Resumo.
A construção construção histórica histórica das ciências ciências sociais, do século século XVIII até 1945 1945 As ciências sociais sociais constituíram um empreendimento empreendimento do mundo moderno moderno As As suas raí!es mer"ulham na tentati#a $% de desen#ol#er um sa&er sistem'tico e secular acerca da realidade, (ue de al"um modo possa ser empiricamente #alidado A esse sa&er chamou)se scientia, uma pala#ra (ue si"ni*ica#a simplesmente conhecimento p 14 A chamada chamada #isão cl'ssica da ciência ciência $% *oi eri"ida so&re duas premissas premissas +ma delas delas *oi o modelo netoniano, se"undo o (ual e-iste uma simetria entre o passado e o *uturo $% A se"unda premissa *oi o dualismo cartesiano $% p 15 A ciência ciência passaria passaria a ser de*inida de*inida como a &usca &usca de leis uni#ersais uni#ersais da nature!a nature!a (ue se manti#essem #erdadeiras para além das &arreiras de espaço e tempo p 15 $% a morada do nosso #i#er presente e passado passou a assemelhar)se menos a um lar e mais a uma rampa de lançamento, lu"ar a partir do (ual nós, en(uanto homens $% de ciência, *omos capa!es de pairar pelo espaço, posicionando)nos como senhores de uma unidade cada #e! mais cósmica p 1. As ciências da da nature!a, tais como como *oram construídas construídas no decurso decurso dos séculos séculos XVII e XVIII, XVIII, pro#ieram primordialmente do estudo da mec/nica celeste p 1. $% por #olta do início do século XIX (ue o triun*o da ciência se iria *irmar do ponto de #ista lin"uístico 0 termo ciência $%, passou, então, a ser associado primordialmente primordialmente $% s ciências da nature!a p 1.)19 $0 2stado moderno sentia a necessidade de possuir um conhecimento mais e-ato, delimitando suas de*iniç3es de*iniç3es e *ronteiras% oi neste conte-to (ue a uni#ersidade $% *oi re#itali!ada $% tornando)se o lu"ar institucional pre*erencial para a criação de conhecimento conhecimen to p 6 7eria, en*im, na *aculdade de iloso*ia $% (ue os praticantes tanto das artes como das ciências naturais iriam penetrar para aí edi*icarem as suas m8ltiplas estruturas disciplinares autnomas p 6)1 A história história intelectual intelectual do século XIX é marcada, marcada, antes de tudo, tudo, por este processo processo de disciplinari!ação e pro*issionali!ação do conhecimento, o (ue si"ni*ica di!er, pela criação de estruturas institucionais permanentes destinadas, simultaneamente, simultaneamente, a produ!ir um no#o conhecimento e a reprodu!ir os produtores desse conhecimento p 1 As ciências naturais naturais não tinham tinham *icado espera espera da re#itali!ação re#itali!ação da da uni#ersidade uni#ersidade para "erarem uma #ida institucional autnoma A ra!ão por (ue puderam atuar mais cedo *oi por(ue conse"uiram an"ariar apoio social e político a troco da promessa de produ!irem resultados pr'ticos tradu!idos tradu!idos numa utilidade imediata imediata p 1 $% as uni#ersidades passaram a ser o espaço pri#ile"iado da permanente tensão entre as artes :humanidades; :humanidades; e as ciências $% p $al"uns estudiosos% #oltaram)se para a *ísica netoniana, tornando)a como modelo a se"uir p < 0utros $% #oltaram)se para a criação das narrati#as históricas nacionais $% p <
=ara >omte, a *ísica social iria permitir a reconciliação da ordem e do pro"resso ao entre"ar a solução dos pro&lemas sociais a um ?n8mero redu!ido de inteli"ências de elite? dotadas do ní#el de instrução ade(uado p @ A ciência positi#a #isa#a a li&ertação total relati#amente teolo"ia e meta*ísica, &em como a todos os demais modos de ?e-plicação? da realidade p >omteB ciência positi#a Cohn DillB ciência e-ata =ara o seu in#entor, >omte, a sociolo"ia ha#eria de ser a rainha das ciências, uma ciência social inte"rada e uni*icada e caracteri!ada pelo ?positi#ismo? p <5 Ea#ia os po#os (ue #i#iam em "rupos relati#amente pe(uenos, sem um sistema de re"istros escritos, desinseridos de (ual(uer sistema reli"ioso "eo"ra*icamente amplo, e militarmente dé&eis em relação tecnolo"ia européia Fecorreu)se então a di#ersos termos "enéricos para desi"nar tais po#osB em in"lês, eram normalmente apelidados de ?tri&os? p < 0 enrai!amento dos antropólo"os nas estruturas da uni#ersidade *oi o *ator (ue mais pesou para (ue estes manti#essem a pr'tica da etno"ra*ia dentro das premissas normati#as da ciência p <9 2-plica#a)se a ci#ili!ação da Anti"uidade como tendo sido a *ase inicial de um desen#ol#imento histórico uno e contínuo, (ue teria culminado com a moderna ci#ili!ação ?ocidental? p 41 $% os estudos orientais o*erecem total resistência modernidade, mantendo)se, de um modo "eral, mar"em do ethos cientí*ico 0s 0rientalistas $% preencheram um importante nicho nas ciências sociais, dado (ue durante muito tempo os estudiosos do 0riente *oram praticamente os 8nicos (ue na uni#ersidade se dedicaram in#esti"ação das realidades sociais relati#as >hina, Gndia ou =érsia p 4< $% durante o período anterior a 1945 a "eo"ra*ia *oi a 8nica disciplina (ue se es*orçou de *orma consciente por ter uma pr'tica #erdadeiramente mundial (uanto ao seu o&Heto de estudo p 44 $% na pr'tica as ciências sociais &asea#am)se numa #isão especí*ica ) ainda (ue não assumida ) da especialidade 0 conHunto de estruturas espaciais (ue, no pressuposto dos cientistas sociais, presidiam or"ani!ação da #ida das pessoas eram os territórios so&eranos (ue coleti#amente de*iniam o mapa político mundial p 45 $% as ciências sociais terão sido um produto mais ou menos direto dos 2stados $% p 45 A seculari!ação do conhecimento promo#ida pelo Iluminismo *oi con*irmada pela teoria e#olucionista, e as teses de arin alastraram muito para além das suas ori"ens &ioló"icas 2m&ora a metodolo"ia das ciências sociais *osse dominada pelo paradi"ma da *ísica netoniana, a &iolo"ia dariniana te#e uma in*luência &astante "rande nas teorias do social "raças a essa metaconstrução irre#ersi#elmente apelati#a (ue da#a pelo nome de e#olução, com a sua enorme ên*ase no conceito de so&re#i#ência do mais apto p 4. 0s "randes de&ates no interior das ciências sociais, de 1945 até o presente
Após 1945, três desen#ol#imentos #ieram a*etar pro*undamente a estrutura das ciências sociais montada ai lon"o dos cem anos precedentes 0 primeiro *oi a mudança #eri*icada na estrutura política mundial p 55 0 se"undo *oi o *ato de, nos #inte e cinco anos (ue se se"uiram a 1945, o mundo ter conhecido a sua maior e-pansão de sempre tanto no respeitante capacidade produti#a como no (ue se re*ere população p 5@ 0 terceiro desses desen#ol#imentos *oi a su&se(uente e e-traordin'ria e-pansão, (uantitati#a e "eo"r'*ica, do sistema uni#ersit'rio no ní#el mundial p 5@ A utili!ação de conceitos analíticos e de a&orda"ens teóricas *oi, em si mesma, uma maneira de e-primir a oposição ao paradi"ma ?historicista? #i"ente $% p @ Jos anos @6, a crítica ausência da perspecti#a historicista encontrou um eco crescente entre os cientistas sociais mais Ho#ens, (ue então se #oltaram cada #e! mais para a crítica social p @9)6 Assistiu)se a uma con#er"ência dos escritos dos cientistas sociais de orientação histórica :ou historici!ante; com os dos historiadores ?estruturalistas? $% p 6 As m8ltiplas so&reposiç3es entre disciplinas ti#eram uma dupla conse(uência Jão só se tornou cada #e! mais complicado achar linhas de di*erenciação nítidas entre elas $% como tam&ém sucedeu (ue cada uma das disciplinas se tornou cada #e! mais hetero"ênea, de#ido ao alar"amento das &ali!as dos tópicos de in#esti"ação considerados aceit'#eis p < $% a estrutura teórica das ciências sociais $% tem so*rido a incrustação de certos pressupostos, e em muitos casos de preconceitos ou de raciocínios apriorísticos, despro#idos de (ual(uer Husti*icação teórica ou empírica, os (uais de#eriam ser elucidados, analisados e su&stituídos por premissas mais Husti*ic'#eis p .4 0 uni#ersalismo *oi acusado de ser uma *orma dis*arçada de particularismo $% 0 pro&lema é (ue a(ueles (ue detêm o poder social têm uma tendência natural para considerar uni#ersal a situação #i"ente, uma #e! (ue ela os &ene*icie p . 0 *ato de e-istirem #is3es particularistas competindo entre si para determinar o (ue é uni#ersal o&ri"a)nos a le#ar a sério as (uest3es relati#as neutralidade do estudioso p .).. 0 tra!er as metalin"ua"ens para primeiro plano e o su&metê)lo a uma racionalidade crítica pode ser a 8nica maneira (ue temos de poder escolher a nossa com&inação do uni#ersal e do particular en(uanto o&Hetos, o&Heti#os e lin"ua"ens p .. epois dos anos @6 ocorreram dois desen#ol#imentos notórios nas estruturas do sa&er 2m&ora pro#indos de e-tremos opostos das di#is3es do sa&er uni#ersit'rias, am&os #ieram pr em causa a realidade e a #alidade da distinção entre as ?duas culturas? 0 mal) estar (ue de h' muito *er#ilha#a nas ciências naturais relati#amente aos pressupostos netonianos $% aca&ou, *inalmente, por e-plodir $% p 96 $% a causa mais importante ter' residido na crescente incapacidade das teorias cientí*icas mais anti"as para *ornecer soluç3es plausí#eis para as di*iculdades encontradas pelos cientistas medida (ue se *oram a&alançando resolução de pro&lemas relacionados com *enmenos cada #e! mais comple-os p p 91
$% as ciências naturais começaram a parecer)se mais com a(uilo (ue tinha sido desdenhosamente apelidado de ciências sociais moles :so*t; do (ue as apre"oadas ciências sociais duras :hard; p 91 A #isão cartesiana da ciência cl'ssica ha#ia descrito o mundo como um automaton, determinista e totalmente passí#el de ser descrito so& a *orma de leis causais, ou ?leis da nature!a? p 9 $% o crescimento dos estudos culturais te#e so&re as ciências sociais um impacto (ue de al"um modo *oi an'lo"o aos no#os desen#ol#imentos ocorridos na 'rea da ciência p 99 Kue tipo de ciências sociais nos ca&e, hoHe, construirL 2-iste um terceiro ní#el de reestruturação possí#el M (ue o pro&lema não reside na (uestão das *ronteiras interdepartamentais no interior das *aculdades, nem na (uestão das *ronteiras entre *aculdades no interior das uni#ersidades =arte da reestruturação ocorrida no século XIX implicou a reno#ação da própria uni#ersidade en(uanto lu"ar por e-celência da criação e reprodução do sa&er p 16 Noda a medição altera a realidade na tentati#a mesma de a medir Noda a conceituali!ação assenta em #ínculos *ilosó*icos p 116 A uni#ersidade não pode continuar a por)se mar"em num mundo em (ue, uma #e! e-cluída a certe!a, a *unção do intelectual est' necessariamente em #ias de mudança e a ideia do cientista neutro é *ortemente posta em causa $% p 114 0 conceito de desen#ol#imento $% começou por re*erir, antes de mais nada, o desen#ol#imento de cada 2stado isoladamente, tomado como entidade sin"ular p 11 0 mínimo (ue podemos e-i"ir dos cientistas sociais é (ue tenham consciência do alcance conceitual das desi"naç3es (ue utili!am p 1 $% as ciências sociais *oram a tentati#a de desen#ol#er, no mundo moderno, ?um sa&er sistem'tico e secular acerca da realidade, (ue de al"um modo possa ser empiricamente #alidado? p 1. >onsideramos (ue empurrar as ciências sociais para o com&ate *ra"mentação do sa&er e(ui#ale a empurr')las na direção de um si"ni*icati#o "rau de o&Heti#idade p 1<1 $% o *ato de o conhecimento ser socialmente construído si"ni*ica tam&ém (ue é socialmente possí#el ha#er um conhecimento mais #'lido 0 reconhecer)se as &ases sociais do conhecimento em nada contradi! o conceito de o&Heti#idade p 1< Resumo.
A construção histórica das ciências sociais, do século XVIII até 1945 As ciências sociais constituíram um empreendimento do mundo moderno As suas raí!es mer"ulham na tentati#a $% de desen#ol#er um sa&er sistem'tico e secular acerca da realidade, (ue de al"um modo possa ser empiricamente #alidado A esse sa&er chamou)se scientia, uma pala#ra (ue si"ni*ica#a simplesmente conhecimento p 14 A chamada #isão cl'ssica da ciência $% *oi eri"ida so&re duas premissas +ma delas *oi o
modelo netoniano, se"undo o (ual e-iste uma simetria entre o passado e o *uturo $% A se"unda premissa *oi o dualismo cartesiano $% p 15 A ciência passaria a ser de*inida como a &usca de leis uni#ersais da nature!a (ue se manti#essem #erdadeiras para além das &arreiras de espaço e tempo p 15 $% a morada do nosso #i#er presente e passado passou a assemelhar)se menos a um lar e mais a uma rampa de lançamento, lu"ar a partir do (ual nós, en(uanto homens $% de ciência, *omos capa!es de pairar pelo espaço, posicionando)nos como senhores de uma unidade cada #e! mais cósmica p 1. As ciências da nature!a, tais como *oram construídas no decurso dos séculos XVII e XVIII, pro#ieram primordialmente do estudo da mec/nica celeste p 1. $% por #olta do início do século XIX (ue o triun*o da ciência se iria *irmar do ponto de #ista lin"uístico 0 termo ciência $%, passou, então, a ser associado primordialmente $% s ciências da nature!a p 1.)19 $0 2stado moderno sentia a necessidade de possuir um conhecimento mais e-ato, delimitando suas de*iniç3es e *ronteiras% oi neste conte-to (ue a uni#ersidade $% *oi re#itali!ada $% tornando)se o lu"ar institucional pre*erencial para a criação de conhecimento p 6 7eria, en*im, na *aculdade de iloso*ia $% (ue os praticantes tanto das artes como das ciências naturais iriam penetrar para aí edi*icarem as suas m8ltiplas estruturas disciplinares autnomas p 6)1 A história intelectual do século XIX é marcada, antes de tudo, por este processo de disciplinari!ação e pro*issionali!ação do conhecimento, o (ue si"ni*ica di!er, pela criação de estruturas institucionais permanentes destinadas, simultaneamente, a produ!ir um no#o conhecimento e a reprodu!ir os produtores desse conhecimento p 1 As ciências naturais não tinham *icado espera da re#itali!ação da uni#ersidade para "erarem uma #ida institucional autnoma A ra!ão por (ue puderam atuar mais cedo *oi por(ue conse"uiram an"ariar apoio social e político a troco da promessa de produ!irem resultados pr'ticos tradu!idos numa utilidade imediata p 1 $% as uni#ersidades passaram a ser o espaço pri#ile"iado da permanente tensão entre as artes :humanidades; e as ciências $% p $al"uns estudiosos% #oltaram)se para a *ísica netoniana, tornando)a como modelo a se"uir p < 0utros $% #oltaram)se para a criação das narrati#as históricas nacionais $% p < =ara >omte, a *ísica social iria permitir a reconciliação da ordem e do pro"resso ao entre"ar a solução dos pro&lemas sociais a um ?n8mero redu!ido de inteli"ências de elite? dotadas do ní#el de instrução ade(uado p @ A ciência positi#a #isa#a a li&ertação total relati#amente teolo"ia e meta*ísica, &em como a todos os demais modos de ?e-plicação? da realidade p >omteB ciência positi#a Cohn DillB ciência e-ata
=ara o seu in#entor, >omte, a sociolo"ia ha#eria de ser a rainha das ciências, uma ciência social inte"rada e uni*icada e caracteri!ada pelo ?positi#ismo? p <5 Ea#ia os po#os (ue #i#iam em "rupos relati#amente pe(uenos, sem um sistema de re"istros escritos, desinseridos de (ual(uer sistema reli"ioso "eo"ra*icamente amplo, e militarmente dé&eis em relação tecnolo"ia européia Fecorreu)se então a di#ersos termos "enéricos para desi"nar tais po#osB em in"lês, eram normalmente apelidados de ?tri&os? p < 0 enrai!amento dos antropólo"os nas estruturas da uni#ersidade *oi o *ator (ue mais pesou para (ue estes manti#essem a pr'tica da etno"ra*ia dentro das premissas normati#as da ciência p <9 2-plica#a)se a ci#ili!ação da Anti"uidade como tendo sido a *ase inicial de um desen#ol#imento histórico uno e contínuo, (ue teria culminado com a moderna ci#ili!ação ?ocidental? p 41 $% os estudos orientais o*erecem total resistência modernidade, mantendo)se, de um modo "eral, mar"em do ethos cientí*ico 0s 0rientalistas $% preencheram um importante nicho nas ciências sociais, dado (ue durante muito tempo os estudiosos do 0riente *oram praticamente os 8nicos (ue na uni#ersidade se dedicaram in#esti"ação das realidades sociais relati#as >hina, Gndia ou =érsia p 4< $% durante o período anterior a 1945 a "eo"ra*ia *oi a 8nica disciplina (ue se es*orçou de *orma consciente por ter uma pr'tica #erdadeiramente mundial (uanto ao seu o&Heto de estudo p 44 $% na pr'tica as ciências sociais &asea#am)se numa #isão especí*ica ) ainda (ue não assumida ) da especialidade 0 conHunto de estruturas espaciais (ue, no pressuposto dos cientistas sociais, presidiam or"ani!ação da #ida das pessoas eram os territórios so&eranos (ue coleti#amente de*iniam o mapa político mundial p 45 $% as ciências sociais terão sido um produto mais ou menos direto dos 2stados $% p 45 A seculari!ação do conhecimento promo#ida pelo Iluminismo *oi con*irmada pela teoria e#olucionista, e as teses de arin alastraram muito para além das suas ori"ens &ioló"icas 2m&ora a metodolo"ia das ciências sociais *osse dominada pelo paradi"ma da *ísica netoniana, a &iolo"ia dariniana te#e uma in*luência &astante "rande nas teorias do social "raças a essa metaconstrução irre#ersi#elmente apelati#a (ue da#a pelo nome de e#olução, com a sua enorme ên*ase no conceito de so&re#i#ência do mais apto p 4. 0s "randes de&ates no interior das ciências sociais, de 1945 até o presente Após 1945, três desen#ol#imentos #ieram a*etar pro*undamente a estrutura das ciências sociais montada ai lon"o dos cem anos precedentes 0 primeiro *oi a mudança #eri*icada na estrutura política mundial p 55 0 se"undo *oi o *ato de, nos #inte e cinco anos (ue se se"uiram a 1945, o mundo ter conhecido a sua maior e-pansão de sempre tanto no respeitante capacidade produti#a como no (ue se re*ere população p 5@ 0 terceiro desses desen#ol#imentos *oi a su&se(uente e e-traordin'ria e-pansão,
(uantitati#a e "eo"r'*ica, do sistema uni#ersit'rio no ní#el mundial p 5@ A utili!ação de conceitos analíticos e de a&orda"ens teóricas *oi, em si mesma, uma maneira de e-primir a oposição ao paradi"ma ?historicista? #i"ente $% p @ Jos anos @6, a crítica ausência da perspecti#a historicista encontrou um eco crescente entre os cientistas sociais mais Ho#ens, (ue então se #oltaram cada #e! mais para a crítica social p @9)6 Assistiu)se a uma con#er"ência dos escritos dos cientistas sociais de orientação histórica :ou historici!ante; com os dos historiadores ?estruturalistas? $% p 6 As m8ltiplas so&reposiç3es entre disciplinas ti#eram uma dupla conse(uência Jão só se tornou cada #e! mais complicado achar linhas de di*erenciação nítidas entre elas $% como tam&ém sucedeu (ue cada uma das disciplinas se tornou cada #e! mais hetero"ênea, de#ido ao alar"amento das &ali!as dos tópicos de in#esti"ação considerados aceit'#eis p < $% a estrutura teórica das ciências sociais $% tem so*rido a incrustação de certos pressupostos, e em muitos casos de preconceitos ou de raciocínios apriorísticos, despro#idos de (ual(uer Husti*icação teórica ou empírica, os (uais de#eriam ser elucidados, analisados e su&stituídos por premissas mais Husti*ic'#eis p .4 0 uni#ersalismo *oi acusado de ser uma *orma dis*arçada de particularismo $% 0 pro&lema é (ue a(ueles (ue detêm o poder social têm uma tendência natural para considerar uni#ersal a situação #i"ente, uma #e! (ue ela os &ene*icie p . 0 *ato de e-istirem #is3es particularistas competindo entre si para determinar o (ue é uni#ersal o&ri"a)nos a le#ar a sério as (uest3es relati#as neutralidade do estudioso p .).. 0 tra!er as metalin"ua"ens para primeiro plano e o su&metê)lo a uma racionalidade crítica pode ser a 8nica maneira (ue temos de poder escolher a nossa com&inação do uni#ersal e do particular en(uanto o&Hetos, o&Heti#os e lin"ua"ens p .. epois dos anos @6 ocorreram dois desen#ol#imentos notórios nas estruturas do sa&er 2m&ora pro#indos de e-tremos opostos das di#is3es do sa&er uni#ersit'rias, am&os #ieram pr em causa a realidade e a #alidade da distinção entre as ?duas culturas? 0 mal) estar (ue de h' muito *er#ilha#a nas ciências naturais relati#amente aos pressupostos netonianos $% aca&ou, *inalmente, por e-plodir $% p 96 $% a causa mais importante ter' residido na crescente incapacidade das teorias cientí*icas mais anti"as para *ornecer soluç3es plausí#eis para as di*iculdades encontradas pelos cientistas medida (ue se *oram a&alançando resolução de pro&lemas relacionados com *enmenos cada #e! mais comple-os p p 91 $% as ciências naturais começaram a parecer)se mais com a(uilo (ue tinha sido desdenhosamente apelidado de ciências sociais moles :so*t; do (ue as apre"oadas ciências sociais duras :hard; p 91 A #isão cartesiana da ciência cl'ssica ha#ia descrito o mundo como um automaton, determinista e totalmente passí#el de ser descrito so& a *orma de leis causais, ou ?leis da nature!a? p 9
$% o crescimento dos estudos culturais te#e so&re as ciências sociais um impacto (ue de al"um modo *oi an'lo"o aos no#os desen#ol#imentos ocorridos na 'rea da ciência p 99 Kue tipo de ciências sociais nos ca&e, hoHe, construirL 2-iste um terceiro ní#el de reestruturação possí#el M (ue o pro&lema não reside na (uestão das *ronteiras interdepartamentais no interior das *aculdades, nem na (uestão das *ronteiras entre *aculdades no interior das uni#ersidades =arte da reestruturação ocorrida no século XIX implicou a reno#ação da própria uni#ersidade en(uanto lu"ar por e-celência da criação e reprodução do sa&er p 16 Noda a medição altera a realidade na tentati#a mesma de a medir Noda a conceituali!ação assenta em #ínculos *ilosó*icos p 116 A uni#ersidade não pode continuar a por)se mar"em num mundo em (ue, uma #e! e-cluída a certe!a, a *unção do intelectual est' necessariamente em #ias de mudança e a ideia do cientista neutro é *ortemente posta em causa $% p 114 0 conceito de desen#ol#imento $% começou por re*erir, antes de mais nada, o desen#ol#imento de cada 2stado isoladamente, tomado como entidade sin"ular p 11 0 mínimo (ue podemos e-i"ir dos cientistas sociais é (ue tenham consciência do alcance conceitual das desi"naç3es (ue utili!am p 1 $% as ciências sociais *oram a tentati#a de desen#ol#er, no mundo moderno, ?um sa&er sistem'tico e secular acerca da realidade, (ue de al"um modo possa ser empiricamente #alidado? p 1. >onsideramos (ue empurrar as ciências sociais para o com&ate *ra"mentação do sa&er e(ui#ale a empurr')las na direção de um si"ni*icati#o "rau de o&Heti#idade p 1<1 $% o *ato de o conhecimento ser socialmente construído si"ni*ica tam&ém (ue é socialmente possí#el ha#er um conhecimento mais #'lido 0 reconhecer)se as &ases sociais do conhecimento em nada contradi! o conceito de o&Heti#idade p 1< As disciplinas desempenham uma determinada *unçãoB a *unção de disciplinar as mentes e de canali!ar a ener"ia utili!ada na ati#idade intelectual e de in#esti"ação p 1<4 A classi*icação das ciências sociais *oi eri"ida em redor de duas antinomias (ue dei-aram de concitar o #asto apoio de (ue H' des*ruta#amB a antinomia entre passado e presente e a antinomia entre disciplinas idio"r'*icas e nomotéticas p1<4)1<5e de canali!ar a ener"ia utili!ada na ati#idade intelectual e de in#esti"ação p 1<4 A classi*icação das ciências sociais *oi eri"ida em redor de duas antinomias (ue dei-aram de concitar o #asto apoio de (ue H' des*ruta#amB a antinomia entre passado e presente e a antinomia entre disciplinas idio"r'*icas e nomotéticas p1<4)1<5