ESTRAT GIA FIL Ó FICA DA ENCIAÇÃO DO VERDADEIRO ... .................................. .. .. . . 1 Discur Discurso so anlític anlíticoo e teori d enuncição .... ...... .. . . .. . . ......... .... . Do princípio de um teori do conheciment conhecimentoo dividi dividido do ... .. ............. ) D teori teori do d o conhecimento conhecimento à teori do conhecimento conhecimento dividido divid ido b) Certos prdoxos .. ....... .. ........ ...... ...... . ..... ... ............. . c) De um teori do conhecimento à segund potênci .. . ... 3. A enuncição enuncição filosófic d psicnálise ....... ....... ... . . ... ... .. ..... ) Os enuncidos tutológicos e nlíticos ... .. ... . . . . ..... . b) Os enuncidos diléticos ... ....... ............. .... . . .. . ......... ; 4. D objeção de má qulidde� petição de princ!pios IV CENTIFICI CENTIFICIDADE DADE DA PSICANALISE PSICANALISE E PSICANALISE-FCÇAO PSICANALISE-FCÇAO ...... 1 Do neocogito o solipsismo . . ..... .. ... .... ... ... . . or um pologi do 2olipsismo . .. . . . . ...... ...... .... ... . . . RIMEIRAS CONCLUSOES . . ......... . .......... ......... .. . . ...... ............. .. . NEXOS 1 A ntinomi de BurliForti .. ...... .. .................... . . . ... ... ............... .. Antinomi de d e Cntor.............................. Cntor............................................. ............................ ........................... .............. 3. rdoxo de ert ertrnd rnd Russell . .. . ....... ..... .. .. . . ... . . .. . ...... .. 4 Exemplo de um prdoxo no cálculo cálc ulo proposicio proposicionl nl . .............. ..... . . .. ................... .. .
.
.
.
..
..
.
..
....
.
.....
.
..
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
...
.
....
..
.
.
.
..
.
....
.
.
.....
.
.
....
.
.
.
.
.
.
· ···
.
···· · · ·
..
...
..
.
..
..
6 10 18 40 47 83 111 115 11 11 14 130 137 144 150 159 163 163 174 01 05 05 05 06
5 Teoria dos tipos "simples 6. Os eoremas de imitação de Gõde Bibografia Í NDICE ONOMÁSTICO
208 .. 209 210 217
. .
.
.
Prefácio Ainda que apresentado aqui em uma elaboração mais sintética, este esudo retoma as grandes linhas de uma argumentação epistemológica desenvolvida em um trabalho de doutorado.() Múltiplos determinantes determinantes agiram - durante cerca cerca de dez anos ou ou quase quase antes de chegar a fazer parte desta interrogação tão ambiciosa quano crucial: por que a psicanálise não apresenta todas as garantias que poderiam abrila "ao caminho seguro de uma ciência? Poderseia suspeitar facilmente, no princípio dessa questão a ressurgência de uma anífona cujos acordes procurariam experimentar sua medida àquela da radicalidade do diktat inaugural kaniano refor reformulado mulado para a circun circunstânci stânciaa nes tes termos "Todos s psicanalistas estão est ão solenemente, solenemente, conforme à ei, suspensos de sua função até que tenham resovido de modo satisfatório esta questão: como é possíve a cientifcidade da psicanáise?"
A mim não importava aderir ex abrupto, ao proeto de Prolé gomnes(2) tão decisivo Em contrapartida importavame bem mais em situar em um dado momento, o efeito de posterioridade que um certo empo de reflexão psicanaí tica tivera sobre vários anos de investimento e de familiaridade com a racionali dade ronfortante ronfortante do saber saber científico científico e especulatio Nomeadamente Nomeadamente,, vários anos de inestig inestigação ação e de formação no campo das ciências exatas (médicas neste cao a quais eu abandonaa em benefício da discursividade filosófica e lógica ara a qual alguns anos extras de exercícios me aviam igualmente premiado. 1. Sb a dçã d Ja Gagy, Pi, 192
2 Cf E Int, roéomes oute méthsque ture qu pourr se préster comme scece ad. Giblin Pi, Vr 19, p. 37.
A-Ciiddt d Psilit
13
Era etão imperativo procrar saietar a icidêcia de m ta mometo osterior ao íve do pricípio mais costittivo qe preside ao recohecimeto o icosciete: a divsão do Sujeto (Spatg) Mas assimiar a repercssão dessa ivisão a costitição da racioaidade cietífica e fiosófica devia ecessaria mete exigir, em compesação, ma iterrogação epistemoógica sobre o próprio saber psicaaítico em reação a essa divisão sbjetiva A qestão da centcdade da pscanálse srgia, etão, icotoráve o crzameto dessa iterpeação recíproca dos saberes assim postos à prova da Spatg O camio a ser segido defiia-se por si mesmo, ao ogo de ma trajetória erística em qe a divisão do Sjeito permitia saietar o maete dido fdametamete qe ão deixo de grassar etre a psicaáise e a orga ização dos saberes assjeitados aos imperativos gosioógicos da racioaidade Exporar esse ma-etedido já era tomr a medida das mútipas corretes de argmetação em qe a racioaidade cietífica e fiosófica pareciam operar para se ibertar desta ameaça imagiária de desqaificação gosioógica vetori zada pea divisão do sjeito Era, em segida, aperceber-se de qe a egitimidade gosioógica dessa racioaidade ão cosegia recomeçar seão em processos teóricos qe somete podiam se desevover escotomizado a Spatg Era, efim, certificar-se da qestão da cietificidade da psicaáise como de ma roblemátca paradoxa estritamete ierete à divisão do Sjeito em reaçã reação o a ma racioaidade sspesa qe podia acabar apeas por sa a-cetcdade. Impase, etão, progressivamete, a idéia de ma reviravota qe tor aria esse paradoxo peo meos operatório a impossibiidade de resovêo Covia, de fato, ipotecar essa paradoxaidade como o pricípio possíve de ma nstauração epstemológca origia qe prescreveria ma ova extensão da cietificidade sem qe esta se afastasse para tto de sa compreenso em provei to de discrso de defesa da irracioaidade
*
Covehmos qe, aqi, essa reviravota epsitemoógica é mais esboçada o qe remete estabeecida Todavia, por se ecotrar caramete especifica o, o perfi de sa reaização ão podia deixar de ado m certo úmero de ivestigações prévias cjas siosidades reveamse idispesáveis de percorrer para ecidar essa estratégia A escoa deste o daqee aspecto desta argumetação psicoógica, fiosó ica e ógica sem dúvida agmas vezes parecerá ão merecer, à rimeira vista, o desevovimeto crtico qe lhe é cocedido Cosiderado a qestã sscia e cooca, era etetato ecessáio qe esta pesqisa se fdmetass ma área em qe istrações côicas" fossem capazes de proporcio vaor xmpla e prova. Aiás, o exame exigia o desevovimeto desevovimeto de ma iformação ocisa e bem ampamete prozia Se a arte art e da referêcia foi, há mito, consagraa por este ábito iversitá io qe reza qe se cite bem mas do qe reamete se ê, e tha, este caso, 14 Joel Dr
rompdo com rompdo com esse uso uso Para surpresa de aguns para comseração de ouros - era necessáro necessáro que eu reconhecesse reconhecesse que não hava uma só desas referêncas referêncas bbográfcas cadas nessa refexão que não vesse efevamene corresponddo a uma letura exausva das fones de formação consuladas Alguns ndenfcaram nesse snoma" o própro recohecmeno de uma abreação caca de aguns vesígos de um posvsmo cenífco perssene; ouros vram aí o exorcsmo dos ardores ógcos de mnha dade fosófca, para reomar aqu uma das amgáves fórmuas que me foram arbuídas. Hoje, nenhuma dessas duas hipóeses conseguu me convencer penamene Pars, ouubro de
1987.
A-Cintifcidade da Psicanális 15
Introdução Pressentida desde o processo homérico dos avatares mesmerianos, experimentada no caso das atuações espetaculares e cruciais da epopéia hipnótica, a divisão intrapsíquic intrapsíquica" a" do sujeito encontrrá encontr rá a justa confirmação que se conhece sob a égide das elaborações freudianas Estas consagrarão não apenas seu caráter de realidade psíquica, mas também o ascendente operatório que está no próprio fundamento do princípio do tratamento, o inconsciente estando articulado ao surgimento dessa divisão (1). Essa conjuntura subjetiva não deixa de desrmar a reflexão epsitemológica quando convém atribuir sua incidência ao projeto de uma cientificidade possível da teoria analítica; seja elaborar um procedimento de discurso, ao mesmo tempo necessário e universal, que teria a ambição de se apresentar e de se mnter como um saber válido da divisão do sujeito. Interrogação atraente por assim dizer que requer contudo uma abordagem tão prudente qunto modesta A razão de uma semelhante semelhante reserva já residiria, residiria, em grnde parte, na analogia de um certo modo colocada entre esse tpo de questionament questionamentoo epistemológi epistemológico co e um outro, bastante similr, que grassa com sortes diversas no campo da filosofia sobre o problema da legitimação de uma teoria do conhecmento. Mesmo se, fundamentalmente, essas interrogações são diferentes, até mes mo contraditórias tanto em seus conteúdos como nos empreendimentos que aí se encontram encontram suspensos suspensos mant mantendo endo amba ambass uma relação relação de exclus exclusão ão recíproca recíproca , o procedimento e o objetivo epistemológicos que engajam e perseguem permnecem idênticos ao menos quando a questão da vidade do discurso analítico encontrase ormulada como anteriormente. (Saber se esse modo de formulação lhe é adequado é uma outra questão totalmente diferente). 1
Sobre a problemátca o Ichpaltung (clvagem o ego) em Feu e a a spaltung (vsão d jeito) em Lacan Cf J. Dor, Introdução à leitura de Lacan: o inconsciente estruturado como linguaem, Prto Alegre Aes Mécas, 1989 cap 15, p 100 e seguntes 1.
A-Cientidad da Psicanáli 17
Esse objetvo epsteológco a respeto do dscurso analítco, o que é ele? Podese estpulá-lo coo segue dentfcar o lugar e o odo de artculação de u dscurso váldo capaz de outorgar a s eso suas própras garantas de verdade,, ou, pelo enos, verdade enos, autor autorzar-se zar-se daquelas de u outro dscurso dscurso que poderá expressar adequadaente o objeto da pscanálse. Sob essa fora, reco ece-se be u dos standards da questão prnceps que persegue a epsteolo ga postvsta conteporânea e flosofa e que, se cessar até hoje, no decorrer de elaborações sucessvas levou a nuerosas e varadas sadas. De ua anera geral, a abordage abordage de u ta objetvo, quando q uando relacona relacona do ao capo pscanaltco, fornece a ocasão para dferentes tpos de consruções especulatvas que se efne coo prtocolos prtocolos de explctações espec especfcas fcas.. Toda T oda va, essas estratégas, por as dversas que seja e seu desdobraento, pare ce na aora das vezes aderr a u otvo plícto cou desttur a pscnálse do epreendento subversvo que ela proove no mposível eafo que lança acerca do sueito- con oscen te, forulando o prncípo da rredutbldade da dvsão do sujeto e de seus efetos subsequentes Efetos cujo caráter descon certante pode-se resur por esta declaração judcosa de J.D. Naso Como se pode pensa o nconsciente sem reconhe que esse pensmeno ci so o golpe dos efetos de seu objeto, que o pensamento sobe o nconscente é um eeto do nconscente" (2).
Ua anera ndreta de nterrogar o problea da centfcdade analítca parece consstr e usar o arguento de sua "fraqueza centfca e e explorr essa falta essencal, apontando-a coo o alvo de escolha capaz de colocar a pscanáse e stuação de dar o flanco a alguas ntenções crítcas da cênca, da flosofa, até eso e seu própro seo, a alguns antagonsos analtcos. Essas estratégas contra-subversvas de assujetaento ou de desnaturação não dexara de rvalzar a seu respeto, tanto pela engenhosdade de seus odos de artculação quanto pela dversdade de suas própras plcações. Apesar dessa dversdade, há algo entretanto que todas partlhara, explícta ou plctaente: a anulação da densão prnceps convocada pela pscanálse, ou seja, a "disão do sujeito. E é provavelente provavelente por po r falta falta de ter sabdo (ou querdo) dentfcar o caráter de rredutbldade dessa dvsão, seja pelo vés da sutleza especulatva, seja pela voz do anátea, que essas tentatvas se repetra e concluíra por aporas uto varadas. Ne por sso a pscanálse se encontrou graveente grave ente coproetda coproet da Que essas especulações se teha consttuído sob o odo da recusa de prncípo ou, ao contráro, que se tenha apresentado sob o to as copla cente de d e ua prooção de ntelgbldade vndo encobrr hablente hablente u pe ratvo de neutralzação evdente, esses epreendentos de descrédo alen tados e relação à pscanálse e, ais especalente, ao dscurso teórco que expre seu objeto, não parece poder se sustentar senão e u u alentenddo alentenddo nerente à própra questão do status da referda teora Co efeto, não parece muto possível experentar a nterrogação colocada pelo status epsteológco 2 J D NASIO, L'nconscient à venir. Ch. Bourgois édeu, Pas, 980, nota , p. 10
1R fod
Dor
da teoria analítica e, em conseqüência, toda a problemática que subentende seu argumento fora da divisão do sujeito Somente essa dimensão crucial da subjetivdade permte compreender em que o campo pscaítco se mostra refratáro aos critéros de cientificdade habituais; em que o discurso analítico se submete radicalmente à autoridade epstemológica familiar e às teoras do coecimento que essa autoridade requer ou supõe e cujo princípio devese até mesmo concor dar que ele subverte Recentrar o problema do status epistemológico da teoria analítica sobre a Spaltung é recentrálo sobre o que ela inaugura irremediavelmente na ordem de um discurso discurso,, de uma mediação onde o sujeito se presta, sem saber, a um desvio inevitável da verdade daquilo que enuncia A incidência crítica dessa divisão é proporcional à "subversão epistéme que ela induz em seu próprio fundamento minando a autordade que lhe é necessariamente suposta para que um dscurso possa aí referir as condições de garantia de sua verdade Neste sentido, discurs da ciência qu exige n princípi mes de sua prduçã uma negaã da Spatung encarnada pelo suei-aciênia o sueitnãdividid) nã é de md algum peratóri para eprimir adequadamente alguma cisa d camp psicanali qual pr definiã sustentase nessa divisã Em conseqüência, o discurso analítico que deve poder enunciar adequa damente algo do objeto de que fala encontrase, ips fact, sujeitado a ter que justificar seu caráter rigrs e peratóri (3 nos enunciados teóricos que avança O que equivale a dizer que deve estar em condições de assumir a seguinte paradoxalidade: elaborar processos teóricos válidos, ou seja, processos que, em nomee dessa própria validade, nom validade , ambic ambicione ionem m o status das produções científicas; isto em um universo de discurso que atribui entretanto, de um certo modo, o prin cípio mesm mesmoo da enunciação enunciação centíf centífica ica à filera das captações do do Ego Eg o Assim, de um lado, as construções elaboradas pelo discurso analítico tendem necessariamente a se constituir em um um corpo de conhecimento de vocaço universal, o que é, por excelência, o projeto específico da ciência Podese até mesmo mes mo dizer que o fato de chegar a isso realizar o produto mais extremo de sua atividade De outro lado, o discurso da psicanálise revelase perfeitamente irredutível ao se expressar adequadamente no "discurso científico De fato, este último, ainda que sendo uma produção simbólica do mais alto nível, não deixa de apresentar, ele próprio em suas elaborações, os estigmas do imaginário ilusório do sujeitnã-dvdd. De onde a questão delicada mas decisiva da transmiss da psicanálise onde vem se desempenhar, até mesmo se experimentar, o status da teoria analtica e, com ele o empreendimento epistemológico fundamental que é a aticulado. De fato, essa paradoxalidade tem por efeito essencial decentrar o poblema da validade teórica da psicanálise do lugar aparentemente impossível e uma "cientificidade (isto é de uma expressão possível em uma modalidade 3 "Rgoroso" "Váldo" e egío devem ser tomdos, q o setdo em e, peo meos dsd Arsótees se preede defr por essas proprieddes os crérios de m discurso ão somen dscursivo mas também ecessáro.
A-Cientifidade d Picanálise
19
de linguagem psicalista) ao lugar em contrapartida visado de uma "transmissi bilidade que deve dar provas de seu caráter de necessidade Parece que é nesse "entremeio" que a teoria analítica deve poder estabelecer tanto sua consistência quanto sua legitimidade A coisa aparece à primeira vista vista tão coprometida que se sustenta em um efeito de paradoxo cujos termos estão em uma relação de exclusão recíproca o que não faz em nada prever uma medida de solução favorável no campo epis temológico costumeiro A spaltung não deixa de subsistir como uma dimensão irrecusável do sujeito pensante e falante cuja incidência convém para a psicaná lise integrar em uma estratégia de discurso capaz de consideráo legitimamente, isto é em uma ordem de discurso de vocação universal. De onde a aporia já que tudo se passa pas sa portant portantoo como se a validade do status da teoria analí analítica tica estivesse suspensa à possibilidade de ultrapassar essa situação contraditória em que se imobiliza o processo metateórico *
*
*
Não é surpreendente que alguns teha podido detectar nesse impasse um argumento maior em favor de uma subversão do empreendimento psicanalítico; subversão que se basearia na desqualifcação manifesta de seu disurso cujas aptidões em relação à Spaltung e às suas conseqüências paradoxais não seriam de natureza a validar rigorosamente aquilo de que ele fala Por falta de poder citar uma caução teórica cientificamente fundada a psicnálise requeria tanto quanto autorizaria por essa própria falta muitos desvios especulativos. Podese ilustrar o exemplo desses desvios d esvios através de algn alg nss procedimentos característicos que se consagra implicitamente ou não a exercer sua sagacida de ao ponto crítico em que a teoria analítica que estabelece a prescrição mais incontestáveldescofortável de uma v �rdade do sujeito tornase ao mesmo tempo vulnerável ao nível da Spaltung. E exatamente com efeito este epicentro constitutivo do sujeito cujo princípio é necessário desativar s quisermos reduzir a psicanálise psicanálise a um domínio de refle reflexão xão e de prática inteirmente dominá dominável, vel, quer dizer às normas familiares e tranqüilizadoras do conhecimento rciona, que esta se desenvolve aliás sobre um modo puramente especulativo ou sobre um modo pseudocientífico. Para fazer isso a estratégia de rigor reside na aplicação costumeira de dois procedimentos racionais provenientes eles próprios paradoxalmente da divisão do sujeito ou seja os avatares denominados mecansmos de defesa: a anula ão e a denegaão O mesmo acontece com algumas especulações tanto filosófi cas quato pseudocientí ps eudocientífic ficas as cujas lacunas essenciais que condenam sua autori dade sob o duplo aspecto dos pressupostos que convocam e das propriedades fundamentais da psicanálise de que não querem saber é fácil de articular Esses procedimentos orgaizam-se em modos de exercícios que podem ser divididos em duas classes segundo segun do se destinem implicitaen implicitaente te a negar denega denega ou ular a divisão do sujeito ou ao contrário segundo se dediquem explicitamente a constat essa divisão a fim de melhor desmentir sua icidência 20 foN Dor
Podese classificar Podese classificar no primeiro gênero dessas tentativas tentativas de d e captura capt ura dois dos aspectos mais habituais da alienação filosóca da psicanálise: a losoa psicológica e a losoa dialética. Podese desmontar facilmente o embasamento pseudocientífico ue invocam Sob a égide do segundo gênero, podese designar outras tentativas de desvio particularmente atraentes sobretudo se avaliarmos o interesse que have ria em apresentar especuações que, contrariamente às precedentes, destinarse iam a considerr como ponto de origem de seu argumento essa dimensão fun damental da divisão do sujeito Como prova, uma dialética sutil propícia ao retorno de um imperialismo filosófico e ao reforço do ascendente gnosiológico de seu discurso; ou seja, uma intelecção que se situaria do ponto de vista da enunciação" imposta pela divisão do sujeito e se engajaria, por isso mesmo, em uma transcendênci transcendênciaa lógicofilosófica da Spaltung Assim Assim,, conduzida pelo regime de tu tutela tela de uma u ma estrat est ratéégia lo losó sóca ca da enun en unciação ciação do verdadeiro, verdadeiro, a psicanálise deve ria se reduzir a admitir somente para qualquer forma legítima de expressão o expediente do discurso filosófico Daí a pressupor o surgimento subreptício de um neocogito e a tirar partido das conseqüências conclusivas que induz o obstáculo, rapidamente é superado. Quem se s e autorizará a isso para engajar engajar insidiosamente insidiosamente a psicanálise nos arcanos sedutores mas estéreis do solipsismo promovendo seu princípio em uma psicanálisecção. Qualquer que seja a escolha das estratégias que se esforçam para delimitar o problema da cientificidade da psicanálise, cada uma delas parece chocar-se, por esta razão, razão, com a paradoxalidade imposta pela Spaltung. Mas se esse impasse deve ser considerado como o ponto de cegueira subjetivo capaz de induzir e vetorizar diferentes potencialidades de alienação da psicanálise, nem por isso deixa de constituir a condição do processo de cientifização que não pode advir sem essa forclusão da Spaltung Neste sentido, parece difícil poder esclarecer ntecipadamente o problema levantado pela cientificidade da psicanálise sem ue sejam explorados, previa mente, as causas e os efeitos dessa forclusão do sujeito em operação no próprio processo da cientifização
A -Cientif -Cientifcid cida a da Psican Psicanálise álise 21
Cientificidade e Discurso Anlítico: A Subversão Psicnlíti do Epistéme* No cainho taçado po Feud, a eeffeão psicanalítica contepoânea apon
tando a divisão inaugual do sujeito, a paltung pôs-se a intepela a diensão esa do in�onsciente na becha que epaa, atavés da distância aeatadoa que se conhece, o Sujeito do desejo d iaginário do Ego Po essa incidênci inaugual a Spaltung incita ao desasaaento do que haveia de adicalen te ilusóio e pensa o univeso dos nunciados de u Sujeito coo esp o exclusivo de u conhe conheciment cimentoo verda verdadei dei. E isto, na pópia edida e que t espaço de discuso se apesenta co o luga de elaboação necessimet iagi i aginá nái ioo ain ainda da que sibó sibóli lico co dos podut podutos os de co coh hec eci ien ento to de u ujeito-nãodivdido o sujeitocognoscent , o sujeito do conheimento) sto u Sueito paa o qual é descohecida po efeitos de efenda 1), a dienso u o sepaa de ua pate de si eso. Oa, essa efenda consaga de u oo iedutível o caáte de foclusão do Sueito; focusão tanto ais ineutáve quanto necess necessiaent iaentee exigida ex igida pelo p elo p ocesso de podução do discuso cientco e, ais geaente, de todo coecie to suposto e aditido coo vedaeio Nestas condições, se todo conheciento, edificandose inexoavelente co mo desconhecimento coo foua Lacan, inscevese e u espaço de discu onde a vedade apenas podeia se meiodizer, o que acontece co a vaidade o enunciados psicanalíticos, do discuso sicnaítico? Essa questão é anda ais decisiva qundo se sabe que esses enunciados não deixm de saienta a diensão de captua maginária do Sujeito, isto é coo u sabe vedadeio, sabendo que paa tal ão enconta sentido senão senão nu espaço d discuso onde, coo diz E Roudiesco (2): a vedade se diz no eo, "a vedade é psage do iaginrio? Em out palavas discuso quepa se foua, conta apenas co o expediente dos enu nciados sujeitocogn oscente. Aguns aspectos deste capítuo foram expostos durante uma conferênca: I oggeto d/ COIJOS'Zil poanaca, Florença, 11 de abr de 1980 no Laboraorio d rcerca pscoanaltca de Fn7 a 'niator de Mario Pissacroa dida aqui como a conseqüência mais medata da 1. aepção do termo "efenda deve ser apree dida iviso do sujeto pea ordem da nguagem e da aienação que disso resuta. Cf J. Dor ldç ugm op cit cap. 16, p 106 e seguine o. oee sruudo sruudo como i ug leitur Lac: o. *
A-Cientcidad d l'simÍ�·
2;
Designaos aqui, nessa própria interrogação, a orige do grande núero de aentendidos episteológicos alientados pela ciência acerca da psicanáise e a orige da aioria das tentativas de subversão que lguns aspectos da filosofia desenvolvera para desarar o explosivo freudino Tabé podeos nos interrogar sobre o que, na psicanálise, invoca co tato vigor, tanto a autoridade da sanção científica quanto a da sanção filosófica? O que, na psicanálise, não soente conclaa, as tabé anté essa jurisdição crítica? E torno dessas questões essenciais, já podeos esboçr ua elucidação Basta, por po r exeplo, exainar o caráter inaudito da d a provocação epistêica que a psicanálise institui e relação a alguns corpos de coheci ento, até eso conhecimento geral. Provocação da qual se pode preve que possa vexar violentaente vio lentaente a ciência (coo a filosofia) e razão do caráter gnosiológico que define o princípio de todo coheciento verdadero do qual a Ciência se apresenta, por excelência, coo o protótipo O que conribui p ra alientar essa provocação não é estranho à própria especificidade da textura do corpus analítico. E, por isso, entendo chaar a atenção sobre o que o status da teoria nalítica coporta de suficienteente inabitual para desafiar o hábto que governa a razão e contribuir assi para anter a psicanálise na ais alta suspeição Precisaos, de saída, que esse status é anifestae anifestaente nte ún ic ico, o, quer dizer exclusivo (ao menos no que sabeos atualente sobre a história do conheciento), no sentido de que não parece encontrar nenhua solução de integração pisteológica nos diferentes corpos de coheciento que nos são até aqui failiares O porquê da propensão natural a considerar o discurso analítico coo u discurso apócrifo e, e conseqência, a se esforçar para fazer todas especulações favoráveis a confundilo, desqualificálo ou a seduzio às odalidades de u conheciento canônico. A iredutibiidade do discurso alítico a qualquer tipo de coheciento habitua tnto ais favorece a crítica e a depreciação que ne eso é possível encontrar na psicanálise as grntias sólidas de ua ciência, no sentido estrto do tero Nests condições, co faciidade iaginos coo essa " aqueza científi ca plente contribui pa a desquaificação do discurso aalítico ou, ao con reforça ça seus efeitos de sedução, até eso as tentativas de eu ssujeitaento trio, refor Alé dos efeitos de rejeição e de assujeitaento, ou, ao ontrio, de seduão e de captura e oda, alé igualente das posições de pincípio ideológico costueiras(3), parece oportuno tent deterinar na psicanálie a falta essencia e too da qual pode originarse as atitudes hostis ou beevolentes que ela suscita Se a psicanálise propicia seelhante bivalência, exise u certo núero de razões para pensar que essa abigüidade devese enos à profunda origipelo nidade de seu objeto (coo à de sua prática) do que ao statu do discurso pelo ul ela os forua e ue express exp ress se nenhu nenhua a dúvid dúvida, a, ua isuportável verdade. verdade . E Roudinesco, Histoire de sourds et dialogues de fous, in "Acon poéque, n 72,1977, p 54 3 Após L psychanalyse de Castel (Pais, GE 1976), citamos agumas das poduções desse tipo ais recentes: Les j jss de Freud so sont nt fa tigué tigués, s, C Clment, Pars, Gasset, 1978 eet 'Yau de poêe F Gerge, Paris, Hachette, 1979; Vies et gendes de Jacques acan C Clément, ars, Gasse, 1981; e oent lacanien, B. Sichre, Paris, Gasset,1983 Voyages extraordinaires en Translcanie F Perrie, Pais, Lieu Commun, 1985 Jacques acan matre Zen? Stuart hnederman, Pars, PUF,1986.
24 foi/ Dor
Tendo introduzido essa demarcação, torna-se possível compreender dois destnos desviados, no mínimo contraditórios, habitualmente encontados pelo empreendimento analítico no decorrer de seu exercício. Trata-se ds das opções qe seguem: 1) Ou o recohecimento da prática analítica, cuja elaboração teórica que o fundamenta, por outro lado, não deixa de desmentir implicitamente Seria o caso, por exemplo, de certas práticas psicológicas e psiquiátricas que desconhe cem radicalmente os empreendimentos psíquicos mobilizados pelo inconsciente (essencialmente na dimensão da transferência) e, de uma só vez, perverte totalmente o sentido da prática analítica 2) Ou a adesão às às elaboraçes teóricas da psicanálise que se faz funciionar de um modo autônomo nos diversos campos do conhecimento, mas fora ds referências e das articulações conexas à prática empírcoclínica que as subenten de É o exemplo da utilização que é feita da teoria em registros como a literatura, a política e outros terrenos de aplicação selvagem oportunos Esses arranjos feitos acerca da psicanálise não se sustentam senão apoian do-se numa falta: sua ausência de "status científico", isto, é claro, na acepção positivista do termo A psicanális não é uma ciêcia! Aí está a reprovação através da qual não apenas a crítica conseguirá mnifestar sua reeição, mas também que inaugura uma brecha aberta a todas as tentações de captura ou de sedução especulativas, onde o discurso analítico pode fracass. Pois, de fato, a ausência de um autêntico status cie cientí ntífic fico o e este este é um lugar lugar comum comum é aqilo aqilo atrav através és do qual uma prática articulada a uma teoria encontra-se em posição de desgraça E imaginamos sem nenhum esforço que interesses múltiplos podem vir servir esse estado de desgraça Não se contesta que a caução científica constitui a melhor grnia contra a dispersão, até mesmo contra os trasbordmentos de uma teoria e de ua prática Essa segurança encontra-se fundada por causa dos próprios vínculos de conexão e de inferência lógico-matemáticos que sncionam as relações causais que unem indissoluvelmente a teoria à experiência e, em contraprtida, a prática à teoria Arrisc formulr a psicnáise não é u ciência" é uma asserço que está longe de ter um sentido evidente. Essa declaração por si só levanta ua questão que não é pequena e sem interesse, já que é a do conhecmento em se conunto Se a psicnálise não é uma ciência", isto implica ipso facto que se sabe através do que e como se defie a Ciência Essa asserção, por sua vez, só é válida na medida em que supõe que o concimnto através do qual se defin a Ciência é, nele mesmo, tão válido quanto o conhecimnto cintíco do qual fal Eis então introduzida toda a questão da legitimidade da metalinguagem e, om ela a questão subsidiáia da vrdad que está inevitavelmente ligada a isso Em outras alavras a asseção pela qual se formula a ãocentficidade" da psicnlise e o mesmo mesmo se daia daia com sua sua cientii cientiicidad cidadee torna tornase se o ponto ponto de orig origem em de uma interrogação priceps sobre a rede do discurso epistemológico que se auto riza dessa enciação e, mis particularmente, sobre o que fundamenta sua vidade Esta última proposição ressoando ela mesma por sua vez e um nível de generalidade ais elevado, levtndo a questão da legitimidae de uma toria do conhcimnto. Tl questão, bem entendida, iterroga em últmo caso a A-Cintfcidade da Psicanális
25
alidade do discurso pelo qul todas as interrogações encontramse enunciadas Essa problemática recorrente não apresenta, enquanto tal, nada n ada de particu armente original Não constitui nada senão a trama do encaminhamento lógico percorrido por todas as tentativas de elucidação e de fundament teórico do Quanto nto à última questão que vem ve m encer encerra rarr o processo dessa des sa cadeia onhecimeno Qua recorrente, sabese bem, pelo menos desde Aristóteles, que uma resposta demons traiva permnece para sempre nula e sem efeito para o teórico do conhecimeno. Nula e sem efeito no sentido em que essa questão determina conjuntmente o ponto de encerramento da reflexão sobre o conhecimento, ao mesm tempo que funda sua origem e possibilidade de desenvolvimento. Ponto de encerramento e ponto de origem desde o instante em que o encaminhmento recorrente através do qual interrogmos a legitimidade de um nível de discurso do conhecimento introduzido introduzi do necessariamen necessariamente te na dimensão das metali metalinguag nguagens ens capazes de enun ciar o verdadeiro sobre verdadeiro Ora, é fácil conceber que a concessão de um semelh se melhante ante recuo recuo metalingüístico abre imediatmente a possibilidade, ao menos formal, de d e engendr engendr uma regressão hierárquica indefinida dos níveis de discurso, de onde a impossibilidade de fundamentar para sempre conhecimeno. Com efeito, consideramos prime primeiro iro prin princ cpio pio (Princípio I) segundo o qual temse como certo que um conhecimeno (do tipo conhecimento positivo) é necessariamente demonstrativo Esse princípio invoca um modo igualmente necessário um corolário que é o seguinte: qulquer discurso capaz de se pronunciar sobre a vlidade ou nãovalidade de um tal conhecimento será ele próprio de tipo demonstrativo Vejmos, agora, o segundo princípio (Prin (Princípio cípio ) segundo o qual, conforme as exigências epistemológicas que a Ciência supõe, admitese que o discurso do conhecimen odist disting inguese uese das outras modlidades de discurso discurso pelo fato de d e que dá po derr ser declarado declarado verdadeiro (ou faso). sto sempe lugar à propriedade de pode implica impl ica a seguinte seguinte conseqüência, conseqüência, isto é a existência necessária de uma mealnguagem do conhecimeno, sem a qual este jamais poderia ser sancionado verdadeiro (ou faso"); isto em conormidade com o argumento lógico desenvolvido por Tarski(4), e aliás já presente na "Teoria dos tipos de Russell, que estabelece a necessidade de uma hierarquia das linguagens Lembremos Russell então "Tarski mostrou que as paavras vedadeio e faso quando se aplicam às frases de uma dada inguagem requerem sempre uma outra inguagem, de uma ordem superior, na fata do quê não podem se definir adequadamente. A concepção de uma herarquia das inguagens já aparece na eoria dos tipos ( . ) Em virtude do argumento de Tarski, está caro que as paavras verdadeiro' e faso não pode se produzir na inguagem primária, pois essas paavras, na medida em que se apicam a frases frases na enésima enésima inguagem, in guagem, perencem à (n+) inguagem. Isto não significa que frases da inguagem primária não seam nem verdadeiras nem fasas, mas que se "p é uma frase dessa inguagem, as duas frases p é verdadeiro' e p é faso' pertencem à inguagem secundária (5) .
4.
ahrheisbegrfin fin der rmal rmalisier isierten ten Spac Space, e, in "Sudia hilosohica, 1935, tad. i A. Tarski, Der Wahrheisbegr ogic, semanics and meamahemacs, Oxord, 956. B. Russel An Inquiry in o meaning and ru Londres, Alen and Unwin 940, rad. Significaio Significaion n vérié (P Deva) Paris, Fammarion, 1959 Cap V: e angage obe . 74 e segines 26 foi Dor
Chegamos imediatente à conseq conseqüência üênciass induzidas pelos dois princípios mencionados anteriormente. Devido ao Princípio I, vêse de qualquer discurso capaz de se pronuncar sobre a validade do discurso do conhecimento é um discurso demonstrativo Se é demonstrativo, é preciso que sua validade demons trativaa encontre ela mesma sua garantia em alguma verdade. Ora, em virtude do trativ Princípio 11, deve-se aceitar a demonstração de ua tal verdade como não poden do se efetu senão em um nível etalingüístico; a razão da necessidade de admitir então ua etalinguage capaz de enunciar o valor de verdade da etalinguage. Sendo essa etalinguage demonstrativa, torna-se necessário conceder, por causa do Princípio I, o caráter demonstrativo da etalinguage, o qual implica então, por sua vez, em nome do Princípio 11, ua etaetalin guage que virá necessiament necessiamentee aseg segur ur seu valor de verdade, e assim por po r dinte Devemos a Aristóteles ter, por seu lado e de sua maneira, compreendido be o que ua tal regressão indefinida de interrogação do verdadeiro sobre o verdadeiro tinha de de estéril e fixar os limites sadios" desse incansável questio nmento interrompendo as condições epistemológicas capazes de fundar a pos sibilidade sibil idade de um conhecimento. Com efeito, efeito, um dos do s objetivos fundamentais fundamentais perseguidos por Aristóteles nos no s Analíticos" (6) é exatamente tentar estabelecer, em um certo sentido, as condi ões através das quais ua teoria do conhecimento verdadeira pode ser elaborada E a partir de ua reflexão geral sobre o conhecimento científico e sobre o papel dos elementos que fundamentam sua possibilidade que Aristóteles procura de finidas condições às quais deve necessariamente satisfaer qualque raciocínio conheciment cimento o verdadeir verdadeiro. o. que aspire a estabelecer um conhe Lá onde o moderno teórico usará o modelo lógico para chegar a seus fis, Aristóteles introduz o modelo matemático de seu tempo Sua mediação sobre a matemática leva-o a efetur ua verdadeira síntese dialética dos dois princípios antitéticos que pecem governr a idéia mes mesma ma de um conhecimento conhecimento demostrativo: demostrativ o: cohecimento mento demonstrativo, demonstrativo, a verdade é garantida de um modo ) Em um coheci permanente pelo fato de que não há neuma dificuldade em demonstrar as verdades uas em relação às outras. 2) Para que haja verdadeiramente conhecimento demonstrativo, seria ne cessário poder demonstrar as proposições primeiras Ora, isto é impossível em razão da regressão indefinida que a idéia de ua tal demonstração implica O cohecimento demonstrativo parece portanto impossível de fundamentar en quanto conhecimento verdadeiro já que jamais pode começar Aristóteles vai ultrapassar essa oposição através de um ato epistemológico decisivo, mostrando que há bastante possibilidade de fundamentar um conheci mento sem que seja necessário demonstrar tudo Ora, coo não pode haver conhecimento demonstrativo capaz de demonstrar tudo, ele solicita (postula re) que se concorde que proposições primeiras sej aceitas coo verdadeiras sem demonstração Essas proposições constituirão os Princípios do coeci mento Esses princípios dividemse da seguinte aneira:(7) Aistóteles Les seconds analyiques, i "L'Oganon, T IV, Pais Vin 1966. 7 Os axomas são noções comuns e muito gerais constitutivas da azão As teses são noções paticu es elacionandos a gêneos difeentes, undamentando a possibilidade de elaboa conhecimn6.
A-Cientfcdad a Psaál 27
PRINCÍPIOS
axas
teses
�
definiçõs
hipóteses propriamente dtas
hpóeses
postulados
Se examinarmos agora o status desses prinpios aristotélicos, devemos oncord que onstituem simultaneamente, o ponto de encerramento e o ponto e origem o probema o conhecimento. Instituem-se, de fato, como o que vem enerrr esse questionamento último pelo qua o teórico interroga, em último aso a valiade do isurso que legitimaria o íve imediatamente iferior em que se encontra enunciada a eoria do conhecimeno; então, que inversamente, e por essa própria razão fundamentam assim a possibilidade desse conhecimento Após essa dissertação na epistemoogia aristotéia reentremos o probe ma sobre os primeiros elementos de conclusão que seguem: 1) A atmosfera de hostilidae suscitada pela psicanálise parece dever ser atribuda atribu da ao menos por enquanto e neste neste estágio estágio a reflexão ao fat fatoo e que não apresenta a grantias de uma ciência ao passo que enuncia uma certa verdade o sujeito. 2) Se a psináise não é uma ciência, isto impia que um disurso ele mesmo oferecendo todas as garntias e um conhecmeno verdaeiro, de um onheimento positivo é apaz de enunciar de uma maneira válida o que é (ou o que não é) uma iênia. 3) Esse disurso que se autoriza a enunciar o verdaeiro sobre o conhecnto veraeiro (aqui a iênia) supõe por sua vez a existência de uma eor o conheimeno que vem garantir sua valiae 4) A existênia e uma uma eoria do conhecmeno supõe o mesmo moo um níve de disurso superior e ele mesmo váido que se autorize a enunciar legiti mamente essa teoria 5) Enf Enfim im é preiso p reiso amitir por razões razõe s e eonomia lógi lógica ca que esse timo nve e isurso é pror, váio naquio em que é timo e e uma s ve funaor e grtior a vere de toos os ouos Neste estágio a refexão poerseia pens que a questão evtaa pea vaiae o conhcmeno é uma questão fehaa. Fehaa peo próprio fato e que enontra em si mesma argumentos para se funmenta egitimamente E tos em domínio particulare. A defnções coam a gnifcação do termo pelo qua degna-e um do atributo que pertencem a cada gênero hipóteses ão upoiçõ de exitênc relativa a crto atributo do gênero Como não é neceário etar convencido pea hpótee para rr que trt de propoç cuja compreenão e "olicta", algu dela erão chada de potulado.
28 /oi
Dor
era exatamente este o sentido da refexão naugural que imava Aristótees nos Analicos. Portanto, nada mas podemos fazer senão renderhe homengem por ter respondido, em sua época, de uma maneira tão magistra a uma qustão tão essencia Todavia, é necessário reconhecer que o teórico moderno do conhecimento não evouiu nada em reação à posição epistemoógica de Aistótees acerca de sua interrogação fundamenta sobre conhecimento O argumnto fun dador purificouse no sentido em que encontra agora sua expressão em uma aparehagem axiomática mais suti e mais sofistcada, soidamente frtaecida por vinte sécuos de desenvovimento da refexão matemática e ógia. Resta entretato, que a refexão contemporânea sobre a teoria do conhecimento chocase sempre e se esgota, hoje como ontem, na questão útima de um níve de discurso válido não dedutíve, portanto ee mesmo outorgado sua própria gaantia de verdade, que fundamentará ao mesmo tempo que vaidará todos os outrs que se encontram a articuados E, no entanto, curiosamente, por sua posição imite, isto é enquato marca paradoxalmente, ao mesmo tempo, o ugar fina e inaugura do proema do conhecimento essa útima questão não deixa de atormentar o teórico Cm efeito, o embaraço é causado peo fato de que essa questão chama, até meso evoca, sem ce cess ssar ar a atenç atenção ão de onde seu ime imeso so inter interes esse se so sobr bree a dimesão dimesão do sujeito do discurso. Reaciona infatigavemente o probema do conhecimento ao sujeito que não somente o enuncia, mas também esforçase para egsar essa enunciação, considerado que, entre outras coisas, constituir uma teoria d conhecím�to equivale, por certos aspectos para um sujeito a tentar egisar a própria enunciação en unciação de seu discurso. discurso . O porquê da importância das dificudades encon encontratradas, sendo a maior, sem dúvida, aquea que diz respeito à diensã diensãoo picoógica do suj!ito E totamente dfíci desconhecer ou escamotear a natureza dessa dimensão. Mas é anda mas difíci procurar assumia no contexto de uma epistemoogia positivista A perspicácia de B. Russe não se engaou a esse respeito: O que torna a teoria do conheciento difcil é o fato de que comporta psicologia, lógica e ciências físicas. O que resulta no fato de que coremos constatemente o perigo de confundir difeentes pontos de vista" (8)
E B Russe constata que esse perigo é particuarmente agudo quando se trata de determnar as premissas do conhecimento de um ponto de vista epistemoógico Sem dúvida, não é então um acaso constatar moógico constatar que a referência à dimen são do sujeito ou sej seja a a "psicoogi "psicoogia a de que faa faa Russ Russe e toma ime imedia diatatamente a feição de u "perigo quando se vê introduzida no probema do conhecimento Os positivistas contemporâneos contornarão, com faciidade, esse perigo, dando, ao mesmo tempo, mostras de grande prudência e de uma excepciona genuidade Reduzrão a dimensão do sujeito ao ugar do evento inaugura do on o nhecimento, à medida de uma "premssa psicoógica(9) Essa premissa encon Russell, Signction et Vérié, 9 Ibd. p 148 e seguintes 8 B.
op.
ct p 47
A-Citfcdd da Pscanálie 29
tra sua expressão adequada sob a forma favorita de uma "premissa percepti va(), a entender exatamente na direção das concepções experimentais trazidas pela psicofisioogia da percepção e do behaviorismo(). Esse subterfúgio epistemológico apresenta, sem nehuma dúvida, a incomparvel vantagem de satisfazer aos pressupostos doutrinais que animam o positivismo, isto é, iudirse com a possibiidade de formular uma expressão "científica da subjetividade. Não é menos verdade que esse procedimento encobre, em uma cegueira trivial, a questão coocada pela dimensão do sujeito acerca do conhecimento e, como tal, essa questão reaparece. Atirase o sujeito pel pelaa ja j anela e ele volta vol ta à carga pela porta; isto tanto mais que o teórico do conhecimentb resiste em considerlo realmente peo que é E resiste a isto com o vigor que se coece Esse vigor d a medida exata da suspeita aimentada de um certo perigo, que haveria em apreender essa dimensão do sujeito de outro outr o modo que não pela abordage recofortante recofortante de sua realidade psicofisiológica. Tentar assumir a dimensão do sujeito por um outro aspecto que não o desta exploração explo ração científica científica reducionista reducionista é, muito evid evidente entemenmente, correr o risco de abandonar a posição tranqüiizadora, emb9ra iusóra, do imbatível "domio do conhecimento pelo sujeito que o elabora. E também abrir uma brecha sobre algo da subjetividade da ordem de um imprevisível, de uma irredutível, talvez, abertura fascinante pela qual o edifício teórico do cohecimento poderia enco encontr ntrars arsee aspirado. a spirado. E essa falha é tanto mais fascinan fascinante te quanto interpela o teórico do conhecimento em primeiro lugar, j que ele é também este sujeito sobre o qual se interroga e para o qua pretende legislar os modos de produção de seu saber Ora, essa falha de um sujeito para um sujeito, essa brecha da subjetividade, é a psicanlise que fala dela Até mesmo dedicase a isto inteiramente E, fazendo isto, é preciso reconhecer a evidência de isso fala no mínimo estrahamente neste sujeito; a ponto de que este faaser (arlête) para retomar uma expressão de Lacan, seja ee "falaserteórico não se encontre muito neste sujeito-do-conhe cimento que se imagina ser. Neste sentido, podese até mesmo avançar que qualquer projeto de uma teoria do conhecimento submetese antes de mais mais nada a este objetiv objetivo: o: persuadir persuadirse se teoricamente teoricamente de que o sujeito que ' faa é estritamente adequado ao sujeito que conhece" Aqui se chega ao termo crucial de um périplo epistemológico que não deixa de surpreender. Ao querer interpelar a "cientificidade da psicanise, o teórico positivista vêse suspeo em seu projeto, até mesmo rejeitado, pea lógica de um percurso bastante inesperado ao final do qual ele próprio se encontra em situação de ser convocado diante da psicanise, enquanto Sujeito produtor e egisador do cohecimto Pois, precisamente, por uma destas voltas cruciais das quais somente o conhecimento possui o segredo, acabase, através da picanáise, por assistir a um magistra retorno epistemoógico face à ciência, e, mai geramente, ao cohecimeto Inversão que se opera paradoxalmente em torno de um póo de objetivo comum, que ao mesmo tempo aima e sustenta o proceo a psicanálise e o da ciência, a saber, a verdade. E é exatamente nesse 10 Ibid, p. 48 11. Ve Tomo II: "Sutre du sujet, idéa de a sutue et sture idéale" 30 fi/ Dor
sentido que a psicaáise inicia e iduz uma autêtica subversão do epistéme" O discurso peo qua se euncia a nãocientificidade" da psicanáise pres supõe, como já mostrei, o discurso da ciência como o único discurso capaz de promugar e simutaneamente garantir um conhecimto verdadeiro; e que pode apoiarse, por sua vez, apenas em uma teoria do conhecimento Em compensaç compensação, ão, o discurso teórico peo qua se euncia a psicanáise instaurase de saída como um discurso duplamente subversivo Em primeiro lugar, parece subtrairse à exigêcias epistemoógicas estabeecidas peo discurso de tipo científico Em segundo, tem os meios paa desmascarar e expicita, o próprio ugar desse discurso, a iusão inaugua que fundamenta seu processo, este caso, o coceio de sujeitodo-conhecimento (daciência) e o que garante da d a imaginria imaginria promoção de um teoria do conhecimento. Em too da miragem racioa mantida por essa iusão epistêmica, enco trarseiam então validadas duas idéias De um ado, a idéia de um discurso científico como veícuo priviegiado e excusivo da enunciação de um conhec mento men to verd verdadei adeiro; ro; de outro, a idéia correata de um discurso capaz de enunciar o verdadeiro sobre o verdadeiro Ora, é exatamente por causa de critérios articulados a essa exigência de verdade que a ciêcia, ao querer istruir o que é (como o que deveria ser) a cientificidade ou a nãocientificidade da psicaáise, é, retroati vamete, interpeada pea psicanáise que se apóia, também ela, a verdade; na verdade que se coece, aquea que fala Eu, a verdade, falo . . (12) (12) A verd verdade ade se fundameta naquio de que fala, acrescenta Laca, e não tem outro meio para fazer faz er isto 13 13)) Resuta então desse confronto ciência/psicanáise que a própria questão da cietificidade psicanaítica não poderia aduirir sentido e, a Jortiori, ser eluci dada sem que, conjutamente, fosse questionado o status do objeto da ciêcia E acan diz a esse respeito: Lembremos que se levantar agora a questão do objeto da psanáse é certamente retomar a questão ( . da posição da psicanáise dentro ou foa da cência, ndica mos também que essa questão não poderia ser resolvida sem que, sem dúvida, aí se moificasse a questão do objeto da ciência como ta"(4)
Essa mudança evidentemente só adquire sentido articuandose sobre uma distição fudamenta que me propoo, por enquato, a formuar da seguinte maneira: uma coisa é a verdade do sujeito; outra, é a verdade de seus euciados, itroduzindo aqui a referência à verdade em operação na psicanise, como, or exempo, sob a defiição que L. Irigaray he dá O termo verdade remete aqui, de acordo com o uso que Lacan faz dele, ao discurso do inconsciente e não ao que designia na iosoia cássica, onde unciod o inconsciente inconsciente (1 (15) 5).. naria como máscara de um recacamento sobre a própria questão do 12 J. Lacan La se et la vérté, i "Les ahiers pour J'nalyse, n° 1 Pars Sul 1%6 p. 17
3. bid p. 8. 4 bid. p. 14 5. L Irgaray De la passe analytique aux couloirs de l'unversité ou les dédaes entre vérité et savoir n Letres e Eoe Freudenne de ars n0 8 97 p 53
A-Centifcidade da Psicanálise 31
Dstinção a ser inscrita por conta da divisão inaugural do sueio, a Spal tung a partr da qual se esclarece não somente o que faz parte da verdade, de modo que, como diz Lacan "que um bom entendedor encontra aí sua salva ção (16, ms também o que diz respeito ao conhecimeno, à ciência e a seu sueio como tantos efeitos de "refenda", como tantas tentatvas de "sutua"(17 desta beância do sujeio cujo empreendimento não é outro s�não procur cada vez mais aferrolhr a verdade"(18 De onde o aforsmo: "E para salvar a verdade que se lhe fecha a porta"(19) E conhecimeno avança inexoravelmente como "desconhecimeno onde a verdade jamais poderá senão se meio-dizer Por sua dimesão de experiência inaugal, a dvisão do sujeito desmasca o que havera de radcalmente imaginio em pensar o unverso científico como lugar exclusivo da verdade pra um sujeiocognoscene e, em conseqüência, em conceber a ciência como a única modalidade de expressão possível ao mesmo tempo teórica e trnmissível de um verdadeiro. Certamente, o que é termente for malizado na linguagem lógicomatemática é tegralmente rnsssível. Mas isto não sigifca que o que é exclusivamente formulável nos enunciados lógico-mate mátcos proceda de um engano sobre o que contitui a verdade do sujeio. A incidência psicanalítica inscreve então a marca essencial de sua origina lidade at atéé de sua irredu irredutibili tibilidade dade ace acerca rca da ciê ciênci ncia, a, identif identifica icando ndo,, como observa Roustang, o caráter de "forclusão do sujeito necessário às produções cieníficas" (20) naquilo em que convoca esse sueito, em seus enunciados, ao lugar de uma verdade irredutivelmente dividida. E aliás essa divisão que está na origem da posição excêntrica da psicanálise como explca E Roudinesco: "A erdade se diz no erro. la é contraditória. É pass passagem agem do imaginário De saída, a teoria freudiana é de natureza conjitual. Ela é um saber de divisão Pensar corretamente sua historicidade, seu modo de transmissão, é se afastar do 'epistemologismo ou de um modelo de istória das ciências de acordo com os ideais progressistas do positismo ógico"(21)
Compreende-se então, assim que se interroga a cientficidade" da psica nálise, a impossibilidade de evitar o encontro desta descentralização que a cons titu e de que não deixa de falar Coseqüentemente, interpela necessariamente em retorno, o que está em jogo na cientficidade" da própria ciência. Assiste-se aí a uma reviravolta de uma audácia e de uma ampltude tão inauditas quanto a reviravolta coperncna Em sua obra Un desin si fneste, Rousang exprime de uma maneira muito esclarecedora a dimensão genal dessa reviravolta operada por Freud na psicanálise 16 J. can Foncon e "Ecris s Paris Su ! 1%6 p p 268 26 8 mp mp de d e la parole parol e et d u lan langag gagee en psychna psychnalys lyse e in "Ecri 17. A acepção do ermo "sutua remee à conseqüência inaugural da divisão do sujeio ou seja ao modo de relação que ambém n ordem de seu próprio discurso Cf J. Dor Introduçã à leura de Lacan; o nconscente esruurado como lnguagem op ci cap 16, p 107 Ronse d étuda étudans ns en phlosophe, phlosophe, in Les ciers pour lanalyse 18 J Lacan LacanRonse analyse n° 3, Par Paris is Sui 1 p 6 19 Ibid p 6 2 F. Rousang Sur la ransmssblté de a a h héor éore e analyque analyque in Un desin si uneste Paris Minui 1976 p 81 21 E Roudnesco Hsore sourds et dialogue de d e fous op ci p 54
32 ]oel Dor
"A fantástica audácia de d e Freud Freud é fazer fazer o sono passar ao ado da vigíia, e já que a vigíia em seu auge é submetida à ciência, o sono será também Mas é o iverso dessa operação que será decisivo: a concepção da vigília será modificada defiitivamente pea intrusão do sono. O estado vigi é, no imite, um estado sonambúico e, se quisermos uma ciência, será, deveria ser, aquea do 'mecansmo inconsiente que faz funcionar não mais o hipnotzado, mas o homem comum, comum, quaquer hmem em estado vigi Isto vai onge Para Freud, o discurso consciente, cuja expresso mais acabada stá no discurso da ciência, está inteiramene impregnado e invadido pelos mecanismos incoscientes. A psicanáise psican áise está no campo da d a ciência, não nã o porque se se contentasse em moificar a concepção do discurso da ciência, esse discurso termina da consciênci, mas porque se interessa interessa peo percurso que vai dos sonhos à expressão expressão ógica sua ógica própriaa e sua cienficidade estabeecemse própri estabeecemse sobre esse percurso Peo fato de qe nos comunca com o inconsciente, com o nascimento de quaquer icção e quaquer montagem conceitua, ea destrói os preconceitos e a ideoogia e sobretudo a certeza de que a ciência seria o produo da ciência de que a descoberta centíica seria o fruto do raciíno cientíico, de que a ciência não tem outro espaço ( . . . ) É por isto que não há, não pode p ode haver apicação da d a psicanáise, psicanáise, porque a psicanáise não é uma ciência, mas está no coração do processo de cientificidade, deverseia dizer, de cienticação (22 (22).).
Prafraseando Roustng, arriscarmee a dizer: a fantástca audáca de Freud, brlhantemente retomada e sustentada por Lacan, é fazer a cênca passar do lado da psicanálse (23). Pois, é exatamente este o sentdo da revravolta inaugurada pea Spatung e a ser inevitavelment consderado assm que o probema da "centficdade analítca for interrogado. Pradoxo, por assm dizer, que remete, então, ao ponto de partda, toda a questão da elucidação teórca do inconsciente, em outras palavras, do status da teora da psicanálse. Com a dferença, todava, que em relação à elaboração teórca de um objeto como o inconsciente e a uma prática como a psicanáise, a tentação postvsta pode agora ser descrtada E ela o é de facto, já que a sanção que nma seu processo é rejeitada em seu princípio assim que o ascendente do dscurso da cênca que a autoriza é ele próprio destituído, porque descentraizado da posção princeps onde o m�gnáro de um sujeito-cognoscente tiha boas razões para coocáo e mantêlo. E este o sentido desta observação de J. A Mller: " A ciência não se baseia na combinatória inconsciente Ea se nstaura ao estaeec estaeecer er com o inconsciente uma reação de 'nonrapport' Tavez refletir a cientificidade da anáise evasse a escrever uma nova história do pensameno cientí científco fco (24)
22 F Roustang, Sur la ransmissibilié de la théorie analyique, op cit p 89-90 (o grifo é meu). O que não deeria ser compreendido sobretudo no sentido de: pôr ciênci serviço de de ,,
xmplo d nob nob epistemológic epistemológic costumeir costumeir que é regr em cers correntes d filosoi omista ontmporâne qul consiste, neste cso, em comprr e negir o conhecimento cientio p Iex seu produto seviço de u cus metfísic 24 J. A Miller, Interventin au séminaire de f Lacan le 29.4.64 i "Les Qutre concepts fondentu de l psychnlyse, Pris, Suil, 1973, p. 16
A-Centfdad d Psicnálse 33
De um modo gerl, a refexão epstemológca de nspração postvsta, qun do se encontra relaconada à centfcdade" da pscnálse, apresenta um teresse totalmente essencal. Em prmero lugar, condz, ndretamente, ao própro âmago do prolema e das dfcdades que eaoração de uma teora em psce evnta Em segundo, produz, sem saer expressamente, o rgumento mas perti nente em favor da necessra rredutdade da psce à lnguagem pscalsta Na ase dessa prolemátca, orgnar-seá a revravota epstemológca que se conhece Revravolta captal a ser nscrta exatamente nas grandes rupturas epstemoógcas que marcam o curso da hstóra do pensamento. Enquanto que os postvstas confrmam a constatação de fracasso que sgnfca a rredut dade da pscanáse às condções epstemológcas exgdas pela cênca, os psca nalstas consderam essa recusa e a promulgam como o elmento de expctação capaz de promover um nível de ntegdade superor E sto o que ndca esta oservação de Naso "Aparentemente, dicu picanalític freria também de um paradx frmuáel nete term: dicur que afima ua própia impibiidade de er dicur ( .) O argument eencial é cniderar que impíe, etand a memo temp ecuíd, detemina e caua a demontraçã. A iné de rejeitar impíel pque indemntráel, a picanálie retém cm caua de eu dicur" (25)
Segundo Freud, a reflexão teórca de Lacan propõe-se a elucdar essa rredutdade da pscanálse ao dscurso da cênca, mostrando como esse dscurso já se apresenta, ele própro, como o produto da eaoração de uma "eu cracia orgnando-se na lusão sujeito-nãodividido, sto é, do sujeito no qual estara anuada a dstânca que o sepra de s mesmo Isto posto, a pscnálse dara conta não apenas do fato de que é rredutíve a uma expressão na nguagem fscasta, fscasta, mas tamém tamém desmascara a usão que consstra em tentar tentar conceer seu projeto. Isto equvalera a dzer que a legtm dade pscanalítca não parecera poder ser estaeecda por algum recurso a normas ou referêncas heterogêneas ao campo da anáse? Se a apora devese ao fato de que o dscurso analítco traz à prova da nadequaç nad equação ão do dscurso dscu rso centífco centífco em e m poder enuncr enu ncr algo do nconscente nconscen te (vsto que todo enuncado centífco é enuncado por um sujeito-não-dividido á onde a pscanáse não pode ser senão um saer de dvsão), como formuar um saer de dvsão vádo, de opção unversa, quando o prncípo de uma tal formuação convoca neessaimente o sujeito-ognoscente, sto é, um sujeito que nada quer saer de sua dvsão? Enuncando de outro modo: O padoo s põ o inconscente é poíve de dz enquan to que é co um diz ua vez dt que ele e poduz, s az o lugar do impoíel" 26.
Pacra qu o paadoo assm engendrado não ncontra soução oprató a snão snão por mo d uma promoção d intg intgdad dad que stabeess como 25 J. D Naso, Linconscient à venir, op. cit p 83 26 J. D Nasio L'inconscien à venir op c, p 11
34 Jot Dor Dor
discurso analtico que não pode se sustentar, strico sensu no modelo da enunciação cientíica escotomizando a Spaltung, pode todavia ambicionar uma frma de enunciação satisatória ultrapassando a saída aporética por um ato epistemológico de valor dialético. Ato epistemológico que enuncio como para doxalidade instauadora" ou seja, uma estratégia que considera a autoridade episêmica enraquecida do sujeito-cognoscente para resolver a questão mas que uapassa também a unpuissance* desse sujeito-não-dividido, induindo a nova medida de inteligibilidade que virá circunscrever adequadamente o problema promovendoo mais adiante o
•
Jogo de palavras co un-pusance (uma potênca) e impunce (impotênca). (Nota da tradução)
A-Cíentifcídad da Psicanál� 35
Aspectos da Alienação Filsófica da Psicanálise Se nada pudesse prever favoravelmente acerca da psicanlise e de seu discurso uma disposição possível de legitimidade ratificada pelas jurisdições episemoló gicas habituais devese aceitar, por isto, o presságio de que uma Filosoia mostrarseia mais adequada lá onde a ciência e as teorias do conhecimento que dela se valem nada conseguem? A importância do empreendimento era suicientemente araente para que alguns se tenham engajado nessa aventura Com raras exceções podese observa que o imperialismo filosóico em relação à psicanálise reqüentemente se traduziu por diversas manobras de dissuasão ou de sujeição, das quais é ácil demonstra que visavam visavam na maior parte do d o tempo, tem po, a satisazer satisazer alguns obscuros desejos de evitação ou de ocultação, como mostra justamente Dayan(): O pensamento flosófco talvez nunca mas tenha fcado em falso em relação à pscanálise, à qual pratcamente abandonou o terreno da subjetvdade onde outro ra, ambos se confrontavam. Passado o tempo das tentatvas de retcação conce tal e de reformulação" do freudsmo a evdênca de seu nexplcável mal entenddo com o espírto do método e da dscursvdade analítca devera ter-se mposto a esse pensamento que sempre se qus portador do unversal S sto não aconteceu, se os flósofos nsstem em tratar a teora pscanalítca como um destes dscursos que eles própros produzem sem consderar consderar a preocupação preocupação das sngu lardades que anma essa teora e separa todas suas peças é em prmero lugar naturalmente porque encontram vantagem em revestla deste modo adotandoa ou combatendoa de manera dreta ou ndreta
Compulsão tanto menos evitável que uma das dimensões mais originais evidenciadas pela psicanáise, a Spaltung, na falta de uma precisão conveniene, permitia que se mtivesse uma certa colusão com algumas velhas categorias iosficas já razoavelmente"subvertidas e remaneadas pelas exigências de uma Psicologia em pleno desenvolvimento, tendo, ela mesma, muito a fazer para se ivrar do cons constran trangi giento ento fiosófic fiosóficoo que, por muito tempo, lhe servira servira de proteção. 1 M. Daya, D' D'u u ci-d ci-dan an t sje sje, , Nouvele Revue de Pychayse", Pari, Glmad, n 20,979, p. -0.
A-Cietifcidde da Psnál
37
De modo que obstáculos e equívocos vinham vinham bem a propó propósito sito para que o debate se engajasse em processos teóricos de caráter repetitivo, proporcionando solu çes de afastamento tão oportunas quanto o engajamento filosófico de cada um, encontravase a fortalecido Identificamos assim agumas linhas de força segundo as quais a intenção sub filosófica, exercendo sem cessar sua sagacidade crtica, reiterou projetos de sub versão da psicanálise através de procedimentos, aiás, bem habituais Evocarei apenas algumas dessas tentativas de alienação mais característi cas, reagrupadas no momento, em função das aspirações diretoras que as ani ma ma sob duas formas privilegiadas: privilegiad as: 1 a filosofia filosofia psicológica; 2 a filosofia dialética A ilustração que delas darei restringirse-á a poucos desenvolvimentos, considerandose que, aqui, trata-se menos de fazer uma crítica fundamental acerca desses desvios do que mostrar alguns dos aspectos através dos quais a filosofia se dá condições para colonizar" a psicálise visto que não é correta ente apontada a originalidade de princípio de seu objeto. Lá onde outrora, em nome da ciência, contestavase em Freud a própria existência do inconsciente do qual se obstinava a enganar e decifrar os segredos, a crítica filosófica, tevese que reconhecer, em larga medida, a existência dessa dimensão psíquica nem por isto consentiu em aceitar suas implicações teóricas, até mesmo práticas Pois, de fato, como novaente observa Dayan: Mesmo distanciados, os filósofos não deixaram de ser interpelados pela psicanálise, lugar de troca inédita entre um discurso de pretensão teórica e uma experiência individual múltipla (2). De fato, se não se encontra mais, ou quase, detrator disposto a recusar a existência do inconsciente, em contrapartida, mais de um contesta bastante soli damente sua inteligibilidde freudiana. Uma coisa, portanto, é admitir o caráter de reaidade dessa dimensão psí quica (ainda que a fórmula seja das mais ambíguas), outra é aderir à sua eluci dação teórica Se o descrédito sistemático do inconsciente inconsciente não é mais comum, em compensação, o número de argumentos enganosos que vêm contestar sua espe cificação teórica não se esgota Sobre esse ponto, as opiniões, na maioria das vezes, fortaleceram-se amplamente amplamente,, vindo aliás de campos tão autorizados quan to os do materialismo histórico, da psicologia científica, ou ainda, da filosofia psicoógca. Com P L Assoun(3), partilho sem restrições a idéia segundo a qual a oposição entre psicanálise e filosofia encontrarse-ia muito certamente baseada no fato de que o conhecimento filosófico essencialmente consciencialista", tanto do ponto de vista de seu procedimento quanto daquele de seu conteúdo, consti tuir-se-ia, de facto, sobre um modo mod o contraditório à psicanálise, enqua enquanto nto esta seria conhecimento do inconsciente. Se concedermos concedermos um lugar particular à crítica desenvolvida pela ilosofia da Ciência em relação à psicanálise, observaemos contudo que algumas opções filosóficas foram freqüentement empregadas para contestar a psicanálise 2
M Dayan D'un c-devan suje, . ct, p 77 3 P. L. Assoun Freud, a philosophie et es phiosophes Pars PUF 1976 r obstacle conscientaste 38 foil Dor
Cf.
cap I, "La phosophe et
através de procedimentos de desvios característicos que insistiam com compa cência em subverter o campo psicanaltico em benefício de interesses diversos, os quais, crê-se, lhe eram bastante exteriores A reiteração dessa tática parecia obedecer à necessidade de conjura, deste modo e de ntemão, o perigo de ua interpelação retoativa onde a filosofia, confundida em algumas de suas faltas essenciais, deveria se mostrar devedora da psicanálise. Verdadeiro sistema de anulação obsessiva que procurara servir e abonar seu ascendente especulativo próprio lá onde algumas ameaças poderiam contestar sua autoridade Pode-se perguntar em torno de que se originam essas ameaças? Freud formulou seu princípio em surpreendentes resumos em seu artigo de 1913: O nteresse da psicanálse e mais especialmente especialmente na segunda pate desse texo em que examina o interesse a psicanálise do ponto de vista filosófico (4). Em seu estudo sobre Freud e a filosofia, Assoun (5) mosta bem, a partir do texto de Freud, em torno de que a fosofia, enquanto se apresente coo "Spezialwissenschaft encontrase questionada, até mesmo determinada pela psicanáise, ao colocar em causa seu modo de racionaidade ndo a fiosofia fiosofia uma egião episêmia pariuar, pariuar, o que Feud designa omo Spezialwissenshaft (. (.)) ra raa ase se primeiramen primeiramene e de desev desever er a 'eação 'eação que o novo novo enriqueimeno de saber que onsiui a psianálise ouo Speziawissenshaf, povoaá sobe ea u pimeio eeio é onheido: desui o onsieniaismo, que é seu fundameno psiógio; iso já aesa que a psianáise peende eeios fiosófios muio peisos E peiso ve bem de que pono de visa a psianáise ineessa" à Fiosofia é eusivamene pelo pote de cohcimto que ea epe sena Não se raa poano, de um vínuo ínimo e priviegiado mas de um efeio bruo, do ribuo rib uo de ineesse que que quaquer sabe pariuar deve paga a um auo de onheimeno. Esse apore em por efei efei o reonsttur imgm o omem tdiol. O filósofo não pode onsrui a mesma anropoogia que anes das aquisiçes psianaíias iênia psquia do inonsiene sobeudo az om que se modifique a e epre presena senação ção da reação do homem o o mundo e om seu pópio p ópio opo ( . ) O efeio permanee indieo ano quano deerminane. p�ianáise mosra seus faos, obiga a fiosofia a se reifiar, mas abandona seu uso E por sua pópia ona que deve irar as lições que a aquisição analia enera Apenas, sem que haa graves onseqüênias, não pode reusarse a onsideráIas" 6)
A obrigação em que se encontraria a filosofia de assumir esse questiona mento deverseia, em grande pte, ao modo de apercepção radicalmente novo posto em evidência pela psicanálise: psianálise não se ontena om a função de esaee a oba obeiva pa ooação em evidênia de seu segundo plano subeivo, mas peende diseni no seio dos enuniados uo onuno onsiui o sisema fiosófio, aquees que são recusáveis, recusá veis, exibndo exib ndo o motv motvos os subjeivos que invalidam sua preensão preensão obeividade. 4 S. Feud Das Ineresse an der Psyhoanalyse G W., VII, p. 390-20. Th lams of of psyhoanalyss o en n ne ees es,, S. E XIli, p 16390. L 'intér 'intérêt êt de la psychanlyse ad. Assoun comnáo éd Retz/CPEL pari paris, s, 98 5 . L. Aoun reud, la phlosophie e les plosophes op. ct p 82 e sguins. Fred, d, la pooph po ophee t ls poso p osophs phs,, op cit. p. 83 6 P. L. Aon, Fre
A-Cietfcdad da Psicali 39
Reportemo-nos às opwes mais autorizadas em matéria de psicologia científica para nelas encontrar formulações algumas vezes preaturas, cujo caráter cará ter de ambigüidade acusa certas fraquezas fraquezas essen essenciais ciais acerca de uma refexão ref exão pistemoógica pistemoó gica coere coerente nte e baseada baseada em seu objeto Não basta e todas as ciên cias huma humanas nas sabem sabem disso disso transpor em um campo epistêmico epistêmico protocolos de experimentação e de validação deinidos a patir da construção das ciências da natureza para que este esteja, ja, ipso facto, gaantida a produção de um modo de elabo ração científica; como também a caução da experiência não presume mais possi bilidades de construção de um conhecimento autenticamente científico. Para que isso acontecesse, seria necessário, entre outras coisas, aceitar que o ob objeto jeto de que faa a psicologia cien científ tífica ica fosse realmente uma construção construção adequada ao que nos é dado observar dos processos psíquicos(S) O que está longe de ser sempre o caso Com eeito, visto que esses processos foram reduzidos a comportamentos ou condutas", sob o pretexto de que é preciso ealmente obsevar e quantificar para azer ciência a psicologia cientíica se fundamenta então em um conjunto de prncípo doutrina que, como tais, são totalmente discutíveis Essa doutrina tem um nome o beavormo. Ora, esta é uma posição loóca e não uma posição cientíica Assim, não estaríamos sendo demasiado prudentes se coniássemos na cautela de Canguilhem sobre essa questão: Ao der que a efcáca do d o pscóogo é dscut d scutvel, vel, não se quer dze d zerr que é lusóra; lusóra; querse smplesmente ressaltar que essa efcáca é sem dúvda nenhua mal fun dada nquanto não r provado qu está bm fia, q cab xa aplação d ua êa sto é, que o statu da pscoog pscooga a é fxado de tal modo que se deva consderá consderá la mas que um emprsmo compósto, teralente exgdo com o fm do ensno Temse a pressão, em mutos trabahos de pscologa, de que mstuamna a uma fosofa sem rgor, ua étca sem exgênca e uma medcna sem cotrole"(16) Examnemos, por exemplo as decarações seguntes: A pscologa obetva pura, lmtando sua observação a stuações e a comportamentos, benefcase benefcase do conunto conunto das meddas cradas pela própra fsca. Ea nada te de novo a crar; ela herda todas as meddas ndretas, toda a aparelhagem; te apenas que adaptáa ao objeto partcular de suas pesqusas; questão técnca freqüentemente decada, mas semehante àquea que levanta, por exemplo, a fsooga, fso oga, o empréstmo que ela ela próp própra ra faz dos métodos de medda med da de fsca Para que um fato psíquco descrto e termos de comportamento o-s mnsurv basta qu oport u spo nsuráv. Smpre pode ser anasado em movmen tos mensuráves em seus caracteres geométrcos (dreção, dstânca), cnemátcos (velocdade, aceleração), dnâmcos (força, trabaho, potênca); sso se apca a todas tod as as condutas suscetves de uma análse aprofundada enquanto enquanto fatos fatos psqupsq ucos, não somente às reações somátcas exterores, mas às reações orgânicas nter nas e à faa(7) 15. "Constução adequada, isto é, aqui, um "modeo absato dos fenômenos", no sentido definido
nteiomente Ve também Tomo li: Sutue du sujet Idéa de la sutue et sutue idéae" e "Scien cité et focuson du suet G Canguihem Qu'es-e que l pyhooie?, in Les cahes pour l'analyse, n 1-2 Pais, u ,, p 77 . P Guilaume, nrdtn à la psyclgie, Pais, Vin 946, p. 308, (o gifo é me)
42 JoC Dor
No quadro de um projeto dessa medda, a ambgüdade já se torna comum na medda em que não são prevamente analsadas as conseqüêncas epstemo lgcas mputáves à mportação cega de estratégas expermentas provenentes das cêncas da natureza na elaboração centífca dos objetos humanos Mas precsamente, a ambgüdade procede aqu na passagem do qualtatvo" ao centífco, como a questão habtualmente se coloca para as cêncas humanas Uma cosa é o objeto da natureza, outra é o objeto humano. De modo que o tratamento do aspecto qualtatvo dos fenômenos observados não justfca em nada, a pioi, estratégas de estruturação de uma mesma ordem, não obstante o aforsmo que s há cênca do mensurável. O porquê desta observação persp caz de Granger: "Escarecer de uma manera específca a relação da qualdade de um objeto psqu co e de sua estruturação como objeto de uma cênca es sem dúvda a tarefa fundamenta fundam enta de uma epstemooga epstemooga das cêncas humanas" humanas"(1 (18) 8)
Em outros termos, se a estruturação de um objeto de cênca sustentase nas cêncas da natureza, em certos tpos de quantfcação do caráter qualtavo os fenômenos observados, o sucesso dessas estratégas de quntfcação não se rtio iori, ri, deve de modo algum, de antemão, aos fatos humanos, e talvez meso, a fo rt aos fatos psíqucos, sem que sejam objeto de reduções ou de aproxmações arbtráras. O pscólogo centífco ucrara algumas vezes em medtar sobre a prudênca epstemológca que Grnger reclama a esse respeto: "Crêse comumente que a atvdade de estruturação que exge com certeza ua operaconazação dos métodos do pensamento rgoroso é uma quantfcação pura e smpes e que em um sentdo estrto só há cênca do mensurável ( . ) Se a quantfcação aparece como um dos termos mas satsfatóros os quas possa alcançar esse procedmento nos casos mas favoráves, ea não podera ser a odadade únca que deva revestr seu sucesso De ua manera muto mas geral é preciso dzer que o qualtatvo é concetuazado por redução das dferenças isolads a dferenças integradas em um sstema coerente de oposções. Essa redução está na própra orgem do pensamento matemátco e se pode ronhecer, nesse sentdo que esse tratamento da quadade é uma matematzação; nem por sso é uma ntrodução do quantum" (9)
.
Essa prudênca devera ser habtual assm que parece que ceras propos çes atuas da pscologa centífca extrapolam conhecmentos provenientes de cêncas postvas sem exame epstemológco ad hoc. Transformam-nos assm em materas de escolha que poderão, por outro lado, esta a servço de mtos ou se ver explorados por deologas desenvolvdas sob a forma preferencal do dscur o dalétco. Examnemos até aonde uma semehante ambgüdade pode levar quando refere dretamente à pscanáse Paa fornecer apenas um sumáro resumdo, are um estudo bastante recente, patculamente cacterístco do malenten8 G. G. Granger, Penée forelle e sciene de l'home, Paris, Aubier Montaigne, 1967 p.09. 9. G G. Grangr Penée lle t ice de lhoe op cit., p. 42.
A-Citicfae da Psmílie
43
Em outras palavras reveando a motivação subjetiva que a 'verdade de ta enunciado com pretensão universa constitui, a análise tem um pape seletivo sobre os ennciados de um sistema A autêntica objetividade de um sistema ilosico seria então deinvel como o conjunto dos enunciados que resistem vioiosaente a este trabaho de purificação da objetividade" (7)
Ou seja: A tarea da psicanáise consistiria, segundo Freud em 'desvendar os motivos subjetivos e individuais que determinam a ormação de doutrinas iosóicas que são spostamente de uma ógica imparcia e expor à crítica os pontos racos do sistema "(8).
Vêse imediatamente o que uma interpretação prematura da infuência psicanaítica poderia fazer advir como ameaça paa a fiosofia Sob o efeito de um desocamento imaginário a psicanáise viria no ugar de perseguidora en quanto que o fiósofo nea veria como diz Assoun uma verdadeira jurisdição da psicanáise sobre a fiosofia submetendo a objetiidade fiosófica ao juga mento psicaltico fazendo a vaidade do enunciado fiosófico depender da aaiação anatica (9). Aém de uma tal suposição não estar de modo algum de acordo com o projeto anatico e com os meios de que dispõe a psicnáise (10) resta que na fata de tê-a compreendido peo que mencionava (11) aguns tenham podido er no evento evento psicanatico psicanatico a origem de ag agum um perigo obscuro do qua se tornava urgente armar-se preventiamente Em vista disto, vê-se como uma fiosofia da ciência pode e virtude de uma fixação" faoráve aos critérios do conhecimento cientfico autorizar-se, por intermédio das teorias do conhecimento a recusar a psicanáise sob o pre texto de que não está de acordo com as normas da cientificidade. Outras páticas em que o consenso fiosófico interirá sob formas mais dissimuadas mas não menos presentes procurarão também revogar a origina idade irredutve da psicanáise atribuindoa à jurisdição de campos epistêmicos que he são heterogêneos com o único fim de esconder a neces�idade em que se encontraria a fiosofia de questionar sua posição gnosioógica E o caso da fio sofia psicoógica e da fiosofia diaética
7. bd, p 6 Ibd, p 7 9 . Assoun, Freud, la phlosophe et les philosophes, op t, p 87. 10 Em O teresse d psicanális Feud nsstá sobe o que havera de onta-senso em supo a idéia de que a losofia possa se enonta enfeudada de qualquer maneira que seja n psanálise 1 1 Que dize, omo dir Freud, que "a detenação psiológa de u doutina de modo algum exclu a retidão entía dessa doutrna Trad P L Assoun n op it p 87
40 foi D
1 Filosofia Psico Psicológica lógica e Psicanálise (12) Um dos procedimentos habituais da alienação filosófica consistirá, através do jogo de deslocamentos especulativos e de organizações discursivas de cráter sofstico, em pressupor a identcação d psicanálise com a psicologia. A falsificação será tanto mais fácil e crível que em todos os casos será encoberta a premissa fundamental que articula tanto o campo teórico quanto a prática psica naltica: a divisão do sujeito. E a complacência filosófica engaja esse deslocamento dialético no caso de uma dupla delegação que dará procuração ao imperialismo psicofisiológico e neuropsiquiátrico neuropsiq uiátrico Poder-se-ia contestar contestar que operaç operações ões como a "redução "reduçã o psicofi siológica do inconsciente ou ainda a medicalização da psicanáise figurem na alienação filosófica, enquanto que se mostram, à primeira vista, bastante estra has, assemelhando-se mais a modos de captura cientíica do ue "ilosófica Parece-me, entretant, que nada se passa assim. Neste cas o estratagema filosófico será empregado a desvitalizar a dinâmica riginal da sicanálise por itermédio de um desvio psicológico que terá por principal missão garantir uma interpretação (13) da psicanálise em um universo de conceitos de experiências, ge práticas e, mais geralmente, de discursos que he são proriamente estranhos E neste sentido que se pode evidenciar através de que causas e efeitos essa estratégia especulativa exerce-se tanto através da forma do roeto "sicofisioló gico quanto da vertente médica neuropsiquiátrica. O projeto psicofisiológico baseiase e desenvolve-se no tereno de uma mbigüidade fundamental Pode-se resumir sua expressão de uma forma lapi dar a psicofisiologia entende constituir-se sobre o mod de uma discipina autônma e, com tal, não é, portanto, de modo algum redutível à psicologia xperimental clássica ou à biologia, ainda que participe das duas Além dos problemas epistemológicos cruciais que essa independência em relação a uma definição rigorosa do bjeto da psicofisilgia evanta, é fácil mostrar o que tal emancipação detém de uma certa complacência fiosófica. Est � opera aliás, de uma maneira geral, desde o advento da psicoogia científica. E claro que a cumplicidade filosófica é habitual já que favorece, quer se abstendo, uer, ao contrário, trazendo sua caução epistemológica, a constituição de alguns spectos da psicologia cujo caráter cientfico está longe de ser plenamente esta belecido Se, de fato, um certo número de unversos psiclógicos manifestam uma afinidade pela ciência, isto de modo algum implica que esteja provado que speitem exatamente as condições fundamentais de uma ciência autêntica, a ber, um conhecimento não somente discursivo, mas também necessário, reto do a tradicional distinção aristotélica(14) 2 Alguns arguntos deste deste capítulo fora objeto objeto de ua u a confe conferência rência:: Eps Ep seoogie eoogie y centificidad la psicologia clnica - Departaento de Psicologa da Universdade Universdade de Máaga (1� de fevereio fevereio 1986 a convite do Prof. Banca Moreno. Interpretação a tor, tor, aui, na acepção ue os lógicos dão a sse tero quando o uiiza uii za no nto d nte ntepre pretar tar u proposição e u universo de ling linguage uage ógica dado". 4 Aristt 4 Aristteles eles dstingue três odaldades odaldad es possves do conhecer conhecer 1) u sabe sabe edato e necessário 2) um saber discursivo e necessário; 3 u sabe dscursivo e nãonecessáo O onhecmeno sensível dnria do prieiro gênero. O onh onhecin ecinto to cientío, do segundo. O conheiento daéco, do tercer.
A-Cintifidad• a Picalíise
41
dido "cientfico-psicológico da psicanálise. Trata-se de uma comunicação pro nunciada na Sociedade Médico-Psicológica sobre o tema Psicomeria e psicanáise: a propósito da fxa fxação ção na ase ana a nal( l(20) 20).. Sob o pretexto de contribuir para "o estudo experimental das teorias freu dinas (20), os autores propõemse a utilizar a metodologia psicométrica para verar algumas hipóteses da teoria psicanalítica e, mais especialmente, para tentar evidenciar correlações entre a analidade e o "cráter obsessivo. Sem entrar em detalhes sobre os questionários, itens, e na "análise fatorial da matriz pelo método centróide de Thurstone (20), reportarme-ei, sem mais esperr, às conclusões: Nossos resulados evidenciaram evidenc iaram uma end endênci ênciaa esaisicamente esaisicamente muio significativa dos sueios obtendo, nas escalas de Sandler e Hazari 21) notas alas que reflet ref letem em a existência de raços acentuados de caráter anal u de siomas numero sos de personalidade obsessiva para fornecer ao tese de Rorschach inerpreações cujo coneúdo evoca uma emática anal, que parece legítimo interpretar no sentido de uma fixação a essa fase de desenvolvimento. Essa associação esá de aodo com n hip ótese etiolgia da teoia feudiana a esse res p eio. Paralelamene, observase que esses mesmos sueitos, cujo proocolo evoca uma fixação anal, fornecem respostas de coneúdo sádico na medida em que não inervêm nem formação racional reali zando um caráer caráer anal, nem mecanismos de defesa sob forma forma de sintomas obsessiv obsessivos. os. Esses resultados não resolvem, é claro, o problema da validade clnica das escalas de Sandler Sandler e Hazari Hazari em matéria de diagnósico diagnós ico individual, em particular em relação à neurose obsessiva, na medida em que foram obtidos com sujeitos normais" em um quadro profissional" (22)
Tem-se, aqui, com o balanço psicométrico, um exemplo bem acabado da fraquea epstemológica notória que pode operar na elaboração da pscologia científica. Não somente a "associação posta em evidência pelo teste nada mais é do que a repetição de uma ocorrência, mas também e sobretudo de modo algum constitui constitui uma validação da " hipótes hipótesee etiológi etiológica ca da teoria teo ria freudiana freudiana Primeiramente, Primeiram ente, já é necessio acostumr-se a esta idéia idé ia Qualquer intenção "experimenta pressupõe, na maioria das vezes, em conseqüência de um deslo camento imaginrio, que se considere, após a experiência, os resultados obtidos como resultados "científicos. Os exemplos não deixam de fortalecer essa tenaz ilusão. Isso já é um ranjo epistemológico discutível face à ciência. A instalação de um protocolo com objetivo experimentl não presume absolutamente uma explicação autenticamente científica, através dos "modelos abstratos estrutura dos Feita essa precisão, exminemos agora a significação dos resultados "de experiência em reação à validação da "hipótese etiológica da teoria freudia. 20. P Pic Pichot hot J Pese M Somogy Psychométrie et psychanalyse: à propos de la fxation au stade anal, i Annaes MédicoPsychoogiques" T. 1, n 5, 977, p 78679 2. Escalas psicométicas eaboradas por ocasião de pesquisas análogas C. SandeHazar Th obsessional. On the psychological class cation of osessionnal charcter traits and symptoms in Bitish Journa of Medca Psychoogy 33 1%0 p 113-122 22. P Pichot e colab colaboado oadores res op cit p p 79 (o gio é meu) meu)
44 joe
Dor
A incidência de uma coelação de taços ou de sintomas de modo agum supõe o valo de uma hpóese pscanalíca. A cínca cotidiana es bem viva paa lemba cuemente A menos, naturamente, que se atenha ao ponto de vsa de uma otodoxia quasemédica, onde a nosogafa acaba po te foça de ei, no senido em que pedetemna nãosomene o "dagnóstico", mas também a escoha da inevenção eapêutica. É vedade que quee encona a validação de uma hipótese, a pati da ocoência de "taços" ou "sintomas", é uma atiude que pemanece pefeitamene de acodo com o espí espíio io de uma um a "medicna expeiment" no senido em que Caude Benad explicava com ano tlento Encontase aí, ais, um aspec o caacteísico caacteísico do adveno de d e qualque ciênca ciênca Uma cência começa sempe sempe po esabelece um copus de descições, depois de cassificação dos fenômenos Em um segundo momento, esfoçase po evidencia evidencia coelações a pati pati de cetas ocoências fenomenis Enfm, sempe que pude, ai esfoçse paa faze apaeceem elações causais ente os pópios fenômenos fie a esse pincípio A esse espeito, a medicina pemaneceu extremamente fie Encontaos aqui, no pojeto psicoméico, algo dessa odem: uma coeaço ene fenômenos (aços/sinomas) podeia vi fotaece uma hipótese expicai va eioogia da neuose obsessva). Todava, esa que ao utiliza o agumeno scoméico como poocoo de validação, sto é, como gumento "expeimen al", aenuase consideavemente, aqui, o alcance e a iqueza da efeida hipó ese Isto equivale a eduzir a uma foma fo ma de expessão conceta, seja mensuáv mensuáve e quantifcve, o que, em nome da pópia hipótese, não o é Com efeito, um sinoma não pemite vaida, enqunto ta, a expicação hpotética capaz de da conta de sua oigem Se imediatamene se vê a incidência nociva dessa edução, pecebese tam bém o ipo de vnagens que apesena. Fotalecendo uma hipótese psicnítica sobe a eiooga de uma nuose, peo que se pode medi dos efeios concetos que daí esutm, fazse uma economa no mínmo inteessante, a sabe, muito smplesmente, a do inconsciente e de sua dinâmica pópia Que dize que se faz conomia de toda a psicanlise Aceiaseia, Aceia seia, po po exemplo, valda a hpóese etiológica do diabee, sobe a se de uma simpes ocoência de comas", economizando assim uma puaidade de mecanismos fisiológicos complexos onde inevem uma cadea de pocessos boquímics múltiplos opeando, eles pópios, em níveis difeentes endócnos ceebas, etc ? Podese sem difculdade imagna o que visa implicit�mene uma eduço sse po. O poblema não é vedadeiamene ogina. E o pópo difeene ue opõe, alguns usos, a pscanse à neuopsquiaia Esta ambição de u foace expimenamene s eoias feudianas é oeo de uma e odna denegação do inconscene e da pscanise naqulo que, pecisa ne, êm de mas oigna eduível. Essas pospectivas expeimentais fm d uma faquea epstemoógca idênca àquea da psicofis psicofisiologia iologia qun sgue o mesmo ojevo de validação, como veemos mais adiane Le o ouo ado, às mesmas conseqüêncas: uma muiação da pscanlise, sd não mas sujea aos nesses de empeendmenos eapêutcos que, .
.
A-Centjcdade da Psicanális 45
apesar de sua própria pertinência, permanecem, contudo, estranhos a ela quanto ao princípio Enfim, essas práticas experimentais, apoiandose em algumas op ções de aparência científica, fundamentamse, como é fácil de estabelecer, em ordens de pressupostos que são filosóficas. Resta, é claro, como este estudo não deixa de assinalar, o problema levan tado pela vaidade clínica das escalas psicométricas utiliadas Deixarei essa questão no estado em que o humor do ingênuo de serviço da Sociedade MédicoPsicológica ele próprio a deixou: Compreendo que os métodos pscométricos e projevos verifcam a existência de um víncuo entre 'analidade e 'caráter obsessivo em sujetos que não apresentam neurose clínica, e não estabelecem esse vínculo em sujeitos que a apresentam Terei compreendido bem?" (23). *
*
*
Essa longa digressão através dos arcanos da "psicologia científica deveria ajudar a limitar o objetivo inicial abordar a alienação filosófica que se exerce acerca da psicanálise sob a forma de certas moções de conhecimentos psicológi cos de ambição objetiva Tendose admitido que a psicofisiologia já procede de uma ambigüidade epistemológica relativa à determinação de seu campo de investigação situado entre a psicanálise experimental e a biologia, seria necessário, previamente, de terminar a cumplicidade filosófica de que algumas vezes a psicologia científica pode beneficiarse Para a psicofisiologia, ainda que seu projeto e sua metodologia asseme lham-na mais a uma disciplina conexa das ciências experimentais biológicas, resta que seu procedimento p rocedimento inspirese muito diretamente diretamente na psicologia psi cologia científica De fato, ela se fundamenta no princípio de que qualquer manifestação psíquica é necessariamente observável e quantificável, considerando que, aqui, o "com portamento e a "conduta darão lug ao estudo da séri e dos processos neuro biológicos os quais não apenas se encontram articulados, mas, de uma certa forma, que os tornam possíveis Assim, ao mesmo tempo em que tenta reconhecer e manter uma certa autonomia psíquica em rlação ao somático, a psicofisiologia, tanto por suas ipóteses quanto por sua metodologia, postulará implicitamente uma redução o psíquico ao orgânico. ito isto, o procedimento psicofisiológico tene a se sustentar nesta caução filosófica que constitui uma das mais arcaicas expressões o positivismo e o materialismo, sea, o penomnaismo. Sem a menor esita ção, seus pioneiros substituirão integralmente a descrição e a explicação dos processos cerebrais à descrição e eplicação as ativiades psíuicas. Relembremos o reducionismo psicoisiolgico de Ribot (24) ue convertia Pcho hott e co., op. ct., p 791 Inter Intervençã venção o do Pof. Pascas ao fina fina da d a comunicação comunicação de P. Pchot e co. P. Pc 24 T. Rbot, La vie insconsciente et les mouvements, Paris Alcan 1914.
46 Joel Dor
com facilidade o problema levantado pelo inconsciente e seus efeitos, à dimen são de um embasamento fisioógico da consciência; a qual relacionava, por sua vez, à de um epienômeno, puro reflexo passivo de um conjunto de processos fisioógicos cerebrais. Compreendese em que o obsoletismo de tais concepções tenha podido excitar a verve de Poitzer: Os pscóogos têm aboratóros e pubcam monografas. Chega de dspuas ver bas: cacuemos! Obtem-se os ogartmos peos cabeos e Rbot cacua o númer das cuas cerebras para saber se podem aojar odas as déas A pscooga centfca nasceu" (25)
Baseada nessa concessão epifenomenalista que facilmente delega à sagaci dade cientfica dos psicóogos uma certa atitude filosófica, pelo viés da "ciência psicofisiológ psicofi siológica ica que indiretam indiretamente ente sustenta não se ocupando ocupando de interr interrogar ogar seu projeto através de uma crítica epistemológica rigorosa, que denunciaria o caráter de subordinação infligido aos processos psquicos , proporciona-se, de uma só vez, os meios para afastar o perigo que constitui, para ea, a originalia de princeps da psicanálise cujo destino poderá a partir de agora estar sujeito à prova crucial da objetividade científica Não parece estabelecido peo menos até agora, que os mais completos desenvolvimentos desenvolvim entos da psicofisiologia contemporânea teham teham ultrapassado a apo ria fundental que podia sustentar o projeto científico de Ribot acerca o inconsciente e, mais geramente, do psiquismo. Aporia resultante, essencialmen te do veho problema das localizações cerebrais codificado por Gall(26), sob a forma de uma ciência, como lembram Hecaen e Lantéri-Laura: O probema das ocaizações cerebras cerebras formuavase pero do fna do d o sécuo XVII, ou como a determinação do ugar no cérebro em que a ama articuava-se com corpo, e essa probemáca ogo o go cará em desuso, ou como a pesqusa de correspon correspon dêncas evenuas entre uma sta de facudades mentas, provenente da radç escoátca e, ao mesmo tempo1 do emprsmo ngês e das deoogas, e dverss cortes possíves do encéfao. E com F. J. Ga que a questão modfcase de um manera radca e toma o aspeco que conhecemos no decorrer do sécuo XX Por esta razão, a frenologa guarda uma mportânca negáve que o rse fm d cranoscopa cranosco pa não dmnu" 27).
Esse problema encontra sempre uma expressão bem vigorosa, como test ua a fórmua que segue 2. G Polizer, Critique d fondements da la psyologie Paris, PU, 94 4 ed, p 3. 26. A quesão das "localçõs cee ceeais ais dese desenvolvdas nvolvdas po p o F J J Gall Gal l enconta enconta-se -se formulada formulada e Mémoir oiree de 'Institu 'Institutt (0) in F. Gal-J G Spurzhe cujas principais sã são o as seguines: ) Mém vái obras cujas
Recherc sur le systme neeux en général et celui du cerveau e particulier Pas, F hoelH Ncole Anatomi atomiee et physiolo physiologie gie du sysme nerveux tomo : 5 parte; to l (316-355); tomo 11 18 2) F J Ga An (-54) omo I (1810) tomo l 1812) Paris, F Schoell tomo (1818), Paris, Librairie grecque-latin llman Obra a1ônima, Exposition de a doctrine pysionomique du Dr Gall, Pais, Henrichs, Ano 11 4) Obra anônma, Crâniologie ou découvertes nouvel/es du Dr. F. Gall Paris 0 27. H Hecaen G nériLura nériLura Evolution des connaissances et des doctrines sur les localisations cérér ls, Desclée de Brouwer, 9, p. 39.
A-Cientijcidade da Psicanáli� 47
Ao mapa anatômico anatômico do d o cérebro cérebro,, pode-s po de-see superpor superpor um mapa psicoisiológico?" (28) (28)
E Delay Dela y consagrou-se consagrou-se a ess taefa ta efa ingrta ingrta durante vái váiss décadas déc adas A sofis ticação surpreendente dos protocolos de experimentação atuais ainda não pro duz nenhum argumento cpaz de contestr a elucidção teórica do inconsciente Os especialistas mais cutelosos não se enganam, visto que se mantêm num reserva prudente prudente acerca dessa questão. qu estão. Mesmo exorcisndo o demônio reducionist que considerm ter sido o "pecdo "p ecdo originl originl(29) (29) de su ciência ist isto o é, submi submissão ssão integr integral al da psicologi à isiologi , não derm realmente provs de estrem esclrecidos com as reservas que fzem o problema do inconsciente e da psicnálise. A psicoisiolo gi atual pece, pece, de fto, romper com co m o dogmatismo positivist em nome do qual pôde recusr, outror, o inconsciente e psicnálise Ms não devemos nos engnr Se direitos são, de um certo modo, concedidos o inconsciente e à psicnáise, benevolente neutridde pel qual um tl recoeciento se institui, encontrse ipso facto recusd pelo próprio princípio que subentende o procedimento psicofisiológico Esse procedimento supõe com eeito que não há problema de psicologi que não se poss bordr sob o ângulo d pesquisa psicoisiológic, e que não sej, em lgum gru, acessível seus métodos (30). Tudo leva pensar, portnto, que ess benevolente neutrlidde enquanto eng na, restitui de fto, sub-repticiaente, base da crític trdicionl dirigid o inconsciente e su elucidção teóric A subversão consiste, neste caso, e utilizr u estrtégia operndo sob prência de um procedimento de anulção Não somente psicoisiologi não recusaa mais selvgeente o incon recus inconscient sciente, e, ms tmbém tmb ém não hesi hesit t em apela para ele ptir do instnte em que se autoriza a zer seu o método psicnlítico Ess integrção introduz um insidioso efeito de neutrizção visto que a opera ção vis melhor sujeitr o inconsciente e psicnálise às redes de u meto dologia que lhes é completm completmente ente heterogêne heterogêne e, por ess ess rzão, que anula o que constitui sua irredutível originlidade Essa captur encontr su expressão mis signiicativa n fórmul brevida de Delay: Sndo o ato psicofisiológico ps icofisiológico de dupla d upla ace, ace, sua obsevaçã obsevação o necessita necessita a colaboração de técnicas técnicas psicológicas e isiológicas As técnicas psicoógicas são, umas introspectivas, outras extopectivas A observa ção interior ou intospecção permanece insubstituíve para a anáise dos processos psicoógicos psicoó gicos deicados. ) Aiás, ela suscitou pesquisas ue tendem a aumentar aumentar seu vaor ( ) como o método pscanalítco que convém dstngui cudadosamente da doutrna feudana e que deu aos psicólogos preciosos instrumentos de investigaão para a eploração do subconsciente31)
U distinção tão surpreendente ente método psicanlític e doutrina freudian freudia n não pode, é claro, senão apel para ua outra, do subconsciente subconsciente e do inconsciente Através disso mesmo, ela autoriza também psicofisiologia a 28 29 30. 3
Deay, La psychophysologie humaine, Pars, PUF, 974 10 ed, p . Ibid p 6 J Delay, La psyhophysiologie humaine, op ct, p 7 Ibid, p 8-9 (o gifo é meu)
48 foel Dor
utrir uma preocupação de vaidação experimental das teorias freudianas. No rstroo da rstr d a psicologia psicolog ia experimetal, experimetal, esforça esforçarseá rseá para dar dar s ua cotr cotribuiçã ibuiçãoo pessoal à coirmação experimenta da teoria anaítica, como tstemuna o estudo de Neuro urofsiologia do sonho son ho e teori teoriaa psicanaítica psica naítica (32) ourguigon: Ne O rgumento aqui desenvovido tem a mesma origem qe o anterior (33), sob o duplo aspecto do artifício e do desmentido que covoc. Sem retomar detalha damente esse longo estudo, ter-se-á uma idéia bastante lara do egano episte moógico que susteta, do início ao fim, esse projeto eperimenta desde suas primeiras fórmulas de introdução "Desde sua fundação a metapsicologia de Feud amais oi posta à pova dos fato expeimentais como é hoje em conseqüência dos ecenos pogessos da neurofisiologia do soho. O confonto necessáio e a pati de gora possível teve como pimeiros esultados(34) uma confação da eor eia o parelho píquio p resultados experimentais e, conseqüentemente, sua vliaão cmo teoria cient"(35).
Percebe-se imediatamente o deslizamento epistemlógico sobre o qual ar uam-se essas proposições e sobre o que elas pressupõm. A estratégia consis mais uma vez, em engata os conceitos de um campo epistemológico (a sicaise através de categorias proveentes de outro cmpo (a psicofisiologia or itermédio de uma objetividade experimental que desempehará o duplo ppe de grantia e de cortia O equívoco sustenta-se peo fato de que nenhuma manifestação psíquica é a priori, cocebve sem o substrato de um "corposupote Não há psiquismo m corpo. Baseado Baseado essa evidê evidêcia cia tri trivia via e aquilo aquilo que evoca evoca da velha rmadia rmad ia fios fiosófica ófica sobre a ligação ligação da ama e do corpo o desvio epistemoó ico equivae a pressupor que, como não averia psiquismo sem corpo, pode-se dsde etão desocar implicitamente os dados dos problemas iduzindo a idéia d que a explicação dos fenômeos somáticos que so s o supostamente sua codiço Tem-se um esclarecimeto bastnte acurado dessa ambigüidade nestas ob rvaões de Widcer Gostaia de retorna noção de apaelho psíquico. Talvez sea bom paa aqeles que não são sã o psicólogos constata que fala fala de aparelho síquico não é uma pos são de fé ideaista. Isto significa que nos interessamos po um ceto númeo de atitudes que são é clao, ealiadas po um substratum eurofisiológico com todos seus componentes O que nos inteessa enquanto psicanalistas é um certo nmeo de leis de funcioamento desse apaelho que dão conta da elação do ognismo com o meio e qu 32.
Bougugnon Neurhysiologie du re et trie psycnalytique in "Pychatie de l'enfan, XI 1 1968, 1968, p 169 to XI 33. f ichot e colaboradoe upa p 59 e eguinte 3. f A Bouguignon Recherches récentes sur /e rêe Métapsycologie udienne et neuropysiologe in Psyoanalyti oanalyti implication implicationss of of r ren en "Le mps moees n° 236 19p 1603-1628 Cf C Fihe, Psy eserch on sle sle and a nd dreaming dreaming 1 Empiricalndings. 2) Impications f psoanaytic teory "J Am Pyoanal. Assoe. 13 965 p. 97-303 35. Bourguignon, Neurysiologie du re et torie psycanaytique, p. cit., p. 1 (o gifo é me) "
A-Cr!tfcidade da Pscmíli•
49
passam, evidentemente po mecanismos neuobiológicos Mas pensa que um dia podese-ia tanscrevêlas totalmene em um sisema bioquímic é tão absurdo quanto querer eduzir udo à psicanálise" (36).
Encontramos aí como pno de fundo a aporia clássica do reucionismo sicoisiológico sicoisiológ ico A cofirmação experimental da teoria freudiana impese então como uma denegação suplementar do inconsciente Aliás paradoxalmente po der-se-ia ver na forma repetitiva que toa esse arrnjo epistemológico certas ocorrências ocorrê ncias mais sintomáticas sintomáticas da presença subversiva do inconsciente através através de mecanismos tais coo a "anulação ou a denegação que estas consolidações experimentais evidenciam Uma outra maneira de dizer que esses mecnismos que participam da "resistência constituem um tanto de argumentos positivos em favor favor da dimensão autêntica e irredutível do inco inconscie nsciente nte que esses métodos científicos esforçamse para ocultar con trário não é das mais originais Tam Certamente essa demonstração a con bém não é das mais pertinentes. Pode-se até mesmo considerar o argumento coo totalmente rediitóio Essa forma de alegação lemra bastane algumas perspicácias da escolástica para que a sagacidade lógca de alguns não tenha se exercido exerci do aí de modo algum. O argumento evidenteme evidentemente nte não resiste a um exame epistemológico aprofundado. No caso de Popper empnha-se em estaelecer que se a psicanálise é irrefutável é somente porque estava "protegida desde o início e assim persistiu (37) Irrefutável no sentido como observa Bouveresse de que "toda refutação possível da teoria é transformada automaticamente através de ua reinterpretação apropriada em ua confirmação suplementr (38) O autor afirma com razão que o argumento "que é extraído da explicação de que a teoria analítica pode ela própria oferecer resistências que ela suscita é certamente interessante e importnte do ponto de vista psicológico e sociológico; mas não tem nenum valor epistemológico (39) Essa ausência de vaor episte mológico deverse-ia essencialmente ao fato de que "a explicação que o psica nalista dá da rejeição com a qual se choca sua explicação está exatamente no mesmo plano que a própria explicação (40) Assim é preferível alisar a falta epistemológica que opera nessas tentativas de validação científica da teoria psi canalítica por outras vias Ua dentre elas parece judiciosa por pelo menos duas razões Em primeiro lugar permitirá evocar através de ua analogia concreta o princípio dessa confusão Em segundo introduzirá diretamente ao gênero de alienação que se observa face ao inconsciente no registro da "neurop siquiatria A falta epistemológica teriormente citada é de fato, a questão atualmente levantada pela etiologia genética da esquizofrenia Conhece-se a querela e o eprendiento que fundamentam a importância desse roblema A esse respeito ua excelente lição de epistemologia não faria mal E este nsinamento luminoso é dado pelas análises de Stewrt(41) cuo rigor e inteli 36 37 38. 39. 40 41
ratio nnel et e t l'irrationnel l'irra tionnel as a s la psychanalys psychanalyse e i "Rason pésene n° 4, 1978 p. 25 D Widlõher Le rationnel P A hilpp Th pilosophy of Karl Poer, 1974 Openort-La Sal llinois vo l p. 985 psychanaly analyse se slon slon er, Ci J. Bouveresse Une il/usion de grand avenir: la psych Cique que n 346,976, p 299 Ibid. p 297 J. Boveesse Wittgenstein, la rime et la raison, Par is-Minuit 1973 p 208. J. SewrtGénétiqe t schizopréni in e Monde", 5-6 no 1978, 2
50 fael Dr
gênc crtcos esclrecem o mlentenddo sobre o qul se elbor esse erro epstemológco. Sgmos nálse de Stewrt sobre questão d esquzoren Sá que a esquzofrea é de oigem genétca? Com essa quesão, o velho ebae 'heedtaedademeo connua a nvad a psquaa Paa qe esse veneável debat, tão estél quano ntemnável, possa contnua a suscta agtaões, ao meno uas con conões ões devem se peenchdas peenchdas pmeamente m pmeo luga, é pecso que a quesão seja seja nsol nsolúvel úvel ( ) Mas, em segundo segundo,, e so é sem sem dúa mas mpotane, é necessáo que a questão ecuba uma confusão epstemológca a que todos possam nela pojeta suas posões deológcas sem oava coe o sco de u esmeno nos fatos" (42)
E o tor rejet o prncípo dess conusão trvés d segunte metáor ma analoga poeá nos ajuda aqu ma cana em uma sala com uma tele são pe escob que se apeta o boão o neupo, uma magem apaeceá na el Uma feena no estado do botão poe se assocada a uma feença na pesea ou ausênca a emssão Achaíamos absuo ze que o boão é a causa d emssão. Achaíamos potano absudo o pojeto e compeene a emssão fazeno a análse a composão químca do boão ems são ao estado do boão, o que é escam escamoea oeao o é não som somen enee Quano se euz a emssão 0 apaelho eleônco a elevsão e do emsso, mas ambém e sobetuo o fenô meno socal a mídia; quando se quer reduzir a esquizoenia a um gene, o que é eamoteado , não omente, o processo pcodinâmco no epírto de um ndvíduo, ma ambm c obretdo o fato de que a loucura é um fenômeno ocial" (43). É ex extmente ncdênc de semehnte confusão epistemoógc que tr
vess de um um ldo outro os projetos de vldção centíc d teor nltc Nest crcnstânc crcnstânc precer oportuno concordr com revrvolt epstêmc preconzd por Stewrt Essa suaão paecese cuosamente com aquela o ebate sobe a exsênca e Deus,nde se escapou a dfculdade quando se subsuu a quesão: 'Deus exse pela quesão O que faz com que as pessoas se faam essa pegunta? (44).
Interessnte retorno Tentemos então est substtução: o que z com e as pessos se questonem d vldção centíc d teor nlítc? Pode-s sugerir que ser tlvez pscnálse que pudesse responder O problem culm na então e um complexdde epstemológc bem mor Em outrs plvrs e acets que pscosolog justfc de um mer expermentl qul ue as ters pscnltcas, sso equvle necessramente dmtr que o ncncente e reduz a um epenômen dos proceso neurofsilógicos. Introduzd esa lusão engajse com el gnde fntsa ucdor e totlzdor que noalmete sustent s produões postvs e centícs: lbid., p. 2 43. Ibid., p. 2 (o gifo é m) 4 J. Swa,Génétique ct schyzophrnie op 4.
A-Cientfcad d Pscanál 51
"Os dads reclhids recbre td camp d cnhecimen: d biquímica à psiclgia psicnltica. Há aí uma situação nova e únca na hstória da antropologa ue sem dúvida, permitirá ampiar nossa concepção do homem, considerada em sua dupa dimensão psíuica e material" (45).
É evidente que essa declaração exigiria por si só um esudo muito subs
ncial se quiséssemos explicitar odos os clichês posiivisas que evoca. Limiar meei simplesmene a salienr a reprovação que nutre em e m relação ao a o inconscien e e à psicanáli psicanálise se reduzidos nesa cir circuns cunstâc tâcia ia o que não é um acaso à dimensão de uma psicologa". Desde enão avaiase o ineresse dos sábios disposiivos desinados por exemplo a demonstrar a validade das hipóteses freudianas sobre o papel das pulsões geniais no sonho (46), medindo a ereção com o auxílio de um eferidor a mercúrio ( 47) Examnemos essa validação para ver sob que aspecos a cegueira episte ológica infiltr infiltrase ase e engana para abonr a idéia de uma auênica auê nica "confirmação " confirmação experimental da teoria Para iso reporemo-nos aos resulados do protocolo dessa experiência -
O despertar foi provocado em diversas fases da ereção no início, quando está fraca; em seu seu máimo no n o momento das detumescências detumescências bruscas ( A in inte tens nsid idad adee da ereção avaiada em função da variação da circunferência peniana medida em miímetros Três intensidades de ereção são deste modo distinguidas: )eve, uando o aumento da circunferência varia de O a 7 mm; 2) moderada para u aumento de 8 a 16 mm 3 forte para um aumento superior a 17 mm" (48)
O relaor apresenta as seguines conclusões: seguintes fórm fórmuas uas.. A ereção é Fischer resumiu o conjunto de seus resutados nas seguintes franca a cada vez ue o conteúdo onrico, atente ou manifesto, de natureza sexua, sem acompanhamento de angústia ou de agressividade ereção desapare ce uando surgem a agressividade a angústia ou outros afetos negatvos (ciúme, ressentimento rejeição) isto em todas as atitudes ligadas à castração, tomada em seu sentido amplo de privação, perda ou ausência do que o ojeto de investimento iidina" (49).
Pode-se com base em tais conclusões validr "as hipóess freudianas sobre o papel das pulsões geniais no sonho (50)? Em primeiro lugar observa-se que o que essa experiência evidencia nada mais é do que uma correlação objetvamente quantcável entre manifesações so máticas (ereção/ (ereç ão/ detumescência e coneúdos oníricos (eróicos ou não-eróicos não-erói cos . No máximo, essa correlação nada significa além do fao de que á coisa geni45 A. Bourguignon, Neuropysologe du rêe et téorie psycanalytque op cit, p. 28 (o grifo é meu) 46. Ibid, p. 47 C Fischer, J Gross, J Zuch, A cyce of pene erection synronous wth reamng (REM.) se: prelminary rort i A. M. A "Arch Gen Psychiatry, 1965 12 p 29-45 4 A Bourguignon, Neuropysologe du rêe et théore psycanalytque op. ct. p. 22 49 Ib., p. 22 50 bi p. 22-23
52 JoC Do
ta no soho erótico Essa é uma constatação constatação trivial que quaquer um pode fazer sem recorrer paa tanto a tão engehosos dispositivos de experimentação Por outro ado, avaiase imediatamente a insuficiência do procedimento experimenta sabendo que a teoria anaítica não limita a referida Coisa genital genital apenas aos sonhos eróticos. Em outras plavras, a experimentação aqui eaborada oculta competamente, entre outras coisas, a questão do simbolismo no sonho e os arcanos sutis e desconcertntes do tabaho do soho. É preciso admitir que sob o pretexto de valida cientificamente a teoria anaítica do sonho, a intenção experimental consiste, uma vez mais, em ular impicitamente a originalidade do inconsciente e sua estratégia dinâmica O que equivale a atribuir ao sena da experimentação objetiva um papel que visa essenciamente a reduzir a teoria naítica e o que enuncia do inconsciente à medida de uma simples expressão psíquia dos proces processos sos neurofisiológ neurofisiológicos icos Reen conramos, então, em fiigrana, a veha idéia filosófica do paralelsmo somopsíquico preprada para as necessidades da causa psicofisiológica De outra parte, essa estratégia experiment que descohece a natureza dos processos inconscientes enfeudandoos em um substrato neurofisioógico, não a acança senão ao preço de uma petição de princípio a qua definitivamente subscreve subscr eve a cegueira epistemológica De D e fato, uma das concl conclusões usões da experiênc expe riêncaa tende a justificar a detumescência apeando pra "todas as situações ligadas à castração(S). Percebese imediatamente o paralogismo que sustenta essa dedu ção O eperimentador encontrase na necessidade de recorrer à castração supor portanto como previamente estabelecida a vlidade dessa noção tal como ea se encontra expressa nas hipóteses freudianas sobre o pape das funções genitais no soho (52), a fim de justificar o resultado de uma exper e xperiência iência cujo objeto é, precismente, demonstrar a vlidade dessas hipóteses. Esse arranjo epistemoógico não está muito muit o de acordo com uma prática pr ática "cient científica ífica coseqüene coseqü ene Em um terreno minado minado de d e semelhantes semelhantes ambigüidades, será tanto mais mais fáci manter a pscnáise em um espaço sujeitado à ordem da amálgama e da colu são E as especulações analíticas ressoam imediatmente em uníssono com har monias poéticas e reigiosas: "O que acabamos de dizer da psicanálise aplca-se igualmente à poesa. É fáci encontrar nos Vedas da Índia na lteratura do grande século da Grécia, na poesa de todos os tempos e de todos os países, verdades sobre os sonhos nas quas não s queria mais acreditar há muto tempo e que a neurofsiologa impõe novamente à noss aenção" (53).
Não se poderia ter mehores prova do desmentido aqui alimentado pela icanise, se é preciso convencerse a coidera a neurofisioogia como a iência que nos autoriza, enim, a reata com alguns corpos de expicação sobre a significação dos sonhos Essas últimas decarações restituem bem, sob o aspeco da caução científica, a base de uma risória denegação sim ao inconsciente; no ao que a psicanálise dee enuncia Bourguignon, Neuophysiologie du rêve et théorie psychanaytique, op . cit, p. Ibid p. lid. p 6 (o gfo é mu).
1 A 5 53
22.
A-Cientifcidae da Psica1íle Psica1íle 53
Em um outro registro, o da "filosofia psicológica, lembremos-nos, por exemplo, da insidiosa nuance introduzida pelo filósofo Pradines (54) a respeito consti tuição" e o inconsciente do inco inconsci nsciente, ente, entre o inconscient inconscientee normal ou de constituição" normal ou de dissolução Distinção que ilustra particularmente bem a observa ão de Freud: .
Fao propositadamente de 'nosso inconsciente pois o que chamamos assim não coincide com o inconsciente dos fiósofos" (55)
Distinção retoada por Lacan O inconsciente freudiano nada tem a ver com as formas ditas do inconsciente que o precederam até mesmo que ainda o cercam ( ) Leiam a bessima enumeração que fez Dwesauwers em um ivro pubicado á cerca de quarenta anos pea Fammarion Ee enumera a, oito ou dez formas de inconsciente que não ensinam nada a ninguém, que simpesmente designam o nãoconsciente o mais ou menos consciente e, no campo das eaborações psicoógicas encontrase mi variedades supementares" (56)
Releiamos Pradines Há, na vida menta, um nconsciente de constitução, que é seu germe que perma nece sua condição e eemento e que qu e ( ) consegue nea se integrar muito natura mente e um nconscente de dssolução que é seu resíduo ou detrito que é mais seu obstácuo do que q ue a condição de seu funcionamento funcionamento e que ( ) per perma manec necee por natu reza inassimiáve a seus eementos constitutivos" (57)
E ele possegue Nossos instintos nossos ábitos ábi tos mais mai s cegos na aparên aparência cia testemunam testemunam freqüent freqüente e mente uma seetividade uma intencionaidade que não perdem em quase nada àqueas de de nossas atividades atividades mais consci conscient entes es ( ) Mas reci reciproc procamen amente te nossa ativi ati vi dade mais consciente não iria onge de uma espontaneidade uma impusividade secret sec reta a que é quase impossíve distinguir dis tinguir do d o automatismo não he fizesse constantemen tem ente te compania e le prestasse socorro"(58). socorro"(58 ). Esse inconsciente seja sob sua forma aparente de espontaneidade seja sob sua forma aparente de automatismo sem o qua a vida consciente norma quase não poderia se sustentar, é evidentemente um inconsciente normal como a atividade à qua se integra" (59) Existe um outro ao contrário cuo caráter constante é estabeecerse à margem da consc�nc cons c�ncia ia e trabaar mais ao encontro de seus propósitos de síntese e de unifica ção E o inconsciente do qua Freud e sua escoa mostraram tão bem o poder 54 M. Praines, Taité de psychologie générale, Pars PUF, 1948, 3' e, tomo I . Reeção Paris, PUF, "Dito, 1987 55 S. Feu, Die taumdeutung, GW. II/III p 616. 56 J. Laca Les quate concepts fondamentax de la psychanalyse Pars Seuil, 1973, p 26. généale , op c., p 10 5 M Pres Tra é de psychologie généale, 58 bid p. 1-12. 59 bid 13 (grifo é meu)
54 foi Dr
dissociatvo na libdo com seu trabalho de destruição contra o poder de sntess e de controle"(60) "Assim "Assi m se criam na atividade ati vidade ment mental al essas espécies espécies de oc ocos os de consciência disersos que oram o objeto da crônica psicoógica de cinqüenta anos atrás e cujo estdo serviu de base para o reudismo reudismo Essas criações aparentes aparentes de consciência esporáica são na realidade, os sintomas da dissoução da consciência"(61) "Esses estados de consciência anormais são de dissoução ou de desagregaçã. É seu caráter próprio tender a tomar o ugar da consciência normal De modo agum, são subordinados a ea mas opostos; não são seus eementos, mas seus resíduos ou, melhor, seus pedaços"(62) "Quer seja considerad em sua natureza, em seus eeitos ou em suas causas, o inconsciente da mais vasta iteratura psicoógica apresentase como proundamente dierente do inconsciente da vida normal, e não se pode sonhar em azer com ue o primeiro advenha advenha do segundo através de desenvovimento direto e sem o socorr de causas extrínsecas importantes" (63) "De mo modo do algum algum conseqü conseqüen enteme temente nte o inconsciente do ti tipo po anomal pde sta peset como uma espécie de modelo crescido do inconsciente normal: mesmo quando dee s orma (se temos que admtir a hipótese para aguns casos, o ue nos parece certo) é sempre sua deormação Nenhuma explicação do inconsciente patológico pode se considerda omo ipso Jato vida para o inconsciente normal e é sem dúvida lamentável que a assimiação comum ue se az de um e de outro tenha impedido o prosseguimento das pesquisas indepen dentes sobre o iconsciente normal, do qua s pensou estar suficientemente eca recido pea imensa investigação organizada em torno de seu patético ria4) "Quer dier ue há um inconsciente norma necessio e sadio, e um inconscient anorma, evitável e mórbido e é um grande engano conundios conundios deberadamen de beradamente te ou por preteri preterição ção ( 5)
Essa loga citação é particularmete rica em esiametos. Já se pode recs que, além do paralogismo atavés do qual uma tal distição se estbe ece, essa es sa dicotomia acerca do icos icosciet cietee desc descoh ohece ece em uma cegueira deso cetate, ão somete o que fudameta, mas tambm o que egitima a eucda ção teórica freudiaa Por outro lado, e essa distção só vale a medda em que aela implicitamete para um copo de doutrias, o mímo, discutveis, d ue os picípios de Jackso aplicados à questão da d a doeça metal(66) e ao que ntoduzem de uma cocepção orgaicista da loucura, cujos desevolvimeo mais recentes e magistrais poderse-á econtrar or exemlo, em Ey(67). Ib, p 18 b p 8 M. Pranes, Traité de psyclogie généale p ct, p 22. 3. Ib, p 2 6. b p 2324 ( grf é meu Ib, p 10 ( gr é meu) J H acks Selected witings of of joh johnn Hug Hughling hlingss jackson, jackson, ed edit it.. pr ames Tayl, Lnes, Hde/ Hde/ Sougtn, 1932. d'appi cationn des pín píncpe cpess de de jac jackson kson une conception oganod oganodyamqu yamquee de a neu neuo- o- H. Essai d'appicatio lrie, n "'encéphae, 1936, n° 5 p 31-356, 1936 n 6, p 3123. Tese retmaa em "Ds é dt• Jn à un méle ganynamque e la psychiatre Tuluse, Priva 975
A-Cientcia da Psicanál 5
Conhece-se a importância dessa questão e sobretudo o empreendimento se encontra a ela relacionado: o problema da psicogênese das neuroses e das icoses Assim, não é sem dúvida um acaso se o argumento princeps que cntesta uma concepção essencialmente organicista da doença mental é um rgumento psicantico que reintroduz, ipso facto acto,, a questão do inconsciente e a ertin ertinênci ênciaa de Sua elaboração elaboração teórica t eórica Como prova, a surpreendente interven o de Lacan(68) que vem aceitar o desaio "organo-dinâmico" lançado por Ey or ocasião de um célebre colóquio em Bonnval Além da questão undamental que levanta quanto à etiologia da doença menta, essa brilhante discussão tem o mérito de recentrar,com uma acuidade completamente interessante, a problemática da legitimidade do status epistemo lgico da psicanálise A dicotomia introduzida por p or Pradines na própria própr ia dimensão do inconsciente inconsciente ncerra uma contradição maniesta Essa contradição originase no reconheci mento de uma dupla dinâmica inconsciente cujos termos, inalmente, querem xcuir-se uns uns aos outros Essa dicotomia adere de pleno direito dire ito a uma convicção convicção organo-genética da doença mental, apesar das reservas eitas por Pradines a respeito da teoria psicanalítica e, mais precisamente, do inconsciente patoló patológic gicoo " do qual, lembremos, ele concorda que "Freud e sua escola tão bem marcaram o oder dissociativo na ibido"(69) Aliás, nessa ocasião, Pradines não deixa de ortalecer sua tese azendo referência ao organicismo clássico, iso é, convocando a caução de Delay: As teses de Jackson encontraram mais geralmente um eco na França na concepção das relações da psicologia e da psiquiatria que Monakow e Mourgue defenderam Introduction biologiqe à /'étude de neurologie Alcan 1928 e ean Delay Les astéréognosies, Masson 1935 e Les dssolutions de la mémoire PUF, 942 Esta última obra define muito bem seu princípio nesta situação: A sintomatologia das doenças condição ão um elemen elemento to positivo positi vo e um elemento negativo negativo ervosas tem uma dupla condiç Não estando a evolução inteiramente dissolvida, persiste um certo nvel de evolução Dizer: soer a dissoluão equivale a ser reduzido um nível inferior de evolução. A doença produz apenas sitomas mentais negativos, e os sintomas mentais positivos são o resultado de elementos nervosos não afetados pelo processo patológico, que manifesta a atividade do nvel de evolução inferior que persiste'"(70).
É exatamente em uma semelhante concepção "dissolutiva", até mesmo
"dficitia" da doença mental que reside a aporia a poria O conceito de "dissolução" reclama necessariamente um correlato: "a hierarquia organogenética". Ora, a iéia e e uma hierarquia organo-genética organo-genética recu recusa sa implicitamente a psicogênese da toogi mental e, com ela, a noção de inconsciente, pelo menos na acção i uiizad por Freud. Encontramos aqui a déia principa sustentada por Ey no decorrer de sua ora, idéia aticularmente bem expressa nas órmulas surpreendentes da Introão cóquio de Bonneval sobre a causalidde psíquica: 6
} Ln e o!. Le probléme de l psychogénése des névroses et des psyhoses, Colóuio de Bonneva,
19, Delée de Bouwe 1950 6
t téé de psyhologe générale, générale, op it M Pradine it p 8. d e psychologie psychologie généra/e, op ci p 70. } . Dy itado por M Pradines, n Tté de
� Jojl
Dor
23.
"A vida psíquica começa com a organização constitucional individual, isto é, com a dierenciação dos caracteres (base tímica da personalidade) e das funções neuro lógicas instrumentais próprias a cada um (qualidades sensoriais, mnésicas, verbais, práticas, gnósicas, associações etc.) A cada etapa do desenvolvimento dessas unções corresponde uma organização sintética da personalidade que constitui a atividade psíquica propriamente dita"(71) "Toda teoria genética genética e dinamista da atividade psíqui psíquica ca condu à noção d e picgê nee normal e repudia a de psicogênese patológica"(72) "Assim, parecenos natural admitir uma psicogênese pura da vida psíquica normal e livre, que parece necessário admtr uma organogênese da patologa mental"(73). "Garanto que basta examinar todas as controvérsia controvérsias, s, discussões e disputas sobre o diagnóstico entre o normal e o patológico para que se torne evidente que o pensa mento patológico não se distingue (mesmo aos olos daquees que não querem aceitar este ponto de vista) senão pela dierença dierença que separa, de ato e de direito, a psicogênese da organogênese Ora, essa dierença é uma exigência lógica de toda teoria genética da hierarquia das unções Não se poderia escapar a ela, e se alguns como Freud parecem ter se subtraído a essa necessidade lógica, é porque sua teoria geneticista é totalmente incompleta. De ato, para Freud, o conjunto da vida psíquica permanec permanecee ligado ao instinto, ela não "se desenvolve" e não há nenhum lugar em seu sistema para uma atividade psíquica verdadeira e livre"(74) "Em nossa concepção, a psicopatologia entra sempre e necessariamente no quadro das variações isiogenéticas que têm um valor deicitário e irredutível no desenvol vimento vime nto histórico da personalid personalidade" ade" (75).
Mais do que prolongar imprudentemente o inventário dessas teses de Ey, or outro lado sabiamente desenvolvidas no decorrer de sua longa e rica obra ormulemos alguns elementos de observações. Em primeiro lugar, vêse como é irrcusável e constante a referência organogenética que vem subentender as tses do filósofo Pradines sobre o inconsciente e sobre sua teoria. Em segundo, é ncessário constatar que a caução epistemológica aqui trazida pelo discurso de radines nada mais é do que a caução "científica" de que se reclama a concepo siquiátrica organogenética da doença mental Concepção que equivale a saprovar radicalmente a especificidde da teoria psicanalítica do inconsciente, ém das concessões que, no entanto, retende concederlhe até mesmo em rão das próprias concessões Há, a, algumas dificuldades em querer integrar o inconsciente em um ro de doutrinas que por outro lado não deixam de interromper u eliminar u rncípio riginal. A supressão desss dificuldade não ode se efetuar senão ro e uma operaão ilusória de dicotoma desempenhando aqui função vitao: "o nconsciente normal" o "inconscient atológico" em Pradines; ivisã ormulada de outr outroo modo or Ey "psico "psicogênese gênese da da vida síquica normal normal e ivre" "organogênese da atologia mental". 74. 75
H Ey e ol, Le probléme de la psycogénése des nroses et des psycoses, op cit, p 12 bid., p. 13. (o gfo é me meu u . Ibid ·p 14 (o gifo é me) bd, p 14-15 bid. p 17
A-Cntfcdad da Pcaná 57
Essa dicotomia remete à própria base da aporia levantada pela questão dos lmites respectivos da psiquiatria e da neurologia; em outras palavras, da neces sidade em que se encontra conduzida a psiquiatria de ter que especificar a originalidade de seu objeto e de seus métodos próprios em relação à neurologia 76). A aporia reside no fato de que essa especificação constitui-se através de um procedimento freqüente freqüentemente mente doutrina, doutrina, na n a fata de ser reamente reamente teórico, que se se oferece a economia de uma apercepção realmente analítica do inconsciente A evitação dessa apreensão evoca então um artifício para encontrar uma medida de solução coerente, isto é, adequada aos pressupostos que subentendem as construções teóricas de Pradines ou de Ey A dimensão desses pressupostos jamais resultando senão da profundidade de um "Eu sei, ma mass assim mesmo mesmo ", o argumento escolhido consistirá em um tratamento judicioso do inconsciente e de sua teoria, ao fina do qual, transfor mado, convertido, encont encontrará rará o lugar conveni conveniente ente qe q e he cabe, baseado na aprovação de ter respondido às normas de coormidade E ao preço de um tratamento da mesma ordem que Ey pode escrever a psiquiatria implica a interpretação psicanalítica do simboismo dos afetos inconscientes"(77) Essa referência requer, aliás, que aqui nos detehamos mais longamente, pois é total mente essencial: "É nisso que a psicanáise é para nós um método que competa a anáise fenome
noógica peo entreaçamento daquio que na consciêcia do imaginário, figura o mundo das fantasias e daquio que nessa produção simbólica representa a eficácia do recacamento e da denegação que a possibiidade de ainda estar consciente impõe E isto vale também para a patoogia do campo da consciência onde tornar se iconsciente é tornar-se (ou permanecer) o outro que o Ego tem que ser. Esse é o sentido para mim imprescritve da integração da psicaálise à psiquiatria Ela é normalmente baseada 1a subordinação do nconsciente ao onnte na organzação ontológca do coo psíquco', pos esse é o verdadeiro sentido da dreão do go e do sistema de realidade ( ) Mas esse recurso à doutra e à prática pscaaticas se for perfeita mente justificado, requer também uma revisão da teoria do apareho psíquico e do racamento pois a anáise freudiana fundamenta não requer a onipotência do inconscie inco nsciente nte mas o contrário contrário" " (78)
Encontrase, aqui, sob uma forma que se torna finalmente habitual, a argu mentação positivista contemporânea a respeito do inconsciente e da psicanálise De fato, a época não permite muito à crítica advir so o aspecto da diatribe selvagem, nem mesmo sob a forma de uma polêmica inflexível Ela se formula, a partir de agora, sob uma feição mais enganosa, assumindo, paradoxalmente, para atingir seus fins, as figuras bem conhecidas da anulação e da denegação. Anulação e denegação no sentido em que a referência psicanaítica, chamada a tilhar o destino de um processo de doutrinas, de elaborações teóricas e de partilhar par 76 A naureza da ambigüdade evantada por essa quesão é muio bem apontada pelo esudo de P. Berner que expõe sem sar todo seu caráer de comprosso e de arranjos ercos no nimo em seu título: A propos de la srcture gnoséologque de la psychatrie (A propsito da esruura gnoso lógica da psiquiatria) i " Etudes phosophiques pho sophiques Pars PUF 1978,n 2 p. 187-194. 187- 194. . H E, Ds idées de fackson à un modle organodynamque de la pychre. cit p 275. 8. H E, Ds ids de Jakson à un odle organo-dynamque de la psychare op cit. 275-276.
58 /oN Do
protocoos práticos perfeitamente estranhos a seu esprito, encontra-se então negada em sua dimesão inaugura porque expurgada de seu texto, destituída da posição excêntrica que constitui seu ascendente e, em definitivo, contida em seu dinamismo teórico próprio A este preço, conforme os princípios que ani mam e governa a busca do conhecimento verdadeiro, a ilosofia e a Ciência unem-se para entoar o credo positivista do Racional e do Objetivo ica-se então bem surpreso ao ver Ey desenvolver uma querelante diatribe a respeito de categorias como o Irracional ou o Absurdo, cujo terrorismo conem porâneo denuncia e pretende prescrever do campo de investigação da psicopa tologia, em benefício de um "trabaho de objetivação da doença mental a que s reduz, mas que funda a ciência psiquiátrica"(79) Não há dúvd dú vdaa de que no pensamen pensameno o conempor conemporâneo, âneo, o cuo racional prece de a doara da razão (. Assm se operou uma espéce de ransfernc dos vaores do domno do conhecmeno e do sabe posvos ao domíno eséco, poéco, mísco O progresso do neresse de udo que é mséro, esoersmo, meapscooga, es reorno a uma maga das magens o cuo do bsurdo, do Sonho do Irrea" 80
Essa apologia do Racional e do Objetivo que permanecm, muito vidnt ment, os pontos nodais em torno dos quais toda laboação tórica conte consistent vem s con�truir, não deve entretanto fazr com que se squeça q rraconal e o não deixam de consrvar se nsse. Prova disso se é precis preciso o ainda ainda lmbrar é o ssencial da dscobeta freudiana e do corpo tórico que a specifica Ficase tanto mais confuso com o que pode ser, então, rcusado da psicanálise no sentido imprscritvel da in gração da psicanálise à psiquiatria"(81), tal coo a ennde Ey. Aliás, ssa ambigüidade é tirada a limpo em seus últimos scrios: -
se r confundda com com a loucura loucura "É na medda em que a doença menal não podera ser (o rracona o eséco poéco ou mísco) de odos os homens, que desenvove po sua própra exgênca a medcna que exge que se orne seu objeo De modo qu odos os desvos no âmbo da pscologa da pscossocologa no da pscans não podem ser senão sistematicamente excluídos do campo da iência psiquiátrica apli cada a seu verdadeiro e único ún ico ob objeto. " (82) O pscanalsmo' nos fornece a medda exaa da funão psquaríca que o movmeno pscanalíco assume. Apreendemos o ma da psquara, sua crse e sua própra raz raz quando quan do consaam consaamos os que orgnarame orgnaramene ne provene provenenes nes da sms mloga do sonho e da nerpreação dos faos pscopaológcos a dourna freudana e o méodo pscanalíico esenderamse em e aravés de sua concepção da hegemona do nconscene, à humandade nera apagando dese modo (mnando em sua própra base) o conceo pscopaológco E por nunca poder dar cona exaustva mene das doenças menas o movmeno pscanalíco pôde apenas se conenar 7 H. Ey, Dé Déf fense et e t illust ill ustat aton on de la pshiat pshiatie, ie, Paris, Masso, 977, p. 49-5. 80 H Ey, Intoducton à la pschat: l'ntpschate, (A troga os At), in "Encycopde Mé Cirurgicale, Cirurgicale , Psyc Psyciatr iatre e tomo I, revsão 1974, e Techniq Techniques ues Pars Pars 8 H Ey Des idées de kson à un modle ogano-dnamique de pshatre op. ct p. 276. 8 H. Ey, Défense ct llu�tn de pyhitri, op ct p. 76
A-Cientjcidad d Psicmulis 59
em negálas, chegando a se proclamar indiferente à sua cura. ( . . . ) Assim, a extravapretensã ensão o dos Insitutos de psicanálise e das Escolas freudianas de substituir substitui r gante pret a psiquiatria negando as doenças mentais (ou, o que dá d á no mesmo, mesmo, não as tratando como fatos fatos psicopatoógicos) psicopatoógicos) constitui a mais estran estranha ha e primordial excentricidade do movimento movimento das ciências humanas de nossos tempos tempos modernos"(83 modernos"(83))
Essa última referência exigiria uma longa e minuciosa análise se quisésse mos descobrir os pressupostos sobre os quais ela se apóia e, de outro ado, reduzir à sua justa medida as declarações atribuídas à psicanálise, aqui interpe lada por Ey em fórmulas no mínimo selvagens e, sem dúvida, um tanto prema turas Por enquanto, essa referência é suficientemente explícita. Bem denota o caráter de alienação introduzido pela "ciência psiquiátrica a respeito do incons ciente e da psicanálise Para retomar e concluir sobre a corrente filosófica em questão, retenamos o que uma semelante filosofia psicológica nega verdadeiramente na psicaná lise na exata medida em que se dá precisamente, por obeto, a ela aderir e, por regra, autorizarse autorizarse a integrála a seu se u corpo corp o de doutri dou trinas nas intrín intrínsecas secas Retenam Ret enamos, os, igualmente, o que essa filosofia encontra de apoio na caução de uma psiquiatria que se mostra, nem mais prudente, nem mais enganosa a seu respeito Observase, assim, que o comércio que uma certa filosofia mantém com a psicanálise, mesmo que possa algumas vezes se mostrar sob um aspecto bene volente, restitui, de fato, o argumento princeps pelo qual a ciência e a epistemo logia positivista sempre soubera exprimir a mca de sua resistência à teoria anaítica, apontando a precariedade de seu status, contestando, até mesmo, sem restrição, a autoridade de qualquer status. Uma outra maneira de formular que não poderia ser recoecida legitimamente leg itimamente senão na medida em que se encon trasse o meio de se alinar ao modelo lógico-matemático e aos protocolos de experi exp eriência ênciass das ciências exatas exatas cujo paradigma paradigma permanece permanece sempre sempre a ciência ciência físicaa a exemplo físic exemplo de uma uma psicolog psicologia ia científi científica ca e de uma psicofisioog psicofisioogia ia O sentido desses desvios não é concebível, até mesmo articulável, senão enquanto recacada a dimensão crucial que funda e, ao mesmo tempo, autoriza a psicanálise como um corpo de conhecimento acompanado de uma prática irredutíve a uma psicologia, seja a dvisão do Sujeito. Divisão do Sujeito que impõe que seja repelido de sua posição onipotente, o ascendente de um sujeito que a fiosofia tem interesse em manter no ugar de um cogito se quiser preservar sua posição gnosiológca, como formula Dayan: "Na medida em que uma fiosofia do sujeito tem ela própria necessidade dess inconsciê incon sciência ncia para acreditar nas "evidências "evidências" " da reflexão e para instaála em suas funções funç ões de provedor provedo r autônomo de conhecimentos, conhecimentos, não n ão he é absoutamente abso utamente possíve ronhecer em profundidade a psicanálise, nem admitir seus procedimentos consti utivos Procuraria fazêlo em um espírito concordatário, concedendo à psicanáise, por exemplo, um campo terapêutico e um domínio correato de invesigação em prca reservando ao mesmo tempo para si uma urisdição exclsiva sobre o transcendental" ou sobre as relações do pensamento com o ser pensável, que a denúncia do propósito inscreveria de acto nas impicações do discrso" 84). 4
lbid. p. 74-75. c-de devt vt sujet, sujet, op ct. p M Dayan, D' un c-
60
foi Dor
3
82
Aconece que o sentido da revolução freudiana prescreve que se aceite, daqui por diane, como inconornável o aforismo seguinte "Eu penso onde não estou, logo estou onde não penso (85) Acautelemo nos então com a preocupaço maior de uma filosofia em subverter essa incidên incidên cia irreduvel da subjetividade concedendo sua complacência aos expedientes que lhe sugerem a ambiço de objeividade da "psicologia cienífica ou ainda a nooriedade positivista da "medicina neuropsiquiárica" 2. Filosofia Dialética e Psicanálise* Esta forma de alienação alienação da psicanálise encontra encontra ao menos menos na nature natureza za do problema a elucidar uma expressão particularm particularmente ente rica rica e bem-sucedi bem-sucedida da sob a forma que toma o debate, hoje clássico, "Psicanálise e Marxismo. A questo aqui não é procurar apreciar a medida dos empreendimenos reais e importantes que sustentam esse debae. Isto para descartar, anecipada mene, alguns aspectos da crica habiualmene invocados pela abordagem des ses emas explosivos Trata-se, antes, de deerminar o procedimeno subjacente que subenende ese processo especulaivo em que a psicanálise é interpelada pela filosofia em um campo de inerpretação, em um universo de discurso, de conceios, de prát práticas, icas, que, anda and a que sejam legimos em si mesmo, mesmo , não deixam e ser radicalmente esranhos a seu esprio Se examinarmos as numerosas argúcias que, alernadamente, confronam se ou se foralecem nesse debae, observamos imediaamente em orno de que onsenso se repete a controvérsia Eu o formularei da seguinte maneira: a antro ologia marxista engloba a anropologia freudiana ou vice-versa? Quesão certa mene ão essencial hoje quanto era ontem, se admitirmos, nese momento que enhum resulado favorável veo encerrar esse debae Conhecemos as grandes speranças fundadas na solução de compromisso habilitada no caso do "freudo mrxismo Mas conhecemos ambém as profundas desilusões da decorrentes Não é menos necessio reomar a quesão no ponto em que se complica, om o risco de limitar sua origem por raões de economia, à dispua de expres o fr fracesa acesa Disputa surda sob a autoridade de um Polizer em um discurso to hante quano incisivo Bem depressa, Freud foi acusado de er permanecido prisioneiro da ideo ogia dominane de sua época e de ter assujeitado a psicanálise, tano em sua ca quano em suas elucidações eóricas, a um universo de relações sociais gues, levando, por isso mesmo, a psicanálise a engordar a fileira das "ideo s reacionáras (86. Polier denunca ese prncpio nos segues termos: "A ideologia da burguesia não teria sido completa se não tivesse encontrado sua mística. Depois de muito tatear, parece tê-la encontrado agora: na vida interior da 85. J. Laca L'instance d la letre ans inconscient, in Ecits", op c p 17 desenvolvido em Esquisses Psychanaytiques n2 5 Prv Prver eraa de 19 1 986 - p. 49/68 49/68.. • Este tem foi desenvolvido 86 La psychanalyse, idologie éactionaie é o título de um céebe atigo publicado em junho de 1949 em "L
nouvelle ciique, n 7, 1949.
A-Cientifcidade d Picnálie 61
psicologia A vida interior convém perfeitamente a esse objetivo Sua essência é a mesma de nossa civilização, a saber, a bstração: não implica senão a vida e o homem em geral" (87)
O que equivale a dizer, coo formula Scalabrino(88), que "a hipótese do nconsciente repousa na ausência de ua crítica da ideologia burguea", o por quê,, no máximo, quê máximo, do caáter caáter idealista da d a psicanál psicanálise ise denunc denunciado iado por Politzer Politz er A primeira conclusão importante desta análise é que os psicanalistas estão realmente errados em acreditar que a psicanálise e o inconsciente são inseparáveis Não pode ser assim, pois a inspiração undamental da psicanálise é precisamente a orientação para o concreto, enquanto que o inconsciente é inseparável dos procedimentos constitutivos da psicologia abstrata" (89)
A psicanálise cai assim no descrédito geral da "tendência idealista reacio nária, muito difundida a ciência psicológica burguesa atualmente a serviço do imperialismo que utiliza esse ensino' com o objetivo de justificar, de desenvol ver as tendências instintuais mais baixas e mais repulsivas" (90). Após ter insistido sobre o caráter renovador dessa "ciência jovem e aerta" Politzer não cessará de convidar para que seja ultrapassada: "Todo o undamento teórico da psicanálise deve ser reeito(91) A psicanálise é apenas um começo, é prisamente apenas um começo e é necessário, agora que tudo está esclarecido, prosseguir as pesquisas colocandose em um novo ponto de vista" (92). "Os atos tocados pela psicanálise devem ser retomados para serem compreendidos corretamente" (93)
E Politzer profetiza o "fim da psicanálise(94) "É provável que hoe a psicanálise sora um destino análogo ao da renologia e do
hipnotismo Como eles, ela á á pertence pertence ao passado" (9 (95) 5)
Por um cruel golpe do destino, Politzer chegará a denunciar a psicaálise coo instrumento ideológco favorável à barbárie do nazi-fasciso(96), do qual ele próprio pró prio será ua das infelizes vítimas. vítimas. Além do denegriento ideológico, aém das acusações profétcas de prin cípio, é preciso poder distinguir em torno de que argumentos fundamentais se apóia essa condenação. A idéia diretora, que parece alimentar e sustentar essa diatribe, consiste em ver na psicaálise ua "concepção idealista das relações desndements de In psycwogie, op cit 87 G. Politze Critqe desndements 88. C alabino Le discours marxiste sur la psycanalyse in "Onica? Anaytca" n 11, 978, p 46 89 G. Politze Critique des fondements de la psycwlogie, op ct p 91 90 Extaído do Dictionnaire abgé de philosophie citado po C. Scalabino op ct p 47 9 G. Poltze Ecrits, Pars Edt. Soces 1969 p 12. dess ndements de l a psycwlog psycwlogie, ie, op cit p 262. 92 G. Politze Critique de 93 G Politze Ecrits,I, op cit p 302 94 G Poitze L jn de la psychanalyse, in Ecits li, op ct p 28-302 95 Ibid. p 302 96 Ibd p. 29 294295 4295 62 fe/ Dor
indivíduo-sociedade como formulrm depois de Politzer, em 1949, oito ps uiatrs comunistas (97) Em seu texto sobre O fim da psicanálise, Politzer enun ciava que "Freud e seus discípulos jamais chegaram a uma clara compreensão das relções entre o indivíduo entre a lei psicológica psico lógica indidul e a lei históric 98) Uma outra manera de formular o problema indicando que a psicanálise procura explicar a hstória através da psicologia e não a psicologia través d história (99) Encontramos ess idéia desenvolvida de outro modo n mesma declaração da Nouvelle Critique: "Toda doutria doutria que tede a explicar as rela relaçõe çõess do d o idivíduo idivídu o e da d a sociedade sobre sobre a base de uma cocepção da 'atureza do idivduo isolado deforma de sada o setido do problema" (100). É exatamente em torno dessa idéa de que se vlid tese do "conservis
mo freudiano e daquilo que se atribui de mistificação ideológica u psicanálse que, segundo Poltzer enrqueceu ncontestavelmente o rsenl ideo gco da contra-revolução (101) De onde este eco, da declaração de 199, estinado a confundr a adversidade "Aida que algus psicaalistas possam pesar assim, acreditado siceramete no desiteresse do que deomiam sua ciêcia, ão é possível dissociar a psicanse do uso político que dela é feito e que algus estão dispostos a repudiar, qualiica do-a de falsificação" (102).
Considerando, todvi, o caráter incisivo dessa declaração, conhece-se o preço da "revisão, em vgor desde os anos cinqüenta no pensamento mrxis ue teve de ser pgo n maneira de reformular certs questões cruciis de bse "A tomada de cosciêcia, o decorrer dos últimos quize aos, de um certo úmero de descohecmetos descohecmetos e de deformações do marxismo que, em muitos caso casos, s, tiham alterado ossas aálises teóricas dos aos ciqüeta, e em particular a tedêcia a uma subestimação esquemática da complexidade das relações qu podem existir etre trabalhos ao meos parcialmete cietíficos e as fuções d mistificação ideológica que preechem, mesmo que seja sem saber" (103)
Tendo esses retoqu retoques es teóricos teórico s permitido pr preend eender er como é di diíci ícill esc escla la r a dialétic das relações entre ciênci e ideologia não deixaram de repercutr o vel do debate: "psicanlise/mrxismo. E a uestão manifestou-se sob u fora ue se ueria nova: 97 Cf L psychanalyse, idéologie réactionnaire, i "La nouv nouvee ee critiue" critiue" juo de 949 98. G. Poitze, Escrits I, op ct p 293 a psychanalyse, idéologie réactionnaire, op ci p 67 00. to Ibid tOl G Poitzr Ecrits l op cit p 280 102 G. Poiter, La psychanalye, déologie réactionnaire, op. cit., p. 61. 103. L. Se Psychanalse et maéialisme historique, in "Pour une crtiue marxiste de a théore
nayique" Pri Edt cile, 1973, p 201-202.
A-Cintijcidade a Psinálise 63
Nos debates de idéias conemporâneas o probema que abordamos colocase então na maioria das vezes sob a forma de um diema polêmco: psicanálise ou maeriasmo hsórco? Marx é cego ao desejo dz um ogo as próprias razes do homem. Freud ignora a dialética das relações sociais diz ouro ora é a base de quaquer fao humano. E as enaivas de conciiação entre entre marxismo marxismo e psicanálise freqüenemene denunciadas como suspeias aé mesmo francamene fraudulentas pelos pscanalsas ou peos marxistas não fazem senão complcar sem movo o problema em sua base muio claro que se trata de responder qua é exaamene a relação entre a ciência do inconsciene que a psicanáise pretende fundar e a cênca das reações socias da qua o maerialsmo apresenase como base? E qua é sua posição respectiva respectiva no campo de conjunto das cências do homem? homem? (1 (105) 05)
Reformulado o problema deste modo, poder-se-ia esperar ver surgirem, sob uma forma mais agradável, por falta de soluções radicais, ao menos algumas novas elucdações que o sectarsmo dos anos cinqüenta não permtia. Parece entretanto que nada dsso aconteceu, vsto que a "revsão da questão concorre sempree para enfeudar sempr enfeudar os limtes do freudsmo freuds mo ao ascenden ascendenee do materalsmo materals mo stórco stórco.. Atravs Atrav s de uma u ma dissertação que qu e interpelará temas tão fundamentais fundamentais quanto "Pscanálse, "Pscanál se, indvíd indvíduo uo e históra históra (10 (106), 6), " Presença de uma lusão: lus ão: a natureza humana(107), o argumento leva nevtavelmente aos Limites de Freud(108) Impressionado por Impressionado po r agumas anaogias entre os fenômeno fenômenoss neuróicos neuróicos a ass como os compreenda e diversos comporamenos socias ( . .) Freud concuiu ue a psicanálse podia não somene intervir eficazmene no campo de conjuno das ciências do homem, mas a desempenhar o papel explcaivo prncpa. Mas isso equvae a admr implcitamene o posulado decisivo de que o psquismo individual pode ser tomado por forma universa de referência, por base real de odos os fatos humanos. De onde aravés de uma cadeia de postulados obrigatórios uma psicologização da sociedade, uma bioogização do psiqusmo, uma naturalzação do homem que terminam nesa quadraura do círculo aás banal dar cona da hisória em ermos essenciamente não hsóricos de uma eora da natureza humana ( . . .) . Quaquer que possa ser o valor da psicanálise no nerior de seus próprios lmes uma coisa aparece desde já como cera é que esses limites passam compleamene fora do campo da hisóra e das realidades sociais a ela perencentes" 109).
A análse não é evdente senão na medda em que se leve em conta pres supostos doutrinais que uma tal concusão requer acerca da pscanáise. E ver dade que, a partr do conjunto das suposções mplíctas que parecem sustentar o níco ao fm esse apaado da questão, não se pode deixar de enontrar esta vdênca trval que Poltzer já enuncava A psicologia de modo agum detem o segredo' dos faos humanos, simplesmene porque esse segredo' não é de ordem psicológica" (110). 104 bid., p 202 105 bid., p. 206. 1 bid., p 208-218. 07 bid, p 218230 08. Ii. p 230237 L Sve, Pshnlyse t matérialsme hstorque,p. cit p 23023 110 G. Polizer Ecrts p it p 170
64 Joi Dor Dor
Evidência que ressoa muito ingenuamente n seguin seguinte te interrogaçã interrogaçã contemporânea: S o segredo dos fatos psicológicos não é de ordem psicológca, de que ordem é então? S a psicanáse não pode absolutamente revndcar um papel expicativo centra nas cêncas do homem, que outra ciênca, se houver houve r uma uma pode pretende pretenderr a sso? E e que posção encontra-se, em reação a ela, a pscanálse? (11
E a magia dialética opera pelas vias sutis que lhe são familires na dimen são do "psiquismo humano" e da "excentração social"(112), chamando, em socorro, a s sexta exta tese sobre Feuerbach": A essência humana não é uma abstração inerente aos ndvíduos tomados à parte Em sua readade, é o conunto das relações sociais(113)".
Baseado no quê o argumento leva a fortalecer a judiciosa idéia de uma "ciência da base, base da ciência"(114), no fundamento da estrutura que suben tende o campo ds ciências do homem Dizíamos que o materasmo hstórco forneceu a teora cientfica dessa estrutura porque permtu, enfim, que se pensasse de modo coerente e de acordo com o conunto dos fatos conhecdos, as relações entre as duas espécies de aspectos dos fatoss humanos os fato os aspectos aspectos socas e os aspectos aspectos indvduas indvduas entre as as ciêncis correspondentes portanto As cências das relações socias upam o centro do campo e sto não somente em vrtude de um julgamento de vaor' improváve sobre a mportânca relatva' da sedade' e do ndvíduo', mas porque sendo as cêncas da base dos fatos humanos são necessariamente as ciências humanas d base. Isto vale antes de mas nada para a economa política no sentido ampo que Marx lhe deu, isto é, enquanto cênca das reações socas determnndo em últ relações ões de produção e de troca troca (1 (115 15)) nstânci as relaç
Da "ciência de bse" à psicanálise, o obstáculo está vivamente superado, de modo que "a perda de toque de uma atitude autenticamente materialista no erreno das ciências do homem é o recohecimento, na prática científica efe �iva do papel de ba base se da economia política no no sentido nteriorme nteriormente nte citado citado ( .) E ao esmo tempo, o recohecimento do fato de que as ciências do indivíduo e do iquismo desenvolvidos articulam-se, quanto em posição secundária sobre as ciência s relações sociais da história na medida em que a individualidade e a vida síquica desenvolvidas, desenvolvidas, longe lo nge de ser serem em dados dad os primeiros ou independentes, independentes, prouzemse na história sobre sobre a base das relações sociais" (116 (116).). Neste ponto da demonstração, resta então ustificr mais mplamente o ssueiamento necessrio d anropologia psicanalítica à ntropologia marxista É cerc disso mesmo que inerviá peç mestra do argumento que vem unir 111 11 113 11 11 11
L Sv Psychanalyse et matérialsme hstorique op. cit., p 25. lbd. p. 27-245 Feuerbach. ach. K Mrx,Siime thse sur Feuerb sychan chanalyse alyse et matérialis matérialisme me hstorique, op cit. p. 245. L Sve, sy bd p. 246 lbid., p. 247-248 (o gifo é meu).
A-Cimtifcidd da Psicanálie 65
o destino da psicanálise ao do materialismo histórico no caso da dupla especi ficidade da hstória individual" (117) Com a condição expressa de aceitar que a personalidade não é o prolon gamento social social da individual individualidade idade biológic biológica, a, ma mass uma formação social que qu e vem de fora e de acordo com sua lógica própria, investir a individualidade biológi ca" (118), torna-se então possível pensa pensa que "o estudo psicológico das estrutu rações infantis deve apoiar-se aplamente na análise das realidaes sociais extraeconômicas" (119). A implicação imediata dessa habilidade dialética vem não somente defen der a "mistificação ideológica", recentemente imputada à psicanálise, mas tam bém legitima a integração lógica da "ciência analítica" no vasto seio o materia lismo histórico S a psic psicaná anáise ise dev devee ser a ciên ciênci ciaa o uma das ciênci ciências as da estrut estrutraçã ração o originária da personalidade umana isto é das formações iniciais de transformação da centralização biolgica em descentralização social induzidas no curso da biografia infantil para um conunto espfico de relações sociais e com a condição evi dentemen dent emente te de que qu e se apóie apói e em ma concepção correta dessas relações, relaçõ es, não há h á nada a que não concorde com o materialismo istórico e que não se integre logicamente na estrutração geral do campo das ciências do homem que deine" (20).
marxista engloba a atropologa À questão inicial levantada a antropologia marxista freudiana ou vice-versa?, o aterialismo histórico pode, a partir de agora, con cluir sem ambigüidade No que concerne à questão geral das relações entre psicanálise e aterialismo histórico consideramos no que nos diz respeito perfeitamente estabelecida a seguinte conclsão: ainda que a psicanálise estea em condições de desempenhar como qeria Freud o pape explicativo principal em matéria de atos humanos é o materalsmo hstórico que encerra a verdade sobre a esttra de conjuno o campo das cêncas do homem centrado nas ciências das relações sociais e, primeiamente na economia política em sa acepção marxista isto é na ciência das relaões de pro dão e de troca, nclu sem nenhuma dúvda a colocação de que a pscanálse se propõe a nvesir cienticamente, mas em posço duplamente subordna da já qe s pode aceder a isso apenas a partir do conheciento das relações sociais elas próprias derivadas das relações undamentais 12)
Visto que em um terreno tão fundamental é sempre preferível explicarse de duas maneiras, ao invés de uma só, retenhamos, uma vez mais, o augúrio da ciência a stória naquilo que professa das vias de acesso à ciência verdaeira: Max
ulto' portanto nada do todo pondo a descoberto a dierena capital qe exe ee o individual e o histórico e atribindolhes sa verdadera r ela ção; bem ao 7 118 119 20 21
não
Ibid p. 252 gí. Ibid, p 2. Ibid., p 255 L SvPsychanalyse et matéralisme hstorque, op. cit, p 255. Ibid, p. 26 (o grifo é meu)
6 6 Jotl Dor
contrário, fundou a ciência da história na própria medida em que desenvolve a primeira crítica radical de sua psicologização humanista Ora, a história é, pra todas as ciências do homem, a ciência piloto, visto que a transformação do natural em histórico é o segredo da honização É por isto que qualquer disciplina psico lógica que, sob o pretexto de que se ocupa eletivaente do indivíduo, até do originário na via do indivíduo, achasse possível ignorar para si mesma tudo o que resulta do materialismo histórico, interditarseia, deste modo, o acesso à ciência verdadeira" (122)
Porder-seia supor o debate encerrado no momento dessa vasta e brilhante síntese dialética; a palavra final sendo que, seja como for "o marxismo perma nece fiel à sua inspiração essencial, que é crítica e revolucionária (123). E no entanto, um dos marxistas mais autorizados, Henri Lefebvre julga ainda útl elevar a crítica à fileira da acusação. De invectvas sarcásticas a incriminações mordazes a psicanálise é novamente coberta de opróbio como na heróica época da "estreiteza sectária dos anos cinqüenta (124) "A mistificação do discurso psicanalítico continua a cobrir a degenerescência da sexualidade ( .) A mistificação psicanalítica permitiu aos piores conservadores incluindo marxistas, paraarxistas, pseudoarxistas condenar o sexo e, ao mesmo tempo, a sexualidade, reduzir o sexo à função reprodutora crescimento demo gráfico) e exaltar o trabalho contra o sexo O ascetismo do trabalho que permite ao Estado socialista antecipar um sobreproduto enorme se justifica Assim se encerra ua série de ficções e de ilusões remetendo uas às outras" (25) .
E o comentarista nquieto interroga-se sobre o que incita Lefebvre a fundar "a desmedida desta acusação através da qual a psicanálise marca a Internacional a Reação Estatal Mundial (126): " A degenerescência da sexualidade'; O prodigioso desconhecimento do feminno por Freud e as escolas que recorrem à sua obra A apologia dissimulada da pulsão de morte, morte, da redução redu ção da d a vida vid a à oposição Eros/Tanatos Eros/Tanato s enf enfim, im, o esquecimento esquecimento,, pelos psicanalistas, em nome da liberdade sexual, da vontade de poder (libio domnand)" (127).
Portanto, não oi comprovada completamente uma articulação fácil da psi aáise à "ciência marxista das estruturas histórico-sociais da individalida (28) Ao contrio parece manifesto que a questão sempre tropeça na pro mática indivíduosocidad nest ponto, apelemos, uma vez mais, para ma pstaão signiicativa on a corontaão "maxismopsicanálalise, ori aos o msmo mantnio, concluiseá pela mesma aporia 1. lbd. p. 262-263 1 lbd. p. 268 124. lbd p. 202 1 H Lefebvre De l'Etat I L'Etat dans le monde moderne. Paris U. G E., 1976 p. 138-139 126 C Sbrino, L discours marxste sur la psyanalyse op ci, p. 37 127. Arumenos de H. Lefebvre redos por C Sbrino op. cit. p. 37. Sv,Marxsm et psyhanalyse n L nouvee critique" ng 37, outubro de 1970, p 23
A-Cientifcidade da Psicanálise
67
Apesar da alegação que visa ultrapassar a recusa violenta formulada vinte e um anos antes, nas colunas da mesma revista, o confronto tropeçará em uma iiculdade similar, enquanto que se propunha a conjurar sua esterilidade (19) Um poblema se levanta: o de uma espéce de exame epstemológco da pscaná lse a pat do materalsmo hstórco Oa para bem especfcálo é pecso evtar de se pergunta se uma teoa engoba a outa, se é a antopologa marxista que engloba a pscanálse ou se é o nverso" 30).
E C Clément precisa "Ceo que se mantém eoneamente a déa de que se pode encaxar as duas doutnas uma na outra ao passo que, na ealdade o encadeamento goroso ente a cênca masta e a cênca feudana deve ser ostruído: não ser deduzido das pemssas já estentes (3)
A distinção "construi/ " construi/ deduzir é das da s mais interessantes Poderia fazer supor que, enfim, vai se encontrar contornado o obstáculo que consiste empôr em concorrência concorrência duas antropologias e, deste modo, mais mai s ou o u meno menoss entabular entabular um diálogo de surdos 132 132 Ainda convém que essa es sa "construção não se efetue por intermédio de expeie_tes teóricos, habilmente organizados a partir de alguma dedução impícita. E, entretanto, exatamente no caminho dessa repetição que se estabelece a negociata Cabe ao psicanalista lembrar que se interessa pelo indivíduo enqunto esse indivíduo permanece o produto indissociável de uma família (133) Ao marxista, disso deduzir, ipso facto, que, como tal, o indivíduo é então irredutivelmente solidário das relações sociais: As reações nraamares ocupam um ugar decsivo mas sbordnado na medda em que o modo de oganzação a estrutura hstóca conceta da famla são determnados em últma nstânca pelas elações socas de que é feta cada socedade que também detemna não sem múltplas medações) a foma que toma esta nsttução formadoa e educadora que é a famíla ) O ndvíduo é portanto o d as elações socas ntemedadas pela fa fa a; famíla cuja poduto do conjunto das estrutua não depende nem do determinsmo bológco nem do abto dos pas, mas depende da le que ege as relações socas de conjunto" 134). .
Eis, portanto restituída, a "dupla especificidade da história individual que Seve evocava E o mxista corroora essa especificidade randindo as anises 129 Cf Table Table ronde (Mesa redonda) organizada por "La "L a nouvelle critique sobre o tema "Maxisme et psychanalyse, reunindo: A. Casanova, C Clément, B Muldworf, L Sve, S. Leclaire e A. Green in "La nouvele critiue n out 190 pp 23-24. 10 B Muldworf, Marisme et psycha psychanalyse nalyse,, p 26 3 Cf C Clément, Ibid, p 26. 32. B Mu Mudworf dworf,, Ibid Ibid,, p25 33. A Gree Green, n, bid, p 26 3, Cf A Caanova, Caanova, bid op cit p 27
68 Jaet Dar
da etnologia social que estipula "as consideráveis diferenças na estrutura das relações familiares de acordo com as classes sociais (135). Cabe ao psicanalista "ent " entender ender logo, além a lém dessa de ssa justificção, justificção, a contestação contestação implcita que alguns discutem quanto à universalidade do Edipo, e encadear precisando que, "quando faamos de estrutura edipiaa, este é um determinante primário que é a relação com os genitores O que quer que se faça, até o presente, todo indivíduo nasce com dois pais, um de seu sexo, outro de sexo diferente. Eis uma estrutura que não pode mudar de modo algum Isto posto, pode-se faer com que variem os papéis papé is,, as funçõ funções, es, os contextos históricos, mas neste triângulo não poderão variar as reações sexua das, isto é, os determinantes primários (136. Cad a ve pior Cada pior,, o confronto esgota-se esgota-se através através de questões tão diversas quan to a exclusão do sexo na ciência marxista, a definição do trabalho como procsso resultante do gozo proibido ou como apropriação das forças de produço a necessidade de artcular as leis na relação que mantm com a forclusão do gozo e o conjunto em conformidade. Sobre a base desses esforços "construtivos, pode-se espera espera apenas por ver advi o que, de qualquer jeito, já estava de antemão "deduzido: Assim, o marxsta deve integrar no começo Assim, começo do d o materaismo histórco histórc o os dados da pscanáse após um xne epistemológco séro de suas noções e onceto à luz de no losofa matralsta daéta. Isto me parece mas justo como procedimento do ue esta déia de uma artculação da psicanálse e do 'marxsmo, artculação puamente ideoógca já que reaciona duas probemátcas de conteúdos heterogêneos e assimétricos. () Ora, para nós é a transformação das relações sociais que é a chave da história dos homens, bem como a do indiíduo" (137)
Retenhamos, imediatamente, para exame, duas expressões que parecem das mais significativas, seja: "integrar de um lado; de outro, a fórmula exame pistemológico sério de suas noções e conceitos à lu de nossa filosofia materia ista dialética. Tem-se a toda a medida da intenção sub-repticiamente alimen da pela filosofia dialética acerca da psicanálise Em primeiro lugar, a idéia de ma "captura da psicanálise pela filosofia está implcita visto que se trata tamente parar esta segunda de ntegrar a primeira Em segundo, o projeto de m "exame epistemológico estipulado nas condições ateriormente referidas é ma indicação preciosa sobre a naturea subversiva do processo teórico engajado Já se pode p ode pergunta pergunta,, em que condi condições ções um tal exame exa me deve ser conduido? conduido? Pd-se também questiona a desnaturação inevitável que deve sofrer a psicaná5 bid p 27 6 A. Gree ibd, p 27. Tee de ouro modo forled por um obervção reee de G Rola R olato: to: A evoução evoução tul em direção à idfereição do homem e d mulher, quto à e, ão deria fazer deaparecer a erioridde d euur ptern om odção de eorr us egaçõe tua em outr orm oi de utoridde" Le pre dans /e systne géra e la ano'a "Pyhaye à l'Uiverité" tomo V 18 mrço de 1980 p. 27. Muldworf rf Maxisne et psychanalyse, op it. p 33 (o grifo é meu) 137. B Muldwo -
A-Centfcdade da Pscanálise 69
lise para a se encontrar convocada? O que equivale, em outros termos, a supor a filosofia materialista dialética em uma posição metalingüística em relação à psicanálise, com tudo o que uma tal posição implica de uma referência necessá ia à instância da Verdade, estando admitido o objetivo epistemológico do pro cedimento. Se agora articularmos a preocuação de "integração ("deve integrar) àquela do "exame "e xame epistemológico, encon encontrarem traremos, os, sob uma fgura f gura eminentemente eminentemente ma nifesta, o esquema ao qual estamos habituados em que um corpo de teoria autorizarse-ia a sancionar e estipular o que deve ser um corpo de conhecimento para estar legamente habilitado, n caso de uma verdade, para participar da ordem do conhecimento legítimo. E ao prejulgar tal auoridade discriminatória que essa filosofia dialética pode enunciar que Quaquer disciplina psicoógica que, sob o petexto de de que se ocupa eetivamente do indivíduo até do imaginário da vida do indiduo aceditasse possíve igoa paa si mesma tudo o que esulta do mateialismo hisóico intedita-seia assim o acesso à ciência vedadeia" (138).
Em outras palavras, isto equivale a autorizar as seguintes teses: 1) A filosofia dialética, dialética, enquanto depos depositária itária da da verdade, desdobra-se nece neces s sariamente em um corpo de teoria do conhecimento. 2) Como tal, está portanto habilitada a estabelecer sob que condições o conhecimeno verdadeiro pode advir. Por conseguinte, duas hipóteses devem ser retidas a) A psicanálise aceita fazer sua autocrítica e, mbuída de suas contradi ções, sofrerá todas concessões necessárias e suficienes para encontrar daqui por diante, uma expressão adequad adequadaa na filosofia materialista dialética. "Reintegraá então o sentido que lhe prescreve a Via Real que conduz à "ciência verdadeira (isto é, em seu grande prejuízo) aquela que não leva mais ao inconsciente b) Ou a psicanálise reprova esse "exame de consciência, insiste em não "revisar suas posições e, em virtude dessa revolta, deve esperar tornar-se ana temática e engordar a fileira das ideologias reacionárias que provêm "o arsenal ideológico da contra-revolução (139) Para tentar compreender em torno de que malentendido originase esse processo lamentável, é necessário esforçar-se previamente para determinar os pressupostos fundamentais que a filosofia dialética nutre em sua interpretação da psicanálise Esses pressupostos são de duas ordens que é importante não confundir. Uns referem-se à própria filosofia dialética, ao passo que outros con cernem mais explicitamente à psicanáise. Examinemos os primeiros Ratificar, como tal, a posição de "crtica epise mológica moló gica, , que essa filos filosofia ofia desenvo desenvolve lve em relação relação à psicanáis psicanáisee como faz aliás com outras disciplinas , supõe que se aceite considera o materialismo histórico, não somente como o mais geral dos sistemas antropológicos, mas também, porque se quer precisamente o mais geral, como o mais aconselhado 138 L. Sve, Psy Psychanal chanalyse yse et maéalsme ma éalsme hisoique. his oique. op ct. p 263. 139 G Polizer Ecrs l op i. p 20 70 Joi Dor
em virtude de sua consistência (140) e de sua autoridade próprias em pressentir a validade dos diversos diversos corpos corp os de conhecimento conhecimento e concluir por sua homologação O que atribui esse procedimento ao teor de um pressuposto e o condena, por isso mesmo, a uma habilitação hipotética deve-se ao fato de que essa auto ridade" e essa consistência" já são, quanto a elas, perfeitamente problemáticas Isso ao menos enquato não for provado que uma Filosofia da história", que se autorizasse ela mesma na qualidade da Ciência", encontrar-se-ia de uma só vez fortaecida em razão desta garantia científica, a ser necessariamente acolhida como tal e, por essa razão, acreditada a oficiar secundariamente no caso de uma Teoria do Conhecimento capaz de ordenar o saber dos fatos humanos estabelecendo as condições legítimas de suas explicitações. Se tivermos como certo esse pressu posto implícito, elevaremos à fileira de demonstração" científica o que pertence apenas à ordem da interpretação filosófica. Esta colusão não adquire sentido senão enquanto a filosofia dialética precisamente por ser somente ma filosofia não quiser quiser abdi abdicar car da posiç posição ão gnosiológica gnosiológic a que que defi define ne por excelência seu princíp princípio io No que concerne, agora, mis especialmente à psicanlise, a dimensão dos pressupostos não é menos desconcertante O pressuposto h umansa, que é um dentre eles, apresenta-se incontestavelmente como o mais determinante. Se ea minarmos a pedra de toque em torno da qual o materialismo histórico interpela regularmente regu larmente a psicálise, isto is to é, a oposiç op osição ão indivíduo/ sociedade", não se pode deixar de perceber em que esse obstáculo é em si mesmo sobredetermina do E o é tanto mais quanto tira freqüentemente proveito da complacência tcita do psicanalista, o qul, prticularmente preocupado em observar a neutrlidade que cohecemos, deixase perfeitamente enganar para não faltar à sua regra Brndindo essa provocação antinômica, o materialismo histórico facilmente ator menta o psicanalista visto que este, interrogado em suas últimas defesas sobre o sentido social e político de sua neutralidade, já tem muito a fazer para se livrar desta desconfortável situação que o obriga, em primeiro lug, a se ustificar Por meio da incerteza ocasionada por essa diversão dialética, pode então insinuar-se sub-repticiamente sub-repti ciamente o presuposto humanista. De fato, a controvérsia indivíduo/ sociedade" é apenas um chamariz destinado, como a rvore que esconde a loresta, a suscitar uma cegueira ideológica suficientemente oportuna para favo recer a introdução cldestina de um argumento perverso a respeito da psican ise, o qual lhe retornr retornráá sob forma de acusaç acusação, ão, ou o u seja, a denúncia do "primado " primado do indivíduo sobre o coletivo: Pois o primado do indivíduo sobre as relações sociais, a designação do deseo à fileira de infra-esruura não são apenas idéias inenes do esprito eórico, são emas ideoógicos ideoógicos cujo cujo senido poíico, o senido de casse, é irrecusáve: irrecusá ve: resaurar conra a ciência marxisa da lua de classes, o velho pono do homem iso é do indivíduo urguês e reduzir os esforços desse homem' às dimensões de uma revoluçã que não revouciona nada de essencia" (14).
ssa declaração desconhece particularmente a importação fecunda das hi teses estruturalistas no campo da psicanálise e o que elas originaram de 10 C Conistência onistência aqu no sentido qe o em matemática e em lógica lógica isto é, é, "não-contraditóri" Psy!Janalye ct c t ma maérili ériliee hioique hioique,, o p . cit. 4 L. Sve Psy cit. . 268
A-Cntfcidae a Psamíle
71
novação m suas elaborações teóricas; muito especialmente no que diz respeito sujeito com a condição, todavia, como convida Laplanche (42), de procurar apreciar melhor, hoje, a incidência exata das virtudes operatórias do estruturalismo diante da psicanálise Se a categoria de indivíduo tornasse, a rigor, crvel a invectiva acusadora a respeito da psicanálise, a categoria de sujeíto no sentido que adquire a partir d agora no corpus analítico, torna, no mínimo, caducos e ultrapassados o sentido e o alcance dessa acusação. E, nesta circunstância, pareceme salutar lembrar sta encorajadora reflexão de M Foucault: "A todos aquees que anda querem falar do homem, de seu reno ou de sua lberação, a todos aqueles que anda fazem pergunas sobre o que é o omem em sua essênca a todos aquees que querem dele parir para er acesso à verdade, a odas essas ormas de reexões gauces' ou deformadas, não se pode opor senão um rso flosófco flosófco - so é, de um um certo certo modo modo,, slencoso (143 (1 43))
Riso tanto mais justificado quando se cohce a contenda que opera no próprio seio do materialismo histórico entre o humanismo científico que de fnde Seve e o antihumanismo teórico de um certo Althusser althusseriana: ana: À tese althusseri Uma poca marxsa da deologa humansa so é uma aude políca em reação ao umansmo ( . .) só é portanto possvel com a condção absoluta de ser fundadaa sobre fundad sobre a flosofa marxsta cu cujo jo anhumansmo anhumansmo é a condção préva (1 (144 44).).
ucien Seve oporá uma visão diferente Além da crítica radical umanismo especulativo' o marxismo maduro funda assim um humanismo cientco pelo próprio mvimento teórico que subs titui a socialismo utópico o socialiso cintco. E isto que q ue desconhece inteiramente a redução antih antihumanist umanistaa do marxism marxismoo recusando a problemática do homem e do humanismo enuanto que Marx permite justamente alçála, enfim, ao nível científico, ela empobrece fantastica mente e desnatura o materialismo histórico reduzindo apenas à dimensão da racionalidade econômica, o sentido humano da história (145) Volta à questão sujeito é insistir no que a psicanálise nele especifica de profundamente contraditório ao que o materialismo histórico esforçase para qurer significar invocandoo sob o termo genérico de indivíduo. Esse desconhecimnto, quer seja simulado ou de fato, novamente desempeha o papel de ressuosto Se a dimensão mais fundament sujeito, a saber sua divisã, é ngada ou ocultada, então encontrase ao mesmo tempo anulada a necssidade d tr que dar conta do efito de descentralização" que procede dessa divisão; J. Laplance Le sructuralisme deant la psychanalyse n Pschanayse à I'Uniersté" omo IV, n� 5 p. 523528 3 M Focaut Les mots et les choses, Pars Galmard 1966, p. 353-354 L Althsse Pou Marx, Pais Maspéro 968 p. 237. 145. L. Sve in "L pnée fev 1970, p 47
72 foi/ Dor
descentralização pea qua o sujeito se subtrai precisamente, precisamente, até mesmo se opõe, ao conjunto dos predicados que definem adequadamente o indivíduo Em outros termos, visto que a categoria de indivíduo não se refere à divisão do sujeito, e à descentralização que essa divisão impõe, não pode ser tida por uma então o materiaismo histórico em flag flagrante rante categoria categor ia psicológica". psicológica" . Surpreendese então delito de cousão entre Psicoogia e Psicanálise; colusão que constitui, aliás, um outro pressuposto indispensáve ao desenvovimento de seu argumento na perspectiva de uma integração da psicanáise à ciência dialética Esses dois pressupostos reunidos introduzem, por sua vez, a dmensão de um terceiro Estando negigenciada, a "divisão do sujeito" encontrase então im picitamente negada a originaidade princeps do status da teoria anaítica que essa divisão leva a impor. O materialismo histórico está então em condições de formuar um terceiro pressuposto a partir do instante em que considera a psica nálise como uma ciência do indivíduo, integrável como ta, tanto por eu status quant quantoo por po r seu projeto, ao corpo das cências human humanas. as. Assi Assimia miação ção no mínimo perniciosa, considerando-se que, além de sujeio e indivíduo não serem insubstituíveis, longe está de se provar que a psicanálise é uma ciência, tanto hoje, quanto que se tornará uma no futuro O que interdita antes de tudo, se subsumir a psicanálise sob a ciência do ndivíduo, é que o indivíduo está próximo das aienações imaginárias que podem ser sucessivamente convocadas através do grupo dos representantes iusórios que são "O " O Ego; A Pessoa Pessoa "O Nome-Próprio etc etc . ou seja, seja, tantos agentes psicológicos que negam a "Spaltung. Daí o sentido da fórmula de G eleuze Dizer aguma agu ma cosa em seu s eu pópo nome nome é muito cuio cuioso, so, pos não é absolutamenabsolutamene no momento em que nos tomamos por um eu, uma pessoa ou um sujeio u faamos em nosso nome" (146). É
portanto totamente essencial examinar as conseqüências inaugurais que sutam da Spatung O que arruina o empreendimento das pressuposições do materiaismo histórico quando assimila a psicanálise à ciência do indivíduo ve-se menos ao equívoco engendrado pela conjunção conjunção de ciênci c iência a e indiví uo, do que ao equívoco que tal fórmua supõe O que visa a psicanálise não é indivíduo, mas antes de tudo o sujeito, com tudo o que isto requer de desvio maginário e de iusão que vêm, ao invés da fantasia, subverter o sujeito em sua ópria subjetividade La onde eu estou, eu não me conheço, lá onde eu não ou, é o inconsciente; á onde eu estou é tão caro que me perco formulará n em seus Escritos para evocar evocar o verdad verdadeiro eiro sentido da revoução freudiana. já é por isso que a psicanáise dierencia-se radicamente de qualquer ncia dos fatos _humanos, ainda que seja a ciência de base e se mosre acitante a isso E também por isso que se separa definitivamente da Psico ia paa a qua um certo consenso dialético tinha interesse em suscitar a são E Roudinesco escarece perfeitamente esse ponto de vista da maneira segue: 146. G.
Deleuze, in "Tel que), 1-15 abril 1973
p.
18.
A-Cientfcdade da Psicanálise
73
"Assim o 'EU está sempre no futuro anterior, ee chega onde isso faa O inconsciente é um arcaísmo presente sem história nem origem O EU advém barrado descentrado) sem que o Ego substiua o Id A fórmua adaptadora da "tomada de consciência" ou da cura o Ego deve expusar o ID) designa uma entação das cências do homem tornandose efetiva sobre uma fiosofia da pessoa cogiativa cuja intenção é o "domínio" do inconsciente; o desaparecimento dese, sem cessar presumido pea psicoogia, funda de uma denegação toda teoria de um sujeio cenro e orgem dos conhecimentos" 147).
Ora, é claro que o "indivíduo evocado pelo materialismo histórco asse meha-se mais a esse sujeito, "centro e origem dos conhecimentos, do que asujeito-dividido como assinala E. Roudinesco: "Toda teoria da inerpeação dos indivduos em sujeios, para se consituir, não poderia desconhecer o empreendimento do ao anatico onde o sujeito é sempre apenas representado (por um significante para um ouro significane) a menos que assuma o risco de verse consituir perpeuamene no ugar em branco da fata a instância de um E da psicoogia" 148).
Essa precisão undamental mostra bem em que, interpelando a psicanálise enquanto "ciência do indivíduo, não se atinge de modo algum sua especiici dade que é mantida, no máximo, como uma invesigação que interrogaria um "sujeto centrado, um "Ego; é poranto rebaixada a uma "Psicologia Em outras palavras, a qualquer qualquer "ciência humana, ou, como diria Lacan, a qualquer "ideologia da supressão do sujeito dvisão do sujeio é geradora da "descen tralização desse sujeito, o que implica, correlatamente, o lugar necessariamente fantas�ático do ueitopleno, do ueitonã-dividido" em resumo, do "indiví duo E neste senido que E Roudinesco insistirá sobre a "descenralzação: "A prática da descenraização na eoria freudiana mostra que o centro é uma ciada para o sujeito cuas ciências do homem são seu objeo, ignorando que é imaginário O sujeito é desc descentraizado entraizado de sua posição de domínio, ao passo que a anropoogia consagrarheá sua razão de ser Ee é "dividido" diz Freud mas na medida em que não desapareça; ee faa e continua na fantasia sob a forma do EGO A descoberta do inconsciente permie significar essa divisão inaugura mosrando que a iusão do centro permanece e que é inerente à consiuição do sujeito humano Descentraizar é praticar o apso o trocadiho reconhecer o ugar da ciada O sueito é barrado e não ausene ee é fatante e não eerminado, pois é inerpeado no caso pea ideoogia) nos modos da fanasia" 9)
A noção de descentraliza ão é incrivelmente ecunda pelo papel princpal e é levada a desempehar. E m conceto maior que nenhuma reflexão coe rente sobre a psicanálise pode pupar, anda que osse "u exame epistemoló ico séro de sas noções e conceitos à lz de nossa ilosoia materialista dialét ca" (150) Se discrnrmos essa "descentralização, teremos os meios para sitar 147 E. Roudinesco nescoPou Pourr une politique de d e la l a psychanal psychanalys yse e Paris Maspéro, 1977, p 41 148 bid. p 42 19 bid p. 42-43. Marxisme xisme et psy psywnalyse wnalyse,, op cit. p 33. 50. B uldwrf, Mar 74 foi Dr
o lugar adequado do materialismo histórico em reação à psicanálise. Dito isto, é necessário ver bem que esse ugar é incontestavelmente incontestavelmente mais modesto e menos propício a servir as ambições antropológicas que alimenta "O conceito de descentalização, em seu rigor teórico, carrega a metáfora materia lista do impossível de um centro e, ao mesmo tempo, a ostentação sem fim de seu investimento pela ideologia. Dialetiza a relação entre a ilusão de uma teoria do conhecimento, insituindo um centro nas costas do sujeito, e a tendência inerente à subjetividade humana de recoecer um centro (151).
A fim de que nenhum mal-entendido subsista e venha reativar algumas veleidades dialticas, o autor dissuade a adversidade nestes termos: prátia da desentraizaço é radiamente estranha a quaquer tentatva de exentraço, na medida em que esa úlima concene a forma evolucionisa da expulsão da saída, da extração, os termos da origem, de centro e de aastamento, dan do-1hes uma garann tia de verd gara verdade ade his histórica tórica que exui sua su a dimenso dimenso imaginára ( ) A desentraizaço no se connde om o histório de uma extração progressiva que faria do sujeito o aúmulo de uma érie de fases. Introduz teoricamente ao lugar de um inconsciente irredutível a um modelo de subconsciência ou de traçado biológico, lá onde a excentração propõe, na continuidade, uma passagem transormada da concentração biológic à estruturação da pessoa e transorma o inconsciente no terreno terreno social ou no campo de uma subjetividade individual (152). "A
Ess e esclarecime Esse esclarecimento nto não suprfluo suprf luo Dá D á a medida exa exata ta da irredutibiidade da descentraização (e, atravs dela, a do sujeito-dividido e mais geralmente da psicanálise) a qualquer tentativa de alienação dialtica, ao mesmo tempo em que denuc den ucia ia em tor torno no de que anfibol anfibologia ogia a excen excentra tração ção pod podee se articuar articuar o esvio onde se engaja o materialismo histórico. E para encerrar a questão E Roudinesco confunde as análises de Seve "O conceito de descentralização avançado por Freud e retomado por acan estigmatiza a posição dividida do sujeito humano. Ela é incompatível com a noção proposta por L Seve de excentração, pela simples razão de que a excentração supõe sempre a garantia de um centro onde a descentralização vem signiicar sua ausên cia,, se cia seu u im impos possív sível el ( .) . A excentaçã excentação o é sempre, sempre, o que quer que diga, a negação pela psicologia do inconsciente freudiano, do desejo e da existência inaugual da civa gem (153)
Equivale a dizer com isso que a psicanálise verseia radicmente subtraí empreendimentos entos sóciopolíticos que qu e o materiali materialismo smo histórico se da à orem dos empreendim dá por missão essencia expicitar? Estari ela legitimamente dispensada de se contrar aí concernida? Absoutamente. E então possível determinar a natureza 5 E.
RoudinesoP une politique de la psychnalyse op it p 43. 152. Ibid, . 4344 (o grfo é meu) 153 bid nota p 4344 em referêca ao texto de L Seve Psychanalyse et matéralisme hstore, f ncpalmente Psychsm human t excentraton soiale . 237-252.
A-CJtdad da Ps 75
as relações sob as quais se encontraria associada? Pode-se, por outro lado finir as condiçes de formulação dessas relações? Certamente Mencionemos apenas alguns pontos de referência suscetíveis de indicar por falta de explica ções s�bstanciais algumas direções de pesquisas já exploradas com sucesso A primeira série de questões remeterei ao problema da ética" na acepç acepção ão em que E. Roudinsco define seu princípio: O discurso discurso do analista determi determinado nado por Lacan em oposição oposição ao discurso da práticaa ( . . ) Ele é discurso, pois cria vnculo social; como tal, inscrevese no lugar da luta poltica e ideológica (mesmo quando parece desconhecêla). É lugar de onde fala uma prática, de onde se elabora não uma politologia ou um discurso poltico, mas uma "éta. A ética não é uma moral militante encarregada de fazer o desejo passar nas redes de uma escola ou na dependência de uma teologia, ela é a polítia da scanálse Tem por papel definir as conições conições (sociais, teór teóricas icas,, ideológ ideológicas) icas) de uma prática (154
No ue concerne à análise das condições de enedamento da psicanáise com o materialismo histórico, referr-meei ao ponto de vista muito pertinente adotado e desenvolvido por M Tort (155) a partir da mediação da "psicanáise aplicada; ponto de vista que permite pôr em andamento uma estratégia episte mológica tão rica de ensinamentos quanto de promessas Para concluir esses aspectos fiosóficos da aienação da psicanise, farei minha esta interessante observação de Althusser sobre a especificidade do objeto anaítico Que a fiosofia aí perde suas balias e marcas, certamente! Já que estas singulares origens he tomam as únicas origens às quais presta homenagem de seu ser: Deus, a raão, a consciência, a história, a cultura Suspeitarseá que o objeto da psicaná lise possa ser especfico, e que a modalidade de sua matéria, como a especificidade de seus mecanismos" (para retomar um termo de Freud) sejam de uma ordem totalmente diferente que a matéia ou os mecanismos que o biólogo, o neurólogo, o antropólogo, o sociólogo, o psicólogo e o filósofo têm a conhecer Basta reconhecer essa especificidade, portanto a distinção de objeto que a fundamenta, para reconhecer à psicanálise um direito radical à especificidade de seus conceitos, ajustados à especificidade de seu objeto o inconsciente e seus efeitos (156)
14 E Roudinesco, Pour une politique politique de la psychanalyse, op cit., p. 47-48 1. M. To La psycanalyse dans le matéralsme historique, in Nouvelle evue de psychanalyse" n° 1, 970 p 14666. 16. L Athusser, Freud et Laan (a nouvelle critique n° 16162, dez/jan 964-65). Cf ambém n Position di. Sociaes Pais 976, p. 22223
76 foél Dor
A Psicanálise em Tutela: A Estratégia Filosófica da Enunciação do Verdadeiro Visto que divisão do sujeito é mscrd, subversão filosófic pode
vnçr" pr ienr psicnálise em um corpo de doutrins desenvolvids em outro ibi que o de esgotr su onte viv. Mnobr ilusóri já que sicnáise nunc está !elmente onde intenção iosóic oper pr subverter seu empreendimento E, de resto, o preço de um t cegueir que ess filosofi deve conceder este larvatus prdeo. Após peripécis epistemológics tão ilustres qunto decepcionntes qun o se trt de undr egitimidde do discurso ilosóico, e mis gerlmente s teoris do conhecimento, oderíos nos surpreender por encontrr ind gum especuldor que não hesit em reiterr um tenttiv de semelhnte nvergdur cerc do discurso psicnlítico O qu ceitri não-somente o esio lnçdo por ess questão frontndo-o, d preerênci, sob form cos umir que provoc utoride d rzão, ms tmbém limentri segurn d terlhe ddo um soução or esse meio. E ess tref tão temerári qunto perigos que concorreu um perfor mnce especutiv (1), pr qul um ptidário expriente já se comprzi em r sbimente sobre utoridde do debte berto por sse processo teórico mo o que i, em grnde rte, determinr reexão fiosóic e psicnlític s ez ou vinte próximos nos (2), té mesmo considerr ess performnce mo dquirid t o voteio inteectu zer surgir, mis tul do que nunc, questionmento osóico atir do desio ms rdic que lhe oi té go no, o desio sicntic e, mis articurmente, o desio nlítico c n (3. Este é extmnte, em einitivo o objetiv mior que govern ess rmance Em rsumo: um ressugênci e subversão d sicnáise pel si 1 Cf V. Descmbs
Linconscien magré /ui Paris Mínuí 1977. 2. J. L Tíaní, L'inconsien dans lénonciation in "Psychanalyse à l'Université", l'Université", tm II nQ 1 set 978 4 3 L Tristani, Linonscien dns lénonciaion, op ct p 713.
A-Cietijcidde d1 Pscanális
77
Apesar da intenção que não é verdadeiramente das mais originais, e aém da denegação denegação que queria que "os " os empreendimentos subversiv subversivos os de Freud acerca da fiosofia não tivessem inquietado muito os fiósofos" (4), resta que essa especulação reestabelece o pacto com a velha bruxa transcendenta Imortal demônio que não deixa, com seus tormentos, de secretamente torturar as inten ções filosóficas mais devotas e de desviálas em seu proveito a fim de que, ao longo de metamorfoses ad hoc, renasçam cada vez mais sedutoras. Então, como São Jorge, abatendo com a espada do idealismo alemão o monstro estruturalista agonizante, o filósofo aceita, alto e bom som, o "dessfio psicanalítico: "A enuciação do verdadeiro é possvel? Demonstrálo como eu tento equivale a tratar daquilo que se convecionou camar o inconscente. Se a enunciação do verdadero não é possível, não h nconcete (5) "O problema iicia de uma teoria da eunciação é o da verdade da eunciação que não é outra senão o probema do inoniete ( ) Portato, sustento isto: cabe à teora da eunciação determinar as odiçes nas quais é permitido aar de icons ciete 6). .
A psicanálise teria ainda, portanto, que se prodigaliz ascendências por intermédio de uma teoria da enunciação? Falta do quê, súdita infie e bastarda, deve esperar por receber a excomunhão filosófica " 'O discurso da psicaáise' se quer ser dscurso de ciêcia, o faa daquilo de
que di falar (o incosciente, o deseo; e se aa não é um discurso de ciência 7)
Um pressuposto tão sombrio nada previa de apaziguador, senão em favor da psicanálise, peo menos em relação às ondições de possibilidade da enunciação de seu discurso. Foi com essa finalidade que a jurisdição filosófica se pôs a empregar esta ousadia que consiste em formular, em intenção da psicanálise em perdição, as condições egtimas de sua própria enunciação. O discurso analtico tornase também consubstancia ao discurso filosófico: " O argumento coloca em jogo a idéia de uma teoria da eunciação. Fingido
igorar que uma ta teoria á o existe em algum ugar, questioeime pela via dedutiva em que condição ela seria possível Não me escapa que miha questão é evantada pela resposta dada por mais de um O que me importa não é mostrar aquele não aque aquees es etre etre outros outros que puderam ser miha estima por este ou aquele citados, citad os, de d e Aristóteles Aristóteles a Laca ma mass reconhec reconhecer er uma certa posição posição de discurso, discurso, um lugar de euciação marcate onde os enuciados produzidos têm a proprie dade de basearse a euciação e de ter por sueito do euciado todo sueito da euciação Ao pergutar se é possvel dier o verdadeiro, ão iz uma questão etre outras, mas a questão prévia prévia a todas as outras questões da teoria . . . Ess posiçã posição de d e dis discurs cursoo é tmbém quela em que se avnçará proposições sobre o incons-
ciente n medida e que esse termo seja tomado em um sentido defnido ( . .) Ms esse lugr lugr r d oso oso, , é verdade qe o coceito coceito de d e coete coete deve sr deiid deiido o a é o lug 4 Ibid. p. 713 5. V. Descombes, L'inconscent ma malg lgré ré lu, op ct, 8 6 Ibid p. 9 7 lbid. p 176
78 J Dor
dferença do sujeito do enuncado e do sujeto da enuncação e que essa diferença, por sua vez vez jamas jamas pode ser o objeto de uma proposção postva ou arbutva" (8).
Na medda em que em seu Epogo ele pretenda, retomando a acepção arstotélca do termo, "d as últmas mateladas" (9), sem dúvda para "calar a �oca" dos cétcos, esse procedmento especulatvo requer que se retome o curso E precso convr que o processo teórco aqu desenvolvdo pelo flósofo ntroduz m ponto de vsta dos mas orgnas na va da subversão da pscanálse, já que a nterpela em seu prncpo mas consttutvo a divisão divisão do sujeito. Com efeto, por menos que seja judcosamente apontada a "Spaltung", o "protetorado" flosóf co abdona medatamente as posções, em realdade, vulneráves de ocupante, qe observa na maora das vezes, para se conformar com as expectatvas mas sts que lhe abre o regstro da enuncação A arte do especulador desenvolve se então sob um aspecto até aqu nexplorado, até, é clao, que este novo ds curso flosófco" esteja exatamente na medda da ambção que almenta expr mr legtmamente à pscanálse. Para recetrar a questão aqu em jogo, retomemos prmeramente as artcu lações essencas da argumentação . Dsc Dscurso urso Analtco Analtco e Teor Teora a da Ennc Enncação ação O autor salenta, de sada, a ambgüdade aparente que parece exstr ao ível do própro termo "nconscente", tal como aparece no dscrso pscanaltco (0) O nconscente ntroduzra o à ordem de um "eu não quero saber" (11), ou à ordem de um dzvel (11), sto é, nessa segunda alternatva, ao "que o sujeto ão sabe dzer, o que dz ape apesar sar dele" (11) Evocando a ncúra dos teórcos que, até ntão, não souberam levantar essa ambgüdade, o autor enunca uma defnição rgna do nconscente referda ao "sujeto da enuncação" (12) que a dvsão do jto mpõe: "a tese do ncocente não tem sentdo senão relaconada ao sujeto a enncação; ele não sabe o q dz A tese do nconscente qualfca o sujeto a enncação" (12) Essa referênca tem efeto artcular a questão da legtmdade dsrso sobre o nconscente nconscente ao problema prévo de uma teora da enu enuncação ncação be à teora da enuncação detrmnr s condções nas quas é permtdo falar nconscente" (13) O qe equve a pergunt a que condções lmnares deve atfer uma teora da enuncação do verdadero (13) De onde a questão prn p e o cortejo de conseqüêncas que se encontrm a ela subordnadas: encação do vrdadero é possível? (13) m oas paavras, a egtmdad d scso analítco nconta-se assm nnt da sgt prblmta por estabeecer e justf os meos qs m lcutor qu corr r a ncação chega a formlar o que 8. V Descombes L'nconsdent malgré lui, op cit, p 161-162 (o grifo é meu) 9 lbid p 161 10 V coms Linconscient malgré li, op. cit cit p 90 1 lbid, p . 14 12 lbid, p . 15 13 lbid, p 9.
A-Cientidade da Psicanálise
79
e passa naquele de quem fala ao mesmo tempo que paa ele que fala dele, considerando o aforismo que "aquele que fala daquele que fala, fala de si mes mo (14 Então, a questão originária sobre a possibilidade da enunciação do erdadeiro consiste em perguntar se o erro é ou não universal, ou "mais preci amente, se o erro pode ser dito universal (por alguém que, dizendo-o, dirá erdadeiro erdade iro ou falso, falso, e se contará ou não no número dos do s habitantes habitantes do mundo do erro (15 Interrogação que apela imediatamente duas hipóteses (15: a o erro é universal para todos exceto para aquele que o enuncia; b o erro é universal para todos inclusive para aquele que o enuncia Examinemos a primeira hipótese Visto que a enunciação do verdadeiro pode se produzir se esse verdadeiro que se enuncia apesar dele é entendido por um outro, torna-se impossível àquele único que se acreditava no erro, à exceção de todos, saber se é bem assim, visto que é sempre o outro que sabe pelo sujeito se este último último sabe (16 (16 Está portanto excluído que todos se enganaram excet excetoo um (17 Passemos agora ao exame da segunda hipótese. Hipótese mais delica da cuja exploração necessitará a intervenção de vrios argumentos A análise do paradoxo de Epinêmide (18 leva a pensar, considerando a divisão do sujeito, que o sujeito que fala, enquanto fala de si, é diferente do sujeito de seus enun ciados (19 Assim, o problema torna-se o seguinte como um saber verdadeiro da divis divisão ão do sujeito sujeito isto é, um saber saber do inc inconsc onscient ientee é possível, possível, enqua enquanto nto não somente ee se constituiria como saber dividido, ou seja, sem procurar iludir essa divisão, mas também enquanto não colocasse o sabedor* em posição de exceção acerca dessa ivisão? (20) O que equivale a buscar a possibilidade de um discurso "tal que m sujeito aí atribua um predicado a um sujeito do enunciado e deva em seguida considerar que falou de si mesmo (21 Duas ordens de discursos são então examinadas: a o discurso científico; b o "dis curso de ação No que concerne ao "discurso cientíco, o objeto de suas propo ições relacionad relacionadoo à própria naturez naturez do projeto pro jeto da ciência faz com que o sujei sujeito to que fala deva ser excluído do que diz Esta é, aliás, uma das exigências funda mentais que fundamentam a "objetividade científica De modo que "o discurso da ciência ignora o sujeito da enunciação (2). Tendo essa conclusão por conse qüência imediata que "o discurso da psicanálise não poderia ser absolutamente um discurso de ciência De fato: O discurso da ciência ignora o sujeito da enunciação Não há portanto nem ciência do sujeito, nem ciência do inconsciente Esses termos sujeito e inconsciente não têm sentido (23). Da o corolário O 14 15 16 17 18 19.
bi . 15 bi 8 e 88 e seguintes lbi 131 bd p 132 lbd p 133 e seguintes lbd p 139 camio o o s s ( a T) T ) Em francês scnt, quee que está no cami 20 Ibi 140 21 lbd . 142 22 lbd, 175 23. lbd . 175-176 •
80 Joel Dor
discurso da psicanálise, se quer ser discurso de ciência, não fala daquilo de que diz falar (o inconsciente, o desejo) e se fala, não é um discurso de ciência" (24) Se exnarmos agora o "dscuso de aço", entendido no sentido em que os enunciados desse gênero de discurso "não comportam nenhum sujeito de atribuição" (25) isto é, onde o enunciado não tem valor "predicativo", mas "vocativo", enquanto que é através dele que "o sujeito se drige a alguém para pedirlhe alguma alguma coisa (26), ele não pode, por essas próprias razões, razões, correspon der ao tipo de discurso buscado Sobre a base dessa dupla exclusão de modalidades de discurso, pareceria que apenas "o discuso flosóco" tivesse possibilidade de satisazer às condições exigidas O que requer que seja subseqüenteme subseqüentemente nte estabelecido: "Ad "Aditindo itindo que a filosofia tem a pretensão de ser este discurso em que o sujeito da enunciação põe fim à abstração pela qual ele próprio excluirse-ia daquilo de que faa, resta apenas determinr se essa pretensão é fundada (27). Para fazêlo, é preciso que o "discurso filosófico possa responder conjuntamente à dupla esipulação se uinte a) o sujeito deverá poder enuncir aí o universal sem se enconrar excluí do disso; b) o sujeito não poderá enuncir a o universal excluindo-se disso (28) e onde a lei le i constituti constitutiva va deste discurso: "não "nã o falar falar ne nem m de si mes mesmo mo (já (j á que que é m outro) nem de um outro (que não é senão um ouro ele mesmo), mas de um utro de quem se sabe que é ele mesmo" (29). Resta então justificar acerca do iscurso filosófico "como é possível dizer a identidade do sujeito da enunciação do sujeito do enunciado, lá onde esse enunciado é o enunciado da ei univer al? 30) O que tende a provar que o discurso filosófico é exatamente aquele que sponde às condições anteriormente expressas, considerando como o essencial à natureza das proposições que utiliza, e mais precisamente ao modo de atribui o particular que aí opra O autor apóia-se então na distinção lógica ormulada r Hegel 31) Na poposço atbutva habtual (do tipo proposição positiva), um sujeto do enuncado" é previamente colocado a título de obj �to. Em um segundo mo nto, predicados são então atribuídos a esse sujeito E o "sujeito da enunciação" que efetua a atribuição dos predicados a esse sujeito. De modo que o sujeito da ncaço" sendo, ao mesmo tempo, o agente essencial dessa operação, não figura, entretanto, jamais explicitamente no enunciado (32). Na proposição flosófca, tudo se passa diferentemente Não há atribuição de um predicado a um ito definido de ntemão porque colocado a título de objeto "Ao contrário, o to do enunciado é colocado como indefinido e encontra a expressão de sua U 27. Sl 1
bd p 176 Ibd p 141 Ibd p 141. bd p 145 bd p 146. Ibd. p. 147. bd., P· 155 bd . 55 e seguintes. Ibd. p. 156.
A-Cimtifiddc� da Piulis•
81
definição (ou de sua natueza no pedicado Sujeito do enunciado e pedicado são idênticos" (33) Um exempo dessa modaidade de atibuição prticula é tazido pelo pópio Hegel: Deus é o se" (34) Em outas palavas, se na poposição filosófica há identificação do pedicado com o sujeito do enuncia do", o qual, se deslocou e metamofoseou paa apaece sob a figua do pedicado" (35), esulta disso a conseqüência fundamental seguinte: o sujeito da enunciação enunciação" " não pode po de mais esta lá l á sem lá estr, e str, a sabe, sabe, ausente do d o enuncia do Pemanece iedutivelente ligado ao sujeito do enunciado". De tal mei a que a identidade do sujeito (do enunciado) e do pedicado na poposição fiosófica tem po efeito a impossiilidade de se exclui, ou seja, a inclusão do sujeito da enunciação no objeto de que começa a fala" (36) E o auto conclui A proposição positiva assm omo o disurso de que é o eemento, mantém o desonheimento subjtivo ) . A proposição fiosófia suprime esse desconheimento peo efeito de uma torsão da forma prediativa. Como em quaquer propo sição omporta um sueito do enuniado: quer dizer que o sujeito da enuniação a faa de um outro Como em quaquer proposição novamente, o sujeito da enuniação aí faa de si faando de um outro Mas, diferentemente da proposião omum, o sueito não faa de si sem sabe pois a forma inabita da proposião ilosófia probehe esse desonheimento ee entende que o que disse da própria oisa o universa ou seja, o universo) é verdadeiro para ee mesmo" (37) .
2.
o Pincípio de ua Teoia do Conhecimento ividido
Na medida em que tenha fundmento o que pecede, se a teoia do inconsciente depende, a pati de agoa, de ua teoia da enunciação e se essa teoia da enunciação não enconta sua expessão adequada senão no cmpo do discuso filosófico", esulta po um efeito de tnsitividade inelutável, que o discuso soe o inconsciente, potto o discuso da psicanálise, é ineente ao discuso filosófico". Decisiva conclusão se constatamos as concusões do comentrista: Não há nenhuma dúvida de que, sem a descobeta feudiana, V escmbes não teia podido pecisa o sítio do inconsciente Entetanto, pemanece a questão de decidir se ele chega a isso com mais igo do que Feud e Lacan A essa questão, espondeei sim, e sem a meno hesitação" (38) Apesa do bio da agumentação, esta que a pova não suscitou completente a convicção espeada espeada Nem tudo v em na pópia idéia de ua teoia da enunciaçã enunciação o a) Da teoia do conheci conhecimento mento à teoia do conheciment conhecimento o dividido A hpótese da validação de ua teoia da enunciaç enunciação ão consitu consitui, i, de fato, o pvô de toda essa argumentação. O que engana, aqui e acaba até mesmo po 33 3 35 36. 3. 3!.
Ibid, p 7 bd p. 7. bid 8. bid, p. 8 bd p. 160. J.L Trtn, L'inonsint dans l'énonciatn, in "Psyhnaye à l'Univerité" op. cit, p. 74
82
Dr
seduzr sob a aparênci aparênciaa de um autêntico procedimento epistemológico acerca acerca do "discurso analítico", é a confusão implícita de dois níveis de problemas. Toda a engehosidade da argumentação resultará, aliás, em grande medida, da manutenção dessa cofusão até o final O artifício consiste em articular esses dois níveis de problemas por um elo de necessidade lógica, sob a forma de ua relação causal Ua coisa é recoec recoecer er que a dimensão do inconsciente inconsciente tem algo a ver com a enunciação (39) Mas outra bem diferente é estabelecer, por ua implicação, o assujeitaento da legitimidade do discurso sobre o inconsciente" à possibilidade de formular ua teoria da enunciação (40) Ao não distngur essas duas ordens de questões, coo questões radicmente diferentes strito sensu, o camio está aberto para todas as ambigüidades. Sendo ua delas, através de um deslocamento subreptício, ceder aos efeitos de captura de um projeto imaginário, no mínimo inutilmente rebaixado por todos aqueles que se encontraram a ele engajad engajados, os, ou seja: se ja: fundr e edifcar ua teori teoriaa do conhecento Vemos deseharse atrás dessa prestação dscursiva ua intenção desta ordem A própria idéia de enunciar as condições de possibilidade da enuncação do verdadeiro não deixa, no princípio, de ter relação com a que pretende determnar as condições de possibilidade do coecimento verdadeiro, o que se estipula habitualmente teoria do conhecimento. Objeção: a teoria da enunciação interpelaria aqui a dimensão do "sujeito dividido" enquanto que a teoria do cohecimento remeteria à dimensão do cohecimento ento ou su sujet jetoo da ciência ciência seja o sujeitonão-dividido" do sujeito do cohecim sujeito epistêic epistêico. o. A objeção é aceitável. Poderia até mesmo deixar supor o esboço de um projeto totalmente antinômico ao delineamento de ua teoria do coe cimento Coo prova esse projeto inscrevese contra qualquer solicitação desse gênero, visto que pretende ter os meios de, simultneamente, validar e fundar o que todas as teorias do cohecimento dedicamse precisamente a anulr, chamei isso de divisão no sujeito e a conseqüência essencial que disso resulta: a oculta ão de ua verdadedividida. Porém, é preciso convir que toda tod a a argumentação argumentação de L 'inco 'inconscient nscient algré algré lu luii se substrai mais diante dessa objeção do que tem condições de ressaltála. De modo que o projeto, sob o pretexto de ua análise epistemológica do "discurso nalítico", nalíti co", revelase bem depressa sob um outro aspecto aspe cto const constituir ituir ua teoria do onhecimentodividido. Em que haveria teoria do conheciento Por que teoria do onhecimentodividido? A favor do primeiro ponto, podese avançar que a gumentação principal esenvolvida em L'inconscient malgr malgréé lu i procura exatamente sancionar a adequa aqui, adequação do "discurso da ço de um discurso ao objeto de que fala sicanái sic anáise se ao inconsciente, ao sueito, ao desejo. de sejo. Sob essa forma explícita facilfacilme se identifica ua das ntenões geralmente perseguidas por todas as is o coecimento Ms coo, de fato, esse objeivo é ambém o que anima miss modestamen mi mode stamene e toda tod a reflexão epistemológica, por si só não permite concluir velmee pelo prcípio de ua eoria do cohecimeno Para isto, é pre -
39 Isto chega chega a ser uma consatação trivial, trivial, ao menos desde 1901 e a Psicologi d vida vi da oidina oi dina freudia reudia. . 4. Cf V. Descombs, Cab à teoria da enunciação determinar as condições nas quais é permitido flar de inconsciente", in L'inonint mlgé !ui", op. ci, p. 9 (o grifo é meu).
A-Cientifcidade d Psicanálise 83
cs prjeto seja, ele próprio, reerido e retomado em uma interrgação mais sistemática interpelar e estabelecer as condições legimas d possibil possibilidade idade de formul formula a o de um discurso e rel relação ação a seu se u objet objeto o Sobre este ponto, é clao que 'inconscient essaa aspiração Finalmente, Finalmente, terceiro e últim ú ltimoo argumen agr ui responde bem a ess t a avr de uma teoria d conhecimento: a instituição de uma tal teoria, enquanto depositária da verdade sto é, é, daquil daquil que pode ser declaado verda verda dero u al also so se dá ao ao mesmo tempo os meos para inteelar e dar conta de todas as modaliddes de discurso qu gostariam de se apresentar como conhcimento ou aber legtimos necessário admitir, uma vez mais, que inconscient malgré lui desenvlve um certo número de veleidades neste sentido Salvo, todavia, que esse empreendimento apresentar-se-ia de saída cmo uma teoria do conhecmen to de segunda potência, já que é teoria do conhecimentodividido Sem dúvida, é bem aqui que a rgumentação rompe com a tradição epistemoógica e que dá incontestavelmente provas de originaldade Mas este caráter de novidade, por mas ousado que seja, em nada garante sua autoridade O que convence a favor de uma teoria do conhecimentodividido, devese, essencialmente, à manobra que consste em passar do ponto de vista d enun cado a da enunciação O princípio constante com o qual concrdam tdas as teras do conhecimento é situar-se e mnter-se ao nível do enunciado. Encon trms essa preocupação tanto em Kant na estética transcendental e na "lógica trnscendental da Crítica da azão pura quanto na tradição neopositivist neopositivistaa que se consagra consa gra a examin examinar ar as condições condiçõ es lógicas da estru estrutura tura de um discurso discur so para que seja admitido como conhecmento verdadero não vemos como essas especu laões poderiam, de uma maneira quaquer, afastrse do estreito ponto de vista do enuncado, visto que se elaboram sobre a convicção do sujeitocognoscente o qual, pel eeito imaginário que conhecemos, é um suposto sujeitonãodividido, um sujeit onde a Spaltung é denegada. Em cmpensação, cmpensação, ao ao considerar a divisão inaugural do sujei sujeito, to, esulta que qu e se trna mpossível mitir ou ocultar o ponto de vista da enunciação De sorte que tda t da tera d conhecimento conhecimento que quisesse, quanto sujeito, articuar o pont de vsta d enunciado à relação que mantém cm sua enunciação, tornarse-a teoria do onhecimento-dividido. Mas, dito isto, clca-se também necessariamente em uma relação metalingüística acerca das teorias do conheciento que evitam pnto de vsta da enunciação em um sujeito Outra precisão já que a argumen taão estabeece a prova de um discurso verdadeiro que se autojustfca legiti mamente, encntramo-nos então em presença de um corpo de teoria suscetível nã smente de scinar scinar a validade validade d que q ue deve ser um discu discurso rso que q ue cnstata a dvsã dvsã quer ale ou não dessa divisã , mas tmbém, e a for fortitioo ri, decdir se a vadade de tdas as rmas de dscurso que excuem essa divsã, peo mens em vrtude do adág: "quem pde mas, pode mens" A rmulr as csas derentemente, a argumentaçã de L 'inoscie 'inoscie mal r u reslve esta prodigiosa preza que equivale, de uma certa maneia, a escarecer a questã espihsa do " paadxo dos catálogs catál ogs.. mais ada, ada, chega a ss através de um prcediment que descncerta muitos: a sluçã do prble ma nã é da rdem da sintaxe lógca com alguns se puseram a elucdá-l; essa Rouã reata com com a tradição cmum d "dscurs ilsófi ilsófic c". ". Deste pnt de vista, a 84 /
Dor
incidência da argumentação requer portanto o exame de uma dupla e solidária justificação: 1 justificação de uma teoria do conhecimento-dividido 2) justifica ção do "discurso filosófico" como modalidade legtima de discurso capaz de enunciar o que faz parte do inconsciente, do desejo, etc. enfim da psicanálise. b Certos paradoxos Para abordar o problema levantado por essa dupla justificação partamos de uma questão, à primeira vista acessória porque sem dúvida insuspeita mas que por si só, decide no entanto a natureza e a importância das dificuldades que pode levanta qualquer processo teórico discursivo que se dá por objeto analisar "o discurso da divisão do sujeito" A argumentação de V. Descmbes apóia-se na asserção seguinte o "discurso da psicanálise" enquanto 1 discurso da enun ciação" é um "discurso da divisão do sujeito". Como tal é então ilegítio pelo fato de que não levando em conta em seus enunciados próprios o ponto de vista da enunciação enunciação de que fala fala pode-se pode- se então dizer que q ue não aplica a i eo a divião de que fala ala.. Uma primeira questão é saber de que lugar de discurso legítimo podese enunciar uma tal proposição? Em outros termos, quais são as garantias que autorizam a considerar verdadeira essa proposição? E é preciso passar por isto visto que a argumentação desenvolvese para atenuar esta falta noportuna Isto posto, encontra-se inelutavelment inelutavelmentee a respeito desse problema o arcaico obstácuo das antinomias racionais do tipo "paradoxo dos catálogos" Por enquanto eu preferiria a fórmula do "paradoxo do impredicável"(41 Chamemos "predicá vel" um conceito que se aplica a si mesmo Chamemos "impredicável" um conceito que não se aplica a si mesmo. Se o "discurso analtico" é um "discurso da divisão" que não aplica a si mesmo a divisão de que fala isto equivale a avançar que o "discurso da divisão" é aqui um conceito "impredicável" Nestas condições como se pode enuncia legitiaente que o "discurso da divisão não aplica a si mesmo a divisão de que fala?" Em outras palavras, o conceito "im predicável é ele mesmo "predicável" legitimamente ou "impredicável? Ou ain da existe um discurso legtimo capaz de atribuir ao "discurso da divisão" o predicado predica do : "não se aplica a si meso?" E o dilema enunciase como segue 1 se é predicável, aplica-se a si mesmo. E portanto impredicável já que por definição ão pode aplicar-se a si mesmo; 2) se é impredicável ele diz de si mesmo, e é então ao mesmo tempo tempo predi predicá cá ve! . . etc Ou O u seja o simpl simples es fato de enunciar enunciar o discurso da divisão não aplica a si mesmo a divisão de que fala" torna uma proposição problemática em si mesma do ponto de vista do que poderia sancio sua validade O objeto desse desvio "paadoxa" não tem oua razão senão situar o melhor possvel a natureza das ambigüidades interpeladas quado se interroga ortiori, iori, de um discurso tão proble questão da legitimidade de um discurso e, a ort mtico quato o da divisão do sujeito No míimo o autor não percebeu essa diculdade liminar antes de sustentar sua crtica Sabe-se o preço de abstração 1 Paradoxo formulado por R Caap a partir da antinoma antinoma de B. Russe in Logisch Syntax der Sprach, Verlag von Juius Sprige Viena 1934. Trad Von Zeppln Th logica/ synax oj Ianuag, 1937, Routedge and Kegan Paul Londres.
A-Cientifcidade da Psicanáli 85
qe algns pagaram por tentar elucidar as garantias de uma forma de discrso qe se preveniria, ao nvel da argumentação racional, contra a incidência de semelhantes contradições. Como lembrança, invoquemos as sábias construções do positivismo lógico qe, apesar de especulações particularmente sagazes e de esforços inaditos, jamais consegiram não apenas determinar o destino destas escandalosas contradições racionais, mas tambm definir ma teoria do coheci mento capaz capaz de garantir integralmente a validade dos enunciados de m discur so. O peso dos tormentos experimentados pelo neopositivismo dá uma medida bastante boa da envergadra dos obstáculos levantados at então pela maioria dos projetos de construções e de legitimações das teorias do cohecimento. Como exemplo, evocarei algumas dessas dificuldades epistemológicas e, mais especialmente, estas enigmáticas contradições racionais que tanto excitaram o positivismo lógico As rimeiras dessas tinomias colocamse como problemas a resover, no sculo XIX, no campo da matemática. É o caso da antinomia de BuraliForti em 1895(42, seguida da de Cantor, em 1899(43 B Russe interrogará seriamente essa questão e perguntar-se-á a própria atividade racional, no exercício da abs tração, não está constitutivamente ameaçada de levar a essas antinomias. Russel formula assim seu famoso paadoxo sobre o conunto de todos os con c onuntos untos que q ue não são membros de si mesmos(44 Am dos paradoxos que se baseiam na noção de cojutos, as mesmas dificuldades são encontradas a propósito dos conceitos com como o se pod e ver com o arad aradoxo oxo do co conce nceito ito impredic impredicável ável Sabemos quantas esperanças foram fudadas em torno da lógica simbólica para tentar desfazer essas dificldades e, de um modo mais geral, para tentar definir sobre a base da sintaxe lógica e das construções lógicas a possibilidade de fora uma teoria do conhecimento que garantisse a formuação de enuncia dos, para os quais seria sempre possível decidir sobre sua verdade ou falsidade. Empreendimento sedutor, se assim se pode dizer, mas que não deixou de criar inumeráveis embaraços entre os quais alguns decisivos e particularmente irredu tíveis Alm de já ser necessário aceitar a idia de que a lógica simbólica constitui o único instrumento capaz de exprimir, sem ambigüidade, as proposi ções do cohecimen cohecimento to e decidir d ecidir por sua s ua validade (pelo menos, menos, do ponto de vista de sua verdade formal), as dificuldades começam com essa própria lógica e isto em seu nível mais fraco, ou seja, no nível da lógica proposicional. Um bom exemplo desses problemas encontrase formulado pelo paradoxo seguinte, extraído, por Church, do clebre "Don Quixote Um governador de tém m território cortado por um rio Uma ponte atravessa o rio Sobre essa ponte ergue-se uma forca. O governador editou a seguinte lei: todo aquele que qiser atravessar a ponte ver-se-á obrigado sob juramento, a declinar as razões qe justificam sa passagem, visto que será enforcado se não for fiel a seu 42 Ve Ve nexo I. 43. Ve anexo 11 44 Vr nexo 11.
86 foi Dvr
juraento. U dia, u sujeito apresentase na ponte, atravessa-a e, sob juraen to, justica a razão de sua passagem pela seguinte declaração: Vou ser enorcado Nestas condições, coo se oderá aplicar a lei egtmamene? Neste ponto, se as especulações racionais ais apropriadas perane ce bastante insolúveis, é reciso reconhecer que as especulações lógicas do cálculo proposicional não permitem mais decidir de ua aneira satisfatória. Neste caso, podese ostr(45) que, qualquer que seja a decisão tomada acerca do sujeito, isto é, que seja enorcado enorcado ou não, não, a lei não terá sido aplicada legitimaente legitimaente Encontrase o meso tipo de dificuldade lógica co o "paradoxo do co denado à morte. Um condenado deve ser executado nos sete dias que seguem a hora do meiodia, se, no entanto saber qual será o dia Ele não saber antes da manhã de sua execução, às oito horas. O condenado raciocina então desta maneira eu não serei executado no stio dia, pois se devo ser executado no sétimo dia, então na anhã desse stimo dia, às oito horas, eu saberei que devo ser executado ora, não sei em que dia devo ser executado Não serei executado no sexto dia, pois po is Por recorrência, o condenado conde nado acaba or concluir que não ser ser absolutamente executado. Do mesmo odo, a lógica proposicional nã tem poder de decsão paa resolver essa antinomia Toeos agora u instrumento lógico ais rico, do gênero lógica dos redicados e os probleas que surgem novaente sob ua forma ainda mais coplexa. O exeplo ais clássico ainda é dado pelo "paradoxo do impredic vel que leva a uma contradição manifesta na lógica predicativa(46 Essas antinomias engendradas pela prória lógica incitarão B Russel a forjar um artifício ad hoc para dissipa o retorno de semelhantes aberrações sse artifício é a "teoria dos tios47), primeiraente elaborada sob sua forma sim ples, depois, sob ua fora raificada. Para encerrar esta dissertação sumria dos arcanos do positivismo lógico relebrarei, finalente, o célebre "teorema de liitação de Gdel fomulado e 1931 1931 e que acaba defini definitivamen tivamente te co a esperan esperança ça pelo menos menos at hoe hoe de obter uma uma sisa or oral al de caráter caráter inteir inteiraent aentee solúve solúvell O que equiva equivale le a dizer que u tal sistea não está apto a exibr ua demonstração de sua própria própr ia consistên consistência(48) cia(48) c) De uma teoria do conhecimento conhecimento à segunda potênci pot ênciaa Além dessas distrações "paradoxais, retornemos à questão levantada pea justificação do processo teórico do qual forulei a intenção implícita sob a designação teoria do conhecimentodividido. A própria concepção de referida teoria undase em duas ordens de conjecturas que, por não serem explícitas em L' onscen malgré lui, não deiam de ocupar o lugar de pressupostos, os quais 45. e anexo V f anguage, ang uage, op. cit., R Canap fomua esta antinomia da gin 46 Em sua oba Th ogical syntax f neia:: d o conceito "de impedicáve neia impedicáve pode da esta tans tansciç cição ão ógica ógica mpr. (F (F)) l F(F). Pelas eis ógicas d sustituião, chga-se enão à fórmua mpr (Imp) " l mpr (mpr qu é ntinômica. 47 er anxo V 8 er anxo V
A-Cie ACie tijc/a c/a/ / d P�iw P�iwn nr r
H7
stituem aliás as condições sine qua non de toda teoria do cohecimento. Em imeiro luga a idéia de uma teoria do conhecimento articula-se necessariamente uma ordem de discurso de conhecimento referencial que será convocado a ttulo de testemunha e intervirá na qualidade de odelo O fato não é verdadei amente novo. Já tem vinte séculos por ter sido inaugurado por Aristóteles(49) m segundo lugar uma vez admitida essa referência será elaborada uma supe restrutura teórica adequada que porqu estará em condições de dar conta legi timamente de sua própria justificação, encontrar-se-á ao mesmo tempo investida da autoridade requerida para sancionar a legitimidade das diversas outras or dens do saber Todavia se essas duas ocorrências bastam para satisfazer às condições epistemológicas geralmente requeridas pelo princípio de uma teoria do conheci ento, não poderiam responder perfeitente à idéia de uma teoria do conheci ento-dividido. Para isto um terceiro imperativo deve ser chamado em auxílio. sse terceiro imperativo constitui de algum modo o nó górdio da argumentaÇão teórica de L'inconscíent lgré /ui or essa mesma raão decide o futuro da argumentação em seu conjunto. Assim será enquanto cavilha mestra deste edifí cio especulativo, que esse imperativo deve ser examinado; e isto tanto mais que neste lugar, articulase uma magistral manobra lógica que acarreta em sua se qüência uma corte de argumentos engosos Toda teoria do cohecimento fundase e articulase em referência perma nente a uma ordem ordem de "di "discu scurso-modelo rso-modelo e de "conec "conecimentoimento-modelo modelo que até então foram o discurso científico e o coecimento científico ou um de seus sucedâneos como as "linguagens lógicas e a lógica matemática. Do mesmo mes mo modo que Aristóteles A ristóteles inspirouse no referen referente te matemático matemático de seu s eu tempo ra definir o princípio do conecimento(S, Kant interrográ as condições trascendentais trascen dentais do cohecimento racional em estreita estr eita elação com o conhecimen to científico (matemático e fsico) e a lógica formal de sua época. O positivismo contemporâneo permanecerá fiel a essa aspiração tanto sob sua forma clássica (ositivismo comtiano) quato sob sua forma mais sofisticada (positivismo lógi co). Em todos os casos, o "discurso da ciência é, expicitamente ou não alegado e equerido como modelo e instrumento de expressão do conhecimento objetivo e verdadeiro De sorte que sempre existe uma articulação metalingüística entre esse discurso referente e a teoria do cohecimento que a ee se relaciona. Diss resulta resulta uma importante conseqüên conseqüência cia Toda ordem de d e saber que não responder ou responder imperfeitamente às normas estabelecidas pela referida a do conhecimento será recusada Mas é claro que essa recusa sigifica que um saber não é válido senão enquanto sujeito a essas normas ou seja, enquanto stisfaz aos critérios científicos De onde, por intermédio das teorias do conheci mento a intimação desenfreada das diferentes ordens do saber a comparecer diante da juridição de uma cientificidade onde, por falta de argumentação legí tima encontrarse-ão regularmente indeferidas e condenadas a aderir ao status dos "seudocohecimentos, isto é, das pseudociências. E sabe-se com que 49. Artótee s s sonds onds anly an lyiqus iqus op. ct. 50 C ritótee Ls seconds anlytus, op. ct., f supra: cap bverã bverã pcnalí pcnalítia tia do eptéme w: n
8 foi
Dor
1:
"entificdade e dicurso analít-
assiduidade cetas coetes epistemológicas povideciaram assim o denegi met dessas odes de discusos (51). Nesta pespectiva, uma coisa evidetemete é covoca paa exame as difeetes odes do sabe diate da juidição cietífica po meio das teoias do conhecimeto; outa é paa aí covoca impudetemete, do mesmo modo, a psicáise. Pois, de fato, eucia "a psicaálise não é uma ciêcia acaeta imediatamete uma séie de implicações iespeadas As quais bem depessa coduem a uma situação paadoxal ode a odem dos poblemas, po uma tasfomação inaudita, vem tepea em compesação tato a ciêcia como a teoia do conhecimeto, como já vimos(52). Potato, o obstácuo que L'inconscient malgré lui deve supea não é peque no. Cosiste em cofudi a apoia ecotada po toda teoia do conhecimento que intepelaia a legitimidade da psicaáise e, mais pecisamete, seu "discu so, sem o entanto eucia ao picípio dessa intepelação. Com efeito, é peciso admiti que essa agumetação situase exatamete em um pojeto pa ticula da teoia do conhecimeto que deve pessupo, ao meos sob uma foma alusiva, que a psicanálise ão é uma ciêcia Não fatam fómulas paa os lemba que é em confonto com a odem da ciêcia que se desdoba a iteogação de V Descmbes "Não há potato nem ciêcia do sujeito, nem ciêcia do incosciente(53). Do mesmo modo "O dis cuso da psicanálise, se que se discuso de ciência, não fala daquilo de que diz fala (o incosciete, o desejo); e se fala, não é um discuso de ciência"(54 Aida: "Pecebe-se etão a ecessidade de uma pepétua cisão da ciência do icosciete popiamente dita (a simples epetitóia de Feud) e uma ciência (do sujeito) da ciência (55) (55).. Mas convenhamos que aí ão se tata de uma itimação sevagem à manei a dos positivistas; L'i L'inconscien nconscien t malgré lu i não convoca a psicaálise e seu "dis cuso a testemuha sua cietificidade diate do tibual da ciêcia Bem ao cotáio, a habilidade seá, este caso, mate uma ceta afibologia fingindo cocoda que a psicáise tave seja uma ciêcia, chegado até mesmo a idetificála como "a ciêcia da ciência(56). Paa isto, a habilidade do auto pelaá paa esse terceiro imperativo de que falei ateiomete, a necessidade Magistal aciocínio que ão somete colocaá o assunto foa dos desígnios comumete peseguidos pelas teoias do conhecimento, mas também confei heá toda a autoidade desejada paa intepela a psicanálise e seu "discuso, os quais caião sob o gope de sua s ua agumentação agumentação e, no máximo, máximo, caião do d o mesmo modo po um u m efeito de ecoêcia ievitáve ievitável,l, tod tod as outas odes de discuso. Estimase etão o "impeialismo do pocedimeto quado ealia de fact factoo os votos piedosos de toda teoia do cohecimeto (sacio a egitimidade dos bees e dos do s diusos dius os que os epimem), mas che chega ga a isso tnscededo o picípio picípio 51 52 53 54 55 5
Em particular "o empirismo lógico cf. tomo II, cap cap II II "Les travailleurs de la mêre" C supra: sup ra: Cientificidade Cientificidade e discurso disc urso analítico analítico a subversão subversão psicanalítica psicanalítica do epistéme". V Descms L'inconscent malgré lu, op cit, p. 76. bid p 176 Ibid p 66. bid., p 16.
A-Cientifcidade da Psiaális•
89
ue até então, limitava seu exercício (limitar-se ao ponto de vista da vaidade enunciados) a fim de subverter a ficção do sujeitonãodividido e se submeter à egunda potência evando em conta a enunciação. Daí se poder concordar com a argumentação implícita que segue: O "discurso científico expressa o conhe cimento oetivo, isto é, o conhecimento verdadeiro (ou falso). O "discurso analtico supostamente apresentase como discurso de ciência. 3 Visto que cae à autoridade das teorias do conhecimento elaboradas a partir do modelo do conhecimento científico sancionar a validade das diferentes ordens do saber cmo a dos discursos que as exprimem. 4 Considerando, enfim, que pareceria ue o "discurso analítico fosse legítimo enquanto não aplicasse a si mesmo a divisão de que fala Deve-se admitir como primeira concusão que uma teoria do conhecimento conhecimento deve ser ao menos suposta para poder promulgar essa desqualificação Mas 1) O "conhecimento científico um coecimento de ueitonãodividido (Sueit da ciência) As teorias do conhecimento habituais são portanto, de fato teorias do sujeitoepistêmico Ora 1) O conhecimento psicanalítico enuncia não somente que o sujeito eo-dividido, mas tambm algo dessa divisão Portanto 1) Enqunto conhecimento do ueitodividido, a psicálise não pode encontrar en tão expressão adequada no discurso da ciência As teorias do conhecimento comumente formulads não têm portto embasamento em si mesmas pra disputar a validade do discurso da divisão do sujeito, isto , do "discurso analítico como de conecimento que exprime Correlatamente, a "divisão do sujeito impõe que seja aceito 1) De um lado, que a ciência, modeo por exce lência do "conecimentounitário, resulta de um efeito de refenda" do ueio 2) De outro, que as teorias do conhecimento que se articulam a partir do cone cimento científico são mntidas, por sua vez nesta dimensão de "sutura do sujeito que nula a diferença entre o sujeito do enunciado e o sujeito da enuncia ção e o que está implicado nisso. Resulta que o discurso alítico, desenvol vendo o cohecimento dessa divisão, deve portanto se situar necessariamente em posição metalingüística em relação à ciênci e às teorias do conecimento Ora: 1) Se admitido que o "discurso analítico ilegítimo enquanto não aplicar a si mesmo a divisão de que faa Se, por outro ado, a denúncia da ilegitimi ade de um discurso de cohecimento não poderia se enun enuncia ciarr senão a partir de um opus teórico capz de defi�ir os princípios do conhecimento legítimo (sea uma teoria do cohecimento). E preciso concluir, no caso presente, que essa desqualificação do discurso alítico somente pode se confirmar portanto no lugar de uma teoia do conhecimentodividido. Essa teoria poderá ser denominada segund gundaa potência, visto que decidindo o que deve ser um discurso da divi e se ão, poderá, a fo otioi, tioi, servir de exemplo às teorias do conhecimento comuns, limitadas em seu exercício a experimentar a legitimidade dos saber saberes-n es-nãão-divididos Se insistirmos agora em ver nesse discurso diatico a forma do discur o filosófico(57), resulta que a Filosofia pode exibir ou se apresentar ela mesma como teoia do onheimentodividdo. O que quer dizer que se o "discurso filosó fico é o discurso legítimo da divisão (portanto a forma mais acabada de discur o para expressar a psicanálise) o princípio da teoria do conhecimento suposto 11
11
1on.cenn t mlgré mlgré /u /uii, op. it. p lSB-159 57 Cf V Decombs, L' 1on.ce
90 fai Dr
11
em filosofia deveria neessariamente, para autorizar a produção desse disurso, se autolegitimar, onsiderando a posição limite que uma semelhante teoria do conhecimento-dividido ouparia Se aeitarmos o proedimento espeulativo que preede omo sendo exata mente aquele que opera sub-reptiiamente na argumentação de L'inconscient mlgré l u i, resta daqui por diante analisar analisar os elementos de prova que orrobora orrobora os momentos esseniais desse proedimento. Tarefa deisiva que requerirá o exame dos seguintes pontos: 1) O que faz parte da filosofia omo orpo de coheimento apaz de se enuniar sob a forma de um disurso dividido?(58) 2) O que se pode enuniar om um tal disurso? Questões que, indiretamente permitirão também testar a idéia de uma teori do conhecimentodividido que ode, ela mesma, outorgarse as justifiações de sua própria validação. Em outros termos, termo s, realizar a obsedante fantasia que atorenta o positivismo doinar a ordem de onheiento que se legitimasse integralente por si esma Ene hoso proeto que não deixa de evoar a aventura episteológia e que alns se ensaiara ao qerer dar onta ientifiaente da iênia(59). 3 A Enuniação Filosófia da Psianálise Aeiteos o augúrio, pelo menos provisoriamente, de onsiderar o disr so filosóf filosófio io anter anterior iormen mente te definid definidoo ou sea sea,, o disurso disurso dialétio dialétio oo o arquétipo do disurso apaz de se enuniar sob a fora de u disrso dividido. Ao sor que esse disurso sea o únio legítimo a expressar ade damente o que se propõe a enuniar, isto é, o disurso analítio, isto eivae coneder à Filosofia uma posição gnosiológia sem relação om aquela qe odi até então pretender oupar oup ar Com Co m efeito, efeito, se s e a filosofia tem ondições de identifi identifir r e deidir o que deve er um "disurso da divisão, enontrase tanto elo habilitada a sanionar o que abe aos disursosnãodivididos Sob esse ase to enontrase a ausa onipresente que anima todos os epreendientos d sbversão filosófia da psianálise. O qe testemunha M Dayan o ita reisão falando dos filósofos: "Se não se onvertem a um outro tipo de bs s filósofos revoltamse quando preisa avaliar a instrução que poderia dar hes esta experiênia mais partiular que não paree, em razão do aprendiado e requer, poder pod er tobar de saída sob sua uridição, ainda há pouo pou o identifiad identifiad com a da "razão (dogmátia ou dialétia)(60). 8 Considerre prtr de gor "discursodividido uee ue presetcar em seu modo de proção divisão do sujeto de que f Em outrs pvrs, quee ue realizar, que atualia ess visão Inversmente, o "discursonão-dividido" será quee ue não presentr ess ptidão. 5 Desde 1911, 19 11, B Russel Russe l desenvov desenvovee o princípio desse projeto projeto e dá té mesmo gums iustrõs iustrõs d todo Cf Russe Russe B, Our kwledge of exta/ world, Londres, 1914, Aen nd Unwn, trd P Dvaux, L méthode scientique en philosophie, Prs, Pyot, 1971 Whtehed mostrrá como, prtr ss todo, pode-se construr guns conceitos. rá sobretudo R. Cp quem desenvoverá esse proe de modo sistemátco em dois textos fundments: 1) Der logische Auau der Welt, 1928, Berm, chtensee, Wetkres, Verg, trd. Rof. A. George, The logil structure of the Word, ondres 97 tedge and Kegn Pu 2) Testability and Meaning, i "Phosophy of Sience, Btimore 19697. o 3, 1936, p. 41971. vo 4, 1937, p. 140 Ver tomo cp. "es trveurs de mre 6. M. yn 'tm i ian an Suj Suje, e, op. cit., cit., p. p . 78.
A-Cntfidade da Picam/ise 91
Não se pode desconhecer a incitação poderosa que subentende essa asa: a restituição sub-reptícia da onipotência do sujeítoepístêmíco, isto é, ujeítonãodívídido Trata-se aqui de realizar esta manobra dialética que onsiste não mais como a psicanáise nos impõe a fazer, isto é, subsumir ujeítodivíddo sob o sujeitoepistêmico, mas exatamente a proeza inversa, a aber, re�tituir implicitamente a supremacia sujeitoepistêmico no caso da visão E com efeito, a posição gnosioógica do discurso filosófico qe eva a suspeitar dessa estratégia Certamente, o Sujeitofiosófico, enquanto sujeito, não se substrai a essa divisão, mas percebe-se que não quer saber de nada disso visto que enuncia, em vez de sua fiosofia, as condições de egiti midade mida de do discurso dessa divisão, em outras o utras paavras, paavras, enquanto se apresenta então na onipotência do sujeítocognoscente que egisla sobre o que deve ser o conhecimento. O desvio que ocuta esse retorno do sujeto-epistêmico e subver te o entendimento a ponto de imaginar destrui a convicção devese ao opor tunismo de uma asserção assertórica saber que o discurso especuativo é um discursodividdo. A razão da necessidade de analisar mais de perto o que recobre essa essa noção de discurso-dividido . Repartamos da distinção formuada entre proposição positiva" e proposição flosófca"(61). Sabese que essa distinção supostamente se baseia no modo parti ' car de atribuição que intervem na proposição losóica" em reação ao da ro roposição posição posit positiva". iva". Contrariamente ao que se passa na proposição positiva, u m sujeito do enunciado não é prev previame iamente nte colocado a títu título lo d e objeto na proposição fiosófica. Também não é sujeito da enunciação que atribui, do exterior, predica dos a esse sujeito do enunciado, de t modo que jamais figura no ennciado. Na proposição fiosófica, reembrando, o sujeito do enunciado é colocado como indefnido e encontra a expressão de sua definição (ou de sua natureza) no redicado Sujeito do enunciado e predicado são idênticos(62) A conseqüência princeps desse modo de atribuição é que o sujeito da enunciação torna-se necessa riente rien te presente no enuncia enunciado do.. Não N ão é soment somentee aquele que efetua a operação de atribuição dos predicados ao sujeito do enunciado; ele se encontra encontr a irredutivemen irredutivemen te ncluído no objeto de que faa(63) Por esta razão, apes da distâcia que en unciado ciado enquanto o primeiro faa neces epaa sujeito da enunciação e sujeito do enun ariamente de si faando do segundo(64), a proposição filosófica que presentca em sua própria estrutura, esses dois sujeitos inclui portanto de aguma maneira a divisão que os separa; de onde resuta que o discurso fiosófico é um "discurso-dividido, isto é, um discurso que atualiza essa divisão Por mais sutil sutil qe seja seja esse esse racio raciocín cíno o extraí extraído do aiás de Hege(6 Hege(65) 5) não oe se articular senão apoiandose em m dos princípios essenciais do sistema hegeiao, ou seja, o princípio qe se encontrará formulado por Lapanche sob a orma ondensada segunte: "Verdade e história da reveação da verdade são 6 Cf supra, p 118 e seguintes 62 V. Descobes L' L'nconscien nconscien malgré !ui op cit. 63 bid p. 158-160
p.
157
bid p 16. 6 ee Phénonologe de lesprit, tomo I Paris Auber-Montaigne 1945, p. 50 e seguntes. Trad. Hyppolt J 64.
92 Jocl Dor
finalmente uma só e mesma coisa(66) Além de, como tal, esse princípio enun ciar algo que interessa ao máximo o processo psicanalítico, resta que, ao se encontrar destinado ao universo filosófico, pressupõe então uma certa modaida e de discurso filosófico, ao mesmo tempo que predetermina seus limites, até mesmo que estipula seu enc encerra erramento. mento. O que Hegel explicita da dialética do sujeito no discurso filosófico interessa sem dúvida menos a filosofia de uma maneira geral, que o próprio sistema egeliano e, em conseqüência, de um certo modo, a forma do próprio discurso que o enuncia Surge uma primeira questão Pode-se tão facilmente, quanto L'nconscnt algré lui prega, considerar a forma de um discurso onde interviria a diaética do sujeito articulada por Hegel como a forma representativa geral do discurso filosófico? Uma outra maneira de pergunt se o "discurso filosófico encontra se necessária e sufcintemnt representado no caso do enunciado filosófico tal como Hege formula seu princípio. Sabese que a questão não escapa ao au tor(67) O que causa problema, em contrapartida, é a natureza da resposa que ele traz: de um lado, garantindo que Hegel fala aqui do enunciado fiosófico como tal(68); de outro, fortalecendo esta alegação da caução gratuita de Hei egger: Todas as proposições decisiv decisivas as de qualquer filosofia são dialéticas dialéticas (6 (69) 9) Umaa questão semelhnte j á não poderia se resolver Um r esolver com tnta facilidade sabendo que convoca a história do conhecimento filosófico em seu conjunto O que pôde determinar a oportunidade de uma tal escolha de discurso Por qu o discurso hegeliano mais do que o discurso spinozista ou "condilacia no? Em outros termos, em que a "proposição filosófica tal como Hege a concebe se mostra tão opo oportuna rtuna em satisfazer satisfazer às exigências de um discurso capaz e "falr legitimamente da divisão do sujeito? E preciso mesmo supor essa portunidade suficientemente judiciosa para que incitasse a subsumir o discurso filosófico em geral no caso do discurso filosófico egeliano Imaginar-seia, com feito, que se o autor escolheu a "proposição filosófica hegeliana, é muito naturalmente porque ela parecia a mais adequada a responder suas questões assegurar sua demonstração Está aí no entanto uma evidência que, em si, não é satisfatória Não é manifestamente o produto de um acaso se uma colusão é stabelecida de saída entre o "discurso filosófico e a proposição fiosófica egeliana Não se deve perder de vista um dos principais empreendimentos isados: restituir a filosofia na posição gnosiológica da qual a divisão do sujei to destituiua um tanto. Se supusermos então que o discurso filosófico hegelino é exaan1ente uele que pode formular com legitimidade a divisão do sujeito, portanto a sicanálise, avalia-se imediatamente o interesse do equívoco, o qual permite uzir o sofisma que segue: 1) O "discurso filosófico é o discurso hegeliano. 2 O discurso hegeliano exprime legitimamente a psicanálise 3) O "discurso /n nconcen concen n "Psyhanalyse à l'Université tomo II n2 1 jun 978, 388. 6. J Laplanhe, La référence à / 67 V Descombes, Mas tavez se á pensar que assm acontece em Hegel, não n flosofa, in 'cnscient malgé Iu, op. cit, p 159 68. bd, p 59 69 bd., p 59
A-Cic ACicnn tifida• fida• a P�m1íl P�m1ílse se
3
iosóico" a flosofa expessam legitmamente a pscanálise. A vitude slo stica auxiliando auxiliando a Flosofia einteg eintega a então seu pedesta ped estall gnosiológco. Ua outa azão az ão pôde p ôde sobedetein sobedeteina a a escoh escohaa da po poposição posição flosóf flosófca ca hegelana coo aquétipo do discuso fiosófco apto a fomula adequaente a ivisão do sujeito potanto, o inconsciente e a psicáise. Essa escolha podea esuta de uma associação otuita isto que podea te sido pessentda ua famliadade ente a filosofia hegeliana e a pscanálse Po mais audacosa que seja a hpótese eque entetanto atenção. A déa de ua identdade ente vedade e históa da evelação da vedae epesenta ua das peças es sencas que subentende o edifíco hegelano. po_ outo lado essa peça mesta que justfca justfca o opotun opotunsmo smo da d a célebe metáfoa metáfoa somente no início do cepús culo que a couja de Mineva alça ôo(70). Suspeita-se de alguma afndade ente a edade confundida com a históa de sua eeação e um afosmo que acan não hesta em conoca quando nteoga O que é a pscanáse? Tu não me pocuaas se já não me tvesses encontado(71). A couja de Mnea alçando ôo no cepúsculo não deixa de ema que é exatamente ao fnal do ttamento ue o U advém 72). O já encontado coo obsea Lacan está sempe atás mas macado po alguma cosa do esquecmento(73) De modo que se pode e aí de uma ceta mnea alguma coisa que deveia pecsamente se evelada A pópa históia da eeação desse jáencontado é o encamnhameno que egula o pocesso do tatamento. Po outo ado sto faz pensa que do ponto de sta do sujeto do nconscente do sujeito da enuncação não se podea dze nada que já não não se se saia dv dvsão são do suje sujeto to obga obga pelo menos menos paa paa se gaan gaant t pagndo o peço da históia da evelação desse jáencontado/jásabido paa que adenha o U. Daí a ve na foma do dscuso filosófico que se autoza de que edade e eelação da vedade são apenas um a foma apopada do dscuso que podeá fomula o que dz espeto à evelação de um já encontado/jásabdo, sto é, à pscanáise e po menos que esse discuso atua faa há somente um obstácuo obstácuo no lie além dsso a dvsão do sujeto de que faa míni mí nimo mo mag magná náo o ultapa ultapassado ssado po V Descmbes Descmbes Resta agoa examina se as pefomances atbuídas à poposção fosóf ca hegeana mostamse bem de acodo com as ambções espeadas. m outos temos devemos nos gaanti de sabe se essa poposção é capaz de poder enunca alguma cosa do inconsciente. A abodagem desse ponto essencal no entnto dexa na expectativa O auto gaante com efeito que se podeá d ze"(74) o que dz espeito à divisão do sujeto e daqulo que ela faa po intemédio do dscuso ilosóico. Ua ceta eseva he impõe entetato que se abstenha de abodar o poblema daquio que se podeá dize: Pema nece a questão evdentemente, de sabe o que é pecso dze e pens"(75). Oa é bem essa questão pudentemente evitada, que é pecso debate. 70 71. 2. 3
Gallmard d 1940, 32, trad A. Kaan H, Pis de la hosophe du droi, Pars Gallmar Lcn, Lc qte ep fondmnaux e pyhnlyc i 12. Ou eja: "W E war Ich w, "Lá tv d U v v. J. Lacn o t 1 74 V Desmb L'/sen malgré /u cit. p 6 75 lbi, 60
Comecemos por observar mais de perto uma destas "proposções filosófi cas que suposamente atualza o dscurso-dviddo, ou seja, o exemplo evo cado pelo auor segundo Hegel: Deus é o ser'(76). Essa proposção é uma "proposição filosófica justamente porque não atribui a um sujeo Qá determina do) um predcado que lhe lhe convenha, como se disséssemos Deus é um sendo ; o ser (das Sen), nesse exemplo, não é um predicado, é novamente o própro sujeto De modo que o sujeio do enunciado não permanece em seu lugar, coo ponto fixo para receber a seu atrbuto, mas aparece uma segunda vez como sujeio onde se esperava um adjeivo, uma propredade vndo se acrescenar d fora(77) Eis porano o proópo do enuncado especulavo aquele para o qual, em decorrênca de um efeto de "torsão da forma arbuva comum(78), podese dizer que "a dvsão do sujeto entre enuncado e enuncação s lê claramen clar amene e (79 (79).). O ms msmo mo aconec aconecera, era, alás al ás,, com a sér sé r das propo pr oposçõ sções es qu seguem Pe Pensa nsarr e ser são o mesmo; "O nada é o sndo "O go é o não-go "Eu sou a cosa a cosa é eu(80). É verdade que se a nunciação flosófca equvale a den r o prdcado ao sujeo, todas essas proposções realzam bem essa operação E vrdade am bém que se a idenificação do sujeito do enuncado ao predcado não mas permte ao sujeio da enunciação se esquivar, para fcar à par do sujeo do enunciado, todos os elemenos anteriores atualizam bem a nclusão da enunca ção no enunciado É verdade, enfim, que se as duas condções acma mencona das definem adequadamene o discursodivdido, enão todas essas fórmulas flosófcas perencem àquele discurso a) Os enuncados auológcos e analítcos Poder-se-a consderar uma proposição tal como "Deus é o ser uma pura e simples tautologa. Com efeito, na medda em que essa proposção supos mente atualize a "divsão do sujeto, na medda em qu sea reconhecda como proposição flosófca, não se deve deixar de admtir de um pono de vsa epistemológco que essa proposção dialétca apresentase como um enuncado tautológico. E é exaamente desse ponto de vist epistemológco qu se deve parr e qusermos procurar saber o que é possível enuncar sobre o nconscen través dessas "proposições especulativas Ora, esse pono de vsta epsemoló ico mpõe, em contrapartda, que sej levado e onsiderção o problema da estrutur óia desss prop propos osçõs çõs flo flosó só ca cas.s. Não se vê alás como podera ser de ouro modo já que o caráer suposamne perormnte"* dos enuncados especulavos es e mesmo totalmente sujeto a mperatvos lógcos De fao, o que pode subver r a compreensão a pono de acrediar que a divisão do sujeo está presn da em tais enunciados fundase na realidade sobre um artifíco lógco. 75.
bd, p. 60. 76. bid., p. 57. 7 Ibid., p. 57. 78. bid. p. 58. 1. bid. p. 59 80 Popos Poposções ções citadas citadas em e m ota pelo auto in L'inconsciet malgré u, op cit. p. 159. Em cê 'w j íve de performane é eevado (N da T) •
A-Cientfdad d Pscmuíls 95
Para dissipar qualquer ambigüidade, examinemos de uma maneira mais aprofundada o enunciado tipo: Deus é o ser" Que esse enunciado seja objeto de uma escolha privilegiada no corus da filosofia hegeliana não surpreende Poderse-ia, de fato, pensar que, se verdade e história da revelação da verdade são apenas um, a tautologia pode se encontar aí justificada Mas percebese então a dificuldade radical que supõe uma Filosofia que procedesse do desen volvimento de tais truísmos Essa dificuldade imediatamente lembra a oposição clássica da lógica entre e enn n cia ciados dos analític a nalíticos" os" e enuncados sintéticos". O enunciado filosófico Deus é o ser" apresentase exatamente como um enunciado analítico" Naturalmente, com essa distinção analítico/ sintético" encontra-se reativada a querea epistemológica tradicional sobre os critérios de produção de analiticidade. A lóg lóga a lássica lássic a impõe que se aceite por analític analítica" a" uma proposição que se contente em extrair extrair de um conceito uma idéia que aí já se encont encontrava rava implicita implicita mente Por exemplo: Todo gatarrão é um gato"(81). ssa proposição é justa mente uma proposição nalítica porque a idéia de gato está implícita na de gatarrão"(82 gatarr ão"(82)) O mesmo se dá com Deus é o ser" se r" Se essa distinção agrada aos lógicos clássicos, sabe-se que o mesmo não acontece com os lógicos modernos O empirismo lógico levará a uma distinção analítico/ sintético" muito mais clara, baseandose no fato de que toda proposição analítica é necessária e toda propo sição siç ão sintética é contingente" (83 (83)) . Esta é aliás uma das profundas diferenças que oporá Carnap e Quine Essa distinção franca entre anaítico" e sintético" será contestada, entre outros, por Quine e Morton White(84) Carnap e seus discpulos eneudarão estritamente a noção de analiticidade nos enunciados que se puder reconhecer como verdadei ros ou válidos de acordo apenas com a significação de aguns termos que con têm Enunciados que poderão sempre ser decarados verdadeiros ou válidos apenas com a visão de sua forma, com o conhecimento das regras que coman dam a utilização de seus termos. Não sendo essas regras nada mais do que a regras imanentes à linguagem, aqueas que govern seu funcionamento Veja mos os seguintes exemplos: (I) Se um homem não é casado, então ele não é casado"(85) () Um casaco não é vermelho e não vermelho" (III) Ou alguns insetos são parasi parasitas tas ou o u nenhum é". é" . 'emprsme me lgq lgq Par 8 Exempo por . Vax em L 'emprs Pars s PUF970 PUF970 p 303 303 82 b bid id.. p . 31 83. bd., p. 30. 84. Cf. V. O. Quine ) w ma of cmpirim n "From a oga pon o vew 1953, Harvard Universty, Press Cambrdge Mass a. P Jacob es deux me empirisme, n De Vee à Cambridge, 1980, p 87-2 Pars Gamard. 2) Cp and zn The Phosophy o Rudof Carnap ed por P. A. Shpp 963 Open Court Lasale nos p 38506. Cf também M. Whe, The nalyti he synhetic: an nenble dim n Phosopher of scence and reedom" de John Dewe New York The da! Press 90 85 Exempo cdo por . Bouveresse Cp e e et phophe i 'âge da a science" Pars Dunod, tomo I n 2 970 p 75 "La paroe malheureuse: de alhme ingustque à a gramre phosophique Pars Mn t 97 p 247-297 247-297 96 fcl Dor
Em todos esses exempos, a vaidade dos enunciados é determinada a partir das regras que comandam a utiização dos te �mo moss como "se. . então; não ou "alguns "nenhum ( todo + não) E inútil sair do domínio igüstico para resover sobre sua vaidade Essa validade é estabelecida se ue se saia da inguagem no interior da ua esses enunciados são formulados A primeira conseqüência dessa definição de anaiticidade é que a verdad dos enunciados anaíticos é a priori e necessária A priori, na medida em qu deriva apenas das regras que governam o emprego dos termos. Necessária, no sentido em que, sendo nossa linguagem regra, todo enunciado que exemplific ess regras não poderá deixar de ser considerado necessário A segunda conse üência importante é que validade e verdade são confundidas, de modo que a verdade de um enunciado analítico pode ser reconhecida de acordo apenas co a significação de certos termos que ele conté. Portanto, verdade e significaão não são probemas distintos Verdade e signcaçã pdem ser identfcadas Quanto à terceira conseqüência, eve-se ao fato de que os enunciados analtics nada diz sobre a realidade Mesmo que façam uso de teros dotados de significação ep rica (como "casaco, "inseto, por exempo) não diem nada propriaen faando Os enunciados analíticos são apenas uma conseqüência das regras que comandam a uilização dos termos Vê-se imediataente que tipo de elo vai então unir linguagem e ógica As eis ógicas não serão nada mais do que a foraliação das regras que coan dam o fundamento da linguagem H dirá, por exeplo, "A lógica é prie ramente engendrada pela inguagem(86). As leis lógicas apenas diem respeito então à nossa maneira de faar sobre os objetos. Esse cnvencinalismo lingüísc não deixa de ter diretamente alguas relações com certas teses capitas do Tacaus Logico Philsphicus. Wittgenstin enunciará, co efeito, que a lingu gem não é apenas o ugar do sentido E o meio pelo qual se expressa o sen do(87 De modo que o objetivo da ógica jamais é explicitar as propriedades formais da linguagem(88) As proposições não die, portanto, nada sobre o mundo(89) São tautoogias(90). As proposições da ógica não podem então ne ser refutadas, nem confirmadas pela experiência(91). Assim: "As proposições ógicas descrevem o embasamento do mundo, ou, antes, elas o representm Els =
6 H Hahn, ogk nhemtk twd Naurrk, in Enhetswssenchaft n 2 Vena 933 Cf tamm ogcl Positism ed A Aye New Yok The Fee-Pe 959 p 52 7. L Wittgensten Trcttus Logico Pziosophicus 92 n Annaen de Natuphiosophe inglea Ogden/Ramsey Tcttu Logco Plosopicus. ondes 922 Routledge and Pau Ke Tad ingesa D Peas/B M Guines ondes, 96 Routledge and Paul Kegan Tad ancesa I' osssk Traus logico phosophicus, Pais Galmad 96 42 O homem possui a acud de contuir lnguage lnguagens ns pel pelas as quas qua s cada sentdo e pode epm sem se m te nenhum nenhum noão noão nem 1 mae ma ea a como cada palava sign signfic fica a ne nem m do que sgnifica sgnifica opcit p. 7070-7 7.. 6. "Que as poposções da ógica ógica sejam sejam tautologas tautologas es o que mosam mosam as popiedd 88 Ibd 6. omai o maiss lógca lógcass da ling linguagem uagem do mundo" mundo" op ct p. 48. Ibid, 6.1.: As poposições da lógca no dzem nada; conseqüentemente são popos<'S nalticas, op. ct. p 47 . Ibid As poposções da lógca são tautologias op it. p 47 bid 6.222 s o que esclece esclece a questão de sabe po que as poposiões lógcas lógcas não pod• pod• 91. bid se conimadas pela expeência como também não podem se eutadas po ela Não soment u oposição lógca não deve pode se efutad po nen nenhuma huma epeênci epeênciaa possí possível vel mas tmm n•\o eve pode s conmad po semehante epeênca op ct p 52
A-Cintijcid1e da Psimuíl� 97
o tratam de nada(92). Nestas condições, Carnap recusar-se-á a considerar naítico enunciados do seguinte tipo: Todo gatarrão é um gato, Se um omem é soteiro, então não é casado Quine, ao contrário, considera-as como proposições anaíticas. A diferença poiar-se-á essenciamente em um certo número de sutiezas entre sinonímia e anaiticidade Sinonímia no sentido em que se pode considerar reconhecido ue o conceito soteiro contém a idéia de "nãocasamento do mesmo modo ue o de gato incui a idéia de "gatarrão Em resumo, Carnap procurará distinguir os enunciados anaíticos excusivamente como aquees em que a vai dade (verdade) poderá ser decidida a partir da significação das partícuas ógicas ógic as (se . . então; etc.) et c.) e de suas regras de de utiização uti ização Ee objetará que a vaidade de proposições como Todo gatrrão é um gato faz intervir a sgnfação de teos descv para os quais as regras de utiização da inguagem não podem nada dizer Quine, contrariamente, estenderá a noção de naiticidade a tais enunciados partindo do princípio de que se pode considerar as proposições anaíticas como proposições que se pode trnsformar em verdades ógicas por substituição de sinônios em sinônimos(94). Em outras paavras como precisa Bouveresse, isto equivae a aceitar que "as duas noções de sinonímia e anaitici dade definemse finamente uma pea outra(95) Mesmo Mesm o que qu e esta questão não seja sempre sempr e caramen caramente te defini definida da ho hoje je em dia, essa dissertação nos arcanos da anaiticdade não terá sido inúti para precisar o que se pode esperar da proposição fiosófica hegeana, mesmo que devamos nos submeter provisoriamente à expectativa aqui embrada sobre os imites da anaiticidade O que importa é que, por fata de uma soução radica, já se pode fazer intervir os dois pontos de vista evocados anteriormente e ver o que resuta de conseqüências para os enunciados fiosóficos. Aceita-se, Aceit a-se, como os ógicos cássicos e como Quine ve na proposição Deus De us é o ser um enunciado anaítico. Neste caso, devese admitir que esse enunciado, por ser ser tautoó tautoógico, gico, de uma certa maneira maneira não diz nada que á não se saiba Neste sentido, é verdade que predicado e sujeito estão totamente identificados. Pode se dizer também que é preciso já se ter considerado todos os predicados no sujeito. O enunciado é então um esclarecimento do sujeito Foi aiás, neste senti do, que se disse freqüentemente do enunciado anaítico que era estéri do ponto de vista do cohecimento já que nada traz de novo. Ou, agora, imitamonos ao outro ponto de vista, o de Carnap. Duas possi biidades apresentam-se então. De um ado, considerase que esse enunciado não é descritivamente anatico(96) e será rebaixado à casse dos enunciados sintéticos, isto é, à casse dos enunciados para os quais verdade e significação tornamse probemas senão independentes, peo menos distintos. Então, esses enunciados não poderão extrar sua significação senão de uma reação com um primenum. Logo se percebe a dificudade desse expementum no que diz 92. 93 9 9 9
Wttgenste Wttgen sten n op ct ct p 154 poposição 6 124 124 Ex. itado po J Bouvesse, i Caa e lagage e a Philosope c p. 282 J . ouveree Carna e agage et a Phlosohie, op ct p 282 lbd lb d p 282 282 lbd p 282 282
98 /N Dor
espeito a "Deus ou o se Conseqüentemente, esse tipo de enunciado filosó fico deve se elacionado ao corpus dos enunciados metafísicos Devese, potan to, peguntar se a metaísica está em condições de expimi legitimamente o inconsciente, o deso, a psicanálise? De outo lado, pode-se considear, no limite extemo, esse tipo de enuncia dos como enunciados analíticos Dito isto, não podem assegua nada da eali dade sabendo que não se pode consideá-los vedadeios senão de um simples ponto de vista fomal A questão é então sabe o que enunciados que nada podem expimi legitimamene da ealidade, poque sua validade é simplesmente sancionada apenas no plano fomal, podm então enuncia da psicálise? O que equivale equivale a dize que "poposições "p oposições filosóficas filosóficas do d o tipo Deus é o se nada podem fon onula ularr da picanális pi canálise. e. Consideando essa poposições como tautolo gias, elas pessupõem então que o discuso analítico já é fomulado legitima mente, visto que sua "enunciação filosófica limita-se-ia a um esclaecimento, a uma etomada desse discuso do qual seia necessáio aceita todos os pedi cados como dados de antemão, sabendo que aí está o que sea o destino de todos os enunciados tautológicos Po outo lado, se é vedade que nos esfoça mos paa apecia o valo de tais enunciados, devese aceita que, além de sua validade fomal, nada se pode asseguar da vedade mateial daquilo que enun ciam da eali ealidade. dade. Enfim, se consideamos consideamos esses enunciad enunciados os como etafísicos e tafísicos situamos de d e saída o que enunciaiam da psicanálise em um univeso univeso de cenças A pati daí, a questão da legitimidade do "discuso analítico não t�ia mais azão de se levantada levantada já que se esumiia à da autoidade autoida de do doga E peciso, potanto, conclui pela impossibilidade, paa esse tipo de poposição filosófi ca, de enuncia o que que que seja de legítimo sobe a psicanálise Sobe a base dessa conclusão, não se pode, po isso, invalida essa peten são filosófica em seu conjunto Resta, com efeito, examina outos odos de poposições filosóficas supostamente petinentes paa satisfaze às condições dessa enunciação b) Os enunciados dialé dialético ticoss Poposições como: I) O ego é o não-ego, ) "Eu sou a coisa e a coisa é eu são de um gêneo bem difeente de Deus é o se Ainda que o auto não tome o cuidado de estabelece essa distinção, tata-se de enunciados difeentes dos enunciados tautológicos. tautológico s. Aliás, imagina-se imagina-se com co m facilidade facilidade que uma Filosofia que se eduzisse a um conjunto de enunciados tautológicos (analíticos não podeia se desenvolve a menos que, a exemplo de uma matemática, ciasse e defiisse seus pópios objetos. Como este não é o caso, deve, potanto pode laboa seus se us desenvolvimentos ecoendo a outos pocedimentos po posicionais. Os enunciados ) e (1) exemplificam um desses pocedimentos, ou seja, o ocedimento dialtico. A este espeito, o talento de Hegel foi te tido êxito em escobi a azão do imobilismo onde a identidade o fixava, paa faze com que paecesse como um movimento poduto de idéias de modo indefinido com a zã é Toda a lógica clássica é baseada no pincípio de identidade A é A", e no pincípio de não-contadição: "A não é não-A A inteligibilidade é, otto, inteiaete dominada pela fómula identificante E é vedade que a A-Cieltjciad dn Pscnmis 99
onão identificte da azão execeu sua influência sobe toda a história do nsamento. Meyerson(97) mostrará que qualquer diligência cognitiva, inclusive na ciência, esfoça-se para faze com que apareça uma ceta identidade atavés da divesidade. O que ele el e denominaá denominaá "paradoxo epistemológico epistemológico dever-se-á ao atoo de qu at que, e, para dar conta cont a de uma mud mudanç ança, a, não se deixaá de negá-lo, de modo m odo ue torná-lo inteligível consistiá em mostrar que não mudou O que leva a se rguntar rgun tar se a azão não é inapta ao elaboar a inteligibilida inteligibilidade de de uma mudança. Pela razão dialética, Hegel subvete adicalmente o imobilismo identifican t da azão que podeá daqui por diante assumir a mudança. Em sua própria essência, a azão será podutoa do outo; equeiá a alteridade Para fazê-lo, isto é, paa partilhar da mudança, a azão deveá ela mesma mudar. Deverá ealiza uma evolução inteior. Revolução que eside no paradoxo de uma razão que intega a contadição Na lógica identificante, diziase "o se é A lógica hgeliana mostrará que qualque tese coloca diante de si sua antítese Assim, se ao ser se opõe o não-se, isto significa que não posso pensar o ser sem pensálo como uma ceta oposição ao não-se Essas duas oposições encontram-se neces sariamente ligadas, sendo, ao mesmo tempo, contaditórias. De modo que a ópia essência da razão baseia-se na contadição Entretanto, se a azão se limitasse a essa contadição, não se encontrara aí uita vantagem. Paa Hegel, este ato pelo qual a azão engaja �eu movimento na assunção dos contios engajao de uma só vez mais longe E este o sentido da síntese dalét dalétca ca (Aufhebung), pela qual a razão, assumndo a contradição, é o ugar de um engendramento das idéias umas pelas outras no sentido de um devir Em outos termos, a fecun fecundidade didade da azão dialética deve-se ao fato de que é movimento e criação Além disso, o movimento dialético é um movimento que vai do abstrato ao conceto. Há sempre mais realidade na síntese do que na tese e na antíte antítese, se, de maneira que a razão vai do mais abstato ao mais conceto conce to Uma outa maneira de dizer que a razão eaza a eadade ou ainda, que quant mais o eal raconal, mas é real. Potanto, a pomoção de inteligibilidade é também ua promoção promoção de realidade Invet Invetendo endo a odem e o sentido da inteligibilidade, inteligibilidade, a razão dialética faz de modo que é o que aparece após na história que nos faz mpeende a necessidade do que esteve antes. De onde resulta que o ensa compeende co mento diaético é um pensamento históico oientado paa uma maio racionali dade ças coisas, potanto uma maio ealização do real E em viude de suas novas qualidades que o enunciado dialético pemite que se saia da aporia do enunciado analítico ou tautológico Levantandose a contadição da identidade, inicia-se um movimento em direção a mais aciona idade A identidade dos contaditórios é uma garantia de promoção ciadoa odese até esmo dizer que por instituir um movimento de autoengenda ent do inteigve, inaugua a autopromoção da eidade Avaliase então o interesse de tais enunciados. Primeiramente, por causa do rópio movimento dialético que os subentende viu-se como presentfcavam a "divisão do sujeito. m seguida, acabou-se de ver que eam capazes de engendrar um excedente de ntligibilidade A prir pode-se, portanto, considerar esses enunciados como os ai bem aopriados formula algua coisa do inconsciente, do desejo, da 97. E Myrsn M yrsn,/ ,/ ité ité cl ai t t Paris, Alcn 192 2" ed
100 fui/ [)(Ir
psicanálise Afinal, a questão do que podem enunciar legitimamente levanta-se ipso Jacto, e, uma vez mais, a análise epistemológica deve ser convocada para ratificar a validade dessa enunciação dialética. E, para ir direto à questão, é a própria "lógica dialética que se deve examinar Essa lógica dialética, como Russell observa judiciosamente, não deixa de denunciar as insuficiências da lógica tradicional a fim de ultrapassálas, enquan to que, em seu princípio, restitui essa lógica constantemente. "Crítica da lógica racional que ele pretende substituir por uma lógica pessoal mais perfeita, ele (Hegel) apenas, em um sentido, não deixa de supor no decorrer de seu raciocí nio, inconscientemente e sem crítica, essa mesma lógica tradicional (98) Disto já se ode concluir pela ambigüidade fundamental que vai governar o sistema hegeliano. Ambigüidade que vai perverter radicalmente as possibilidades de pertinência dos "enunciados dialéticos Sigamos a análise de Russel R ussel desse ponto(99) Desenvolve-se em dois tempos Em um primeiro, mostra so que aspectos a "lógica hegeliana restitui a lógica tradicional (e suas insuficiências) supondo " a crença crença tradicional tradicional na universalidade da forma forma sueitopredicado (100) "a lógica tradiional considera a proposição como a atribuição de um predicado a um sujeito, o que permite passar facilmente facilmente à idéia de que não há jamais seno um sujeito, a saber, absoluto, pois se houvesse dois, a proposição de que há dois não atribuiria predicado a nenhum deles (10). Daí a idéia fundamental que se desenvolve na lógica de que uma "proposição filosófica é da forma "O Aso luto é isto e aquilo(02). O que justifica conceitos-chave como "a identificação dos contraditórios ou ainda "o universal concreto Em um segundo momento, Russell mostrará como, apoiando-se implicitamente na lógica tradicional, a lógi ca dialética herda, de uma só vez, suas mais graves fraquezas Uma delas, totalmente essencial, já tinha sido assinalada por Kant a propó sito do conceito "de existência(103) Kant denunciava claramente o erro que havia em tratar a existência ("é) como uma propriedade atribuída a entidades individuais, erro sobre o qual toda a metaísica tradicional era construída: "Ser não é evidentemente um predicado real, isto é, um conceito conceito de alguma coisa que possa se acrescenta acrescentarr ao conceito conceito de uma coisa. ( ) Or Ora, a, se se tomo o sujeit sujeito o (Deus) com todos os o s seus predicad predicados os e digo Deus é, ou ele é um Deus e não acrescento nehum novo predicado ao conceito de Deus, mas não faço senão colocar o sujeito em si mesmo com todos os seus predicados e, ao mesmo tempo, é verdade, o objeto que corresponde a meu conceto. Ambos devem encerrar exata mente a mesma coisa e, conseqüentemente, nada mais pode se acrescentar ao conceito que expressa simplesmente a possibilidade, pelo simples fato de que eu concebo (pela expressão: ele é) o objeto desse conceito como dado absolutamen te(04) Ru sell retomará esse argumento sob uma outra forma em seu texto Russel, La méhode scienifque en posophe, op cit., p 59. 9 Ibid, p. 5-60 Ibid p 59. 0 Ibid, p 59. 02 Ibid., p 59 03 Cf Kan Crtue e la ason pure Trd A Tremesaygues/B. Pcaud Pis PUF 1968 (6" ed) cf. p. 5 e seguintes . Jbid p 429
A-Cicntifidade da Psaális 101
seja a "Um rac racioc ioc como como o seguinte os Py f lgial amim, ou sej
s s exis existe tem; m; Só Sócr crat ates es é um om omem em Sóc Sócrat rates es exise; exise; é um sof sofism ismaa mo Os o ome mes s sã sãoo numer numeros osos os Só Sócr crat ates es é um home homem; m; Só Sócr crat ates es é ues u eso o (1 05) A afirmação de existência: "existir é totalmente ilegtima porque funciona cmo o predicado "numeroso(06. Russell denunciará na "lógica dialética ua cousão de uma ordem muito similar raciocnio de Hege nesta parte de sua gica repousa do início ao fim sobre a confusão do é da proposição predicativa como em 'Scrates mortal' com o identidade como em Scrates é o filsofo que bebeu a cicua' Graças a essa confusão ee pensa que 'Scrates e morta devem ser idênticos Percebendo ue são diferentes não concui disso como outros fizeram, que deve haver um erro em algum lugar mas que mostra� 'a identidade na diferença' Assim, crates é particular mortal', universa. E por isto que ee diz que já que ócrates é mora, resuta resu ta que o paricua é o universa universa considerando cons constant tantemen emente te como a expressão da identidade. Mas dizer ue o 'particuar o universa é cotraditrio Hegel, novamente, não suspeita um erro, mas prossegue sua diligência sintetzando o particular e o universa no indivduo ou universa conceto is um eemplo de como, por fata de cuidado no ponto de partida constri-se vastos e consideráveis sistemas ilosicos sobre confusões miseráveis e grosseiras" (107) "O
Russell salienta Russell salienta o carát caráter er falacio falacioso so dessa dess a lógica que nada mais é do que a a busca da naturea do universo na medida em que é possíve deduz- do úc
rncpo de qe o nveso deve se ógico e intnsicmente coeente"(108). Qe de que esse objetvo se ed cnvete ógc hegen em um pocesso especulativo ontoógco e subseqüentemente os "enunciados dialéticos que autoria em "e
nunciados metaísi nunciados metaísicos cos Assim As sim sendo essas proposições proposiç ões filosóficas darão um umaa vez mais provas de sua inadequação em enunciar legitimamente alguma coisa da psicanáise Podese até mesmo dizer que o argumento principal que susten tava a pretensão de que a filosofia se consagrava a �ssa enunciação aparece agora como sem undamento o "discursodividido. E claro que a atualiação conjunta do sueito do enunciado e do "sujeito da enunciação no discurso especulativo resulta de um artifício dialético Articio ógico certaente prop cio ao desenvolvimento de uma especulação ontológica, mas inadmissível en quanto ele subentendesse um procedimento epistemológico ticulado sobre a questão do inconsciente e da psicanálise. Ora não se pode discutir que o projeto de L 'inc 'incons onscent cent mgé mgé apresenta-se como um projeto epistemológico Ele o é de fato senão de direito visto que se interroga sobre a pertinência do discurso anaítico em enunciar adequamente o objeto de que tenta alar; do mesmo atmism , i "Mind V-28, 98 p 495-52 Cf Tamn in Logic Russell Philophy f cical atmism, nd knowledge Essays, 90 950 p 17528 ed por R C Mrsh ondres Allen Unwin 956 06. A teoia dos tipos impoá que se veja na exisêna uma propriedade não dos pópos divíduos, as das unções poposons A exsênca deve poanto ser considerada nese caso o uma propriedade de propriedade "07 B Russell La éhd itiqu n iop!ie noa in: op it, p. 60 0 b p 58 (o go é eu) 05 B.
I 2 o,;/ I ) r
modo como ao ter pronunciado sua desqualificação, esse projeto tena definir e justifica o modo de discuso capaz de enunciar legitimamente esse objeto. Viu se que aí mesmo estava uma intenção intenção epistemológica episte mológica que ulrapassava o quadro de uma simples reflexão crítica e tendia a se identificar com uma teoria do conhecimento que, no caso, seria necessáio considerar como teoria do coheci mentodividido Assim como as "proposições filosóficas" não realiza por duas vezes sua pretensão essencial, uma primeira vez acreditando a idéia de uma atualização da "divisão "d ivisão do sujeito" que se resume, de fato, à medida de d e uma falsificaç falsificação ão lógica; uma segunda dado provas de sua inaptidão, até mesmo de sua esterilidade em exprimir o objeto da psicanálise; a eoria do conhecimeno-dividido que autorizaria essas proposições expressa aqui pela teoria hegeliana hegeliana do cohecimento cohecimento dialé dialé tico , reduzse ao arbítrio de um considerável disposiivo de consruções me tafísicas cujo princípio reprime, aé mesmo proíbe, o próprio esboço de uma autênica análise episemológca eraa uma Por conseguine, para que um"discurso filosófico" que possa dizer uma coisa da psicanálise, mas percebendo nada poder fazer, enconrase inimado a se contenar com esa extremidade de falar dela nada dizer? De fao, o "discurso filosófico" que nada diz além do que "pode dizer!" pareceria, numa primeira olhada, declinar seu recohecimento de dívida acerca de um dos projeos cons titutivos da filosofia da linguagem witgensteiana segundo a qual, como formu la G. Hotois, "em virtude de uma autologia última ou originária, a essência da linguagem e a necessidade do silêncio enontrarseiam em uma relação de implicação recíproca"(09) Mas ao reomar, pelo conrário, a ordem do argu meno wittgensteniano que equivae a estipular "que há coisas que não podem se dizer" (10), meditar-seia aqui com grande proveio sobre a oporunidade da fórmula de encerramento, aparenemene enigmática, do Tracats Logico Philoso phic ph icus us:: " Aquilo de que não se pode falar, é preciso calar"().
4 D a Obje jeçção d e Má M á Quali Qualida dade de À Peição d e Princípi Princípios os Poderseia contesar a legiimidade da desqualificação empreendida acerca do " discurso especulaivo", coocando como princípio de objeção a ambigüida de epistemológica que susena essa recusa De fao, em virude do objeivo visado, que é não somene denunciar a inaptidão da "proposição filosófica" em presencar, em sua estrutura lógica, a divisão do sujeio, mas ambém, mais geralmene, denegrir a filosofia em sua imperícia para enunciar adequadamene o objeto da psicaálise, podese sempre discutir a validade de um processo epistemológico que agumentasse essa es sa desqualificação desenvolvendose no ca cam m 109 G HottoisL phlosophe du langage de Ludwig Wittgenstein, edição da Uiversidade de Bruxels, 976 p 5 1 lbid, p. 5 11 Wittegenstein, Tracfatus logco phlosophcus op. cit. proposião 7 p.
A-Cietifcid da Psiamílise 03
po do discurs sutura(12). Em utras alavras, e-se legitimamente iva idr retensã iscurs fisófic (que sustaente exemlifica discursivii") em frmular iscurs analític" r iterméi e argu ents que rceem e um efeit e refena" sujeito? Nã seria incnsis tente ensar que um iscursnãivii", cm iscurs eistemógi c, ssa se encntrar habilita a sancinar iscursivii"? Se tiverms que cmreener cm iss que uma eistemlgia seria legiti mamente rescrita ara areciar e eciir, mneira e uma teria ceci ent, que que eve ser iscurs a ivisã sujeit" iscurs analític é entã entã eviente que a incnsistência é ntória, que que já fi estaeleci (13) Se, a cntrári, tiverms que cmreener que iscurs eistemlógic encntrarseia rtunamente cnvca a sancinr uma rem e iscurs ( iscurs fisófic) que sb retext e ntáveis atiões (atualizaçã sujeit enuncia e sujeit a enunciaçã) ambicinaia frmur e uma aneira ad hoc bjet a sicanálise, entã a incnsistência esaarece Desa arece, is nã se sai cam eistêmic efini elas ruções e iscur s e um sujeito-ognosente, ist é, e um sueit em que se encntra anulaa a distância que seara sueit enuncia aquele a enunciaçã. a eiste mlgia, cm a filsfia, sã ruções e sujeionãodividido Nestas cni ções, nã se vê vê que haveria e incneqüente incneqüente em estimr se uma rem e iscurs está realmente em cnições, e um la, e aresentar as quaiaes e atiões que suõe e si e, e utr, e minar s meis e frmular ertinentemente aquil e que se rõe a falar. A Filsfia nã e se enun ciar e utr m senã cm rut e cnheciment e um sujeio limites que que ist ist cmr cmrta ta me mesm sm que essa essa ru ru pistêmo cm ts s limites çã e checiment se esenvlva recisamente ara emnstrr que nã é Cm ta, nã eria rtant se subtrair autriae a crítica eistemlógica que e esenvve o ipso em relaçã a tais emnstrações ara avaliar sua cnsistência e calcular seu alcance Cntaa esta bjeçã, ese entã evienciar neste requisitóri flsó fic a insistência de um aralgism A rória cnceçã esse rjet fisó fic é um magistra at e submissã nitência imaginária sujeioeisê mio e que ela suõe a enegaçã sujeitodividido. stn a ivisã sueit amitia cm que inaugura a seraçã sujeto e si mesm ela refena iscurs, á mnifestamente uma cntraiçã em querer articular a que cnições um disurso dedutivo eve satisfazer aa que seus enuncias pssam, n mesm mment, referirse simultaneamente " cisa e que se faa e a iscurs que se faz sbre ea(114); seja nmeaamente, avnçr prosições egtims sbre incnsciente enqunt eve ser efini na ife rença sueit d enuncia e sueit a enunciaçã(115). 2 Aqui no sentido em que J. . Mier define a "suura ja como o que omeia a relação do ueio à cdei de seu discso onde se deve ver que esse sueio aí figura como o eemento que fal sob a espécie de um substitu substituto to Cf t Les cahiers pour I' aayse, n - Pis Si 9, 9, p 4 3 Cf supa: Cap. 1: cientificidade e discuso atico a suversão psicanaítica do epistéme V Dscoms, Lncncn mgé / op. cit., p 5 bd, p 6 104/ol Dor
Para formular o que deve ser estelugar de enunciação surpreendente(116) e onde se organizaria esse dscurso, só se pode fazê-lo pelo vés do discurso iosófico com o que introduz necessaramente enquanto discurso de msujeiognscente, de desconhecimento do ponto de vista de sua enunciação naqulo ue enuncia Ou, sob ua outra forma, o desafio de enuncar fiosofcamente fiosofcam ente que a filosofia é exatamente conforme o que o fiósofo dela enunca. Projeto sem dúvida tão vão quanto querer dar conta da ciência cientificamente. Ao tentálo, suspeita-se que esse discurso fomente alguma revanche acerca de sua desttuição gnosológica Sem dúvda, não é indferente ver a flosofia car nesta armadilha fantasátca ao final de um trabaho especuativo do qual F Roustang(117) denigre, com razão, o fundamento freqüentemente magnrio: "Este gênero de trabaho a partir da teoria constituída em aso algum pode ser anato Aqueles que o praticam são às vezes nãoanalistas que tabaham o texto do teórico de modo a testar sua ógica e eventualmente a aer sobressair sua contradições e suas coerênias ou ao contrário a proar e estabeleer sua suposta lógica. Neste caso desenvolve-se a fantasia de que a teoria não tem falhas ou que se as tem, serão preenchidas fantasia totalitária de obsessivo ou de paranóio que faz da teoria assim retomada retomada uma doutrina que responde ou responderá a tudo ( 1 8 )
Avala-se a oportunidade dessa opnão dante das especulações que ao preço pre ço de estmat estmativas ivas "filosófico-ps "filosófico-pscológcoanalít cológcoanalítcas cas (1 (19) 9) constroem ntera mente entidades teórcas que procedem do mito Estmatvas que nvocando explicitamente especulações flosófcas anterorete citadas sobre a enuncação, autoramse por isso a associações ideológcas político-relgosas tão dscutíves uanto incativas ao nível das cêncas socas cujo caráter supostamente "revo ucionário permanece muito abíguo(120)
16.
lbid. p 161 17. F Roustang Sur a transmssbé de a héoe anaytque, 118. bid p 83 119 J. L Tristani Le sade du esp Paris, Minuit 198 12. ) bid p 149 e seguintes. 'ncon conscie scienn t dans l 'énonca énoncao o op cit, p. 730-731 b) 'n
i
"Un destin destin si funest funeste" e" op. cit p 83
A-Cintjcde d Psmráls 105
Cientificidade da Psicanálise e Psicanálise-Ficção 1.
O NEOCOGITO AO SOLIPSISMO
Esta situação pareceria anunciar o retorno sub-reptício de um criterium filosó fico cujos fundamentos foram necessários três séculos para sacudir, o racionalis mo e seu correlato: o cogito Ao retomar o problema no ponto crucial que a Spatung convocao, duas concusões se impõem Primeiramente o discurso da ciência enquanto exige no próprio princípio de sua produção uma negação da Spatung encarnada pelo sujeito-cognoscente sujeitoepistêmico ou seja pelo sujeito-n sujei to-não-d ão-divid ividido ido não é adequado a exprimir o objeto da psican psicanáli álise se o qua, por definição, sustenta-se nessa divisão. Em segundo lug porque o dis curso anaítico não pode em nehum caso exprimir-se pertinentemente na in guagem da ciência, ciência, propo proporcionase rcionase os meios para desmascarar desmascarar o que pode po de haver de imaginário em tentar elaborr esse projeto Isto em razão da própria natureza do discurso científico que apresenta os estigmas das elaborações imaginárias que se originam na ilusão sujeito-cognoscente, em outras palavras, sujeito para o qual está forcluída a distância que separa o sujeito de uma parte de si mesmo E exatamente a conseqüências que resultam inevitavelmente dessas duas concusões que se pode ver acontecer ago da ordem de um cogito. Bem enten dido, não se trata do cogito-standard à maneia do século XVII mas mais exatamente de um neocogito Vejamos as proposições (I) e (11) que seguem () O modo de d e produção estrutural do discurso d iscurso científico científico não permite enun enun ciar alguma coisa de egítio sobre o inconsciente (11) Todo discurso do sujeito que querr seja seja teó teóric ricoo ou não não pag pagaa seu trib tributo uto à Spaltung, que subverte o referido sujeito incitandoo a enunci, sem saber, algo iere!te, até mesmo algo a mais do que o que acredita dizer no que enuncia. E caro que essas duas proposições () e (11) surgem como conseqüências gicas do que o discurso aalítico enuncia do inconsciente A este respeito, se nsiderarmos essas proposições como conseqüências válidas, isto é, proposições rdadeiras, isso pressupõe necessariamente que se admita o discurso que as romove como um discurso ee mesmo válido Em outras paavras, isso equival "
A-Cientcidad da Psicanáli 107
etar os enuncados do dscurso anatco como enuncados verdaderos Nest ersectva, se dentfcarmos agora o ugar de dscurso onde se encon trm formuados os enuncados anatcos, não se ode dexar de observar a posção erárquca rinces que ee detém, não somente acerca do dscurso da na, mas também, mas geramente, de todos os outros dscursos do conhec mento Com efeto, vuse ser necessáro acetar que um dscurso que enunca, por ntermédo de jugamentos suostamente verdaderos, roredades sur reendentes de um outro dscurso, é necessaramente uma metanguagem Ora, o dscurso anatco, que romuga semehantes roredades sobre todos os dscur ds cursos sos ao menos saber aqu aqu a roredade roredade que todo dscurso tem de ser dv d vd ddo do é ortan ortanto to,, ipso metanguagem em reação àquees dscursos dscur sos ipsofacto, facto, uma metanguagem Se buscamos, enfm, até o fna, as conseqüêncas ógcas dessa argumen tação, é recso admtr que aesar de sua quadade de metadscurso o dscurso anatco não dexa de ser ee róro um dscurso de sueito. Como ta, ca ortanto necessaramente sob a ação da roosção ( Quer dzer, a roreda de (II) de que faa acase a s mesmo De modo que se chega à stuação desconcertante que segue: o dscurso anatco, enquanto dscurso de sueito, artha o destno trágco de seus homóogos; artca de uma mesma usão, a sueitocognoscente, a do sueitonãodividido faando e teorzado Enquanto ta, consttuse ortanto sobre o modo das roduções dscursvas, nstaura-se, or sso mesmo, em um ugar gnosoógco totamente totamente fam fam ar, ar, nomeadente aque e de onde se artcua o cogto De fato, fca-se tentado a dentfcar, à sombra de semehantes roredades, a assunção oiotente de uma certa forma de enun ação que se assemelha, a onto de enganar, à enuncação fosfca de que se conhece o ascendente gnosoógc ? acerca do coecmento e dos dscursos eos quas ea se s e encontra formuada formuada E o sent sentdo do da metáfora metáfora trva da árvore árvor e "cujas "cujas razes são a metafsca, o tronco é a fsca e os ramos que saem desse tronco são todas as outras cêncas(1) Avaa-se, medatamente, o nteresse do rocesso daétco que acaba de ser exosto. nsstndo sobre a aradoxadade ntrínseca nerente ao robema da vadade do dscurso anatco no róro ugar da Spaltung onde essa ara doxadade se nstaura, e ferndo eo ogo de conseqüêncas ógcas a aora estemoógca que atrbu o dscurso dscurso anatco em ugar ugar e ae de um u m dscurso uramente esecuatvo sujeto à autordade do sueito-cognoscente, desatva-se rdcamente o exosvo freudano Com efeto, o robema esecfco da egt mdadee do mdad d o dscurso anatco anatco é desocad desocadoo do ugar estemoógco onde se cooca e onde recama soução ara um ugar onde, a artr de agora, aenase no unverso das raonadades habtuas que a nstâna do sujeito-cognoscente egs Por outro ado, desttudo de sua orgnadade de rincío, o dscurso ana to, sendo aaentado tanto em seu rojeto quanto em sua forma de um eedente de enuncação flosóca de bção centífca, desquafcase de uma perrfor orma mant ntee e não ertnente ve, desmascarandose como um dscurso não pe er do objeto de que fa Assm, terá então o descrédto da autordade entfc e fosfa, as quas não dentfcando um de seus rebentos, não dexa ro de onvoáo dante de sua jurdção estêmca resectva onde será, sucesa
1 . k�ct Princis de l phloophie, n Oeuvre et lettes", La pléiade Pas 1953 p. 556
108 /i i Dor
svamente, sanconado e recusado como pseudoconhecmento, ou então, subme tdo, reduzdo e ntegrado a algum corpus de conhecmento canônco Encontra-se a, no pricípo dessa (pré)-suposta assunção gnosológca do dscurso anlítco, o germe de d e todos todo s os empreendmentos sofístcos e dos desvos abusvos almentados contra a pscanálse Da crítca flosófca sutl, mas pern cosa, à recusa cega, mas supostamente objetva da cênca desenvolve-se um vasto campo de dsputas e outras controvérsas que não se opõem, em certos casos, a dar provas de fdeldade recíproca Assm, o mesmo acontece também com certas dsposções flosófcas dtatoras que se sustentam em rcanos lóg cos que a cênca não reprovara reprovara Dá-se o mesmo com co m algumas paradas abruptas, abruptas, rrsóras medocrdades onde a cênca se compromete se acontecer de se vn glorar de medtação flosófca Sob a bndera das prmeras, encontra-se, por exemplo, ok segunte O dscurso da pscnálse, se quer ser dscurso de cênca, não fla do que dz falar (o Inconscente, o Desejo) e se fla, não é um dscurso de cênca (2) Sob a égde das segundas, artculamse de preferênc, declarações ms sentencosas A doutrna freudana unversalzada em nossos costumes senão no no conhecmento que no século século XIII nventou a escolátca, a Igreja marxsta efm, dvdda mas vva, são bons exemplos destas estufas de paxões' que permtem almentar as exgêncas de numerosos seres no momento contemporâneo dos desencantamentos (declínio das tradções, advento do absur do, terror dnte da d a ascese centfca) centfca) Os espírtos espírtos que q ue suportam suport am com dfculdade dfculdade nat natura urall e necess necessára ára por por toda a vda vda são alvados alvados em um sstema sstema fec fechad hadoo onde a ausênca de objetvdade no debate é amplamente compensada pelo fervor" (3). Parece entretanto que flósofos e centstas teram muto a apreender expe rmentando sua lógca nterna própra de sujeito-cognoscente nas estratégas lóg cas desconcertantes do nconscente que o dscurso analítco se esforça para enuncar e formular, com�çando por medtar modestmente sobre esta mável observação de Neyraut: "E característco da lógca das cranças cranças acredtar que não são mas vstas quando fecham os olhos Conheço mas de um em quem essa forma lógca contnua a se exercer durnte a vda adulta (4) Retornemos mas dretamente à assunção gnosológca (pré) suposta do dscurso analítco Sob essa forma de suposção, que explícta ou mplícta apela para a ordem de um "neocogto, " neocogto, artculase uma subversão epstemológca epstem ológca não não muto orgnal que tem por prncpal vantagem acabar com a dfculdade que a valdade do dscurso nalítco em seu ponto mas dfícl coloca. Com efeto, pelo vés de uma raconalzação totalmente oportuna o problema dessa legtmdade é neutralzado vsto que é deslocado do contexto epstemológco epstemológ co que o subenten subenten de A trasmutação sub-reptíca do dscurso nalítco em um dcurso caracter zado por uma forma de enuncação com pretensão gnosológca procede, efet vamente, de um duplo deslocmento Ceguera notóra que tende a conclur da exstênca de um paradoxo epstemológco, à ncdênca estérl de um processo aporétco; depos, da d a ncdê ncdênca nca desse processo processo à promoção gnosológca gnosoló gca do dscurso 2.
V Db,Lnconscent malgré lui op cit p 176 3. Debray-Rizen La scolastque feudenne, Paris Fayad 1972 p. 137 4. M. Neyrau, Les logques de 'Inconscet Hahett e, Paris 1978 p 5
A-Centijcidd da Picanális 109
o aualiza Aporia, lmbrmos no snido m qu o discurso aaíico qu o pod s sustar no modo da unciação citífica qu forclui a Spaltung, v nrtano nconrar uma forma d ariculação saisfatória, iso é, válida. Da a avaliar, por tantas trasformaçõs ad hoc o discu!so analítio como o último avatar rascdnal d um ocogito é um pulo E xatam, d fato, través dsss rodios qu aguns argumntos sobr as sraégias da nuciação hgam a formul formular ar qu o lugar d d dsurso "od s avançará proposi proposiçõs çõs sobr o iconscint ão podria sr snão "o lugar da filsofia, s é vrdad qu o coio d iconscin dv sr dfinido na difrnça do sujio do nunciado do sujito da uciação() Iso supõ vidtmnt qu uma a opção s subma a uma caução filosófica propícia a susnar sua causa, sja a possibiidad tr tran anscndntal: scndntal: "É esta possiblidade trascedetal que se dá, desde Descartes, o primeiro pr cípio. É cocebida tanto em Descartes quato em Kant como sujo, como Ego Eg o cua
essêcia deve ser apreedda o prmero essêcia prme ro a partir par tir do cogito represetação reflexão, pesameto e o segudo e seus sucessores do dealismo alemão, a partir da ação (Hadlug) Esse sueto idica uma posção ode se possa pesar à votade o precoceto permendiao do idealsmo: a idenidade do esameto e do ser como verdade. Assm o objeto da filosofia é determiado; e o discurso que eucia essa verdade chama-se muito smplesmente dscurso flosófico". Quato à possibiidade de um tal discurso também remete a essa mesma possibiidad possibiidadee transcendental, a esta autorização autorizaç ão da reflexão cocebida como reflexão reflexão da reflexão 6 6..
Rcntrmos agora o problma lá od, d fato, l tropça, ou sja, o paradoxo parad oxo antrio antriorm rm vocado qu aborda abordarmos rmos sob um ouo aspco. aspco . Se há impossibilidad d xprimir o disurso anaítico na inguagm da ciêcia ciê cia isto é, m uma lingua linguagm gm d ipo fisi fisica cais isaa a vaida vaidad d dos nu nu-ciados analíti analíticos cos ncoras ncoras ntão suspnsa. suspn sa. Uma Um a das consqüênci consqüências as dssa sus su s pnsão ds imdiatamnt imdiatamnt por um fito d d "dsloc "d slocam amt t9 qu cosist m um dslizamo da "ciificidad à "rasmissibilidad E, fivam, ao nívl d trasmissibiidad qu s dsrolam s xprimntam simulta amn, d uma mira crucia, o "status da oria aaítica , com l, o mprndimno pistmológio fundamntal qu s ncontra aí ariculado. A paradoxalidad ariormn ciada m por fito sscial dscnrar o probma da validad das laboraçõs tóricas da psicaális do lugar d uma impossívl ciificidad ao ugar, m contraparida visado, d uma transmissibiidad qu dv dar provas d su carár d ncssidad Ess dsoamto da qustão m por isso é a marca d uma capituação arca da lgitimida do discurso aaíio. Bm ao cotrário, udo s passa omo s s tratass d uma stratégia pistmoógia ova ua ssidad parc s cotrar imposta po próprio obto da psicaáis. F Rousag(7 ormula bm m toro d qu s opra a artiação dss dslizamto straté io E é govrado pa impossibiida m qu s otra o disurso aa L'nconscent ent malgré /u op cit, p 161-162 5 V. Descombes, L'nconsc 6 G KortanL dscours phosophque et son objet, in Crtque", n 384 maio 1979, p. 410-411 desti stinn s fnes fneste te,. ,. it., 86 7 F Roustang, Un de 1 0 foi/ Dor
tio se exprimir adequadamente na iênia, o que teria por onseqüência abrir ao ampo de todas as magias ou ainda ao esprito de todas as prátias iniiátias. Este é, aliás, um dos argumentos maldosos mais freqüentemente alegados pela iênia ontra a psicanálise, pois esse argumento é tão elementar quanto gratuito. Além de fazer pensar em omo a psianálise se mostra irredutvel às exigênias da iênia, testemunha igualmente a indigênia teória da reflexão epistemológia que algus ientistas ultivam permaneendo prisioneros a um positivismo perfeitamente araio Assim, DebrayRitzen, preso a um velho experimentals mo bernardiano e, ao mesmo tempo, a prinpios epistemológios omtianos, sai om sua excomunhão maior: "Como nas intrigas intrig as poiciais ond onde, e, de rep repent ente, e, surge o fator fat or reveado reveador, r, o smboo é em escoástica freudiana, o "abre-te sésamo. Ee é a articuação, o nó, odisparo a partir do qual a solução se desenha e se impõe Por quê? Primeiramente, porqu o impressiona por si mesmo e chega a emocionar ( . .), porque, para muitos indigente público, leitor das revistas iustradas, os pacientes, infeizmente! ma sugestoná sugest onável vel e, por conseguinte, conseguinte, até mesmo adepto adepto o símboo aparece como a descoberta autêntica de um aparelho sreto, o produto de uma vaorosa retorta: a anáise ( ) Quantos sabem reamente que tudo isso iss o depende apenas apenas de automati mos de pensamento, de autosugestão fantasista, de adainhas semehantes ao qu resulta dos astros dos mapas ou das inhas da mão?" (8) -
Assim, a psianálise deve se subtrairr a semelhantes zonas de influêna, na medida em que, omo observa Roustag: "Todo efeito terapêutio seria rela cionado ao poder pessoal, aos dons do analista e não se ultrapassaria então o nvel dos curanderos e da bruxaria, poderes e dons transmitidos de indvído a ndivduo por alguma omnação de um segredo que deve ser guardado (9 Há então, neessidade, para a psicanálise, de tender a se onstituir em um orpo de onheimento cuja elaboração teória deverá ser legitimamente trans ssvel O que onstitui, por exelência, o projeto espefio da iência. Parece, todavia, que é no "entremeio da cientificidade à transmissibilidade que a teora naltia deve onseguir dar provas de sua validade Temse a um procedimento de legitimação, no mnimo orignal visto que se fundamenta e se sustenta em ma dimensão essenial a da transferência, omo lembra justamente J. A. Miller A transmissão analtia, com efeito, vai de um a um' sobre o fundamento da transferênia Não há transmissão sem transferênia, é a isto que está subordnado o disurso analtio (10) A este respeito, a se enontra a expressão de um empreendimento dos mais aas através da questão levantada tanto pela formalização quanto atraés do destno do matea, isto que neste terreno, ao mesmo tempo preário xlusivo da transmssibilidade, a prudênia rezaria antes de tudo que não se omeçasse por ondir, omo observa judiiosamente C Mier, matea 8. P. Debray-Ritzen, La scolas scolasique ique feudienne feudienne op cit, p 128. 9 F. Roustang,U de dess in si nese, op cit, p 86 10. J A Miler, Agorithmes de a psychanayse i "Ornicar?, nQ 16, 1978 p 17.
A-Cienti.cidade da Psicanálie 11
ormalzação, porque o problema da ntegraldade da transmssbldae sporta o matea ma tea em e m Lacan não se conunde com a ntegraldade da forma ação( aç ão() ) Podese, naturalmente, nterrogar à vontade o sentdo e o lcance dessa pla opção ntegraldade da tran transms smssão são e nt ntegral egraldade dade da form formalza alzação ção ngajando-se no processo teórco em curso que se esforça para elaborr objetos, até mesmo gortmos formas capazes de sustentr na falta de expressar o scurso analítco Sem prejulgar desde já a pertnênca dessa tentatva, vê-se medatam med atamente ente que q ue ela supõe resolvdo o problema fundamen fundamental tal levntado pela valdade do dscurso analítco. De fato o própro processo da construção de ojetos formas exge necessaiamente que seja ultrapassada a paradoxaldade ctada por algum ato epstemológco legítmo e fundador que autorze ao mesmo tempo que justfque a adequação das construções de objetos formas aos objetos do dscurso analítco que supostamente expressa Na falta dsso, uma ambgü dade chea de conseqêncas conseqêncas subsstra ao ao menos pelas duas razões que qu e seguem seguem Por um lado, sabese que nehum algortmo centífco tem condções, quando utilizado estritamente como tal, de exprmr adequadamente alguma cosa do ds curso analítco Por outro, os protocolos de formalzação do dscurso analítco ntroduzem objetos formas, at mesmo agortmos formas (dos quas lguns são, por outro lado, dretamente tomados do dscurso centífco(12)) sem serem eles mesmos centífcos; necessáro então supor que tas objetos ou tas algort mos extraem, eles própros sua vadade operatóra de um outro fundamento epstemológco dferente daquele que assegura sua valdade e governa seu uso no processo centífco stcto sensu. Ora, o que nteressa aqu a própra possbldade de promover tas fun damentos epstemológcos capazes de conundr a paradoxaldade de que prece depender a valdade do dscurso analítco E neste sentdo que se deve ver nessas elaborações formas tantos procedmenos que supõem já fundada e adqurda a vldade do dscurso analítco, mas do que dão, por s mesmos a prova dessa vldade Tem-se então medatamente a medda exata que toma esse deslocaento do problema da entfcdade à transmssbdade por ntermdo da for mzação O interesse desse deslocamento permte ntes de tudo, recentrar a estão teórca da valdade do dscurso analítco de um modo mas pertnente Consttu, neste sentdo um avanço decsvo acerca dessa questão Todava, se a determnação determnação desse entremeo entremeo da centfcdade centfcdade à "trans mssbldade da teora analítca representa uma precsão teórca oportuna resta e a elcdação epstemológca epstemológca que a autorza e assegura seu caráter operatóro, por não ser expressamente desgnada como tal, mas somente mplctamente e
1 J. C. MilerEn treties avec f C Mi 977 p. 93 Miner ner sur /'amou r de a a langu langue, e, n" n"Action Action poétique, n� 72, 977 1 Poder-seia dizer, de um certo modo que com esses objetos formais extraídos da Ciência ou com
parnca cientica temse a denição do "atea lacaniano. O que não impica que possam ser dcarados dc arados cienticos no n o sentido habt habtua ua do ter termo mo e com c om os imt imtes es que esse sentid s entido o requer requer.. Sri Sria a por exempo o caso de certas expressões que utilizam objetos lógcos, fómulas ógca; do mesmo modo com algumas represen representações tações matemátcas que se apóam apó am em objetos e propriedades propr iedades intrínsecas a e obeto como testemunham as pesquisas topoógcas e Lacan
1 1 2 Joi Joi Dr
adquirida, não garane levanar expliciamene a hipoeca da paradoxalidade. Quer dizer dizer por essa própria razão, que um al laxismo favorecer favoreceráá algum núcleo de crisalização eórica onde novamene poderá se regozia o ogo especulaivo Tenação ano mais araene qu enc enconr onrará, ará, na dimensão conceiual da "transferência, um aliado de primera imporância para firmar seu ascendene em direçã a uma via filosófica que, de longa daa, deu provas de sua sedução, a saber, o solipsismo. 2 POR UMA APOLOGIA DO SOLIISMO Quid apologa?
"A apologia é a defesa, não é o elogio nem o pneugico ( . . ) . Um psicana lisa pode empreender a defesa daquilo que sua prática he ensina? (13) Essa é a quesão crucial que inerpela do início ao fim a reflexão episemológica que Rousang conduz sobre a rnsmissibilidade da psicanálise e, mas paricular mene, sobre o status da eoria analica (14), como esemuna, por exemplo, a seguine inrodução: "Pela razão que é a força da análise e sua especificidade, isto é, que ela é o movimento através do qual o sujeito retoma sua própria históia e que se pudesse deter, como as ciências experimentais uma lógica universa independente de si mas capaz de regulá-la e de verificar a autenticidade de seu curso, daria como condição, a exemplo dessas cincias a colocação entre parênteses do sujeito" (15). (
Enconramos formulada nessas proposições, ainda que sob uma forma la cônica, a dificuldade maior que suscia a legiimação a eoria analica Se a psicanáise deve, de fao, promover enunciados eóricos que aspirem à necessi dade e à universalidade, deve, para fazê-lo, conformar-se com as conseqüências ruinosas da Spalung que impõe a adesão do caráer de "forclusão do sujeio necesário às prduções cienficas (16). De onde a problemáica paradoxal que se conece, de que Rousang circunscreve o aspeco mais vvo, no próprio lugar onde surge, iso é, na obra de Freud A exegese acurada e minuciosa que conduz (17) a propósio do exo freudiano, Constructions dans L'anayse (18), esforça-se para frusrar as veleidades "cieníficas de Freud de quem ousang diz que "ele 13 R Tostan Essa apgétque de a struture perverse, n A Vrdglon: "L sxualté dans ls nsttutons Pars Payot 1976, p 33 t ransmssb ssbté té de la th théor éoree anaytque anayt que,, n n dstn 14 F Roustang Sur a transm dstn si fst" op ct p 9-10 15 F. Roustang Assez souvent, n Cahr Confrontaton n 1 Pars Abr 99 p 9. Elle ne le âche pus, Pas Mnut 1980 p 4-0 16 F Roustang Un destin desti n s s fne fneste ste,, op t p 81 17 F Roustang Assez suvent, op ct p 9-94 18. S Feud Knstruktnen n der Analyse, 193 G W. V p 4356. Constructons n n A naly nalyss ss,, S E. X p 255-269 Construtons dans I'Analyse, in Psychaays à 'Unvrsté rad rvs J. Lap he tomo I n 11 198 p 33-382 strutons dans 'anayse, n Résutats dés poblms" Pars PF 1985 p. 26928.
A-C1tijidad da Psicanálise 3
opa constantemen constantemente te na dificuldade em psican p sicanise, ise, comparativamente às ciên cia xperimentais, de verificar uma hipótese pela experiência" (19) Ou ainda: apicar à psicanise, psicanise, pelo procedimento de construção, o método exp experime erimen n o qual crê, não como em um dogma, mas como em uma regra universal que o poderia ser questionada" (20) Roustang desata então o nó górdio recentrando o problema da cientifici dade" da teoria da seguinte maneira Se a construção só se torna possível para o analista pela aplicação a este caso prticular de uma simples generaização generaização dos rsultados da experiência anteriormente anteriormente adquirida, não se sai das regras comuns a qualquer qualquer herme hermenêutica nêutica Mas Freud Freud pretende ter fundado fundado sua teoria e mais specialmente sua metapsicologia em termos termos universais universais que as as tornam inde pnden pn dente tess da experiên experiência cia ( ) Freud teve êxito em sua tentativa? Podese per guntar isso legitimamente, pois as condições de possibilidade do conhecimento teórico são dênticas às da prática, a saber, a situação analítica" (21) Pelo jogo das iferências lógicas, torna-se então possível formular os dois termos de um dilema dilem a Ou a teor teoria ia mais prticul prticularme armente nte a metaps metapsicolog icologia ia é um edif edifício ício independente da experiência e é então inverificável (é o caso, entre outros, da perspectiva energética), ou então a teoria baseia-se na experiência e, portanto, é apenas sua descrição ou sua narração mais ou menos estruturada por uma nova terminologia adequada. Encontramonos em presença, ou de ficções que se de senvolvem à margem da situação analítica (por exemplo, a constituição do apa relho psíquico), ou de uma teorização que é sempre a cópia empobrecida da experiência" 22) Em outras palavras, palavras, resultaria que todo to do esforço esforço deenvolvido no sent sentido ido de uma cientifização" possível da teoria analítica teria por efeito, na realidade, apenas a neutralização da propensão heurística da refexão, já que a própria questão da cientificidade da psicálise procede de um círculo no qual, acres objetivo" (23). Situação por centa Roustang, encontrase encerrada por seu própio objetivo" demais familiar da qual se sabe ser duzida pela Spaltung. Esse por seu pró prio objetivo" não deixa de constituir o fio de Ariane que é preciso seguir se quisermos acompanhar até seus extremos mais decisivos, as conseqüências do dilema assim formulado e, conseqüentemente, a situação epistemológica que esse dilema istaura; situação que Roustang considerará para elaborar sua eluci dação teórica da cientificidade" do discurso analítico. Neste ponto, a noção de monofema" que introduz é totalmente explícita. Uma grande parte do discurso do analisado, observa Roustang, permanece radi radi calmentee extrínseca às calment às possibilidades de uma generalização teórica (24) (24) Isto, seja por causa da fraqueza da teoria em dar conta disso (25)", seja por causa do caráter carát er totamente totamente particular do "dizer" "dize r" Não é menos verdade que esse discurso 9 0 3. 4 5
F Roustg, Assez souvent, op ct p. 9 bid, p. 81 lbd, p. 91 bid, p 91 lbd, p 92 (o go é meu) . bid, p 93 bid, p 93
14
f/ Dr
se enuncia na lígua cou e constitu coo tal o material limnar a partir do qual se costró a teoria E esse discurso coo "manfestação de um só pelo dizer" que Roustang denoma "monofema (26) O que aqui poderseia essencilmente desgnar coo "discurso prvado" (27). Ou tambm coo Roustng formula: "a lngua que fala o aalisado" que "composta unicamente d � idiotismos ua lgua secreta inventada pra um só e por um só" (28). E esse "dscurso privado" que deve ser confortado às possbilidades generalizantes da teoria Em outros termos a questão aqui levantada equivale a se perguntar qual a parte desse "discurso privado" que é capaz de ser subsuida na inteligibi lidade da d a teora existente? De fato se s e coo observa observa Roustang Roustang "certos elementos desse discurso são traduzveis, interpretáveis teorizáveis, ou em organizções conceituais já estabelecidas ou naquelas que devem ser inventadas para o caso" (29), sempre subsiste ua margem desse discurso não teorizável em razão "da particularidde do dizer e d maneira de dizer" (30). Eiste portanto um distn ciamento entre a totalidade do discurso "onofea" e u parte desse discurso condicionalmente subsuível sob o corpus teórico. Essa prte corresponderi àquela face à qual o analis analista ta "antecipa " antecipa ua compreensão" compreensão" (31) sobre a totlidade do discurso Se compreendermos bastante bem em que esse distnciamento entre a totalidde do discurso e o que o analista dele apreende, desempena de algum modo o papel do "promotor da palavra" (32) no tratamento, acontece que ambm a esse distanciamento que se vê suspenso todo o empreendimento hipottico da "centificidade" Com efeito no contexto do tratamento a questão da cientficidade indiretamente levantada ao se pôr à prova as elaborções teóricas confrontadas com a prticulardade do dizer e viceversa É fundamentalmen tal mente te na passagem passagem do " disc discurso urso privado" (enq (enquant uanto o experiênci e xperiênci de dize dizerr de um só) ao "discurso público" (enquanto experiência teorizável e generalizada de um dizer) que se medem as potencialidades científicas do discurso analítico Em muitos aspectos, um dos pontos de ruptura decsivos entre ua prátca "mágc /iiciática e a prática analítca parecera precisamente se situar na explicitação legtima dessa rticulação Fetos esses esclarecimentos esclarecimentos parece necessário relançar relançar a análise do proble ma no próprio ponto em que Roustng a suspende Essa pada encontrse justificada na nálise que Roustang conduz, pelo objetivo que visa: evidenciar o "crculo" no qual pode estr encerrada a psicnálise acerca do problema de sua cientificdade. De um certo modo tratase exatmente, para ele, de trazer os elementos de ua prova que poderia fazer suspeitr "que bem possível que teoria aaltica jamas saia desse círculo" (33), o qul ele explica por outro lado 26. 27 28 29. 30. 31 32.
lbid. p 93. bd, p. 93
Roustang,Sr la transmissibilité de la théorie analytque op ct, p 98. Roustang, Assez souvent, souv ent, op cit, p. 93 Ibid, p. 93 Ibd, p. 94 Ibid, p 84. 33 F Roustang, Asse So�vent op ct, p. 9
A-Cictfidadc d Psianálie 1 5
naente (34) Roustang procura corroborar a base teórica examinando, com rni rnient ento, o, na própria própr ia obr obraa de Freud, o tema t ema da construção" do qual mostra n ente o caráter pseudocientífico, mas tabém que ele exemplifica, de um d notável, esse círculo" de que faa Meso que seja verdade, verdade, como ee observa, que nem nem todos os o s psicani psicanis s a ão preidos pelas preocupações episteológicas e que não são fanáticos na interrgação das causas e efeitos de sua prática" (35), a reflexão epistemológica de Roustang não não deixa de ter, ela mesma, agumas reservas. reservas. Retomando o fio de ua argumentação, é fáci de estabeecer o cráter totamente discutíve da tese deenvvida deenvv ida por ele O círcuo" aqui tratado relacionase, e um ou certo sentido, ao ponto eguinte: se a psicanálise tornouse uma ciência, não opera mais porque não decobre, mas se não se tornasse uma ciência, isto é, se não procurasse se transmitir segundo um tipo de conceitos universais, permaneceria ao nível do deírio improdutivo que se repete sem nada operar" (37) O status contraditório do probema da cientificidade analítica deriva evidentemente de um certo número de premissas Uma delas consistiria em considerar a teoria existente como pnto de partida de todo pensamento possve" (38), a saber, supor a teoria de ua consistência consistência tal que seja sej a capa capazz de uma apicação incondiciona no espaço do do tratamento Essa atitude a respeito da teoria teria como primeira conseqüência cutar a atividade de fantasmatização que funda a teoria "Quando nos submete submetemos mos à teoria t eoria de um outro que é o criador o poduto podu to dessa dessa teoia, esbarramos no tempo de antasmatização. Esse teorizante trabalhou suas fantasias e seus desejos ou as antasias e desejos em andamento em sua análise ou em seu anaista ou no suposo saber que ee se deu para conduzi-os a um gau de generaidade conceitual e dar-hes a orma da racionaidade ou de uma certa cien tificidade Submeterse à teoria já constituída de um outro azenoa sua, tentando alar essa teoria é deslizar sua própria antasmatização para uma acionaidade ou racionalização que corresponde às fantasias e desejos de um outro ou a outras fantasias e desejos que não os seus, é portanto ignorar que a teoria se fundamenta sobre uma fantasmatização fantasmatização mesmo que nessa teoria ou naquio que se compreende dela s fale muito da fantasia (39)
Ito eva portanto à compreensão de d e que, como assinala assinala Roust Roustan ang, g, uma tal reação com a teoria consiste em fazer dela um sistea no qual se está preso" (40) ou o u ainda um sintoma ou sistema de defesa" defesa" (40 (40)) . O porquê, porqu ê, para a prática nítica, da necessidade de demonstrar a teoria de avaiáa" (41), de desfazer e eanso como o de um sintoa a fm de fazer com que sua, nessa 34. F. Roustang, Sur la transmissibilité de la théorie analytique, op ct 35. F Rousang, Assez souvent, op c p 9 36 F. Roustang, Sur la transmissibilit transmissibilitéé de la th thééoie analytique. analytique. 37. lbid., p 9 38 lbid, . 83. 39 F. Roustang, Sur la transmissibilité de la théoie analytique, op cit, 81 40. bd, p 83 41 bd . 84.
1 6 J Jtl Dor
desmotagem, suas próprias produções fatasmáticas em torno das quais pode rão se mobilizar, em contrapartida, as do paciete e, através disso mesmo, iduzir a trsferêcia e seu desenvolvimeto o processo da álise Uma seguda premissa pode etão ser covocada como corolário idispen idispen sável da proposição aterior De fato, se a psicanálise não parece poder se constituir (e, efetivamete, ão o é em um corpo de teorias estritamete cos trudas sobre o modelo das teorias das ciências exatas, ão pode por isso reuciar a um projeto de cietifização desta ordem: A psicaálise ão é e não pode ser uma ciêcia como a física ou a biologia E, o etato, não haveria psicaálise se Freud ão tivesse procurado fazer uma teoria geral da psiquê (42 A razão essecial dessa exigêcia de cietificidade é poder referirse a um processo de transmissibilidade capaz de ser unversalizável e propício a extrair a prática alítica de um coseso iniciático que poderia assimilá-la a todas as manipulações obscurtistas sem o ídice de um aparelho teórico (43), em outras palavras, matê-la no "ocultismo e a magia (44) De modo que odo efeito terapêutico seria reduzido ao poder pessoal, aos dons do aalista e não se ultrapassaria ultrapass aria etão o ível íve l dos curadeiro curadeiross e da bruxa brux aria, poderes e dons don s trans trans mitidos de idivíduo a idivíduo por alguma comunicação de um segredo que deve ser gurdado (45) Todavia, o problema da trasmissibilidade ão deixa de ser diretamente enfeudado na dimesão da transferêcia, transferêcia, a qual tede ted e a rruinar atecipadamen atecipadamen te qualquer esforço de cientificidade Com efeito, como observa Roustag O Universal da psicaálise se fuda a ideterminação do outro sobre o qual é trasferido (46). O porquê da tiomia aparete de um corpo de doutrinas teóricas que pretendem a uma uversalidade que procede da ideterminação O princípio do determinismo que defie uma certa ciência é ecessário à des coberta freudiaa para tirar da irracioalidade as produções do iconsciente; esse pricípio ecotrado e admitido, ad mitido, ao iverso, igulmete para o inconsciente, inconsciente, é, de algum modo, a egação deste, equato escapa radcalmente à continuida de e à compreesão do cosciente (47 Essa idetermiação depederia de uma transformação pradoxl o setido de que é o aalisado, ão o analista, que assume uma posição semelhate à do mágico, quer dizer que crê em um outro, que o chama e lhe fala (48). ( 48). Estratégia de creça tanto quato bruxaria que funda sua eficácia o fato de que esse aalisado aalisado que assume assume a posição posição de mágico ( ) acaba por assimilar que o poder está nele, e deixa etão de acreditar o outro para eteder algu coisa de seu s eu próprio pr óprio fucioament fucioamento o (49 (49 O aalista é portanto obrigado a fazer fazer a está o famoso Sujeito Suposto Saber, como se ão ada do analisado -
p. 86 43 lbid., p. 86 4 bid., p 86 45 bid., p 86 lbid., p. 86 47 lbid p 94. lbid, p 87. 49 lbid p 87 42. lbid.,
A-Centfdade da Picanális
117
Lacan para que em compensaçã Lacan compensação o esse anaisad anaisadoo pos possa sa acreditar acreditar que o aaista sabe. A razão da necessidade para o anaista de não toar o ugar do eórico isto é daquee que sabe, aquee que detém o segredo a fim de evitar que toda a psica psicanáise náise oscie osci e na reigião onde o obscurtismo retoma seus direitos (50) (50) Em outros termos é preciso formuar ua certa cientifici cientificidade dade d a psicaná psicaná ise (universaidade) para que escape ao obscurantismo e 'jazer aceditar", ao mesmo tempo que nada disso é verdade para não precipitar a psicáise nesse obscurantismo situação antinômica que se vê i �posta peo processo da transfe rncia rnc ia que governa o princípio princíp io do tratamento E neces necessári sáriaa a irracionaidade da transferência diz Roustang para que seja pretendida a cientificidade da anáise e ao inverso o fato de acreditar na cientificidade efetiva da anáise eva a esquecer que é a transferência que é a sua origem (51) A conjunção das duas premissas premi ssas que acabm de ser especi especificada ficadass convoc convocaa então a psicanálse psicanálse ao campo de ua prática paradoxa que deve se baser conjuntamente na irracionaidade da transferência (52) e no processo de cientificidade da teoria E Roustang ponta o nervo da especificidade (3) da teoria anaítica no círcuo onde ao mesmo tempo ea própria se encerra e não pode senão se manter a encerrada: Não se pode manter nenhuma racionaidade que respeite o dizer do Inconscien te sem desconhecê-o no tempo que segue e no entnto o Inconsciente não é recohecido nem mesmo pode ser formuado coo hipótese fora de 'ma tenta tiva de racionaidade fora de ua intenção de cientificidade (4) E portto nessa extremidade aporética que estão destinados tanto a psicanáise quanto aquee que a pratica, destino tão funesto se é que encontrará um compromisso oportunoo apenas oportun apenas por meio de ua dupa c on ondena denação ção "A teori teoriaa anaítica anaítica está portanto condenada à invenção (5). Não há nada a fazer o psicanaista está condenado a inventar (56) A medida dessa invenção parece então submetida à construção de ua ficção (7) possíve a ser reiterada sem cessar para articuar a prticuaridade de abordagem inteorizáve (8) e insensata do dizer de um só à generaidade da teoria constituda e preexistente; pois é exatamente porque a cientficidade ( . . ) não existe senão em estado de projeto p rojeto de d e necessidade imperiosa de d e tentativa indispensáve isto é de mito sempre em obra e jamais reaizáve (59) que a invenção teórica apenas se mede pea ficção. E ao contrário é por essa mesma razão que a construção teórica enquanto participa do iusório enquanto se sustenta em um mito provisório cauciona acerca da pesquisa aítica ua condição de possibiidade de seu desenvovimento na era cientfica (60) Ta de
50 bid p. 88 51. lbid. p. 88. 52 lbd p. 88 53 Ibid. Ibid.,, p. 93 54 F. Roustang Sur la transmssiblté de la théorie analytiqe, op. ct. p 93 55 lbid p 9 56 lbid p. 10 57. lbd p 90 58 lbid p. 9 5 lbid p 95 fO lid 95 ' 1 H for/ Dar
arguento tornase então e si eso suficiente para estabelecer de odo recorrente as quase apodtico a tese episteológica seguinte: "É através das falhas da teoria que o inconsciente pode ser entendido quando a
situação cutura do analista e do anaisado são semehantes. sto é verdadeiro para quaquer teoria científica: o que importa são os fatos que a infrmam pois aí está a possibilidade da descoberta. Isto é verdadeiro para a teoria analítica se for exato qu sua cientificidade está fundamentalmente igada não aos resultados mas ao processo de cientificação isto é ao processo de descoberta. O que testa, o que forja o que infirma a cientificidade anterior da teoria anaítica é somente isso que permite à anáise prosseguir e à sua cientificidade se manifestar A prova da cientificidade da psicanáise não está senão em sua prova" (61)
Examinando de perto uma asserção seelhte está onge de ser tão evidente coo parece quanto à natureza da relação que uniria a cientificidade à teoria analítica Ainda que essa proposição aparecesse como ua conseqüênca da deonstração que Roustang emprega focaiza entretanto se saber ua das fraquezas e torno das quais se organiza essa argumentação o efeito ua coisa é evocar u estado anterior da cientificidade da teoria analítica; uma outra é assegurar que a cientificidade da teoria analtica se manifeste se puderos citr u arguento que infire esse estado teórico anterior. E outras palavras a teoria analítica não seria jamais científica senão no omento poste rior necessário de ua infirmação Se essa concepção se sustenta ipli iplicita citaente ente e ua referência a certas especulações episteológicas proenientes do empi riso lógico 62), não é garantido que a aplicação dessas medidas seja aqu oportuna pelo enos porque a introdução desse princpio epistemológico inje tado apressadaente no capo da psicanálise é e si esma probleática Não deveos perder de vista que a questão é enos se interrogr sobre a legitiidade do status de ua teora já constituída no discurso da cência e sobre o que ela pressupõe para se expressar e se anter coo tal do que saber ser e como uma teoria (aqui a teoria alítica) pode se exprimir no discurso da ciência. Não basta afirar gratuitaente u estado de "cientificidade anterior para estar seguro de que essa cientificidade existe lá onde precisaente a questão é se informar se ela poderia existir e e que condições. Não há provas de que basta exibir um ou vários fatos capazes de contestar ua proposição teóric teóricaa para justificar justificar seu estado aifesto aifesto de d e cientificidade cientificidade at eso o conunto do processo de cientifização que supõe Ua proposçã teórica não te nenhua necessidade de ser científica para poder ser recusada por atos Coo exeplo encioneos a desquaificação de u grande núero 61. Ibid. p. 92. 62. o que K. Popper chama Critéro da reutabilidade ou critério de alseablidade". C. K Popper dearcation between science and etaphysic, 1963 p 233-290. Trad. P. Jacob déarcion entre la scíence et la métaphysique, i De Venne à Cambridge", Pars, Galmard 1980 p. 121176 C
Un systme faisant partie de la scence empirique doit pouvoir être réué pa l'expérience" (Um stema que az parte da ciênca empírca deve poder ser reutado pea experência) n K Poppe Popper r logíque de la découverte scíentque Trad. Thyssen-Rutten e P. Devaux Pars Payot, 1973, p. 37 Tlw logic of of scienc scien c disc discover overy y Londres Hutchnson C publ. 1959.
A-Cintjdad d Pscnálise 1 9
e proposições especulativas de valor teórico na origem do recuo da metísi a atacada no terreno de fatos de observação empírica O argumento popperino (critério de falseabilidade), implicitamente alega do pra estabelecer e justificar o processo da descoberta, é injustamente con vocado No contexto em que se encontra presentemente introduzido, não tem, com efeito, nenhuma pertinência operatória e discriminante já que interpela um corpo de proposições que já não esteja expresso no discurso da ciência No que concerne ao status das proposições teóricas da psicanálise, é uma constatação trivial observr que é impossível dar conta, hoje, de uma cientificidade ante rior onde a teoria já estaria adequad adequadamente amente expressa no discurso da ciência Em todos os aspectos, essa afirmação é um pressupostos Mais geralmente, geralmente, essa argume argumentação ntação dá provas de uma fraqueza apoiando se em uma concepção discutível da ciência e dos processos de cientifização Roustang prece, de fato, conceder um crédito incondicional a certas proprieda des da ciência que, evidentemente, ela não tem sempre le supõe, por outro lado, ao a o princípio da enunciação científica uma potencialidad p otencialidadee totalment totalmentee hipos tasiada. A tese que Roustang avça e defende atualiza um confronto Teoria analítica/eoria científica, comprometido por um mal-entendido epistemológi co que faz com que perca o sentido real e os limtes da edificação do processo de cientifização Examinemos um de seus argumentos: "Aquele que pratica a psicanálise seja ele analista ou analisado, em nenhum caso pode se submeter a uma teora preestent preestente. e. Pois o processo de descoberta estaria então fadado ao fracasso; processo que supõe sempre as passagens por um outro lugar irracional e ainda não racionalizado, pelo lugar onde a construção de uma cção tornase mpossível
N há palavra vnda do nconsciente em um dado momento que ultrapasse a teora, que venha forjá-/a ou que a exceda" (63).
m termos clros, isto significa que a natureza dos processos inconscientes seria de uma particularidade tal que sempre permaneceria aquém ou além da teoria Inversmente, a teoria a se apresentaria, por definição, como jamais po dendo subsumir subsumir adequadamente adequadamente a especificidade desses processos. proce ssos. O porquê da conclusão acerca acerca da fraqueza científica da teoria preexistente e da necessidade de ter que, sem cessar, reinventar seu princípio princíp io Sem neuma neuma dúvida, dúvida, Roustang mostra-se muito prudente ao pensar que a teoria alítica é inapta a subsu integralmente a prticularidade essencial do processo inconsciente que a ul trapassa, que a excede continuamente. Em contrapartida, tirar rgumento dessa evidên evidência cia para cauconar o sentdo de um aqueza centca da teora analítca já é efetuar uma pótese epistemológica E evidente que nenhuma teoria é justificável de uma semelhante performce Pois esta não é sua intenção, prin cipalmente (até mesmo sobretudo) na elaboração das teorias científicas Ainal, imput ess� carência à teoria analítica para desqualificála do cmpo da cienti icidade não constitui um argumento pertinente De fato, essa imputação é ima gináia, pois nenhuma teoria científica, devidamente estabelecida como tal, é capaz de subsumr radicalmente a 9rdem da particularidade do ou dos enôme nos de que ela pretende dar conta E até mesmo sempre e necessaramente ao preço 63.
F. Roustang Sur la transmissibilité de la théorie analytique, op ci., p 90 (o grifo
120 foi Dor
é
meu)
de uma certa perda dessa particularidade do enômeno percebido que ela pode centicamente dele dar conta O equvoco epistemoógico epistemo ógico de Roustan Ro ustang g é, aqui, conundir o que qu e se conven conven cionou chamar (e distingu) enômeno percebido e objeto científico. O discurso cientico atémse apenas aos objetos construídos e jamais diretamente aos enômenos enquanto tais. Os objetos cienticos nada mais são do que mode os abstratos construdos a parti partirr da d a particuaridade particuaridade dos enômenos percebidos Eetivamente, o objeto não é cientico s �não enquanto destacado da vivência do imediatismo do enômeno percebido E, aliás, neste sentido, e neste sentido apenas, que se pode identiica o processo de cientização na medida em que a ciência tem por projeto undamenta evidenciar estruturas e reações estruturais (64). De maneira que, por razões próprias à ediicação do processo de cientiici dade, a particuaridade essencia do enômeno percebido excede sempre, ultra passa sempre o que o objeto teórico dele subsume quando oi construdo a partir desse enômeno Assim, paece dicil desqualiicar, sem reservas, do campo e uma cientiicidade possve, a teorização naltica que se esorça para aer sur girem propriedades estruturais de uma ordem anáoga, em um corpo de propo sições que enunciam enunciam atibutos de modelos mo delos abstratos abstrato s (conceitos/ objetos psicna psicna lticos) construdos a partir de enômenos percebidos (particularidade dos pro cessos inconscientes). De resto, pode-se pod e-se considerar algumas algumas proposições propos ições teóricas como expressões de propriedades estruturais estabeecidas bastante solidamente Prova disso já seriam as órmulas seguintes que parecem reter a atenção de Roustang: O obsessivo procura produzir antasias que respondam à antasia do outro, do analista em particular; paa seduzilo, ele se az o mesmo do outro, de one a agessividade e a submissão (65) A histérica, por exemplo, ará o peido e a resposta em quaquer quaquer reação reação com um outro. E ea quem deseja deseja pra o outro e ao mesmo tempo, pra si mesma, não pode suportar a resistência do deseo do outro, ea o supõe portanto, po rtanto, pois o produ p roduzz e o carrega ao ao mesmo tempo griano que o outro não consegue ica sozinho e evidentemente não dá conta dela Não pode imaginar que seu amor não seja a única ei do outro, que reduza a nada quaquer outra preocupação, mas ela exige simultaneamente a independência do outro que seja evidentemente submetido em tudo a seu próprio deseja" (66) O perverso az montagens de antasias para tentar prender o outro a, enquanto que ele mesmo está ora; não toma pte desse jogo, e az essa operação para nã ter que encontrar suas próprias antasias, em particua aqueas que dizem res peito à morte e à castração. (67) Todas essas proposições não paecem poder ser avançadas senão por meio a expicação de certos processos estruturais, determnados a partir da indivi duaidade vivenciada, mas constudos no sentido de uma categorização abstra a, cujo caáter de generaidae só é justamente operatório porque se institui 6. À natureza do presso de ce centi ntiz zação ação e do prncípio da eaboração eaboração teórica que o susenta srá anaisada no tomo II. 65 F. Roustang Sur l transmissblté de la théorie anlytique, op. cit p 79 6. F. Roustang L jeu de l'utre i "Elle ne !e lâche plus op. cit. p 154 tori oriee nalytue nalytue op. ct., p. 80. 67 F Roustan ur l transmissibilité de l t
A-C�ntifcdde d Psicanál 12
ém ou am da prticulaidade individual pecebida. Afinal, assm como o odto dessa distanciação, dessa peda, não impede o físico, tnto em sua tividade quanto em sua pesquisa, de se efei à teoia peexistente, a pror essa da não impediia o analista de se efei, em sua pática como em sua pes isa, à teoia existente O qe não qe dize que a teoia analítica deva se consideada como incondicionalmente estabelecida de ma vez po todas. Todo o apofundamento teóico desde Feud está bem aí paa infima isso. Mas tmbm não que dize diz e que a teoia teoi a deve se consideada como sintoma e, po io mesmo, sistematicamente" desfeita, desconstuída", posto que não tem nenuma consciência em si mesma" (68). evidentemente,, se s e a teoia ltica consideada, como supõe sup õe Rous Muito evidentemente tang, como podendo fnciona como um copo de sabe constituído e exaustivo estitamente adequado à paticulaidade do pocesso inconsciente, um tal copo de sabe deveia se desconstuído necessaiaente no execício da psicanálse, e esta última não quisesse engossa a fileia das páticas mágicas. Oa, de fato, não se constitui coo tal na medida em que seu copo de sabe teóico não depende dessa odem Face a essa questão, J Gagey fomua um ponto de vista que pemite apeende a nuance opeatóia apeende opeatóia que pode existi e xisti ente o status dos conceitos e da teoia tis como intevêm no campo analítico, e a concepção de incondicional adicalidade da inconsistência teóica sugeida po Roustang Por seus propósios, raros aiás, o anasa de modo agum visa fornecer ao pacen e um modeo objetvo convdando-o a assmá-o Não sugere ceras nhas de nterpreação nterpre ação senão na medda em que o pacen pacene e suscevel de deas de servr na eaboração que faz de si meso, senão na medda em que essas possam ser atva mene vvencadas por aquee a quem são propostas ( . ) S oda a efcca da terapêutca anaítca se resove na reação expca-se que omados fora do coneo em que desempenham um pape os concetos concetos fundamentas do freudsmo parecem parecem às vezes eangues senão desprovidos de quaquer verdade ( Certamene são verdades mas são sem vida, privadas da vrtude operaóra que é a sua no seo de uma reação Em o a imagin imaginação ação se nutre nutre ao conráro aquio que se passa com os concetos do pensamento represenatvo" 69).
Nenhma necessidade intínseca à pática analítica engaja potnto o ana lista a faze economia da teoia peexistente nem que fosse paa desmontála, nem o condena inevitavelmente à ficção ou à invenção. E, sobe este útimo ponto, um esclaecimento suplementr deve se feito sclaecimento sem o qual adiclidade dessa condenação prece de uma ceta gatuidade Com efeito, eciso pode funda funda esta posiç posição ão que seia, seia, strcto sensu, a posição analítica no camp campoo de um ente entemeio meio que, que, aliás, aliás, essoa em dois dois níveis: níveis: em pimeio gar, entemeio de popenão euística, visto qe ente a iacionalidade ltante da tansfeência e a sbsmissão necessáia do dize de um só sob o o de ma expessão teóica com vocação uvesal, defne-se m campo de cção em que o analista obigado a inventar; em segndo, m entemeio Roustang Sur la transmssblté d la t!Jori analytq, p c p 84 ) Gaey, Aalys sptrl de la psycoog Paris Ma Rviê1970. p 26-27
68 F. 69.
122 Joi Dr
paticipando do corpoa-corpo", afrontamento ainda mais problemático que tende a anular a introdução de uma dimensão terceira no sentido em que, em razão da irracionalidade da trnsferência, jamais haveria senão Um" na situa ção nítica, como firma Roustang: "Excmo-nos muto om íti da reção du, mas é par evitar de se d cont de que questão fundamen está quém isto é que não há, pr dizer verdde dois indivduos em presen, o nlist e o nisdo; que há ugr penas pr um só, que a mesmice dos psiquismos que a unicidade dos corpos é tão invsor que nem mesmo mesmo são mais percebidos (70) (70)..
Na realidade, essa tese somente pode ser sustentada a partir da terior Condenado Condena do ao lugar lugar de uma um a perpétua invenção a ser produzida produz ida,, o analista quase não parece poder abandonar um corpoa-corpo" com o alisado De nde as implicações seguintes: a) o processo proce sso analítico analítico parece poder pode r se articular articular apenas apenas se baseando e se mantendo no terreno da sugestão, de uma sugestã de lnga duração", precisa Roustng(70); b) o processo analítico tende, por ouro lad,a instituir uma forma de assujeitamento incompatível com um dos termos que parece sncionar o fim do tratamento, ou seja, a dissolução/liquidação" da transferência, problema cujas origens Roustang identifica no contexto freudiano e que testemunharia a dificuldade extrema de liquidar esta frma de neurse de transferência intrinsicamente ligada à transferência superpotente, porque s bretudo aí a inst instância ância da transferência ( ) identifica-se à da hipnse (71) E Roustang acrescenta: Quer dizer que a liquidação da transferência amais é adquirida, que não se pode a se instalar, porque se quisermos sobreviver, é preciso se pôr a acreditr, a se iludir e a desconhecer a desbarrar o Outr pra que ele se ponha a existir ( . ) A liquidação da tra transf nsferê erência ncia é sempre tão problemática e imprevisível quanto a invenção" (72) Não há nenhuma dúvida de que qu e a hipotética liquidação da d a transferência transferência permanece diretamente governa governa da pela necessidade dessa condenação à invenção Eis duas conseqüências lógicas que tenderiam a estabelecer, pr alguns aspectos, que não existe nenhuma terceira referência plausível, nem mesmo sob a forma de um corpo de teorias consistente, capaz de ser consultado cmo tal na direção do tratamento Essa saída tão inelutável quanto devastadora resulta, de fato, da intricação suposta por Roustang entre o que depende do process de constituição da teoria em si mesmo e da utilização referencial que pode ser aí feita no decorrer da prática Ele mostra, através disso, toda a incidência dessa intricação, ligando incondicionalmente a utilização da referência teórica na prá tca a uma dialética servil que assujeitaia o prático à palavra totalitária do teórico teór ico Ora, não é evidente evidente que a utilização de d e uma teoria teor ia preexistente tenha por evitável efeito, naquele que nela encontra suas própri balizas, instituir uma relação de servidão que o colocasse, de saíde, em posição posiç ão de 'alu ' aluno" no" cegamente subjugado à onipotência de um Mestre. Somente a ratuidade dessa implicação aece justifica a generalizaçã que faz Roustang 70 71. 7
Roustang Suggestion au long cours, Elle ne !e lâche p", op. cit, p. 1-101. ne le lâ lâch chee plus op it p 140. F. Roustang Transfrt: le rêe, i "Elle ne F Roustang Sur la transmissibilité de la théorie analytique p . ct p 104 F.
A-Cientfcidde da Psnále 123
Haveria portanto "submissão e "ideoogia em se referir à teoria consti da de um outro, outro, a razão da d a necessida necessidade de sautar de se remeter às suas próprias estações teóricas eaboradas inteiramente na invenção do ance por ance, para subtrair à pretensa ameaça aie aienan nante te de um "argumento de autorida autoridade de (73) (73):: teoria anaítica, repito, existe apenas no tempo da invenção no exercício da ianáise O que quero saientar é que se a teoria anaítica sendo produzida é do registro da anáise, o mesmo não se dá com a teoria recebida. O que é roduzido roduzi do coo teoria teori a anaítica anaítica funciona funciona fatamente fatamente na recepção coo ideoo id eoogia, gia, oo corpo de doutrina preexistente ao qual é preciso se submeter o que acarreta, aiás o pedido de submissão de antemão à teoria que será produzida, a onfiança no teórico em função do que fez para o que fará, enquanto que, sabe s em, não pode haver teoria anaítica senão no momento posterior (4). Ora,, a medida Ora med ida desse "sabe" sabe-se se bem basei baseiase, ase, já sabemos, sabemos, em e m propriedades hipostasiadas anteriores ao discurso teórico teór ico da psicanáise psicanáise e, mais geramente, o próprio processo de cientifização De modo que não há "ideoogia, nem "submissão senão por intermédio de ua ta crença que precipita a atividade aítica em um empreendimento sisifiano de invenção ad libitum. Aém do aráter heróico de ua tal atividade, o benefício iusório dessa condenação erpétua às ficções teóricas não é negigenciáve na medida em que se tira ao máximo as conseqüências ógicas de ua ta perspectiva. Assujeitar a máxima dessa "condenação ao destino da prática anaítica é, de agum modo, eevar o princípio princ ípio do tratamento tratamento à dignidade de um apostoado apost oado.. Se não há teoria anaítica senão teoria destinada a ser desconstruída, se, por outro ado não há conduta de tratamento senão suspensa à invenção teórica no et nunc da sessão, a prática anaítica toa a feição inevitáve de um ministério. Com efeito, a ética de ua práxis que está, de antemão, condenada a se iberar de todas as referências teóricas prexistentes, não encontra nenhum o apoio senão se fundamentando em a crença incondiciona nas "virtudes fiantrópicas do prático; virtudes, neste aso, de intenção mais imediatamente terapêuicas, que deverão todavia se testar à medida das incinações imanentes do gênio inventiv Esse argumento pode ser exporado então até seu útimo extremo, aqui, o termo tão crucia quanto ruidoso fixado pea questão da transmissão anaítica A transmissão transmiss ão que embate ao máximo o probe probema ma da cientificidade anaítica encon encon tra-se então excusivamente garantida pea crença do inventor e da fonte opera tória de suas "ficções teóricas Em outras paavras, o probema da transmissão pode se modar em uma soução imediatamente ajustada a seu objetivo por meio de ua operação cujas virtudes eaboram a conversão de um anaisado em list Insidiosamete, a probemática da transmissão e as dificudades que levanta pode ser assim trocada em benefício de ua transmutação cuo ofício se overte em ua pura obra de proseitismo A predicação assegura então aí sua ção maior sscitando a adesão perpétua à invenção e propagando-a ("trans ião) do modo ameaçador da condenação Resta enfim escarecer um último probema fundamental Ainda que sua idnia sea mais modesta, ee acusa no entanto o caráter fndamentamente -
73. 74
lbid., p. bd p.
10. 02
124 oe/ Dor
(o grfo é meu).
discutíve do argument argumentoo desenvovido por Rous Roustang tang Se não há portanto teoria anaítica senão em estado nascente, no sentido s entido químico do termo term o(75) é gar garan an tido que, sob os auspcios da venção, o anaista inventor de teorias não o é jamais senão para si mesmo, de onde o exergo que Roustng propõe que se grave no frontspício da deontoogia aítica: Se o anaista não se autoriza senão em si mesmo na prática, não pode se autorizar em um outro na teoria"(76). Do psicanaista condenado à invenção perpétua de uma teoria efêmera, Roustang chega a instituir o sucesso" da psicanáise articuandoa à função de mitificação científica necessária ao metaboismo do irraciona na sociedade moderna ibe ra"(7). E não deixam de faltar fórmuas para acreditr essa conjectura Na sociedade moderna, a psicanáise tem por tarefa gerar, o mais cientificamente possíve o irracionaizáve"(78) A psicanáise interessa-se pelo que, por defini ção uma sociedade técnica e industria deixou cair no exterior de si mesma o mundo do irracional, mais precisamente o do sonho e da oucura o das pusões e das fntasias A sedução do mito freudiano repousa, não sobre a reinjeção de eementoss irrac eemento irracionais ionais em nossa civiização, civiização, mas sobre sob re projeto de uma nova racionalidade, de uma cientzação possíve desse irracional. (79) Dito de outro modo, o que produz a psicanáise é um mto que não introduz uma força estranha no sistema presente com o risco de fazê-o satar, menos ainda para fazê-o expodir, mas que, ao contrário, domestica o que, em princípio, não é integráve por um mundo científico, tecncaizado, racionaizado e he dá um status de ciência e de ógica tornando-o por isso mesmo aceiáve" acei áve" (80) Em outros termos, a psicanáise como mito" faz, daqui por dite boa figura no grupo das indústrias de recuperação reacionárias Deixa cair a máscara grosseira de sua impostura subversiva subversiva para vir reforça reforçarr os aparehos ideogicos de sujeição No tempo em que a ciência e a sociedade, que é sua sada, corriam o risco de se encerrar no cientismo a psicanálise toava suportáve, e portanto integráve à ciência, os domínos que he parecessem estranhos ou mesmo negi genciáveis mas dos quais corria o perigo de fazer perigosos inimigos(81). Apenas resta então apontar a força viva que vem aimentar esta exporação dos nvestimentos do irraciona, pois, como observa Roustang, tratase de de uma tarefa de gestão que evidentemente comporta um u m aspecto econômico econômi co (82) (82).. Com Co m efeito sem um fuxo de dinheiro o mito frerudiano de nossa sociedade não poderia ter nenhum impacto socia(83). E eis convocada a fantasia persistente do anaista pseudomarginal partidário em útima extremidade, dos aparehos ideoógicos de estado Poderseia dizer grosseira grosseiramente mente que que os psicanastas em seu conjunto são margnais do setor terciário, ncapazes, por grandeza ou por mséria, de se integrar ao crcuito econômco-poítico da produção; mas que são 75 F. Roustang Sur la transmssblté de la théoie analytque op. cit p 9 76 bid p 1 etss de l'a l'anal nalys yse, e, i "Ele ne F RoustangS les effet ne le lâch lâchee plus op t., p 16. 78 bid p 177 7. Ibid p. 176 (o grifo é meu) 80 b p 16-17 81 b p. 177 82 bi p. 77 83 i p
A - Cicn ti tifdad fdad da Psianli Psianli•• 125
o eso tepo arginais reconvertidos ao social pelo desvio lucrativo da etãoo do nãoracionalizve etã nãoracionalizvell ( . ) Mais prec precisa isaent ente, e, eles adinistra adinistra esse nãonãoonalizvel através das disfunções da classe domnante Para esta, o ito freudiano reatuizado de odo prestigioso pelo ito lacaniano toouse tão povvel e, ao eso tepo, tão necessrio que o dinheiro pôde vir sustentar esse epreendiento" (84) (84) Essa apeciação logicaente inferida pelo fato de que não h teoria naltica senão paa aquele único que a poduz paa si meso A participação no ito" da psicanlise procederia potto da tenaz ilusão que subentende a adesão a esses copos de teoia constituída e ao epreendiento probletico de sua cientificidade A solução preconizada por Roustang seia, efetivamente, u expediente radi cal à indigência epistemológica de que d povas a refexão face às consideveis dificuldades evantadas por sua cientfização se essa solução não caísse ea mesma cí ículo culo henen henenêuti êutico co e o "solipsismo e uma dupa amadilha especulativa: o c Mais exatamente conv deterina aqui em que uma ceta subissão à hemenêutica precipita a eflexão de Roustang atavs do solipsismo De fato, se o analista condenado a inventar para si meso no campo de sua pática o produto dessa invenção escapa de u ceto odo, ao conjunto das construções de modelos abstatos ou sea, o copus teóico da psicanálise existente Não enos vedade que o produto de invenção h c e nunc introduz expicitamente a categoria do sentido na copeensão que institui no espaço do tratamento sob ora de uma inevenção A este respeito, ta invenção apesentase potanto como uma inevenção herenêuica. Oa, sabese que tipo de dificuldades sugem quando quan do se tata de examina a possibilidade de refeir refeir um todo hermenêutic a citios de cientificidade eventuais As difeentes exigências equeidas po ua cientifização possível da herenêutica chocamse todas co u poblema epsteológico inerente ao próprio todo hemenêutic, que se pode designa coo cículo herenêutic" cujas causas e efeitos J Ladrie lemba muito pertinentemente da seguinte aneira Não pode propor uma ntepretação senão na medda em que se apóie em uma précompreensão do objeto a interpretar Mas se a nterpretação deve ser capaz d progresso, deve poder escaecer suas própras pressuposiçõs, portanto a pré-com prnsão sobre a qual repousa Como esta depende da stuação do sujeito nterpre tante, a eucidação progressiva do sentdo do objeto é inseparáve da prpria situação interpretant interp retante, e, ist istoo é, do d o sueto herme hermenêutc nêutc Uma nterpretação nterpretaçã o pnamen pnamente te adequa da suporia portanto uma compreesão exaustva do sujeto por si mesmo. Em outros ermos uma nterpreação no poderia ser radcal a não ser que osse nteiramente undamenada e não podera ser reamente fundamentada se não pudesse expcar a s mesma ( . E uma linguagem hermenêutica remete sempre, como se acaba de lembrar, à questão de uma autompreensão radca. Ora, uma ta comprsão autoundadora só é possível, parece, para uma reexão tota, e os argumentos que oam denvovdos pelas correntes ilosóicas mas diversas contra a idéa de uma rflexão tota são por demas decsvos para que possa dar um certo crédto"(85) lbid, p 177-178. 85. J La�e L Sins humaines t / probl d la cijcté, n Les études philophiqus", 'rs IUF ° 2 '1978, p 145. 84.
1 26 Jo Joiiff / )or
E exatamente sob o ngulo do problema levantado por essa "questão de uma autocompreensão radcal que se encontra inevitavelmente o solipsismo Certamente tratase de uma expressão muito particulr do solipsismo habitual mentee desgnada ment desgnada como solipsismo soli psismo "gnosiológico ou o u "epistemológico " epistemológico Ou seja seja uma forma de solipssmo aproprada ao contexto do campo psicanalítico que alaria um certo ceticsmo à ingenuidade do agnosticismo Isto concerniria a qualquer realidade teórca legitmada como tal que não aquela que a ratio pessoal do analista é capaz de inventar por si e para si mesmo já que toda construção teórica da psicanálise não podendo "nem ser provada nem ser refu tada (86) não é portanto p ortanto estritamente válida senão na medida em que sua api cação é limitada ao exercíco operatório daquele que a inventou na experiência de sua prática De uma certa maneira é esta concepção solipsista do processo de teorização em pscanálise que credita indiretamente a idéia segundo a qua o psicanalista é um solitário que não pode se apoiar em ninguém(8), aorismo ressoando por sua vez no há lugar apenas para um'(80). E verdade que isto é uma conseqüência. Tendo o analista se refugiado nessa autarquia soopsista só pode encerrar necessariamente o analisado Como tal o solipsismo dá sua pena medida apoandose no que Maslow chama ponto de vista angélco", a saber esta fcção flosófca que "consiste na pretensão de ter evitado as restrições lógicas do que se chama na lteratura filosófica contemporânea "the egocentric predica ment isto é o fato de pretender que se pode dizer alguma coisa sobre o undo de um ponto de vista que permanece exterior ao mundo no qual nós mesos nos encontramos(89). A este respeito a atitude solipsista de Roustang acerca da teorização analítica participa bem desse ponto de vista Como observa Bouve resse(90): "o solipsismo cai evidentemente de modo direto sob a acusação de angelismo se como ele diz as únicas coisas de que não posso jamais ter cohe cimento são mnhas sensações mihas representações mihas idéias etc. ele é obrigado a volar im�datamente a restrição que formula paa poder sipes mente formulá-la. E inútil prosseguir aqui uma análise crítica do soipsis mo(91) Como a natureza dessa questão é perfeitamente inesgotáve podese pelo menos regular regular seu alcance a uma observação observação em que o bom bo m senso se impõe Como toda tese metafísica, a do solipsismo dá a impressão de efetar m moimento especulativo essencial, qando, na realidade, nos deixa pura e simplesmente no lgar"(92).
O processo epistemológico desenv desenvolvido olvido por Rousta Rous tang ng quase não parece s substrai aos lmites habtualmente consentidos ao solpsismo Acerca da teoria Roustang L'analysant, un romancier?, Ele ne !e lâche plus op. c p 204 87. F. Roustang Sur la transmissibilité de la théorie analytique, op. cit. p 101 88. F. Roustang Le jeu de l'autre l'autre,, i Ell Ellee ne e lâch lâchee plus" op. cit., cit ., p p 145 89. A . Masl Maslow ow study in Wittgenstein's Tractatus, p. 148. Unversy o Caiforna Press Berkeey Los Angeles 196 Cit. e trad por J. Bouveresse J. Bouveresse Le mythe de l'intériorité, Paris Mnuit 1976, p. 63. 90. Ibd. p. 63. 9 Essa questão será novamente examinada em seu pncípio no omo I 92. J Bouveresse, Le myhe de l'intériorité, op cit p 164 86. F.
,
A-Cimtifcidad• d Psianálie 27
tica e dos poblemas que evanta o pincpio paadoxal de sua cientificida topeça, com efeito nos limites de uma ta taetóia etóia especulati de, esse agumento topeça, v qu� condena" pepetuamente a algum avanço A questã questãoo pelim peliminar inar Um U m psicanalista psicanalista pode po de empeende empeende a defesa daquio ue sua pática lhe ensina?, é necessáio conclui negativmente se essa defesa eve nos fotaece na idéia de que a pática obiga o nalista a adota uma ceta atitude solipsista. Tata-se Tata-se aí, talvez, de um aditivo muito pecioso em uma um a ceta pespectiva da conduta do ta tatamen tamento, to, de um atifício atifício de pedileção favoável a sua continuidade, mas absoutamente de um agumento decisivo paa atifica, até mesmo decidi sobe a impossibilidade teóica de adminsta a paadoxali dade que evnta a validação do discuso analítico Em contapatida, a edificação de um tal pincípio odem de uma eluci dação teóica que se queia asseguada depende depende como tal, de d e uma ficção Com efeito, essa estatégia coe o isco de abi e de cauciona incondicio nalmente em nome da invenção" um campo de pomoções pseudoteóicas múltiplas cua única discimnação opeatóia paece, em caso extemo, deve se enconta govenada po um citéio seletvo: adei adequadamente ou não ao caáte performante, eficácia de uma pática Essa foma de teoização que se sustenta em uma aptidão à invenção, poque se substai, priorid te que poduzi alguma exigência necessária de legitima legitimaçã çãoo lém daquela daquela exclu exclusiva siva do invento que gaante para si mesmo seu pi pincí ncípio pio em em pá páti tica ca pode inaugu um espaço indefinido de especulações onde podeão esta lado a lado, pelo jogo dialético de cofontações e outos pocedimentos de tocas discusivas de bição teóica, os podutos mais engehosos do ecletismo, os taços de gênio mais sutis da oba especulativa
128 Ji Dor
Primeiras Conclusões
''O Eu, o Eu, eis o profndo mistério" WGENSTEIN, Carnes 1914-1916, p 150 Rebelde à autordade das cêncas positivas como à da dialética sedicioso acerca do protetorado transcendental o discurso da psicanálise não tem outra sada a não ser conhecer os tormentos necessários de uma danação às alegorias teóricas? Entree Caribde pscológca e Cla Entr Cl a flosófica, flosófica, por fala de poder paga pagarr a algu bqueiro nfernal o óbolo postivisa" que convém, é o discurso teórico da psicnse por sso precpado nas correntes nsáves de um Aqueronte unes to, que o arrasta de fcção em ficção? Deve o ato analtico mas uma vez se conformar com os pr�gos incertos do exercco encanaóro ou com as virtudes de alguma teurg salvadora? Se ese for o caso, está lançada então a sore de uma práica cujo caráter de avenura pacua a pari de agora com a dmensão da apopéia mítca e cujo dscurso nada mas tem a nvejar à melhor radção das narratvas oculas. Assim, é evdene que uma al pscanálise não possa mas se elaborar de outro modo que não em um calderão que desila, para consumo consumo práico", práico", um produ to que procede da poção mágica De resto, tudo so não dexa de evocar uma hsóra de calderão por demas conhecda, um célebre acho de ue Freud nos cona assm a desvenra empresou a B um acho de cobre; quando o devolve, B se quexa de ue o acho em um grande furo que o orna nútl") se defende enão desa meira: Prmero, eu nunca emprese o acho a B segndo, o acho tnha um furo, eu o empreste a B tercero, devolv o acho naco (2) (2) Fed Le mot d'espit et ses rorts vec lnconscient, Pars Galimard 1969 p 9. Trad Bonaparte Bonap arte e M Natha Natha Der Wit und Sei1e Beziehungzum Unbewussten G W. VI, 1905 Jokes and the retions to the Unconscious, S. E. VII 2 S. Freud L mot despit et ses apports vec ínconscient, op. ct, p. 9 1. S
A-Cnt.idade da Psicanális 129
Alguns se queixari de que a psicanálise não é uma cencia, o que a exemplo do tacho toá-la-ia inútil? O mesmo quase acontece então com um agumento tortuoso quando o partidário gaante sua defesa nestes termos Pri Primei meiro ro a psicanál psicanálise ise nunca nunca foi uma ciênci ciênciaa já que é apenas apenas ficçã ficção. o. Seg Segund undo: o: a psicanáli psicanálise se que quer queria ia ser uma uma ciênci ciênciaa não poderia ser verdadeira como tal a não ser que fosse enunciada pela filosofia. Tercei Terceiro ro a psicanális psicanálisee é uma ciência ciência visto visto que não é mais mais a psicnál psicnálise ise mas uma psicologia científica. Com efeito quando se percorre o campo das especulações que interrogam a cientificidade possível" do discurso analítico vemos organizse uma estra tégia epistêmica de alienação da psicanálise que se desenvolve no sentido da política do taco Desenvolvimento seguramente favorável às melores pres tações científicas como a certos exerccios de estilo fiosóficos e de antecipaão literária mas de modo algum decisivo a levtar a ipoteca paradoxa imposta pelo campo da psicanálise Hipoteca da qual se sabe que destitui a refexão epistemológica costumeira pela própria natureza do desafio onde seu obeto a coocou. A necessidade de teorizar adequadamente esse objeto em um discurso consistente e operatório pelo menos pra aderir a um certo caráter de universa lidade cua intenção parece dever ser reclamada pelo problema da trsmissibi lidade terminase de fato por uma provocação epistêmica cuja origem viva eside na divisão do sujeito Como conciliar os imperativos conciliados pela Spaltung com a estrutura ção de um discurso que não pode deixr de ter que enuncir tanto quto possível sobre um modo científico alguma coisa próxima à própria dimensão da subjetividade É neste sentido que a questão da cientificidade" anaítica apece como estritamente indissolúve da problemática sujeitocognoscente, pincipalmente do sueito da iência e da relação que esse sujeito mantém com o objeto a ientzar na construção dos enunciados científicos. Como efeito a natu eza dessa relação funda funda tanto qunto articula um u m processo epistêmico essencia essencia em que se sustenta toda a cientifização a saber uma neutralização dos efeitos incidentes à divisão subjetiva que tende a identificar integralmente o processo da enunciação de um enunciado ao conteúdo do que é enunciado. exatamente o que é designado forlusã do sueito, cujo princípio depende de uma ordenação e certos mecanismos subjetivos abstratos que atulizam panos de stua" entre o dizer e o dito. Um sujeito pode então ent nesta certeza imaginária o demais rebaixada a do Ego que se toma elo Eu odavia se essa convicção subjetiva participa stito sesu, do registro antasmático em que se baseia o seito-onosete, essa oclusão do Sujeito não eixa de ser aquilo sem o quê a edificação do processo de cientifização não oderia acontecer nem se estruturar na organização de discurso ad ho que onhecemos O exame dessa hpotética" cientificidade da psicanálise além de ea interpelar ao máximo a pópria cientificidade em seus fundamentos impõe 130 ]oi Dor
além disso, uma descentrização epistemológica acerca do problema considera do Se a cientifização não pode se instituir senão a partir de uma estratégia subjetiva que visa a neutralizar as conseqüências da Spaltung, isto leva, em compenação, não tanto ao registro da "objetividade, mas bem mais ao da "subjetividade "sub jetividade O tipo de "objetivação específica que se vê em andamento na eaboração do coecimento cientfico permanece, sem nenuma dúvida, a pro priedade mais original dessa modalidade do coecer pela própria natureza das conseqüênci eurísticas e operatórias que se encontram aí relacionadas ão é menos verdade que é exatamente em conseqüência de uma cegueira subjetiva cuidadosmente orquestrada em torno da neutralização da Spatung, que a 'ob jetividade do discurso científico encontra-se assim promovida ao proscênio, como a propriedade mais essencial da cientifização enqunto que, evidentemen te, essa propriedade mais decisiva instituise em uma outra cena, a da subjetivi dade, e das performances que é capaz de realizar pra manter um descoheci mento cada vez mais crônico de si mesma. Em resumo, a cientização aparece então, em relação à Spaltung, como o produto mais acabado de nossa cegueira subjetiva Ao mesmo tempo, "a objei vidade da ciência constitua expressão dealmente bem sucedida dessa cegueira Por esta razão, inscreve-se então como a test testemun emunaa lucinada desta de sta sobredeter minação subjetiva, no sentido em que partilha com essa alucinação, o peso de virtudes persuasivas que pode nos levar "logicmente a nos fortalecer de uma certeza: estar ausente como sujeito no que enunciamos do obeto. Por mais garan tida que seja essa convicção, pelo menos pela eficácia incontestável que inaugra acerca do domínio do objeto, não deixa de ser um avatar subjetivo cujo caráter de artifício não tira seu valor operatório senão de uma "sutura da subjetivida de E, como tal, esse processo de suturação do sujeto requer uma investigação da qual não se pode fazer economia se quisermos explorar mais a fundo a natureza dos problemas postos em questão pela "cienticidade nítica FIM DO TOMO I TOMO II: A PARADOXALIDADE INSTAURADORA
A-Cie�tifdad da Psicanális 13
Anexos 1
A antinomi antinomiaa d e B raliali-Fort Fortii
1895
A antinomia de Burai-Forti baseiase no conjunto bem ordenado W de todos os números ordinais o qual se acha com um número cardinal mior que qualquer númeo númeo de W isto i sto maior que qualquer número odinal odinal dí d í a contradi contradição ção..
2.
A antinoma de Canto
899
A antinomia de Cantor enconta-se formulada peo teorema da teoria dos conuntos sobe a potência dos conjuntos "O conjunt conjuntoo C (M dos subconjunt subconjuntos os M tem uma potênca potênc a superio superiorr à de M Em outras paavras, esse conjunto tem um número cardinal tansinito superior ao de M c (M) > I M 1 Se consideararmos agoa o conjunto de todos os conuntos U tem-se segun do o teorema
c (U)
>
u
(2)
A antinomia reside na órmula (2). O conjunto de todos os conjuntos é po deinição, o maior dos conjuntos Oa, de acordo com o teorema, ele não o maio de todos os conjuntos e isto precisamente na medida em maio e m que é o maior d todos os conjuntos 3 O paadox paadoxoo de Beand Russell R ussell Russ ell parte da Russell d a distinção segu seguinte: inte: ente e nte os conjuntos, conjuntos, alguns são membr membr de si mesmos; outro outross não são membos de si mesmo mesmos s Paece-lh Paece-lhee portanto az\ el se question sobe o conjunto de todos os conjuntos que não são membr de si mesmos, se ele é ou não membo de si mesmo 132 fol
Dor
Se supusermos que esse conjunto é membro de si mesmo, pertence então ao conjunto de todos os conjuntos que não são membros de si mesmos e não é portnto membro de si mesmo Se não é membro membro de d e si mesmo, pertence pe rtence ao conjunto conjunto de todos os conuntos que não so membros de si mesmos, e é então membro de si mesmo Uma outra forma desse pradoxo é expressa pelo Paadoxo do catáogo. Se supusermos que esse conjunto é membro de si mesmo ertence então ao conjunto de todos os conjuntos que não são membros de si mesmos e não é portnto membro de si mesmo. Contradição Com efeito, ou esse catálogo menciona-se a si mesmo e não se leva em conta a roriedade de "não mencionar a si mesmo. Essa possibildade deve portnto ser rejeitada Mas se rejeitarmos essa possibilidade, então o catálogo não se menciona a si mesmo e é preciso inscrevêlo. 4 Exempo de um paradoxo no cálcuo proposiciona Vejamos as remissas (1) o indivduo atravessou a ponte (2) q o jurmento que pronunciou era verdadeiro (3) r ele foi enforcado (4) s a lei foi respeitada Temse portanto: (1) (2) q = (p ! r) (3) s : [r = (p ! Observação Podese escrever (3) s [r (p ! l q)] É preciso necessariamente escrever s [r = ( ! 1 q)] É preciso, de fato, que a lei seja necessária, mas igualmente suficient a fim de que condene os culpados e não condene os inocentes Por outro lado, sabe-se que será enorcado todo indivíduo que tver atra vessado a ponte e tiver mentido quanto às alegações que ronuncar sob jura mento, o que explica (2) q = ( ! r) O problema equivale portnto a mostrar que (), (2), (3), ququer que seja a deisão tomada, a lei não terá sido aplicada, ortanto l s -
tfcdad fcdad A -Cien t
da Psimuílie 1 3
Veamos a resolução seguinte pelo método das árvores"
I p 2 q = p A 3 s : r = p ( 4 S' -·
q]
É precso deduzir l s, portanto coloue mos e procuremos ver se há fechamento
-�
5 s
r p A
6
7 p
(9
Ip
I O q
/ \
8
l
car-
p
B
=B
q)
/ "q p
l")
r
B
B
q
\ q
q
q = p
B
q
AB
q
I
2 p I U •
1
r)
p
1
r
p
.
p
p
r
p
1
r
B
r
À B
1 \ B
Assm, os dados do problema, tais como são formulados, indcam que e não foi aplcada, uer o ndvíduo tenha sido ou não eforcado. Ou seja, n medda em ue a e é sempre volada, qualquer ue seja a decsão tomada respeito do ndivduo podese dizer que há paradoxo já ue as condções lógcas não são respeitadas enquanto as condições materas o são. 134 foél Dor
5. A
teoria() dos tipos "simpes
Seundo esta teoa, todos os concetos, popedades, relações e seus sím oloss devem se classfcados de uma manera herqu olo herquzada zada de acodo aco do com seu tpo tpo As popedades ou pedcados moádcos serão cassfcados de acor o com sua elação, deta ou não, com indvíduos: Os "ndvíduos seão de grau As "popedades de ndvíduos serão de grau 1 . As pope popedades dades de d e popedades popedades de d e ndvíduos ndvíduos serão de grau 2 . As propreda propredades des de d e popredades popredades de d e propredades propredades de d e dvíduos serão serão de grau 3 Feta essa classfcação, a teoa dos tpos cosste em estpuar a regra seute "Uma propredade de gau 1 ão pode p ode ser af afrma rmada da ou egada seão por dvíduos, sto é, etdades de au O" "Uma propredade d au 2 não pode ser afrmada ou egada seão por uma popredade de dvíduos de rau . Etcc Et Símboos d e ga Símboos gau uOF a x Símboos de rau 1 F1 a1 x1 Símboos de rau 2 F2 a2 x2 Símboos de rau 3 F a x Acescentado-se essa heaqua àquea dos predcados moádcos, poá dcos, obtêm-se crtéos de sação sobe a vadade dos eucados bem ou mafomados, portto um poder de decsão sobre seu vaor de verdade Exemplo: F (F é uma fómula coeta F1 (a F2 (F F (F2
J
são fómulas coetas
Assm a antnoma do "mpedcáve ão pode ser costruída. Impr (F2) j F (F2 Sendo os pedcados de mesmo nvel a fómua é acetáve =
6. Os teoremas de limitaçã de Gódel O célebe teoema de Gdel fo pubcado em Vea em 93 em uma dssetação nttulada Uebe foma unentschedbae Ste de'Pncpa mathematca und ver wandte System 1"(2) (Sobe agums poposções formmete nsoúves dos Pncpa mathematca e dos sstemas do mesmo êero I) 1 Ve tmm: B. Russel La thorie de type logques, i Ces pou 'nyse p ars, Sul 1%9 2 Publicado m "Monats " Monatshefte hefte fu Mthem Mthem un Physk Physk vo v o 8 93
58
n° 10,
-
A-Ci'ljcidae da
Pscanálie 135
O teorema enuncia que quaquer sistema orma capaz de exprim adequadamente a aritmética contém uma fórmua peo enos que é nsoúvel. Em otras paavras uma fórmua que ea mesma ou sua negação, amais poderá ser demonstrada no no sistema considerado De onde o cooário: um ta sistema se é consistente jamais poderá fazer a demonstração de sua pópria consistência.
Bibliografa LTHUSSER, L Freud et Lacan in La Nouvelle Critique, n 6162 Déc 964 jan 1965 in "Positions Editions Sociales, Paris, 976 p 9-34 ourr Mar ou Ma rx, Paris, Maspéro, 968 ARISTOTELES Les seconds analytiques, 1966 Paris, Vrin, in L'Organon, tomo IV red, d, La philosophie et e t les le s philoso philosophes, phes, Paris, PU, 1976 ASSOUN, P L re BERNER, P A propos de la structure gnoséologique de la psychiatrie, in Les Etudes philoso phiques, Paris, PUF, 978 n 2 p 18794 BOURGUIGNON, A Recherches récentes sur e rêve, Métapsychologie eudianne et neuroph ysiologie in Les Temps Modernes, n 228 Paris, 966 p 1063628 Neurophysiologie du rêve et théorie psychanalytique, in Psychiatrie de lenfant, Paris, PUF, PU F, tomo tomo XI, n n 1, 1968 p -69 BOUVERESSE, J. Caap le langage et la philosophie, in La parole malheureuse, p 247297 in Lãge de la science, Paris, Dunod, tomo III, n 2 1970 p 7-154 La paro/e malheuruse de lalchimie linguistiqe à la grammaire philosophique Paris, Minuit, 1971 Wittg ittgenstein enstein la rime r ime et la raiso raison n Paris, Minuit, 1973 · Une illusion de grand avenir: la psychanalyse selon Popper in Critique, Paris, Minuit n 346 1976 p 292306 Le mythe de lintériorité Paris, Minuit, 1976 CANGUILHEM, G Qu'est-ce que la psychologie? in es Cahiers pour l'analyse, nQ 1/2 Paris, Seuil, 1966 CARNAP, R Der Logische Auau der Welt 928 Berlin hlachtensee, Weltkreis, Verlag, Trad Rolf A. George T Trad London don,, 967 Routledge Routledg e and Kegan Paul. Tee logil st stru ruct cture ure ofW ofWorld orld Lon Logische Synta der Spranche Verlag, von Julius Springer, Viena, 934 Trad Von Zeppelin, The logical synta of language 1937, London, Routledge and Kegan Paul · Testability and meaning in Philosophy of Science, Baltimore, 936-7 vol 3 1936 p. 49-47 vol 4 1937 p 40 CASANOVA, A. Ver ve L 970) CASTEL Le psychanalysme Paris, E G E 976 lss de Freu Fr eudd son s ontt fatigu atigués és Paris, Grasset, 978 CLEMENT, C Les l · Vies et Légendes de acques Lacan Paris, Grasset, 198 · ve verr Sa Sav v L (970)
-
·
tdade da Pcanái
137
cideva devant nt Sujet, Sujet, n Nouvee Revue de Psyhanayse n 20 1979 Pars YN M D un ci Gaard EBRYRTZEN, EBR YRTZEN, P La Scolastique Freudienne, Pars Fayard, 1972 Asté téré réognoses, ognoses, Pars Masson, 1935 EY J. Les As Les dissolutons de la mé oirePari s, PUF, 1942 · La psych psychop ophy hysiologi siologiee humaine, hum aine, Pars PUF 1974 1� ed EEUZE EEU ZE G n Te/ Que, Avril, Paris, 1-15 DESCARTES Prncipes de la philosophie, in Euvres et Lettres, La Péade, Paris 1953 inconscient ent al algré gré lui Pars, Mnuit 1977 ESCOMBES, V L inconsci DOR J Introduction la lecture de Lacan, Too I: Linconscient structuré comme un angage Pars, Deno 1985 (DOR, J Introdução à leitura de Lacan o inconsciente estruturado coo
-
linguage, Porto Alegre, Artes Médicas, 989). EY, H Essai dappicaton des príncipes de Jackson à une conception organodynaiue de la neuropsychíatríe, n L' L'En Encé céph pha aee 193 1936, 6, , n n 5 p 314 314356 356 9 936 36 1, n 6 p 31123 · e co Le proble e la psychogénse des névroses et des psychoses, Descée de Brou
wers, 1950
ntroductíon
la psychiatrie lantipsychiatrie, (a troga dos ant) n Encyclopéde
MédcoChirurgcale, Psychiatrie, tomo , revs 1974, Pars Edtons echnques Des idées de ackon un odl organo-dy organo-dynam namiu iuee de la la psycharie, psycharie, ouou ououse, se, Prat, 1975 1 975 Défense et íllustratíon e la psychíatrie, Paris, Masson, 979 FSHER C a) Psychoanalytic iplications of recent research on sleep and dreaing I) Emprica ndings ) ) Ipli Ipliation ationss r psychoana psychoanalytic lytic the theory ory n J Amer, Psychoana Asso 1965 (a) 13, p 197303 GROSS, J, UCH ] A cycle of penile erection synchronos th dreaming (R M sleep prelimia repo!, n A M A Archv Gen Psychary, 1965, (b) 12, p 2945 FOUCAUL, M Les mots et les choses, Pars, Gaard, 1966 FREUD, S Die Trudtung (1900) G W / The interetaton of drens S E VV-X/ XI 1, 621 rad E Meyerson La science des rêves, 1926, Paris PUF rad E Meyerson, rev D Berger: Linterprétaion des rêves, 1967, Pars, PUF a) Das Interesse an der Psychoanalyse, G W VI p 390420; b) he clais of psychoa nalysis to scientc interest; c L'intérêt de la psychanalys, trad P L Assoun Retz, C E P , 1980 Pars Konstruktionen in der Analyse, 1937 G W XVI, p 4356, Constructions in Analysis, E XX p 255-269 Constructions dans lanalyse rad, rev por Lapanche J n Psycha nayse à Unversté, tomo I n 11, 1978 p 373382 "Constructions dans /analyse in Résutats idées, probmes" Paris PUF, 1985 p 269281 GGEY J. Analyse spectale de la psychologie, Pars Mare Rvre 1970 GA, F Obra anônma xposition de la doctrine physionomique du Dr. Gall, Paris, Hen découvertes ouvertes nouvelles nou velles du Dr Dr F. f. Gall, Paris, 1807 richs Ano Ano obra ob ra anônma Crâniologie des déc e SPURZHEM F G Mémoire de lInstitut (1808) . Recherche sur le systme neeux en généal t celui du ceeau en particulier, Pars, h F Noe H 1809 Anatomie An atomie et ph physiolo ysiologie gie d systme neeux, too 1810 Pa Pari ris, s, S Sho hoe e F too 2 1812 Pa Par rs s Sh Shoe oe F too to o 3 181 18188 Par Pars s brar brare e gre greu ue, e, !at !atne ne a aea eande nde GEORGE, F Leetyau de poêlePa rs Hahette 1979 GORGNR L temps eudien du Verbe, Lausanne, Lâge dhomme, 973.
·
GO DEL. GODE L. Uebe fomal un u n en tscheidbare Stze der Principia mathemat math ematica ica d vewandter Syte me I: in "Monatshefte r Mathematik und Physic, vo 38, 1931 GRNGER G G Pensée formelle et science de lhomme Paris, Auber Montaigne, 1967
GREEN A ver SEVE L. (1970a) 138 fod
Do
GROSS, J ver FISHER (1965b). GUILLAUME, P Introduction à la psyclogie,Paris, Vrin, 1946. HAHN, H Logik, mathematic und Naturerkeunen, in Einheitswissenschat,n 2, Viena, 1933, também em Ayer A Logical Positivism Th Thee Free Press, 1959, Now York. HAZARI, ver SANDLER HECAEN, H.e H. e LANTERILAURA,G LANTERILAURA,G Evoltion des connaissances et des doctrines, Desclée d Brouwer, 1977 HEGEL. Príncipes de la philosophie du droit, trad. A Kahn, Paris, Gallimard, 1940 Phénoménologie de 'esrit, tomo j, j , Paris, Paris, Aubier Montaigne, Montaigne, 1945, 19 45, trad Hyp Hypolite olite J HOOIS, G La philosophie du langage de Ldwig Wittgenstein, Editions Université de Bruxelles, 1976 IRIGARAY, IRIGARA Y, L De la passe anal analytiq ytique ue aux couloirs de L ' Uni niversité versité ou les dédal dédales es entre Vér Vérté té et Savoir, in Lettres de l'Ecole Freudienne de Paris, n 8, 1971 JACKSON, J.H. Selected writings of John Hghlings,. por }ames Taylor, London, Hod der/Stoughton, 1932 JACOB, P De Vienne à Cabrige, Paris, Gallimard, 1980. KANT,, E Crit KANT Tremesaygues/B ues/B Pacaud Pac aud,, 6ª ed, Paris, Paris, PU, PU, 1968 1968 Critiqe iqe de la raison p re re,, Trad Tremesayg KORTIAN, G Le discors philosophiqe et son objet, Critiqe, n 384 Ma 1979, p. 407-419 LACAN, J., e col. Le probme de la psychogénse des névroses et des psyces, Desclée de Brouwer, 1950 · La scien science ce et la vérit véritéé, Les cahiers our l'analyse, nQ 1, Paris, uil, 1966 · Fonction et champ de Ia paro paro/e /e et du lan langage gage en en psychanalys psychanalyse, e, Ecrits, Paris, Seuil, 1966 Cahers pour 1 analyse, n n 3, Paris, uil, uil, 19 1966 66 · Réponse à de dess étdan étd ants ts en philosophie, in Les Cahers L'instance de la ettre dans l'Inconscient, Ecrits, Paris, uil, 1966 · Les qatre q atre oncepts fond ondae aenta ntax x de la psychana psychanaly lyse se,, Paris, Seuil, 1973 LADRIERE, J Les sciences hmaines et le problme de la scienticité, in Les Etudes hiloso phiques, n 2, 1978, Paris, PU, p 131-150 APANCHE APA NCHE,, J. J . La référence à l'inconscient, Psychanalyse à l'Université, tomo III, n 11, 1978, 381435. · Le strctralisme devant la psychanalyse, Psychanalyse à l'Université, tomo IV, n 15, 1979, p. 523528. LECLAIRE, S ver SEVE L 1970) LEFEBVRE, H De l'état. 1) L'état dans le monde mond e oder oderne, ne, Paris, U G. E., 1976 MASLOW, A. A study in Wittgenstein's Tractats, Los Angeles, Berkeley University o California Press, 1961. MARX, K. Sixime thse sr euerbach MEYERN Ide Idenn tité et réal réalité ité,, Paris, Alcan, 1912, 2ª ed. MILLER, J A La st Analys lyse, e, Paris, Seuil, Seuil, 1966, n 1/2, p 39 39-51 -51 s t re, in Les Cahiers our 1 Ana Intervention a Séminaire de J Lacan du 194.1964 i n Les qatre conceps fondamentax de la psychanalyse, Paris, uil, 1973 Algorithmes de la psychanalyse in Ornicar?, nQ 16, 1978, 1523 MILNER, J C Entretiens avec J C Milner sr l'amour de la langue, Acti Action on poétique, poétique, n 72, 1977, . 8898 MONAKOW/MOURGUE MONAKOW /MOURGUE Introduction bio biolog logique ique à I'etde de la l a neu n eurol rologi ogie, e, Paris, Alcan, 1928 MULDWORF, B ver SEVE L (1970a) NASIO, J D L'inconscient à venir, Paris, Bourgois Edit Paris, 1980 NEYRA, M Les logiques logiques de l 'inconscien 'inconscientt, Hachette, Paris, 1978. NOUVELLE CRITIUE, La psychanalyse idéologie réactionnaire, Paris,n Paris,nQQ 7, 1949 OURY, J. li, donc, Paris, U G. E, 1978. PERRIER,, F, Voyages extraordinaires en Translacanie, Paris, Lieu Commum, 1985 PERRIER PERSE, P ver PICHOT, P
-
-
·
A-Cienticidade da Psicanáis
139
ICHOT, P., PERSE, J., SOMOGY, M Psy Psychométrie chométrie et e t Psyc Psycha hanalyse nalyse à propos de a xation au stade anal in Annaes Médico-Psychoogiques, omo , n 5, 1977, p 786-791 OLTZER G Ecrits l Paris, Edtions Sociales, 1969 Criti Critique que des de s nd ndemen ementts de la ps psyc ycho holog logie ie Pars, PUF, 4 ed., 1974 OPPER, K. The logic of scientic discovery, London, Huchnson 0, pub. 1959, ad Thyss Thy ssen-Rut en-Ruten en N. e Devaux Deva ux P. La logique de la découverte scientque, Pars, Payo, 1973 Co Conj nject ectures ures and an d ret tations, ations, London, 1963, Rouege an Kegan Paul. T!Je demrcation between science and metapysic (1963), in Conjecures and reutaions, ion s, 1963, London Routled Routledge ge an Kegan Pau Pau p, 253-292 Tra Tra acob P, La démarcaton entre la science et la métaphysique in De Vienne à Cambrdge, Paris, Gali ma, 1980, p 121176 PRDNES, M Traité de psycholog psychologie ie générale générale Pars, PUF, 3 T 1948 Ree Pars, PUFDi o", 1987 QUNE, W. D. Two dogmas ofempiricism, in From a logical lo gical point po int of view view,, Harvar Univesity Press, Cambrge Mass 1953 Ta P acob es deux dogmes de 'epirisme, n De Venne à Cambrge, Pars, Gaimar 1980, p. 87111 Caap and logical trutJ, in he phosophy of Rudo Canap, eit po P A hipp, La Sale linos Open Court, 1963 p 385406 RBOT, T Le vie inconsciente et les ouvements, Paris, Acan 1914 ROSOLATO, G. Le pre dan d anss le l e sys tm tmee génét génét de la pa rno i"a, a,n Psychanayse à Unvesié,, Pars, Répiq sié Répiques, ues, omo V, V, n 18, 1980, 1980, p 225-250. 225- 250. ROUDNESCO, E Histoi Histoire re de sourd sou rdss et e t dialogue dialoguess deu uss, n Acton Poétique Poétique n 72 1977 1977,, Pars - Pour une politique de In psychanalyse, Pais, Maspéo1977. ROUSTANG F Un destin si este, Pars Mnu,1976. Sur la transmis uneste, Pais Minut, 1976 transmissibi sibilité lité de la théorie théorie analytique, analytique, Un destn s uneste, Assez souvent, n Confrontaon, n 1 1979 p. 79-94 Pars Auber Elle ne le /â /âch chee plus . , Paris Mnut 1980 RUSSEL, B Our knowledge of externa ord, 1914, Aen and Unwin, Lonon Ta P Devaux: La méthode scientque en philoophie, Paris, Payot, 1971 La théorie des types logiues n Revue de Méaphysque et e morae, Paris XV, 1910, Reom. XV 1919 Reomado in Cahiers pou 'anayse, n 0, PaisSeuil, 1969 p 5383 Phylosophy of logica/ atomism in Mnd V, 28, 1918, p 495527, ambém in Logic and knldge "Essays", 19 19011950 011950 p. 1 75281 Edit E dit.. por R C. Masch Masch ondon ondon Alen Unw Unwin in 1956 An inqu inquir iry y in to Meaning Meaning and a nd truth truth,, ondon, Alen and Unwn, 1940 1 940,, tad. P Devau Devaux, x, Signcation et Vérité, Famaron, Paris, 1959. SANDLERHAZAR The obsessional on the psylogical classcation of obsessional character traits and symptoms, in Brtsh Jouna of medica psychology, 33, 1960, p. 113-122 SCALABRNO, C Le discours marxiste sur la psychanalyse n Ornca? Analytica, Pais, n 11, 1978, p 3556 SCHLPP P A Th Thee phi/osophy phi/oso phy of of Krl Popper 1974, Open Court, a Sale, llinois SCHLCK. Meaning and verication in Phosophca eview 1936. Reomado in Readings in philosophical analysis H Feg an las W, Appeon Cenuy Cros New Yok, 199, p. 146-170 SCHNEDERMANS, S Lacan matre matre Zen Zen ? Pais, PUF, 1986. SEVE, L e cl. Marxisme et psychanalyse, a Nouvele Crtque, n 37, 1970. p 2334 SVE, Psychanalyse et matérialisme historque, in Pou une ciique maxise de la héoie · psychanayque, psychanay que, Pais, Ediions Sociaes 1973 p 195268 SICHERE, B Le moment lacanien Paris, Grasset,1983 SOMOGYI, M Ve PCHOT, P. STEWART, J. Génétique et Schizophrénie n L Monde, 5-6 Nov 978 140
ol Dor
TARSKI, A De Whheitsb TARSKI, hheitsbe eg gi inn de fmlisie fmlisieten ten Spachen, i Studia philosophica, 1935, Trad i Logic, seatics ad etaatheatics, Oxford 1956. TORT, M L psychnlyse psychnlyse dns le mté m téilisme ilisme histoique, Nouvelle Revue de Psycanayse, Paris, Galliard, 1, 1970, p. 156166. TSTAIN, R Essai pologétique de l stuctue pevese i A Verdiglioe: L sexul sexultté dns les Institutions Paris, Payot, 1976, p 3342 TRISTANI, J. L Le stade du esp Paris, Miuit, 1978 978, 8, Linconscient dans lénonciton Psychaalyse à l'Université, too 111, 12, 1 97 Ed Répliques, Pris, p 713731 VAX, Lempiisme logque Paris, PUF, 1970 WITE, M he nalytic and he synthetic: an n tenable alsm, in J . Dewey Philosopher o science and jeedom New York, 1950, The dial Press WITEEAD, A N, RUSSELL, B Pinipa mathematca 3 vol. 191019121913, Cambri ge iversity Press. WIDLÓCER D. Le ratonnel et l'ationnel dans la Psychanalyse i Raiso Présete, aris, !6, 1978, p. 2130 WIGENSTEIN, L Tctatus logco philosophcus 1921 in nale der Naurphilosopie, trad igl. 1922, OydeRamsey, Tractatus logico piosopicus", Routledge an e ga Paul, Lodon, com texto origial em alemão Trad. igl 1961, D Pears e B Me Guiess, Lodo. Routledge ad Kega Paul. Trad frac 1961, P Klossowski, aris, Galliard ZUC, J, ver FISHER FISHER (1965) (1965 ) ·
A-Ctcdde dz Pscanás
41
/
In dice on onom omás ás tic tico o E
A
ALTHUSSER 72 76 ARSTÓTELES 26 27 2 41 78 88 ASSOUN PL 38 3 40 BERNER P 58 BOURGUIGNON A. 4 52 53 BOUVERESS . 50 96 8 127 BURALI-FORT 86
EY H. 55 56 57 58 5 60 F
FEUERBACH L 65 FISCHER C 4 52 FOUCAUL M 72 FRUD S. 7 23 33 34 38 39 40 4 54 56 57 6 63 66 67 74 75 76 82 8 13 114 16 117 22 2 G
c
CANGULHEM G 42 CANTOR 86 32 CARNAP R 85 87 6 8 CASANOVA CASANOV A A, 68 CASTEL R 24 CLMN C. 24 68 CHURCH 86 D
DAYAN M. 37 37 38 38 83 83 91 DBRAY DB RAYR RIT ITZE ZEN N P 10 10 1 DLAY DLA Y J. 48 56 DELEUZ G 73 DSCARTES 08 10 DSCOMB DSC OMBSS V. 7 78 7 80 8 82 83 89 90 92 93 4 95 04 0 DOR J 7 23 32 DEWY J, 96 DWLSHAUVERS 54 142 Joil Dr
GAGEY 3 22 GALL FJ 47 GEORGES F 24 GORGIN R GDEL K. 87 35 GUILLAUM 42 GRANGER GG 43 GREEN 68 6 GROSS ], 52 .
H
HAHN H, 7 HAZARI 44 HECAEN H. 47 HEGEL 8 82 2 3 94 5 00 02 HIDEGGER H 3 HOOIS G 03 IRIGARA Y L 3
J ACKSON J .H, 55 K
KANT E, 13, 84, 88, 10, 10 KORT!AN G, 110 L
LACN 17, 23, 31, 32, 33, 34, 54, 56, 61, 73, 74, 75, 76, 78, 82, 94, 12, 118 LDRERE J 26 LNTÉ RI-LAUR G, 47 LPLNCHE J 72, 93 LECLRE S, 68 LEFEB�E H, 67
M SLOW , 127 ARX , 64, 65, 66, 72 EERON E, 00 ILLER J , 33, 104, 111 ILN I LNER ER ) 12 ONO O NOW, W, 56 OURGUE, 56 ULDWOR ULDW ORF F B, 68, 69, 69, 74 NASO J D, 8, 34 NEYRAUT , 09 p
ASCA LIS, 46 ERRIER F, 24 ERSE J 44 PICHOT P, 44, 46, 49 POLITZER G, 47, 6, 62, 63, 64, 70 POPPER , 50, 19 PRADNES , 54, 55, 56, 57, 58
Q QUINE V.O., 96, 98
R
RIBOT T 46 RORSHACH, 44 ROSOLATO G, 69 ROUDINESCO E., 24, 32, 73, 74, 75, 76 ROUSTANG F., 32, 33, 105, 10, 1, 113, 14 15, 16, 7, 18, 119, 20, 12, 122, 23, 24, 25, 126, 127 RUSSELL B, 26, 29, 85, 86, 87, 91, 101, 02, 132, 35 s
SNDLER, 44 SCLBRINO C, 62, 67 SCHILP P., 50, 96 SCHNEIDERN S, 24 SEVE L, 63, 64, 65, 66, 67, 68 70, 71, 72, 75 SICHERE B, 24 SCRATES, 102 SOOGYI , 44 SPURZHEI J G, 47 STEWART ]., 50, 5 T
T RS RSII A, 26 THURSTONE, 44 TORT TO RT , 76 TOSTAIN TOST AIN R., 13 TRISTANI J L, 77, 78, 82, 105 v
VX L 96 VERDIGLIONE ., 13 w
WHITE M, 96 WHTEHEAD AN 91 WILÓCHER D., 49, 50 WIGENSTEIN L, 97, 98, 103, 129 z
ZUCH J. 52
A-Ccntfdade d Psaná/i!'
H3
RIE DCUSO PANAL[TO uÉ por ist que era imrane
prmver prmeiramene, prmeiramene, e cm um fa fa a dsnguir a quesã quesã e saber se. pscnálise pscnáli se é um ciênc (se seu camp camp é cenífc) - preé reéisa isamene fa e que sua práxis nã nã implica ur sujei senã a ciência" J LACAN, La science et al v rit, °Cahiers pur 1'analyse 1/2 p15"
Livros a uma paa pa mlho quadade , de da
4TES
MD