SIMULADO ENADE 2017 – PEDAGOGIA PEDAGOGIA (UNIP)
SIMULADO 01
ENADE 2017
Pedagogia
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SIMULADO ENADE 2017 – PEDAGOGIA PEDAGOGIA (UNIP)
Caros Alunos Sua IES terá mais uma oportunidade de destacar a qualidade do seu curso. Em novembro, será realizado o ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, os cursos das áreas de Engenharia, Tecnologia e Licenciatura serão avaliados. Um resultado positivo no ENADE confere mais prestígio ao seu diploma. Bem como, amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho o que resulta na melhoria da condição de vida. Pensando nisso, preparamos provas simuladas. Essa prova mostrará como vocês estão nos temas e nas habilidades que o meio acadêmico e profissional contemporâneo está valorizando. Por esses motivos pedimos para responderem as questões com o máximo de atenção e zelo.
Obrigado e Boa Prova! UNIP
AVISOS OS TELEFONES CELULARES DEVERÃO PERMANECER DESLIGADOS DURANTE TODO O PERÍODO DA PROVA. Após o início da prova é proibida a utilização, na sala, de qualquer aparelho eletrônico. NÃO será permitido o uso de LAPTOP, NOTEBOOK, NETBOOK, TABLET, IPAD, MP3, IPOD, câmeras, ou outros aparelhos que possam ser utilizados para consulta externa à sala da realização da prova. Esta prova é individual. NÃO use calculadora, NÃO faça qualquer comunicação, NÃO troque material entre os presentes, NÃO consulte material bibliográfico, cadernos ou anotações de qualquer espécie.
ORIENTAÇÃO PARA RESOLUÇÃO DA PROVA 1 - Você terá, no máximo, três duas horas para responder às questões de múltipla escolha e discursivas. 2 - Quando terminar, entregue o seu CARTÃO/FOLHAS DE RESPOSTAS ao Aplicador. 3 - Para permitir a tolerância aos alunos que por algum motivo se atrasaram, a saída da sala NÃO será permitida antes de 60 minutos após o início. 4 - Responda todas as questões da prova. Não deixe nenhuma sem responder, seja discursiva ou de múltipla escolha. Responda da forma que puder, esta é uma das condições para você receber as horas de Atividades Complementares.
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Caros Alunos Sua IES terá mais uma oportunidade de destacar a qualidade do seu curso. Em novembro, será realizado o ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, os cursos das áreas de Engenharia, Tecnologia e Licenciatura serão avaliados. Um resultado positivo no ENADE confere mais prestígio ao seu diploma. Bem como, amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho o que resulta na melhoria da condição de vida. Pensando nisso, preparamos provas simuladas. Essa prova mostrará como vocês estão nos temas e nas habilidades que o meio acadêmico e profissional contemporâneo está valorizando. Por esses motivos pedimos para responderem as questões com o máximo de atenção e zelo.
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Questão 1. Sociedade contemporânea: consciência no consumo (avaliação correta de descontos promocionais). Leia o anúncio a seguir, obtido de uma campanha publicitária de uma rede de supermercados.
Com base na leitura, analise as asserções. Pelas condições da promoção, se o cliente comprar duas unidades do produto anunciado, ele pagará o valor total de R$28,94. PORQUE De acordo com o anúncio, o desconto percentual total na aquisição de duas unidades do produto é de 25%. Assinale a alternativa correta. A. A primeira asserção é falsa e a segunda asserção é verdadeira. B. A primeira asserção é verdadeira e a segunda asserção é falsa. C. As duas asserções são verdadeiras e a segunda asserção justifica a primeira. D. As duas asserções são verdadeiras e a segunda asserção não justifica a primeira. E. As duas asserções são falsas.
Professor Análise da questão e das asserções. Vamos ler e interpretar os dados da questão e fazer os cálculos necessários. O preço da unidade do “tira manchas” fora da promoção é de R$19,29. Comprando duas unidades fora da promoção, gastamos 2xR$19,29, ou seja, R$38,58. Na promoção, a segunda unidade tem desconto de 50% e sai por R$9,645, que é a metade de R$19,29 (R$19,29÷2= R$9,645). Veja que o desconto de 50% é aplicado apenas à segunda unidade do produto. Quando compramos duas unidades na promoção, a primeira sai por R$19,29 (não recebe desconto) e a segunda sai por R$9,645 (recebe 50% de desconto). Logo, o custo total de duas unidades na promoção é de R$28,935 (soma de R$19,29 e R$9,645). Comparando o valor da compra de duas unidades fora da promoção e na promoção, podemos calc ular o desconto percentual do modo indicado a seguir.
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Fazemos a diferença entre o “valor de duas unidades sem promoção” (R$38,58) e o “valor de duas unidades com promoção” (R$28,935).
Dividimos o valor dessa diferença (R$38,58-R$28,935=R$9,645) (R$38,58- R$28,935=R$9,645) pelo “valor de duas unidades sem promoção” (R$38,58).
Multiplicamos o valor dessa divisão por 100%, para termos o resultado em percentual.
Esse procedimento pode ser visto nos cálculos abaixo.
% desconto
Valor de duas unidades sem promoção Valor de duas unidades com promoção
.100%
Valor de duas unidades sem promoção % desconto
38,58 28,935
% desconto
38,58 9,645
38,58
.100%
.100%
25%
I – Asserção correta. – Asserção JUSTIFICATIVA. Comprando a primeira unidade pelo “preço cheio” de R$19,29 e a segunda unidade com 50% de desconto (por R$9,645), temos o valor total de R$19,29+R$9,645=R$28,935. Arredondando esse valor para duas casas decimais, chegamos a R$28,94. II – II Asserção correta. – Asserção JUSTIFICATIVA. Comprando duas unidades, não temos desconto na primeira unidade e temos desconto de 50% na segunda unidade. Conforme cálculo feito anteriormente, vemos que essa situação corresponde a desconto percentual total de 25% (o preço final da compra de dois produtos seria o mesmo se diluíssemos o desconto de 50% nas duas unidades, obtendo-se 25% de desconto em cada unidade). Logo, aplicar um desconto de 50% na segunda unidade de um produto equivale a aplicar 25% de desconto por unidade na compra de duas unidades do produto. Relação entre as asserções. Vemos que a causa de “o cliente pagar o valor total de R$28,94 na compra de duas unidades do produto anunciado” (segunda asserção) é o fato de “o desconto percentual t otal na aquisição de duas unidades do produto ser 25%” (primeira asserção). Logo, as duas asserções são verdadeiras e a segunda asserção justifica a primeira. Alternativa correta: C. Habilidades e competências. As principais habilidades e competências c ompetências verificadas na questão 1 são as que seguem.
Ler e interpretar um texto na forma de anúncio de campanha publicitária.
Realizar cálculos de percentuais.
Diferenciar o percentual de desconto total e o percentual de desconto unitário.
Verificar relação de causa e efeito (asserção-razão), conforme esquema a seguir. 4
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Questão 2. Ética, democracia e cidadania: plágio e pastiche (honestidade intelectual). (Enade 2016) Leia o texto a seguir. O plágio é daqueles fenômenos da vida acadêmica a respeito dos quais todo escritor conhece um caso, sobre os quais há rumores permanentes entre as conmunidades de pesquisa e com os quais o jovem estudante é confrontado em seus primeiros escritos. Trata-se de uma apropriação indevida de criação literária, que viola o direito de reconhecimento do autor e a expectativa de ineditismo do leitor. Como regra, o plágio desrespeita a norma de atribuição de autoria na comunidade científica, viola essencialmente a identidade da autoria e o direito individual de ser publicamente reconhecido por uma criação. Por isso, apresenta-se como uma ofensa à honestidade intelectual e deve ser uma prática enfrentada no campo da ética. Na comunidade científica, o pastiche é a forma mais ardilosa de plágio, aquela que se autodenuncia pela tentativa de encobrimento da cópia. O copista é alguém que repete literalmente o que admira. O pasticheiro, por sua vez, é um enganador, aquele que se debruça diante de uma obra e a adultera para, perversamente, aprisioná-la em sua pretensa autoria. Como o copista, o pasticheiro não tem voz própria, mas dissimula as vozes de suas influências para fazê-las parecer suas. DINIZ, D.; MUNHOZ, A.T.M. Cópia e pastiche: plágio na comunicação científica. Argumentum, Vitória (ES), ano 3, v.1, n.3, pp.11-28, jan/jun.2011 (com adaptações). Considerando o texto apresentado, assinale a opção correta. A. O plágio é uma espécie de crime e, portanto, deve ser enfrentado judicialmente pela comunidade acadêmica. B. A expectativa de que todo escritor acadêmico reconheça a anterioridade criativa de suas fontes é rompida na prática do plágio. C. A transcrição de textos acadêmicos, caso não seja autorizada pelo autor, evidencia desonestidade intelectual. D. Pesquisadores e escritores acadêmicos devem ser capazes de construir, sozinhos, sua voz autoral, a fim de evitar a imitação e a repetição, que caracterizam o plágio. E. O pastiche caracteriza-se por modificações vocabulares em textos acadêmicos, desde que preservadas suas ideias originais, bem como sua autoria. Professor Análise da questão e das alternativas. O texto introdutório discorre sobre o plágio, “ uma apropriação indevida de criação literária, que viola o direito de reconhecimento do autor e a expectativa de ineditismo do leitor”, e sobre uma de suas formas, o pastiche, feito
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por “aquele que se debruça diante de uma obra e a adultera para, perversamente, aprisioná-la em sua pretensa autoria”.
Um exemplo de crítica à prática de plágio está na figura a seguir, que brinca com o conhecido logo da Coca-Cola e com a prática de cópia eletrônica por meio do “Ctrl C – Ctrl V” (“copiar e colar”).
Disponível em . Acesso em 22 nov. 2016. Análise das alternativas. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, o plágio é um problema que deve ser enfrentado no plano da ética. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. De acordo com o texto, o plágio viola a identidade de autoria. Em qualquer trabalho científico, espera-se que o pesquisador se valha de obras já publicadas e construa seu texto de forma autoral. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A desonestidade intelectual acontece quando há apropriação do trabalho alheio sem a referência de fontes. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Nenhum trabalho acadêmico é totalmente autônomo, pois ele deve dialogar com estudos já realizados. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O pasticheiro altera o texto original e o assume como próprio, sem identificar a autoria. Habilidades e competências. As principais habilidades e competências verificadas na questão 2 são as que seguem.
Ler e interpretar um texto.
Diferenciar dois conceitos (plágio e pastiche).
Questão 3. Ética, democracia e cidadania: questão indígena (desmatamento e condições de vida da população indígena). Leia o artigo de Leão Serva e a charge. No Dia do Índio, nada a comemorar, só razões para protestar Índios brasileiros e apoiadores britânicos fazem protesto diante da Embaixada do Brasil em Londres em 19 de abril, Dia do Índio. Vão dizer que as populações tradicionais não têm nada que comemorar no dia consagrado a elas. E tentarão atrair a atenção de quem compra produtos brasileiros no exterior para o sangue indígena que mancha nossas commodities agropecuárias e minerais. 6
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É irônico que, em um regime democrático, protestos desse tipo aconteçam na capital britânica como ocorriam antes, durante a Ditadura Militar, a cada visita de presidente ou representantes do regime. No entanto, chamar a atenção dos países que podem influenciar o Brasil, sempre tão cioso de sua imagem externa, é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso. (...) O protesto na sede da representação diplomática brasileira tem o apoio, em Londres, da organização Survival International. Na semana passada, outra entidade, o Observatório do Clima, que reúne cerca de 40 organizações ambientalistas, criticou as medidas do Executivo Federal que apressam a desmontagem dos dispositivos consagrados na Constituição de 1988. Chama atenção para a coincidência entre esses ataques às leis de proteção ambiental no momento em que cresce a desmoralização da elite política do país, sob acusações de corrupção. (...) Entre as medidas tomadas pelo Congresso, exatamente quando crescem as denúncias contra legisladores, estão leis que reduzem as áreas de preservação ambiental: "Na última terça-feira (11/4), uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares". Os ataques à legislação de proteção dos índios e do ambiente coincidem também com o aumento vertiginoso na devastação das florestas: a devastação cresceu 60% nos últimos dois anos, pondo em risco a meta brasileira de chegar a 2020 com redução de 80% na taxa, lançando dúvidas sobre a seriedade do compromisso do governo brasileiro com o Acordo de Paris. Disponível em . Acesso em 19 abr. 2017 (com adaptações).
Disponível em . Acesso em 19 abr. 2017. Com base na leitura, analise as afirmativas. I.
O objetivo da charge é mostrar que, apesar de os índios perderem recursos naturais, houve, para eles, a compensação do acesso à tecnologia.
II.
De acordo com o texto, o protesto em Londres tem por objetivo denunciar ao mundo medidas do governo contra a proteção ambiental e contra os direitos indígenas.
III.
Os índios brasileiros, como mostra a charge, têm sido submetidos a um processo de aculturação, que lhes traz piores condições de vida. 7
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IV.
Segundo o texto, o Brasil tem hoje 1,1 milhão de hectares de áreas devastadas.
Está correto o que se afirma somente em A. I, II e III.
B. II, III e IV.
C. II e IV.
D. I e III.
E. II e III.
Professor Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O objetivo da charge é mostrar a degradação da condição de vida dos indígenas como consequência de alterações na sua cultura e nas suas terras. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, o protesto "é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso" . Logo, o protesto visa a denunciar a perda de direitos indígenas e o descaso da proteção ambiental por parte do governo. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A charge mostra, no quadro da direita, um índio com roupas de "homem branco", ostentando marcas, com uma garrafa de bebida alcoólica e tirando uma selfie: situações que não pertenciam ao universo original dos nativos. Note a diferença nas expressões faciais do índio, que expressa alegria no ambiente da floresta e mostra tristeza quando imerso no mundo do "homem branco". IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, "na última terça-feira (11/4), uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares". Com essas duas Medidas Provisórias, foi autorizada a devastação de 1,1 milhões de hectares a mais do que já havia sido devastado anteriormente. Vale notar que ocorre, ainda, a devastação ilegal (não considerada nesses números). Alternativa correta: E. Habilidades e competências. As principais habilidades e competências verificadas na questão 3 são as que seguem.
Ler e interpretar textos.
Comparar as ideias contidas em dois textos (artigo e charge).
Avaliar corretamente dados numéricos.
Questão 4. Responsabilidade social: formas de chegada dos usuários aos serviços socioassistenciais (gráfico de percentuais). (Enade 2016 – com adaptações). Analise o gráfico a seguir.
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos 2014-2015. Nota: Uma mesma unidade pode declarar mais de uma forma de chegada do usuário em um ou mais serviços prestados. Disponível em . Acesso em 10 jun. 2016. Com base nas informações do gráfico, foram feitas as seguintes afirmativas. I.
51,9% das unidades privadas prestadoras do serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas relatam chegada de usuários de forma ativa.
II.
81,6% das entidades privadas, sem fins lucrativos executoras do serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias relatam acesso por demanda espontânea.
III.
40,1% das entidades privadas que atuam no serviço especializado para pessoas em situação de rua indicam busca ativa como modalidade de acesso.
IV.
82,4% das unidades privadas que desenvolvem serviço de convivência e fortalecimento de vínculos indicam que usuários buscam o serviço de forma espontânea.
V.
Em 81,6% das unidades da rede privada que realizam acolhimento institucional, a chegada de usuários deu-se por encaminhamento.
É correto apenas o que se afirma em A. I, II e III.
B. I, II e V.
C. II, IV e V.
D. I, III e IV.
E. III, IV e V. 9
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Professor Comentários. O gráfico pode ser dividido em 5 partes, uma para cada serviço socioassistencial:
serviço de acolhimento institucional;
serviço especializado para pessoas em situação de rua;
serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosos e seus familiares;
serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosos;
serviço de convivência e fortalecimento de vínculos.
Cada parte do gráfico mostra os dados representados em 3 barras:
a barra superior, que indica a porcentagem de unidades nas quais os usuários chegam ao serviço por busca ativa;
a barra central, que indica a porcentagem de unidades nas quais os usuários buscam o serviço de forma espontânea;
a barra inferior, que indica a porcentagem de unidades nas quais os usuários são recebidos por encaminhamento.
Análise das afirmativas. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Vemos, na quarta parte do gráfico, que, em 51,9% das unidades do Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas, o acesso dos usuários ocorre por busca ativa (barra superior). II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Vemos, na terceira parte do gráfico, que, em 81,6% das unidades do Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas, os usuários chegam ao serviço por encaminhamento (barra inferior), e não por demanda espontânea. O acesso por demanda espontânea foi feito em 79,4% das unidades para esse serviço. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Vemos, na segunda parte do gráfico, que, em 40,1% das unidades que prestam serviço especializado para pessoas em situação de rua, a procura dos usuários ocorre por busca ativa (barra superior). IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Vemos, na última parte do gráfico, que, em 82,4% das unidades que prestam serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, o acesso de usuários ocorre de forma espontânea (barra central). V – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Vemos, na primeira parte do gráfico, que a chegada de usuários ao serviço por encaminhamento ocorre em 87,5% das unidades, e não em 81,6% delas. Alternativa correta: D. Habilidades e competências. 10
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As principais habilidades e competências verificadas na questão 4 são as que seguem.
Ler e interpretar textos.
Avaliar corretamente dados percentuais.
Questão 5. Sociedade: violência contra a mulher (Lei Maria da Penha). (Enade 2016). Para a Organização das Nações Unidas (ONU), a violência contra mulheres é uma grave violação dos direitos humanos que gera impactos físicos e psicológicos. A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) aponta que, no Brasil, de janeiro a outubro de 2015, 38,72% das mulheres em situação de violência sofreram agressões diárias e 33,86%, agressões semanais. A violência doméstica é o tipo mais comum de violência contra a mulher e, para se tipificar essa violência como crime, foi promulgada, em agosto de 2006, a Lei Maria da Penha (Lei N° 11.340/2006), resultado de mobilizações para garantir justiça às vítimas e reduzir a impunidade de crimes cometidos contra as mulheres. A partir dessas informações, redija um texto dissertativo sobre o impacto da Lei Maria da Penha no quadro de violência contra a mulher no Brasil. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: A. impacto da violência doméstica na vida da mulher, na família e na sociedade; B. mudanças nos mecanismos de proteção à mulher decorrentes da Lei Maria da Penha. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____ Professor
Padrão de resposta do Inep.
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A violência tem consequências negativas não somente para as mulheres, mas também para suas famílias e para a sociedade. Para a mulher, as consequências são:
físicas, podendo chegar a lesões incapacitantes;
psicológicas, podendo gerar traumas, baixa autoestima, dependência psicológica do agressor;
cerceamento de direitos individuais;
estéticas.
Para a família são:
ruptura da estrutura familiar;
desestabilidade emocional;
naturalização da violência contra a mulher para as gerações futuras;
desvalorização da figura materna.
Para a sociedade são:
disseminação da violência contra a mulher;
a violência tem enormes custos, desde gastos com saúde e despesas legais a perdas de produtividade.
As mudanças decorrentes da Lei Maria da Penha são:
criminalização da violência doméstica/sexual;
aumento das notificações de violência doméstica, apesar de continuar alta a incidência de mulheres agredidas;
garantia legal de proteção à mulher contra a violência doméstica, independentemente de sua orientação sexual, ou seja, protege-se também a mulher homossexual vítima de ataque perpetrado pela parceira;
possibilidade de prisão preventiva no caso de crimes de violência doméstica, embora ainda se verifique morosidade no julgamento do crime;
criação de casas de refúgio ou casas-abrigo, para acolher m ulheres vítimas de violência doméstica;
reforço às Delegacias de Atendimento à Mulher, embora ainda insuficientes;
inclusão da vítima em programas assistenciais do governo, programas de proteção à vítima e à testemunha, transferência de local de trabalho, se a vítima for servidora pública. Disponível em . Acesso em 11 mai. 2017.
Habilidades e competências. As principais habilidades e competências verificadas na questão 60 são as que seguem.
Ler, interpretar e produzir textos.
Argumentar sobre o impacto da violência doméstica na vida da mulher, na família e na sociedade e sobre as mudanças nos mecanismos de proteção à mulher decorrentes da Lei Maria da Penha.
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Específicas Questão 6. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia (Resolução CNE/CP N o 1, de 15/05/2006), em seu art. 4. o, dispõem: “O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos.
Considerando o disposto acima, elabora um texto dissertativo acerca do tema a seguir.
A atuação do pedagogo em espaços não escolares
Em seu texto, faça o que se pede nos itens a seguir. a) Cite um dos espaços não escolares de atuação do pedagogo, descreva as atividades pertinentes ao trabalho pedagógico que podem ser nele realizadas e explicite de que maneira essas atividades se relacionam com os aspectos teóricos da formação desse profissional. b) Apresente argumentos que defendam a importância da participação do pedagogo em espaços não escolares.
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Professor 1. Introdução teórica A atuação do pedagogo em espaços não escolares
As mudanças nas relações de trabalho implicam o fato de as empresas precisarem se reorganizar em diversos âmbitos, sobretudo com relação a cargos, funções e atividades organizacionais. Segundo Minarelli (1996), as grandes empresas e corporações, para sobreviver à crise econômica mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou redesenharam cargos e, em muitos casos, operações inteiras. Os trabalhadores precisarão reciclar-se periodicamente para manter seus conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades. Ainda segundo o autor, muito desse novo cenário deve-se à mudança de foco das atividades profissionais, que, atualmente, são menos centradas em trabalhos físicos e passaram a ser mais intelectuais. Resultam, dessa nova configuração do mundo do trabalho, novos acontecimentos que demandam um profissional que seja capacitado para ajudar a organização, de qualquer segmento, a atingir os objetivos e as metas organizacionais: trata-se do pedagogo que atua em espaços não escolares e que facilita a interação entre as habilidades dos profissionais das instituições e as necessidades e anseios das empresas. O pedagogo em espaços empresariais deve ser dotado de:
flexibilidade em suas ações,
conhecimento e experiências relativos à gestão participativa,
competências e habilidades na busca de soluções para os impasses que possam surgir,
compreensão do processo histórico, social, administrativo e operacional em que está inserido,
comprometimento e envolvimento com a rotina da empresa e
habilidade para planejar, organizar, liderar, monitorar e empreender. A formação do pedagogo deve, portanto, ser generalista, com ênfase em gestão dos processos educativos
em diferentes instituições educacionais e também fora delas, em diversos contextos socioculturais e profissionais. 2. Padrão de resposta do INEP O aluno deve redigir um texto argumentativo com colocações que contemplem os aspectos a seguir.
Quanto aos espaços não escolares para atuação do pedagogo
A resposta deve indicar que: - há vários espaços não escolares em que o pedagogo costuma atuar, como empresas do ramo de gestão de pessoas, de serviço social, ONGs, recursos humanos etc. Devem ser descritas as atividades relativas ao trabalho pedagógico nesses ambientes, como produção e disseminação do conhecimento, elaboração de materiais de caráter didático-instrucional, acompanhamento das dificuldades dos funcionários. Ademais, as atividades desenvolvidas devem ser descritas e teorizadas de acordo com os campos do saber que lhes possam dar sustentação, como didática, filosofia, política, sociologia, economia etc.; 14
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Quanto à importância do pedagogo em espaços não escolares
A resposta deve mencionar que: - o pedagogo é importante nesses espaços porque é o profissional dotado das competências e das habilidades necessárias para propiciar a interação entre os colaboradores das mais diferentes áreas de uma empresa ou organização. Seu papel, de fundamental importância, visa à adequada realização das atividades descritas no item anterior. Disponível em < http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/36_pedagogia.pdf>. Acesso em 6 de fev. 2016. Questão 7. Com base na visão sociocultural de inteligência, propõe-se que a escola participe do processo de desenvolvimento da inteligência da criança ao lhe oferecer acesso a instrumentos e objetos simbólicos, como sistemas de numeração, que amplificam sua capacidade de registrar quantidades, lembrar e solucionar problemas. Essa perspectiva está vinculada à Teoria dos Campos Conceituais (VERGNAUD, 1988), segundo a qual os conceitos são desenvolvidos num longo período de tempo por meio da experiência, maturação e aprendizagem, expressas por esquemas. NUNES, T. et al. Educação Matemática: números e operações matemáticas. São Paulo: Cortez, 2005 (com adaptações). A partir do texto acima, avalie as afirmativas a seguir. I.
Os conceitos de adição e subtração têm origem nos esquemas de ação de juntar, separar e colocar em correspondência “um-a-um”.
II. Os conceitos de multiplicação e divisão têm origem nos esquemas de ação de correspondência “um-amuitos” e de distribuir. III. O raciocínio aditivo implica a existência de uma relação fixa entre duas variáveis, e o raciocínio multiplicativo, da relação parte-todo. IV. A criança consegue coordenar sua atividade teórica com a contagem quando se torna capaz de resolver problemas simples de adição e subtração. É correto apenas o que se afirma em A.
I e II.
B.
I e IV.
C.
III e IV.
D.
I, II e III.
E.
II, III e IV.
Professor:
1. Introdução teórica A Teoria dos Campos Conceituais na Educação Matemática
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Derivada da intersecção de interesses da Matemática, da Pedagogia e da Psicologia, a Educação Matemática pode ser definida como o estudo das práticas de ensino e aprendizagem das relações matemáticas. A discussão sobre o ensino da Matemática ganhou força no século XX, quando vários professores começaram a se reunir em congressos e outros diversos tipos de eventos para pensar o ensino dessa disciplina. A Didática da Matemática surge, então, como o campo para a sistematização dos estudos acerca do ensino de Matemática. Nesse campo, poucos nomes são tão conhecidos e reverenciados quanto o de Gérard Vergnaud, cuja contribuição mais importante é a denominada Teoria dos Campos Conceituais, que auxilia na compreensão de como as crianças constroem os conhecimentos matemáticos. Tal teoria permite prever formas mais eficientes de trabalhar os conteúdos das aulas dessa disciplina (embora o autor afirme que também há “campos conceituais” na Biologia, História, Geografia e Educação Física, entre outras). Vergnaud estabelece como premissa o conhecimento organizado em campos conceituais, cujo domínio por parte do sujeito ocorre com o passar do tempo, com a experiência, a maturidade e a aprendizagem. Assim, para ele, “campo conceitual” representa um conjunto heterogêneo de p roblemas, conceitos, situações, estruturas, relações, conteúdos e operações mentais interconectados. A Teoria dos Campos Conceituais, por ser cognitivista, pressupõe que o cerne da cognição é a conceitualização. Por exemplo, os conceitos de adição e subtração têm origem nos esquemas de ação de juntar, separar e colocar em correspondência “um-a-um”, ao passo que os de multiplicação e divisão são originários dos esquemas de ação de correspondência “um-a-muitos” e de distribuir. É preciso, portanto, dar toda a atenção aos aspectos conceituais dos esquemas oferecidos ou desenvolvidos pelos alunos para que eles possam aprender e apreender competências mais complexas. Outros construtos teóricos que embasam a Teoria dos Campos Conceituais são os conceitos de esquema, invariante operatório (“conceito-em-ação” ou “teorema-em-ação”) e situação. 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os esquemas de ação de juntar, separar e colocar em correspondência “um -a-um” permitem que o aluno apreenda os conceitos de soma e subtração. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os esquemas de ação de correspondência “um -a-muitos” e de distribuir permitem que o aluno apreenda os conceitos de multiplicação e divisão.
III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O invariante conceitual do raciocínio aditivo é a relação parte-todo. O invariante conceitual do raciocínio multiplicativo é a existência de uma relação fixa entre duas variáveis (ou duas grandezas ou quantidades). IV – Afirmativa incorreta. 16
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JUSTIFICATIVA. A criança não necessariamente consegue coordenar sua atividade teórica com a contagem quando se torna capaz de resolver problemas simples de adição e subtração. Alternativa correta: A. 3. Indicações bibliográficas
NUNES, T. et al. Educação Matemática: números e operações matemáticas. São Paulo: Cortez, 2005.
VERGNAUD, G. La théorie des champs conceptuels. In: Recherches en Didactique des Mathématiques, 10 (23): 133-170, 1990.
VERGNAUD, G. A trama dos campos conceituais na construção dos conhecimentos. In: Revista do GEMPA, Porto Alegre, n.4: 9-19, 1996.
Questão 8. Uma jornalista baiana passou pelo que classificou como “enorme constrangimento” ao tirar a foto para renovar o passaporte, em Salvador: agentes da Polícia Federal pediram que ela prendesse o cabelo estilo black power, pois o sistema não aceitava a imagem gerada. “Eu gosto do meu cabelo e, naquela foto, fiquei terrível”, disse. A jornalista descarta ter recebido qualquer tratamento racista dos funcionários do local, mas reclamou no Facebook: “essas coisas podem não ser intencionais, mas tudo, no fundo, tem um padrão que desvaloriza a estética que foge do convencional”. O delegado, chefe do setor, explicou que um cabelo de proporções maiores diminui o rosto do fotografado, e foi isso que o sistema impediu. “A gente concorda com ela
que isso é inadmissível. O caso já foi passado para nossa sede em Brasília, para sabermos que medidas podem ser adotadas”, afirmou.
Diários Associados. Estado de Minas, 18 jul. 2014 (com adaptações). A notícia publicada no jornal abre um leque de possibilidades para o professor abordar o tema da diversidade cultural, por meio de práticas educativas que contemplem as questões históricas e suas implicações na vida cotidiana. Nessa perspectiva, avalie as afirmativas a seguir. I. A temática diversidade cultural é parte do currículo de História do Brasil, conforme preconiza a Lei N o 9.394/1996 (LDB), e, por estar relacionada a aspectos referentes a identidade nacional, portanto, a abordagem das temáticas correlatas deve restringir-se ao âmbito da referida disciplina. II. A abordagem disciplinar da diversidade cultural deve ser priorizada, buscando-se associações com conhecimentos não constantes do programa da disciplina. III. A diversidade cultural é tema a ser abordado na perspectiva da transversalidade, o que possibilita colocar em prática a relação entre as áreas dos conhecimentos em sua aplicabilidade transformadora dos fenômenos sociais e naturais. IV. A principal característica do trabalho com temas transversais é a condição de estabelecimento de relações entre disciplinas e teoria e prática; sujeito e sua produção de conhecimento; conhecimento trabalhado em sala de aula e conhecimentos não constantes dos programas escolares. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e III. C. III e IV. D. I, II e IV. 17
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E. II, III e IV.
Professor: 1. Introdução teórica A Lei N o 9.394/1996 e a diversidade cultural A Lei Nº 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996, estabelece, com relação à questão da diversidade cultural brasileira, o que segue. Art. 26o-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena (Redação dada pela Lei Nº 11.645, de 2008). § 1 o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão mi nistrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras (Redação dada pela Lei Nº 11.645, de 2008). Recentemente, cresceram, nos principais debates sobre educação, as discussões em torno do conceito de cultura como construção sócio-histórica e o tema tem ganhado notoriedade em diversos espaços sociais, acadêmicos, midiáticos etc. Há um discurso frequente de tolerância, comumente confrontado com outro que se refere a direitos civis, políticos, sociais e identitários, de reconhecimento e de respeito às diferenças. O trabalho com a diversidade cultural na escola deve ser realizado para que nasça a devida revisão de determinados padrões formativos, estéticos e, sobretudo, éticos. Assim, a lei em questão preconiza que o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena deve acontecer no âmbito de todo o currículo escolar, não estando restrito somente a algumas disciplinas específicas. Esse trabalho, iniciado há quase duas décadas, é a chave para evitar constrangimentos como os que a jornalista baiana do texto base da questão viveu, pois, acredita-se na relação direta entre conhecimento e aceitação de diferentes padrões de beleza e de comportamento. Pretende-se que o estudo seja capaz de superar a visão de mundo eurocêntrica, substituída por uma visão poli ou pluricêntrica. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A temática da diversidade cultural é parte de todo o currículo, não se refere somente à disciplina de História. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A abordagem disciplinar da diversidade cultural não deve ser priorizada; deve-se priorizar a abordagem multidisciplinar da diversidade cultural brasileira. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A diversidade cultural é, de fato, tema a ser abordado na perspectiva da transversalidade, visando à ação transformadora dos problemas sociais. 18
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IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os temas transversais não podem ser encarados como um conjunto de conhecimentos teóricos, desvinculados da realidade do aluno. Alternativa correta: C. 3. Indicações bibliográficas
BRASIL. Lei No 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da República Federativa do Brasil . Brasília, 23 dez. 1996.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil . São Paulo: Cia das Letras, 1995.
SANTOMÉ, J. T. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, T.T. (Org.). Alienígenas em sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 1995.
Questão 9. Hoje, o aluno traz para a escola o que descobre na Internet para discutir com seus colegas e professor. Ele não vê mais o professor como um transmissor ou principal fonte de conhecimento, mas espera que ele se apresente como um orientador das discussões travadas em sala de aula ou mesmo nos ambientes online integrados às atividades escolares. A possibilidade de pesquisar, ler e conhecer os mais variados assuntos por meio da Internet confere ao aluno um novo perfil de estudante, que exige um novo perfil de professor. Cabe ao professor estar atento a essa nova fonte de informações, para transformá-las, junto com os alunos, em conhecimento. O professor é parte inerente e necessária a todo esse processo, possui um lugar insubstituível de mediador e problematizador do conhecimento; ele aprende com o aluno. FREITAS, M. T. Letramento Digital e formação de Professores. Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 26, n. 03, 2010, p. 335-362 (com adaptações). Considerando os desafios colocados para o educador diante das exigências de novas práticas pedagógicas decorrentes dos avanços das tecnologias digitais, avalie as afirmativas a seguir. I. As novas tecnologias estimulam a busca de mais informações por parte do aluno nativo digital, mas, por si só, não mudam diretamente o processo de ensino-aprendizagem, o qual depende do uso que se faz delas. II. O professor que não domina as tecnologias digitais deve ser capaz de identificar o aluno nativo digital pelas informações que ele obtém pela Internet. III. A utilização das novas tecnologias nos ambientes online, integrada às atividades escolares e aos conhecimentos prévios do aluno, é suficiente para a construção do conhecimento. IV. Uma das tarefas do professor é desenvolver novas formas de ensinar e aprender, incentivando o olhar crítico do aluno frente às inúmeras informações que a tecnologia digital oferece. É correto apenas o que se afirma em A. II.
B. IV.
C. I e III.
D. I e IV.
E. II e III.
Questão 10. Na atualidade, o surgimento de um novo tipo de sociedade tecnológica é determinado principalmente pelos avanços das tecnologias digitais de comunicação e informação e pela microeletrônica. Essas novas tecnologias – assim consideradas em relação às tecnologias anteriormente existentes – , quando disseminadas socialmente, alteram as qualificações profissionais. A ciência, hoje, na forma de tecnologias, altera o cotidiano das pessoas e coloca-se em todos os espaços. Não há dúvida de que as novas tecnologias de comunicação e informação trouxeram mudanças consideráveis e positivas para a educação. Vídeos, programas 19
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educativos na televisão e no computador, sites educacionais e softwares diferenciados transformam a realidade da aula tradicional, dinamizam o espaço de ensino-aprendizagem, onde anteriormente predominava a lousa, o giz, o livro e a voz do professor. Para que as Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) possam fazer alterações no processo educativo, elas precisam, no entanto, ser compreendidas e incorporadas pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que seu uso realmente faça diferença. KENSKI, V. M. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007 (com adaptações). Na perspectiva do texto acima, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. O avanço das tecnologias digitais de comunicação e informação e da microeletrônica podem ser incorporados às tecnologias mais antigas do trabalho educativo, desde que se compreendam as especificidades do ensino e da própria tecnologia. PORQUE II. O ensino mediado pelas TIC permite ampliar não somente as possibilidades pedagógicas de aprendizagem, mas também a interação entre os atores do processo educativo. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas.
Professor: Questões 9 e 10 1. Introdução teórica O uso da tecnologia na educação Se, por um lado, é impossível, na atualidade, ignorar a importância da tecnologia na vida de pessoas do mundo inteiro, especialmente das mais jovens, por outro, o uso da tecnologia em sala de aula ainda causa acalorados debates entre educadores e acadêmicos. Isso acontece porque não há consenso a respeito do assunto, pois muitos estudos ainda não encontraram correlações diretas entre uso da tecnologia e a melhora no aprendizado. Evidências indicam que a internet, tablets, computadores e aplicativos estimulam a imaginação e a criatividade dos alunos, além de auxiliarem o trabalho do professor. No entanto, usar a tecnologia não deve ser um fim em si mesmo, e, sim, um meio, uma ferramenta, um instrumento agregador e facilitador do aprendizado e do trabalho docente. Além disso, o uso bem sucedido da tecnologia, em situações ideais, deve vir acompanhado de mudanças de caráter mais profundo, como currículo, avaliação e capacitação e desenvolvimento profissional dos professores.
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Dito de outra forma, o uso das novas tecnologias, embora muito estimulante se devidamente utilizadas, não muda diretamente o processo de ensino-aprendizagem, que depende de como essas tecnologias são aplicadas. Tanto professores quanto alunos devem ter olhar crítico frente às inúmeras informações que a tecnologia digital coloca a nosso dispor. Também é de suma importância não perder de vista que a tecnologia deve agregar valor ao trabalho do professor, e não substituí-lo. As novas ferramentas tecnológicas devem ser incorporadas aos métodos e recursos mais antigos do trabalho educativo. Diversos estudos acadêmico-científicos indicam que não tem serventia usar a tecnologia apenas para se ter uma aparência de escola moderna; projetos sem objetivos claros nem integração com o currículo escolar vão agregar pouco ao aprendizado, pois o ensino mediado pela tecnologia só amplia as possibilidades pedagógicas quando há objetivos bem determinados e interação entre os atores do processo educativo. É importante que as escolas sejam capazes de ver a internet além dos sites de busca e das redes sociais e que consigam orientar os alunos na elaboração de tarefas bem feitas e criteriosas, que fujam do habitual gesto de "CtrlC+CtrlV" (comandos de computador de “copiar e colar”). 2. Análise das afirmativas e das asserções Questão 9. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O maior acesso às informações, promovido pelas tecnologias, não muda diretamente o processo de ensino-aprendizagem. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A afirmação de que o professor que não domina as tecnologias digitais deve ser capaz de identificar o aluno nativo digital pelas informações que ele obtém pela internet não tem sentido. Para o trabalho docente, não é necessário nenhum tipo de identificação dessa natureza. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Ao contrário do que diz a afirmativa, a utilização das novas tecnologias nos ambientes online, integrada às atividades escolares e aos conhecimentos prévios do aluno, não é, de forma alguma, suficiente para a construção do conhecimento. O trabalho docente é e sempre será fundamental e imprescindível. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. As formas de ensinar e aprender são dinâmicas e devem acompanhar as inovações tecnológicas. Cabe ao professor encontrar as melhores maneiras para desenvolver o olhar crítico do aluno frente às inúmeras informações que a tecnologia digital oferece. Alternativa correta: D. Questão 10. I – Asserção correta. JUSTIFICATIVA. As tecnologias digitais de comunicação e informação e a microeletrônica devem dialogar com as tecnologias mais antigas do trabalho educativo para que se desenvolva o processo educativo. 21
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II – Asserção correta. JUSTIFICATIVA. As novas tecnologias facilitam a comunicação e a interação entre as pessoas e essa característica pode ser bem aproveitada no processo educativo. As duas asserções são corretas, mas não há, entre elas, relação de causa. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas
HABERMAS, J. Teoría de la acción comunicativa. Madrid: Taurus, 1987.
LÉVY, P. A conexão planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.
MERCADO, L. P. L. Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. Maceió: EDUFAL, 2002.
Questão 11. Os currículos organizam conhecimentos, culturas, valores e artes a que todo ser humano tem direito. Assim, o currículo deve ser analisado conforme as experiências vividas pelos estudantes, nas quais se articulam os saberes, aprendidos por eles na vivência e na convivência em suas comunidades, com os conhecimentos sistematizados que a escola deve lhes tornar acessíveis. ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. In: ARROYO, M. G. Indagações sobre o currículo, educandos e educadores: seus direitos e o currículo . Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007, p.67 (com adaptações). A partir da definição de currículo abordada pelo autor, avalie as afirmações a seguir. I. a construção do currículo constitui um processo de seleção cultural, o que pode colocar em desvantagem determinados grupos sociais e culturais. II. o sistema educativo confere ao currículo efetividade que envolve uma multiplicidade de relações, razão pela qual este deve ser considerado práxis e sua materialização corresponder à forma como foi idealizado. III. as teorias críticas reconhecem a existência de poderes diversos diluídos nas relações sociais, conferindo ao currículo a função de atuar em processos para a inclusão escolar. IV. é desafio da escola incluir no currículo experiências culturais diversificadas, que não reproduzam estruturas da vida social em suas assimetrias e desigualdades. É correto o que se afirma em A. I, apenas. B. II e III, apenas. C. II e IV, apenas. D. I, III e IV, apenas. E. I, II, III e IV. Professor:
1. Introdução teórica Composição curricular 22
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O termo currículo sofreu mudanças e passou por várias definições no campo da Pedagogia. Significava, tradicionalmente, a relação entre matérias/disciplinas e uma sequência lógica, um corpo organizado de conhecimento. Na prática, a visão mais comum, que, muitas vezes, perdura até hoje, é a de que se trata de um conjunto de disciplinas a serem ensinadas em cada curso ou série associado ao tempo destinado a cada uma dessas disciplinas. Com os problemas socioeconômicos surgidos a partir do processo de industrialização e urbanização do século XVIII, teorias progressivistas foram ganhando força e a escola passou a ser vista, naquele contexto, como a instituição responsável pela “compensação dos problemas da sociedade”. Assim, as teorias críticas passaram a reconhecer que há vários poderes diluídos nas relações sociais, o que confere ao currículo a função de atuar em processos para a inclusão escolar e social. O foco do currículo deixou de ser o conteúdo e passou a ser a forma de organização das atividades. A composição curricular é um dos temas de maior sensibilidade e complexidade no campo educacional. De acordo com Souza (2009), “o professor deve ter a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem transmitidos aos alunos”. Ainda segundo o autor, o currículo é uma construção, uma seleção de conhecimentos e práticas que devem ser reinterpretados em cada contexto histórico. A construção do currículo é, portanto, um momento que reúne múltiplas e diversificadas forças sociais e culturais que, por vezes, se aproximam, se complementam ou estabelecem conflitos de valores e prioridades. Isso é natural em decorrência da multiplicidade de valores e de manifestações culturais que cada grupo social tem e não é diferente no Brasil, país de grandes dimensões territoriais e de enorme diversidade social e cultural. Isso significa que a construção do currículo pode colocar em desvantagem certos grupos sociais e culturais. Dessa forma, é desafio da escola atual incluir experiências culturais diversificadas, a fim de dirimir desigualdades e não reproduzir, por conseguinte, estruturas da vida social em que haja assimetrias. Outro aspecto extremamente significativo na composição curricular é a política educacional, que é dinâmica e deve ser interpretada e reinterpretada em cada contexto sócio-histórico. Sua aplicação requer uma estratégia de ação complexa, composta por diversos conteúdos, valores e procedimentos metodológicos. Como as propostas curriculares adotadas nas escolas são provenientes de saberes situados em contextos sociais e históricos delimitados, os saberes devem ser articulados com os conhecimentos sistematizados que a escola deve tornar acessíveis aos alunos e baseados na vivência e na convivência dos alunos em suas comunidades. 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A construção do currículo de um curso ou de uma diretriz curricular para todos os cursos de um país é momento de escolha de conteúdos técnicos e culturais que representam valores aceitos por determinado grupo social. É, portanto, um momento de decisão política e social, que nem sempre contempla os interesses de grupos sociais minoritários ou com menor possibilidade de intervenção nessas escolhas. Por isso, é correto afirmar que a construção do currículo constitui um processo de seleção cultural, o que pode colocar em
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desvantagem determinados grupos sociais e culturais. Quanto maior a prática multicultural, menor a desvantagem dos diversos grupos sociais e culturais. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O sistema educativo nem sempre consegue tornar o currículo efetivo, porque vários fatores devem ser levados em conta. A formação e a seleção dos professores, a remuneração que eles recebem, o local em que o currículo será aplicado e o momento histórico, econômico e social em que o currículo será desenvolvido na prática interferem decisivamente na concretude do currículo. Muitas vezes, a prática do professor em sala de aula será diversa daquela que foi planejada no currículo, pois suas condições objetivas estarão diferentes das que foram originariamente pensadas. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A inclusão escolar não se limita a garantir que o aluno faça matrícula na escola. Compreende o ingresso do aprendiz no ambiente de educação e, também, sua permanência durante todos os anos necessários para sua formação, além de sua participação efetiva e constante nas atividades planejadas pela escola. A participação do aluno, a partir de suas vivências e experiências de vida, é a única forma de analisar se os conteúdos escolhidos para aquele currículo estão em consonância com a realidade. O respeito às experiências e vivências que cada aluno traz para o ambiente escolar é o reconhecimento da existência de poderes diversos diluídos nas relações sociais, o que permite ao currículo exercer a função de atuar nos processos para a inclusão escolar. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A sociedade é um campo de forças no qual estão em permanente confronto os diversos grupos sociais, seus valores, suas escolhas e suas opções. A escola não deve reproduzir em seu ambiente esse confronto, mas permitir que os distintos grupos sociais se manifestem de forma interativa, democrática, para que diferentes ideias, valores e escolhas dialoguem. É nesse sentido que se pode afirmar que um dos grandes desafios da escola é construir o currículo com experiências culturais diversificadas, que não reproduzam estruturas da vida social em suas assimetrias e desigualdades. Alternativa correta: D. 3. Indicações bibliográficas
ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. In: ARROYO, M. G. Indagações sobre o currículo, educandos e educadores: seus direitos e o currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
LOPES, A. R. C. Pluralismo cultural em políticas de currículo nacional. In MOREIRA, A. F. B. Currículo: políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999.
SOUZA, T. M. L C. O currículo e a cultura. In: Das 1001 noites aos 200 dias letivos: a representação do livro didático para os professores e o currículo necessário ao mundo contemporâneo . Rio de Janeiro: Saci, 2009.
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UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Disponível em . Acesso em 23 nov. 2015.
Questão 12. O Plano Nacional de Educação (PNE) inclui 20 metas e estratégias traçadas para o setor nos próximos 10 anos. Entre as metas, está a aplicação de valor equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública, promovendo a universalização do acesso à educação infantil para crianças de quatro a cinco anos, do ensino fundamental e do ensino médio. Esse plano também prevê a abertura de mais vagas no ensino superior, investimentos maiores em educação básica em tempo integral e em educação profissional, além da valorização do magistério. BRASIL. Conheça as 20 metas definidas pelo PNE . Disponível em . Acesso em 4 jul. 2014 (com adaptações). A Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o PNE, prevê importantes dispositivos, tais como: Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas. Art. 10º O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução. Art. 11º O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de informação para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino. Art. 13º O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação. Considerando as informações acima, conclui-se que o PNE A. possibilita ao país iniciar seu processo de desenvolvimento, pois prevê aumento anual de 10% nos patamares de aplicação do PIB em educação e sistema de monitoramento da aplicação de investimentos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica, a ser instituído nos próximos dois anos. B. prevê meta de aplicação de 10% do PIB em educação, sinalizando que os gestores escolares terão 10 vezes mais possibilidades de atingir patamares mais elevados de educação nos próximos 10 anos, pois vincula os investimentos com a educação aos níveis de desenvolvimento do país, aferidos pelo PIB. C. estabelece que a melhoria da educação básica – universalização do acesso à educação infantil, aumento de vagas no ensino superior, maior investimento em educação em tempo integral e em educação profissional – evidencia a base para o desenvolvimento, pois o crescimento econômico é o indicador do percentual de recursos do PIB a ser aplicado em educação. D. disponibiliza para os gestores escolares o crescimento de 10% dos investimentos do PIB em educação, ao ano, durante os próximos 10 anos e um Sistema Nacional de Avaliação para verificar a efetivação das diretrizes e metas dispostas no referido Plano. 25
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E. permite planejar a educação para os próximos 10 anos e institui mecanismos de monitoramento e avaliação, tanto da execução do Plano como da qualidade da educação, por meio do estabelecimento de metas educacionais e definição dos investimentos a serem disponibilizados para o alcance dessas metas.
Professor: 1. Introdução teórica O Plano Nacional de Educação (PNE) O Plano Nacional de Educação (PNE) inclui 20 metas e estratégias para o setor educacional por dez anos. É o documento responsável pelo planejamento da educação até 2024, já que foi estabelecido em 2014, e institui mecanismos de monitoramento e avaliação. Em seu Art. 5º, consta que “a execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas”. De acordo com o Art. 10º do PNE: “O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução”. As 20 metas estabelecidas no PNE 2014 são reproduzidas a seguir.
Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental. Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica. Meta 7 : fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio. Meta 8 : elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 26
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Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público. Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores. Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. Meta 17 : valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE. Meta 18 : assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio. Disponível em . Acesso em 29 dez. 2016. 2. Análise das alternativas A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O PNE não prevê aumento anual de 10% nos patamares de aplicação do PIB em educação e sistema de monitoramento da aplicação de investimentos. O valor de 10% do PIB corresponde à meta mínima de valor investido em educação para 2024. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A destinação de 10% do PIB para investimentos em educação (meta 20 do PNE) não significa necessariamente que os gestores terão dez vezes mais recursos à sua disposição, pois, para que haja aumento 27
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dos recursos públicos para a educação, é necessário que o PIB aumente e isso depende dos resultados da economia nacional, que nem sempre propicia aumento expressivo da produção agropecuária, industrial e de serviços. Os gestores poderão dispor de mais recursos públicos para a educação pública somente se o PIB crescer no período de dez anos do PNE. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A educação de um povo, em todos os níveis, é componente essencial para o desenvolvimento da nação, mas a melhoria da educação básica por si só não é suficiente para promover o crescimento econômico. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Da forma como está redigida a alternativa, entende-se que o crescimento anual dos investimentos em educação será de 10%. No entanto, o PNE prevê como meta o investimento mínimo de 10% do PIB em educação em 2024. Além disso, obviamente, o montante de recursos depende do valor do PIB. E – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Ao estabelecer metas, percentuais de recursos econômicos e formas de monitoramento, o PNE efetiva o planejamento da educação para os próximos 10 anos e, com isso, permite que os gestores de todos os níveis públicos estejam alinhados na consecução dos projetos que viabilizarão o cumprimento das metas. 3. Indicações bibliográficas
ALVES,
H.
E.
Plano
Nacional
de
Educação
(PNE)
–
2014-2024.
Disponível
em
. Acesso em 29 dez. 2016.
BRASIL.
Plano
Nacional
de
Educação
(PNE).
Brasília,
2014.
Disponível
em
. Acesso em 16 nov. 2015.
Questão 13. Da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania fundamentado no reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, decorre uma identificação dos mecanismos e processos de hierarquização que operam na regulação e produção de desigualdades. Essa problematização explicita os processos normativos de distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes do modelo tradicional de educação escolar. BRASIL, MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008, p. 6 (com adaptações). As questões suscitadas no texto ratificam a necessidade de novas posturas docentes, de modo a atender a diversidade humana presente na escola. Nesse sentido, no que diz respeito a seu fazer docente frente aos alunos, o professor deve: I. desenvolver atividades que valorizem o conhecimento historicamente elaborado pela humanidade e aplicar avaliações criteriosas com o fim de aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos. II. instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo o acesso às inovações tecnológicas.
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III. planejar ações pedagógicas extraescolares, visando ao convívio com a diversidade; selecionar e organizar os grupos, a fim de evitar conflitos. IV. realizar práticas avaliativas que evidenciem as habilidades e competências dos alunos, instigando esforços individuais para que cada um possa melhorar o desempenho escolar. V. utilizar recursos didáticos diversificados, que busquem atender a necessidade de todos e de cada um dos alunos, valorizando o respeito individual e o coletivo. É correto apenas o que se afirma em A. I e III. B. II e V. C. II, III e IV. D. I, II, IV e V. E. I, III, IV e V. Professor: 1. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva Muito se fala em direitos humanos, cidadania e inclusão. Os discursos, sobretudo os de caráter político ou educacional, vêm sendo permeados por frases como “observação dos direitos humanos”, “construção da cidadania”, “exercício da cidadania”, “políticas de inclusão” etc. A educação precisa ser pensada em consonância com a garantia dos direitos humanos, com uma representação de sociedade que possa fortalecer a promoção desses direitos como dimensão ética. Trata-se de um movimento de saída “de si” e de encontro “com o outro”. É necessário, portanto, entender o processo de interação social como algo permanentemente conflituoso e compreender os fatores que o fazem ser assim. Isso tende a colocar em xeque forças diversas, às vezes antagônicas, bem como os próprios conceitos de direitos humanos, cidadania e inclusão, pois são conceitos que costumam ser interpretados sob uma ótica particular de determinado tipo de intervenção humana. Os processos normativos da distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes do modelo tradicional de educação escolar, só podem ser extirpados, ou pelo menos dirimidos, com posturas docentes que atendam e valorizem a diversidade humana na escola. Para tanto, um professor pode utilizar, por exemplo, recursos didáticos diversificados, que atendam as necessidades de todos e de cada um dos alunos, a fim de valorizar o respeito individual e o coletivo. Com relação àqueles que têm algum tipo de limitação, deficiência ou necessidade especial, o processo de inclusão escolar tem avançado no país, embora ainda haja muito por fazer. Historicamente, um dos maiores desafios para a plena inclusão social das pessoas com deficiência foi o acesso ao sistema regular de ensino, considerado insatisfatório até por muitos daqueles que não apresentam nenhuma necessidade especial. Durante longo tempo, foi predominante a ideia de que pessoas com alguma condição de deficiência deveriam frequentar apenas entidades especializadas e exclusivas para elas. Hoje, no entanto, não há 29
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dúvidas de que a convivência entre os diferentes, entre aqueles com e sem deficiência, é um processo positivo e benéfico para todos os envolvidos. O tema da inclusão ainda levanta muita polêmica no Brasil. Embora a garantia legal ainda não possibilite que a inclusão escolar aconteça de forma integral ou sem dificuldades, o país conta com farta legislação a respeito do tema, que garante a todas as crianças e a todos os adolescentes com deficiência o acesso às salas de aula comuns e criminaliza qualquer tentativa de negar a alunos com deficiência matrícula em escolas públicas e particulares (artigo 8º da Lei N º 7.853/89, artigo 208 da Constituição Federal e artigo 24 da Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência, só para mencionar alguns). Ainda existe resistência por parte de pais de alunos com deficiência que rejeitam a ideia de matricular seus filhos em escolas comuns, pois percebem e apontam as inúmeras debilidades do sistema regular de ensino. O professor deve ser o elemento-chave que instiga seus alunos e compartilha com eles as informações e a busca do conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas quanto aos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo indistintamente, por exemplo, o acesso às inovações tecnológicas, o debate, as discussões e a participação dos sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos não é, necessariamente, um dever do professor. Há outras formas de aferir o desempenho. Ademais, em nenhum trecho a questão faz referência à avaliação. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De fato, instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, e promover o acesso às inovações tecnológicas são desejáveis como tarefas do professor, tanto para seus alunos sem deficiência quanto para aqueles que tenham alguma necessidade especial. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Propor atividades extraescolares e evitar conflitos são ações que estão fora do âmbito de atuação do professor. IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A realização de práticas avaliativas não é assunto da questão nem dos documentos estudados para este tema. V – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Utilizar recursos didáticos diversificados, que busquem atender às necessidades de todos e de cada um dos alunos e que valorizem o respeito individual e o coletivo é algo correto, que deve permear a prática docente. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas 30
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AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. Campinas: Autores Associados, 1997.
BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
Questão 14. O trabalho é uma relação social fundamental dos homens com a Natureza, que leva à criação do indivíduo e da sociedade. Essa atividade do homem, em sua apropriação e transformação do mundo é, ao mesmo tempo, processo histórico e processo de humanização, desencadeados pela dupla relação dos homens com a Natureza e entre si. Tendo em vista o que se afirma no trecho acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O homem é mais que sua individualidade, é ator de mudança nas interações sociais. PORQUE II. A transformação permanente do homem, em seu contato com a Natureza e com os outros homens, gera a constante mudança da sociedade. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Professor: 1. Introdução teórica Homem, natureza e trabalho O homem é um ser que trabalha e produz o mundo e a si mesmo. O homem trabalha, em princípio, transformando a natureza, ao mesmo tempo em que também transforma a si mesmo, a sociedade e as relações interpessoais que estabelece. Satisfaz, assim, suas necessidades naturais e sociais. Historicamente, o trabalho é uma determinação das forças produtivas e, no modo de produção capitalista, existe uma relação de antagonismo entre classes sociais com interesses opostos, dominados e dominadores, oprimidos e opressores, operários e capitalistas. O trabalho, que permeia esse atendimento às necessidades mais básicas do homem, não pode ser realizado apenas com a posse sobre a matéria-prima ou alguma matéria já modificada pelo homem. O trabalho engloba os objetos para a realização do trabalho, as técnicas, os recursos etc. De acordo com Aranha e Martins (1993), “o trabalho, ao mesmo tempo que transforma a natureza, adaptando-a às necessidades humanas, altera o próprio homem, desenvolvendo suas faculdades. Isso significa que, pelo trabalho, o homem se autoproduz”. Pelo trabalho, o homem muda as maneiras pelas quais age sobre o mundo e altera sua maneira de perceber, de pensar e de sentir. 31
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Ainda de acordo com as autoras, temos o que segue. Por ser uma atividade relacional, o trabalho, além de desenvolver habilidades, permite que a convivência não só facilite a aprendizagem e o aperfeiçoamento dos instrumentos, mas também enriqueça a afetividade resultante do relacionamento humano: experimentando emoções de expectativa, desejo, prazer, medo, inveja, o homem aprende a conhecer a natureza, as pessoas e a si mesmo. O trabalho é a atividade humana por excelência, pela qual o homem intervém na natureza e em si mesmo. O trabalho é condição de transcendência e, portanto, é expressão da liberdade (ARANHA e MARTINS, 1993). O homem não pode, portanto, ser considerado apenas sob o prisma de sua individualidade, mas deve ser considerado um ser social que, como tal, é o ator de mudanças nas interações sociais. Isso se dá pelo fato de a transformação do homem ser permanente, uma vez que ele está em constante contato com a natureza e com os outros homens, transformando-os e deixando-se transformar por eles, o que representa uma ininterrupta mudança da sociedade. 2. Análise das asserções I – Asserção correta. JUSTIFICATIVA. O homem é também resultado das relações que estabelece com outros e com o ambiente em que vive e é agente nas transformações sociais.
II – Asserção correta. JUSTIFICATIVA. O trabalho do homem transforma a natureza e a sociedade. De acordo com Aranha e Arruda (1993), “o trabalho, ao mesmo tempo que transforma a natureza, adaptando-a às necessidades humanas, altera o próprio homem, desenvolvendo suas faculdades. Isso significa que, pelo trabalho, o homem se autoproduz”. Assim, as asserções I e II estão corretas e a asserção II justifica a I, pois o homem é ator social na medida em que produz trabalho. Alternativa correta: A. 3. Indicações bibliográficas
ALVES, G. O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. São Paulo: Boitempo, 2000.
ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M. H.P. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. VÁSQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Questão 15. Uma professora chega, cumprimenta seus alunos e pede que organizem as mesas e as cadeiras em roda, pois vão começar a aula discutindo uma notícia. Em primeiro lugar, a professora verifica se estão todos ali. Uma aluna diz que algumas pessoas chegarão atrasadas por causa da chuva forte que caiu, mais uma vez, à tarde. A professora, então, explica ao grupo que a notícia que trouxe é exatamente sobre as chuvas que têm castigado as pessoas da cidade. Ela começa por perguntar se, entre os alunos, há alguém que tenha sofrido com a chuva. Vários alunos passam a dar seus depoimentos, falando sobre problemas com o trânsito e com as enchentes. A partir daí, a professora convida os alunos a pensar sobre as causas das enchentes: falam de lixo, entupimento de bueiros e canalização de rios. No final da aula, ela lê a notícia que 32
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trouxe e pede que cada um escreva um pequeno texto comentando o que pode ser feito para diminuir o problema das enchentes. Disponível em . Acesso em 30 jul. 2014 (com adaptações). Pela descrição da aula da professora, infere-se que sua prática é condizente com a concepção de aprendizagem apresentada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Com base nas informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir. I. O tema apresentado pela professora faz parte dos conteúdos de Ciências, e as atividades propostas por ela estão restritas ao âmbito dessa disciplina. II. A prática da professora incorpora a compreensão de que o aluno é alguém que tem o que dizer e que a sala de aula é espaço de construção compartilhada de conhecimentos. III. A atividade proposta revela o compromisso da professora com o desenvolvimento de competências dos alunos, pois ela considera os conhecimentos prévios e os amplia. IV. A professora seleciona os conteúdos e as atividades, relacionando-os, em uma perspectiva interdisciplinar, às vivências a que os alunos são expostos em seu universo cultural. É correto apenas o que se afirma em A. I e II.
B. I e IV.
C. II e III.
D. I, III e IV.
E. II, III e IV.
Professor: 1. Introdução teórica Interdisciplinaridade Interdisciplinaridade é um conceito que serve para qualificar o procedimento pedagógico que é comum a duas ou mais disciplinas ou a mais de um ramo do conhecimento. Dito de um modo muito simplificado, interdisciplinaridade é o processo de ligação entre disciplinas. Na área pedagógica, um planejamento interdisciplinar se dá quando duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar conhecimentos e levar dinâmica ao ensino. A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas; ao contrário, a interdisciplinaridade as reforça e mantém sua individualidade. A interdisciplinaridade integra as disciplinas ou os diversos ramos do conhecimento a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre certa realidade, trabalhando todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados (BRASIL, 1999). No âmbito escolar, a interdisciplinaridade pode fazer parte de um grande projeto, entre dois ou mais professores, mas também pode ser a tarefa de um professor só. No caso de um professor de Química, por exemplo, é possível que ele resolva ensinar a composição de vários materiais de uso frequente dos pintores. Então, podem ser incluídas na atividade pesquisas a respeito de história da arte, dos pintores importantes e de suas nacionalidades, atividade que uniria Química, História, Geografia e Artes. Exemplo semelhante é o da professora que chegou à sala e, após cumprimentar seus alunos, começou a aula com a discussão de uma notícia. A partir da realidade dos alunos, começaram a dialogar sobre o problema dos atrasos dos alunos por causa das chuvas que castigam a cidade, a frequência dessas chuvas, os horários habituais das 33
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precipitações, as causas das enchentes como o descarte incorreto de lixo, que provoca o entupimento dos bueiros, a canalização de rios, que aumenta a impermeabilização do solo das cidades etc. Nessa atividade da professora em questão, os fundamentos nos quais a aula se baseia possibilitam entender que a interdisciplinaridade é muito mais do que uma simples integração de conteúdos e que a relação entre os conteúdos disciplinares é a base para um ensino mais engajado e atraente, no qual uma matéria auxilia a outra. Os alunos têm voz, o conhecimento é construído de maneira compartilhada, o que desenvolve competências nos alunos, que têm suas vivências compartilhadas e valorizadas em seu universo cultural.
2. Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O tema apresentado pela professora não faz parte apenas dos conteúdos de Ciências. As atividades propostas por ela são interdisciplinares, não estão restritas ao âmbito de uma única disciplina. O debate, a exposição de ideias e o pequeno texto produzido pelos alunos quanto ao que pode ser feito para diminuir o problema das enchentes podem ser trabalhados como atividades de Lí ngua Portuguesa, por exemplo.
II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A prática da professora abre espaço para que os alunos comentem suas próprias experiências e visões de mundo, o que revela a compreensão de que o aluno é alguém que tem o que dizer e que a sala de aula é espaço de construção compartilhada de conhecimentos.
III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A partir dos conhecimentos prévios dos alunos, a professora desenvolve o tema, ampliando a visão deles.
IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A professora não limitou o assunto a uma única disciplina ou à mera exposição de conteúdos. Ela selecionou os conteúdos e as atividades e os relacionou, sob o prisma da interdisciplinaridade, às vivências a que os alunos são expostos em seu universo cultural.
Alternativa correta: E.
3. Indicações bibliográficas
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Básico. Ministério da Educação. Brasília, 1999.
FAZENDA, I. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 4. ed. Campinas: Papirus, 1999. 34
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Questão 16. Sociedade brasileira – invisibilidade social
A dignidade morreu no horário de pico – María Martín
Vendedor de doces e balas nos superlotados trens do Rio de Janeiro, Adílio dos Santos, como o resto dos colegas de profissão, cruzava os trilhos para evitar que os fiscais apreendessem sua mercadoria. Até que um maquinista o atropelou na tarde desta terça-feira. Ele caiu entre os trilhos e, minutos depois, outro trem passou por cima de seu corpo por ordem da empresa que gerencia o serviço. O corpo de Adílio estava interrompendo o tráfego, a estação de Madureira estava lotada e 6.000 passageiros precisavam que o trecho fosse liberado para chegar às suas casas. Adílio dos Santos teve o azar de morrer no horário de pico. A morte e o tratamento dado ao corpo desse vendedor ambulante e ex-presidiário de 33 anos seria invisível não fossem os passageiros gravarem a cena com seus celulares. A SuperVia, companhia responsável pelos trens urbanos da região metropolitana do Rio, reconheceu que o centro de controle da empresa ordenou que o trem continuasse, em um “procedimento de exceção, sob absoluto controle”, devido ao tráfego intenso de trens com milhares de passageiros. A companhia afirma que Adílio já estava morto, mas a perícia ainda não havia chegado para atestá-lo. Horas depois, Eunice Feliciano, mãe de Adílio, assistia estarrecida à cena na televisão sem saber que aquele corpo pixelado na tela que sumia embaixo de um trem sob o comando de funcionários da estação, era do seu filho. “É uma coisa terrível, uma desumanidade, fizeram sinal para o trem vir, mas o que é isso?”, desabafou Eunice, de 61 anos, aos repórteres. “A gente já estava horrorizada com a situação e depois anunciam que era meu filho. Tem como?”, questiona, antes de as lágrimas cortarem sua fala. A empresa considerou que o trem tinha altura suficiente para ultrapassar o corpo sem atingi-lo e que a paralisação da linha criaria transtornos para toda a movimentação do horário, quando cerca de 200.000 pessoas viajam em todo o sistema ferroviário. “Passageiros retidos em trens parados tendem a descer irregularmente na linha, aumentando riscos de incidentes, como já ocorreu outras vezes”, justificou a SuperVia. O trem que passou por cima do corpo de Adílio liberou o espaço para desviar outras duas composições que aguardavam lotadas no mesmo trilho. Três trens dando marcha a ré era uma “manobra complicada”, diz a empresa. 35
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Apesar dos potenciais problemas que o corpo de Adílio poderia ter causado no sistema, os bombeiros o encontraram por coincidência. A empresa assegura que os acionou logo depois do acidente, mas o Corpo de Bombeiros nega. Eles foram chamados mais de duas horas após o atropelamento por uma ocorrência de trauma, não relacionada com a morte de Adílio, na mesma estação. “Durante o atendimento, a equipe foi informada pelos funcionários da SuperVia que havia um corpo na linha férrea, próximo ao local de atendimento à vítima de trauma. Um policial militar já estava no local aguardando perícia”, afirma a assessoria do Corpo de Bombeiros. A equipe, então, constatou o óbito e continuou o atendimento do caso para o qual foi chamada até que os bombeiros foram acionados de novo, agora para retirar o cadáver. O corpo de Adílio deixou a linha do trem por volta das 20h, três horas depois do atropelamento. O Governo do Rio pediu punição para os culpados. O secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, disse que os responsáveis devem ser identificados. “O que aconteceu em Madureira é um absurdo, uma situação que não pode acontecer em hipótese nenhuma. Foi um desrespeito, uma desumanidade você autorizar um trem passar por uma via que está interrompida por um corpo de uma pessoa morta”, disse Osório. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil qualificou o episódio como uma “barbaridade” e a Agetransp, agência reguladora que fiscaliza os transportes no Rio de Janeiro, abriu uma investigação para apurar as responsabilidades. A família de Adílio não tinha condições de pagar o funeral. O vendedor foi enterrado nesta sexta-feira com o dinheiro da SuperVia.
Com base na leitura, analise as afirmativas. I.
A charge e a reportagem revelam a insensibilidade frente à morte de pessoas que são consideradas invisíveis pela sociedade.
II.
A charge e a reportagem denunciam situações de descaso em relação aos indivíduos socialmente menos favorecidos.
III.
A charge e a reportagem defendem que o interesse coletivo deve prevalecer sobre os problemas individuais. Está correto o que se afirma em: a)
I e II somente.
b)
II somente.
c)
I e III somente.
d)
II e III somente.
e)
I, II e III.
Professor I. Incorreta: a charge não faz referência à morte. II. Correta: a charge e a reportagem revelam situações em que indivíduos economicamente pouco favorecidos são tratados como invisíveis. 36
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III. Incorreta: o objetivo da charge e da reportagem é denunciar a invisibilidade de certas pessoas, e não defender que os interesses coletivos devem prevalecer sobre os individuais. Alternativa correta: B. Questão 17: Educação – ensino e política
Com base na leitura, analise as afirmativas. I.
A charge aponta os alunos que não estudam e depredam a escola como os responsáveis pela má qualidade do ensino brasileiro.
II.
O pronome “eles” refere-se aos políticos e o pronome “tu” refere-se aos alunos displicentes.
III.
A charge estabelece uma relação entre a má qualidade da educação brasileira e a escolha de políticos.
IV.
Os elementos visuais da charge remetem ao universo da escola, e a estrutura do texto simula uma aula de estudo dos verbos. É correto o que se afirma apenas em: a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) III e IV. Professor: 37
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I.
Incorreta: a charge menciona a falta de investimento em educação como responsável pela má qualidade do ensino brasileiro.
II.
Incorreta: o pronome “eles” refere-se aos políticos que se elegerão, o pronome “eu” refere-se aos alunos que não terão boa educação e o pronome “tu” refere-se aos pais, que também sofrerão com a situação.
III.
Correta: a charge aponta que “eles” não investem em educação e “eles” se elegem.
IV.
Correta: a disposição do texto em blocos com os tempos verbais (pretérito, presente e futuro), com os pronomes pessoais do caso reto e com as conjugações remete a uma aula, o que se confirma com a presença de folha de caderno como cenário e de um aluno em uma carteira escolar. Alternativa correta: E. Questão 18: Movimentos migratórios – xenofobia
A relação dos europeus com os náufragos nas suas costas expressa, da forma mais radical, a concepção predominante no Velho Continente, conforme o antigo adágio: civilização ou barbárie. A preocupação dos governos europeus é apenas a proteção do seu território, para que episódios dramáticos, como os que vêm acontecendo há tempos e se agudizando nas últimas semanas, deixem de ocorrer ou diminuam. Não há nenhuma posição em relação às causas da imigração. É de tal forma escandalosa a postura europeia, que nenhum governo ou instância africana participa das reuniões que buscam soluções para os problemas. As únicas referências a governos africanos são ao Marrocos e à Tunísia, buscando apoiar ações que permitam dificultar a saída de embarcações – já que a Líbia, que antes funcionava como contenção para essa saída, agora nem sequer um Estado tem.
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O que significa que os governos europeus nem cogitam atacar a raiz dos problemas, os que geram a imigração maciça para a Europa desde a África. As condições econômicas e sociais dos países africanos estão inquestionavelmente na origem do problema. E essas condições, por sua vez, têm raízes históricas diretamente vinculadas à Europa. A África foi não somente explorada profunda e extensamente nos seus recursos naturais pelas potências colonizadoras europeias, como foi vítima do mais brutal dos crimes – a escravidão. Milhões e milhões de africanos foram arrancados do seu mundo para serem transferidos para um continente alheio, para trabalhar como raça inferior, produzindo riquezas para a elite branca europeia. A África foi colonizada até poucas décadas atrás e, mesmo com a independência, não mudou sua situação econômica e social, porque seguiu sendo explorada nos seus recursos naturais. A imigração de africanos para um dos continentes mais ricos do mundo – em grande medida por ter sido colonizador e escravizador – é um fenômeno que ocorre já há algumas décadas. Porém, pelo menos uma parte desses trabalhadores imigrantes eram absorvidos, porque eram funcionais a um mercado de trabalho que necessita de mão de obra de pouca qualificação, para funções secundárias. Quando veio a crise econômica, que atinge frontalmente a Europa, em 2008 e ainda sem prazo para acabar, a África foi prejudicada de várias maneiras. Por um lado, a retração europeia foi exportada para os países africanos pela diminuição da demanda dos seus produtos e pela retração nos investimentos. E, por outro, especialmente em alguns deles, pela diminuição brusca do turismo, que em alguns países é um fator essencial para o emprego e a economia no seu conjunto. Nestes anos de crise, as tentativas desesperadas dos africanos de chegar à Europa se intensificaram, enquanto o desemprego e a expulsão de trabalhadores imigrantes nos países europeus aumentaram a crise. Como resultado dessa combinação de fatores, a quantidade de tentativas de chegada à Europa e o número de pessoas envolvidas nelas aumentaram exponencialmente.
Questão 18: Pergunta I.A charge e o texto propõem ações que solucionam as causas da imigração de africanos para o continente europeu. II.A crise econômica na Europa tem impulsionado movimentos xenófobos, que se opõem à entrada de imigrantes em países desse continente. III.O esgotamento dos recursos naturais dos países africanos é a principal causa do movimento migratório dos africanos em direção aos continentes americano e europeu. Assinale a alternativa certa: a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. d) Apenas a afirmativa II está correta. e) Nenhuma afirmativa está correta. Professor: I.Incorreta: a charge mostra a reação hostil dos europeus à entrada dos imigrantes, e não ações que solucionem as causas da imigração. E o texto critica a postura dos países europeus ao não olharem para as causas da imigração. II.Correta: são muitos os casos de agressão e hostilidade aos imigrantes praticados por europeus xenófobos. 39
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III.Incorreta: o texto aponta como causa da imigração os séculos de exploração, por parte dos europeus, principalmente, que o continente africano sofreu, e não o esgotamento de seus recursos naturais. Alternativa correta: D. Questão 19: Direitos humanos – literatura e arte ... sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven? Apesar das boas intenções no outro setor, talvez isto não lhes passe pela cabeça. E não por mal, mas somente porque quando arrolam os seus direitos não estendem todos eles ao semelhante. Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos humanos. I.As pessoas que reconhecem os direitos humanos à saúde, à moradia e à alimentação também estendem aos mais pobres o direito à arte. PORQUE II.O reconhecimento de que os bens indispensáveis para nós são também necessários aos outros é fundamental para a discussão dos direitos humanos. Assim: a) As asserções I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) As asserções I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c) A asserção I é falsa e a II é verdadeira. d) A asserção I é verdadeira e a II é falsa. e) As asserções I e II são falsas. Professor: I. Asserção falsa: o autor afirma que mesmo pessoas que reconhecem os direitos humanos à saúde, à educação e à moradia não veem como necessidade básica o acesso à arte e à literatura. II. Asserção verdadeira: de acordo com o texto, reconhecer que nossas necessidades não são maiores e nem mais urgentes do que as dos outros é pressuposto básico para a discussão dos direitos humanos. Alternativa correta: C. A asserção I é falsa e a II é verdadeira. Questão 20: Saúde – vida moderna e obesidade Reclama pro bispo – Dráuzio Varella Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 51% dos adultos (eram 43%, em 2006). São classificados como obesos 17% (eram 11%, em 2006). O futuro não parece promissor: 1/3 das crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso. Nessa toada, daqui a pouco, empataremos com os norte-americanos. Lá, 3 em cada 4 adultos carregam sobrepeso. Mais de 30% da população caem na faixa da obesidade. 40
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Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido numa equação singela: quem ingere mais calorias do que gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece. Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida moderna, a publicidade, a disponibilidade e o baixo custo de alimentos altamente calóricos conspiram a favor da disseminação da epidemia, mas jogar em fatores ambientais a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai ajudá-lo a evitar as complicações da obesidade (...) O corpo humano é uma máquina construída para o movimento. Se você precisa ou faz questão de passar o dia sentado, a liberdade à mesa fica comprometida. Se no seu dia não sobra um minuto para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando de levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo. Enquanto não dá um jeito nessa vida miserável, aumente a atividade física no local em que estiver: ... suba escada, fale ao telefone dando volta na mesa, alongue os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a passos de lesma. No começo, vão achar que você perdeu o juízo, mas o povo se acostuma. Sejamos claros: a medicina não sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou as cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, quase nada temos a oferecer. Se os médicos não dispõem da pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência é individual. É cada um por si e Deus por ninguém, porque gula é um dos pecados capitais.
I. De acordo com o texto, apenas 25% dos adultos norte-americanos não apresentam excesso de peso. II. A crítica da charge direciona-se às informações falsas que circulam na internet e ao efeito que elas geram nas pessoas. III. De acordo com o texto, a obesidade é provocada tanto por alimentação inadequada quanto por falta de atividade física. IV. O título do texto indica a necessidade de que as instituições educacionais e religiosas adotem medidas para conscientizar as pessoas de que o cuidado com o corpo é importante. V. A charge direciona seu foco para o problema da obesidade infantil, que, de acordo com o texto, já atinge mais de 30% de todas as crianças no Brasil. VI. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta: a) I, II e III. b) I, II e V. 41