AS EPÍSTOLAS AOS CORÍNTIOS
Em nossas bíblias, temos duas epístolas de Paulo aos Coríntios. Entretanto, sabemos que elas seriam pelo menos três. Em I Cor.5.9, Paulo se refere a uma carta anterior, a qual não chegou às nossas mãos. Em II Cor. 7.8 existe referência a outra carta que pode ser I Coríntios. Alguns comentaristas sugerem que a carta mencionada em II Cor.7.8 seja uma outra epístola. Nesse caso, teríamos quatro epístolas. Trabalhando ainda com hipóteses, suge sugere re-s -see qu quee essa essa epís epísto tola la corr corres espo ponda nda aos aos capí capítu tulo loss 10 a 13 de II Coríntios, os quais poderiam ter sido ali agrupados posteriormente.
Temos então o seguinte esquema: 1a carta - desaparecida - existência garantida por I Cor.5.9 2a carta - é a que chamamos I Coríntios. 3a carta - desaparecida – existência hipotética. 4a carta – é a que chamamos II Coríntios. Paulo era um missionário estrategista. Ele escolhia as cidades para as quais se dirigia com muito critério e cuidado. Corinto era uma as maiores e mais importantes cidades do mundo como também Roma Éfeso e Alexandria. Por que Paulo escolheu Corinto? Por que ele permaneceu dezoito meses nessa cidade? Eis abaixo algumas questões porque Paulo resolveu plantar uma igreja nesta cidade.
Atos 18.18 nos informa sobre o início da igreja. Logo depois de sua chegada a Corinto, Paulo encontra o casal Áquila e Priscila, fazedores de tendas por profissão. Paulo trabalha com eles e com isso ganha o seu sustento. No seu tempo livre ele visita a sinagoga judaica e participa na exposição das Escrituras Sagradas. Depois que os seus colaboradores Timóteo e Silas chegam a Corinto, ele pode se dedicar totalmente à pregação da palavra, pois eles presu presumiv mivelm elment entee trouxe trouxeram ram oferta ofertass em din dinhei heiro ro da Macedô Macedônia nia.. Paulo Paulo professa a Jesus como o Messias de Israel e isso leva à ruptura com a sinagoga. Paulo muda, juntamente com os seus seguidores, para a casa vizinha de um homem temente a Deus, Justo. Ali então se reúne o grupo base da igreja: famílias judaicas que estão crendo em Jesus Cristo. Em colaboração com eles Paulo evangeliza por um ano e meio. Tanto judeus quanto gregos se convertem. Depois do novo procônsul Gálio ter iniciado o seu mandato, é feita uma acusação contra Paulo e seus amigos, incitada pelos líderes da sinagoga. A acusação não tem conseqüências. Em vez disso, há tumultos anti-semitas. A igreja cristã não é atacada. Talvez é por isso que eles não conseguiam entender por que Paulo tinha sofrido tanta oposição em outros lugares. É verdade que na sua composição composição a igreja igreja tinha um potencial potencial enorme para tensões: cristãos-judeus e cristãos-gentios, pessoas abastadas (At 18.7; Rm 16.23) e muitos entre eles das camadas sociais mais baixas (1Co 1.26).
2ª etapa: o ministério de Apolo Mais ou menos no outono de 51 d.C. Paulo deixa Corinto e viaja para Antioquia na Síria, passando pela Macedônia e Ásia Menor. Áquila e Priscila o acompanham na primeira parte da viagem; depois ficam em Éfeso. Lá eles encontram um judeu de Alexandria chamado Apolo (At 18.23-28). Esse conhecia Jesus e estava empolgado com ele. Teólogo e orador muito capacitado, difundia o ensino sobre Jesus. Entretanto, Áquila e Priscila percebem logo que ele ainda não entendeu tudo corretamente. Ele tampouco foi batizado sob o nome de Jesus, pois só conhece o batismo de João. O casal então instrui Apolo na fé em Jesus Cristo e o envia com uma carta de recomendação para a Acaia e também para Corinto. Lá se evidenciam a sua capacidade teológica e o seu dom de orador. Ele apóia os membros da jovem igreja nas suas disputas com os judeus ao demonstrar pelas Escrituras Sagradas que Jesus Cristo é o Messias prometido. Podemos supor — mas não concluir definitivamente —, com base na 1ª carta aos Coríntios (1.1), que por meio disso Apolo conquistou para a fé em Jesus o chefe da sinagoga Sóstenes, que tinha sido espancado diante do tribunal de Gálio (At 18.17). De qualquer forma, o ministério de Apolo teve um impacto tão grande na igreja de Corinto que um grupo se chamava “os de Apolo” (1Co 1.12; 3.4). Mesmo assim, Paulo não viu em Apolo um concorrente, mas um obreiro com dons e chamado totalmente diferentes (1Co 3.5-15), mesmo que tenha sido dolorido para ele ouvir que, em comparação com Apolo, o seu dom de falar era pouco reconhecido pela igreja de Corinto (2Co 10.10; 11.6).
3ª etapa: Mudança de cristãos do oriente para Corinto A situação na igreja se torna mais complicada ainda quando chegam a Corinto cristãos do oriente. Não podemos afirmar se eles vêm de Jerusalém. O que está claro é que estão relacionados a Pedro. Eles utilizam a forma hebraica do nome que Jesus tinha dado ao seu discípulo Simão, Cefas. Isso já nos dá indicação clara da origem desse grupo. São cristãos-judeus que sabem que Jesus colocou Simão como rocha (hebraico kepha) para a sua igreja. Eles crêem que a unidade da igreja estará garantida se todos os grupos da igreja se submeterem a Pedro. Para eles esta questão está clara. Eles são “de Pedro” (1Co 1.12). As duas cartas aos Coríntios mostram que os seus membros conheciam a igreja primitiva. Eles sabiam que os outros apóstolos eram casados (1Co 9.5), que Tiago, o irmão do Senhor, tinha posição especial na igreja (1Co 15.7), que Jesus tinha chamado doze apóstolos (1Co 15.5), que os pregadores do evangelho deviam viver disso (1Co 9.14), que os apóstolos realizavam milagres (2Co 12.12), que Jesus tinha proibido o divórcio (1Co 7.10). Mas “é impossível distinguir com exatidão entre o que provinha de Paulo nessa imagem que faziam de Jesus e o que a tradição da primeira igreja introduziu no seu conceito sobre Jesus.” Os cristãos que tinham vindo do oriente desconheciam Paulo e o seu ministério. Os outros apóstolos tinham aberto o caminho para a sua vinda a Jesus. Eles não tinham intenção alguma de introduzir a lei mosaica na igreja de Corinto. Já na sua igreja-mãe se falava de “nova aliança”, da “nova igreja”, da “fé”. Mas esses primeiros apóstolos tinham se tornado
“super-apóstolos” (2Co 11.5; 12.11). Era necessário que as igrejas fundadas por Paulo se submetessem a esses apóstolos, especialmente a Pedro, não era?
4ª etapa: O aparecimento dos fanáticos Essa quarta etapa apresenta o maior perigo para o desenvolvimento sadio da igreja. Surgem pessoas que afirmam se basear em Cristo (1Co 1.12; 2Co 10.7). É bem provável que Paulo esteja se referindo a eles quando, em vários trechos, fala em “alguém”, “alguns” (1Co 3.18; 4.18; 15.12). Podia até parecer que era um grupo que queria comprometer a igreja com Cristo. Mas a sua autodenominação “os de Cristo” não soa como um convite para que todos voltem à sua base comum. A expressão é exclusivista e soa como grito de guerra. De si mesmo dizem que pertencem a Cristo, aos outros negam essa realidade. Questionam se Paulo de fato tem o Espírito Santo (1Co 7.40), se ele é um verdadeiro apóstolo (1Co 9.2; 15.9), se tem o dom de línguas (1Co 14.18), se recebeu revelações de Jesus (2Co 12.1) e se Cristo de fato fala por intermédio dele (2Co 13.3). Eles questionam a autoridade do apóstolo. Muitas afirmações dele são reações a esse questionamento. É difícil crer como pessoas ganhas para Jesus por meio de Paulo podem, mais tarde, falar dessa forma sobre ele.
O mais assustador de tudo é que não se trata aqui somente de uma controvérsia pessoal. Esses opositores estão proclamando uma nova doutrina e uma nova ética. Eles não vêem problema algum no fato de os homens da igreja se envolverem com as moças de Corinto (1Co 6.12). No casamento exigem abstinência sexual (1Co 7.1-7) e, por motivos espirituais, chegam até a exigir o divórcio (1Co 7.10-12). Reivindicam liberdade para participarem de festas aos ídolos (1Co 10.23). Menosprezam a ceia do Senhor (1Co 11.17-34). Falam muito do Espírito Santo e seus dons, principalmente o falar em línguas (1Co 12—14). Estão tão convictos da renovação por meio do Espírito de Deus, que consideram desnecessária a ressurreição do corpo (1Co 15). Epístola dos Coríntios a Paulo - Este escrito clama descrever os ensinos de Simão, o mago, incluindo a idéia de que Deus não é Todo-Poderoso, que a ressurreição é falsa, que Cristo não foi Deus verdadeiramente encarnado corporalmente (idéia docetista), que os anjos fizeram o mundo, e que os profetas foram imprecisos. A Terceira Epístola aos Coríntios é um texto pseudepígrafo do apóstolo Paulo. É uma das partes dos Atos de Paulo e foi concebido como sendo uma resposta dele à Epístola dos Coríntios a Paulo. A versão sobrevivente mais antiga é a do Papiro de Bodmer X. Sua criação foi obviamente sugerida pela carta perdida de Paulo citada em I Coríntios 5:9 e I Coríntios 7:1. Ela foi composta por um presbítero católico em aproximadamente 160-170 dC e é um ataque disfarçado a alguns erros principais do Gnosticismo. Esta correspondência sempre teve circulação independente, mas recentemente se provou que o documento foi incorporado nos Atos de Paulo.[1]
Relação com o Cânon
Estátua de São Paulo na capela do Castelo de Praga com citação de I Coríntios 15:10 Na tradição ocidental, esta epístola nunca foi considerada como sendo canônica e no século IV dC passou fazer parte dos apócrifos do Novo Testamento. Escritores latinos e gregos são completamente omissos sobre esta carta, embora cópias nestas línguas tenham sido encontradas. [1]Já na tradição oriental, na Igreja Ortodoxa Síria, Aphrahat (ca. 340 dC) a considerou como canônica e Efrém da Síria (m. 373 dC) aparentemente concordou[2][3] pois escreveu um comentário sobre isso. Ela está incluída na Doutrina de Addai, embora não esteja na Peshitta, a tradução siríaca da Bíblia, ainda que nela também não conste II João, III João, II Pedro, Epístola de Judas e o Apocalipse, textos universalmente reconhecidos como sendo canônicos (veja Antilegomena). Embora parte da Bíblia Armênia de Oskan Zohrab
de 1666, ela estava num apêndice da Bíblia armênia de
de 1805 que seguiu o cânon da Vulgata e atualmente não faz mais
parte do Novo Testamento da Igreja Apostólica Armênia.[4] Ela também não constava na lista de textos canônicos de Anania Shirakatsi no século VII, mas apareceu nas listas de Mechitar de Ayrvank (século XIII) e Gregório Tat'ew (século XIV).[5]O texto está estruturado como uma tentativa de corrigir as alegadas falhas de interpretação da Primeira e da Segunda Epístola aos Coríntios, que o autor (geralmente chamado de "pseudo-Paulo"), teria conhecido pela
Epístola dos Coríntios a Paulo
(também apócrifa). De acordo com ela (que
é o capítulo anterior nos Atos de Paulo), quando a carta foi escrita Paulo estava na prisão por causa de Stratonice, a esposa de Apolofanes. Objetivamente, a epístola procura corrigir a interpretação da frase «Ora digo isto, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino dos céus, nem a corrupção herdar a incorrupção.»
(I Coríntios 15:50)[6], que,
segundo alguns acreditavam, ensinaria que a ressurreição dos mortos não poderia ser física. Acredita-se que este argumento dos gnósticos ganhou tanto terreno que alguns cristãos ortodoxos sentiram necessidade de criar esta epístola falsa para contê-los. [1] Os gnósticos sabidamente citavam esta parte de I Coríntios, enfurecendo cristãos - como Ireneu de Lyon - que defendiam que a ressurreição seria física e não espiritual. Segundo Ireneu esta passagem é "sempre citada pelos heréticos para apoiar suas tolices" (Contra Heresias V.9).[7] Corinto era, também, uma cidade importantíssima na área dos esportes. A prática dos jogos ístmicos de Corinto só era superada pelos jogos olímpicos de Atenas. Corinto era uma cidade que atraía gente do mundo inteiro para a prática esportiva. Embora Corinto fosse uma cidade acentuadamente intelectual, era ao mesmo tempo profundamente depravada moralmente. Talvez, Corinto tenha ganhado a fama de ser uma das cidades mais depravadas da história antiga. A palavra korinthiazesthai, viver como um coríntio, chegou a ser parte do idioma grego, e significava viver bêbado e na corrupção moral.
A cidade de Corinto era corrompida por algumas razões: Problema de divisão (1:10-17):
A família de Cloe disse a Paulo que a
igreja estava desenvolvendo um espírito partidário, declarando fidelidade a vários pregadores famosos. Paulo ficou horrorizado. Eles estavam tentando arrancar os membros de Cristo dividindo seu corpo. Paulo insistiu que ele não foi crucificado por eles e que eles não foram batizados no nome dele. De fato, ele se alegrava por ter batizado pessoalmente poucos deles, para que assim não tivessem base para dizer que eram "de Paulo". Problema de sabedoria humana (1:18-31):
A questão da divisão tinha
origem num problema mais fundamental: uma exaltação da sabedoria humana, seja a filosofia grega, ou a visão judaica do rei conquistador, que é totalmente contrária ao caminho de Deus. O evangelho apresentando um Messias crucificado parecia absurdo para eles, como se falasse de "gelo frito." Mas Deus intencionalmente escolheu redimir o homem de um modo que o mundo considera loucura, para humilhar os homens. Seu lema é: "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor"
(1:31).
A prostituição. Naquela cidade, a deusa Afrodite era adorada e tinha o seu templo sede na Acrópole, uma montanha com mais de 560 metros de altura, na parte mais alta da cidade. Afrodite era considerada a deusa do amor. Mil sacerdotisas trabalhavam com prostitutas cultuais nesse templo de Afrodite. “Milhares de coríntios adoravam seus deuses ‘visitando” essas “sacerdotisas” O homossexualismo. Corinto era uma cidade onde ficavam os principais monumentos de Apolo. A adoração a Apolo induzia a juventude de Corinto
bem como a juventude grega em geral a se entregar ao homossexualismo. Talvez Corinto fosse o centro homossexual do mundo na época. Muitos membros da igreja de Corinto, antes da sua conversão, tinham vivido na prática do homossexualismo (1Co 6.9-11) A Carnalidade. Havia na igreja de Corinto divisões e práticas sexuais desregradas. A igreja de Corinto era uma igreja infantil e carnal.Como era habitual, a igreja de Corinto também estava dividida sobre este assunto, haviam dois grupos extremistas, o primeiro grupo pensava que sexo é pecado, mesmo no casamento. Este grupo defendia o celibato, como um estado superior ao casamento. O segundo grupo, julgava que o casamento não era opcional, mas obrigatório. Para estes o celibato era moralmente inferior
ao
casamento.
Paulo faz todas as concessões ao ponto de vista deles. Concorda que o celibato é “bom”, e expõe algumas das suas vantagens. Mas considera o casamento como normal. Jamais disse que o celibato é superior ao casamento. Considera o casamento como normal, mas reconhece que há alguns aos quais Deus conferiu um dom especial, devendo eles permanecer solteiros. é bom que o homem não toque em mulher” (v.1b) Neste contexto tocar refere-se ao casamento. O conceito de Paulo é que os solteiros estão livres para servir a Deus sem as preocupações subordinadas ao estado dos casados. Mas isto não implica que o estado dos casados não seja bom também. Ele disse que o celibato é bom, mas não compulsório, o celibato
é
permitido
mas
não
ordenado.
“mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma,
o
seu
próprio
marido.”
A regra geral é que o os homens se casem, pois a tentação é grande. A solução
certa
é
que
cada
um
se
case.
Neste ponto Paulo também trata da pureza do casamento pois cada um deve ter sua própria esposa e seu próprio marido condenando aqui a poligamia e a
poliandria.
Aqui também é condenado o casamento homossexual, pois fica claro a relação hererosssexual. Ainda que a união homossexual se torne legal entre os homens, perante Deus sempre será condenada e abominável. Paulo ponderou que, entre casar ou ficar solteiro, era melhor casar para manter-se puro e não cair em tentação sexual e emocionais, mas alertava que elas devem ser satisfeitas no relacionamento conjugal, pois conforme a vontade de Deus, o sexo é pra ser desfrutado no casamento. Motivos
para
Estado
de
Dificuldade
na
Liberdade Dom
Celibato
celibato vida
para e
o
7.26
conjugal
o
vocação
– –
ministério para
o
7.28
–
7.32-35
celibato
–
Desejo
de
não
casar
Evitar
aliança
com
descrente
–
7.39
ocasião
(subtendido)
–
7.39
para
o
Falta
de
Motivos
Melhor
casar
Não
é
Desejo
que
viver pecado
de
Deverenocasamento
–
7.7
casamento
abrasado casar
casar
7.39
– –
–
7.9 7.36 7.39
“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência. E isto vos digo como concessão e não por
mandamento.”(
vv.
3-6)
O casamento tem suas obrigações. Paulo os lembra de que cada parceiro tem os seus direitos. O termo grego utilizado está relacionado a débito. Paulo concita cada um pagar o que é devido. Cada um deve obrigações ao outro. Paulo destaca a completa igualdade dos direitos conjugais (7.3,4). O imperativo
“conceda”
indica
o
dever
habitual.
O esposo faz sua esposa mais feliz, quando paga sua dívida, e cumpre seu dever de marido, tanto relativo à vida conjugal, como moral, social e religiosa. E lembra-se que ela não existe para satisfazer seus desejos. O sucesso do casal está em obedecer a certos preceitos. Não somente pagar a dívida, mas manter um crédito de confiança entre os dois, no seu labor diário. O dever da esposa não é somente fazer saborosas refeições, cuidar da casa, e ser mãe carinhosa. O marido também precisa de seu carinho, de beijos. Paulo ainda prossegue “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher” Nem as esposas nem os esposos tem o direito de usar os seus corpos completamente como queiram. Tem obrigações um para com o outro, a chantagem sexual no casamento é um
pecado. A satisfação sexual é um direito legítimo do cônjuge. A ausência do
sexo
no
casamento
é
um
pecado.
Diante dos julgamentos dos partidários que se encontravam na igreja de Corinto, Paulo nos mostra que este julgamento e a admiração não tinham a mínima importância, pois ele enfoca que os ministros de Deus, são realmente servos, e somente Deus poderá fazer um julgamento deles. Apesar de os apóstolos serem somente servos de Cristo, não deviam ser menosprezados. Tinham sido encarregados de uma grande missão, e por essa
razão,
tinham
um
ofício
honroso
E quem são os verdadeiros ministros de Deus, segundo a Bíblia? “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo
e
Ministros
despenseiros
dos
mistérios
de
Deus.”
(4.1)
- A palavra que Paulo emprega aqui é hypēretēs , aplicava-se a
um “remador inferior”, isto é, um que remava no grupo de remos da parte de
baixo
de
um
grande
navio.
Nos grandes navios romanos existiam as galés, que eram porões onde trabalhavam os escravos sentenciados à morte. Aqueles escravos sentenciados à morte prestavam um serviço antes de morrer. Eles tinham seus pés amarrados com grossas correntes e trabalhavam à exaustão sob o flagelo
Despenseiros
dos
chicotes
até
à
morte.
– oikonomos era o superintendente de uma propriedade.
“Para que um rico proprietário de terras não fosse um escravo para os seus escravos, tinha que delegar a outrem o trabalho rotineiro de administração”
(1
Coríntios,
Introdução
e
comentário.
Leon
Morris)
Estava sujeito ao seu senhor, e tinha que prestar contas, pois mandava nos demais escravos. Uma das principais características era a fidelidade. Portanto, Paulo condena o julgamento dos servos de Deus, pois desta forma comparavam os seus ministérios e caiam no erro de menosprezar uns e exaltar
outros.
5. Quando Paulo viesse, cada um lhe entregaria o total de sua separação semanal, que Paulo levaria ou mandaria para os crentes pobres de Jerusalém. Não se faria coleta alguma quando Paulo viesse, porquanto esta já fora feita, já estava pronta. Paulo somente a tomaria para encaminhá-la ao seu destino. Ofertas Notemos no texto a expressão "pôr de parte", separar, reservar, depois de um balanço na situação, "conforme a prosperidade". Ora, se se tratasse de coleta feita num culto, Paulo não usaria estas expressões. Notemos mais a demolidora expressão "em casa" que está no texto original, e também nas melhores traduções. Isto liquida a pretensão de ser a coleta feita na igreja. Notemos ainda a expressão "e vá juntando", o que indica uma acumulação que se formava gradativamente mediante periódicas reservas de dinheiro.
Por que num "primeiro dia da semana"? Porque com o sábado findava-se a semana. Os cristãos eram previdentes e organizados. Era costume, no início da semana, logo no seu primeiro dia, planejarem suas atividades seculares, considerarem os gastos da semana anterior, anteciparem providências e fazerem previsão dos gastos para a nova semana. Uma questão de
contabilidade doméstica. Paulo lhes recomenda que, ao fazerem a costumeira previsão, no início da semana, não se esqueçam de separar, o que fosse possível, em dinheiro para os pobres de Jerusalém, colocando o donativo numa caixa em seus lares. A idéia de Culto ou de reunião dominical é completamente estranha ao texto, e seria uma deslealdade à Bíblia forçá-la aqui.
Corinto era uma cidade com muitos deuses e muitos ídolos. Até hoje, quando se visita Corinto, pode se visualizar enormes estátuas e monumentos que foram dedicados aos deuses. Por ver a cidade perdida no cipoal de uma infinidade de deuses, Paulo entendeu que estavam precisando do Deus verdadeiro Divisão na igreja
Logo que Paulo saiu de Corinto, após ter fundado a igreja, Apolo chegou e deu prosseguimento ao trabalho (At.18.24-28). Como disse o apóstolo: "Eu plantei, Apolo regou.." (I Cor.3.6). Sua obra foi importante e digna de reconhecimento. Ele era homem eloqüente e conseguiu conquistar a simpatia de muitos coríntios. Ao que parece, os irmãos ficaram impressionados com a pessoa de Apolo e começaram a fazer comparações com Paulo, que talvez não falasse tão bem. (I Cor.2.1-5; II Cor. 10.10). Muitos chegaram a desprezar o apóstolo Paulo, questionando sua autoridade e seu ministério. (I Cor.1.11-14). Formaram-se então partidos dentro da igreja: os de Paulo, os de Apolo, os de Cefas (Pedro em Aramaico) e os de Cristo (I Cor.1.12). Não sabemos se Pedro esteve pessoalmente em Corinto. Pode ser que sim. De qualquer forma, é mais
provável que o nome de Pedro tenha sido levado por judeus cristãos que vieram de Jerusalém. Talvez esse grupo corresponda aos judaizantes que tantos problemas criaram para Paulo.
O fato de alguns se intitularem "de Cristo" pode ter sentido positivo ou negativo. Isso poderia significar uma consagração maior, uma rejeição ao partidarismo, mas pode também indicar independência, rejeição a todo tipo de liderança e uma manifestação "orgulho espiritual". Conquanto não possamos tirar conclusões sobre isso na primeira epístola, o texto de II Cor. 10.7 parece mostrar que aqueles que se diziam "de Cristo" eram os mais problemáticos. Religião e alimentação (I Cor.8.10; 10.27). Assim como ocorria no judaísmo, os sacrifícios de animais eram comuns em diversas religiões. Parte do animal era queimado sobre o altar. Outra parte era servida aos ofertantes, sacerdotes e convidados. Eram, portanto, freqüentes as refeições nos templos pagãos. Desta influência surgiram dois problemas para a igreja: 1 – Os cristãos realizavam refeições na igreja em ambiente tumultuado e chamavam isso de ceia do Senhor. Os ricos levavam grande quantidade de comida e bebida para a igreja. Chegavam até a ficar embriagados (I Cor.11.20-22). Enquanto isso, os irmãos pobres muitas vezes não tinham o que levar. Isso se tornava então uma situação constrangedora e humilhante. Por isso, Paulo perguntou: "Não tendes, porventura, casas onde comer e beber?" As reuniões da igreja não podiam reproduzir as refeições dos templos pagãos. Então, o apóstolo orienta como deve ser a ceia do Senhor: com reverência, ordem e santidade (I Cor.11.23-34).
2 – Outro problema é que as refeições nos templos pagãos eram acontecimentos sociais e, eventualmente, os cristãos poderiam ser convidados para participar. Estariam então diante de um alimento sacrificado aos ídolos. Paulo diz que, já que o ídolo é nada, é uma ilusão, então a carne sacrificada é como outra carne qualquer. Ali não existe nenhuma maldição nem contaminação. Porém, se um cristão, que antes adorava naquele templo pagão, vê um irmão comendo ali a carne do sacrifício, ele pode se sentir tentado a voltar à sua prática antiga. Cria-se então uma situação de tropeço e confusão. Se a participação em tais refeições pode se tornar motivo de escândalo, então é melhor evitá-las (I Cor. 8). Ele diz também que o cristão não pode participar da mesa do Senhor (ceia) e da mesa dos demônios (refeições pagãs). Muitas vezes, a carne desses animais sacrificados ia parar até nos mercados. Sobre isso, Paulo diz que o cristão deveria comprar sem preocupação (10.25). Não deveria nem perguntar sobre a origem da carne. Da mesma forma, se o cristão fosse almoçar na casa de um ímpio, deveria comer de tudo sem perguntar (10.27). Entretanto, se o anfitrião dissesse que aquela carne era de um sacrifício aos ídolos, o cristão deveria recusá-la, não por causa do ídolo ou por causa do animal, mas porque o comer poderia ser interpretado como participação na idolatria ou, no mínimo, aprovação (10.28).
Religião e Filosofia
Se, naquele tempo, a filosofia grega era influente em todo o mundo, quanto mais em Corinto, que estava na Grécia. A filosofia clássica se caracteriza pela interpretação humana da realidade. Tal pensamento formou e ainda forma muitos conceitos que são geralmente aceitos como verdade. As palavras de Paulo nos fazem entender que os coríntios possuíam conceitos distorcidos sobre o amor, a liberdade e a sabedoria. Muitas vezes, a filosofia é utilizada para montar justificativas para o pecado. Os gregos eram orgulhosos por seu conhecimento filosófico. O apóstolo se esmera por mostrar que o entendimento humano é loucura. Ele procura mostrar o verdadeiro sentido do amor, da liberdade, da sabedoria, etc.. No texto que vai de 1.18 a 2.16, Paulo confronta a sabedoria humana com a sabedoria divina. Estava em alta o pensamento gnóstico, o qual supervalorizava o conhecimento, associando-o à salvação humana. A ciência tomava ares de virtude espiritual. Além de enfatizar a sabedoria divina contra a sabedoria humana, Paulo também afirma: "A ciência incha, mas o amor edifica" (I Cor.8.1). A matéria era vista pelos gnósticos como maligna. Daí surgem várias heresias: * Se a matéria é má, o casamento também. Paulo combate essa idéia em I Cor. 7.5. * A ressurreição do corpo era vista como "materialista". Por isso Paulo expõe e defende a doutrina da ressurreição no capítulo 15. * Enquanto que alguns gnósticos, diante da suposta malignidade da matéria, optavam pelo ascetismo, ou seja, pela negação dos desejos sexuais e a total abstinência, outros, combinando gnosticismo e cristianismo,
julgavam-se protegidos contra todos os males e, assim, podiam, supostamente, se entregar aos desejos sem restrições. Conhecimento, liberdade e amor eram elementos mal interpretados, mal colocados e mal valorizados em Corinto. Isso veio a causar uma série de problemas na igreja. Alguns julgavam que a liberdade cristã lhes dava direito de fazer tudo, quer seja a participação nas refeições dos templos pagãos ou mesmo a união carnal com as meretrizes. Paulo se posiciona contra todas essas variações da influência filosófica e da falsa interpretação do cristianismo. Assim, ele condena a libertinagem sexual, ao mesmo tempo em que defende a legitimidade do sexo dentro do matrimônio (I Cor. 6.15-16 e I Cor.7). A liberdade cristã é, de fato, ampla. Contudo, o amor é o seu parâmetro maior. Assim, se, no uso da nossa liberdade, ultrapassamos os limites do amor a Deus e ao próximo, saímos da liberdade cristã e entramos nos domínios do pecado. Por isso, Paulo diz: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém." (I Cor.10.23). "Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de meretriz? Não, por certo" (I Cor.6.15). Ao usar a expressão "não sabeis", fica evidente a questão do conhecimento. Os coríntios sabiam muita coisa, mas era urgente que soubessem sob o ponto de vista de Deus, conforme Paulo estava procurando expor. Com relação aos alimentos sacrificados aos ídolos, Paulo deixa claro que a liberdade cristã, em princípio, nos permitiria participar deles, uma vez que o ídolo é uma ilusão. Entretanto, vêm novamente à tona a questão do amor. Se tal exercício extremo da liberdade for causar escândalo ao próximo, ou
ao irmão, então o amor não estaria operando. "Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o que é de outrem." (I Cor.10.24). A solução Paulo lembra aos coríntios que Jesus é o fundamento de suas vidas. Entretanto, sobre esse fundamento, estava sendo utilizado material estranho para a construção. Entra aí a questão da responsabilidade dos líderes eclesiásticos. Não sabemos quem liderava a igreja em Corinto. Ao que tudo indica, faltava ali uma liderança forte que conseguisse conduzir a igreja. Vemos que a mesma estava dividida em grupos. Certamente, havia líderes, mas estes não estavam conseguindo uma coesão entre si e entre os membros da igreja. Paulo precisou enviar Timóteo (I Cor.4.17; 16.10). Ele insistiu para que Apolo fosse até lá, mas isso não foi possível (I Cor.16.12).
O apóstolo chama a atenção da igreja para o seu fundamento: Cristo (I Cor.3.11). Ele é também a solução para todas aquelas questões e problemas. A edificação precisa ser coerente com o alicerce. O nosso desenvolvimento na fé precisa utilizar doutrinas e conceitos coerentes com a pessoa e o ensino de Cristo. Ele apresenta Jesus como a sabedoria de Deus, justiça, santificação e redenção (1.30). Esses elementos precisam estar combinados na vida do cristão: sabedoria, justiça, santificação e redenção. A sabedoria humana não produz a justiça divina na vida do homem. O conhecimento humano não se vincula à santificação e, muitas vezes, abona o pecado. O resultado de tudo isso jamais será redenção, mas
sim perdição. A filosofia como material de edificação da igreja não lhe daria firmeza. Pelo contrário, causaria sua queda e ruína. Paulo apela para a lembrança da história de Israel no capítulo 10.1-13. Seu objetivo era mostrar que, embora aquele povo tenha saído do Egito sob a poderosa manifestação do poder de Deus, pereceu depois no deserto pelo fato de ter se deixado levar por tentações diversas. Fica então traçado um paralelo dessa narrativa com a experiência dos coríntios, aos quais o apóstolo adverte contra os riscos de fracasso na fé (10.12). O USO DO VÉU EM CORÍNTIOS Como é certo que não podemos confundir princípios com costumes, precisamos analisar até que ponto as orientações de Paulo à igreja de Corinto, no que se refere ao uso do véu pelas mulheres, também são aplicáveis à igreja cristã da atualidade, inclusive a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Vamos, primeiramente, analisar um pouco sobre a situação da igreja de Corinto na época do apóstolo. Com base em informações levadas a Paulo pelos da família de Cloé (1:11), o apóstolo ficou sabendo do espírito divisionista com que vários setores da igreja se identificavam com líderes específicos (1:10-17). Outros pontos abordados por Paulo em sua epístola podem também ter sido relatados a ele pela casa de Cloé, ou por outra fonte (talvez Estéfanas, Fortunato e Acaico – 16:17). Foram eles: • Alguns que recaíam aos antigos hábitos da vida (cap. 5) • Haviam dúvidas sobre o matrimônio (cap. 7)
• Problemas quanto ao consumo de comidas sacrificadas a ídolos pagãos (cap. 8) • Haviam aqueles que estavam participando de forma errada da Ceia do Senhor (11:17-34) •
Os dons espirituais estavam trazendo confusão ao culto público,
especialmente o dom de línguas (cap. 14) • Outros não criam na ressurreição e em temas relacionados a ela (cap. 15) • E também haviam problemas referentes à participação pública das mulheres no culto (11:2-16) Vê-se que na igreja de Corinto Paulo enfrentou problemas que não surgiram nas demais igrejas. Ele não preocupa-se em escrever sobre a maioria destes temas às outras igrejas, somente a Corinto. Isso mostra que esta igreja passava por uma crise doutrinária e de costumes, que refletia muito bem a situação cultural e religiosa da época e do local. véu Era um sinal da honra e da dignidade das mulheres (Gên. 24:65; Cant. 4:1). Também considerava-se o véu um sinal de subordinação da mulher ao marido, por isso que não o usavam as mulheres de luto, as prostitutas e as esposas infiéis. No tempo dos apóstolos, esse costume ainda era largamente praticado, mas parece que em Corinto um movimento de libertação feminina estava se iniciando e tirando a paz da igreja. Por isso, as mulheres estavam tirando o véu no culto público, por sentirem que o evangelho as libertava do “jugo” do marido. Isso estava causando intrigas nos lares e na igreja, e estava também repercutindo mal na comunidade, pois as pessoas que presenciavam os cultos cristãos escandalizavam-se por ver mulheres sem véu (ou seja, indecentes e desonradas)
tomando parte no culto. Seria realmente aquela uma religião própria para mulheres honestas e fiéis, ou tratava-se de uma seita formada por prostitutas? Era a crítica feita à igreja. Então, como vimos anteriormente, o problema chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, que escreveu a carta para orientar à igreja sobre este tema, entre outros. A orientação de Paulo Primeiramente, Paulo preocupa-se em reafirmar o princípio bíblico da igualdade entre os sexos (7:3-4). Mas, ele também confirma que o homem deve ser o “cabeça” da mulher, apesar da igualdade entre ambos (11:3). Em seguida, o apóstolo orienta que as mulheres cristãs seguissem o costume do uso do véu, próprio naquela cidade e ocasião (v.6). Vê-se que o véu não era para todas as igrejas, mas para aquelas fundadas em lugares, especialmente no Oriente (como era o caso de Corinto), onde seu uso significasse submissão feminina ao marido, como manda a Escritura (Gên. 3:16). Nos vv. 4-16 Paulo trata do tema de cobrir a cabeça, especialmente em relação com os serviços religiosos. Esta realmente é uma das passagens de Paulo à qual bem podem ser aplicadas as palavras de Pedro, de que Paulo escreveu "algumas" coisas "difíceis de entender" (2Pe 3:16), por isso precisamos estudá-la livre de preconceitos ou idéias preconcebidas. Devemos deixar que o contexto da passagem fale o que ela realmente significa.
Paulo proclamava uma nova e gloriosa liberdade no Evangelho. Essa proclamação tinha em si a semente do princípio cristão da dignidade do sexo feminino e sua liberação da condição degradada em que eram tidas as mulheres nos países pagãos. O apóstolo declarou: "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há varão nem mulher; porque todos vós são um em Cristo Jesus" (Gál. 3:28). Essa deveria ser a prática na vida social da Igreja que estava dando seus primeiros passos. Porém, uma revolução social tão marcante não aconteceria sem problemas. Seria fácil ver como algumas mulheres convertidas ao cristianismo poderiam distorcer e usar mal sua liberdade no Evangelho para causar descrédito à igreja. Uma das difamatórias e infundadas acusações que se apresentaram contra o cristianismo, à medida que este se difundia e que despertaram o ódio de muitos, foi que os cristãos eram imorais. Não há dúvida de que esta acusação já podia haver-se espalhado nos dias de Paulo. Por isso era muito necessário que os cristãos se abstivessem "de toda espécie de mal" (1Tes. 5:22), e que recordassem o conselho adicional de seu professor: que embora certo proceder seja lícito, pode não ser conveniente (1Co 6:12). Mesmo que o evangelho libertasse as mulheres de sua condição humilhante (mas, não descartava a autoridade que o marido deveria manter sobre a família), elas não deveriam utilizar esta “liberdade” para agir no culto público de forma a trazer escândalo, como acontecia com o abandono do uso do véu.
Esta análise do contexto da 1ª epístola aos Coríntios não deve ser desconsiderada, se queremos realmente obter a mensagem que o apóstolo tinha em mente ao falar àquela igreja. O uso do véu por si só não produz honra, pois prostitutas também chegaram a usá-lo no passado (Gên. 38:14-15). O que as mulheres cristãs mais deveriam se preocupar era com a decência do vestuário, pois ele seria uma demonstração do caráter da mulher que se apresentava para participar do culto (1Tim. 2:9). Da mesma forma, os cabelos compridos, somente, também não trazem honra, pois a mulher que enxugou os pés do Senhor Jesus, o fez com os próprios cabelos, que eram muito grandes, entretanto sabemos que sua honra não era das melhores (Jo 11:2; Lc 7:37-39). Quanto aos homens, nos dias de Paulo o costume entre os judeus, gregos e romanos era levar o cabelo curto. Entre os israelitas se considerava como vergonhoso que um homem tivesse o cabelo comprido, a menos que tivesse feito o voto de “nazireado” (Núm. 6:1-5).
. Para a problemática igreja de Corinto, Paulo também adverte que as mulheres deveriam ficar “caladas” na igreja (1Co 14:34). Seria este um conselho a ser seguido para todas as igrejas? Não. Se assim o fosse, ele o teria enviado às demais, mas enviou apenas para a de Corinto, o que mostra o caráter local dessa determinação. O princípio é o mesmo do uso do véu e da manifestação ordenada do dom de línguas – manter um culto reverente e livre de aparência do mal, evitando que se traga opróbrio à Igreja de Deus.
3. Os homens também deveriam cobrir a cabeça quando fossem ler as Escrituras (2Cor 3:14-16). Devemos seguir o mesmo costume hoje? O próprio Paulo diz que não, pois os judeus que faziam isso em sua época o faziam por não conhecerem a liberdade trazida pelo evangelho, como o próprio apóstolo declara (v. 16). O princípio envolvido aqui, mais uma vez, é a reverência para com o Senhor.
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