FARMACOLOGIA MÓDULO II
GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ Secretaria Estadual de Educação e Cultura Superintendência de Ensino Núcleo de Gestor do PRONATEC/PI
CURSO: TÉCNICO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: FARMACOLOGIA CARGA HORÁRIA: 40 HORAS/AULA (20 h/a-Teórico / 20 h/a-Prático) PERÍODO LETIVO: 2014.1 PLANO DE CURSO
1 EMENTA Conceitos e princípios básicos em Farmacologia. Absorção, distribuição, metabolização e eliminação de drogas no organismo. Fármacos que atuam no sistema autônomo e no sistema cardiovascular. Farmacologia do processo inflamatório e drogas antiinflamatórias. Interações medicamentosas. Cálculos e fracionamento de doses de fármacos. Farmacologia na urgência/emergência.
2 OBJETIVOS 2.1 Geral
Proporcionar ao aluno do Curso Técnico em Enfermagem, a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com um conhecimento do conteúdo teórico da Farmacologia, e simultaneamente com outras disciplinas integrando-o, educando-o, preparando-o e tendo a habilidade de observação e pesquisa para um bom desempenho no processo de promoção, recuperação e manutenção da saúde da comunidade em conjunto com as equipes de Saúde. Trazendo o hábito de procurar na literatura e na aplicação dos conhecimentos sobre Farmacologia uma condição indispensável a uma atuação eficaz na área da Saúde.
2.2 Específicos
Conhecer os princípios da farmacologia, bem como conceitos de dose, farmacocinética, farmacodinâmica, absorção e eliminação.
Conhecer os principais grupos farmacológicos e suas indicações.
Conhecer as diferentes vias de administração.
Identificar a ação dos fármacos no organismo.
Saber o efeito e a ação dos principais fármacos utilizados.
4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Capítulo 1 - Introdução à farmacologia. Capítulo 2 – Noções de farmacocinética e farmacodinâmica. Capítulo 3 - Noções sobre medicamentos. Capítulo 4 - Administração de medicamentos. Capítulo 5 - Interações medicamentosas. Capítulo 6 - Erros de medicação. Capítulo 7 - Cálculos básicos. Capítulo 8 - Cálculos aplicados. Capítulo 9 - Fracionamento de medicamentos. Capítulo 10 - Dosagem de medicamentos para criança. Capítulo 11 - Farmacologia do sistema nervoso autônomo. Capítulo 12 - Farmacologia do sistema cardiovascular.
Capítulo 13 - Farmacologia do processo antiinflamatório. Capítulo 14 - Farmacologia na urgência / emergência.
5 METODOLOGIA DE ENSINO Aulas teóricas e expositivas. Atividades individuais ou em grupos. Grupos de discussão (GD). Estudos dirigidos (ED). Trabalhos de revisão bibliográfica. Seminários.
6 RECURSOS Quadro acrílico. Pincéis. Data-show. Livro texto. Artigos. Internet.
7 SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO A avaliação da aprendizagem ocorrerá na dimensão diagnóstica, formativa e sistemática. Esta avaliação será feita com base nos dados coletados através de relatórios, provas orais e escritas, aulas práticas, entrevistas, seminários, debates, bem como, da apresentação de trabalhos em grupos ou individuais. Os resultados das avaliações serão registrados em menções, na escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando aprovado o aluno que obtiver nota igual ou superior a 6 (seis) e freqüência mínima de 75% do total das horas trabalhadas no módulo. Os instrumentos de avaliação formal compõem o valor máximo de 05 (cinco) pontos e terão um complemento de 05 (cinco) pontos considerando aspectos qualitativos.
8 BIBLIOGRAFIA 8.1 Básica ASPERHEIM, M.K. Farmacologia para enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 256p. BRUNTON, L.L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMANN, B.C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. 2080p. SILVA, P. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
8.2 Complementar HARVEY, R.A.; CHAMPE, P.C. Farmacologia ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. HOWLAND, R.D.;MYCEK, M.J. Farmacologia ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 560p. KATZUNG, B.G. Farmacologia básica e clínica. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. 1060p. LIMA, I.L.; Liégio, E.M.M. Manual do Técnico e auxiliar de Enfermagem. 6. ed. rev. ampl. Goiânia: AB, 2000. PAGE, C.P. Farmacologia integrada. 2. ed. São Paulo: Manole, 1999. RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; FLOWER, R.J. Rang & Dale - Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 829p. ZANINI, A.C. Farmacologia aplicada. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 1989.
GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ Secretaria Estadual de Educação e Cultura Superintendência de Ensino Núcleo de Gestor do PRONATEC/PI
CURSO: TÉCNICO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: FARMACOLOGIA CARGA HORÁRIA: 40 HORAS/AULA (20 h/a-Teórico / 20 h/a-Prático) PERÍODO LETIVO: 2014.1 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA
DATA
C/H
______ / _______
02hs/a
Capítulo 1 - Introdução à farmacologia.
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02hs/a
Capítulo 2 - Noções de farmacocinética e farmacodinâmica.
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02hs/a
Capítulo 3 - Noções sobre medicamentos.
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02hs/a
Capítulo 4 - Administração de medicamentos.
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02hs/a
1ª AVALIAÇÃO TEÓRICA
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02hs/a
Capítulo 5 - Interações medicamentosas.
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02hs/a
Capítulo 6 - Erros de medicação.
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02hs/a
Capítulo 7 - Cálculos básicos.
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02hs/a
2ª AVALIAÇÃO TEÓRICA
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02hs/a
Capítulo 8 - Cálculos aplicados
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02hs/a
Capítulo 9 - Fracionamento de medicamentos.
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02hs/a
Capítulo 10 - Dosagem de medicamentos para criança.
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02hs/a
3ª AVALIAÇÃO TEÓRICA
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02hs/a
Capítulo 11 - Farmacologia do sistema nervoso autônomo.
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02hs/a
Capítulo 12 - Farmacologia do sistema cardiovascular.
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02hs/a
Capítulo 13 - Farmacologia do processo antiinflamatório.
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02hs/a
Capítulo 14 - Farmacologia na urgência / emergência.
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02hs/a
4ª AVALIAÇÃO TEÓRICA
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02hs/a
PROVA FINAL
______ / _______
02hs/a
ENTREGA DE RESULTADOS
TOTAL
40hs/a
CONTEÚDO / ATIVIDADE
SUMÁRIO
Capítulo 1 - Introdução à farmacologia .............................................................................. 06 Capítulo 2 - Noções de farmacocinética e farmacodinâmica .............................................. 09 Capítulo 3 - Noções sobre medicamentos ........................................................................... 13 Capítulo 4 - Administração de medicamentos .................................................................... 19 Capítulo 5 - Interações medicamentosas ............................................................................. 25 Capítulo 6 - Erros de medicação ......................................................................................... 29 Capítulo 7 - Cálculos básicos .............................................................................................. 34 Capítulo 8 - Cálculos aplicados .......................................................................................... 49 Capítulo 9 - Fracionamento de medicamentos .................................................................... 55 Capítulo 10 - Dosagem de medicamentos para criança ...................................................... 61 Capítulo 11 - Farmacologia do sistema nervoso autônomo ................................................ 66 Capítulo 12 - Farmacologia do sistema cardiovascular ...................................................... 71 Capítulo 13 - Farmacologia do processo antiinflamatório .................................................. 74 Capítulo 14 - Farmacologia na urgência / emergência ....................................................... 76 Referências .......................................................................................................................... 81
Introdução à farmacologia
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HISTÓRIA DA FARMACOLOGIA Nos primórdios da civilização utilizavam-se remédios à base de plantas medicinais, escreveram farmacopéias, e o mercado dos boticários desenvolveuse, porém esta terapêutica não se parecia com os fundamentos científicos. A China e o Egito foram os primeiros países a listarem registros escritos sobre vários tipos Farmacopéia: livro de remédios; alguns utilizados atualmente como fármacos e outros, na maioria, que ensina a arte e a eram inúteis ou nocivos à saúde. Há 1.500 anos, houve várias tentativas sem técnica de preparar sucesso em inserir métodos racionais na medicina, devido à difusão de idéias medicamentos. bizarras tais como “curar feridas aplicando bálsamo na arma que provocou a Boticário: termo ferida”, e outras. Próximo ao final do século XVII os métodos da observação e experimentação começaram a serem aplicados na medicina. Uma vez que o impulso da farmacologia deu-se a partir da necessidade de melhorar os efeitos dos tratamentos terapêuticos pelos médicos, que na época eram aptos na observação clínica e no diagnóstico, mas, no geral, ineficazes na terapêutica.
utilizado no passado para referir-se ao farmacêutico.
No final do século XVIII e início do XIX, os cientistas François Magendie e Claude Bernard desenvolveram os métodos da fisiologia e farmacologia animal experimental. Ainda neste período houve avanços na química e na compreensão do funcionamento dos fármacos a nível orgânico e tecidual. Assim, somente por volta do século XIX, a farmacologia nasce como uma nova ciência biomédica baseada nos princípios da experimentação. Também, algumas substâncias químicas ganharam grande importância farmacológica, tais como o óxido nitroso e o éter dietílico que foram introduzidos como agentes anestésicos.
Figura 1.1-François Magendie
Figura 1.2- Claude Bernard
No século XX, a química sintética começou a revolucionar as indústrias farmacêuticas e, conseqüentemente, a ciência da farmacologia. Antes disso, a farmacologia se relacionava com o que era compreendido dos tratamentos de substâncias naturais (extratos botânicos) e algumas substâncias químicas tóxicas como o mercúrio e o arsênio. A farmacologia, como mostra a Figura 1, é uma disciplina que se desenvolveu a partir de uma terapêutica pré-científica, com o comércio dos fármacos no séc. XVII e que passou a assumir caráter científico em meados do séc. XIX. Atualmente, grande parte das pesquisas farmacológicas existe por motivações comerciais, como diz Rang e Dale (2007).
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Figura 1.3- Desenvolvimento da farmacologia (Rang & Dale, 2007).
FARMACOLOGIA A etimologia da palavra farmacologia vem do grego pharmakon, significa drogas, e logos, significa ciência. Esta área estuda os fármacos que interagem no organismo através de processos químicos. A farmacologia hoje está estruturada em vários compartimentos que se interligam a esta área e a outros campos das ciências biomédicas, tais como:
Biotecnologia: envolve o uso de células vivas para fabricar fármacos.
Farmacoepidemiologia: estuda os efeitos dos fármacos em nível populacional.
Farmacogenética: estuda as influências genéticas sobre a resposta dos fármacos.
Farmacogenômica: usa a informação genética para definir uma terapêutica individual.
Farmacognosia: trata da obtenção, identificação e isolamento de princípios ativos dos produtos naturais (animal, vegetal ou mineral) para uso terapêutico.
Farmacotécnica: estuda o preparo, a manipulação e a conservação dos medicamentos objetivando melhor aplicabilidade dos seus efeitos positivos ao organismo.
Farmacovigilância: ciência e as atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou outros problemas relacionados a medicamentos.
Toxicologia: estuda os efeitos nocivos que decorrem das interações das substâncias químicas sob o organismo em exposição.
CONCEITOS BÁSICOS Ao estudar a farmacologia é importante que se observe alguns conceitos básicos bastante utilizados e que se faça distinção entre eles para compreender os aspectos relativos ao conteúdo em questão. Segundo a Anvisa, vejamos alguns conceitos importantes:
Antagonismo: efeito combinado de dois fármacos que é menor que o efeito de um deles usado isoladamente.
Antídoto: agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias.
Diagnóstico: ato de determinar a natureza da doença de um paciente.
Dosagem: inclui a dose, frequência de administração e duração do tratamento.
Dose: quantidade capaz de provocar uma resposta terapêutica desejada no paciente de preferência sem outra ação no organismo.
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Droga: toda substância capaz de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou estado patológico, utilizada com ou sem intenção de benefício do organismo receptor.
Drogaria: estabelecimentos de saúde que comercializam e orientam sobre o uso de medicamentos industriais.
Efeito adverso: ação diferente do efeito planejado.
Efeito colateral: efeito imprevisível que não está relacionado à principal ação do fármaco.
Farmácia: estabelecimentos de saúde que comercializam e orientam sobre o uso de medicamentos industriais e manipulados.
Fórmula farmacêutica: descrição do produto farmacêutico, isto é, discriminação dos princípios ativos que o compõem e de suas respectivas dosagens. Uma fórmula farmacêutica compõe de: princípio ativo, coadjuvante, corretivo, veículo e excipiente.
Posologia: estuda a dosagem do medicamento para fins terapêuticos.
Produto farmacêutico: produto que contem um ou mais princípios ativos convenientemente manufaturados.
Profilático: medida usada para evitar doenças.
Substâncias químicas: substâncias que podem ser produzidas sinteticamente.
Terapêutica: tratamento da doença.
Veneno: substância química, ou mistura de substâncias químicas, que provoca a intoxicação ou a morte com baixas doses.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Associe as duas colunas com base nos fatos principais que marcaram a história da farmacologia no mundo. A) Século XVII
C) Século XIX
B) Século XVIII
D) Século XX
(
) Os métodos da observação e experimentação começaram a serem aplicados na medicina.
(
) A química sintética começou a revolucionar as indústrias farmacêuticas e a ciência da farmacologia.
(
) A farmacologia nasce como uma nova ciência biomédica com base princípios da experimentação.
( ) Os cientistas François Magendie e Claude Bernard desenvolveram os métodos da fisiologia e farmacologia animal experimental. 2) Qual a etimologia do termo Farmacologia? 3) Defina Farmacologia. 4) Conceitue farmacopéia e boticário. 5) Defina as subáreas da farmacologia: Farmacognosia, Farmacovigilância e Farmacotécnica. 6) Qual a diferença entre efeito colateral e efeito adverso. 7) Diferencie dosagem, dose e posologia. 8) Descreva a distinção entre farmácia e drogaria. 9) Pesquise um exemplo de veveno e um de antídoto. 10) Cite e descreva sobre os componentes de uma fórmula farmacêutica (Pesquise).ma
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Noções de farmacocinética e farmacodinâmica
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FARMACOCINÉTICA A palavra farmacocinética, etimologicamente, do grego knetós, significa móvel. Assim, a farmacocinética estuda a atividade do fármaco no interior do organismo a partir dos parâmetros de velocidade da absorção, distribuição e eliminação do fármaco e de seus metabólitos. Com os conhecimentos de farmacocinética e das características da patologia, é possível adequar a posologia, a via de administração e, o intervalo entre cada dose, visando melhorar o resultado terapêutico e, ao mesmo tempo, reduzir a probabilidade de desenvolver efeitos tóxicos potenciais. Um fármaco para ter ação eficaz precisa atravessar as barreiras fisiológicas (físicas, químicas e biológicas) do organismo. Dessa forma, vários mecanismos foram desenvolvidos para romper essas barreiras a fim de contribuir para a absorção dos fármacos. Após esta etapa, o fármaco se distribui no organismo através dos vasos sanguíneos e linfáticos para alcançar seu órgão-alvo. Mas o processo de distribuição pode ser limitado pela inativação do fármaco através da degradação enzimática (metabolismo) e pela eliminação do corpo (excreção). A) Absorção de fármacos A absorção é o transporte de um fármaco do seu local de administração (oral, retal, sublingual, subcutânea etc) para a corrente sanguínea. A via de administração exerce grande influência na velocidade e na eficiência da absorção. No caso da via IV, a absorção é completa, ou seja, toda a dose do fármaco alcança a circulação sistêmica. Já nas outras vias, a absorção é parcial, pois a dose se depara com as barreiras fisiológicas. A biodisponibilidade é determinada pela fração do fármaco administrado que alcança seus locais de ação moleculares e celulares através da circulação sistêmica. Em termos quantitativos, a biodisponibilidade é expressa pela seguinte equação:
Quantidade de fármaco que alcança a circulação sistêmica BIODISPONIBILIDADE = Quantidade de fármaco administrado
Existem fatores que podem influenciar na biodisponibilidade dos fármacos como:
Fármacos absorvidos pelo TGI que passam primeiramente pelo fígado, reduzindo a quantidade que vai para a circulação sistêmica.
Fármacos muito hidrofílicos (interagem com água) que são pouco absorvidos ao atravessar as membranas celulares lipídicas. Ou muito hidrofóbicos (não se dissolve em água) que não têm acesso à superfície das células.
Fármacos que são instáveis a substâncias químicas do organismo, como o pH gástrico e as enzimas.
Fármacos cuja formulação podem alterar a velocidade de absorção.
Quando dois fármacos se relacionam no organismo mostrando biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar a ação terapêutica significam que são bioequivalentes. Esses fármacos podem oferecer eficácia e segurança comparáveis.
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B) Distribuição de fármacos A distribuição de fármacos consiste no processo em que o fármaco deixa a circulação sistêmica e entra no líquido extracelular e/ou nas células dos tecidos. A distribuição ocorre primeiramente no sistema circulatório e assim alcançar qualquer órgão-alvo. Os órgãos e os tecidos variam quanto à capacidade de captar diferentes fármacos, assim como o fluxo de sangue que varia entre os sistemas de órgãos, como fígado, rins e cérebro que recebem o maior fluxo. C) Biotransformação Nessa etapa os fármacos são eliminados por biotransformação através de reações enzimáticas.O fígado, por conter a maior diversidade e quantidade de enzimas, é o principal sítio de biotransformação. Porém, alguns fármacos podem ser biotransformados em outros órgãos como: rins, TGI, pulmões, pele e outros, que contribuem para o metabolismo sistêmico dos fármacos.
D) Eliminação de fármacos A saída dos fármacos do organismo pode ocorrer através de diversas vias, sendo a principal os rins pela urina. A excreção renal desempenha um papel na depuração de numerosos fármacos; a vancomicina, o atenolol e a ampicilina estão entre os numerosos exemplos de fármacos em que os rins constituem a principal via de excreção. Outras vias como a bile, os intestinos, os pulmões e o leite nas lactantes podem, também, realizar a eliminação de fármacos. Certos fármacos, como os hormônios esteróides, a digoxina e alguns agentes quimioterápicos para o câncer, são excretados, em grande parte, na bile.
FARMACODINÂMICA A palavra farmacodinâmica, etimologicamente, do grego dýnamis, significa força. Desse modo, a farmacodinâmica estuda o mecanismo de ação dos fármacos, as teorias e conceitos relativos ao receptor farmacológico, a interação droga-receptor, bem como os mecanismos moleculares relativos ao acoplamento entre a interação da droga com o tecido alvo e o efeito farmacológico.
A) Ligação fármaco-receptor A maioria dos fármacos exerce sua ação desejada ou indesejada relacionando-se com os receptores existentes dentro ou fora das células. Por receptores, entende-se como qualquer molécula biológica à qual o fármaco se liga para produzir uma resposta significativa. Os receptores ligam-se aos fármacos e medeiam suas ações farmacológicas. Os fármacos relacionam-se com enzimas (substâncias orgânicas catalisadoras), ácidos nucléicos (compostos químicos contendo informação genética) ou receptores de membrana (proteínas que desencadeiam reações químicas no interior da célula).
Figura 2.1- Ligação fármaco-receptor.
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B) Relação dose-resposta O grau de ação de um fármaco resulta da sua concentração no sítio do receptor, que é determinado pela dose do fármaco e sua farmacocinética. Ou seja, a farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação entre a dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do paciente) a este fármaco. Assim, a relação dose-resposta está intimamente ligada a relação de ligação fármaco-receptor, e pode-se constatar nas muitas combinações entre fármaco-receptor. Existem dois tipos principais de relações dose-resposta - gradual e quantal. A relação dose-resposta gradual refere-se a ação de várias doses de um fármaco sobre o indivíduo. Enquanto, a relação dose-resposta quantal aponta a ação de várias doses de um fármaco sobre uma população de indivíduos.
C) Interação fármaco-receptor Vários receptores de fármacos podem se apresentar em estado ativo ou inativo, sendo que muitos fármacos agem como ligantes desses receptores e podem interferir em suas características, fazendo-os assumir um dos dois estado de conformação. Se um fármaco se liga ao receptor ativando-os, denominamos de agonista; porém, se outro fármaco inativa o receptor designamos como antagonista. Quando um fármaco se liga ao receptor e apresenta uma resposta biológica que imita a resposta, denominamos de agonista. Assim, um agonista é uma molécula que se liga a um receptor e o estabiliza numa determinada conformação (habitualmente na conformação ativa). Por exemplo, a fenillefrina (descongestionante nasal) produz os mesmos efeitos da norepinefrina (influencia no humor, ansiedade, sono etc). Porém, quando há fármacos que diminuem as ações de outro fármaco, chamamos de antagonista. Ou seja, os antagonistas bloqueiam a atividade dos agonistas. Desse modo, um antagonista é uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas que não exerce nenhum efeito na ausência do agonista. Por exemplo, a protamina (anticoagulante) quando se liga a heparina (anticoagulante) inativa a ação anticoagulante dessa.
Figura 2.2- Relação dose-resposta.
No entanto, o conhecimento prático da farmacocinética e da farmacodinâmica é essencial em todos os casos em que é necessário estabelecer a dose apropriada de um fármaco para um paciente específico.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) O que estuda a farmacocinética? 2) Quais barreiras fisiológicas são necessárias para ação dos fármacos? 3) Descreva sobre os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos.
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4) Diferencie biodisponibilidade de bioequivalência? 5) Quais fatores podem influenciar na biodisponibilidade dos fármacos? 6) O que estuda a farmacodinâmica? 7) Quais são as etapas da farmacodinâmica? 8) Defina receptores. E cite os tipos de receptores. 9) Diferencie relação dose-resposta gradual da relação dose-resposta quantal. 10) Conceitue fármaco agonista e fármaco antagonista. Exemplificando-os.
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Noções sobre medicamentos
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O QUE SÃO MEDICAMENTOS? Os medicamentos são produtos farmacêuticos tecnicamente obtidos ou elaborados com finalidades profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnósticos. A ação dos medicamentos se deve a uma ou mais substâncias com propriedades terapêuticas cientificamente comprovadas, que fazem parte da composição do produto. Os medicamentos servem para diminuir ou eliminar sintomas sem atuar nas causas; eliminar as causas de determinadas enfermidades; corrigir a função corporal deficiente de nutrientes ou hormônios; auxiliar o organismo a se proteger de determinadas doenças; auxiliar na detecção de determinadas doenças; avaliar o funcionamento de órgãos e outros.
TIPOS DE MEDICAMENTOS Segundo a Anvisa, os medicamentos podem ser:
Medicamento de Referência (ou Inovador, de Marca ou Original): produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro.
Medicamento Similar: aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.
Medicamento Genérico: medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela Descrição Comum Brasileira (DCB) ou, na sua ausência, pela Descrição Comum Internacional (DCI).
Medicamento Alopático: medicamento capaz de produzir no organismo do doente uma reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Por exemplo, se o paciente tem febre, o médico receita um remédio que faz baixar a temperatura, se tem dor, um analgésico. A Alopatia é a medicina tradicional e seus principais problemas são os seus efeitos colaterais e a sua toxicidade. Os medicamentos alopáticos são produzidos nas indústrias em larga escala, ou em farmácias de manipulação de acordo com a prescrição médica. São os principais produtos farmacêuticos vendidos nas farmácias e drogarias.
Medicamento Fitoterápico: medicamento industrializado obtido a partir de plantas medicinais. Exemplos: camomila, boldo-do-chile, alecrim, alho, arnica, carqueja, erva-cidreira, malva, e sálvia. Os medicamentos fitoterápicos podem causar, também, diversas reações como intoxicações, enjôos, irritações, edemas (inchaços) e até a morte, como qualquer outro medicamento. Esses medicamentos devem seguir todas as normas sanitárias e os cuidados para o seu uso, e possuir registro na Anvisa.
Medicamento Homeopático: medicamento não agressivo que estimula o organismo a reagir, fortalecendo seus mecanismos de defesa naturais. Esse medicamento pode ser utilizado com segurança em qualquer idade, de recém-nascidos a idosos, com acompanhamento do clínico homeopata. A palavra homeopatia vem de origem grega, que significa doença ou sofrimento semelhante. Este método científico focaliza no tratamento e na prevenção de doenças agudas e crônicas. O medicamento
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homeopático é preparado em um processo que consiste na diluição sucessiva da substância, devendo seguir todas as normas sanitárias e os cuidados para o seu uso, como qualquer outro medicamento.
FORMAS FARMACÊUTICAS As formas farmacêuticas são diferentes formas físicas que os medicamentos podem ser apresentados, para possibilitar o seu uso pelo paciente. Essas formas são diferentes porque servem para facilitar a administração e a ingestão da substância ativa, garantir a precisão da dose e a presença no local de ação, proteger a substância durante o percurso pelo organismo. As formas farmacêuticas podem ser sólidas, semisólidas ou pastosas, líquidas ou gasosas. A) Formas farmacêuticas sólidas.
Adesivo: sistema destinado a produzir um efeito sistêmico pela difusão do(s) princípio(s) ativo(s) numa velocidade constante, por um período de tempo prolongado.
Difusão: movimento livre de partículas contidas em uma solução.
Ex.: Norelgestromina 6 mg + etinilestradiol 0,6 mg / Evra®.
Cápsula: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, apresentada em um invólucro solúvel duro ou mole, de formatos e tamanhos variados. Geralmente é formada de gelatina, de amido ou de outras substâncias. Alguns tipos de cápsula: dura ou mole. Ex.: Omeprazol 20 mg / Novoprazol®.
Comprimido: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, obtida pela compressão de volumes uniformes de partículas. Pode ser de vários tamanhos e formatos, ser revestido ou não e apresentar marcações na superfície. Alguns tipos de comprimido: efervescente, mastigável, para solução, para suspensão, revestido. Ex.: Cetoprofeno 100 mg / Profenid®.
Dispositivo intra-uterino: sistema para ser inserido no útero para prevenir a concepção efetiva a partir da liberação do princípio ativo a uma velocidade constante, por um período de tempo prolongado. Ex.: Levonorgestrel 52 mg / Mirena®.
Drágea: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos. O núcleo contém o medicamento, e é revestido por goma-laca, açúcar e corante. As drágeas têm liberação entérica (boa absorção pelo intestino). Ex.: Dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg / Neosaldina®.
Goma de mascar: forma farmacêutica sólida de dose única contendo um ou mais princípios ativos, que consiste de material plástico insolúvel, doce e saboroso. Quando mastigada, libera o princípio ativo na cavidade oral. Destinada à administração pela boca. Não deve ser deglutida. Ex.: Nicotina 21 mg / NiQuitin®.
Granulado: forma farmacêutica sólida contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, com ou sem excipientes. Consiste de agregados sólidos e secos de volumes uniformes de partículas de pó resistentes ao manuseio. Algumas formas de granulado: efervescente, para solução, para suspensão, revestido. Ex.: Pantoprazol sódico sesqui-hidratado 40 mg / Pantozol® grânulos.
Óvulo: forma farmacêutica sólida de dose única que pode ter vários formatos, mas que é usualmente ovóide. Contém um ou mais princípios ativos dispersos ou dissolvidos em uma base adequada. Adaptado para introdução no orifício vaginal funde-se, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo. Ex.: Nitrato de fenticonazol 600mg / Fentizol®.
Pastilha: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, preparada por moldagem ou por compressão, contem uma base adocicada e com sabor agradável. É utilizada para dissolução ou desintegração lenta na boca. Algumas formas de pastilha: dura, gomosa.
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Ex.: Cloridrato de difenidramina 5 mg + Citrato de sódio 10 mg + Cloreto de amônio 50 mg / Benalet®.
Pó: forma farmacêutica contendo o(s) princípio(s) ativo(s) seco(s) e com tamanho de partícula reduzido, com ou sem excipientes. Algumas formas de pó: aerossol, efervescente, liofilizado, para solução, para suspensão. Ex.: benzocaína 0,006 g + bicarbonato sódio 0,884 g + clorato de potássio 0,11g / Albicon®.
Sabonete: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, de forma variável derivada da ação de uma solução de álcali em gorduras ou óleos de origem animal ou vegetal. Destinado à aplicação na superfície cutânea. Ex.: Triclosan 1% / Soapex®.
Supositório: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, de vários tamanhos e formatos, adaptada para introdução no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano, contendo o(s) princípio(s) ativo(s) dissolvido(s) ou disperso(s) numa base adequada. Os supositórios fundem-se, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo.
Liofilização: processo que envolve a remoção de água dos produtos pelo congelamento a pressões extremamente baixas. Goma-laca: resina secretada pelo inseto Kerria lacca, depois refinada para diversas finalidades.
Ex.: Glicerol 2,392 g / Glicerin. B) Formas farmacêuticas líquidas
Emulsão: forma farmacêutica contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos. Consiste de um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois líquidos imiscíveis e na qual um líquido é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) através de outro líquido (fase externa ou contínua). Normalmente é estabilizada através de um ou mais agentes emulsificantes. Alguns tipos de emulsão: aerossol, gotas, injetável, para infusão, spray. Ex.: Picossulfato de sódio 0,334 mg/ml + óleo mineral 282,25 mg/ml + agar-agar 2,72 mg/ml / Agarol®.
Óleo: líquido gorduroso solúvel em éter e insolúvel em água. Ex.: Óleo mineral 100%.
Sabonete Líquido: solução para aplicação na superfície cutânea. Ex.: Ácido salicílico / Actine®.
Solução: forma farmacêutica límpida e homogênea, que contém o(s) princípio(s) ativo(s) dissolvido(s) em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis. Alguns tipos de solução: elixir, aerossol, gotas, injetável, para diluição, para infusão, spray. Ex.: Fosfato dissódico de dexametasona 2 mg / solução injetável / Decadron®.
Suspensão: forma farmacêutica que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis. Alguns tipos de suspensão: aerossol, gotas, injetável, spray. Ex.: Nistatina 100.000 UI por dose de 1 ml / Micostatin®.
Xampu: solução ou suspensão para aplicação na superfície do couro cabeludo. Ex.: Cetoconazol 20 mg / Nizoral®.
Xarope: forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm agentes flavorizantes. Ex.: Betametasona 0,25 mg + maleato de dexclorfeniramina 2 mg / Celestamine®. C) Formas farmacêuticas semi-sólidas (pastosas)
Creme: forma farmacêutica que consiste de uma emulsão, formada por uma fase lipofílica e uma fase aquosa. Contém o(s) princípio(s) ativo(s) dissolvido(s) ou disperso(s) em uma base apropriada e é utilizado normalmente para aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas. Ex.: Clotrimazol 1,0 g + neomicina 0,5 g + dexametasona 0,04 g / Baycuten® N.
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Emplasto: forma farmacêutica semi-sólida para aplicação externa. Consiste de uma base adesiva contendo o(s) princípio(s) ativo(s) distribuído(s) em uma camada uniforme num suporte apropriado feito de material sintético ou natural. Destinado a manter o princípio ativo em contato com a pele, atuando como protetor ou como agente queratolítico. Ex.: Salicilato de metila 36,04 mg + associação / Salonpas®.
Gel: forma farmacêutica com o(s) princípio(s) ativo(s), que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão coloidal (um sistema no qual partículas de dimensão coloidal – tipicamente entre 1 nm e 1 mm – são distribuídas uniformemente através do líquido). Um gel pode conter partículas suspensas. Ex.: Peróxido de benzoíla 50 mg/g / Clindoxyl® Control.
Pomada: forma farmacêutica para aplicação na pele ou nas membranas mucosas, que consiste de solução ou dispersão do(s) princípio(s) ativo(s) em baixas proporções em uma base adequada. Ex.: Dipropionato de betametasona 0,5 mg + ácido salicílico 30 mg / Diprosalic®.
Pasta: pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%). Ex.: Óxido de zinco 25% / Pasta d’água. D) Formas farmacêuticas gasosas
Gás: preparação gasosa utilizada com fins medicinais. Ex.: Óxido nitroso 50% + oxigênio 50% / gás inalante.
EMBALAGENS E ACESSÓRIOS A padronização das embalagens segue nessa ordem: o material que está em contato com a forma farmacêutica e o material que está em contato com o meio externo. A) Embalagens primárias
Ampola: recipiente fechado hermeticamente, destinado ao armazenamento de líquidos estéreis para uso por via parenteral e cujo conteúdo é utilizado em dose única.
Aplicador preenchido: dispositivo com êmbolo, preenchido com o medicamento, para administração de dose única.
Bisnaga: recipiente flexível, achatado e dobrado ou lacrado de um lado, com uma abertura removível do outro lado. Utilizado para o acondicionamento de medicamentos semi-sólidos.
Blíster: recipiente que consiste de uma bandeja moldada com cavidades dentro das quais as formas farmacêuticas são armazenadas, normalmente com uma cobertura de material laminado selada à parte moldada, que deve ser aberta ou rompida para acessar o conteúdo.
Envelope: recipiente de material flexível formado por duas lâminas seladas contendo o medicamento.
Flaconete: recipiente para o acondicionamento de líquidos para administração em dose única.
Frasco: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito e de fundo plano ou côncavo.
Frasco-ampola: recipiente normalmente de formato tubular, para o acondicionamento de medicamentos administrados por via parenteral, lacrados com material flexível que deve ser perfurado para a administração do medicamento.
Frasco aplicador: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito, de fundo plano ou côncavo. Possui um dispositivo para administração de um medicamento num local determinado do organismo.
Frasco gotejador: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito e de fundo plano ou côncavo. Possui um dispositivo especificamente destinado para a aplicação de um líquido na forma de gota.
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Frasco spray: recipiente normalmente de formato tubular, com um gargalo estreito e de fundo plano ou côncavo. Possui um dispositivo que expele o medicamento finamente dividido e carreado pelo ar. Não é utilizado para acondicionar aerossóis, somente frasco de alumínio.
Seringa preenchida: dispositivo cilíndrico, com adaptador em forma de cânula, com ou sem agulha prefixada e com êmbolo. B) Embalagens secundárias
Caixas, cartuchos e envelopes. C) Acessórios
Agulha: dispositivo cilíndrico oco de fixação destinado à administração de formas farmacêuticas líquidas.
Aplicador: dispositivo para administração dirigida de um medicamento.
Colher-medida: dispositivo no formato de colher, utilizado para dosagem e administração de um medicamento.
Conta-gotas: dispositivo destinado à aplicação de um líquido gota por gota.
Copo dosador: dispositivo no formato de copo, utilizado para dosagem e administração de um medicamento.
Diluente: líquido utilizado na reconstituição e/ou diluição de um medicamento.
Inalador: dispositivo por meio do qual um medicamento pode ser administrado por inspiração através do nariz ou da boca.
Seringa: dispositivo cilíndrico, com adaptador em forma de cânula, com ou sem agulha prefixada e com êmbolo, para administração por via parenteral de uma dose de um medicamento.
Seringa dosadora: dispositivo cilíndrico, com adaptador em forma de cânula e com êmbolo, para administração de um medicamento.
CONCEITOS BÁSICOS
Coadjuvante: toda substância utilizada junto com o princípio ativo.
Corretivo: todo ingrediente que visa corrigir o produto final em suas propriedades organolépticas.
Denominação genérica: nome de aceitação universal, usado para distinguir um princípio ativo não amparado por marca comercial.
Embalagem primária: embalagem que mantém contato direto com o medicamento.
Embalagem secundária: embalagem externa do produto, que está em contato com a embalagem primária ou envoltório intermediário, podendo conter uma ou mais embalagens primárias.
Excipiente: ingredientes inertes que misturados ao princípio ativo, servem para dar volume e peso ao medicamento.
Fármaco: substância principal da formulação do medicamento, responsável pelo efeito terapêutico. Composto químico obtido por extração, purificação, síntese ou semi-síntese.
Nome de marca: nome de registro do produto. Propriedade privada do fabricante, que possui direitos de patente sobre a sua comercialização. Razão social utilizada para diferenciação dos competidores do mercado.
Nome químico: denominação empregada para indicar a estrutura química do fármaco, segundo as regras da IUPAC.
Patente: título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação.
Princípio ativo: componente responsável pelas ações farmacológicas.
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Profilático: medicamento que atua como medida preventiva de enfermidades.
Remédio: tudo aquilo que cura ou evita as enfermidades. Pode ser tanto substância química quanto alguns agentes físicos (Ex.: massagem).
Veículo: parte líquida na qual estão dissolvidos os demais componentes.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Defina medicamentos. 2) Cite 04 utilidades dos medicamentos. 3) Conceitue: a) Medicamento de referência b) Medicamento similar c) Medicamento genérico d) Medicamento alopático e) Medicamento fitoterápico f) Medicamento homeopático 4) O que são formas farmacêuticas? E como são classificadas? 5) Descreva sobre as seguintes formas farmacêuticas sólidas: a) Adesivo b) Comprimido c) Pó 6) Descreva sobre as seguintes formas farmacêuticas líquidas: a) Emulsão b) Solução c) Suspensão 7) Descreva sobre as seguintes formas farmacêuticas líquidas: a) Creme b) Gel c) Pasta 8) Conceitue embalagem primária e secundária e cite exemplos de cada. 9) Relacione as colunas abaixo: a) Embalagem primária
( ) Blíster
b) Embalagem secundária
( ) Caixa
c) Acessórios
( ) Aplicador ( ) Frasco spray ( ) Cartucho ( ) Seringa dosadora
10) Diferencie nome químico de nome de marca.
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Administração de medicamentos
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A administração de medicamentos é o processo de preparação e introdução de medicamentos no organismo humano, visando obter ações terapêuticas. O processo de organização e controle durante a administração de medicamentos segue normas e rotinas que padronizam o trabalho em todas as unidades de internação. Os profissionais de enfermagem para administrar medicamentos de forma mais segura têm que utilizar a Regra dos Cinco Certos:
Medicamento Certo: conferir o nome do medicamento com o que está na prescrição. Conferir se o paciente é alérgico ao medicamento e associações prescrito, identificando-o de forma diferenciada.
Dose Certa: conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento, com redobrada atenção. E em caso de dúvidas conferir com o prescritor (médico).
Paciente Certo: examinar o nome completo do paciente e utilizar no mínimo dois identificadores para confirmação. Em casos de baixo nível de consciência do paciente, conferir o nome do paciente descrito na prescrição com a pulseira de identificação.
Via Certa: identificar a via de administração prescrita. Verificar o diluente e equipamentos adequados para administração do medicamento. Realizar os protocolos de antissepsia. E em caso de duvidar recorrer o prescritor (médico).
Hora Certa: preparar a medicação de acordo com as recomendações do fabricante, e para que sua administração seja realizada no horário correto, a fim de garantir adequada resposta terapêutica.
Durante o processo de preparo e administração de medicamento, o profissional de enfermagem deve estar atento para evitar erros, oferecendo segurança máxima ao paciente com uma medicação correta.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS A princípio, as vias de administração de medicamentos são determinadas pelas propriedades do fármaco e pelas finalidades terapêuticas. Assim, existem duas vias principais de administração de fármacos: a enteral e a parenteral. A administração enteral é usada para administrar fármacos nas formas sólidas, semi-sólidas ou líquidas que exigem do paciente a ingestão do medicamento. A absorção ocorre no trato gastrintestinal (TGI), iniciando-se na boca ou no estômago ou no intestino.
Oral (VO): essa via de administração pela boca é a mais comum e a mais variável, pois envolve um longo caminho até os tecidos. A metabolização do fármaco em passagem pelo fígado ou pelo intestino limita a eficácia do mesmo, pois quando administrado via oral ocorre a destruição de parte da substância pelas enzimas intestinais ou pelo baixo pH do estômago. Também, a ingestão de fármacos com alimentos pode influenciar na absorção, uma vez que a presença de alimento no estômago retarda o esvaziamento gástrico de forma que o fármaco destruído pelo ácido se torna indisponível para a absorção.
Sublingual: essa via de administração sob a língua deixa o fármaco se dispersar nos vasos capilares e entrar diretamente na grande circulação. A vantagem desse tipo de via consiste em impedir que as substâncias passem por alterações químicas no organismo.
Retal: essa via de administração minimiza a biotransformação dos fármacos pelo fígado e pelo intestino. Sua vantagem está em evitar a destruição do fármaco pelas reações químicas. A via retal é útil em casos de reações adversas pela administração via oral e é muito usada na administração de fármacos que aliviam enjôo, náuseas e vômitos.
A administração parenteral é utilizada para fármacos pouco absorvidos pelo TGI e aqueles que são instáveis nesse sistema. Essa via é utilizada quando se deseja uma ação mais imediata da substância ou
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quando as outras vias não são indicadas. Além, de garantir melhor controle a dose certa de um fármaco administrado ao organismo. A via parenteral pode ser de dois tipos: direta e indireta. A via parenteral direta consiste na administração do fármaco no organismo, de forma que não seja pelo TGI e por meio de injeção. Esse modo de administração de medicamentos necessita de dispositivos como seringas, cateteres, agulhas e equipos de infusão. As vias parenterais diretas mais comumente utilizadas são:
Intravascular (IV): a administração intravenosa (IV) ou endovenosa (EV) consiste na introdução do fármaco diretamente na corrente sanguínea, e por ser administrada diretamente no plasma sua ação é imediata. É comumente usada para esta finalidade e tem como vantagem evitar a biotransformação da substância pelo fígado. A via intravenosa pode ser prejudicial em casos de contaminação por bactérias no local da injeção, ou destruição dos eritrócitos do sangue ou, ainda, causa de algumas reações adversas por concentrações elevadas do fármaco no sangue. Por isso devem-se controlar cuidadosamente todas as etapas de administração por esta via. As formas de infusão endovenosa podem ser: Direta: administração de medicamento por meio de um ponto de injeção no cateter. Pode ser denominada de bolus, quando o tempo e a duração da administração for de menos de 1 minuto. E de EV lenta, quando durar de 3 a 10 minutos. Perfusão iminente: administração de medicamentos injetáveis diluídos por meio de sistema de perfusão. Usada para volumes entre 50-100 mL à velocidade de 120-210 mL/h. Perfusão contínua: administração de medicamentos injetáveis diluídos por meio de sistema de perfusão regulada por bombas infusoras. Usada para volumes acima de 500 mL em velocidades variáveis. Venóclise: administração EV por gotejamento controlado da solução aquosa num período de tempo determinado. Esse procedimento deve ter trocas do conjunto de equipo a cada 40-72 horas, se necessário.
PREPARAÇÃO Solução aquosa (pH neutro entre 6,0-7,5; isotônicas e sem pirogênios).
Para ação imediata ou inserir grandes volumes de soluções aquosas.
Suspensão e emulsão (partículas < 7 micras, em pequenos volumes).
AGULHA
LOCAL DE APLICAÇÃO
INDICAÇÕES REGIÃO Cefálica e cervical Braço e antebraço Mão
Coxa e perna Pé
VEIAS / ARTÉRIAS Veia temporal superficial, auricular, occipital, jugular externa e interna. Veia cefálica, cefálica acessória, basílica, mediana do cotovelo, intermédia do antebraço. Veia cefálica, basílica, dorsal metacarpio, dorsal digital, dorsal superficial, venoso dorsal. Veia safena interna e externa, ilíaca, femural, poplítea, tibial. Arco venoso dorsal, safena magna.
CALIBRE 18G, 25G, 26G, 30G.
ÂNGULO Entre 15° a 30°.
Intramuscular (IM): via de administração direta de medicamento pelo músculo estriado devido sua alta vascularização e pouca inervação sensitiva. Dessa forma, o medicamento é facilmente absorvido e a administração é menos dolorosa. Mas nos casos em que as injeções IM são dolorosas, algumas fórmulas contêm anestésicos locais, por exemplo, o álcool benzílico (Dormium®) ou o clorobutanol (Syntocinon®). Os volumes de solução administrados variam entre 1-5 mL, e não ultrapassam 10 mL.
PREPARAÇÃO
INDICAÇÕES
Solução aquosa e oleosa; Suspensão.
Injeção de medicamentos irritantes.
PERFIL CORPÓREO Adulto normal e/ou > peso Adolescente e adulto magro Crianças > 2 anos,
AGULHA LOCAL DE APLICAÇÃO Deltóide, glúteo, ventro glúteo Vasto lateral Glúteo, ventro glúteo Deltóide, vasto lateral Vasto lateral e glúteo
COMPRIMENTO
ÂNGULO
30 mm
90°
25 mm 30 mm 25 mm 25 mm
20
normal Crianças ≥ 2 anos, magro Crianças < 2 anos
INDICAÇÃO
Solução em pequeno volume (0,06 a 0,18 mL).
Vacina BCG Testes-diagnóstico e de sensibilidade
Vasto lateral
20 mm
AGULHA LOCAL DE APLICAÇÃO TAMANHO Região deltóide do braço direito. 10 X 5 Região escapular, face interna do 13 X 4,5 antebraço.
ÂNGULO Entre 10° a 15°.
Subcutânea (SB): nesta via os medicamentos são administrados na região subcutânea, isto é, na hipoderme (tecido adiposo abaixo da pele) no tecido subcutâneo. Esta via é utilizada principalmente para substâncias que necessitam de absorção lenta e contínua. Os locais de injeções devem ser alternados e com uma distância mínima de 2 cm da última injeção. Também, é contra-indicado administrar em locais próximos as articulações, nervos e grandes vasos sanguíneos. A vantagem da injeção SC consiste na minimização dos riscos associados a injeção IV.
PREPARAÇÃO Solução em volume de 0,5 a 1,0 mL.
20 mm
Intradérmica (ID): via de administração de medicamentos na derme (entre a derme e o tecido subcutâneo). Essa via é comumente utilizada para testes alérgicos, diagnósticos e aplicar a vacina da BCG. Os efeitos adversos da injeção ID são decorrentes da falha na administração da vacina como aplicação profunda, da dosagem incorreta e da contaminação. PREPARAÇÃO
Vasto lateral e glúteo
INDICAÇÃO Vacina antirábica, hormônios (insulina), anticoagulantes (heparina) e outros.
LOCAL DE APLICAÇÃO Parede abdominal (hipocôndrio direito ou esquerdo); face anterior e externa da coxa; face anterior e externa do braço; região glútea; região dorsal, abaixo da cintura.
PERFIL CORPÓREO Crianças eutróficas e obesas Criança hipotrófica
TAMANHO DA AGULHA 13 x 4,5 25 x 6
ÂNGULO DA AGULHA Reto de 90º 45º
13 x 4,5
30º ou 2/3 da agulha introduzida
Intra-raquídea (IR): via de administração de medicamento pelo canal raquidiano. Pode ser por via subaracnóidea ou intratecal e por via epidural ou peridural. A via intra-raquídea é utilizada devido à difícil passagem do fármaco do sangue para o tecido nervoso, em especial a região do encéfalo. Os medicamentos administrados não devem ter conservantes germicidas, pois podem lesar o tecido nervoso. Porém com o pequeno volume e a lentidão de movimento do líquido céfalo-raquidiano (LCR), essas substâncias devem apresentar pH e tonicidade próximos dos valores fisiológicos. A via subaracnóidea é usada para fármacos que não atravessam a barreira hemato-encefálica e requer técnicas especializadas, uma vez que não é isenta de riscos. A via epidural é a via alternativa para a via intratecal para anestesia de medula espinhal e raízes nervosas. PREPARAÇÃO
Soluções aquosa neutras, isotônicas, rigorosamente estéreis e apirogênicas.
INDICAÇÃO Anestésicos e analgésicos.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Subaracnóidea Epidural
LOCAL DE APLICAÇÃO Entre a pia-máter e a aracnóidea. Entre a dura-máter e a parede do canal raquidiano
TIPO DE AGULHA
Agulha de punção lombar
A via parenteral indireta consiste na administração do fármaco no organismo, de forma “paralela” ao TGI, sem o uso de injeção. A vantagem dessa via está em agir diretamente no local do seu sítio de ação, sem a necessidade da biotransformação de primeira passagem, o que resulta em pouca quantidade, mas efetiva, do fármaco sendo utilizada. As vias parenterais indiretas mais comumente utilizadas são:
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Geniturinária: via de administração de medicamentos introduzidos diretamente nesse aparelho a fim de exercer apenas atividade local. Essa via proporciona efeitos sistêmicos no organismo, pela aplicação do fármaco na mucosa que poderá facilitar o processo de absorção. No aparelho genital feminino, por exemplo, essa via é muito utilizada nos tratamentos das infecções vaginais causadas por cândidas e trichomonas.
Respiratória (Inalação): via de administração de medicamentos que consiste na rápida oferta de fármaco pela mucosa broco-pulmonar, produzindo um efeito tão rápido quanto ao efeito da via IV. Essa via é utilizada para administrar fármacos na forma de gases (ex., alguns anestésicos) ou dispersos em aerossol ou em nebulizadores. Ainda, para pacientes com problemas respiratórios, essa via proporciona uma oferta de fármaco diretamente no local de ação, minimizando os efeitos sistêmicos.
Oftálmica: via de administração de medicamentos que consiste na aplicação de pomada ou colírio na conjuntiva ocular com a finalidade de tratar infecções, proteger a córnea, dilatar pupila ou contraí-la e anestesiar. Recomenda-se administrar por essa via, medicação de uso individual e limpeza com soro fisiológico antes da medicação.
Otológica: via de administração de medicamentos por meio do canal auditivo para fins terapêuticos, como amolecimento de cera e tratamento de processos inflamatórios.
Tópica: via de administração de medicamentos sobre a pele, de vários modos e formas farmacêuticas diferentes, com a finalidade de exercer ações locais. O processo completo de absorção do fármaco depende das condições da pele, bem como do modo de uso e da forma do medicamento (aquoso, oleoso ou alcoólico; creme, pomada ou pasta).
Transdermal: via de administração de medicamentos que proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco na pele, por meio de um adesivo cutâneo. A velocidade de absorção está associada às características físicas da pele no local da aplicação. Freqüentemente, usa-se essa via para uma oferta prolongada de fármacos.
ASPECTOS LEGAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Código de Ética do Profissional de Enfermagem
Das relações com a pessoa, família e coletividade. Responsabilidades e deveres. Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem estar. Proibições. Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos. Das relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros. Responsabilidades e deveres. Art. 41 Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência. Proibições. Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional.
RDC/ANVISA n° 45/2003 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde.
3.1.1. A responsabilidade pelo preparo das SP pode ser uma atividade individual ou conjunta do enfermeiro e do farmacêutico. 3.2.2. O enfermeiro é o responsável pela administração das SP e prescrição dos cuidados de enfermagem em âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar. 3.2.3. A equipe de enfermagem envolvida na administração da SP é formada pelo enfermeiro, técnico e ou auxiliar de enfermagem, tendo cada profissional suas atribuições específicas em conformidade com a legislação vigente.
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3.2.15. O paciente, sua família ou responsável legal devem ser orientados quanto à terapia que será implementada, objetivos, riscos, vias de administração e possíveis intercorrências que possam advir. 3.2.30. É da responsabilidade do enfermeiro assegurar que todas as ocorrências e dados referentes ao paciente e seu tratamento sejam registrados de forma correta, garantindo a disponibilidade de informações necessárias à avaliação do paciente, eficácia do tratamento e rastreamento em caso de eventos adversos.
Resolução COFEN-210/1998 - Dispõe sobre a atuação dos profissionais de Enfermagem que trabalham com quimioterápico antineoplásico.
5- Competência do profissional de nível médio de Enfermagem em serviços de quimioterapia antineoplásica: “Executar ações de Enfermagem a clientes submetidos ao tratamento quimioterápico antineoplásico, sob a supervisão do Enfermeiro”.
Resolução COFEN-257/2001 - Acrescenta dispositivo ao Regulamento aprovado pela Resolução COFEN Nº 210/98, facultando ao Enfermeiro o preparo de drogas Quimioterápica...
Alínea r - “É facultado ao Enfermeiro o preparo de drogas quimioterápicas antineoplásicas, onde não haja a presença do farmacêutico”.
Decreto-Lei 94.406/84, no artigo 8º, inciso I, alíneas g e h: A administração de medicamentos, por meio de port-cath e do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC), ou por punção de veia jugular, são procedimentos de responsabilidade exclusiva de enfermeiros capacitados, pois envolvem alto risco e complexidade, que exigem conhecimento técnico e decisão imediata.
Resolução COFEN-390/2011: “Normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva”.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Defina administração de medicamentos. 2) Qual é a regra dos "Cinco Certos"? 3) Cite e descreva sobre os dois tipos de via de administração de medicamentos. 4) Qual é o órgão do corpo utilizado para administrar medicamentos pelas seguintes vias? a) Oral b) Sublingual c) Retal 5) Cite e descreva sobre as formas de infusão da via endovenosa. 6) Associe as colunas abaixo: a) Veia cefálica b) Glúteo c) Via epidural d) Região deltóide do braço direito e) Parede abdominal 7) Diferencie a via parenteral direta da indireta. 8) Qual via representa cada órgão: a) Aparelho reprodutor b) Mucosa bronco-pulmonar c) Derme d) Canal auditivo e) Conjuntiva ocular
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9) O que estabelece o Código de Ética do Profissional de Enfermagem quanto a administração de medicamento? 10) Cite e descreva sobre uma legislação a respeito da administração de medicamentos.
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Interações medicamentosas
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A interação medicamentosa é um caso clínico em que a ação de um medicamento pode ser alterada pela presença de outro fármaco, de alimento, de bebida ou de algum agente químico. As interações são as principais causas de problemas relacionados a medicamentos. Por isso, é muito importante se informar sobre o uso correto do medicamento com o médico ou o farmacêutico. Em síntese, as interações entre os medicamentos estão relacionadas às interferências que ocorrem quando dois ou mais medicamentos administrados ao mesmo tempo, podem causar a diminuição ou o aumento do efeito esperado, ou ainda o surgimento de efeitos indesejados. Por exemplo:
Redução do efeito do anticoncepcional quando consumido com um antibiótico.
Inibição da resposta dos anticoagulantes orais com vitamina K.
Diminuição da absorção dos medicamentos antiinflamatórios com antiácido.
Diminuição do efeito terapêutico dos antibióticos (tetraciclina) quando engolidos com antiácido.
Os anticoagulantes podem causar hemorragia se utilizados com alguns antiinflamatórios (ácido acetilsalicílico - AAS).
As interações medicamentosas podem ser classificadas em: físico-químicas, terapêuticas e com alimentos. IMPORTANTE: Para evitar que um medicamento altere as propriedades do outro, o paciente deve informar sempre o médico e o farmacêutico sobre todos os medicamentos que estiver usando.
INTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS Essas interações ocorrem fora do organismo do paciente, ou seja, na seringa, no copo, no frasco de soro etc. Quando é recomendado o uso de um medicamento diluído em solução glicosada (SG) e não em solução fisiológica (SF), significa que entre o medicamento e a SF há uma interação físico-química, não podendo, então, ser usado este solvente. Nesse caso, por exemplo, pode-se usar a anfotericina B, que só é solúvel em SG. Outro exemplo é a diferença de pH. Substâncias ácidas e básicas, não podem ser misturadas, pois dessa mistura resulta um sal, que é uma substância distinta das originais.
EXEMPLOS DE SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS Vancomicina pH 2,4 a 4,5 Petidina pH 5 Protamina pH 3 Complexo B pH 4,5
EXEMPLOS DE SUBSTÂNCIAS BÁSICAS Aminofilina pH 7 a 9,5 Furosemida pH 9 Fenobarbital sódico pH 9,5
As bebidas alcoólicas quando associadas aos medicamentos podem induzir a efeitos indesejados graves, inclusive com risco de morte. O álcool tem a capacidade de potencializar os efeitos de um medicamento ou neutralizá-los. Portanto, é importante ter especial atenção no uso de álcool com medicamentos principalmente os seguintes:
Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios: podem causar perturbações no TGI como úlceras e hemorragias.
Antidepressivos: diminuem os efeitos, podendo aumentar a pressão sanguínea.
Antibióticos: podem causar náuseas, vômitos, dores de cabeça e até convulsões.
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Antidiabéticos: podem causar severa hipoglicemia (baixa glicose).
Anti-histamínicos, tranqüilizantes, sedativos: podem intensificar o efeito de sonolência e causar vertigens.
Antiepilépticos: a proteção contra ataques epilépticos é significativamente reduzida.
Medicamentos cardiovasculares: podem provocar vertigens ou desfalecimento, bem como redução do efeito terapêutico.
INTERAÇÕES TERAPÊUTICAS Estas interações ocorrem dentro do organismo do paciente logo após a administração do medicamento. Elas têm a capacidade de antagonizar efeitos de altas doses, prevenir efeitos tóxicos ou atuar como antídotos. Essas interações podem ser: farmacocinéticas ou farmacodinâmicas. Por interações terapêuticas farmacocinéticas entende-se as que acontecem durante a absorção, distribuição, biotransformação e eliminação do medicamento do organismo do paciente. Por exemplo, metoclopramida acelera o esvaziamento gástrico. Assim, se um medicamento for absorvido no estômago terá sua absorção diminuída, como a tetraciclina, o propranolol e a digoxina, entre outros. As interações terapêuticas farmacodinâmicas acontecem durante a ação dos medicamentos. Esse tipo de interações pode ocorrer por sinergismo ou por antagonismo. Por sinergismo, quando dois fármacos exercem a mesma ação, como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico (AAS) e a dipirona. E por antagonismo, quando dois fármacos têm ação contrária, como, por exemplo, um antitussígeno e um expectorante.
INTERAÇÕES COM ALIMENTOS Os alimentos contêm substâncias químicas, que podem induzir a interações medicamentosas. Desse modo, podem ocorrer alterações na ingestão de alimentos quanto na ação dos medicamentos. Por exemplo, as alterações na ingestão de alimentos causadas quando um medicamento que provoca como efeito colateral náuseas e vômitos naturalmente levará o paciente a se alimentar mal. É o caso dos antineoplásicos. Nos casos de alterações na ação dos medicamentos, temos como exemplo, dietas com baixa concentração de sódio podendo causar reabsorção de lítio, o qual pode atingir níveis tóxicos. Portanto, é fundamental que não ofereça alimentos ao paciente sem a autorização do médico ou do nutricionista. Em suma, na maioria das situações, os medicamentos que interagem com alimentos, podem comprometer seriamente o tratamento, potencializando reações adversas ou diminuindo as ações terapêuticas dos medicamentos, conduzindo a diversos danos à saúde do consumidor. Temos como exemplos as seguintes interações:
Leite: pode anular o efeito da tetraciclinas.
Os antiinflamatórios causam irritação no estômago, por isso devem ser administrados junto com as refeições.
Alimentos gordurosos: favorecem a dissolução da griseofulvina (antifúngico), aumentando sua absorção.
Açúcares em excesso: dificulta ou impedi a ação dos antidiabéticos em pacientes que fazem uso.
Sal: deve ser reduzido por pacientes hipertensos (pressão alta).
IMPORTANTE: Recomenda-se sempre tomar o medicamento com água, a menos que o médico dê outra orientação. Assim, a importância do profissional de enfermagem na interação medicamentosa está no seu contato com o paciente. É ele quem prepara, administra o medicamento e acompanha o paciente, observando possíveis reações adversas ao medicamento.
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EXEMPLOS DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DE ALGUNS FÁRMACOS. MEDICAMENTOS Ácido acetilsalicílico Aminofilina Anfotericina B Complexo B Digoxina Dipirona Fenobarbital sódico Furosemida Metoclopramida Petidina Propranolol Protamina Tetraciclina Vancomicina
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Pode acentuar o efeito hemorrágico sobre a mucosa gástrica com anticoagulantes. Pode ter sua ação aumentada por cimetidina e outros. Pode ter sua eliminação aumentada por fenitoína e outros. Pode aumentar a ação de digitálicos. Pode sofrer ou provocar aumento das reações adversas com corticosteróides e outros. Pode aumentar a chance de anemia com radioterapia. Pode causar grave diminuição de potássio no sangue com corticosteróides, digitálicos e outros. Pode aumentar o risco de arritmias cardíacas com simpatominéticos. Pode ter sua concentração aumentada por digoxina. Pode aumentar o risco de toxicidade com corticóides. Pode ter níveis reduzidos com antiácidos. Pode diminuir a ação de ciclosporina. Pode sofrer ou provocar aumento das reações adversas com clorpromazina. Pode ter sua ação aumentada por ácido valpróico e outros. Pode diminuir a ação de anticoagulante oral. Pode aumentar os riscos de toxicidade nos ouvidos ou nos rins com anfotricina B. Ação aumentada de anticoagulantes pode aumentar o risco de problemas renais. Pode ser antagozizada por analgésico opióide. Pode aumentar os riscos de hábito e de depressão do SNC com álcool e outros medicamentos. Pode ter sua ação diminuída por fenitoína e outros. Pode reduzir sua absorção intestinal com gel de hidróxido de alumínio. Pode diminuir a velocidade de absorção com álcool etílico. Não associar com antibióticos na mesma injeção, pois pode ocorrer precipitação. Por ser um quelato, não deve ser administrada com alimentos ou medicamentos que os contenham, essencialmente leite e seus derivados e medicamentos que contenham ferro, alumínio ou magnésio. Pode aumentar o bloqueio neuromuscular de anestésicos etc. Pode aumentar os riscos de reações tóxicas nos ouvidos e nos rins com anfotericina B, furosemida e outros.
QUESTÓES DE REVISÃO 1) Conceitue interações medicamentosas e cite 02 exemplos. 2) Classifique as interações medicamentosas. 3) Defina interações medicamentosas físico-químicas. Exemplifique. 4) Qual(is) a(s) interação(ões) entre bebidas alcoólicas e os medicamentos abaixo: a) Antidepressivos b) Antibióticos c) Antidiabéticos 5) O que são interações medicamentosas terapêuticas? 6) Diferencie interação terapêutica farmacocinética da farmacodinâmica. Exemplifique cada. 7) O que você entende por interação medicamentosa com alimentos? 8) Qual(is) a(s) interação(ões) provocadas pelos seguintes alimentos: a) Leite b) Alimentos gordurosos c) Sal 9) Desreva as interações dos seguintes medicamentos: a) AAS b) Tetraciclina c) Dipirona
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10) Associe as colunas abaixo: a) Complexo B
( ) Diminui a velocidade de absorção com álcool etílico.
b) Vancomicina
( ) Aumenta o ritmo de arritmias cardíacas.
c) Digoxina
( ) Acentua o efeito hemorrágico sobre a mucosa gástrica.
d) Propanolol
( ) Níveis reduzidos com antiácidos.
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Erros de medicação
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Os eventos adversos relacionados a medicamentos podem levar a importantes agravos à saúde dos pacientes, com relevantes repercussões econômicas e sociais. Dentre eles, os erros de medicação são ocorrências comuns e podem assumir dimensões clinicamente significativas e impor custos relevantes ao sistema de saúde. Sendo, os erros de prescrição os mais sérios dentre os que ocorrem na utilização de medicamentos. Os erros de medicação estão relacionados aos acontecimentos que podem ser evitados, mas estão ligados ao uso inadequado de medicamentos. Este conceito nos remete ao fato de que o uso inadequado pode ou não lesar o paciente, mesmo que o medicamento esteja sob controle de profissionais da saúde, do paciente ou do consumidor. O erro pode estar relacionado a uma série de fatores que serão abordados adiante.
CAUSAS DOS ERROS DE MEDICAÇÃO Estudos realizados pelas instituições FDA e USP-ISMP mostraram que as causas dos erros advêm de vários fatores e muitos deles relacionados fatos similares. Dentre as principais causas estão: 1.
Informação relacionada ao paciente.
2.
Informação relacionada ao medicamento.
3.
Comunicação relacionada aos medicamentos.
4.
Rotulagem, embalagem e nome dos medicamentos.
5.
Dispensação, armazenamento e padronização dos medicamentos.
6.
Aquisição, uso e monitoramento de dispositivos para administração dos medicamentos.
7.
Fatores ambientais.
8.
Educação e competência dos profissionais
9.
Educação do paciente.
10. Gerenciamento de risco e processos de qualidade.
TIPOS DE ERROS DE MEDICAÇÃO A) Erros de prescrição: definido como erro de redação ou decisão, não intencional, que pode reduzir a eficácia do tratamento e aumentar os riscos de lesão ao paciente. TIPOS DE ERROS Escolha incorreta: - Do medicamento; - Da dose do medicamento; - Da via de administração do medicamento; - Da velocidade de infusão do medicamento; - Da forma de apresentação do medicamento. Prescrição ilegível e incompleta.
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO - Padronizar as prescrições de medicamentos: evitar abreviações, evitar uso de casas decimais, usar sistema eletrônico e outros. - Incluir farmacêutico na equipe multidisciplinar. - Não interpretar letras incompreensíveis. - Não executar prescrições rasuradas.
B) Erros de dispensação: definido como erro durante a distribuição incorreta do medicamento prescrito ao paciente. Esses erros, ainda, estão relacionados às divergências entre a prescrição e o atendimento e aos erros por funcionários da farmácia. Estratégias de prevenção:
Adotar sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária.
Disponibilizar local adequado para dispensação de medicamentos.
Padronizar armazenamento adequado.
Incluir um farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar.
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Conhecer os rótulos dos medicamentos e verificá-los com a prescrição.
C) Erros de omissão: número de doses dispensadas menor que o prescrito ou nenhuma dose dispensada do medicamento prescrito. -
-
TIPOS DE ERROS Não administração de um medicamento prescrito para o paciente. Ausência de registro da execução da medicação.
-
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO Implementar a prática de verificação dos 05 certos da terapia medicamentosa. Seguir os protocolos de administração de medicamentos. Registrar corretamente a administração do medicamento. Preparar e administrar medicamentos sob a supervisão de enfermeiro. Atentar para o preparo de pacientes para exames ou jejum que possam interferir na administração do medicamento.
D) Erros de horário: administração do medicamento fora do intervalo de tempo estabelecido na prescrição. Estratégias de prevenção:
Implementar a prática de verificação dos 05 certos da terapia medicamentosa.
Seguir os protocolos de administração de medicamentos.
Registrar corretamente a administração do medicamento.
Preparar e administrar medicamentos sob a supervisão de enfermeiro.
Atentar para o preparo de pacientes para exames ou jejum que possam interferir na administração do medicamento.
Adequar os horários de administração dos medicamentos e rotina de uso já estabelecida pelo paciente.
E) Erro de administração não autorizada de medicamento TIPOS DE ERROS Administração de medicamento: -
Não prescrito;
-
Ao paciente errado;
-
Errado;
-
Não autorizado pelo médico.
Utilização de prescrição desatualizada.
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO - Padronizar o armazenamento adequado e a identificação completa e clara de todos os medicamentos utilizados na instituição. - Identificar e destacar a concentração de um mesmo medicamento de diferentes fabricantes. - Utilizar sistemas de identificação do paciente e do leito. - Medicamentos prescritos “se necessário” devem ter clara sua indicação.
F) Erros de dose TIPOS DE ERROS
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
-
Administração de uma dose maior ou menor que a prescrita.
- Instituir a prática de dupla checagem, por dois profissionais, dos cálculos de diluição e administração de medicamentos de alto risco.
-
Administração de uma dose extra do medicamento.
- Ter habilidade na realização de cálculos e medir doses com exatidão.
-
Administração de dose duplicada do medicamento.
- Disponibilizar local adequado para o preparo de medicamentos. - Utilizar instrumentos de medida padrão no preparo de medicamentos (copos graduados, seringas milimetradas) para medir doses com exatidão.
G) Erros de apresentação: consiste na administração de um medicamento em apresentação diferente da prescrita. Estratégias de Prevenção:
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Buscar orientação com outros profissionais e consultar guias, bulas de medicamentos e protocolos em caso de dúvidas acerca do nome do medicamento, posologia, indicações, contra-indicações, precauções de uso, preparo e administração.
Utilizar preparações de medicamentos específicas para a via de administração prescrita.
H) Erros de preparo TIPOS DE ERROS
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
-
Medicamento incorretamente formulado manipulado antes da administração.
-
Armazenamento inadequado do medicamento.
-
Falha na técnica de assepsia.
-
Identificação incorreta do fármaco.
-
Escolha inapropriada dos acessórios de infusão.
ou
- Identificar corretamente os medicamentos preparados e os frascos de medicamentos que serão armazenados. - Realizar o preparo do medicamento imediatamente antes da administração, a não ser que haja recomendação diferente do fabricante. - Adquirir conhecimentos farmacologia.
fundamentais
sobre
I) Erros de administração TIPOS DE ERROS
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
-
Falha na técnica de assepsia ou de administração do medicamento
- Padronizar equipamentos tecnológicos (como bombas de infusão) na unidade, limitando a variedade de opções.
-
Administração do medicamento por via diferente da prescrita, em local errado, em velocidade de infusão incorreta ou prescrito incorretamente.
- Realizar prescrição de enfermagem para o uso de bombas de infusão para administração segura de fármacos.
-
Associação de medicamentos física ou quimicamente incompatíveis
- No horário de administração do medicamento, levar ao local de administração apenas o que se designa ao paciente específico, não fazendo uso de bandeja contendo diversos medicamentos para diferentes pacientes.
-
Falha nos equipamentos ou problemas com acessórios da terapia de infusão
- Utilizar materiais e técnicas estéreis para administrar medicamentos por via intravenosa.
J) Erros com medicamentos deteriorados TIPOS DE ERROS -
Administração de medicamento com data de validade expirada ou com integridade físicoquímica comprometida.
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO - Supervisionar o controle da temperatura da geladeira de acondicionamento de medicamentos, definindo parâmetro mínimo e máximo. - Identificar corretamente os frascos de medicamentos manipulados que serão armazenados (com data e horário da manipulação, concentração do medicamento, iniciais do responsável pelo preparo).
K) Erros de monitoração TIPOS DE ERROS -
Falha em rever um esquema prescrito para devida adequação ou detecção de problemas.
-
Falha em monitorar dados clínicos e laboratoriais antes, durante e após a administração de um medicamento, para avaliar a resposta do paciente à terapia prescrita.
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO - Desenvolver e implementar programas de educação centrados nos princípios gerais da segurança do paciente que incluam informações sobre uso de novos medicamentos e treinamento da equipe multiprofissional nas diferentes etapas do sistema de medicação. - Informar ao paciente e família sobre eventuais reações adversas aos medicamentos e como relatar à equipe de saúde.
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L) Erros em razão da não aderência do paciente e da família: considera-se erro o comportamento inadequado do paciente ou cuidador quanto a sua participação na proposta terapêutica. Estratégias de prevenção:
Orientar paciente e família quanto à terapia medicamentosa (objetivos da terapia, ações e efeitos esperados, reações adversas, cuidados no preparo e administração do medicamento).
MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS – MPP’s Os medicamentos potencialmente perigosos são medicamentos que apresentam maior potencial de provocar lesão grave nos pacientes quando ocorre falha em seu processo de utilização. Essa definição não indica que os erros com esses medicamentos sejam mais frequentes, mas que sua ocorrência pode provocar lesões permanentes ou fatais. No quadro abaixo, estão relacionados os principais MPP’s, conforme lista atualizada do ISMP de 2008.
MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS CLASSES TERAPÊUTICAS Agonistas adrenérgicos intravenosos (ex. epinefrina, fenilefrina, norepinefrina); Anestésicos gerais, inalatórios e intravenosos (ex. propofol, cetamina); Antagonistas adrenérgicos intravenosos (ex. propranolol, metoprolol); Antiarrítmicos intravenosos (ex. lidocaína, amiodarona); Antitrombóticos (anticoagulantes): - Varfarina; - Heparinas não-fracionada e de baixo peso molecular (ex. enoxaparina, dalteparina); - Fator de coagulação Xá; - tombolíticos (ex. alteplase, tenecteplase); - Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (ex. eptifibatide, tirofibana). Bloqueadores neuromusculares (ex. suxametônio, rocurônio, vecurônio); Contrastes radiológicos intravenosos; Hipoglicemiantes de uso oral; Inotrópicos intravenosos (ex. digoxina); Medicamentos administrados por via epidural ou intratecal; Medicamentos na forma lipossomal (ex. anfotericina B lipossomal); Analgésicos opióides intravenosos, transdérmicos, e de uso oral (incluindo líquidos concentrados e formulações de liberação imediata ou prolongada); Quimioterápicos de uso parenteral e oral; Sedativos moderados de uso oral em crianças (ex. hidrato de cloral); Sedativos moderados intravenosos (ex. midazolam); Solução cardioplégica; Soluções de diálise peritoneal e hemodiálise; Soluções de nutrição parenteral total. MEDICAMENTOS ESPECÍFICOS Água estéril injetável, para inalação e irrigação em embalagens de 100 mL ou volume superior; Cloreto de potássio concentrado injetável; Cloreto de sódio hipertônico injetável (concentração maior que 0.9%); Fosfato de potássio injetável; Glicose hipertônica (concentração maior ou igual a 20%); Insulina subcutânea e intravenosa; Lidocaína intravenosa; Metotrexato de uso oral (uso não oncológico); Nitroprussiato de sódio injetável; Oxitocina intravenosa; Prometazina intravenosa; Sulfato de magnésio injetável; Tintura de ópio.
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CONCEITOS BÁSICOS
Reação adversa: resposta nociva a uma droga, não intencional, que ocorre nas doses usais para profilaxia, terapêutica, tratamento ou para modificação de função fisiológica.
Eventos adversos: são considerados como qualquer dano ou injúria causado ao paciente pela intervenção médica relacionada aos medicamentos.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Descreva sobre erros de medicação. 2) Cite 05 causas dos erros de medicação. 3) Escreva três tipos de erros de medicação. 4) Defina erros de prescrição e erros de dispensação. 5) Cite 03 estratégias de prevenção para os erros de omissão. 6) Cite 03 estratégias de prevenção para os erros de horário. 7) Quais são os tipos de erros de dose? 8) Defina medicamentos potencialmente perigosos. 9) Cite 05 classes terapêuticas e 05 medicamentos específicos dos MPPs. 10) Diferencie reação adversa de efeito adverso.
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Cálculos básicos
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A terapia medicamentosa tornou-se uma das formas mais comuns de intervenção no cuidado ao paciente, utilizada ao longo dos anos na cura de doenças. Cerca de 88% dos pacientes que procuram atendimento à saúde recebem prescrições de medicamentos. A correta administração requer conhecimento pleno dos integrantes da equipe de enfermagem envolvidos no cuidado ao paciente. Uma das maiores responsabilidades atribuídas ao profissional de saúde é o preparo e a administração de medicamentos. Qualquer erro pode trazer consequências fatais para o paciente. Por isso, é indispensável que os profissionais dessa área tenham muito conhecimento, consciência e uma atuação extremamente cuidadosa. Todo profissional da saúde deve conhecer os princípios básicos da terapêutica medicamentosa cotidiana, que compreende: ação, doses diárias, vias de administração e efeitos colaterais. Deve ainda ter uma capacidade de observação aguçada e conhecer as noções básicas sobre as patologias em geral, sobre a terapêutica medicamentosa referente às diversas patologias, sobre interação dos medicamentos e intolerância individual. Além de conseguir interpretar e adequadamente calcular os valores correspondentes em prescrições médicas. Toda prescrição médica deve conter: nome do medicamento (genérico e/ou comercial); dose/dia; forma; via. É extremamente arriscado fazer prescrições verbais para o profissional de Enfermagem, o que deve ser evitado, exceto em casos de absoluta urgência. Nessas situações emergenciais, o profissional deve anotar os procedimentos necessários na folha de prescrição do paciente, detalhando a medicação prescrita, o horário de administração dos medicamentos, as doses a serem administradas, as vias de administração e o nome do médico responsável pelo paciente. Feito isso, logo que possível, ele deverá obter a prescrição por escrito e efetuar os cálculos necessários para o fracionamento e administração do medicamento prescrito. A terapêutica medicamentosa, devido a complexidade do sistema de saúde, tem sido exercida em ambientes cada vez mais especializados e dinâmicos, e muitas vezes sob condições que contribuem para a ocorrência de erros. Estudos realizados ao longo dos últimos anos têm evidenciado a presença de erros durante o tratamento medicamentoso. Os erros relacionados à utilização de medicamentos podem resultar em sérias consequências para o paciente e sua família, como gerar incapacidades, prolongar o tempo de internação e de recuperação, expor o paciente a um maior número de procedimentos e medidas terapêuticas, atrasar ou impedir que reassuma suas funções sociais, e até mesmo a morte. Tendo em vista o grande número de intervenções às quais o paciente é submetido durante a internação hospitalar, a incidência de uma alta taxa de erros é uma possibilidade, caso não existam medidas que visem sua prevenção, detecção e intervenção. Conhecer e aplicar adequadamente os fundamentos da aritmética e da matemática auxilia o profissional de saúde na prevenção de erros relacionados ao preparo, a dosagem e ou à administração de medicamentos.
UM POUCO DE SISTEMA DE NUMERAÇÃO A origem do sistema de numeração que é atualmente utilizado na maioria das culturas contemporâneas do Ocidente é muito antiga. Surgiu na Ásia, há muitos séculos, no vale do rio Indo, onde hoje é o Paquistão. Até que fosse desenvolvida a numeração decimal, com a introdução do valor posicional e a utilização do zero, ainda se passariam alguns séculos. Provavelmente, essas modificações tenham sido introduzidas na índia por volta do século V a.C. Vale lembrar que o sistema decimal posicional desenvolvido pelos indianos recebeu influências de diferentes povos, já que o princípio posicional era utilizado pelos mesopotâmicos. A base dez era usada pelos egípcios e chineses e, quanto ao zero, têm-se indícios de que já era utilizado pelos mesopotâmicos, na fase final de sua civilização. Assim, deve-se o mérito da estruturação do sistema de numeração decimal aos indianos, que foram os que reuniram essas diferentes características num mesmo sistema numérico. A denominação indo-arábico, para o nosso sistema de numeração, deve-se ao fato de seus símbolos e suas regras terem sido desenvolvidos pelo antigo povo indiano, mas aperfeiçoados e divulgados pelos árabes.
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Nosso sistema atual de numeração é o Sistema de Numeração Decimal e os algarismos são conhecidos como indo-arábicos. Existem operações fundamentais que identificam a adição e a subtração (juntar/separar; aumentar/diminuir) e estas são consideradas elementares, sendo trabalhadas simultaneamente com as noções que contribuem para a concepção numérica. Ao mesmo tempo existem operações elementares do tipo reúne/separa, estas se classificam, segundo critérios como operações de produto e razão (expandir/multiplicar, fracionar/dividir) a partir de características comuns a dois subconjuntos; existem operações que também realizam seriações e reconhece padrões.
TABUADA Há diversas maneiras de construir uma tabuada, mas confira um modo simplificado de realizar as tabuadas do 6, 7, 8, 9 e 10 - chamada "tabuada dos dedos". Para isso, deve-se dar aos dedos, de ambas as mãos, os seguintes valores: o dedo mínimo vale a 6, o dedo anelar vale a 7 o dedo médio vale a 8, o dedo indicador vale a 9 e o dedo polegar vale 10.
Após enumerá-los siga os seguintes passos: una os dedos que correspondem aos números que se deseja multiplicar, por exemplo, 7 x 8.
Cada dedo unido e os dedos abaixo deles "valem" 10 unidades (uma dezena) e devem ser somados. Na figura abaixo, as dezenas estão dentro do círculo vermelho.
Os dedos acima da união valem 1 (uma unidade) e o total de cada mão deverá ser multiplicado. Na figura abaixo, as unidades estão dentro do retângulo azul.
Pode-se ver os dedos que correspondem ao 7 e 8 estão unidos, e abaixo deles há mais 3 dedos, portanto temos 5 dezenas ou 50 unidades; Acima há 3 dedos de um dos lados e 2 dedos do outro, portanto 3 x 2 é igual a 6, mais 50 igual a 56.
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Após revisar a tabuada pode-se, tranquilamente, falar de multiplicação e divisão:
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS NO CÁLCULO DE MEDICAÇÕES A) SOMA: operação que combina dois números, ou termos, em um único número ou soma. Tem como símbolo o sinal “+” (mais). a+b=c a = termo, soma ou parcelas / b = termo, soma ou parcelas / c = soma Para realizar as operações devemos:
Os números devem ser alinhados um embaixo do outro, dispostos de maneira que unidade fique embaixo de unidade, dezena embaixo de dezena, centena embaixo de centena e assim por diante.
Se em um, ou todos os números houver vírgula, alinhar os números embaixo do outro; de maneira que fique vírgula debaixo de vírgula, inteiro com inteiro, décimo com décimo, centésimo com centésimo e assim por diante.
Onde não há nenhum algarismo, preencher com zero (para igualar o número de casas decimais).
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B) SUBTRAÇÃO: operação que indica quanto é um valor se dele for retirado outro valor através de uma operação de diminuição. Tem como símbolo o sinal “–“ (menos). a-b=c a = minuendo / b = subtraendo / c = diferença ou resto Como na soma, para realizar as operações, deve-se:
Alinhar os números um embaixo do outro de maneira que fique unidade embaixo de unidade, dezena embaixo de dezena, centena embaixo de centena e assim por diante.
Se em um dos números ou todos os números houver vírgula, colocá-los um embaixo de maneira que fique vírgula debaixo de vírgula, inteiro com inteiro, décimo com décimo, centésimo com centésimo e assim por diante.
Quando não há nenhum algarismo, preencher com zero (para igualar o número de casas decimais).
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C) MULTIPLICAÇÃO: Forma simples de se adicionar uma quantidade finita de números iguais. Têm-se como símbolos da multiplicação os sinais “.” ou “x”. a . b = c ou a x b = c a = multiplicando ou fator / b = multiplicador ou fator / c = produto
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Lembre-se:
Vírgula na frente de qualquer número só se "sustenta" quando coloca-se um zero à sua frente.
Ao multiplicar um número inteiro por 10, acrescenta-se ao seu resultado um zero; ao multiplicar por 100, acrescenta-se 02 zeros; por 1000, acrescenta-se 3 zeros e assim por diante.
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Ao multiplicar um número decimal por 10, deve-se mover a vírgula uma posição para a direita, quando multiplica-se por 100 a vírgula move-se para direita duas posições, e assim por diante.
D) DIVISÃO: operação matemática que "divide" um determinado número em partes iguais. As propriedades da divisão são inversas da multiplicação. Tem como símbolos os sinais “÷”, “:” , “/” ou “_” (dividido). a ÷ b = c ; a : b = c ; a / b = c; Legenda: A = dividendo; B = divisor e C = quociente. Lembre-se que na divisão pode "sobrar" algum valor, chamado de resto que é representado aqui pelo símbolo "?".
Quando o resto não for zero, deve-se continuar a divisão acrescentando uma vírgula no quociente e zero no resto. Para melhor entendimento veja com detalhes uma divisão.
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Observação: Matematicamente é prevista a possibilidade de "arredondamento" de resultados (quociente); com isso o resultado é considerado "aproximado" (representado pelo símbolo ≈). Para maior precisão deve-se continuar a divisão, após a vírgula, pelo menos 2 casas. Ou seja: 250 ÷ 12 é igual a 20,83 ou ≈ 21. Há casos em que o divisor é menor que o dividendo.
Quando realiza-se a divisão de dois números decimais e os números de casas decimais forem diferentes, deve-se igualar o número de casas decimais e efetuar a divisão normalmente.
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Ao dividir um número inteiro por 10 pode-se "andar" com a vírgula à esquerda uma casa; ao dividir por 100 a vírgula deve "andar" duas casas à esquerda e assim por diante, ou seja, o número de zeros dita o número de casas que deve-se "andar".
FRAÇÕES Uma fração indica uma divisão e expressa o número em partes iguais em que o todo foi dividido. Se o todo é dividido em um número de partes iguais, então uma ou mais partes desse número de partes iguais é denominado Fração. Exemplo: A fração 3/8 significa 3 de 8 partes iguais. Isso também poderia ser escrito 3 ÷ 8 porque indica a divisão em 8 partes iguais.
Os números 3 e 8 são os “Termos da Fração”. O número inferior de uma fração é chamado de denominador, ou divisor, e indica em quantas partes a unidade é dividida. O número superior da fração é denominado numerador, ou dividendo, e indica quantas partes foram tomadas da unidade.
A) TIPOS DE FRAÇÕES
Frações próprias: Algumas vezes chamada de fração comum, ou apenas “fração“, ela possui um numerador menor que o denominador e designa um valor menor que a unidade. Exemplo: 1/3; 2/5; 3/17.
Fração imprópria: Esta é uma fração na qual o numerador é maior que o denominador e designa um valor maior que a unidade.
Número misto: Consiste em um número inteiro e uma fração. Exemplo:
Fração complexa: Tanto o numerador quanto o denominador (ou apenas um destes) estão na forma de fração.
Uma fração é dita reduzida aos seus termos mais simples quando o numerador e o denominador não podem ser divididos de forma exata pelo mesmo número (exceto o número 1). Exemplo: 6/8 – Esta fração não é reduzida porque tanto o numerador quanto o denominador podem ser divididos por 2
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES Caso você tenha dúvidas quanto às operações aritméticas fundamentais, trabalhando com números inteiros ou decimais, tal como a realização de divisões com muitos algarismos no divisor ou com casas
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decimais, você pode retornar ao tópico 7.2, onde cada uma delas é detalhada, com informações em detalhes de como realizar cada uma destas quatro operações aritméticas fundamentais: Adição, subtração, multiplicação e divisão. A) SOMA DE FRAÇÕES: essa operação requer que todas as frações envolvidas possuam o mesmo denominador. Se inicialmente todas as frações já possuírem um denominador comum, basta que realizemos a soma de todos os numeradores e mantenhamos este denominador comum. No exemplo abaixo, podemos observar que todas elas possuem o denominador 7. Neste caso a fração final terá como numerador a soma dos números 1, 2 e 3, assim como terá o mesmo denominador 7.
Vejamos agora este outro exemplo:
Neste caso não podemos simplesmente realizar a soma dos numeradores. Primeiramente devemos converter todas as frações ao mesmo denominador. O denominador escolhido será o mínimo múltiplo comum dos denominadores. Será o MMC (3, 5, 13). Como sabemos, o MMC (3, 5, 13) = 195. Logo todas as frações terão o denominador comum 195. O novo numerador de cada uma delas será apurado, simplesmente dividindo-se 195 pelo seu denominador atual e em seguida multiplicando-se o produto encontrado pelo numerador original:
Para 1/3 temos que: 195: 3 x 1 = 65, logo: 1/3 = 65/195;
Para 2/5 temos que: 195: 5 x 2 = 78, logo: 2/5 = 78/195;
Para 3/13 temos que: 195: 13 x 3 = 45, logo: 3/13 = 45/195.
Obtemos assim, três frações equivalentes às frações originais sendo que todas contendo o denominador 195. Agora resta-nos proceder como no primeiro exemplo:
No caso de adição de frações mistas devemos colocar a parte fracionária toda com o mesmo denominador e depois realizarmos separadamente a soma das partes inteiras e das partes fracionárias:
B) SUBTRAÇÃO A diferença ou subtração de frações, assim como a adição, também requer que todas as frações contenham um denominador comum. Quando as frações possuírem um mesmo denominador, temos apenas que subtrair um numerador do outro, mantendo-se este denominador comum. Vejamos o exemplo:
Observamos que todas as frações possuem o denominador 9. Neste caso a fração final terá como numerador a diferença dos numeradores, assim como irá manter o denominador 9:
Observemos este outro exemplo:
Como as frações não possuem todas o mesmo denominador, primeiramente devemos a apurar o MMC (9, 3, 7) para utilizá-lo como denominador comum. Sabemos que o MMC (9, 3, 7) = 63. Logo utilizaremos 63 como o denominador comum. Como já visto, para encontrarmos as frações equivalentes às do exemplo, que possuam o denominador igual a 63, para cada uma delas iremos dividir 63 pelo seu denominador e em seguida multiplicaremos o resultado pelo seu numerador:
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Para 8/9 temos que: 63 : 9 x 8 = 56, logo: 8/9 = 56/63
Para 1/3 temos que: 63 : 3 x 1 = 21, logo: 1/3 = 21/63
Para 2/7 temos que: 63 : 7 x 2 = 18, logo: 2/7 = 18/63 Finalmente podemos realizar a subtração:
Assim como na adição, no caso da subtração de frações mistas também devemos colocar a parte fracionária toda com o mesmo denominador e depois realizarmos separadamente a subtração das partes inteiras e das partes fracionárias:
C) MULTIPLICAÇÃO Ao menos conceitualmente, a multiplicação ou produto de frações, talvez seja a mais simples das operações aritméticas que as envolvem. Diferentemente da adição e da subtração, a multiplicação não requer que tenhamos um denominador comum. Para realizarmos o produto de frações, basta que multipliquemos os seus numerados entre si, fazendo-se o mesmo em relação aos seus denominadores. Vejamos o exemplo abaixo:
Independentemente de os denominadores serem todos iguais ou não, iremos realizar a multiplicação conforme mostrado abaixo:
A multiplicação de frações mistas deve ser precedida da conversão das mesmas em frações impróprias:
D) DIVISÃO A divisão de frações resume-se a inversão das frações divisoras, trocando-se o seu numerador pelo seu denominador e realizando-se então a multiplicação das novas frações. Vejamos como realizar a divisão abaixo:
Realizando-se a inversão das divisoras e mudando-se de divisão para multiplicação teremos:
Realizando-se a multiplicação teremos:
MÚLTIPLAS OPERAÇÕES Assim como nas operações aritméticas com números naturais, nas operações aritméticas com frações, a multiplicação e a divisão têm precedência sobre a adição e a subtração, por isto em expressões compostas que envolvam múltiplas operações, devemos primeiro realizar as operações de multiplicação e de divisão e por último as operações de soma e subtração.
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Vejamos a expressão a seguir:
A sequência para a sua resolução é a seguinte: Primeiramente executamos a multiplicação:
Em seguida executamos a divisão, invertendo a fração e transformando a divisão em uma multiplicação:
Agora podemos utilizar o MMC (3, 35, 77) = 1155 como o denominador comum das frações e realizarmos a soma e a subtração:
Finalmente obtemos o resultado da expressão:
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Calcule o valor das seguintes expressões: a) 2 (5 + 3) – 4 (2 + 1) = b) 4 (3 – 2) – 3 (4 – 3) = c) 4 (3 – 1) – 2 (3 – 2) = d) 5 (5 + 5) – 3 (5 + 3) = 2) Qual é maior? a) 5/6 ou 5/8 b) 3/4 ou 1/3 c) 0,75 ou 0,749 d) 0,25 ou 0,255 3) Transforme as frações abaixo em números inteiros ou mistos: a) 12/8 b) 25/8 c) 17/9 d) 410/100 4) Transforme as frações abaixo em frações impróprias: a) 1 ⅓ b) 9 ⅛ c) 2 ⅛
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d) 4 ½ 5) Transforme as frações abaixo em frações que tenham o mesmo denominador comum: a) 7/12 e 3/6 b) 1/8 e 8/24 c) 2/3, ½ e 3/4 d) 1 ⅓, 3/6 e ¼ 6) Some os seguintes números: a) 1/12, 2/3 e 4/9 b) 7 ¼, 6 2/8 e 4 5/6 c) 3 ½, 2 3/10 e 5 2/5 d) 24 3/8, 12 6/7 e 5/14 7) Efetue as seguintes subtrações: a) 8/18 – 3/18 b) 7/8 – ¼ c) 4 2/8 – 2 7/8 d) 3 10/15 – 7/15 8) Efetuar as seguintes Multiplicações: a) 7/8 X 5/9 b) 3 1/3 X 1 1/5 c) 1/3 X 4/12 X 4/6 d) 1 ½ X 2 5/6 X 3 1/3 9) Efetuar as seguintes divisões: a) 3/5 ÷ 7/8 b) 3 ÷ ½ c) 2/3 ÷ 4 d) 3 ½ ÷ 1 ¾ 10) Calcule as seguintes frações decimais: a) 2100,75 + 21,50 + 0,0021 = b) 350,21 – 349,20 = c) 1,75 X 0,007 = d) 382,93 ÷ 23,1 =
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Cálculos aplicados
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REGRA DE TRÊS E PROPORÇÕES A regra de três permite de forma simples, estruturar o problema obtendo sua solução. Pode ser direta ou inversa. Na regra de três direta ao aumentar um fator, aumenta-se também o outro; como no exemplo abaixo ao aumentar o número de ampolas aumenta-se o total de “mL”. Já na regra de três inversa ocorre uma situação diferente; um exemplo fácil de perceber esta situação é quando 6 pedreiros fazem um muro em 10 dias. Ao dobrar-se o número de pedreiros trabalhando pode-se deduzir que o total de dias trabalhados diminuirá, portanto é uma regra de três inversa. Vale a pena salientar que em nossa realidade profissional, utiliza-se a regra de três direta. Importante observar que a regra de três só se faz necessária, quando não se consegue resolver o problema de maneira direta. EXEMPLO: Tenho ampolas de dipirona com 2 mL de solução. Quantos mL existem em três ampolas? Resposta: Forma direta: 2 mL x 3 ampolas = 6 mL nas três ampolas. Como estruturar uma regra de três: 1) Verificar se a regra é direta ou inversa: Neste caso é uma regra de três direta, pois ao aumentar a quantidade de ampolas a quantidade relativa ao volume também aumentará. 2) Deve-se colocar na mesma fila as grandezas iguais, no caso abaixo, optou-se por escrever na mesma coluna as grandezas iguais. 3) Na primeira linha coloca-se o que se sabe. Na segunda linha coloca-se o que se precisa descobrir, substituindo o valor que falta e o que se procura por x (conhecido como Incógnita). OBSERVAÇÃO: O mesmo exemplo anterior, por regra de três:
Uma proporção mostra a relação entre duas razões iguais. Uma proporção pode ser escrita como: 8 : 16 : : 1: 2 ou 8 : 16 = 1 : 2 O primeiro e o quarto termos de uma proporção são chamados de extremos, e o segundo e o terceiro termos são os meios. Numa proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos. Procedimento: 1° Multiplicar os meios e os extremos, chamando o termo desconhecido de “x”. 2° Dividir o produto conhecido pelo coeficiente de “x” para encontrar o termo desconhecido. Exemplo: 3 : 5 = x : 10 → 5x = 30 → x = 30/5 = 6
PORCENTAGEM Representada pelo símbolo “%” (por cento), pode ser "traduzido" como partes de cem, então quando diz-se 45% isso significa que tem-se 45 partes de um total de cem. Também pode-se escrever: 45% ou 45/100 ou ainda 0,45; porque ao dividir 45 por 100 tem-se 0,45.
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EXEMPLO: Eritromicina a 2% - significa que, a cada 100 mL de solução temos 2g de eritromicina.
UNIDADES DE PESO, MEDIDA E TEMPO O sistema métrico decimal e de tempo utilizado em hospitais tem como unidades básicas o metro, o litro, o grama e o segundo.
O metro(m) é a unidade básica de comprimento. O litro (l) é a unidade básica de volume. O grama (g) é a unidade básica do peso. O segundo (seg) é a unidade básica de tempo. Na enfermagem usam-se rotineiramente as unidades de medidas litro e grama divididas por 1000.
EXEMPLO: 1 mL = 1000 mililitros 1 g = 1000 miligramas
1 h = 60 minutos 1min = 60 segundos
TRANSFORMAÇÃO Lembre-se na multiplicação por (mil) 1.000 a VÍRGULA anda para a DIREITA conforme o número de ZEROS. Gramas / Miligramas 1g = 1000 mg 0,8g = 800 mg 0,5g = 500 mg 0,2g = 200 mg 0,1g = 100 mg
Litros / Mililitros 2L = 2000 mL 0,6L = 600 mL 0,15L = 150 mL 3,2L = 3200 mL 0,52L= 520 mL
A escada é a melhor maneira de simplificar operações envolvendo operações com múltiplos de 10 (10, 100, 1000). Pode-se utilizá-la para realizar as transformações de grama para miligrama, de miligrama para grama; de litro para mililitro e de mililitro para litro. Ao subir cada degrau divide-se o número que está no patamar por dez, no caso de números decimais é só andar com a vírgula para esquerda a cada degrau; e, quando não houver mais algarismos completa-se com "zero", pois a vírgula não se sustenta sem o zero. No caso de descer os degraus, ao invés de dividir basta multiplicar da mesma forma por dez. E, em caso de números decimais, a vírgula andará para direita, além de acrescentar um zero à direita.
Em caso de número decimal, ao descer cada degrau deve-se andar com a vírgula da esquerda para direita. Quando não houver mais possibilidade de andar com a vírgula, basta acrescentar "zero" à direita do número para então fechar o processo. No modo tradicional teríamos que aplicar a regra de três, ou seja:
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FORMAS DE MEDIDAS Para colher-medida os valores precisam ser verificados em cada utensílio, pois podem variar conforme o fabricante. Para gotejamento os valores são padronizados, entretanto quando for para medicamentos em frasco-gotas também precisam ser verificados, pois podem variar de acordo com o medicamento. -
Medidas 1 colher de sopa corresponde a 15 mL. 1 colher de sobremesa corresponde a 10 mL. 1 colher de chá corresponde a 5 mL. 1 colher de café corresponde a 2,5 ou 3 mL*. 1 ml possui 20 gotas. 1 ml possui 60 microgotas; 1 gota possui 3 microgotas. 1 gota é igual a 1 macrogota.
Observação 01 Para transformar gotas em mL ou viceversa, basta utilizar a regra de três. Para compor ou montar uma equação (regra de três), coloque sempre do mesmo lado as igualdades ou unidades de medida também conhecidas por Grandezas: volume, medidas e peso. EXEMPLO: mg em baixo de mg / gotas em baixo de gotas / mL em baixo de mL / litros em baixo de litros / horas em baixo de horas
Observação 02 Estas conversões apenas são válidas no Brasil. Em outros países pode haver diferenças como, por exemplo, nos EUA, segundo Boyer, 2010, 1 mL equivale a 10, 15 ou 20 gotas dependendo do fabricante do equipo gotejador; há também algumas medicações que fogem deste padrão, como por exemplo, o Tramal® que 1 mL tem 40 gotas.
*As colheres de café antigas eram menores que as atuais, isto justifica esta diferença.
DILUIÇÃO Diluir significa dissolver, tornar menos concentrado; ou seja, temos um soluto (pó / cristal) e deve-se dissolver com um solvente (água destilada / água bidestilada / água de injeção / soros). A) Preparo de medicação com a concentração definida ou já dissolvida Será necessário para o seu preparo usar apenas a regra de três: EXEMPLO 01: Prescrição Médica – 120 mg de Aminofilina Disponível: ampola de Aminofilina. 10 mL c/ 240 mg (240mg/10mL)
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EXEMPLO 02: Prescrição Médica – Decadron 8mg Disponível: Frasco – ampola de Decadron de 2,5 mL (4 mg/mL)
B) Quando se trabalha com comprimidos Na ausência de um comprimido na concentração desejada, deve-se calcular a dosagem, a partir da concentração do comprimido disponível.
EXEMPLO 01: Prescrição Médica – Captopril 25mg Disponível – Captopril 12,5mg
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EXEMPLO 02: Prescrição Médica – 250mg de Quemicetina Disponível – Quemicetina – cp 1000mg
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Calcule as regras de três abaixo: a) Tenho ampolas de dipirona com 2 mL de solução. Quantos mL tenho em três ampolas? b) Tem um soro de 500 ml para correr em 6 horas. Quantas macrogotas deverão correr? c) Tem um soro de 1000 ml para correr em 18 horas. Quantas microgotas deverão correr? d) Tem um soro de 0,95 com 200 ml para correr em 40 minutos. Quantas gotas deverão correr? 2) Completar: Alternativas
Fração
Decimal
Percentagem
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a)
1/8
b)
1,25
c) d)
75% 6/1000
3) Calcular as porcentagens abaixo: a) 6% de 300 b) 8% de 2700 c) 1/3% de 360 d)5 ½% de 2500 4) Resolver as proporções abaixo para “x”: a) 2 : x : : 10 : 20 b) 10 : 15 : : x : 30 c) x : 300 : : 2 : 60 d) 2,5 : x : : 50 : 60 5) fazer as conversões abaixo: a) 10 mL = ________________ colheres de chá b) 0,1g = ________________ mg c) 1500mg = ________________ kg d) 2 ½ quartos = ________________ mL 6) Quantos gramas de permanganato de potássio são necessários para preparar 250 mL de solução a 2%? 7) Quantos mL de água destilada são necessários para diluir 80 mg de gentamicina e obter 20mg em 0,5 mL? 8) Quantos gramas de glicose têm 500ml de SG5%? 9) Prescrição médica: administrar 8ml de glicose 10% (EV). Apresentação: ampola de 20 mL de glicose 50%. Quanto deverei aspirar (em mL) de glicose 50% para cumprir a prescrição? 10) Prescrição médica 3 mL/h de soro fisiológico 0,95. Como transformar em gotas por minuto?
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Fracionamento de medicamentos
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Fracionamento é o procedimento capaz de promover o uso racional de medicamentos por meio da dispensação de unidades farmacotécnicas ao usuário, na quantidade estabelecida pela prescrição médica, odontológica ou necessária ao tratamento correspondente, nos casos dos medicamentos isentos de prescrição, sob orientação e responsabilidade do farmacêutico. Isso ocorre a partir da subdivisão da embalagem de um medicamento em partes individualizadas, suficientes para atender ao tratamento clínico prescrito ou às necessidades terapêuticas do consumidor e usuário de medicamentos, quando estão isentos de prescrição. Por exemplo, se você tem que tomar 5 comprimidos, não vai precisar mais comprar caixa com 8.
PASSOS PARA O FRACIONAMENTO O fracionamento inicia com a avaliação da prescrição e termina com a dispensação, percorrendo os seguintes passos:
Avaliação da prescrição.
Subdivisão da embalagem em frações menores.
Acondicionamento das unidades fracionadas na embalagem da própria farmácia ou drogaria.
Retorno das unidades à embalagem original.
Rotulagem da embalagem.
Registro das operações de dispensação de medicamentos na forma fracionada.
Restituição da receita ao usuário devidamente carimbada pelo farmacêutico.
Dispensação do medicamento fracionado.
IMPORTANTE: O fracionamento e a dispensação de medicamentos devem ser realizados no mesmo estabelecimento, sendo vedada a captação de prescrições oriundas de qualquer outro estabelecimento, ainda que da mesma empresa.
PROFISSIONAL RESPONSÁVEL O fracionamento deve ser realizado sob a supervisão e responsabilidade do farmacêutico, segundo as Boas Práticas para Fracionamento estabelecidas pela RDC nº 80/2006. IMPORTANTE: A avaliação da prescrição e a dispensação dos medicamentos fracionados são atos que só o farmacêutico pode realizar. A delegação dos demais atos não exclui a responsabilidade do farmacêutico.
QUAIS MEDICAMENTOS PODEM SER FRACIONADOS? Os medicamentos nas apresentações de bisnaga monodose, frasco-ampola, ampola, seringa preenchida, flaconete, sachê, envelope, blíster e strip podem ser fracionados e dispensados de forma fracionada. Também são passíveis de fracionamento os medicamentos que se apresentam nas formas farmacêuticas de comprimidos, cápsulas, óvulos vaginais, drágeas, adesivos transdérmicos e supositórios. IMPORTANTE: Os medicamentos sujeitos ao controle especial de que trata a Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, e suas posteriores atualizações, não podem ser fracionados.
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EMBALAGENS REGISTRADAS PELA ANVISA O fracionamento requer uma embalagem especial, que seja desenvolvida e registrada para esse fim, de modo a assegurar as condições necessárias para a manutenção da qualidade do medicamento no atendimento individualizado da prescrição. É oportuno destacar as seguintes características das embalagens relacionadas com o fracionamento:
EMBALAGEM ORIGINAL PARA FRACIONÁVEIS Sua identificação se dá pela inscrição “EMBALAGEM FRACIONÁVEL”, em caixa alta e na cor vermelha, localizada logo acima da faixa de restrição de venda ou posição equivalente, no caso de sua inexistência. Para os Medicamentos Genéricos, essa inscrição será localizada logo acima da faixa amarela que contém o logotipo definido pela legislação específica. IMPORTANTE: Após a ruptura do lacre ou selo de segurança, as embalagens que contêm os medicamentos fracionáveis devem ser armazenadas separadamente das demais, ainda que permaneçam no mesmo local de estocagem. Também é permitida a guarda de embalagens fracionáveis na área de fracionamento, desde que asseguradas as características indispensáveis de organização e de segurança.
EMBALAGEM PRIMÁRIA FRACIONÁVEL Contém mecanismos adequados à subdivisão da embalagem em frações individualizadas para viabilizar a dispensação de unidades farmacotécnicas ao usuário, sem contato do medicamento com o meio externo e em quantidade suficiente para atender ao tratamento prescrito. IMPORTANTE: Após o fracionamento, as embalagens primárias fracionáveis remanescentes devem retornar para a embalagem original correspondente.
EMBALAGEM PRIMÁRIA FRACIONADA É a menor unidade da embalagem obtida a partir da embalagem primária fracionável, sem qualquer contato do medicamento com o meio externo. Os dados e informações contidos em cada embalagem primária fracionada são essenciais para o uso adequado do medicamento e para a rastreabilidade do produto.
Cada embalagem primária fracionada registrada pela Anvisa deve conter as seguintes informações:
Nome comercial do medicamento.
Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, Denominação Comum Internacional (DCI).
Concentração da substância ativa por unidade posológica.
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Nome do titular do registro ou logomarca.
Número do registro, número do lote e data de validade (mês/ano).
Via de administração, quando restritiva.
A expressão “Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999” ou o logotipo caracterizado pela letra “G” estilizada e as palavras “Medicamento” e “Genérico” quando for o caso.
A expressão “Exija a bula”.
EMBALAGENS UTILIZADAS PELAS FARMÁCIAS PARA A DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS DE FORMA FRACIONADA As embalagens secundárias para fracionados devem assegurar a manutenção das características originais do produto, conter uma bula do medicamento correspondente e serem rotuladas com as seguintes informações:
Razão social e endereço da farmácia ou drogaria onde foram realizados o fracionamento e a dispensação.
Nome do farmacêutico que efetuou o fracionamento e sua respectiva inscrição no CRF.
Nome comercial do medicamento.
Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, Denominação Comum Internacional (DCI).
Concentração, posologia e via de administração do medicamento.
Número(s) do(s) lote(s) ou partida(s), com a(s) data(s) de fabricação e de validade (mês/ano) do medicamento.
Advertências complementares presentes na embalagem original para fracionáveis.
Nome da empresa titular do registro e respectivo número de telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
Quando se tratar de medicamento genérico, a embalagem secundária para fracionados deve conter a expressão “Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999”.
A rotulagem das embalagens secundárias pode ser aplicada por decalco ou impressa diretamente sobre essa embalagem, contendo informações padronizadas e campos para preenchimento manual ou informatizado. O estabelecimento farmacêutico é responsável por disponibilizar a bula ao consumidor e usuário do medicamento de modo a lhe assegurar o acesso à informação adequada, independente das orientações e recomendações inerentes à atenção farmacêutica.
ESTABELECIMENTO QUE PODE REALIZAR O FRACIONAMENTO O fracionamento de medicamentos a partir das embalagens especialmente desenvolvidas para essa finalidade pode ser realizado em qualquer farmácia ou drogaria que esteja funcionando regularmente perante os órgãos de Vigilância Sanitária competentes, desde que disponham de instalações adequadas ao procedimento e atendam às condições técnicas e operacionais estabelecidas na RDC n° 80/2006 e seus anexos.
CARACTERÍSTICAS PARA FARMÁCIAS REALIZAR O FRACIONAMENTO
E
DROGARIAS
Além das condições sanitárias normalmente exigidas para o funcionamento regular de uma farmácia ou drogaria, elas devem possuir as seguintes características:
Área para o fracionamento (identificada e visível para o usuário).
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Placa com identificação do nome completo do farmacêutico e do horário de sua atuação no estabelecimento, de forma legível e ostensiva para o público.
Indicação, em local visível para o público, contendo informações legíveis e ostensivas de que o fracionamento deve ser realizado sob a responsabilidade do farmacêutico.
Documentos comprobatórios quanto à regularidade de funcionamento do estabelecimento.
Identificação do farmacêutico, de modo que o usuário possa.
Capacidade e equipamentos apropriados.
Local adequado para o armazenamento das embalagens fracionáveis.
CARACTERÍSTICAS QUE A PRESCRIÇÃO DO MEDICAMENTO DEVE APRESENTAR PARA FINS DE FRACIONAMENTO Os seguintes itens devem ser considerados pelo farmacêutico na avaliação da prescrição para fins de fracionamento:
Legibilidade e ausência de rasuras e emendas.
Identificação do prescritor.
Nome do paciente.
Nome comercial do medicamento, quando não se tratar de medicamento genérico isento de registro, homeopático isento de registro e imunoterápico;
Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, Denominação Comum Internacional (DCI).
Concentração, forma farmacêutica, quantidades e respectivas unidades e posologia, de acordo com a duração do tratamento.
Modo de usar.
Local e data de emissão.
Assinatura e carimbo do prescritor.
IMPORTANTE: Se a prescrição estiver de acordo com a DCB ou, na sua falta, com a DCI, e não houver manifestação expressa do profissional prescritor pela manipulação do medicamento, deve ser realizada a dispensação do medicamento industrializado.
SUBDIVISÃO DA EMBALAGEM PRIMÁRIA FRACIONÁVEL A subdivisão da embalagem primária fracionável em frações menores deve ser realizada na área de fracionamento, após a avaliação da prescrição e a partir da embalagem original para fracionáveis. Tal procedimento ocorrerá com o auxílio de material adequado para a separação das unidades, conforme a delimitação estabelecida pelo fabricante (picote, pontilhado etc.), quando existente, de modo a proteger o medicamento de qualquer contato com o ambiente externo. IMPORTANTE: Como a subdivisão do medicamento somente poderá ser realizada a partir da embalagem original apropriada ao fracionamento (embalagem original para fracionáveis) e considerando que não haverá violação da embalagem primária, não há necessidade do uso de luvas ou de utensílios de proteção específicos para a execução desse ato.
ÁREA DE FRACIONAMENTO A área de fracionamento deve ser um espaço destinado às operações relacionadas ao fracionamento, contendo, no mínimo, bancada(s) revestida(s) de material liso e resistente e equipamentos adequados para a execução das atividades (instrumentos cortantes, lixeira com tampa, pedal, saco plástico etc.), apresentando as seguintes características:
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Identificação.
Visibilidade para o usuário.
IMPORTANTE: É na área de fracionamento que ficarão os equipamentos apropriados a essa atividade, tais como instrumentos cortantes, lixeira, materiais de embalagem e de rotulagem.
LOCA PARA ARMAZENAR EMBALAGENS DE MEDICAMENTOS FRACIONÁVEIS As embalagens que contêm medicamentos fracionáveis devem ser armazenadas de forma organizada, em local que, além das características comuns à estocagem de medicamentos, deve estar identificado de forma legível e ostensiva com a indicação “Embalagens Fracionáveis”, permitindo fácil distinção com relação às embalagens comuns (não fracionáveis). IMPORTANTE: Após a ruptura do lacre ou selo de segurança, as embalagens que contêm os medicamentos fracionáveis devem ser armazenadas separadamente. É permitida a guarda de embalagens fracionáveis na área de fracionamento, desde que isto não comprometa as operações de fracionamento e que sejam asseguradas as características indispensáveis de organização e segurança de estocagem.
FRACIONADOS COM MESMO PRINCÍPIO ATIVO E FABRICANTE, E LOTES DIFERENTES É permitido juntar lotes diferentes de um mesmo medicamento, com o mesmo princípio ativo e do mesmo fabricante, para completar ou totalizar o número de unidades farmacotécnicas necessárias para atender à prescrição. Nesse caso, é fundamental que essa operação seja detalhada no momento de registro das operações e que as informações a respeito do lote, do prazo de validade e da data de fabricação sejam incluídas na rotulagem da embalagem secundária para fracionados, disponibilizada pela farmácia ou drogaria, sem prejuízo das demais informações exigidas pela RDC nº 80/2006. Além disso, o usuário do medicamento deve ser devidamente orientado quanto à utilização do produto. IMPORTANTE: A junção de lotes diferentes para totalizar o número de unidades prescritas para um medicamento é o único tipo de dispensação diferenciada, uma vez que não se pode fazer outro tipo de junção. Por exemplo, não é permitido dispensar unidades de um medicamento de referência com unidades de um medicamento genérico ou similar para atender ao mesmo item da prescrição, ainda que esses medicamentos sejam do mesmo fabricante.
REGISTRO DA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS FRACIONADOS A RDC nº 80/2006 determina que as farmácias e drogarias mantenham registro de todas as operações relacionadas com a dispensação de medicamentos na forma fracionada de modo a garantir o rastreamento do produto. Além disso, é útil esclarecer que esses registros deverão ser legíveis, sem rasuras ou emendas, mantidos atualizados e permanecer à disposição das autoridades sanitárias por um período de cinco anos, contendo, no mínimo, as seguintes informações:
Data da dispensação.
Nome completo e endereço do paciente.
Medicamento, posologia e quantidade prescritos, de acordo com o sistema de pesos e medidas oficiais.
Nome do titular do registro do medicamento.
Número do registro no órgão competente da vigilância sanitária, contendo os treze dígitos.
Número(s) do(s) lote(s), data(s) de validade e de fabricação do medicamento fracionado.
Data da prescrição.
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Nome do prescritor, número de inscrição no respectivo conselho profissional, nome e endereço completo do seu consultório ou da instituição de saúde a que pertence.
ATENÇÃO: Após esse registro, a prescrição deve ser restituída ao usuário, devidamente assinada pelo farmacêutico e carimbada em cada item dispensado, contendo a data da dispensação, o nome do farmacêutico, o número de sua inscrição no Conselho Regional de Farmácia e a indicação da razão social da farmácia ou drogaria.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Defina fracionamento de medicamento. 2) Cite 05 passos para o fracionamento. 3) Quais medicamentos podem ser fracionados? 4) Diferencie embalagem primária fracionável de embalagem primária fracionada. 5) Quais informações devem conter nas embalagens secundárias? Cite 05 tipos. 6) Que estabelecimentos podem realizar o fracionamento? 7) Cite 02 características para farmácias e drogarias realizar o fracionamento. 8) Enumere 03 características apresentadas na prescrição do medicamento. 9) Descreva a área de fracionamento. 10) Quais informações devem conter no registro da dispensação de medicamentos fracionados.
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Dosagem para criança
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O sucesso terapêutico do tratamento de doenças em humanos depende de bases farmacológicas que permitam a escolha do medicamento correto, de forma científica e racional. Mais do que escolher o fármaco adequado ("certo") visando reverter, atenuar ou prevenir um determinado processo patológico; o clínico, ao prescrever, também precisa selecionar o mais adequado às características fisiopatológicas, idade, sexo, peso corporal e raça do paciente. Como a intensidade dos efeitos, terapêuticos ou tóxicos, dos medicamentos depende da concentração alcançada em seu sítio de ação, é necessário garantir que o medicamento escolhido atinja, em concentrações adequadas, o órgão ou sistema suscetível ao efeito benéfico requerido. Para tal é necessário escolher doses que garantam a chegada e a manutenção das concentrações terapêuticas junto aos sítios moleculares de reconhecimento no organismo, também denominados sítios receptores. Se quantidades insuficientes estão presentes no sítio receptor, o medicamento pode parecer ser ineficaz mesmo sendo o "certo", falsificando, assim, a eficácia do fármaco escolhido; em uma situação como esta, o fármaco pode ser descartado erroneamente, sendo que o sucesso terapêutico poderia ser alcançado se a dose e/ou o intervalo de administração (posologia) corretos fossem prescritos. Do mesmo modo, esquemas posológicos inapropriados podem produzir concentrações excessivas no sítio receptor, o que acarretaria a produção de toxicidade e, mais uma vez, o medicamento "certo" pode erroneamente ser descartado, por apresentar excessivas concentrações no organismo. A concentração terapêutica situa-se entre as concentrações geradoras de efeito mínimo eficaz (limite mínimo) e efeito tóxico (concentração máxima tolerada, limite máximo). A relação entra as concentrações terapêuticas e tóxicas é chamada índice terapêutico (I.T.) do fármaco; medicamentos com amplo I.T. apresentam uma ampla faixa de concentração que leva ao efeito requerido, pois as concentrações potencialmente tóxicas excedem nitidamente as terapêuticas, esta faixa de concentração é denominada "janela terapêutica". Infelizmente, muitos fármacos apresentam uma estreita janela terapêutica (I.T. < 10), por apresentarem uma pequena diferença entre as concentrações terapêuticas e tóxicas. Nestes casos, há a necessidade de cuidadosa monitoração da dose, dos efeitos clínicos e mesmo das concentrações sangüíneas destes fármacos, visando assegurar eficácia sem toxicidade.
CONCEITO DE DOSAGEM Dosagem é a quantidade de medicamento ou agente prescrito para um determinado paciente ou condição e Dose é a porção medida do medicamento tomada de cada vez. Também existem fatores que influenciam a dosagem de medicamentos dentro os quais levam em consideração variados parâmetros como idade, peso e outros. A dosagem é prescrita por um prescritor, médico ou dentista, que são profissionais de saúde credenciados para definir o medicamento a ser usado.
FATORES DE INFLUÊNCIA Os fatores de influência podem ser descritos de vários tipos:
Idade do paciente: afeta sua resposta aos medicamentos. As crianças e os idosos necessitam de doses menores que a dose habitual do adulto.
Sexo do paciente: afeta algumas vezes a resposta aos medicamentos. As mulheres são mais susceptíveis à ação de alguns fármacos e geralmente recebem doses menores. A administração de medicamentos à mulheres nas primeiras semanas de gravidez pode causar danos ao feto. Durante o 3º trimestre há a possibilidade de trabalho de parto prematuro causado por fármacos que podem estimular as contrações musculares.
Condição do paciente: indicação de doses menores quando a resistência do paciente está diminuída. O comprometimento da função renal e hepática pode causar acúmulo dos fármacos em níveis tóxicos.
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Fatores psicológicos: a personalidade de uma pessoa frequentemente é importante em sua resposta a determinado fármaco.
Fatores ambientais: o efeito dos medicamentos administrados pode ser influenciado pelo ambiente e pela atitude do enfermeiro que os administra.
Temperatura: outros fatores como calor e frio podem afetar as respostas aos medicamentos. Sendo necessário diminuir a dosagem de alguns fármacos durante o período de calor.
Método de administração: prescrição de doses maiores de um medicamento administrado por via oral ou retal, e doses menores para uso via parenteral.
Fatores genéticos: a idiossincrasia a drogas é uma susceptibilidade anormal de alguns indivíduos que os faz reagir de forma diferente da maioria das pessoas a um fármaco. Acredita-se que esta intolerância a pequenas quantidades de alguns fármacos seja devida a fatores genéticos.
Peso corporal: influencia a dosagem de alguns fármacos potentes e frequentemente é calculada com base na razão entre miligramas do fármaco e quilogramas de peso corporal do paciente. Quanto maior o peso de uma pessoa, mais diluída será, e uma menor quantidade irá acumular-se nos tecidos. Por outro lado, quanto menor o peso de uma pessoa, maior é o acúmulo nos tecidos, e mais potente é o efeito produzido.
GRAUS DE DOSAGEM DOS FÁRMACOS Vários termos são usados para descrever dosagens e também são importantes para o profissional de enfermagem conhecê-los, entre eles estão:
Dose Média: quantidade de medicamentos que provou ser mais eficaz, com um mínimo de efeitos tóxicos, em números médio de pacientes.
Dose Inicial: a primeira dose.
Dose de Manutenção: dose dada depois que a dose inicial alcançou o efeito desejado.
Dose Máxima: maior quantidade de medicação que pode ser dada ao paciente sem perigo ou possibilidade de letalidade.
Dose Letal: dosagem que poderá matar o paciente.
DOSAGEM PADRONIZADA A dosagem padronizada não constitui problema para o profissional de enfermagem, uma vez que cada dose individual foi medida e rotulada pelo farmacêutico ou pelo fabricante. Entretanto, se a dose prescrita for maior do que a dosagem padronizada, o profissional de enfermagem deverá determinar o múltiplo apropriado, de acordo com a receita. Por exemplo, se a dosagem padronizada é de 15 mg de fenorbital e se foi receitada uma dose de 45 mg, administra-se apenas 03 comprimidos de 15 mg. Se a dosagem receitada for menor do que a dose padronizada, será necessário determinar corretamente a proporção. Se o comprimido tiver um sulco no meio, é fácil partir o comprimido no lugar do sulco para administrar meio comprimido. Entretanto, se o comprimido não tiver um sulco, não se deve tentar parti-lo para dar ao paciente um pedacinho do comprimido. Procure obter o medicamento numa outra forma (comprimido de dosagem menor, preparação líquida, etc.) que permita medir exatamente a dosagem.
CONCEITOS BÁSICOS
Dose de ataque ou inicial: dose de determinado fármaco que deve ser administrada no início do tratamento, com o objetivo de atingir rapidamente a concentração efetiva (concentração-alvo).
Dose de manutenção: dose necessária para que se mantenha uma concentração plasmática efetiva. Utilizada na terapia de dose múltipla, para que se mantenha a concentração no estado de equilíbrio estável. 62
Posologia: descreve a dose de um medicamento, os intervalos entre as administrações e a duração do tratamento.
Terapia de dose única: consiste na administração da dose seguinte quando toda a dose anterior é eliminada. Ou seja, o intervalo entre as doses deve ser num tempo suficiente para que o organismo elimine totalmente a dose anterior (em geral, um tempo maior que 10 meias-vidas). Dessa forma, não há acúmulo de fármaco na circulação.
Terapia de dose múltipla: ao contrário do que ocorre em doses únicas, o intervalo entre doses é menor do que aquele necessário para a eliminação da dose anterior. Por isso, ocorre acúmulo da droga no sangue, até que se atinja o equilíbrio.
FRASCOS E EMBALAGENS HOSPITALARES A dose de um medicamento líquido acondicionado em frascos é geralmente receitada em medidas caseiras, como, por exemplo, uma colher de chá ou uma colher de sopa. O médico sabe que existe variação no tamanho das colheres e na quantidade de medicamento que se coloca nelas. Nos casos em que a dose a administrar deve ser uma quantidade exata, o médico poderá pedir que a dosagem seja medida com contagotas calibrados ou com copinhos graduados. As embalagens hospitalares contêm grandes quantidades de um medicamento. Elas são preparadas desta maneira porque, ao comprar uma grande quantidade, pode-se reduzir o custo dos medicamentos. O rótulo do vidro dirá a concentração da solução, ou a quantidade de medicamentos por centímetro cúbico, por mililitro ou por unidade. Por exemplo, o rótulo de um vidro de solução medicamentosa pode conter a indicação: 1 mL = 0,5 mg. O auxiliar de enfermagem utilizará o método das proporções por regra de três, explicado no capítulo 7, para determinar a quantidade correta de solução a ser utilizada.
PRESCRIÇÃO A prescrição provavelmente é tão antiga quanto a história escrita da humanidade. A primeira forma literal real sobre farmácia foi um papiro, denominado Papiro de Ebers, que incluía métodos para fazer desaparecer doenças e também listas de medicamentos e métodos de mistura. Uma prescrição é uma ordem escrita por um profissional para ser preparada por um farmacêutico, indicando a medicação que o paciente necessita e contendo todas as orientações necessárias para o farmacêutico e o paciente.
PARTES DE UM PEDIDO OU RECEITA
Papiro de Ebers: tratados médicos escritos no Antigo Egito de aproximadamente 1550 a.C., contêm mais de 700 fórmulas mágicas e remédios populares além de uma descrição precisa do sistema circulatório.
Um médico, dentista ou outro profissional qualificado escreve o pedido ou receita para a administração de medicamentos. Um enfermeiro ou auxiliar de enfermagem que administra medicamentos deve conhecer bem a legislação que regulamenta o exercício de sua profissão e as normas da instituição. Um pedido ou receita completa de um fármaco contém o nome do fármaco, a dosagem, quando deve ser administrado, quantas vezes deve ser administrado, a data do pedido ou receita e a assinatura do médico que escreveu. Os antibióticos e os narcóticos são exemplos de medicamentos que têm uma norma automática de controle. É necessário um novo pedido ou receita para que o medicamento seja continuado após um período específico estabelecido pela instituição.
CÁLCULOS DE DOSAGEM PARA LACTANTES E CRIANÇAS As crianças não são capazes de tolerar as doses de medicamentos administradas a adultos. Há várias fórmulas para graduar a dosagem de acordo com a idade e o peso. A dosagem recomendada por quilograma ou libra de peso corporal é mais precisa que a dosagem calculada de acordo com a idade. Outros fatores,
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além da idade e do peso, são considerados no cálculo da dosagem para crianças. Por essa razão, alguns médicos usam o método da “área da superfície corporal” para estimular a dosagem para crianças. Existem tabelas para determinar a área de superfície corporal e metros quadrados, de acordo com a altura e o peso. Geralmente é responsabilidade apenas do médico calcular a dose de um medicamento para crianças, embora as fórmulas apresentadas adiante mostrem o método geral usado. Os fabricantes de medicamentos, após considerável pesquisa, apresentarão as doses específicas de medicamentos administrados a crianças, e estas devem ser cuidadosamente conferidas na literatura atualizada sobre o medicamento ou na bula. Muitos medicamentos não são recomendados para crianças devido ao potencial de efeitos colaterais prejudiciais na criança em crescimento, ou porque não foram suficientemente testados em crianças para se apresentar uma faixa de dosagem recomendada. As três fórmulas apresentadas adiante são úteis no cálculo da dosagem para lactentes e crianças: A) Regra de Young: esta regra não é valida após os 12 anos de idade. Se a criança for suficiente pequena para indicar uma dose reduzida após os 12 anos de idade, a redução deve ser calculada tendo por base a regra de Clark.
B) Regra de Clark: Cálculo em libra
Cálculo em grama
C) Regra de Fried, que algumas vezes é usada no cálculo das dosagens para lactantes com menos de 02 anos, emprega a fórmula.
Pode-se usar qualquer unidade de medida nestas fórmulas. A resposta será dada na mesma unidade usada. Se for desejada outra unidade, pode ser feita a conversão conforme ilustrado antes. Exemplos: a) Determinar a dose de fenorbital para uma criança de 4 anos (dose para adulto: 30mg).
b) Determinar a dose de cortisona para um lactante de 14kg (dose para adulto: 100mg).
c) Se o auxiliar de enfermagem coloca 2mL de acetaminofen 120mg/5 mL em uma seringa de administração oral, a dose contém _________ mg de acetaminofen.
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NOMOGRAMA DE ÁREA DE SUPERFÍCIE CORPORAL O nomograma de área de superfície corporal é usado para calcular doses pediátricas por metro quadrado de superfície corporal. O retângulo central mostra os metros quadrados por peso em libras somente para crianças de altura e pesos normais. Para crianças magras ou obesas, pode-se usar uma linha reta que une a altura e o peso nas duas escalas externas para se determinar a superfície corporal em metros quadrados.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Conceitue dosagem. 2) Quais fatores podem influenciar na dosagem. 3) Defina os graus de dosagem de fármacos citados abaixo: a) Dose média b) Dose inicial c) Dose de manutenção d) Dose máxima e) Dose letal 4) Diferencie terapia de dose única de terapia de dose múltipla. 5) O que significa o Papiro de Ebers? 6) Cite as 03 fórmulas para determinar a dosagem para lactantes e crianças. E suas respectivas fórmulas. 7) Descreva sobre o nomograma de área de superfície corporal. 8) Calcule: Se a dose de sulfato de codeína para adulto é de 30 mg, qual é a dose para uma criança de 3 anos? 9) Determine: O frasco indica conter Demerol 100 mg/mL. A prescrição é de 60 mg. Quanto será administrado? 10) Resolva: Determine a dose diária total de azatioprina para uma criança com 1 m de altura e 27 kg de peso.
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Farmacologia do sistema nervoso autônomo
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O SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo e ainda é capaz de interpretá-los e desencadear, eventualmente, respostas adequadas a estes estímulos. Também responde por fenômenos psíquicos altamente elaborados. Anatomicamente, o sistema nervoso está dividido da seguinte forma: Cérebro Encéfalo Sistema nervoso central
Cerebelo
Mesencéfalo
Tronco encefálico
Bulbo
Medula
Ponte
Sistema nervoso Nervos Sistema nervoso periférico
Gânglios Terminações nervosas
Do modo funcional, o sistema nervoso está dividido em Sistema Nervoso Somático e Sistema Nervoso Visceral, cuja divisão apresenta uma parte aferente e outra parte eferente. Porém daremos maior destaque à parte eferente do SN visceral que, também, denomina-se Sistema nervoso autônomo (SNA). Neste sistema, os impulsos nervosos que seguem por ele, terminam em músculo estriado cardíaco, músculo liso ou glândulas. Assim, o SN autônomo é involuntário. O SN autônomo tem dois neurônios unindo o SN central ao órgão efetuador, essa junção denomina-se sinapse. Um dos neurônios tem o corpo dentro do SN central (medula espinhal) e outro no SN periférico. Os corpos dos neurônios localizados fora da medula se agrupam e formam o que chamamos de gânglios. Desse modo, os corpos dos neurônios situados em gânglios são denominados neurônios pós-ganglionares, e os que têm seus corpos situados dentro do SN central são denominados neurônios pré-ganglionares. Conforme Langley, o SN autônomo divide-se em SN simpático e SN parassimpático que diferenciam entre si conforme os aspectos anatômicos farmacológicos e fisiológicos.
Figura 11.1- Sistema nervoso autônomo.
a) Diferenças do ponto de vista anatômico: O SN simpático é tóraco-lombar porque nele os neurônios pré-ganglionares se situam na medula torácica e lombar. Já no SN parassimpático esses neurônios se situam no tronco encefálico (crânio) e na medula sacral, por isso o SN parassimpático é crânio-sacral. Os neurônios pós-ganglionares, no SN simpático localizam-se próximo da coluna vertebral, formando o que chamamos de gânglios para-vertebrais e pré-vertebrais. No SN parassimpático, esses neurônios localizam-se perto ou dentro das vísceras. Quanto ao tamanho das fibras, no SN simpático a fibra pré-
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ganglionar é curta e a pós-ganglionar é longa. Já no SN parassimpático, a fibra pré-ganglionar é longa e a pósganglionar é curta. b) Diferenças do ponto de vista farmacológico: As drogas podem atuar de quatro formas no SNA: estimulam ou inibem o SN simpático, ou estimulam ou inibem o SN parassimpático. As drogas como adrenalina e noradrenalina têm efeitos semelhantes aos obtidos por ação Figura 11.2- Sinapse dos neurônios. do SN simpático, por isso são denominadas simpaticomiméticas. Já a droga acetilcolina que imita as ações do parassimpático chama-se parassimpaticomimética. Com a descoberta dos mediadores químicos pode explicar o modo de ação e as diferenças entre essas drogas. Sendo a acetilcolina e a noradrenalina os mais importantes mediadores químicos. Assim, as fibras nervosas que liberam a acetilcolina são as colinérgicas e as que liberam a noradrenalina são as adrenérgicas. No que se refere à disposição das fibras, as fibras pré-ganglionares simpáticas e parassimpáticas e as fibras pós-ganglionares parassimpáticas são colinérgicas, e as fibras pós-ganglionares simpáticas são adrenérgicas, com exceção das fibras das glândulas sudoríparas. c) Diferenças do ponto de vista fisiológico: O SN simpático tem ação antagônica à do parassimpático em um determinado órgão. Mas a ação destes dois sistemas depende do modo de determinação das fibras pós-ganglionares. No quadro a seguir podem-se ver alguns dos principais efeitos dos dois sistemas. Nota-se que o SN simpático é o mecanismo de defesa do organismo em casos de emergência, enquanto o SN parassimpático relaciona-se com a manutenção da homeostasia normal do organismo. EFEITOS SIMPÁTICOS Aumento da freqüência e do débito cardíaco. Constricção dos vasos sanguíneos na pele e nas vísceras. Elevação da pressão arterial. Elevação da glicemia. Relaxamento da musculatura lisa brônquica. Diminuição da peristalse. Contração dos esfíncteres. Promoção de retenção urinária. Dilatação das pupilas.
EFEITOS PARASSIMPÁTICOS Diminuição da freqüência e do débito cardíaco. Dilatação pouco acentuada destes vasos sanguíneos. Diminuição da pressão arterial. Não há efeito sobre a glicemia. Constricção da musculatura lisa brônquica. Aumento da peristalse. Relaxamento dos esfíncteres. Diminuição da retenção urinária. Constricção das pupilas.
AGONISTAS E ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS Os agonistas colinérgicos imitam o efeito de estimulação do SN parassimpático. Todos os fármacos colinérgicos têm efeitos mais prolongados que a acetilcolina. Vejamos os principais fármacos agonistas colinérgicos. NOME
INDICAÇÃO
Nitrato pilocarpina Cloreto betanecol
de
Glaucoma.
de
Metilsulfato neostigmina
de
Distensão abdominal pósoperatória; retenção urinária e gástrica. Glaucoma.
Cloreto edrofônio Iodeto ecotiopato
de
Aumenta o tônus muscular.
de
Glaucoma
ADULTO 3-4 gts da solução a 1% 10-30 mg; 2,5-5 mg
DOSAGEM VIAS CRIANÇA VIAS Óptico Mesma dose e via dos adultos Oral; SC
1-2 gts da solução a 5%; 0,25-0,5 mg 10 mg
Óptico;
1-2 gts da solução a 0,06%-0,25%
Óptico
Oral, IV IM, IV
1-2 gts da solução a 5% 1-5 mg
Óptico
IM, IV
Mesma dose e via dos adultos
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Os antagonistas colinérgicos opõem-se ou anulam o efeito de estimulação do SN parassimpático. Assim, estes fármacos têm o mesmo efeito estimulante do SN simpático. Do fármaco Beladona obtêm-se três alcalóides: atropina, hiosciamina e escopolamina. Vejamos alguns fármacos antagonistas colinérgicos. NOME
INDICAÇÃO
Sulfato de atropina
Brometo de propantelina Brometo de clidínio 2,5 mg + clordiazepóxio 5 mg Maleato de proclorperazina 10 mg + iodeto de isopropamida 5 mg
Antiespasmódico. Relaxamento da musculatura lisa brônquica. Diminuição de secreção do nariz, da faringe e dos brônquicos. Incontinência urinária. Instabilidade detrusora. Colite espástica. Úlcera péptica. Colite espástica. Controle da hiperêmese.
ADULTO 0,5-0,6 mg
DOSAGEM VIAS CRIANÇA SC -
-
15 mg
Oral
-
-
1 cápsula
Oral
-
-
1 cápsula
Oral
-
-
VIAS
AGONISTAS E ANTAGONISTAS ADERNÉRGICOS Os fármacos agonistas adrenérgicos produzem ou imitam os efeitos de estimulação do SN simpático. NOME
INDICAÇÃO
Cloridrato de adrenalina Bitartarato de levarterenol
Asma brônquica aguda. Reações alérgicas graves. Hipotensão. Choque.
Bitartarato de metaraminol Cloridrato de fenilefrina
Hipotensão. Congestão nasal.
DOSAGEM VIAS CRIANÇA SC 0,01 mg
VIAS SC
1-2 µg/min. diluídos em 1000 ml de solução. 0,5-5 mg
IV
-
-
IV, IM
-
-
Solução de 0,5%1%.
Nasal
Mesma dose e via dos adultos
ADULTO 0,3 mg
Os fármacos antagonistas adrenérgicos opõem-se ou anulam os efeitos de estimulação do SN simpático. Seu efeito é semelhante ao obtido após estimulação do SN parassimpático. Essas substâncias são classificadas de acordo com seus receptores específicos - os receptores alfa e beta. Uma substância alfabloqueadora impediria os receptores alfa, e um beta-bloqueador impediria os receptores beta. NOME
INDICAÇÃO
Metildopa Aldoril Cloridrato de propranolol
Hipertensão moderada persistente Pressão arterial Hipertensão moderada a grave Angina pectoris Arritmias
Cloridrato de clonida Diazóxido
Hipertensão
Cloridrato de prazosina Tartarato de metoprolol Nadolol Atenolol Tartarato de ergotamina
Hipertensão maligna. Crise hipertensiva. Hipoglicemia.
ADULTO 500 mg-2 g/dia 2-4 comp. ao dia 80-240 mg/dia 10-20 mg, 3-4x/dia 10-30 mg, 3-4x/dia 0,5-3 mg 0,1-1,2 mg, 2x/dia
DOSAGEM VIAS CRIANÇA Oral Oral Oral 0,2-4 mg/kg/dia 10-20 µg/kg
VIAS Oral IV
IV Oral
-
-
Oral
Hipertensão.
3 mg/kg/dia em 3 doses 300 mg 1-15 mg, 3x/dia
Mesma dose e vias dos adultos
IV Oral
-
-
Redução da pressão arterial sistólica.
100-450 mg/dia
Oral
-
-
Hipertensão. Angina pectoris. Hipertensão. Enxaquecas.
40-240 mg/dia 50-100 mg/dia 2 mg, 1-2x/dia
Oral Oral Oral
-
-
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Maleato de metisergida
Enxaquecas.
2 mg, 3x/dia
Oral
-
-
BLOQUEADORES GANGLIONARES E NEUROMUSCULARES Os fármacos bloqueadores ganglionares impedem a transferência de impulsos através dos primeiros gânglios do SNA. NOME
INDICAÇÃO
Cloridrato de mecamilamina
Hipertensão grave.
ADULTO 2,5-25 mg
DOSAGEM VIAS CRIANÇA Oral -
VIAS -
Os fármacos bloqueadores neuromusculares interrompem ou simulam a transmissão dos impulsos nervosos na junção neuromuscular esquelética, causando paralisia dos músculos esqueléticos afetados. NOME Brometo de pancurônio
Brometo de vecurônio Cloreto de succinilcolina
INDICAÇÃO Relaxamento da musculatura esquelética de curta duração, durante intubação endotraqueal, exames endoscópicos, terapia ventilatória ou cirurgia. Semelhante ao brometo de pancurônio. Semelhante ao brometo de pancurônio.
ADULTO 0,04-0,1 mg/kg/dose
0,08-0,1 mg/kg 0,1 mg/kg
DOSAGEM VIAS CRIANÇA VIAS IV Mesma dose e via dos adultos
IV IV
Mesma dose e via dos adultos Mesma dose e via dos adultos
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Esquematize a divisão do sistema nervoso. 2) Defina sinapse e gânglios. 3) Os impulsos nervosos que seguem pelo SN autônomo terminam em: a. Músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso. b. Músculo estriado esquelético, vísceras e glândulas. c. Músculo estriado cardíaco, vísceras e músculo liso. d. Músculo estriado cardíaco, músculo liso e glândulas. e. Músculo liso, gânglios e vísceras. 4) Descreva as diferenças entre o SN simpático e o SN parassimpático do ponto de vista anatômico, farmacológico e fisiológico. 5) Enumere os efeitos abaixo conforme a estimulação simpática ou parassimpática: (S) Simpático (
) Aumento da freqüência e do débito cardíaco.
(
) Relaxamento dos esfíncteres.
(
) Constricção dos vasos sanguíneos na pele e nas vísceras.
(
) Diminuição da retenção urinária.
(
) Elevação da pressão arterial.
(
) Constricção das pupilas.
(
) Elevação da glicemia.
(
) Relaxamento da musculatura lisa brônquica.
(P) Parassimpático
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(
) Aumento da peristalse.
6) Diferencie agonista e antagonista colinérgicos. 7) Cite dois fármacos agonista colinérgicos e dois antagonistas colinérgicos. 8) O fármaco de escolha para o tratamento da asma brônquica aguda é: a. Cloridrato de adrenalina b. Bitartarato de levarterenol c. Sulfato de atropina d. Iodeto de ecotiopato e. Cloridrato de clonida 9) Discorra sobre os fármacos antagonistas adrenérgicos. Cite exemplos. 10) Pesquise quais as reações adversas do cloridrato de mecamilamina, um bloqueador ganglionar.
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Farmacologia do sistema cardiovascular
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O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por vasos, no interior dos quais passam o sangue e a linfa (denominado humores). O coração funciona como uma bomba contrátil-propulsora, movimentando os humores. As trocas entre os tecidos e o sangue ocorrem através dos capilares – rede de vasos de calibre reduzido e de paredes muitos finas. Na circulação sanguínea normal, o sangue rico em oxigênio entra no átrio esquerdo (AE) vindo dos pulmões e segue para o ventrículo esquerdo (VE) à contração do átrio. O VE contrai logo após o AE e o sangue é forçado a entrar na aorta, que se ramifica em outras grandes artérias. O sangue então é transportado para o trato grastrointestinal, fígado e leitos capilares no circuito sistêmico. Nesta região capilar a circulação alcança seus objetivos: oxigênio e nutrientes são transportados para os tecidos; dióxido de carbono e resíduos são removidos. Os capilares venosos fundem-se para formar veias maiores; o sangue retorna para o coração através da veia cava e entra no átrio direito (AD). A contração do átrio força o sangue a entrar no ventrículo direito (VD); a contração ventricular subsequente força a entrada do sangue nos pulmões, onde é oxigenado; depois o sangue retorna ao AE para reiniciar o ciclo. Os fármacos para os problemas cardiovasulares podem afetar a frequência cardíaca, o ritmo cardíaco, a quantidade de sangue ejetado ou a força da contração. Porém, os medicamentos cardiovasculares são, geralmente, usados nos casos de insuficiência cardíaca e arritmias.
Figura 12.1- Sistema circulatório.
FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS A hipertensão arterial (HA) ou pressão alta é a elevação dos níveis de pressão sanguínea nas artérias. Ela é considerada alta quando atinge valores acima de 12 por 8 (120 por 80 mmHg). As principais causas da HÁ são: consumo excessivo de álcool, cigarro e sódio (sal), sedentarismo e excesso de peso. Ela é uma doença silenciosa, pois não apresenta sintomas específicos. Embora, seja fácil o acesso a equipamentos de medição de pressão, o diagnóstico e as orientações de tratamento devem ser sempre feitos pelo médico, que é habilitado para identificar o grau da hipertensão e outros fatores associados que devem ser considerados para tratar as alterações de pressão. Quando não ou mal tratada, a hipertensão pode trazer sérios riscos à saúde, afetando órgãos importantes como cérebro, coração e rim e causando doenças como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, insuficiência renal e doença cardiovascular geral. Por isso, o controle dos níveis de pressão arterial e a adoção de hábitos saudáveis – alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, cessação do tabagismo e redução do consumo de álcool-, são fundamentais para a saúde. Os principais fármacos anti-hipertensivos estão listados no quadro abaixo: AÇÕES Reduzir a pressão arterial; Remover o excesso de sódio do organismo; Reduzir o volume vascular.
DIURÉTICOS (Fármacos de 1ª escolha) USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Tratamento de pacientes Depleção de letr´litos negros e idosos. (potássio), tontura, fraqueza, cãibras nas pernas, icterícia, vômito e confusão.
EXEMPLOS Bumetanida / Furosemida / Hidroclorotiazida / Espironolactona / Triantereno
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BETA-BLOQUEADORES (Fármacos de 1ª escolha) USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Maior eficácia em Fadiga, letargia, insônia, pacientes brancos a negros alucinações, desregula o e jovens a idosos. metabolismo lipídico. Somente adultos.
AÇÕES Reduzir a pressão arterial.
EXEMPLOS Atenolol / Labetalol / Metoprolol / Nadolol / Propanolol / Timolol
INIBIDORES DA ECA (Enzima conservadora de angiotensina) AÇÕES USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS EXEMPLOS Reduzir a pressão arterial. Pacientes hipertensos Tosse seca, exantema, Benazepril / Captopril / brancos e jovens. febre, alteração do paladar, Enalapril / Fosinopril / Pacientes após infarto do hipotensão, aumento dos Lisinopril / Moexipril / miocárdio. níveis séricos do potássio. Quinapril / Ramipril
ANTAGONISTA DE RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II AÇÕES USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS EXEMPLOS Reduzir a pressão arterial. Pacientes diabéticos Tosse seca, exantema, Losartana Diminuir a retenção de hipertensivos. febre, alteração do paladar, água e sal. hipotensão, aumento dos níveis séricos do potássio.
AÇÕES Bloquear os canais de Ca2+ relaxando o músculo liso vascular e dilatando as arteríolas, e diminuindo a presão arterial.
BLOQUEADORES DE CANAIS DE Ca2+ USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Pacientes hipertensos com Hipotensão, tontura, asma, diabetes, angina e náusea, bradicardia, doença vascular periférica. constipação e bloqueio Pacientes negros cardíaco. hipertensos.
AÇÕES Reduzir a pressão arterial.
ALFA-BLOQUEADORES USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Somente adultos. Idem beta-bloqueadores
EXEMPLOS Anlodipino / Diltiazem / Felodipino / Isradipino / Nicardipino / Nifedipino / Nisoldipino / Verapamil
EXEMPLOS Doxazosin / Prazosin / Terazosin
OUTROS FÁRMACOS CLASSES
AÇÕES
USOS TERAPÊUTICOS
Adrenérgicos de ação central
Tratamento da hipertensão leve a moderada. Diminuição da pressão arterial. (a) Tratamento de hipertensão moderada. (b) Tratamento de hipertensão grave a maligna Rápida redução da pressão arterial.
Pacientes hipertensos com insuficiência renal.
Vasodilatadores
Emergência hipertensiva
EFEITOS ADVERSOS Sedação, ressecamento da mucosa nasal, sonolência.
EXEMPLOS Clonidina / Alfa-metildopa
-
(a) Cefaléia, náusea, sudorese, arritmia. (b) Crescimento de pelos no corpo.
Hidralazina (a) / Minoxidil (b).
Paciente com pressão de 13 ou >15 (>21). E/ou com encefalopatia, hemorragia cerebral, insuficiência VE e esteanose aórtica.
Hipotensão (superdosagem).
Diazóxido / Labetalol / Nitroprussiato de sódio.
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GLICOSÍDEOS CARDIOTÔNICOS A insuficiência cardíaca é o comprometimento da capacidade do coração de suprir as necessidades do organismo, assim, o bombeamento de sangue para os outros órgãos é prejudicado. A doença acometa todas as idades. Os sintomas apresentados são: cansaço após uma situação de esforço (principal, e na fase avançada aparece mesmo em repouso), inchaço nas pernas, aumento do volume abdominal, dilatação do coração e palpitações, palidez cutânea, sudorese fria, dificuldade para dormir com cabeceira baixa por conta da falta de ar. Os principais fatores de risco são: fatores congênitos, a pressão alta, diabetes, anemia, obesidade, consumo abusivo de álcool e drogas e disfunções cardíacas como doença arterial coronariana, valvopatias, miocardiopatias e doenças reumáticas. Para o diagnóstico da doença é preciso de avaliação clínica, exames laboratoriais e métodos gráficos. E quando diagnosticada precocemente, o tratamento com medicamentos beta-bloqueadores, que diminuem a descarga de adrenalina, reduzindo a frequência de contrações do coração, é bastante eficaz. Assim como, outras alternativas: procedimentos cirúrgicos, uso de marca-passo biventricular ou uso de “coração artificial”. Os glicosídeos cardiotônicos são compostos caracterizados pela ação altamente específica, homogênea e potente que exercem sobre o músculo cardíaco. São medicamentos de escolha na insuficiência cardíaca. São eles digoxina, dopamina, dobutamina e cloridrato de isoproterenol. Seus efeitos colaterais mais comuns são náusea, vômito e distúrbios visuais.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Defina sistema circulatório. 2) Quais estruturas fazem parte do sistema circulatório? 3) Descreva a circulação sanguínea. 4) Pesquise sobre a) Frequência cardíaca b) Ritmo cardíaco 5) Descreva sobre a hipertensão arterial. 6) Cite 03 anti-hipertensivos das seguintes classes: a) Diuréticos b) Beta-bloqueadores c) Inibidores de ECA d) Alfa-bloqueadores 7) Qual a principal ação dos anti-hipertensivos? 8) Descreva a insuficiência cardíaca. 9) Defina fármacos glicosídeos cardiotônicos. 10) Pesquise e cite 03 fármacos glicosídeos cardiotônicos.
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Farmacologia do processo antiinflamatório
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A inflamação é uma resposta normal de proteção às lesões teciduais causadas por trauma físico, agentes químicos ou microbiológicos nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo de inativar ou destruir os organismos invasores, remover os irritantes e preparar o cenário para o reparo tecidual. Quando a cura está completa, normalmente o processo inflamatório cessa. Entretanto algumas vezes a inflamação é inapropriadamente desencadeada por um agente inócuo, como o pólen, ou por uma resposta auto-imune, como a asma ou a artrite reumática. Nesses casos, as reações de defesa por si só podem causar lesões teciduais progressivas, e podem ser necessários fármacos antiinflamatórios. Os principais fármacos antiinflamatórios estão descritos nos quadros abaixo:
AINEs AÇÕES Reduzir a inflamação (ação antiinflamatória), a dor (ação analgésica) e a febre (ação antipirética).
USOS TERAPÊUTICOS Gota, febre reumática, artrite reumatóide. Calosidades, calos ósseos, erupções causadas por fungos. Trombose da artéria coronária. Câncer colorretal.
EFEITOS ADVERSOS
EXEMPLOS
Irritação epigástrica, náuseas, vômitos, depressão respiratória com acidose respiratória e metabólica, hipersensibilidade (urticária, bronoconstrição), síndrome de Reye.
Ácido acetilsalicílico; Diflunisal; Diclofenaco; Etodolaco; Fenamatos; Fenoprofeno; Flubiprofeno; Ibuprofeno; Indometacina; Cetoprofeno; Meloxicam; Metilsalicilato; Nabumetona; Naproxina; Nimesulida; Oxaprazina; Piroxicam; Sulindaco; Tolmetina.
AÇÕES Reduzir a inflamação (ação antiinflamatória).
INIBIDORES DA COX-2 USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Osteoartrite e artrite Dor abdominal, diarréia e reumatóide. dispepsia.
AÇÕES Reduzir a dor (ação analgésica) e a febre (ação antipirética).
OUTROS ANALGÉSICOS USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Problemas gástricos, infecções virais ou varicela.
AÇÕES Reduzir a inflamação (ação antiinflamatória) e a dor (ação analgésica).
AÇÕES Reduzir a inflamação (ação antiinflamatória) e a dor (ação analgésica).
FÁRMACOS CONTRA ARTRITE USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Artrite reumatóide grave ou Ulcerações na mucosa, não-responsiva. náuseas, cefaléia, diarréia.
FÁRMACOS CONTRA GOTA USOS TERAPÊUTICOS EFEITOS ADVERSOS Gota aguda ou crônica. Náuseas, vômito, dor abdominal, diarréia, hipersensibilidade.
EXEMPLOS Celecoxibe.
EXEMPLOS Paracetamol.
EXEMPLOS Adalimumabe; Anacinra; Cloroquina; Etanercepte; Sais de ouro; Infliximabe; Leflunomida; Metrotexato; Penicilamina.
EXEMPLOS Alopurinol; Colchicina; Probenecida; Sulfinpirazona.
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QUESTÕES DE REVISÃO 1) O que é inflamação? 2) Qual(is) o(s) objetivo(s) da inflamação no organismo? 3) Cite as principais classes de fármacos antiinflamatórios. 4) Pesquise o significado da sigla AINEs. 5) Descreva as principais ações, usos terapêuticos, reações adversas e fármacos dos AINEs. 6) Descreva as principais ações, usos terapêuticos, reações adversas e fármacos dos inibidores da COX-2. 7) Descreva as principais ações, usos terapêuticos e reações adversas do paracetamol. 8) Descreva as principais ações, usos terapêuticos, reações adversas e fármacos contra artrite. 9) Descreva as principais ações, usos terapêuticos, reações adversas e fármacos contra gota. 10) Pesquise sobre as seguintes doenças: a) Artrite reumatóide. b) Osteoartrite. c) Gota. d) Síndrome de Reye.
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Farmacologia na urgência / emergência
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O setor de urgência e emergência é uma área de alto risco para ocorrência de eventos indesejáveis, devido à rotatividade e dinâmica de atendimento, pela grande demanda de pacientes com graus variados de gravidade, pela deficiência quantitativa e qualitativa dos recursos humanos e materiais, sobrecarga de trabalho e estresse profissional e ambiental. Frente às características clínicas dos pacientes atendidos na unidade de urgência e emergência, a intervenção medicamentosa e administração de drogas com alto poder de ação é frequente tornando uma aliada no processo de recuperação da saúde. Para tanto, a administração de medicamentos exige um cuidado intenso e requer conhecimentos específicos e especializados, pois qualquer falha durante esta atividade pode trazer conseqüências, tais como reações adversas, reações alérgicas e erros de medicação, os quais podem ser irreversíveis e devastadores. Quadro 14.1- Principais medicamentos usados na urgência e emergêcia. MEDICAMENTO Adrenalina ou epinfrina
INDICAÇÃO Asma brônquica; choque anafilático; parada cardíaca.
Aminofilina
Asma brônquica; bronquites aguda e crônica; enfisema; DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); insuficiência cardíaca esquerda; insuficiência cardíaca congestiva. Infecções geniturinárias, respiratórias e do TGI causadas por germes susceptíveis e bactérias gram-positivas. Distúrbios graves do ritmo cardíaco; taquicardia ventricular documentada; taquicardia supraventricular documentada; alterações de ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White. Infarto agudo do miocárdio; embolia pulmonar aguda maciça de difícil controle da pressão arterial; acidente vascular cerebral isquêmico agudo.
Ampicilina
Amiodarona
Alteplase
Atropina
Bicarbonato de sódio
Brometo de
Bradicardia sinusal; assistolia; intoxicação por organofosforados, carbamatos e cogumelos; inibir salivação e outras secreções. Tratamento de acidose metabólica e suas manifestações; cetacidose diabética; insuficiência renal; perturbações ácidobásica. Broncodilatador para broncoespasmo
CONTRA-INDICAÇÃO Glaucoma congestivo; choque; anestesias dos dedos das mãos e pés devido à vasoconstrição que pode levar à gangrena; parto; pacientes com dilatação cardíaca; insuficiência coronariana. Gastrite ativa; úlcera péptica ativa ou história de úlcera péptica; hipersensibilidade à aminofilina ou teofilina.
Pacientes com hipersensibilidade a penicilina. Infecções causadas por microorganismos que produzem penicilinase. Hipersensibilidade ao iodo ou à amiodarona; bradicardia sinusal e bloqueio sino-auricular; distúrbios graves de condução; doença sinusal; doença tireoidiana presente ou anterior. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; alto risco de hemorragia; histórico de danos do SNC (tumor, aneurisma); cirurgia do crânio, ou na coluna; hemorragia cerebral; hipertensão arterial grave não controlada; cirurgia de grande porte; biópsia de fígado ou pulmão; trauma craniano; procedimento de ressuscitação cardiopulmonar; problemas graves do fígado (insuficiência hepática, cirrose, varizes esofágicas e hepatite ativa); úlcera gástrica ou duodenal ativa; neoplasia; inflamação no pâncreas; AVC hemorrágico ou isquêmico agudo; infarto cerebral ou uma isquemia cerebral transitória; infarto agudo do miocárdio e embolia pulmonar. Glaucoma de ângulo fechado; taquicardia; choque hemorrágico; obstrução gastrintestinal ou urinária; mistenia gravis. Alcalose metabólica ou respiratória; perda de cloreto por vômito ou drenagem gastrintestinal; hipocalcemia; gravidez; crianças < 2 anos. Hipersensibilidade ao fármaco e associados.
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ipratrópio Captopril Cefalexina
Clopidogrel Deslanósido
Dexametasona
Diazepam
Diltiazem
Dipirona sódica Dobutamina Dopamina Estreptoquinase streptase
Fentanil Fenitoína Haloperidol
associado à doença pulmonar; DPOC (bronquite crônica, enfisema e asma). Hipertensão arterial; insuficiência cardíaca; disfunção ventricular esquerda. Infecções causadas por estreptococos, estafilococos, S. pneumoniae, S. aureus, S. pyogenes, H. influenzae, M. catarrhalis, P. mirabilis, E. coli, e Klebsiella pneumoniae. Infarto agudo do miocárdio; AVC; morte vascular; Síndrome Coronária Aguda. Insuficiência cardíaca; taquicardia paroxística; fibrilação e flutter supraventriculares. Comprimidos e elixir: nas afecções alérgicas (asma brônquica, rinite alérgica, doença do soro), reumatológicas (artrite reumatóide, febre reumática, bursite), hematológicas (anemia aplástica, púrpura trombocitopênica idiopática, púrpura alérgica), como tratamento paliativo nas neoplasias (leucemia, linfomas, carcinomas) e insuficiência adrenocortical. Creme dermatológico: afecções bacterianas inflamatórias da pele (dermatite esfoliativa, dermatite herpetiforme bolhosa, dermatite seborréica grave, pênfigo, psoríase grave, dermatoses, ulcerações). Ansiedade; agitação; espasmo muscular; estado convulsivo; abstinência alcoólica.
Angina do peito vasoespástica (de repouso, com elevação do ST, “angina de Prinzmetal”); angina do peito crônica, estável e de esforço; estados anginosos pósinfarto do miocárdio; coronariopatias isquêmicas com taquicardia; hipertensão arterial. Dor e febre. Hipotensão e choque cardiogênico. Choques séptico e cardiogênico; insuficiência cardíaca e pré-renal. Tromboembolismo pulmonar agudo; tromboembolismo arterial ou coronariano agudos; trombose venosa profunda; infarto agudo do miocárdio; oclusão de artéria ou veia central da retina; limpeza da cânula arteriovenosa e do cateter intravenoso. Anestesia geral (uso clínico em procedimentos de curta duração). Convulsões. Como agente neuroléptico: em delírios e alucinações na esquizofrenia aguda e crônica. Na paranóia, na confusão mental aguda e no alcoolismo (Síndrome de Korsakoff). Como um agente anti-agitação psicomotor: mania, demência, alcoolismo, oligofrenia. Agitação e agressividade no idoso. Distúrbios graves do comportamento e nas
Hipersensibilidade ao fármaco e associados. Pacientes alérgicos a cefalosporinas, penicilinas, outros antibióticos beta-lactâmicos e/ou demais componentes das formulações. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; úlcera péptica; hemorragia intracraniana. BAVT; BAV de 2º grau; bradicardia sinusal excessiva; monitorizar níveis de potássio. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; tuberculose pulmonar ou cutânea; infecções virais tópicas ou sistêmicas (vacínia, varicela, herpes simples); insuficiência cardíaca; úlcera péptica; osteoporose; diabete mellitus.
Hipersensibilidade ao fármaco e associados; pacientes dependentes de outras drogas inclusive o álcool; 1° trimestre de gravidez e lactação; paciente que dirige veículos ou opera máquinas. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; gravidez; hipotensão arterial severa (sistólica <90mmHg); bloqueio atrioventricular de 2° e 3° graus sem marca-passo artificial funcionante; doença do nó sinusal; infarto agudo do miocárdio; congestão pulmonar. Hipersensibilidade ao fármaco e associados. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; miocárdiopatias obstrutivas. Feocromocitoma (tumor); taquiarritmias ou fibrilação ventricular. Terapia trombolítica; procedimentos cirúrgicos ou traumáticos; probabilidade de existência de doença cérebro-arterial; sangramento ativo; probabilidade da existência de êmbolos cardíacos; terapia recente com Unitinase. Hipersensibilidade ao fármaco e associados. Bradicardia sinusal, bloqueio sinoatrial, BAV 2º3º graus e na síndrome de Adam-Stokes. Estados comatosos, depressão do SNC devido a bebidas alcoólicas ou outras drogas depressoras, Doença de Parkinson, hipersensibilidade ao Haloperidol ou aos outros excipientes da formula, lesão nos gânglios de base. Afecções neurológicas acompanhadas de sintomas piramidais ou extrapiramidais. Encefalopatia orgânica grave. Formas graves de nefro e cardiopatia. Depressão endógena. Primeiro trimestre de gestação.
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Lindocaína
psicoses infantis acompanhadas de excitação psicomotora. Movimentos coreiformes. Soluços, tiques, disartria. Estados impulsivos e agressivos. Síndrome de Gilles de la Tourette. Como antiemético: náuseas e vômitos incoercíveis de varias origens, quando outras terapêuticas mais especificas não foram suficientemente eficazes. Anestesia local e regional; infarto do miocárdio; arritmias ventriculares.
Manitol
Edema cerebral; insuficiência renal aguda; intoxicação exógena.
Maleato de enalapril
Todos os graus de hipertensão essencial, hipertensão renovascular e insuficiência cardíaca. Sedação; ventilação mecânica; ansiedade; convulsões. Insuficiência coronariana; edema pulmonar cardiogênico; ICC associada a IAM. Dor severa; edema pulmonar agudo; IAM. Hipertensão arterial. · Doença arterial coronária. Angina do peito crônica estável (angina de esforço).
Midazolam Mononitrato de isossorbida Morfina Nifedipino
Nistatina Nitroglicerina
Nitroprussiato de sódio Noradrenalina ou norepinefrina
Omeprazol
Prometazina
Succinilcolina
Sulfato de magnésio Tirofiban
Tramadol
Tratamento da candidíase do trato digestivo. Prevenção e tratamento da angina pectoris decorrente de doença coronariana.
Emergências hipertensivas. Controle da pressão sanguínea em certos estados hipotensivos agudos; tratamento da parada cardíaca e hipotensão profunda; choque severo não-hipovolêmico. Úlcera duodenal, úlcera gástrica, esofagite de refluxo, síndrome de Zollinger-Ellison e pacientes refratários a outros tratamentos. Todos os distúrbios no grupo das reações anafiláticas e alérgicas; prevenção de vômitos do pós-operatório e dos enjôos de viagens; utilizado na pré-anestesia e na potencialização de analgésicos. Relaxamento muscular esquelético em cirurgia ou procedimentos hospitalares (bloqueio neuromuscular para pequenos procedimentos; ventilação mecânica). Convulsão na toxemia gravídica (eclâmpsia e pré-eclâmpsia); hipomagnesemia. Angina instável ou infarto do miocárdio; pacientes com síndromes coronárias isquêmicas submetidos à angioplastia coronária ou aterectomia; Dor de intensidade moderada à severa, de caráter agudo, subagudo e crônico.
Síndrome de Adam-Stokes, Wolff-ParkinsonWhite; graus severos de bloqueio da condução cardíaca sem uso de marcapasso. Falência renal estabelecida; edema pulmonar; hemorragia intracraniana vigente; desidratação severa. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; pacientes com história de edema angioneurótico tratados com inibidores ECA. Hipersensibilidade ao fármaco e associados. Miocardiopatia hipertrófica; infarto de ventrículo direito. Hipersensibilidade à nifedipina. Infarto agudo do miocárdio, hipotensão arterial, insuficiência cardíaca, doença do nó sinusal, estenose aórtica avançada, angina instável e angina pós-infarto. Gravidez. Porfiria. Hipersensibilidade ao fármaco e associados. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; pressão intra-ocular aumentada; hipertensão intracraniana ou anemia grave; hipotensão grave ou insuficiência do miocárdio por obstrução do fluxo valvular ou ventricular esquerdo. Insuficiência cardíaca de alto débito; coarctação de aorta; fístula arteriovenosa. Procedimento anestésico com ciclopropano ou halotano devido ao risco de arritmias ventriculares.
Hipersensibilidade ao fármaco e associados.
Hipersensibilidade ao fármaco e associados; portadores de discrasias sanguíneas ou com antecedentes de agranulocitose com outros fenotiazínicos; pacientes com risco de retenção urinária ligado a distúrbios uretroprostáticos; pacientes com glaucoma, por fechadura do ângulo. História familiar ou pessoal de hipertermia maligna, miopatias associadas com CPK elevado, glaucoma de ângulo fechado, lesão ocular penetrante. Insuficiência renal; bloqueio cardíaco ou dano no miocárdio; depressão respiratória. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; hemorragia interna ativa, histórico de hemorragia intracraniana, neoplasia intracraniana, malformação arteriovenosa ou aneurisma. Hipersensibilidade ao fármaco e associados; intoxicações agudas por álcool, hipnóticos,
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Verapamil
Taquiarritmias supraventriculares; tratamento de hipertensão essencial; adjuvante no tratamento de cardiomiopatia hipertrófica; tratamento de angina clássica e vasoespástica; profilaxia da enxaqueca.
analgésicos e psicofármacos em geral; pacientes em tratamento com: inibidores de MAO, antidepressivos tricíclicos, antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, neurolépticos e drogas. Pacientes em choque cardiogênico, insuficiência ventricular esquerda, hipotensão arterial grave, insuficiência cardíaca congestiva, síndrome do nódulo sinusal, bloqueio AV de segundo e terceiro graus, flutter ou fibrilação atrial (síndrome de Wolff-Parkinson-White) e hipersensibilidade ao fármaco.
QUESTÕES DE REVISÃO 1) Pesquise o significado dos termos urgência e emergência. 2) 1) Pesquise o significado dos termos urgência e emergência. 2) Cite 05 tipos de medicamentos utilizados na urgência / emergência. 3) Enumere 03 indicações dos fármacos relacionados: a) Bircabonato de sódio b) Captopril c) Diazepam d) Manitol e) Omeprazol 4) Cite 02 contra-indicações dosfármacos abaixo: a) Lindocaína b) Morfina c) Dexametasona d) Noradrenalina e) Verapamil 5) Pesquise o significado de: a) Hipocalcemia b) Bradicardia c) Alcidose d) Alcalose 6) Pesquise sobre: a) Síndrome de Wolff-Parkinson-White b) Síndrome de Adam-Stokes c) Síndrome de Korsakoff d) Síndrome de Gilles de la Tourette 7) Quais fármacos são indicados para tratar o infarto agudo do miocárdio? Cite 05 fármacos. 8) Quais fármacos são contra-indicados para pacientes com hipersensibilidade ao fármaco e associados? Cite 05 fármacos. 9) O que representa as siglas:
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a) AVC b) DPOC c) TGI 10) Você conhece algum medicamento utilizado na urgência / emergência? Cite-os.
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Referências
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