UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO CARACTERIZAÇÃO PROFª ANA TEREZA DESTERRO RABELO SORAIA DE OLIVEIRA SILVA
Teatro do Absurdo
São Luís/Ma 2016
O Teatro do Absurdo: definição e características
O termo Teatro do Absurdo é uma expressão criada por Martin Esslin (1918-2002) no final da década de 1950, tendo a descrição dessa temática publicada em um livro em 1961. O Teatro do Absurdo se refere a uma série de peças de teatro publicadas na Europa durante as décadas de 1940-60, caracterizadas por uma atmosfera de desolação, solidão, incomunicabilidade e com peculiaridades estéticas que as diferem das peças de teatro europeias tradicionais escritas até então. Essa terminologia foi criada com o intuito de ressaltar um dos mais importantes movimentos teatrais europeus surgidos durante a segunda metade do século XX. Dentre os principais nomes do Teatro do Absurdo, destacam-se : Eugène Ionesco (1912-1994) escritor e dramaturgo romeno, autor de
A
Cantora Careca (1949), A Lição e As Cadeiras (1951), Vítima do dever (1953), O improviso da alma (1956) e Cena a quatro (1959).
Ionesco aborda os temas mais eternos, onde os elementos de realidade e fantasia devem sempre serem compostos no palco. Levando a afirmação “ que a vida naturalmente absurda e é ridículo leva- la a sério. Só cômico é sério”. A obra de Ionesco é a tragédia da língua. A língua do teatro tradicional é transparente, exprime paixões etc. agora, á língua como tal que se torna importante. Ela já não significa outra coisa a não ser ela mesma, torna-se realidade dramática, (...) torna-se objeto do espetáculo. Temos um teatro de relações humanas colocadas no nível da língua.(...) Até agora, a comunicação era feita por meio da língua.(...) agora a língua é tema, torna-se temática. Pela primeira vez a própria língua é exposta na cena e tem uma vida anímica de objeto teatral. As peças de Ionesco são espetáculos de palavras nos quais a palavra é destruída. Samuel Beckett (1906-1989) Tido como um dos principais representante do
teatro do absurdo. Escritor e dramaturgo irlandês é autor da famosa peça
teatral Esperando Godot (1948), também escreveu Murphy (1948) romance, Molloy (1951) primeiro romance de uma trilogia, Malone Morre (1951) segundo romance da trilogia, O inominável (1953) romance que completa a trilogia, Dias felizes (1961), Jogo sem palavras (1956).
A produção beckettiana foi um dos principais ícones do Teatro do Absurdo que faz uma intensa crítica à modernidade. Arthur Adamov (1908-1970), influenciado pelo surrealismo, refere-se à
atual teatro do absurdo Frequentemente associado ao Teatro do Absurdo, as primeiras experiências de Tardieu, como Qui est là e Le Meuble retratam episódios estranhos, de pesadelo, muitas vezes culminando em morte. Em suas últimas obras, Adamov combina o íntimo e o político. Jean Genet (1910-1986), Amplamente reconhecido como escritor de
extraordinário talento, a polêmica em torno de sua figura aumentou com o romance Miracle de la rose (1945-1946). Publicou Querelle de Brest (1947), que Fassbinder transformou em filme, e com a peça Les Bonnes (1947) revelou-se um dramaturgo de profundidade intelectual, precursor do teatro do absurdo. Escreveu alguns romances e peças teatrais curtas que mostravam a influência do existencialismo de Sartre. Com Le Balcon (1956) e Les Paravents (1961) aprofundou um estilo expressionista de denuncias sobre os preconceitos políticos e sociais, que firmaram seu temperamento anárquico e rebelde. Alfred Jarry (1873-1907) Jean Tardieu (1903-1995), Frequentemente associado ao Teatro do Absurdo,
as primeiras experiências de Tardieu, como Qui est là e Le Meuble retratam episódios estranhos, de pesadelo, muitas vezes culminando em morte. Embora o trabalho de Tardieu lhe rendeu elogios (o Grand Prix da Académie Française em 1972, o Prêmio da Crítica em 1976, o Grande Prémio Nacional de Literatura em 1993) e atraiu a atenção de diretores talentosos, ele nunca obteve o mesmo a seguir, muitos dos dramaturgos absurdas mais populares. Esslin chama Tardieu "dramaturgo de um dramaturgo, um curvado pioneiro
dedicado a ampliar o vocabulário de sua arte. Sozinho entre os dramaturgos da avant-garde, Tardieu pode afirmar que seu trabalho se estende por toda a gama de exploração." No entanto, talvez por isso mesmo raciocínio porque tanto dos esforços de Tardieu foram gastos em constante experimentação, ele nunca mais se concentra em em sua própria área de especialização e, como nenhum resultado de seus trabalhos alcançar o mesmo poder hipnótico como as obras-primas do Teatro do Absurdo. (ESSLIN, 1968 ) “ O teatro do absurdo se esforça por expressar o sentido do sem sentido da condição humana, e a inadequação da abordagem racional, através do abandono dos instrumentos racionais e do pensamento discursivo e o realiza através de 'uma poesia que emerge das imagens concretas e objetificadas do próprio palco.”
Em um período de pós-guerras, com a Europa devastada pela destruição bélica, doenças, fome e todas as formas de degradação humana vivenciadas naquela época, os dramaturgos do Teatro do Absurdo trazem todo esse panorama estético para as suas peças, unindo a comicidade ao trágico sentimento de desolação. No Teatro do Absurdo, a incerteza e a solidão humanas vêm à tona por meio do uso de elementos conhecidos (situações banais, gestualidade cômica) ou menos usuais (construções frasais aparentemente non-sense, gestos mecânicos repetidos várias vezes, ações sem motivação aparente) (ESSLIN, 1968). Como características do Teatro do Absurdo, também podemos destacar a apresentação de situações inusitadas ou ilógicas. Este fato também estaria relacionado a uma reação à estética realista do teatro europeu que antecedeu esse período. As peças de Teatro do Absurdo não pretendem contar uma história, mas sim comunicar uma configuração de imagens poéticas. Além disso, os textos tendem a ter uma estrutura circular, terminando onde começou ou progredindo apenas para uma intensificação da situação inicial (ESSLIN, 1968). Os textos de Teatro do Absurdo não propõem teses, nem debatem proposições ideológicas. Ademais, as histórias costumam expressar a trágica sensação de perda diante do desabamento de certezas absolutas. A
linguagem não tem um sentido convencional. No lugar da lógica discursiva, instaura-se a lógica poética da associação ou da assonância, revelando uma nova dimensão para o palco, transcendendo as categorias da tragédia e da comédia, combinando o riso com o terror. Nessas peças, geralmente, o homem é confrontado com a realidade última da sua condição e, paradoxalmente, toca esferas metafísicas, repudiando abertamente os discursos racionais e do pensamento discursivo (ESSLIN, 1968).
Referências
historiaehistoria.com.br Rosenfeld, Anatol,1912-1973. A arte do teatro: aulas de Anatol Rosenfeld (1968)/registradas por Neusa Martins. —São Paulo :Publifolha,2009. www.theatrehistory.com