UNIVERSIDADE VALE DO IPOJUCA PSICOLOGIA - 8º Período.
CHARLES EDUARDO DE BRITO
Fichamento Elementos para uma fenomenologia
Caruaru 2017
Elementos para uma fenomenologia. Fenômeno – Aquilo que se apresenta a uma consciência.
Não se trata de um objeto em si, ou expresso em absoluto.
Objeto sensível. Objeto da experiência.
O fenômeno é sempre apresentado por perspectivas, por perfis em relação a uma subjetividade.
A fenomenologia não supera a dicotomia homem/mundo e sujeito/objeto, mas os integra colocando-os em uma relação intrínseca. “Voltar as coisas mesmas” – Deixar-se surpreender pelo novo, mesmo que este já tenha sido visto. Ver e perceber o mundo tal qual ele nos aparece.
Busca por conhecer.
O logos, sentido, não está contido nas teses previamente formadas ao longo da história a respeito de determinado fenômeno, mas está no próprio fenômeno.
Hursserl critica a psicologia cientifica experimental, alegando que não se pode estudar o psíquico como se estuda os objetos das ciências naturais. Os objetos das ciências naturais são passíveis de mensuração, físicos, quantificáveis. O psíquico é vivência.
Teria que haver uma maneira descritiva de estudar os fenômenos psíquicos. Surge assim a proposta de uma psicologia fenomenológica.
Experiência pré-reflexiva (Ante predicativa) – Antes de a experiência passar por um processamento cognitivo e ser nomeada. Ex.: A fome. Primeiro a sentimos, e logo após sentir nomeamos. Essência – Aquilo que constitui o ser em um caráter de interioridade. Existência – Tornar-se Ser. Para a fenomenologia Essência eidos Puro possível. Essências possíveis de constituir o ser. Podem ser inúmeras, tantas quanto as significações que o sujeito possui. A essência para a fenomenologia está diretamente ligada aos modos de significação. Consciência intencional – Consciência em movimento/ Consciência-de-alguma-coisa. Atitude fenomenológica – Dis-posição do sujeito (mudança de posição do sujeito).
A consciência deixa de ser “parte” do mundo para se tornar o lugar do desdobramento do mundo no lugar da intencionalidade.
A consciência deixa de ser receptiva para desempenhar um papel ativo.
Outro ponto da atitude fenomenológica é a redução dos valores e aprioris, me colocando diante do mundo em uma atitude ingênua (redução fenomenológica).
1. Corporeidade, temporalidade, história e vida. Temporalidade:
“Tecido dos vividos psíquicos na unidade do fluxo dos vividos. ”
A análise do tempo se dá na forma como ela é vivida pelo sujeito da consciência.
Permite a compreensão do sujeito no mundo.
Passado, presente e futuro – Modos de aparecer, dinâmicos e contínuos.
Nossas reflexões, experiências se dão num fluxo em que o passado, presente e futuro estão “presentificados” ou unificadas em um “presente vivo”, sem ficar aprisionadas a um momento, como o agora.
Intersubjetividade – Relação de um sujeito com outro sujeito que neste encontro constituem o próprio “eu” um do outro. Humanidade – Pluralidade de sujeitos ligados pela intencionalidade e, em um sentido largo, é a designação geral de toda multiplicidade de sujeitos em ligação, qualquer que seja a ligação. Efetivando-se esta ligação, ela não cessa de ser intencional e constitui assim a objetividade, a vida cotidiana, a ciência, etc., e a partir da modificação dessa intencionalidade, a comunidade da consciência se torna uma comunidade social. Mundo da vida Essencialmente Histórico Historicidade Define Nosso Ser-NoMundo. 2. Fenomenologia, psicologia e psiquiatria. A psicologia fenomenológica pode ser encarada sobre 4 aspectos:
Fonte de hipóteses – Metodologia alternativa a das ciências naturais. Investigação constante.
Veículo para o humanismo - Veículo de comunicação entre o humanismo e a ciência natural. Possibilita ao humanismo o acesso ao mundo privado do indivíduo através de uma forma organizada e metódica.
Novo paradigma – Propõe um olhar diferenciado para o mundo e para a realidade. Um olhar em que a tradicional dicotomia sujeito/objeto ganha novos contornos e se torna uma correlação.
Resposta à crise.
A fenomenologia como metodologia de pesquisa tem sido bastante utilizado como um conjunto de procedimentos para a exploração da consciência imediata e da experiência. Se trata de um caminho importante para o estudo da experiência consciente, ou vivência. Psicopatologia Jaspers funda esta ciência com base nos pensamentos descritivos do pensamento hursserliano.
3. Atitude fenomenológica e prática clínica. A psicoterapia atua no sentido de mostrar ao paciente onde, quando e em que medida a realização da plenitude de sua humanidade foi se tornando impossível, fazendo-o experimentar tudo isto da forma mais radical possível. Terapeuta = > Guia de montanha = > O analista se coloca no mesmo plano de seus pacientes: Planos de existência comum, de companheiro existencial, onde a ligação entre ambos não é um simples contato psíquico, mas um encontro. A fenomenologia auxilia na compreensão dos processos de interação psicoterapêuticas a partir da análise da intersubjetividade e da colocação do ser-no-mundo. Postura, atitude Escuta ativa e observação atenta. Psicoterapia Processo no qual a base é a relação de significados que o cliente traz.
Possibilidade de ajuda em que o cliente busca a compreensão de seu próprio processo de significar através da palavra.
Qualidade da relação – Qualidade da escuta oferecida. O sentido, o significado, aquilo que habita a palavra não é o pensamento, mas anterior a este. Uma prática clínica objetiva deve vir precedida de uma reflexão crítica sobre si mesmo.