Características do teatro vicentino
Uma das características das obras de Gil Vicente é o recurso a Personagens-tipo. As suas personagens personagens não são individuais, isto é, representa r epresentam m sempre um grupo, uma classe social , uma profissão. Desta forma, são uma síntese dos efeitos e virtudes desses grupos. Assim, Gil Vicente satirizava a sociedade, sem atacar directamente alguma pessoa em particular. A expressão latina “ridendo castigat mores”, que significa “é a rir que se castigam os costumes”, foi o princípio que Gil Vicente aplicou à sua sátira – através do cómico , provocando o riso no público, o dramaturgo denuncia os erros de cada classe social. Gil Vicente é considerado um poeta-dramaturgo. Dramaturgo por ser criador de teatro e poeta, porque toda a sua obra é escrita em verso. Nas suas obras critica a sociedade do seu tempo, pondo a descoberto muitos dos vícios e hábitos das várias classes sociais. Por isso, se considera a sua obra como um espelho, porque reflecte fielmente fielmente a sociedade sociedade do séc. XVI. XVI. Sabias que? a) A personagem-tipo.
As personagens do teatro vicentino são, na sua grande maioria, personagens-tipos. Personagens individuais surgem em algumas moralidades e em peças de exaltação patriótica: a Virgem Maria, a Cananeia, Abel, Job, Policena, Pantasileia, Aquiles, Heitor, Cipião, Sibila Cassandra, Mercúrio, etc. Personagens-caracteres Personagens-caracteres mal sé vislumbram. A personagem-tipo age e fala ou como representante quer de uma classe da sociedade quer de um grupo de pessoas da mesma profissão (tipo social), ou como representante de um conjunto de pessoas irmanadas pela mesma tendência psíquica (tipo psicológico). O Fidalgo, o Escudeiro, o Cavaleiro, o Frade, o Juiz, o Físico, o Almocreve, o Sapateiro, o Lavrador, etc., são exemplos de tipos sociais. Os Tipos sociais Vicentinos É enorme a galeria das personagens vicentinas.
Descontando os diabos, os anjos, as figuras mitológicas, lendárias, alegóricas, alegóricas, e os heróis de cavalaria, são todas tipos sociais. A sua psicologia é uma psicologia de grupo social, e não uma psicologia individual. Através delas é-nos dado o comportamento e a mentalidade do Fidalgo, do Escudeiro, do Frade, da Alcoviteira, etc… Mas nem por serem tipos sociais estas personagens deixam de ser indivíduos vivos, de impressionante presença. Os tipos vicentinos vicentinos abrangem abrangem o conjunto da sociedade portuguesa da sua época. Na base está o camponês “pelado” por fidalgos e clérigos, a cuja voz Gil Vicente dá acentos comoventes. comoventes. No cume estão os clérigos de vida folgada e os fidalgos presunçosos e vãos, que vivem, uns e outros, de confiscar o trabalho alheio, ajustados ajustados pelos homens de leis e pelos pelos funcionários, que fabricam “alvarás” em benefício dos seus afilhados. A personagem alegórica.
Ao lado de personagens próprias (as que representam pessoas humanas), encontramos nas obras vicentinas variadas personagens alegóricas (as que representam tudo, menos homens e mulheres). As personagens alegóricas usa-as o dramaturgo para, na imensa variedade de conflitos tratados, dar corpo e alma humanos a deuses, anjos, diabos, virtudes, à Igreja, à Lusitânia, à Fama, a estações do ano, serras, planetas, etc. 2.Oespaço
A estética clássica preceitua para a acção dramática a unidade de lugar. Se a acção se transferir de um sítio para outro, será necessário dividir a peça em actos, pois só em intervalos da representação
é que é possível substituir sem transtorno os cenários, que desenham e figuram, como se sabe, o espaço teatral. Muitas das peças escritas por Gil Vicente, de encenação ainda ingenuamente rudimentar, ignoram tal unidade de espaço. A sua intriga, com efeito, salta de um lugar para outro sem que haja qualquer interrupção ou intervalo na realização do espectáculo. Renascimento
Primeiro grande movimento cultural burguês dos tempos modernos, o Renascimento enfatizava uma cultura laica (não-eclesiástica), racional e científica. Entretanto, embora tentasse sepultar os valores medievais, sobretudos os teocêntricos, apresentou um entrelaçamento dos novos e antigos valores. Buscando subsídios na cultura greco-romana, o Renascimento foi a eclosão de manifestações artísticas, literárias, filosóficas e científicas do novo mundo urbano e burguês. Tendo inicio no século XV em Florença, a Renascença, se estendeu a Roma e Veneza e, a partir de 1500, ao resto da Europa. Os seus elementos principais foram a redescoberta da arte e da literatura clássica da Grécia e de Roma, o estudo científico do corpo humano e do mundo natural. O renascimento foi um movimento anticlerical e antiescolástico, pois a cultura leiga e humanística opunha-se à cultura religiosa medieval. Assim, a partir do século XV encontramos paralelamente ao interesse pela civilização clássica, um menosprezo pela Idade Média, associada a expressões como “barbarismo”, “ignorância”, “escuridão”, “noite de mil anos” ou “sombrio”, em suma, er a a “era das trevas”.
Inspirando-se, sobretudo, na Antiguidade Clássica, seu elemento principal foi o humanismo. A expressão humanismo refere-se genericamente a uma série de valores e ideais relacionados à celebração do ser humano. O Humanismo levou a concepção do homem como o centro do universo (isto é, o antropocentrismo), o humano ocupando o lugar central até então dominado pelo divino e o extraterreno. O antropocentrismo (do grego άνθρωπος, “anthropos”, “humano”; e κέντρον, “kentron”, “centro”) é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem. É comum na historiografia qualificar como antropocêntrica a cultura renascentista e moderna, em contraposição ao suposto teocentrismo da Idade Média. A transição da cultura medieval à moderna é frequentemente vista como a passagem de uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus a uma outra, centrada no homem. O homem, na visão humanista renascentista, é visto como empreendedor e capaz, como inventivo e observador, um ser integral que sabe e pode fruir as delícias do mundo e usar o seu corpo, muito
diverso do homem medieval, submisso, crédulo, temeroso e ascético. Daí o predomínio da vida ativa e especulativa renascentista sobre a vida contemplativa medieval. Mas as idéias religiosas importantes para o homem medieval, como salvação, redenção, pecado original, não desaparecem, apenas deixam de ser primordiais. Começaram também a sobressair valores modernos, burgueses, como o otimismo, o individualismo, o hedonismo, o racionalismo, o naturalismo e o neoplatonismo.
Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença. ContextoHistórico
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc. Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas. Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza,Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento. As transformações socioeconômicas do final da Idade Média, associadas ao processo de urbanização e ascensão da burguesia, tornaram as concepções artístico-literárias feudais inadequadas. Redescoberto o mar Mediterrâneo, com as Cruzadas, as cidades italianas de Florença, Veneza, Roma e Milão transformaram-se em grandes centros de desenvolvimento, condições necessárias para o surgimento do Renascimento. Além disso, surgiram na Itália os mecenas, ricos patrocinadores das artes e das ciências, como os Médici, em Florença, e os Sforza, em Milão. Características Principais:
Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais; - As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o
dom artístico; - Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo); - A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo. Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.