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TEMPO LÓGICO
ESCRITOS Jques Lacan
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O tep lógic e erçã de certez tecipd Um novo sofsma Foi-nos solicitado por Christian Zervos, em março de 45, contribuir, junto a uma certa gama de escritores, paa o númeo de retomada de sua revista, Les Cahiers d'Art concebido com o desígnio de preencher, com seu laureado sumáio, um pa rêntese com os seguintes números em sua capa: 40-44 significativos paa muita gente Nós ousamos este atigo, bem a par de que isso era toá-lo imediatamente intangível Possa ele ressoar uma nota justa ene o antes e o depois em que o situamos aqui, mesmo que demonstre que o depois se fazia de antecâmara paa que o antes pudesse tomar seu lugar.
Um problema de lógica O diretor do presídio faz comparecerem três detentos escolhidos e lhes comunica o seguinte: " Por razões que que não lhes tenho de relatar agora devo libertar um de vocês. Para decidir qua, entrego a sorte a uma prova pea qual terão de passar se estiverem de acordo. "Vocês são três aqui presentes Aqui estão cinco discos que só diferem por sua cor: três são brancos e dois são pretos Sem dar a conhecer qua deles terei escolhido, prenderei em cada um de vocês um desses discos nas costas isto é fora do alcance direto do ohar; qualquer possibiidade indireta de atingi-o pea visão estando iguamente excuda pela ausência aqui de quaquer meio de se mirar " A partir da, estarão estarão à vontade vontade para examinar seus compa nheiros e os discos de que cada um dees se mostrará portador sem que hes seja permitido, naturalmente comunicar uns aos outros o resutado da inspeção. O que aiás o simples interesse de vocês os impediria de fazer. Pois o primeiro que puder deduzir sua própria cor é quem deverá se beneficiar da medida liberatória de que dispomos. 97
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" Será preciso ainda que sua conclusão seja seja fundamentada em motivos de lógica, e não apenas de probabilidade. Para esse fim, fica convencionado que, tão logo um de vocês esteja pronto a formuá-la, ele transporá esta porta, a fim de que, chamado à parte, seja ulgado por sua resposta. Aceita essa proposta, cada um de nossos três sueitos é adornado com um disco branco, sem se utilizarem os pretos, dos quais se dispunha, convém lembrar, apenas em número de dois Como podem os sujeitos resolver o probema?
A solução perfeita Depois de se haverem considerado entre si por si por um certo tempo, os três sueitos dão untos alguns passos, que os evam simul taneamente a cruzar a porta. Em separado, cada um foece então uma resposta semehante, que se exprime assim " Sou branco, e eis como sei disso. Dado que meus meus compa compa nheiros eram brancos, achei que, se eu fosse preto, cada um dees poderia ter inferido o seguinte 'Se eu também fosse preto, o outro, devendo reconhecer imediatamente que era branco, teria saído na mesma hora, logo, não sou preto. E os dois teriam saído juntos, convencidos de ser brancos. Se não estavam fazendo nada, é que eu era branco como eles. Ao que saí porta afora, para dar a conhecer minha concusão. Foi assim que todos três saíram simultaneamente, seguros das mesmas razões de concuir.
Valor sofítico dessa solução Pode essa solução, que se apresenta como a mais perfeita que o problema pode comportar, ser atingida na experiência? Dei xamos à iniciativa de cada um o encargo de decidir Não que aconsehemos, aconsehemos, decerto, a fazer a prova dela ao natural, ainda que o progresso antinômico de nossa época pareça há algum tempo colocar suas condições ao alcance de um número cada vez maior: tememos, com efeito, embora só se preveam aqui ganhadores, que o fato se afaste demais da teoria e, por outro lado, não somos desses filósofos recentes para quem o
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cerceamento de quatro paedes é apenas um favo a mais para o segredo da liberdade humana. Mas, paticada nas condições inocentes da ficção, a expeên cia não decepcionará, nós o gaantimos, àquees que conservam um certo gosto pelo espantase. Tavez ela se evele, paa o psicólogo, de algum valo centífco, pelo menos a nos fia no que dea dea pareceu-n pareceu-nos os depreende depreendese se po a havemos expei mentado com dversos gupos convenentemente escolhidos de intelectuais qualficados qualficados de um um desconhecmento todo espe espe cial, nesses sujeitos, da eaidade do outro. Quanto a nós, só queremos aternos aqu ao vaor lógico da solução apesentada. Ea nos paece, de fato, um sofsma notáve, no sentido cássico da palavra, isto é, um exemplo sgnifcativo para resolver as fomas de uma função lógca no momento histórco em que seu poblema se apresenta ao exame filosófico. As magens snstas do eato deceto se mostaão contingentes a. Mas, por mais que nosso sofisma não apareça sem cores ponde a aguma atuaidade de nossa época, não é irreevante que taga o sinal dela em tas magens, e é po sso que consevamos seu apoo, tal como o anfitrão engenhoso de uma note o touxe à nossa reflexão. Colocamonos agoa sob os auspícios daquele que às vezes se apesenta sob a oupagem do fósofo, que com mas freqüênca há que ser buscado, ambíguo, nos ditos do humorista, mas que é sempre encontrado no segedo da ação do polítco: o bom lógico, odioso ao mundo.
Discus Dis cussão são do sofism sof isma a
Todo sofisma se apresenta, de ncio, como um erro ógico, e a objeção a este enconta facilmente seu primero argumento. Chamamos A o suei sueito to ea ea que que vem vem concl concluir uir por por s, s, e B e os suetos reetidos, com base em cuja conduta ee estabelece sua dedução. Se a convicção de B, dião, fundamentase na expec tatva de, de, a seguança daquea deverá logicamente dissiparse com a etada desta; reciprocamente para em relação a B e todos dos permanecerão na ndecsão Nada, portanto, exige sua partda, se A fo preto. Daí resuta que A só pode deduzi que é banco.
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Ao que convém retrucar primeiro que toda essa cogtação de B e e lhes é indevidamente mputada já que a únca situação que poderia motvá-la neles a de ver um preto não é verdadeira e trata-se de saber se sendo suposta essa stuação seu desen volvimento lógico lhes é erroneamente mputado Ora não é nada disso. Pos nessa hipótese é o fato de nenhum dos dois haver saído primeiro que permte a cada um pensarse como branco e é claro que bastaria eles hesitarem por um instante para que ambos fossem reforçados sem possibilidade de dúvda em sua convicção de serem brancos. É que a hesitação estaria logcamente excluída para qualquer um que vsse dois pretos. Mas ela também está realmente excluída nessa primeira etapa da dedução pois não se achando nnguém na presença de um preto e um branco não há como ninguém sair pela razão que se deduz disso. Mas a objeção reapresenta-se com mas força na segunda etapa da dedução de A. Isso porque se fo com razão que ele chegou à sua conclusão de ser branco dizendo que se fosse preto os outros não tardariam a se saber brancos e deveram sar eis que ele tem de voltar atrás tão logo a formula uma vez que no momento de ser movdo por ela vê os outros precp tarem-se junto com ele. Antes de responder a sso recoloquemos bem os termos lógicos do problema. A designa cada um dos sueitos como aquele que está pessoalmente na berlinda e que se decide ou não a conclur sobre s mesmo. mesmo . B e são os outros dois doi s como obetos do raciocínio de A Mas se este pode imputarlhes corretamente como acabamos de mostrar uma cogtação que de fato é falsa só lhe é possível levar em conta o comportamento real deles. Se A, por ver B e precptaremse junto com ele volta a suspetar de ser vsto por eles como preto basta-lhe recolocar a questão detendo-se para resolvêla. Com efeto ele os vê deteremse também: é que estando cada um realmente na mesma stuação que ele ou melhor dzendo sendo todos os sujeitos A como real sto é como aquele que se decide ou não a conclur sobre si cada qual depara com a mesma dúvida no mesmo momento que ele. Mas sendo assm seja qual for o pensamento que A mpute a B e , é com razão que conclurá novamente novamen te que ele mesmo é branco. Pois de novo ele dz que se fosse
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preo, B e C deveriam er prosseguido; ou enão, caso admia que eles hesiam hesiam conform conformee a argumentaç argumentação ão preceden precedente, te, que encontra aqui o apoio do fato e que os faria suspeitar de serem ou não pretos ees mesmos , no mínimo ees deveriam toar a andar antes dele (á que, sendo preo, ele daia à própria hesitação de B e C seu se u alcance exao para ees concluírem que são brancos). E é em visa de, por verem-no de fao branco, ees não fazerem nada, que ele mesmo oma a iniciativa de fazêo, isto é, que odos recomeçam a andar juntos, para declaa que são brancos. Mas, ainda podem objetar-nos que ao eimina assim o obsáculo, nem por isso refuamos a objeção lógica, e que ea se reapresentará idêntica com a reieração do movimento, e repoduzirá em cada um dos sujeitos a mesma dúvida e a mesma parada. Seguramene, mas é preciso que enha havido um progresso ógico realizado, em razão de que, desa vez, A só pode ira da paada comum uma conclusão inequívoca. Trata-se de que, se ee fosse fo sse preo, B e C não deveriam ter pardo, em absoluto. Pois, no ponto presente, é impossíve que eles possam hesiar uma segunda vez em concuir que são brancos: uma única hesitação, de fao, é suficiente para eles demonsrarem um ao outro que, certamene, nem um nem outo são preos. Assim, se B eC paaram, A só pode ser branco. Ou seja, os rês sujeitos, desta vez, são confirmados numa ceeza que não permie que renasça nem a objeção nem a dúvida. O sofisma preserva, portanto, à prova de discussão, odo o igor coerciivo de um processo lógico, sob a condição de que inegremos nele o valor das duas escansões suspensivas que essa prova mostra confirmar no próprio ao em que cada um dos sujeios evidencia que chegou à sua concusão.
Valor das moões suspensas no processo Será ícito inegrar no vaor do sofisma as duas moções suspensas assim surgidas? Para decidir, convém examinar qual é o pape deas na soução do processo lógico. Elas só desempenham esse pape, com efeio, após a conclusão do pocesso ógico, uma vez que o ao que suspendem manifesa
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essa própria conclusão. Logo, não se pode objetar daí que elas inroduzam na solução um eemento externo ao processo lógico em si. Seu papel, apesar de crucial na prática do processo lógico, não é o da experiência na verificação de uma hipóese, mas antes o de um fato intrínseco à ambigüidade lógica. Pelo primeiro aspecto, com efeio, os dados do problema se decomporiam assim 1 º) são logicamente possíveis três combinações dos atributos característicos dos sujeitos: dois pretos e um branco, um preto e dois brancos, três brancos. Estando a primeira excluída pea observação de odos, permanece em aberto uma incógnia enre as ouras duas, a qual vem resover: 2º) o dado da experiência das moções suspensas, que equivaeria a um sinal pelo qual os sujeitos comunicariam uns aos outros, de uma forma determinada pelas condições da prova, aquilo que lhes é proibido comunicar de forma inencional, ou seja, o que cada um deles vê do atribuo dos outros. Não é bem assim, pois isso seria foecer do processo lógico uma concepção espaciaizada, a mesma que ransparece oda vez que ee assume o aspecto do erro, e que é a única a objetar à solubiidade do probema. É jusamente por nosso sofisma não a tolerar que ele se apresenta como uma aporia para as formas da lógica clássica, cujo prestígio" eteo eteo reete a invalidez invalidez não menos reconhecida como lhes sendo própria, 1 qual seja, que elas nunca trazem nada que já não possa ser visto de um só golpe.
E não menos própia das mentes formadas por essa radição, como atesta o bilhete seguine, que recebemos de um esprto no enanto aventurero em outros domnos depois de uma notada em que a discussão de nosso fecundo sofsma provocara nas mentes eleias de um coégio ínimo um verdadeiro pânico confusonal. E mais, magrado suas prmeiras paavras, esse bilhete az as marcas de uma laborosa elucidação: "Meu caro Lacan, es um blhete apressado a m de drgir sua reexão para uma nova dcudade na verdade, o racocínio aceito ontem não é conclusvo, 000 ooe ••• pois nenhum dos rês estados possveis é redutvel ao outro (apesa das aparências) somente o último é decisivo "Conseqüência quando A se supõe preto nem B nem C podem sair, pos não podem deduzr de seu comportamento se são preos ou brancos, porque, se um for preto, o outo sa, e se ele for branco, o outro sa também, já ue o 1.
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Muito pelo conrário, a entrada em jogo dos fenômenos aqui em liígio como significantes faz prevalecer a estrutura temporal, e não espacial, do processo lógico. O que as moções suspensas denunciam não é o que os sujeitos vêem, mas o que eles descobriram positivamente por aquilo que não vêem, a saber, o aspecto dos discos preos. A razão de elas serem significanes é consituída, não por sua direção, mas por seu tempo de parda. Seu valor crucial não é o de uma escolha binária enre duas combinações justapostas no inerte 2 e desempareladas pela exclusão visual da terceira, mas o do movimento de verificação instituído por um processo lógico em que o sujeio ransformou as três combinações possíveis em rês tempos de possibilidade. É ambém por isso que, enquano um só sinal deveria bastar para a única escola imposta pela primeira interpretação, errônea, duas escansões são necessárias para a verificação dos dois lapsos de empo implicados pela segunda, e única que é válida. Longe de ser um dado da experiência exea no processo lógico, as moções suspensas são tão necessárias nele que somente a experiência pode fazer com que o sincronismo que elas im plicam deixe de se produzir num sujeito de pura lógica, e fazer com que fracasse a função delas no processo de verificação. De fao, elas nada represenam ali senão os patamares de degradação com que a necessidade faz surgir a ordem crescente das insâncias do tempo que se regisram no processo lógico, para se inegrar em sua conclusão. Como se vê na deerminação lógica dos tempos de parada que elas constituem, a qual, objeção do lógico ou dúvida do sujeito, revela-se a cada vez como o desenrolar subjeivo de uma instância do empo, ou, melhor dizendo, como a fuga do sujeio para uma exigência formal.
prmeo não sai (e vce-versa) Quando A se supõe branco, eles também não podem sar. De modo ue mas uma ve, A não pode dedur do comportamento dos outros a co de seu dsco" Assm, nosso contadtr, por ver bem demas o caso, fcou cego para o fato de ue não é a sada dos outros, mas sua espera, que determna o juzo do sujeto E por nos refuta eetvamente com uma certa pressa, ele dexou escapar o que tentamos demonstra au: a função da pressa na lógca 2. Iredutíves" como se exprme o contradt ctado na nota acma.
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Essas instâncias do tempo, constitutivas do processo do so fisma, permitem reconhecer a um verdadeiro movimento ógico Esse processo exige o exame da qualidade de seus tempos.
A modulação do tempo no movimento do sofsma: o instante do olhar, o tempo para compreender e o momento de concluir Isoamse no sosma três momentos da evidência cujos valores lógicos irão revearse diferentes e de ordem crescente. Expor sua sucessão cronoógica ainda é espacializáos segundo um formaismo que tende a reduzir o discurso a um alinhamento de sinais. Mostrar que a instância do tempo se apresenta de um modo diferente em cada um desses momentos é preservar-hes a hierarquia, reveando nees uma descontinuidade tona, essen cia para seu vaor Mas, captar na modulação do tempo a própria função pea qual cada um desses momentos, na passagem para o seguinte, é reabsorvido, subsistindo apenas o último que os absorve, é restabelecer a sucessão real deles e compreender verdadeiramente verdadeiramente sua gênese no movimento lógico. É o que iremos tentar a partir de uma formulação, tão rigorosa quanto possível, desses momentos da evidência 1 ) Estando diante de dois pretos, sae-se que se é anco Eis a uma exclusão lógica que dá ao movimento sua base. Que ela he seja anterior, que se possa tomála por obtida pelos sueitos com os dados do probema, os quais impedem a com binação de três pretos, independe da contingência dramática que isoa seu enunciado como próogo. Ao exprimila sob a forma dois pretos um brnco vêse o vaor instantâneo de sua evidência, e seu tempo de fulguração, se assim podemos dizer, seria igua a zero. Mas, sua formulação á se modula no incio: pea subetivação que a se desenha, ainda que impessoa, sob a forma do sabese que que ... .. . " , e pela conjunção conjunção das proposiçõe proposições, s, que, mais do que uma uma hipótese hipótes e formal, representa uma matriz ainda aind a indeterminada digamos, essa forma de conseqüência que os ingüistas designam pelos termos prótase e apódose Estando... Estando... só então se sabe que se é.. é..""
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Uma instância do tempo abre o intervalo para que o dado da prótase, " diante diante de dois pretos pretos , transmudes transmudesee no dado da apódose, " ése branco branco : é preciso preciso haver o instante do olhar. Na equivalência equivalência lógica dos dois termos: " Dois pretos : um branco , essa modulação do tempo introduz a forma que, no segundo momento, cristalizase como hipótese autêntica, pois vem a visar à verdadeira incógnita do probema, qua seja, o atributo ignorado peo próprio sujeito Nessa passagem, o sujeito depara com a seguinte combinação lógica e, sendo o único capaz de assumir o atributo do preto, vem, na primeira fase do movimento ógico, a formular assim a evidência seguinte: 2º) Se eu fosse preto os dois brncos que estou vendo não tardariam a se reconhecer como sendo brancos Eis aí uma intuição pea qual o sujeito objetiva ago mais do que os dados de fato cuja aparência lhe é oferecida nos dois brancos; há um certo tempo que se define (nos dois sentidos, de adquirir sentido e encontrar seu limite) por seu fim, simutanea mente objetivo e término, qua seja, para cada um dos dois brancos, o tempo para compreender, na situação de ver um branco e um preto, que ee detém na inércia de seu semehante a chave de seu próprio problema. A evidência desse momento supõe a duração de um tempo de meditação que cada um dos dois brancos tem de constatar no outro, e que o sujeito manifesta nos termos que liga aos lábios de um e do outro, como se estivessem estivessem inscritos numa bandeirola: bandeirola: " Se eu fosse preto, preto, ee teria saído sem esperar um instante Se ele continua meditando, é porque sou branco Mas, desse tempo assim objetivado em seu sentido, como medir o imite? O tempo de compreender pode reduzir-se ao instante do olhar, mas esse olhar, em seu instante, pode incuir todo o tempo necessário para compreender Assim, a objetividade desse tempo vacila com seu imite. Subsiste apenas seu sentido, com a forma que gera de sujeitos indenidos a não ser por sua reciprocidade, e cuja ação fica presa por uma causalidade mútua a um tempo que se furta no próprio retoo da intuição que o objetivou. É através dessa modulação do tempo que se abre, com a segunda fase do movimento lógico, a via que leva à seguinte evidência:
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3º) Apressome a me afirmar como branco, para que esses bncos assim considerados por mim não me precedam reconhecendo-se pelo que são Eis a a asserção asserção sore si pela qual o sujeito conclui o movimento lógico na decisão de um juízo. O próprio retoo do movimento de compreender, sob o qual vacilou a instância do tempo que o sustenta objetivamente, prossegue no sujeito como uma reflexão, na qual essa instância ressurge para ele sob o modo subjetivo de um tempo de demo em relação aos outros nesse mesmo movimento, e se apresenta logicamente como a urgência do momento de concuir Mais exatamente, sua evidência revela-se na penumbra subjetiva, como a crescente iluminação de uma franja no limite do eclipse sofrido, sob a reexão, pela objeti vidade do tempo para compreender Com efeito, esse tempo para que os dois brancos compreendam a situação que os coloca na presença de um branco e de um preto parece não diferir logicamente, para o sujeito, do tempo que lhe foi necessário para que ele mesmo a compreendesse, já que essa situação não é outra senão sua própria hipótese Mas, se essa hipótese é verdadeira, se os dois brancos realmente vêem um preto, então eles não tiveram que supô-la como um dado Poranto, daí resulta, sendo esse o caso, que os dois brancos o precedem pelo tempo de cadência implicado, em detrimento dele, por ter tido que formar essa própria hipótese. Esse, poranto, é o momento de concuir que ele é branco; de fato, se ele se deixar preceder nessa conclusão por seus semelhantes, não poderá mais reconhecer que não é preto. Passado o tempo pa compreender o momento de concuir é o momento de concuir o tempo paa compreender Pois, de outro modo, esse tempo perderia seu sentido. Assim, não é em razão de uma contingência dramática, da gravidade do que está em jogo, ou da emulação do jogo que o tempo urge é na urgência do movimento lógico que o sujeito precipita simultaneamente seu juízo e sua saída, no sentido etimológico do verbo, de cabeça" , dando a modulação em que a tensão do tempo inverte-se na tendência ao ato que evidencia aos outros que o sujeito concluiu Mas, detenhamonos nesse ponto em que o sujeito, em sua asserção, atinge uma verdade que será submetida à prova da dúvida, mas que ele não poderia verificar se não a atingisse, primeiramente, na certeza. A tensão
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temporl cumina aí, pois, como já sabemos, é o desenrolar de sua disensão que irá escandir a prova de sua necessidade lógica. Qua o valor lógico dessa asserção conclusiva? É o que ena remos desacar agora no movimento lógico em que ela se verifica.
A tensão do tempo na asserção subjetiva e seu valor manesto na demonstração do sofisma O valor lógico do erceiro momento da evidência, que se formula na asserção pela qual o sujeito conclui seu movimeno ógico, parecenos digno de ser aprofundado Ele revela, de fao, uma forma própria a uma lógica assertiva da qual convém demonstrar a que relações originais ela se aplica. Progredindo nas reações proposicionais dos dois primeiros momentos, apódose e hipótese, a conjunção aqui manifesa se vincula a uma motivação da concusão, para que não haja" (demora que gere o erro), onde parece aflorar a forma ontoógica da angúsia, curiosamente reetida na expressão gramatica equi vaente, por medo de que (a demora demora gere o erro). . . Sem dúvida, essa forma está reacionada com a originalidade lógica do sujeio da asserção: em razão do que nós a caracteri zamos como asserção subjetiva ou seja, nela, o sujeio ógico não é ouro senão a forma pessoal do sujeio do conhecimento, aquee que só pode ser exprimido por [eu]. Em ouras paavras, o juízo que concui o sofisma só pode ser portado peo sujeito que formou a asserção sobre si, e não pode serhe imputado sem reservas por nenhum outrooutro- ao contrá contráro ro das das reaçõe reaçõess do sujeito impessoal e do sujeito indefinido recíproco dos dois primeiros momentos, que são essencialmente ransitivos, já que o sujeio pessoal do movimeno lógico os assume em cada um desses momenos. A referência a esses dois sujeios evidencia bem o vaor ógico do sujeito da asserção. O primeiro, que se exprime no se do sabe-se que. " , dá apenas a forma geral geral do sujeio noético noético:: ee pode iguamene ser deus, mesa ou bacia. O segundo, que se exprime em os dois bncos que devem reconhecer um ao outo introduz a forma do outro como tal iso é, como pura reciprocidade, porquanto um só se reconhece no outro e só descobre o atributo que é seu na equivalência do tempo própro
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de ambos. O [eu] sujeito da asserção conclusiva, isoase por uma cadência de tempo ógico do outro, iso é da reação de reciprocidade. Esse movimento de gênese ógica do [eu] por uma decantação de seu empo lógico próprio é bem paralelo a seu nascimento psicológico. Da mesma forma que, para efetiva mene recordálo, o [eu] psicológico destaca-se de um transiti vismo especular indeterminado, pela contribuição de uma ten dência desperada como ciúme, o [eu] de que se rata aqui define-se pea subjeivação de uma concorrência com o outro na função do tempo ógico. Como ta, ee nos parece dar a forma lógica essencia (muio mais do que a chamada forma existencial) do [eu] psicológico. 3 O que evidencia bem o vaor essencialmene subjeivo (assertivo", em nossa erminologia) da concusão do sofisma é a indeerminação em que é manido um observador (o direor da prisão que supervisiona o jogo, por exempo), diante da saída simutânea dos rês sujeitos, para afirmar de algum destes se ee concluiu corretamene quanto ao atribuo de que é portador. O sujeio, com efeio, captou o momento de concuir que é branco ane a evidência subjetiva de um empo de demora que o apressa em direção à saída, mas, caso não tenha captado esse momento, ee não age de oura maneira ane a evidência objetiva da saída dos ouros, e sai no mesmo passo que eles, só que seguro de ser preo. Tudo o que o observador pode prever é que, se há um sujeio que, inquirido, deverá decararse preo, por erse apres sado arás dos outros dois, ele será o único a se decarar como al nesses ermos. Por útimo, o juízo asserivo manifestase aqui por um ato. O pensamento modeo mosrou que odo juízo é essenciamene um ao e, aqui, as contingências dramáicas só fazem isolar esse ao no geso da saída dos sujeios. Poderíamos imaginar outros modos de expressão do ato de concluir. O que consitui a singularidade do ato de concuir, na asserção subjeiva demons-
3 Assim, o
[eu], terceira forma do sujeito da enunciação na lógica, continua a
ser aí a "pimeira pessoa , mas é também a única e a ltima. Pos a segunda pessoa gramatcal decoe de uma oua função da lnguagem. Quanto à tercera pessoa gramatica, ela é apenas presumida: é um demonstratvo, igualmente aplicável ao campo do enunciado e a tudo o que nele se pariculariza.
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trada pelo sofisma, é que ele se antecipa à sua certeza, em razão da tensão temporal de que é subjetivamente carregado, e que, sob a condição dessa mesma antecipação, antecipação, sua certeza se confirma numa precipitação lógica que determina a descarga dessa tensão, para que enfim a conclusão fundamente-se em não mais do que instâncias temporais totalmente objetivadas, e que a asserção se des-subjetive no mais baixo grau. Como demonstra o que se segue. Primeiro, ressurge o tempo objetivo da intuição inicial do movimento, que, como que aspirado entre o instante de seu início e a pressa de seu fim, parecera estourar como uma bolha Atingido pela dúvida que esfolia a certeza subjetiva do momento de concluir eis que ele se condensa como um núcleo no intervalo da primeira moção suspensa, e manifesta ao sujeito seu limite no tempo paa compreender que passou para os outros dois o instante do olhar e que é chegado o momento de concluir. Seguramente, se a dúvida, desde Descartes, está integrada no valor do juízo, convém observar que, no tocante à forma de asserção aqui estudada, esse valor prendese menos à dúvida que a suspende do que à certeza antecipada que a introduziu. Mas, para compreender a função dessa dúvida quanto ao sujeito da asserção, vejamos o que vale objetivamente a primeira suspensão para o observador a quem já interessamos no movi mento de conjunto dos sujeitos. Nada além disto: é que cada um, se até então era impossível julgar em que sentido ele havia concluído, manifesta uma incerteza de sua conclusão, mas cer tamente a terá fortalecido, se ela estava certa, ou talvez retificado, se estava errada Se subjetivamente, com efeito, qualquer um conseguiu tomar a dianteira e se detém, é que ele começa a duvidar de haver realmente captado o momento de concluir que era branco; mas recupera-o prontamente, visto que já teve a experiência subjetiva dele. Se, ao contrário, ele deixou os outros se adiantarem e, assim, fundamentarem nele a conclusão de que ele é preto, não pode duvidar de haver captado bem o momento de concluir, precisamente porque não o captou subjetivamente (e, a rigor, poderia até encontrar na nova iniciativa dos outros a confirmação lógica do acreditar-se dessemelhante deles). Mas, se ele pára, é porque subordina tão estreitamente sua própria conclusão ao que evidencia a conclusão dos outros, que logo a suspende quando
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estes parecem suspender a deles, e portanto, põe em dúvida que seja preto, até que ees novamente he mostrem o caminho ou que ele mesmo o descubra, segundo o que concluirá, desta vez, ora ser preto, ora ser branco tavez errado, tavez certo, ponto que permanece impenetráve a qualquer outro que não ele mesmo. Mas a incursão lógica prossegue para o segundo tempo de suspensão. Se cada um dos sujeitos recuperou a certeza subjetiva do momento de conclui ee pode novamente colocá-la em dúvida. Mas agora ela é sustentada pea objetivação, uma vez efetuada, do tempo p compeende e a dúvida coocada dura apenas o instnte do olh pois o simpes fato de a hesitação surgida nos outros ser a segunda basta para eliminar a dele, tão ogo percebida, já que ea lhe indica de imediato que ele certa mente não é preto. Aqui, o tempo subjetivo do momento de conclui objetivase enfim. Como prova o fato de que, mesmo que algum dos sujeitos ainda não o houvesse captado, agora ele se lhe torna uma imposição; com efeito, o sujeito que houvesse concluído a primeira escansão indo atrás dos outros dois, com isso convencido de ser preto, seria reamente obrigado, pela escansão presente e segunda, a votar atrás em seu juzo. Assim, a asserção de certeza do sofisma vem, digamos, ao término da conuência lógica das duas moções suspensas no ato em que eas se concluem, dessubjetivndose o mínimo. Como se evidencia em que nosso observador, se as constatou sincrônicas nos três sujeitos, não pode duvidar que qualquer um dees, na inquirição, deva decarar-se branco. Por fim, podemos ressatar que, nesse mesmo momento, se cada sujeito pode, na inquirição, exprimir a certeza que enfim confirmou, através da sseção subjetiv que a deu a ele como concusão do sofisma, em termos como estes: Apesseime conclui que eu er bnco poque de outo modo, eles se ntecipim mim, econhecendo-se ecipocmente como bncos (e poque, se eu lhes tivesse ddo tempo, eles me hveim, pelo que tei sido oba minh mesmo megulhdo no eo)" esse próprio sujeito também pode exprimir essa mesma certeza por sua veficção dessubjetivd ao mínimo no movimento lógico, ou seja, nestes termos Devese sbe que se é bnco qundo os outos hesitm dus vezes em si." Con clusão que, em sua primeira forma, pode ser formuada como
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verdadeira pelo sujeito, uma vez que ele constituiu o movimento ógico do sofisma, mas que só pode como tal ser assumida pelo sujeito sujeito pessoalment pessoalmentee - mas concusão concusão que, em sua sua segunda segunda forma, exige que todos os sujeitos tenham consumado a incursão lógica que verifica o sofisma, porém é apicável por qualquer um a cada um deles Não é sequer impossível que um dos sujeitos, mas apenas um, chegue a ela sem haver constituído o movimento lógico do sofisma, e apenas por haver acompanhado sua verificação, evidenciada nos outros dois sujeitos
A verdade do sosma como referência temporalizada de si par par o outro: outr o: a asser ass erão ão subjeti sub jetiva va anteci ant ecipat patóri ória a como co mo form fo rma a funda fun damen menta tall de uma um a lógi ló gica ca coleti col etiva va Assim, a verdade do sofisma só vem a ser confirmada por sua resunção, resunção, se assim podemos dizer, na asserção que ee constitui. Desse modo, ela revea depender de uma tendência que a visa noção que que seria seria um paradoxo paradoxo lógico, lógico, se não se reduzisse reduzisse à tensão temporal que determina o momento de concuir. A verdade se manifesta nessa forma como antecipandose ao erro e avançando sozinha no ato que gera sua certeza; o erro, inversamente, como confirmandose por sua inércia e tendo dificuldade de se corrigir ao seguir a iniciativa conquistadora da verdade. Mas, a que tipo de relação corresponde essa forma lógica? A uma forma de objetivação que ela gera em seu movimento, qua seja, à referência de um [eu] ao denominador comum do sujeito recíproco, ou ainda, aos outros como tais, isto é, como sendo outro uns para os outros. Esse denominador comum é dado por um certo tempo ara compreender, que se revea como uma função essencial da reação lógica de reciprocidade. Essa refe rência do [eu] aos outros como tais deve, em cada momento crítico, ser temporalizada, para reduzir dialeticamente o momento de concluir o tempo ara compreender, para que ele dure tão pouco quanto o instante do olhar. Basta fazer aparecer no termo ógico dos outros a menor dsparidade para que se evidencie o quanto a verdade depende, para todos, do rgor de cada um, e até mesmo que a verdade, sendo atingida apenas por uns, pode gerar, senão confirmar, o
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erro nos outros E também que se, nessa corrida para a verdade, é apenas soznho, não sendo todos, que se atnge o verdadeiro, nnguém o atinge, no entanto, a não ser através dos outros Essas formas decerto encontram facilmente sua aplcação na prátca, numa mesa de bridge ou numa conferênca diplomática, ou até no manejo do " complexo na prátca psicanalítca. Mas gostaríamos de indcar sua contrbução para a noção lógca de coletividade Tres faciunt collegium, diz o ditado, e a coletividade já está integralmente representada na forma do sofisma, uma vez que se define como um grupo formado pelas relações recíprocas de um número definido de indvíduos, ao contráro da generlidade, que se define como uma classe que abrange abstratamente um número indefndo de ndivíduos Mas, basta desenvolver por recorrência a demonstração do sofsma para ver que ele pode aplicar-se logcamente a um 4 posto que o atrbuto " negatvo número ilmtado de sujetos, 4
4 Eis o exemplo com relação a quatro sujeitos quao discos brancos e três
discos pretos: A pensa que se fosse preto qualquer um, B C ou D poderia pensar dos dois outros que, se ele próprio fosse preto estes não tardaram a saber que eram brancos. Logo um dentre B C ou D devera concluir rapidamente que era branco o que não se evidencia. Quando A se dá conta de que se o estão vendo como preto, B C ou D levam sobre ele a vantagem de não ter que fazer essa suposição ele se apressa a concluir que é branco. Mas não saem todos ao mesmo tempo que ele? Na dúvida, A pára, e todos também Mas se todos também paam, que quer dizer isso Ou que estão se detendo às voltas com a mesma dúvida de A, e A pode retomar sua corrida sem preocupação ou então que A é preto e que um dentre B C e D passou a se perguntar se a saída dos outros dois não signicara que ele é preto bem como a pensar que se eles estão parados não é por isso que ele mesmo sea branco já que um ou outro poderia ainda se indagar por um instante se não sera preto; também pode considerar que todos dois deveiam recomeçar a andar antes dele, se ele própro fosse preto e toar a andar por força dessa espera vã, seguro de ser o que é ou sea branco Por que B C e D não o fazem Pois então faço-o eu di A. E todos retomam a marcha. Segunda parada. Admitindo que eu seja preto diz A a si mesmo um dentre B C ou D deve agora estar xado no fato de que ele não podeia imputar aos outros dois uma nova hesitação se fosse preto; portanto de que ee é branco. Assim, B C ou D devem recomeçar a andar antes dele. Na falta disso A retoma a marcha e todos vão junto
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só pode intervir num número igual ao número de sujetos menos um5 Contudo, a objetivação temporal é mais difícil de conceber à medida que a coletivdade aumenta, parecendo crar obstáculo a uma lógica coletiva com que se possa complementar a ógica cássica Mostraremos, no entanto, que resposta uma ta ógica deveria dar à inadequação que sentimos por uma afrmação como Eu sou homem, seja em que forma for da lógica cássica, trazida como conclusão das premissas que se quiser (O homem é um animal animal racional racional. . . etc.). Certamente mais próxima de seu valor verdadero ela se afigura, apresentada como conclusão da forma aqui demonstrada da asserção subjetva antecipatória, ou seja, como se segue: lQ) Um homem sabe o que não é um homem; 2Q) Os homens se reconhecem entre s como sendo homens; 3Q) Eu afirmo ser homem, por medo de ser convencido peos homens de não ser homem. Movmento que foece a forma lógca de toda assimlação humana" , precsamente na medida em em que ela se coloca como assimiadora de uma barbáre e, no entanto, reserva a determinação essencial do [eu]... 6
Terceia parada Mas nesse caso, todos deveram saber que são brancos se eu fosse realmente preto diz-se A Logo se eles param param E a ceteza é conmada em três escansões suspensivas. 5. Compaese a condição desse menos-um no atributo com a unção psicana lítica do Um-a-mais no sujeito da psicanálise p483-4 desta coletânea. 6 Que o leitor que prosseguir nesta coletânea volte à referência ao coletvo que constitui o nal deste artigo para situar o que Freud produziu sob o registro da psicologia coletiva (Massen: Psychologe und Ihanalyse, 1920) o coeivo não é nada senão o sujeito do individual
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