IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL SÍNODO NORTE FLUMINENSE PRESBITÉRIO DE CAMPOS
EXEGESE NO EVANGELHO DE MARCOS 2: 1 - 12
ERICK RAMOS DE CASTRO
CAMPOS DOS GOYTACAZES
2009
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2009
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ERICK RAMOS DE CASTRO
EXEGESE NO EVANGELHO DE MARCOS 2: 1 - 12
Exegese apresentada ao Presbitério de Campos – PCMP em cumprimento às exigências do artigo 120, alínea b da CIPB.
Tutor: Rev. Roberto Cachoeira
CAMPOS DOS GOYTACAZES 2009 iii
AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus que através do Espírito Santo ilumina e instrui a sua Igreja por sua Palavra. Agradeço Agradeço a Deus pela sua infinita Graça e misericórdi misericórdia, a, pela capacitação capacitação e provisão. À
minha
linda
maravilhosa
esposa
Karina
pelas
orações,
pelo
companheirismo, altruísmo e pelo incentivo. i ncentivo. Aos meu pais pela formação formação e incentivo quanto quanto aos estudos. Aos pastores Marcos, Roberto Cachoeira e Benedito Carlos Cherene pelo acompanhamento, conselhos e incentivos. Aos Presbíteros do Conselho Conselho da Igreja Presbiteriana Presbiteriana de Campos. Às Igrejas Presbiterianas do Jardim América/BH e Central de Campos pelo apoio incansável e pelas orações. Às Congregações Presbiterianas do Carvão e do Jaqueline/BH pelo apoio e pelas orações. Ao presbitério de Campos dos Goytacazes Goytacazes pelo envio ao STPRDNE tendo tendo em vista meu preparo acadêmico-teológico. acadêmico-teológico. Aos professores e funcionários do Seminário Denoel Nicodemos Eller e do Seminário Teológico Batista Fluminense pelo ensino e por proporcionar tal ambiente. Aos amigos que Deus colocou em minha vida. Aos seminaristas de ambos os seminários.
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Dedico a Deus, a Igreja Presbiteriana de Campos, à minha esposa e filhos, aos meus pais, familiares, amigos e todo aquele que ama o estudo da Palavra de Deus.
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RESUMO
CASTRO, Érick R. Tese em Exegese nos Evangelhos; Orientador: Roberto Cachoeira Campos: STBF, 2009, 46 fls, Tese em Exegese de Conclusão de Curso.
Esta Exegese nos mostra a atenção de Jesus em cumprir seu propósito de pregar, exortar e ensinar a respeito do Reino de Deus. As ações que se seguem na narrativa do evangelho de Marcos 2: 1–12 são usadas de modo ilustrativo por Jesus para demonstrar na prática o conteúdo dos seus ensios. Será possível também perceber nesta perícope, o esforço do autor em ressaltar o ensino messiânico, a autoridade messiânica e a glorificação messiânica. Esta passagem nos mostra muitos princípios hoje deixados para trás, que servem como princípios norteadores e que precisam ser aplicadas à igreja.
Palavras-chaves: anunciava-lhes a palavra; doente; coração; levanta-te; Filho do homem; autoridade; perdoar; pecados; se admirarem; glória a Deus
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ÍNDICE AGRADECIMENTOS........................................................................................iv RESUMO..........................................................................................................vi Avaliações ....................................................................................................xxxi Conclusão.....................................................................................................xxxii
INTRODUÇÃO A língua grega foi escolhida por Deus e usada pelos homens a fim de comunicar as verdades espirituais do próprio Deus, naquilo que se conhece por Novo Testamento. A linguagem é o meio de comunicação entre duas ou mais pessoas. Os autores bíblicos usaram as palavras para comunicar a revelação de Deus para todo ser humano em todas as épocas. Diante disso, pode-se encontrar o primeiro desafio para uma boa interpretação bíblica, a saber, o entendimento do verdadeiro sentido das palavras usadas pelo autor bíblico. Algumas palavras ganham sentido próprio com o passar do tempo, ou até mesmo são modificadas. Por isso, para entender o que o autor bíblico quer dizer, procurar-se-á conhecer o significado das palavras e, para tal, usar-se-á os léxicos e as gramáticas. A fim de facilitar a visualização dos sentidos de cada palavra do texto bíblico utilizado, faz-se o uso de tabelas, colocando os vocábulos da língua grega e os seus respectivos significados na língua portuguesa. Assim, evita-se a propensão de trair o real sentido do texto sagrado. Mais adiante, na interpretação, usam-se algumas palavras dentro de sua sintaxe para, na harmonia da sentença, serem extraídas as riquezas do conteúdo bíblico. Todos os livros das Sagradas Escrituras possuem um gênero literário. Podese dizer que gênero literário é o tipo de literatura usada com a finalidade a que se vii
propõe o literato. Dentre os gêneros literários contidos nas Escrituras pode-se destacar a prosa, a poesia, a narrativa, a epistolar e a apocalíptica. Para que haja uma interpretação fidedigna é necessário observar e respeitar as características próprias de cada livro dentro do seu estilo literário. Destarte, verificar-se o gênero literário do livro em que o texto foi escolhido, a fim de que se entenda melhor as palavras do autor bíblico. A estrutura de contextos é a parte da exegese em que o texto interpretado não pode ser visto e analisado de forma isolada. Diante disso, deve ser feito um estudo dos contextos imediatos, observando o contexto anterior e posterior, separando-os em duas perícopes 1 para se fazer colunas dos contextos que auxiliarão na amarração dos contextos com o texto e na interpretação da passagem. Assim sendo, não se usa o texto isolado a fim de interpretar o que se quer, ou o que se acha, mas usa-se o texto dentro de seu contexto com o intuito de manter a unidade de pensamento do autor. O contexto histórico possibilita a entrada do leitor na época em que o autor bíblico escreveu o seu livro, em que se verifica a autoria. Tudo isso tem por objetivo posicionar o intérprete histórica e contextualmente, para que esse examine a época do autor à luz dos acontecimentos históricos, proporcionando uma melhor compreensão da sua perspectiva e da sua mensagem. Ainda dentro do contexto histórico, encontra-se a datação, que é a busca da data em que o livro bíblico foi escrito. Isso possibilita ao exegeta correlacionar a mensagem do autor com os acontecimentos da época em que o livro foi escrito. Além disso, outra questão importante são os destinatários, isto é, aqueles que originalmente receberam a mensagem do autor bíblico. Quando se sabe quem, e com quem se está falando, a mensagem torna-se mais compreensível, pois se pode 1
Perícope é a delimitação da idéia do texto em um bloco de parágrafos.
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fazer um estudo detalhado da vida dos quais a mensagem estava sendo dirigida. Por fim, apresenta-se o propósito do livro sagrado. Toda essa parte do contexto histórico tem a finalidade de levar o intérprete a construir uma ponte entre ele e os dias do autor daquele determinado texto sagrado. O conteúdo é a parte da exegese que por meio de um resumo detalhado do livro em que o texto foi escolhido, encontra-se o cordão que liga as várias partes do texto em um só, ou seja, existe uma linha lógica e racional de toda a mensagem do texto bíblico que é percebida por meio de sua correlação mútua. E o exegeta usará o conteúdo dessa mensagem para se balizar com o intento de, na hora da sua interpretação, não ser discordante com a mensagem holística do autor. O levantamento de palavras-chaves possibilita ao exegeta enxergar a idéia central do texto. Os traços gramaticais, ou tendência da passagem, são os levantamentos da quantidade dos verbos no seu tempo, modo e voz, com o objetivo de mostrar aquele que mais se repete no texto, para que na hora da interpretação fique claro que o autor estava falando de um fato que ainda iria ocorrer, ou se estava ocorrendo, ou se já ocorrera. Logo, são somadas essas características com tantas outras variações dos verbos gregos, o que auxilia no momento de situar o fato escrito com o fato histórico. A perícope selecionada para o estudo exegético adquire colunas que facilitam na ocasião da amarração do texto com os contextos e na da interpretação. Essas colunas são delimitações de idéias no texto, separados pelos versos em tópicos frasais. Ainda, procede a amarração das colunas do texto com os contextos imediatos. O conceito amarração dos contextos são paráfrases do texto com os contextos que mostram a conectividade das perícopes e o pensamento linear e progressivo do autor bíblico.
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A interpretação é a parte em que o exegeta responde as seguintes perguntas: O que o autor quis dizer ao escrever esse texto? Qual a mensagem que ele queria passar para os destinatários primários? Nessa parte da exegese, é visto que o texto bíblico possui um único sentido. O trabalho de interpretação busca esse sentido por meio da pesquisa científica. Nesse trabalho, utiliza-se o método histórico-gramatical de interpretação, além de se valer de vários comentários críticos e exegéticos de autores reformados que outrora trabalharam com o texto bíblico, na tentativa de se manter fiel à passagem bíblica, ou seja, a mensagem pretendida pelo autor bíblico. Outra contribuição desta exegese é promover um melhor entendimento bíblico, levantando os tópicos teológicos dentro da passagem, pois na dissecação dos mesmos pode-se avistar a unidade das Escrituras Sagradas em seus temas e a sublime contribuição que o texto analisado oferece para a dogmática cristã. Depois de trabalhar com o texto nas formas supracitadas, cabe ao exegeta aplicar a mensagem dos dias do autor à época presente. Enquanto a interpretação é a mensagem para os dias do autor, a aplicação é a mensagem para os dias do leitor. Enquanto que na interpretação as perguntas feitas são: O que o autor quis dizer ao escrever esse texto? Qual a mensagem que ele queria passar para os destinatários primários? Na aplicação, as perguntas são: O que esse texto tem haver com a vida do cristão pessoal? O que esse texto tem haver com os grandes desafios da atualidade? Por isso, deve-se salientar que toda exegese deve culminar na praticidade da mensagem bíblica, ou seja, todo trabalho no estudo exegético do texto sagrado deve desembocar no contexto da igreja atual. Ainda, enquanto a interpretação possui um só sentido, a aplicação pode se dar em múltiplas formas. O trabalho exegético é feito para que os líderes eclesiásticos preguem uma mensagem fiel às Escrituras. Por isso, é importante
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entender que uma mensagem em que só há aplicações sem uma boa interpretação, é tão ruim para a igreja quanto uma boa interpretação sem aplicações. Uma coisa não deve andar sem a outra, logo, essa parte da exegese é tão importante quanto às outras. Diante da abordagem realizada, esse trabalho visa encontrar o real sentido proposto pelo autor bíblico no texto de Marcos 2: 1 - 12. Para tal, será adotada a metodologia ensinada e exigida pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Denoel Nicodemos Eller, conforme as aulas de Metodologia Exegética, juntamente com as de Exegese nos Evangelhos, Exegese de Atos dos Apóstolos, Exegese nas Cartas Paulinas e Exegese nas Cartas Gerais, que está em conformidade com a norma culta exigida e plenamente submissa ao Manual do Candidato - ANEXO V – METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DE TESE E EXEGESE. Antes de dar início ao trabalho propriamente dito, é válido salientar que os passos supracitados são os exegéticos e que antes de tomá-los, deve-se adotar um cuidado imprescindível, a saber, a oração na dependência do Espírito Santo para se trabalhar com texto sagrado. Por isso o desejo do autor desse trabalho é que Deus o ilumine, para que a exposição de Sua Palavra se dê de forma fiel, clara e relevante.
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ANÁLISE MORFOLÓGICA E TRADUÇÃO Marcos 2: 1 – 12 (Texto Grego) 2.1 Kai\ ei)selqw\n pa/lin ei)j Kafarnaou\m di' h(merw=n h)kou/sqh o(/ti e)n oi)/k% e)sti/n. 2.2 kai\ sunh/xqhsan polloi\ w(/ste mhke/ti xwrei=n mhde\ ta\ pro\j th\n qu/ran, kai\ e)la/lei au)toi=j to\n lo/gon. 2.3 kai\ e)/rxontai fe/rontej pro\j au)to\n paralutiko\n ai)ro/menon u(po\ tessa/rwn. 2.4 kai\ mh\ duna/menoi prosene/gkai au)t%= dia\ to\n o)/xlon a)peste/gasan th\n ste/ghn o(/pou h)=n, kai\ e)coru/cantej xalw=si to\n kra/batton o(/pou o( paralutiko\j kate/keito. 2.5 kai\ i)dw\n o( )Ihsou=j th\n pi/stin au)tw=n le/gei t%= paralutik%=, Te/knon, a)fi/entai/ sou ai( a(marti/ai. 2.6 h)=san de/ tinej tw=n grammate/wn e)kei= kaqh/menoi kai\ dialogizo/menoi e)n tai=j kardi/aij au)tw=n, 2.7 Ti/ ou(=toj ou(/twj lalei=; blasfhmei=: ti/j du/natai a)fie/nai a(marti/aj ei) mh\ ei(=j o( qeo/j; 2.8 kai\ eu)qu\j e)pignou\j o( )Ihsou=j t%= pneu/mati au)tou= o(/ti ou(/twj dialogi/zontai e)n e(autoi=j le/gei au)toi=j, Ti/ tau=ta dialogi/zesqe e)n tai=j kardi/aij u(mw=n; 2.9 ti/ e)stin eu)kopw/teron, ei)pei=n t%= paralutik%=, )Afi/entai/ sou ai( a(marti/ai, h)\ ei)pei=n, )/Egeire kai\ a)=ron to\n kra/batto/n sou kai\ peripa/tei; 2.10 i(/na de\ ei)dh=te o(/ti e)cousi/an e)/xei o( ui(o\j tou= a)nqrw/pou a)fie/nai a(marti/aj e)pi\ th=j gh=j le/gei t%= paralutik%=, 2.11 Soi\ le/gw, e)/geire a)=ron to\n kra/batto/n sou kai\ u(/page ei)j to\n oi)=ko/n sou. 2.12 kai\ h)ge/rqh kai\ eu)qu\j a)/raj to\n kra/batton e)ch=lqen e)/mprosqen pa/ntwn, w(/ste e)ci/stasqai pa/ntaj kai\ doca/zein to\n qeo\n le/gontaj o(/ti Ou(/twj ou)de/pote ei)/domen.
2.1 Kai\ ei)selqw\n pa/lin ei)j Kafarnaou\m di' h(merw=n h)kou/sqh o(/ti e)n oi)/k% e)sti/n.
Kai\ - conjunção (e, também)
ei)selqw\n - (ei)s + e)/rxomai = para + ir, ou vir, passar) Verbo no particípio aoristo ativo nominativo masculino singular (entrar)
pa/lin – advérbio (novamente, de novo, mais uma vez) ei)j – preposição (em, na, dentro, para) Kafarnaou\m – substantivo próprio feminino sing. Acusativo (cafarnaum) di - preposição com genitivo (por, através) xii
h(merw=n – substantivo comum feminino plural genitivo (dias) h)kou/sqh – (foi ouvido) Verbo no ind. Aoristo pass. 3ª p. do sing. ou pronome apassivador (ouvi-se)
o(/ti – conjunção (que, por causa, de modo que, de tal modo, assim) e)n – preposição (em) oi)/k% - subst. Comum masculino sing. Dativo (casa, habitação) e)sti/n – (estar) Verbo no ind. Presente ativo 3 p. do sing. Tradução Literal E entrou de novo dentro de Cafarnaum depois de dias, desta forma, foi ouvido em casa.
2.2 kai\ sunh/xqhsan polloi\ w(/ste mhke/ti xwrei=n mhde\ ta\ pro\j th\n qu/ran, kai\ e)la/lei au)toi=j to\n lo/gon.
kai\ - preposição (e, também) sunh/xqhsan – (foram ajuntados) Verbo no ind. Aoristo passivo 3 p. plural polloi\ - adjetivo nominativo masculino plural (muitos, numerosos) w(/ste – conjunção subordinativa (de sorte que, de modo que) mhke/ti – advérbio (não mais) xwrei=n – (cabiam) Verbo no infinitivo presente ativo mhde\ - partícula negativa (nem mesmo, mas não) ta\ - artigo definido neutro plural acusativo pro\j – preposição (junto à, perto dá, próximo à) th\n – artigo definido feminino singular acusativo qu/ran – substantivo comum singular feminino acusativo (porta) kai\ - preposição (e, também) e)la/lei – (falava) Verbo no ind. Imperf. Ativo 3ª p. do sing au)toi=j – pronome pessoal masculino plural dativo (a eles) to\n - artigo definido masculino singular acusativo lo/gon - substantivo comum singular masculino acusativo (palavra) Tradução Literal E foram ajuntados muitos, de modo que não mais cabiam na porta, e falava a eles a palavra. xiii
2.3 kai\ e)/rxontai fe/rontej pro\j au)to\n paralutiko\n ai)ro/menon u(po\ tessa/rwn.
kai\ - preposição (e, também) e)/rxontai – (foram) Verbo no presente indicativo médio depoente 3ª p. plural fe/rontej – (levando, carregando) Verbo no part. Pres. Ativo masc. Plural nominativo
pro\j - preposição (para) au)to\n - pronome pessoal masculino singular acusativo (a ele) paralutiko\n - adjetivo masculino singular acusativo (paralítico) ai)ro/menon – (sendo erguido) Verbo no part. presente passivo masc. Sing. acusat. U(po\ - preposição (através de, por) tessa/rwn – numeral cardinal masculino plural genitivo (quatro) Tradução Literal E também foram levando para Ele, paralítico sendo erguido por quatro.
2.4 kai\ mh\ duna/menoi prosene/gkai au)t%= dia\ to\n o)/xlon a)peste/gasan th\n ste/ghn o(/pou h)=n, kai\ e)coru/cantej xalw=si to\n kra/batton o(/pou o( paralutiko\j kate/keito.
kai\ - preposição (e, também) mh\ - partícula negativa (não) duna/menoi – (podendo) Verbo no part. presente médio masc. plural nominativo prosene/gkai – (ter soltado, passado) Verbo no inf. aoristo ativo au)t%= - pronome pessoal masculino singular dativo (a ele) dia\ - preposição no genitivo (por, através) to\n - artigo definido masculino singular acusativo o)/xlon – substantivo comum masculino singular acusativo (multidão) a)peste/gasan – (destelharam) Verbo no ind. aoristo ativo 3ª p. plural th\n - artigo definido feminino singular acusativo ste/ghn – substantivo comum feminino singular acusativo (telhado) o(/pou – advérbio relativo de lugar (onde, aonde, no lugar) h)=n – (estava) Verbo no inperf. ind. ativo 3ª p. sing kai\ - preposição (e, também) xiv
e)coru/cantej – (os tendo aberto) Verbo no part. aoristo ativo masc. pl. nominativo xalw=si – (baixaram) Verbo no pres. Ind. ativo 3ª p. plural to\n - artigo definido masculino singular acusativo (o) kra/batton – substantivo comum masculino singular acusativo (cama, leito, colchão)
o(/pou – advérbio relativo de lugar (onde, aonde, no lugar) o( - artigo definido masculino singular nominativo (o) paralutiko\j - adjetivo masculino singular nominativo (paralítico) kate/keito – (ele estava sendo inclinado) Verbo no imperf. ind. pass. 3ª p do sing. Tradução Literal E não podendo ter passado com ele pela multidão, destelharam o telhado onde estava e tendo aberto, baixaram a cama no lugar, inclinando o paralítico.
2.5 kai\ i)dw\n o( )Ihsou=j th\n pi/stin au)tw=n le/gei t%= paralutik%=, Te/knon, a)fi/entai/ sou ai( a(marti/ai.
kai\ - preposição (e, também)
i)dw\n – (o tendo visto) Verbo no part. aoristo ativo masc. sing. nominativo o( - artigo definido masculino singular nominativo (o) )Ihsou=j – substantivo próprio (nome) masculino singular nominativo (Jesus) th\n – artigo definido fem. Sing. acusativo (a) pi/stin – substantivo feminino sing. acusativo (fé, crença) au)tw=n - pronome pessoal masculino plural genitivo (deles) le/gei – (fala) Verbo no presente do ind. ativo 3ª p. singular t%= - artigo definido masculino singular dativo (ao) paralutik%= - adjetivo masculino singular dativo (paralítico) Te/knon – subst. Comum neutro sing. vocativo (filho, criança, menino) a)fi/entai/ - (estão perdoados) Verbo no presente ind. passivo 3ª p. plural sou – pronome possessivo ou pronome pessoal sing. no genitivo (teu, de ti) ai( - artigo definido feminino plural nominativo dativo (as) a(marti/ai - subst. comum fem. plural. nominativo (ofensas) Tradução Literal E tendo visto Jesus a fé dele, fala ao paralítivco: “Estão perdoadas as tuas ofensas.” xv
2.6 h)=san de/ tinej tw=n grammate/wn e)kei= kaqh/menoi kai\ dialogizo/menoi e)n tai=j kardi/aij au)tw=n,
h)=san – (estavam) Verbo no imperfeito ind. ativo 3ª p. plural de/ - conjunção (mas, e) tinej – pronome indefinido masculino plural nominativo (alguns) tw=n - artigo definido masculino plural genitivo (dos) grammate/wn - substantivo comum masculino plural genitivo (escribas) e)kei= - advérbio de lugar (ali) kaqh/menoi – (sentados, assentados) Verbo no part. presente médio masculino plural nominativo
kai\ - preposição (e, também) dialogizo/menoi - (arrasoando) Verbo no part. pres. médio masc. plural nominativo e)n – preposição (em) tai=j - artigo definido feminino plural dativo (às) kardi/aij – substantivo comum feminino plural dativo (corações) au)tw=n - pronome pessoal masculino plural genitivo (deles) Tradução Litaral Mas estavam alguns dos escribas assentados alí e arrazoando em seus corações:
2.7 Ti/ ou(=toj ou(/twj lalei=; blasfhmei=: ti/j du/natai a)fie/nai a(marti/aj ei) mh\ ei(=j o( qeo/j;
Ti/ - pronome interrogativo (quem, o que, qual) ou(=toj – pronome demonstrativo masc. sing. nominativo (este) ou(/twj – advérbio (assim, como) lalei= - (fala, falando) Verbo no pres ind. ativo 3ª p. singular blasfhmei= - (blasfema, blasfemando) Verbo no pres ind. ativo 3ª p. singular ti/j - pronome interrogativo (quem, o que, qual) du/natai – (pode)Verbo no pres ind. médio 3ª p. singular a)fie/nai – (perdoar) Verbo no infinitivo presente ativo a(marti/aj - subst. comum fem. plural. acusativo (ofensas) ei) – conjunção subordinativa (se) mh\ - partícula negativa (não) ei(=j – preposição (em, na, dentro, para) xvi
o( - artigo definido masculino singular nominativo (o) qeo/j – substantivo próprio masculino singular nominativo (Deus) Tradução Literal “Quem é este que fala blasfêmia assim, quem pode perdoar ofensas se não um, o Deus.”
2.8 kai\ eu)qu\j e)pignou\j o( )Ihsou=j t%= pneu/mati au)tou= o(/ti ou(/twj dialogi/zontai e)n e(autoi=j le/gei au)toi=j, Ti/ tau=ta dialogi/zesqe e)n tai=j kardi/aij u(mw=n;
kai\ - preposição (e, também)
eu)qu\j – advérbio (imediatamente) e)pignou\j – (tendo conhecido, conhecendo) Part. Aor. Ativo Masc. Sing. Nom. o( - artigo definido masculino singular nominativo (o) )Ihsou=j - substantivo próprio (nome) masculino singular nominativo (Jesus) t%= - artigo definido masculino singular dativo (ao) pneu/mati – substantivo comum neutro singular dativo (espírito) au)tou= - pronome possessivo masculino 3ª p. sing. genitivo singular (seu) o(/ti - conjunção (que, por causa, de modo que, de tal modo, assim) ou(/twj - advérbio (assim, como) dialogi/zontai – (arrasoavam, debatiam para si) Pres. ind. medio 3ª p. plural e)n - preposição (em) e(autoi=j – pronome reflexivo masculino plural dativo (eles mesmos, si mesmos) le/gei – (fala, diz) Verbo no presente ind. ativo 3ª p. singular au)toi=j - pronome pessoal masculino plural dativo (a eles) Ti/ - pronome interrogativo (quem, o que, qual) tau=ta – pronome demonstrativo plural neutro acusativo (estes/estas/isto) dialogi/zesqe – (arrazoai, debatei para vós) Verbo no pres. Ind. médio 2ª p. plural e)n - preposição (em) tai=j – artigo definido feminino plural dativo (às) kardi/aij – substantivo comum feminino plural dativo (corações) u(mw=n – pronome possessivo 2ª p. plural genitivo (vossos) Tradução Literal xvii
E imediatamente, tendo conhecido Jesus em seu espírito o que eles debatiam dentrode si mesmos, diz a eles: “o que arrazoai para vós isto em vossos corações?”
2.9 ti/ e)stin eu)kopw/teron, ei)pei=n t%= paralutik%=, )Afi/entai/ sou ai( a(marti/ai, h)\ ei)pei=n, )/Egeire kai\ a)=ron to\n kra/batto/n sou kai\ peripa/tei;
ti/ - pronome interrogativo (quem, o que, qual) e)stin – (ser) Verbo no pres. Ind. ativo 3ª p. singular eu)kopw/teron – adjetivo ou advérbio (mais fácil) ei)pei=n – (dizer, ter dito) Verbo no aoristo infinitivo ativo t%= - artigo definido masculino singular dativo (ao) paralutik%= - adjetivo masculino singular dativo (paralítico) )Afi/entai/ - (perdoados) Verbo no perf. Ind. passivo 3ª p. plural sou – Pronome possessivo masculino singular genitivo (teu) ai( - artigo definido feminino plural nominativo (a) a(marti/ai – substantivo comum feminino plural nominativo (ofensas, pecados) h)\ - conjunção coordenativa (ou) ei)pei=n - (dizer, ter dito) Verbo no aoristo infinitivo ativo )/Egeire – (levanta) Verbo no imp. pres. ativo 2ª p. singular kai\ - preposição (e, também) a)=ron – (pega) Verbo no imp. pres. ativo 2ª p. singular to\n - artigo definido masculino singular acusativo (o) kra/batto/n - substantivo comum masculino singular acusativo (cama, leito, colchão)
sou - Pronome possessivo masculino singular genitivo (teu) kai\ - preposição (e, também) peripa/tei - (anda) Verbo no imp. pres. ativo 2ª p. singular Tradução Literal “Qual é mais fácil? Perdoados estão teus pecados ou; dizer: levanta e pega tua cama e anda?”
2.10 i(/na de\ ei)dh=te o(/ti e)cousi/an e)/xei o( ui(o\j tou= a)nqrw/pou a)fie/nai a(marti/aj e)pi\ th=j gh=j le/gei t%= paralutik %=, xviii
i(/na – conjunção subordinativa (para que) de\ - conjunção coordenativa (e, mas) ei)dh=te – (saibais) Verbo no pres. subj. ativo 2ª p. pl. o(/ti – conjunção (para que, a fim de que, de modo que, por causa de) e)cousi/an – (autoridade) subst. comum feminino sing. acusativo e)/xei – (tem) Verbo no pres. ind. ativo 3ª p. sing. o( - artigo definido masculino singular nominativo (o) ui(o\j – subst. comum masculino singular nominativo (filho) tou= - artigo definido masculino singular genitivo (do) a)nqrw/pou - subst. comum masculino singular genitivo (homem) a)fie/nai – (perdoar) Verbo no inf. presente ativo a(marti/aj – subst. comum feminino plural acusativo (pecados) e)pi\ - preposição (sobre) th=j – artigo definido feminino singular genitivo (a) gh=j – subst. comum feminino singular genitivo (terra) le/gei – (diz) Verbo no pres. ind. ativo 3ª p. sing t%= - artigo definido masculino singular dativo (ao) paralutik%= - adjetivo masculino singular dativo (paralítico) Tradução Literal “E para que saibais, que autoridade, tem o filho do homem para perdoar pecados sobre a terra.”, ao paralítico:
2.11 Soi\ le/gw, e)/geire a)=ron to\n kra/batto/n sou kai\ u(/page ei)j to\n oi)=ko/n sou.
Soi\ - pronome pessoal singular dativo (ti) le/gw (- (digo, falo) Verbo no pres. ind. ativo 1ª p. sing. e)/geire – (levanta, erga) Verbo no imp. pres. ativo 2ª p. singular a)=ron – (toma, apanha, pega) Verbo no imp. aor. ativo 2ª p. singular to\n - artigo definido masculino singular acusativo (o) kra/batto/n - substantivo comum masculino singular acusativo (cama, leito, colchão)
sou - Pronome possessivo masculino singular genitivo (teu) kai\ - preposição (e, também) xix
u(/page – (vá, parta, siga) Verbo no imp. pres. ativo 2ª p. singular ei)j – preposição (em direção a) to\n - artigo definido masculino singular acusativo (o) oi)=ko/n – subst. comum masculino singular acusativo (casa) sou - Pronome possessivo masculino singular genitivo (teu) Tradução Literal “ te digo levanta, toma o teu leito e vá em direção a tua casa.”
2.12 kai\ h)ge/rqh kai\ eu)qu\j a)/raj to\n kra/batton e)ch=lqen e)/mprosqen pa/ntwn, w(/ste e)ci/stasqai pa/ntaj kai\ doca/zein to\n qeo\n le/gontaj o(/ti Ou(/twj ou)de/pote ei)/domen.
kai\ - preposição (e, também) h)ge/rqh - (ele foi levantado) Verbo no aoristo ind. passivo 3ª p. sing. kai\ - preposição (e, também) eu)qu\j – advérbio (imediatamente) a)/raj – (tomando, apanhando, pegando) part. aoristo ativo to\n - artigo definido masculino singular acusativo (o) kra/batton - substantivo comum masculino singular acusativo (cama, leito, colchão) e)ch=lqen – (saiu) aoristo ind. ativo 3ª p. singular e)/mprosqen – preposição (diante, perante) pa/ntwn – adjetivo indefinido genitivo (todos) w(/ste – conjunção (de modo que, a fim de que de maneira que, para que) e)ci/stasqai – (se admiravam, assombravam) inf. pres. médio pa/ntaj - adjetivo indefinido acusativo (todos) kai\ - preposição (e, também) doca/zein – (glorificavam) infinitivo preseste ativo to\n - artigo definido masculino singular acusativo (o) qeo\n - substantivo comum masculino singular acusativo (Deus) le/gontaj – (falando, dizendo) particípio presente ativo o(/ti - conjunção (para que, a fim de que, de modo que, por causa de) Ou(/twj – advérbio (deste modo, desta maneira) ou)de/pote – advérbio de negação (nunca, jamais) ei)/domen – (vimos) aoristo indicativo ativo xx
Tradução Literal E ele foi erguido, e imediatamente, tomando a cama, saiu de diante de todos, de modo que todos se admiravam e glorificavam a Deus dizendo: jamais vimos desta maneira.
Tradução Pessoal 1 - E entrou novamente em Cafarnaum, depois de dias, assim, foi ouvido que estava em casa. 2 - E muitas pessoas estavam reunidas, de modo que não havia mais espaço, mesmo junto à porta, e ele estava falando a palavra a eles. 3 - E eles vieram, trazendo-lhe um paralítico, carregado por quatro homens. 4 - E não sendo possível passar com ele pela multidão, removeram o teto acima dele, e quando eles cavaram uma abertura, desceram o l eito em que o paralítico estava deitado. 5 - E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: "Meu filho, teus pecados estão perdoados." 6 - Mas havia alguns dos escribas ali sentados e confabulavam em seus corações: 7 - Por que esse homem fala assim? Ele está blasfemando; Quem pode perdoar pecados se não Deus?" 8 - E logo Jesus, consciente em seu espírito sobre o que eles pensavam, disse-lhes: "Por que você raciocinam sobre estas coisas em vossos corações?” 9 - “O que é mais fácil dizer ao paralítico: Os teus pecados estão perdoados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?” 10 - "Mas, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem na terra autoridade para perdoar pecados, ao paralítico eu digo” 11 - “levanta, toma o teu leito e vai para casa". 12 - E ele levantou-se e imediatamente tomou o leito e saiu à vista de todos, de modo que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: "Nunca vimos nada como isso".
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GÊNERO LITERÁRIO Marcos é conhecido como um dos evangelhos sinóticos. O termo sinótico vem de duas palavras gregas, cujo significado é “ver conjuntamente” 2. Dessa maneira, Mateus, Marcos e Lucas tratam basicamente dos mesmos aspectos da vida e ministério de Jesus. Dos evangélhos sinóticos, Marcos é o mais breve. De forma geral, Marcos é considerado o primeiro evangelho escrito 3. J. Vernon McGee sustenta que Marcos foi escrito em torno do ano 63 da era crstã 4. Aos olhos de Willian Barclay, este é o livro mais importante do mundo, visto que serviu de fonte para os outros evangelhos e é o primeiro relato da vida de Cristo que a humanidade conheceu 5. Os pais da Igreja, unanimemente aceitam a autoria de Marcos deste evangelho. Papias, um dos pais da Igreja do começo do século II, afirma que o evangelho de Marcos é a compilação do testemunho pessoal de pedro acerca da vida e ministério de Cristo. Marcos não foi discípulo de Jesus, mas de Pedro. De acordo com Papias, Marcos foi “intérprete” de Pedro. Willian Hendriksen diz que não temos nenhuma razão para rejeitar a tradição de que Marcos foi o “intérprete” de 2
BARCLAY, Willian, Marcos. Editora La Aurora, Buenos Aires. 1974, p 11. BOCK, Darrel L., Jesus segundo as Escrituras . Shedd Publicações, São Paulo, SP. 2006, p 28. 4 MACGEE,J. Vernon, Mark. Thomas Nelson Publishers. Nashville, Atlanta. 1991, p 7. 5 BARCLAY, Willian, Marcos. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2003. 3
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Pedro, pois o conteúdo do livro confirma essa conclusão 6. Esse relato de Papias, que aparece em uma obra de Eusébio, Bispo de Cesaréia, autor da primeira grande História da Igreja, no séc. IV,é o mais antigo registro da autoridade de Marcos 7. Há um entendimento generalizado entre os estudiosos, de que Marcos foi escrito de Roma para os cristãos que viviam em Roma. Segundo Hendriksen, Marcos foi escrito para satisfazer o pedido urgente do povo de Roma por um resumo dos ensinos de Pedro 8. Para isso, ele cria um gênero literário “Evangelho”, com que dá aos crentes oriundos do paganismo a boa notícia de que “Jesus Cristo é Filho de Deus”. Desta forma, Marcos enfatiza mais as obras de Cristo que os seus ensinos. A ênfase nesse Evangelho está na atividade. Os Romanos estavam mais interessados em ações que em palavras por isso Marcos descreve mais os milagre de Jesus do que seus ensinos. O termo que liga como elo os acontecimentos é a palavra imediatamente. Jesus está sempre se movendo de uma ação para outra. Ele está
curando os segos, limpando os leprosos, levantando os paralíticos, libertando os possessos, acalmando a tempestade, levantando os mortos. As coisas acontecem logo ou imediatamente, expressões favoritas de Marcos.
Marcos usa um estilo vivo. Evangelho não é mera história, como hoje se entende este conceito. Antes, é uma boa notícia. Em Marcos, não vamos encontrar uma história de Jesus, no sentido técnico da palavra, mas sim um ‘evangelho’, isto é, uma ‘boa notícia’. Trata-se de um gênero literário criado por Marcos para dar testemunho e interpretar autenticamente a figura de Jesus de Nazaré, morto e ressuscitado, mestre único e definitivo da comunidade à qual o autor dedica a sua obra 9. Assim, Chamamos "Evangelho" a um género literário de escritos do Novo Testamento que tem apenas quatro exemplares na literatura universal: os Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Seu foco narrativo e a forma como organiza o evangelho em blocos narrativos e discursivos tem como fonte principal, o evangelho de Marcos. Este gênero de escritos apareceu depois das cartas autênticas de Paulo e propôs-se transmitir fatos e palavras da vida de Jesus de Nazaré, que as cartas não tinham ainda referido. Os Evangelhos transmitem-nos fatos históricos, mas não de maneira "fria" e "isenta", à maneira da historiografia 6
Hendriksen, Willian, Marcos. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2003. p 24. POHL, Adolf, Evangelho de Marcos . Ed Evengélica Esperança. Curitiba, 1998, p019. 8 Hendriksen, Willian, Marcos. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2003. p 28 e 29. 9 ALEGRE, X. Marcos ou a correção de uma ideologia triunfalista. p.4. 7
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moderna; os fatos e as palavras de Jesus são coloridos pela experiência das comunidades da primeira geração cristã, que vai dos anos 30 a 70. Pensa-se que, quando Marcos escreveu o seu Evangelho, o de Mateus só haveria uma coleção de palavras de Jesus, sem enquadramento narrativo e sem milagres.
CONTEXTO HISTÓRICO
I - Autoria Segundo a tradição e inúmeros escritos, embora não haja no livro nenhuma prova intrínseca e inequívoca de autoria, a igreja primitiva foi unânime em atestar o nome de Marcos como escritor deste evangelho. O nome completo na verdade é João Marcos, sendo João o seu nome hebraico e Marcos seu nome no contexto do mundo romano de fala grega. A comprovação mais significativa provém de Papias (140 d. C.), que cita fontes ainda mais antigas, segundo a qual Marcos foi cooperador de confiança de Pedro, de quem recebeu informações acerca de tudo que fora dito e realizado pelo Senhor. Essas informações não chegaram a Marcos num relato organizado e sequencial da vida do Senhor, mas sob a forma de pregação de pedro, pregação que visava atender às necessidades das primeiras comunidades cristãs. Marcos conservou esses dados com grande exatidão. A conclusão extraída desta tradição é que o evengelho de Marcos consiste, em grande medida, na pregação de Pedro ordenada e modelada por João Marcos 10. Outros pais da Igreja, incluindo Justino, o mártir, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes e Eusébio, confirmam Marcos como o autor desse evangelho. 10
Bíblia de Estudos NVI p. 1671
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Também associam o evangelho de Marcos com o testemunho do apóstolo Pedro. Irineu, outro pai da Igreja, afirma: “Depois da morte de Pedro e Paulo, também Marcos, discípulo e intérprete de Pedro, nos legou por escrito as coisas que foram pregadas por Pedro” . 11
Marcos é o mais aramaico dos evangelhos, o que evidencia ser um relato da palavra falada de pedro. O esboço desse evangelho, ainda está afinado com o conteúdo do evengelho pregado por Pedro na casa de Cornélio (At 10) 12. Marcos era filho de Maria, que não era Maria a mãe de jesus, nem Maria Madalena, nem Maria de Betânia ou a Maria a mãe de Tiago. Esta Maria era uma cristã que hospedava cristãos em sua casa (At 12.12) e era uma mulher de recursos e muito generosa e devotada à causa de Cristo, sempre disposta a abrir sua casa todas as vezes em que a comunidade cristã precisava usá-la 13. O que nos leva a conclusão de que Marcos tinha familiaridade com a igreja, desde sua juventude 14. Este Marcos era primo de Barnabé (Cl 4.10), e o mesmo que participou da primeira viagem messionária de Paulo e Barnabé, desistiu no meio do caminho e foi rejeitado por Paulo na segunda viagem missionária (At 12.25 – 13.13 – 15.37 a 40) 15.
II - Data e local Para alguns, que sustentam que Mateus e Lucas empregaram Marcos como principal fonte documentária, acreditam que Marcos pode ter sido escrito na década de 50 ou no começo da década de 60. Há também quem entenda que o conteúdo do evagelho e as declarações feitas pelos pais da igreja primitiva acerca de Marcos mostram que o livro foi escrito pouco antes da destruição de Jerusalém, em 70 d.C.16 Robert Gundry afirma que Marcos foi o primeiro evangelho a ser escrito. Não existe um consenso unânime acerca da data da sua redação; entretanto, ele deve ter sido escrito entre 55 e 70 d. C, ou seja, antes da destruição de Jerusalém em 70 d. C.17
11
LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 20 LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 20 13 HENDRIKSEN, Willian. Marcos Comentário do Novo Testamento p. 13 14 LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 16 e 17 15 LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 17 16 Bíblia de Estudos NVI p. 1671 17 LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 20 12
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Irineu e outros pais da Igreja defendem a tese de que Marcos foi escrito depois do martírio de Pedro e Paulo. Contudo, essa posição contraria a tese de alguns estudiosos que confirmam que marcos foi o primeiro escrito e fonte primária dos demais.18 Uma comparação cuidadosa entre os quatro evangelhos revela uma semelhança perceptível entre mateus, Marcos e Lucas, ao passo que João se apresenta bem diferente. Os três primeiros evangelhos concordam grandemente entre si quanto a linguagem empregada, quanto ao material incluído e quanto à ordem em que registram fatos e declarações da vida de Cristo. Uma comparação matemática demonstra que 91% do evangelho de Marcos está contido em Mateus, ao passo que 53% de Marcos acha-se em Lucas. 19 Segundo a tradição da igreja primitiva, Marcos foi escrito nas regiões da Itália ou, mais especificamente em Roma (Ireneu e Clemente de Alexandria) 20. Assim como há relação do Evangelho de Marcos com Pedro, há também relação e conexão com Roma 21. Tanto Ireneu quanto Clemente defendem o local de Roma com base no dado histórico de que Pedro estava em Roma nos últimos dias e alí foi martirizado. Sustentam também com base na evidência bíblica de que Marcos também estava em Roma por volta da mesma data, estando estreitamente ligado a Pedro (Tm 4. 11; I Pe 5. 13), em que a palavra “Babilônia” é provavelmente criptograma referente a Roma. 22 Quando o imperador Augusto morreu, no ano 14 d. C., Roma era uma cidade esplêndida. A capital do império tinha cerca de um milhão de habitantes e hospedava várias culturas, povos e religiôes. O porto de Roma, Óstia, tornou-se o centro do comércio mundial. Havia muita riqueza. Construções monumentais eram erguidas e o luxo dos ricos era exorbitante. Ao mesmo tempo, havia também uma extrema pobresa e miséria. Os navios despejavam seus produtos por intermédio dos braços surrados dos escravos. Na cidade, prevaleciam a corrupção, a anarquia e a decadência moral. A bebedeira e a orgia faziam subir um mau cheiro repugnante da reluzente metrópole (Rm 13. 11 – 14). Foi para essa cidade enfeitiçada pelo prazer que Marcos escreveu seu evangelho. Nessa cidade do prazer e do luxo, uma igreja foi plantada. Essa igreja foi duramente perseguida a partir do ano 64 d. C. Os 18
LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 20 Bíblia de Estudos NVI p. 1609 20 Bíblia de Estudos NVI p. 1672 21 HENDRIKSEN, Willian. Marcos Comentário do Novo Testamento p. 25 22 Bíblia de Estudos NVI p. 1672 19
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cristãos eram queimados vivos, lançados nas arenas para serem pisoteados pelos touros, enrolados em peles de animais para serem devorados pelos câes raivosos. Foi para essa igreja mártir que Marcos escreveu seu evangelho 23.
III - Destinatário O Consenso geral entre os estudiosos é que Marcos foi escrito de Roma para os cristãos que viviam em Roma. Marcos foi escrito para satisfazer o pedido urgente do povo de Roma por um resumo dos ensinos de Pedro. Podemos perceber isto quando Marcos enfatiza mais as obras de Cristo que os seus ensinos; apresenta Jesus como Servo (Mc 10. 45); se detém em explicar termos e costumes judaicos aos seus leitores(Mc 7. 3, 4; 7. 11; 14. 12); traduz palavras aramaicas (Mc 3. 17; 5. 41); se interessa pela perseguição e pelo martírio (Mc 8. 34 – 38; 13. 9 – 10) 24.
V - Objetivo/Propósito Como o evangelho de Marcos está tradicionalmente associado a Roma, pode ter sido motivado pelas perseguições da Igreja em Roma no período de cerca de 64 – 67 d. C. O bem conhecido incêndio de Roma em 64, provavelmente deflagrado por ordem do próprio Nero, sendo a culpa lançada sobre os cristãos, resultou em perseguição generalizada. Até mesmo o martírio foi experimentedo pelos crentes de Roma. É possível que Marcos tenha escrito para preparar seus leitores para esse sofrimento ao apresentar-lhes a vida de nosso Senhor. Há muitas referências, tanto explícitas quanto veladas, ao sofrimento e ao discipulado, em toda parte do seu evangelho (Mc 1. 12, 13; 3. 22-30; 8. 34-38; 10. 30-33, 34, 35; 13. 8, 11-13) 25.
VI – Conteúdo e estruturação O primeiro versículo desse evangelho é tanto o título do livro quanto a síntese do seu conteúdo. Ele traz a sua mensagem central. Alguns comentarístas como Willian Hendriksen relacionam a palavra “princípio” com a atuação de João Batista nos versículos seguintes, mas a melhor compreensão é que Marcos está introduzindo o conteúdo de todo o evangelho.No primeiro capítulo ele escreve: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” . Esse princípio começa
quando Jesus Cristo se fez carne. Jesus Cristo é o evangelho. Esse princípio pode 23
LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 24 LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 22 e 23 25 Bíblia de Estudos NVI p. 1672 24
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ser datado. Marcos fala do princípio do evangelho, porque o evangelho estende-se à obra de Cristo por meio do seu Espírito e sua Igreja, conforme o ensino de Atos 1. 1. A parte mais importante do evangelho não é o que nós devemos fazer, mas o que Deus fez por nós em Cristo. O evangelho está centralizado na pessoa de Cristo. Seu conteúdo é Jesus Cristo: sua vida, obra, morte, ressurreição, governo e segunda vinda. Como Marcos escreveu seu evangelho para os romanos, que davam grande importancia à concisão, vai direto ao assunto e já no primeiro versículo destaca o título pleno do Senhor, que abarca sua humanidade, sua missão redentora e sua divindade. Ele é plenamente homem (Jesus). Ele é o ungido de Deus (Cristo). Ele é plenamente divino (Filho de Deus) 26. I – Eventos introdutórios do Ministério de Jesus 1. 1 – 13 a) Seu precursor 1. 1 – 8 b) Seu batismo 1. 9 c) Sua plenitude do poder do Espírito 1. 10 d) O testemunho divino da sua condição de Filho 1. 11 e) Sua tentação 1. 12 – 13 II – Ministério de Jesus na Galiléia 1. 14; 6. 29 a) Ministério inicial na Galiléia 1. 14; 3. 12 b) Ministério posterior na Galiléia 3. 13; 6. 29 III – Ausências da Galiléia 6. 30; 9. 32 a) Na costa leste do mar da Galiléia 6. 30 – 52 b) Na costa oeste do mar da Galiléia 6. 53; 7. 23 c) Na Fenícia 7. 24 – 30 d) Na região de Decápolis 7. 31; 8. 10 e) Nos arredores de Cesaréia de Filipe 8. 11; 9. 32 IV – Fim do Ministério na Galiléia 9. 33 – 50 V – Ministério de Jesus na Judéia e na Peréia cap. 10 a) Ensinos a respeito do divórcio 10. 1 – 12 b) Ensinos a respeito das crianças 10. 13 – 16 c) O jovem rico 10. 17 – 32 e) Um pedido de dois irmãos 10. 32 – 34 26
LOPES, Hernandes Dias. Marcos o Evangelho dos Milagres . P. 27 e 28
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f) A cura do cego Bartimeu 10. 46 – 52 VI – A paixão de Jesus caps 11 – 15 a) A entrada triunfal 11. 1 – 11 b) A purificação do templo 11. 12 – 19 c) A respeito do fim dos tempos no monte das Oliveiras cap 13 d) Jesus é ungido com perfume 14. 1 – 11 e) A paixão de Cristo 14. 12 – 15. 47 VII – A ressurreição de Jesus cap. 16
ESTRUTURA DOS CONTEXTOS Ambos os contextos estão inceridos no que podemos chamar de Ministério inicial de Jesus Cristo na Galiléia.
CONTEXTO ANTERIOR Marcos 1. 40 – 45 Versos 40 a 42 – Humilhação, o veículo para alcançar o favor de Deus. Versos 43 a 45 – O desejo de testemunhar ao mundo a restauração do Senhor.
CONTEXTO POSTERIOR Marcos 2. 13 – 17 Versos 13 e 14 – O chamado de Jesus é irresistível. Verso 15 – Jesus não faz acepção de pessoas. Versos 16 e 17 – Jesus veio para resgatar o perdido.
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PALAVRAS E EXPRESSÔES CHAVES V. 1- em casa (provavelmente a de Pedro). V. 2 – anunciava-lhes a palavra (boas novas). V. 3 – paralítico; quatro homens. V. 4 – baixaram o leito; jazia o doente. V. 5 – vendo-lhes a fé; pecados; perdoados. V. 6 – escribas; arrazoavam; coração. V. 7 – fala, deste modo; blasfêmia; pode; perdoar pecados; Deus. V. 8 – percebendo; seu espírito; arrazoavam; vosso coração. V. 9 – mais fácil; perdoados; pecados; levanta-te; leito; anda. V. 10 – saibais; Filho do homem; sobre a terra; autoridade; perdoar pecados. V. 11 – levanta-te; toma; leito; vai; tua casa. V. 12 – se levantou; tomando; leito; retirou-se; se admirarem todos; darem glória a Deus; jamais vimos coisa assim.
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TRAÇOS GRAMATICAIS
Tempo Presente – 29x Perfeito – 1x Aoristo – 15x Imperfeito – 4x Futuro –
Modo Indicativo – 27x Particípio – 10x Imperativo – 3x Infinitivo – 8x Subjuntivo – 1x
Voz Ativa – 35x Média – 7x Passiva – 6x
AVALIAÇÕES •
Com a predominância do tempo presente, podemos concluir que o fato narrado está acontecendo, é uma ação em pleno vigor. Podemos dizer que a passagem se trata de um fato histórico real que está em pleno desenvolvimento, ou seja, trata-se de uma ação num estado incompleto, que na língua grega é chamada de “ação durativa linear”.
•
O que corrobora com tal afirmação, é o fato, da predominância do modo indicativo que também evidencia que esta passagem tende a apontar eventos históricos.
•
Outra coisa também a ser considerada é a ocorrência do Particípio presente que indica que este texto apresenta ações simultâneas e preparatórias.
•
A predominância da voz ativa também indica que nesta passagem possui mais ações práticas do que sofridas pelo sujeito.
xxxi
CONCLUSÃO Após fazermos tais avaliações chegamos à conclusão de que há uma tendência de fatos históricos e de reações presentes, que estão ainda se desenvolvendo, ligadas aos fatos narrados.
ESTRUTURA DA PASSAGEM
Primeira Coluna: Ensino Messiânico – Vs. 1 e 2 Segunda Coluna: Autoridade Messiânica – Vs. 3 a 11 Terceira Coluna: Glorificação Messiânica – V. 12
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AMARRAÇÃO DO TEXTO COM OS CONTEXTOS ALINHAMENTO DAS COLUNAS
A passagem de Marcos 2: 1 - 12 mostra o primeiro duma série nesta seção, de hostilidades a Jesus que se manifesta gradativamente entre os escribas e os fariseus. No contexto anterior, o evangelista narra à cura de um leproso, que ao se ajoelhar diante de Jesus e dizer: “ Se quiseres, podes purificar-me”, conquistou a atenção e compaixão do Senhor. A compaixão de Cristo se expressa com sua mão estendida ao leproso que é tocado e por sua declaração: “ Quero, fica limpo! ”. Depois de experimentar primeiro o poder de Cristo, o homem pôde cumprir as exigências da lei. Este cumprimento da lei serviu de testemunho tanto para os sacerdotes como para o povo. Para conservar aquela ordem, o leproso recebeu a rigorosa instrução de guardar silêncio, mas sua desobediência fez com que o Senhor mudasse, temporariamente, seu ministério da cidade para o campo (Cafarnaum). As curas e milagres realizados por Jesus desde o início do seu ministério serviam para atestar sua autoridade como messias enviado. Mas como afirmado pelo próprio Jesus no contexto anterior (Mc 1: 36 – 39), quando era procurado pelo povo por causa dos seus prodígios, este também tinha a missão de pregar o evangelho e ensinar sobre as boas novas de salvação. Correu a notícia em Cafarnaum que Jesus tinha voltado e estava novamente em casa. Sua fama por causa dos prodígios realizados, dos quais o último foi à cura do leproso, fez com que a porta da casa onde estava ficasse interditada pela multidão que lhe procurava. O texto diz que Jesus certamente aproveitando a xxxiii
oportunidade da multidão reunida, “ anunciava-lhes a palavra”. Entre a multidão estavam os escribas, fariseus, doutores da lei, os maiorais entre o povo. Sua motivação em estar ali não era outra se não curiosidade em ver quem era e porque todos falavam e procuravam por Jesus. Depois de Jesus conceder perdão ao paralítico que de forma inusitada foi levado aos seus pés, alçado pelo teto por quatro homens, estes mesmos escribas e doutores da lei começaram a julgar a atitude de Jesus, que para demonstrar sua messianidade, também cura o paralítico. Diante disto, todo o povo passa a glorificar a Deus. Na sequência de fatos, no contexto posterior, Jesus sai para o mar, e toda a multidão continuava a lhe seguir. Mais uma vez, aproveitando a multidão reunida, Jesus passa a lhes ensinar. Neste contexto, Marcos não narra nenhuma manifestação sobrenatural, isso se não pudermos interpretar a escolha de Jesus em chamar a Levi para segui-lo, para ser seu discípulo. Levi certamente convida Jesus para comer com ele em sua casa, onde estão também outros convidados considerados, como Levi, pecadores e publicanos. Por isso, novamente Jesus enfrenta hostilidade e julgamento dos escribas e fariseus. É importante notar que nos três contextos, Jesus é seguido por multidões atraídas pelos sinais que Ele realizava. Mas nos três momentos, Jesus da ênfase ao ensino, a pregação do evangelho, a anunciação das boas novas de salvação. Jesus atestava sua messianidade por meio de atitudes (milagres e prodígios) e palavras (ensino e pregação). É importante notar também, que por causa destes milagres e por causa do seu ensino, começa sua perseguição, mas mesmo assim há por parte do povo seu reconhecimento e consequente glorificação.
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INTERPRETAÇÃO DA PASSAGEM
Na passagem em questão, Hendriksen diz que comparando os capítulos 1 e 2, fica claramente perceptível o contraste. Enquanto o capítulo 1 é o capítulo da glória; o capítulo 2 é o da oposição. Apesar de no cap. 1 Jesus encontrar oposição, ela vinha da parte de satanás e não era bem uma oposição, mas a tentativa de impedir a obra redentora messiânica de Jesus. Já no cap. 2, frontalmente Jesus enfrenta oposição. Os escribas arrazoavam em seus corações contra Jesus, depois reclamam dele e por final reclamam com ele. Em toda a cena narrada em Mc. 2: 1 – 12, Jesus enfatizava o amor, mas seus opositores insistiam no legalismo 27. Quando ligamos o capítulo anterior, em especial o verso 38 aos versículos 1 e 2 do cap. 2, ou seja, a declaração de Jesus em afirmar sua missão de pregar o evangelho, a boa nova, com o povo reunido a porta da casa onde ele estava para ouvi-lo, podemos perceber a ênfase de Jesus no ensino messiânico. Havia por onde Jesus passava uma multidão carente. Pessoas enfermas, famintas, atormentadas. Jesus poderia basear seu ministério em curar e alimentar essas pessoas, mas os milagres eram os meios e não o fim último do seu ministério. Ali, naquele lugar, a porta da casa onde estava, que segundo a maioria dos comentaristas era a casa de Pedro, Jesus pregava o evangelho, esse era o motivo da sua vinda do céu para a terra, trazer a mensagem de esperança, libertação e salvação, que culminaria na cruz. Jesus tinha o propósito de provar sua identidade e missão e abrir portas para a mensagem da salvação.
27
HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento Marcos . p. 114. xxxv
Warren Wiersbe coloca seu foco sob a perspectiva do olhar de Jesus e divide o texto da seguinte forma: primeiro, Jesus vê quatro homens que se esforçam para trazer um paralítico aos seus pés; segundo, Jesus vê um homem doente do corpo e da alma, sofrendo pela dor e pela culpa; terceiro, Jesus vê os críticos que tinham vindo para vigiá-lo e contradizê-lo; quarto, Jesus vê o coração dos críticos arrazoando contra ele e acusando-o de blasfêmia 28. Hendriksen ressalta o fato de Marcos não mencionar qualquer palavra proferida por qualquer dos quatro amigos ou do paralítico. Mas, apesar de nenhum deles terem falado, todos confiaram. Assim, a fé deles tocou o coração do Senhor a ponto de Jesus dizer ao paralítico que seus pecados estavam perdoados 29. A narrativa de Marcos evidencia a fé dos quatro amigos que nos traz alguns ensinamentos. A sua fé lhes deu visão. Visão para perceber a necessidade do paralítico que precisava chegar até Jesus. Visão para perceber que o paralítico não queria chegar até Jesus somente por curiosidade, como muitos ali estavam, mas queria chegar porque sabia que sua vida poderia mudar. A sua fé lhes deu perseverança para superar os obstáculos. Havia uma grande multidão na frente da porta da casa onde Jesus estava, era impossível passar por ela. O paralítico estava entrevado numa espécie de maca, era de grande dificuldade subir com ele até o telhado da casa. Uma vez em cima do telhado, abrir um buraco e alçar o paralítico no exato lugar onde Jesus estava requeriria muito esforço e destreza dos quatro amigos. É certo que Jesus ao assistir toda a cena, levou em conta tudo isso. Não se tratava de pessoas inconvenientes, inconsequentes e desprovidas de um mínimo de bom senso. Mas de homens que não mediam esforços para chegar até Jesus, motivados por genuína fé 30. Diante de toda a cena, as palavras de Jesus foram: “Filho, os seus pecados estão perdoados.” O perdão concedido por Jesus não foi apenas uma grande
benção para o paralítico. Mas também foi uma grande alegria pra os quatro amigos, vendo todo o seu esforço recompensado. Além do mais, e principalmente, Marcos em sua narrativa lança luz à autoridade de Jesus como messias prometido , em poder curar não só o corpo como também a alma. Mais do que transmitir as novas do perdão divino, sem a necessidade de boas obras, quando Jesus diz ao paralítico que os seus pecados estão perdoados, por conta de sua missão expiatória, Jesus WIERSBE, Worren W. Be Diligent , 1987: p. 22 a 24 HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento Marcos . p. 118. 30 LOPES, Hernandes Dias. Marcos O Evangelho dos Milagres. p. 123 a 126 28 29
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está cancelando a dívida, o débito do paralítico, apagando completamente os seus pecados para sempre 31. Além do obstáculo da multidão, subir no telhado da casa, abrir um buraco no telhado, ser baixado até os pés de Jesus. O paralítico enfrentou outro obstáculo, os escribas, fariseus e doutores da lei. Apesar de arrazoarem em seus corações quanto à autoridade de Jesus em perdoar pecados, eles estavam certos, pois só Deus pode perdoar pecados 32. O que eles não sabiam, ou não conseguiam enxergar mesmo com tantos sinais, é que Jesus era Deus encarnado, o Messias prometido. No seu pensamento, os doutores da lei estão diante de uma grande encruzilhada. Ou diante dos fatos Jesus realmente é quem ele diz ser, Deus, ou tudo não passa da mais sórdida blasfêmia. Com seus corações cheios de orgulho, mentira e religiosidade é mais fácil crer que Jesus é um blasfemo. É provável que em seus corações, os doutores da lei pensassem que dizer que os pecados do paralítico estão perdoados seria muito fácil, vez que isso não poderia ser provado. Mas Jesus percebendo a maquinação deles, mais uma vez dá provas da sua
autoridade messiânica, tanto para perdoar pecados como para curar. Então dá ordem para que o paralítico se levante e ande 33. A obra que Jesus fez na vida do paralítico foi completa. Ele perdoou e curou; cuidou da alma e do corpo; resolveu as questões temporais e eternas. O paralítico foi curado emocionalmente, psicologicamente, espiritualmente e por final fisicamente. Só Jesus como messias e revestido de autoridade que lhe foi dado no céu e na terra, poderia operar desta forma. Assim, houve grande admiração entre as pessoas. Marcos registra essa admiração no verso 12. Mateus diz que as multidões ficaram “possuídas de temor” e Lucas diz que todos “ficaram atônitos e possuídos de temor 34”. Os três Evangelhos dizem que o povo glorificou a Deus. “Todos renderam a Deus a glória devida 35”. Claramente o evangelista Marcos expõe nesta passagem, mesmo num contexto de oposição por parte dos escribas, a missão de Jesus no ensino
messiânico, na demonstração de sua autoridade messiânica e o reconhecimento, na voz do povo, com sua glorificação messiânica. HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento Marcos . p. 119. LOPES, Hernandes Dias. Marcos O Evangelho dos Milagres. p. 128 a 129. 33 HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento Marcos . p. 120 a 121. 34 REINECKER, Fritz e Rogers, Clen. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. 1985. p. 69. 35 HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento Marcos . p. 123. 31 32
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TEOLOGIA DA PASSAGEM: MENSAGEM PARA TODOS OS TEMPOS Palavra de Deus Revelada A Confissão de Fé de Westminster no capítulo que trata da Escritura Sagrada, afirma à luz da própria Escritura que a natureza e as obras da criação e da providência, não são suficientes para dar ao homem o conhecimento de Deus e de sua vontade necessário à sua salvação. Desta forma, o Senhor usou em diversos tempos, diversas formas para revelar-se e declarar à sua Igreja a sua vontade. Revelação e vontade essas que o Senhor serviu-se de escrever toda, tornando-a indispensável e suficiente 36. O Evangelista João, declara no capítulo 1 verso 14 do seu Evangelho: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós ...” . Com esta narrativa, o evangelista afirma
que a “Palavra” , o “Logos” existia antes de se tornar homem, e que no tempo determinado, ou seja, na plenitude dos tempos, se tornou carne e habitou entre nós. Durante todo período vétero-testamentário, os profetas profetizaram o momento em que aquele que era anunciado nas profecias e identificado nos tipos e sombras, seria definitivamente revelado.
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Confissão de Fé de Westminster, p. 3
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CONTRIBUIÇÃO DA PASSAGEM Na passagem em tela, Mc 2: 1 – 12 em especial no vs. 2, e nos contextos anterior (Mc 1: 38 – 39) e posterior (Mc 2: 13), podemos perceber os termos: “ que eu pregue também ali ”; “ pregando nas sinagogas”; “e anunciava-lhes a palavra ”; “ e ele os ensinava”. Com a insistência do autor em registrar os termos acima, é impossível
não perceber a “preocupação” de Jesus em cumprir parte de sua missão messiânica de pregar, ensinar, porque não dizer revelar a mensagem de boas novas de salvação, prenunciada pelos profetas do antigo testamento, cujo clímax é a encarnação ou revelação do “Logos”, daquele que é a “Palavra”. Ele mesmo afirma isso quando diz a Simão e aos que o procuravam: “ ... pois para isso é que eu vim ...”(Mc 1: 38b).
Fé Berkhof em seu Manual de Doutrina Cristã faz distinções entre várias espécies de Fé. Para ele, existe a fé histórica, que é puramente a aceitação intelectual da verdade da Escritura sem qualquer resposta moral ou espiritual. Existe também a fé para milagres, que consiste na convicção de alguém de que um milagre será efetuado por ele ou em seu favor. Ele também descreve a fé temporal, que é uma persuasão das verdades religiosas acompanhadas de algum despertamento de consciência e um excitamento das emoções, mas que não está enraizada em um coração regenerado. E por final, a verdadeira fé salvadora, a qual tem sua sede no coração e está enraizada na vida regenerada. A semente desta fé está implantada por Deus no coração na regeneração, e só depois que Ele a implanta no coração é que o homem ativamente pode exercer a fé 37. Para Marcos, Jesus é o Messias. Para a pessoa de fé, é impossível que a natureza de Jesus permaneça oculta. O livro é uma chamada ao discipulado, ao arrependimento e à fé, com a certeza de salvação. Uma entrega para seguir o 37
BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã . CEIBEL, 1992. p. 242 a 244.
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Senhor ressurreto, seja qual for o preço. Na passagem de Mc 2: 1 – 12, a fé toma também o significado de coragem. Coragem para ultrapassar os limites, para superar as dificuldades, para acreditar na transformação da realidade cruel. A atitude dos quatro amigos concomitante ao do paralítico, se encaixa perfeitamente no conceito de fé para milagres e a verdadeira fé salvadora descrita por Berkhof. Pois ao estarem diante de Jesus, o mestre reconheceu neles este atributo (fé) a ponto de num primeiro momento perdoar os pecados do paralítico, dando alívio a sua alma, proporcionando cura espiritual e emocional, e num segundo momento curando-o do seu desalento físico, o que lhe proporciou cura física e psicológica. Percebemos que Jesus por causa da fé tanto do paralítico quanto dos quatro homens, cura o paralítico integralmente.
CONCLUSÃO Desta forma, podemos concluir que Jesus não só revelou-se como o Logos, a Palavra agora encarnada e cumprindo as profecias feitas pelos antigos profetas de Israel, impressas na Palavra de Deus no Antigo Testamento. Mas também, revela verbalmente anunciando, pregando e ensinando a respeito das promessas de Deus quanto às boas novas de salvação, decretadas desde a eternidade, para todos os povos, raças, tribos e nações. Revelando e cumprindo assim, derradeiramente a Palavra de Deus. Na passagem, encontramos o elemento Fé, que faz toda a diferença, dando sentido a mensagem e o ensino de Jesus. Muitos procuravam a Jesus por curiosidade por causa dos seus feitos miraculosos. Mas outros eram atraídos pelo resultado da pregação de Jesus, tanto em palavras quanto em atos, que gerava em seus corações uma fé como a do paralítico e dos quatro amigos que o ajudaram a chegar até Jesus. Esta fé transformou por completo a vida do paralítico, pois eles criam no teor da mensagem de Jesus, criam que Ele era o messias, cuja mão é onipotente.
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MENSAGEM PARA OS NOSSOS DIAS Esta passagem nos mostra muitos princípios hoje deixados para trás, que servem como princípios norteadores e que precisam ser aplicadas à igreja. Tanto neste capítulo 2 quanto no anterior e posterior, Jesus não perde nenhuma oportunidade quando está rodeado pelo povo para lhes pregar o evangelho, pra lhes ensinar, lhes instruir quanto às boas-novas de salvação. Hoje, as igrejas tem feito mais manutenção de crentes do que realizado seu verdadeiro papel, que é anunciar o evangelho ao mundo perdido. Jesus declarou: “... foi para isso que eu vim...” , precisamos entender que foi para isso que fomos chamados,
para isso estamos aqui. O evangelista Marcos nos informa que quatro homens levaram um paralítico a Jesus. O paralítico não poderia, por si só, chegar até Jesus. Ele tinha de ser carregado, então os quatro homens o ajudaram a chegar até Jesus. Ainda hoje há muitas pessoas que precisam ser levadas até Jesus em oração. Aqueles homens tiveram visão em perceber a necessidade e a fé do paralítico. A nossa visão determina a nossa ação. Precisamos pedir ao Senhor visão. Visão para enxergar os perdidos salvos, os famintos alimentados, os presos libertos, os excluídos restituídos de sua dignidade. Os quatro amigos carregaram o paralítico até Jesus. Eles agiram com determinação. Se quisermos ajudar as pessoas a irem a Jesus, precisaremos carregá-las na mente, no coração, na alma, nos braços. Não havia logicamente como chegar até Jesus, mas a necessidade era maior do que os obstáculos. A criatividade dos quatro amigos é surpreendente, não há outra maneira se não por cima, pelo telhado. Isso denota criatividade. Eles mudaram de método, inovaram, foram ousados, quebraram paradigmas. Mas todo esforço seria inútil, ou até mesmo não teriam se esforçado não fosse por uma Fé genuína, verdadeira. Eles creram que Jesus poderia mudar a sorte do paralítico, e isso os motivou. Marcos não menciona qualquer palavra proferida dos quatro amigos, mas deixa clara a confiança deles em Jesus. A fé de todos eles tocou o coração de Jesus, levando Marcos a registrar: “Vendo-lhes a fé, Jesus disse xli
ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados” . Os quatro não poderiam
salvar ou curar o paralítico, mas podiam levá-lo a Jesus. Levar o paralítico até Jesus era tarefa deles, perdoar e curar o paralítico era tarefa exclusiva de Jesus. Nós também temos esta tarefa. A tarefa de com fé, levar as pessoas a Jesus, crendo que só Ele pode mudar a vida do pecador, só Ele pode curar as doenças da alma, do físico, da mente, do espírito. Sempre que cumprimos com nosso papel de levar as pessoas a Jesus, algo acontece. Esta passagem nos mostra não só a responsabilidade espiritual da igreja em ser luz, mas também a social. Os quatro homens não enxergaram apenas a necessidade espiritual do paralítico, mas também a social. Como paralítico, o homem não podia trabalhar, vivia das esmolas que pedia pela rua. Quando os quatro amigos levam o paralítico a Jesus, ele não é apenas liberto espiritualmente ou fisicamente, mas também socialmente. O paralítico foi até Jesus cativo e voltou livre, mas também foi carregado e voltou carregando seu leito, ou seja, não precisava mais viver da sua comiseração, mas agora podia ser como qualquer outro, viver do seu trabalho, do seu esforço, da sua saúde. Em tudo isso vemos a manifestação da autoridade de Jesus sobre o pecado e a doença, mas percebemos também a glorificação de Deus por seus feitos. Ainda hoje Deus tem se manifestado poderosamente em nosso meio. Nós precisamos voltar nossos olhos, nossa mente, nosso coração ao Senhor e viver glorificando-o pelo que ele é e tem feito por nós e em nós.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS A principal consideração que se chega ao final desse trabalho é que, por meio de uma exegese dedicada e precisa do texto, torna-se muito mais fácil e compreensiva a mensagem que o autor desejou transmitir aos seus primeiros leitores, possibilitando uma aplicação mais coerente a cada crente em todas as épocas. O texto de Marcos 2: 1 - 12 é riquíssimo em seu conteúdo. E, através do trabalho exegético, algumas verdades profundas contidas nele ficaram mais patentes do que quando se faz apenas uma leitura do texto na língua vernácula. Mesmo que esta leitura seja feita de maneira mais cuidadosa e reflexiva, é muito mais difícil enxergar detalhes da passagem que só ganham destaque ao se fazer um estudo mais aprofundado. Isto acontece até mesmo em uma pequena passagem da Escritura como esta, que apesar de ser composta por poucos versículos, é consistente e rica para edificação do povo de Deus. Trata-se de um texto que mostra em detalhes o propósito, função, ordem e direção da Igreja. Estudá-lo é uma experiência que traz crescimento na compreensão do que é a Igreja de Cristo, qual o seu papel na sociedade e como deve ser entendida sua missão nesse mundo. Assim sendo, pode-se considerar que somente por meio de uma exegese bem acurada, usando o método histórico-gramatical, torna-se possível uma fiel exposição das Sagradas Escrituras, de modo a evitar que se venha expor mensagens não condizentes com a Palavra do glorioso Deus. O trabalho exegético visa à proclamação da genuína verdade bíblica.
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