REFORMA
Mais alunos no ensino especializado da Música O ensino especializado da Música tem vivido um período de mudança e de expansão, com um impacto significativo no número de alunos nos anos iniciais de formação, mas também e sobretudo, nos regimes integrado e articulado.
Primeiro, o reforço do número de alunos nos anos Primeiro, iniciaiss de formação iniciai formação - designa designadamen damente te no 1.º ciclo ciclo do ensino básico, no caso das Iniciações, e nos 2.º e 3.º ciclo, no caso do Curso Básico de Música –, que aumenta a possibilidade de encontrar e de potenciar potenci ar o talento de muitas crianças e jovens. Segundo, o crescimento do número de alunos a frequentar o ensino especializado da Música nos regimes integrado e, sobretudo, articulado, que reforça a hipótese de prosseguimento de estudos a nível secundário.
Evolução da distribuição dos alunos por níveis de ensino ao longo dos três últimos anos lectivos
Secundário
“A aposta nos regimes integrado e articulado foi essencial para criar condições para o aumento da frequência do ensino da Música”
02
A missão e os aspectos organizativos do ensino especializado da Música foram objecto de aprofundada reflexão no Estudo de Avaliação do Ensino Artístico, apresentado em 2007, que possibilitou conhecer, conhecer, com maior clareza, a sua realidade, os problemas com que se debatia e apontar caminhos. Ao espaço de reflexão e de debate, sucedeu um conjunto de reformas que permitem, hoje, dar conta de uma série de progressos muito significativos. A aposta nos regimes integrado e art iculado foi essencial para criar condições para o aumento da frequência deste ensino, constituindo-se como condição fundamental para o crescimento do número de jovens com formação de base sólida e interesse em prosseguir estudos de Música ao nível do ensino secundário. O alargamento das oportunidades de acesso ao ensino especializado da Música teve um impacto muito significativo. O número de alunos registou um crescimento de cerca de 70%, passando de 17 282 estudantes, no ano lectivo 2007/2008, para 29 645, no presente ano lectivo. Esta subida subida,, que corres corresponde ponde a um acrésci acréscimo mo de 94% nas Iniciaç Iniciações ões e de 78% no ensino básico em regime articul articulado ado e integr integrado, ado, reflect reflecte e duas realidades igualmente relevantes. Boletim dos Professores 18
2150 2812 1852
Básico 10 174 13 977 18 139
Iniciações 4958 8987 9654
Ano lectivo de 2006/07 Ano lectivo de 2008/09 Ano lectivo de 2009/10
Até à consagra consagração ção desta aposta, predomin predominava ava o regime de frequênc frequência ia supleti supletivo, vo, no qual as soluções adoptadas remetiam para contextos de frequên frequência cia em que a compone componente nte especial especializada izada dos currícul currículos os surgia como um acréscim acréscimo o de horas de estudo, insuficientemente articulada do ponto de vista curricular, e pouco coordenada ao nível pedagógico e da organização de horários. O regime integrado – correspondendo à frequência de todo o currículo na mesma escola – era praticamente residual, sendo minoritária a frequência em regime articulado, que prevê a coordenação entre as duas escolas responsáveis pelo conjunto do currículo. Abril 2010
70% Correspondendo a uma duplicação, para 50 milhões de euros, do investimento canalizado para esta via de ensino, a expansão registada beneficiou com a introdução do mecanismo de financiamento por custo/aluno às escolas do ensino particular e cooperativo, no âmbito do ensino especializado da Música, permitindo tornar mais eficazes e tran transp spar aren ente tess as reg regra rass apli aplica cada dass a esta esta re rede de.. No plano curricular curricular,, constituiu um passo decisivo a entrada em vigor do novo plano de estudos para os Cursos Básico Básicoss de Música Música,, que concre concretizou tizou a aplica aplicação ção de um conjun conjunto to de princí princípios pios de importância decisiva para promover o acesso e valoriz valorizar ar a qualida qualidade de das aprend aprendizagen izagens. s. Destacamos a adopção de um tronco curricular comum a todos os regimes de frequência, a integração e a racionalização num mesmo currículo das componentes de formação geral e da formação vocacional, com a valorização desta última, e a atribuição de maiores margens de auton au tonom omia ia às às esco escola lass ao nív nível el da da gest gestão ão cur curri ricu cula larr. Ao mesmo tempo, o reconhecimento da experiência e das competências dos docentes do ensino especializado da Música com pelo menos dez anos de experiência, dispensando-os da realização da profissionalização em serviço, bem como a criação de condições para a sua integração nos quadros de escola entretanto criados, constituíram passos fundamentais para valorizar o seu trabalho e dar condições de estabilidade motivadoras da melhoria dos desempenhos individuais. A introdução de um quadro regulador da contratação de professores para as disciplinas de formação artística do ensino especializado da Música constitui outro importante passo neste âmbito.
corresponde ao aumento do número de alunos em 2007/2008
Mas esta Mas estass alte altera raçõ ções es não não sur surge gem m isol isolad adas as.. O project projecto o Orquest Orquestra ra Geração Geração,, que reúne a parceria de autarquias, associações comunitárias e empresas, entre outras entidades, e envolveu no seu arranque o Agrupamento de Escolas Miguel Torga, na Amador Amadora, a, e a Escola Básica de Vialonga, em Vila Franca de Xira, representa outro import importante ante passo na valori valorização zação do ensino da Música no nosso país. Abrangendo já mais de 500 crianças e jovens em situação de maior vulnerabilida vulnerabilidade de educativa e social, este projecto utiliza o ensino da Música como estratégia de apoio à sua integração. Inspir Ins pirado ado em em projec projectos tos posto postoss em práti prática ca noutro noutross países, nomeadamente na Vene Venezuela, zuela, o projecto Orquestra Geração tem suscitado entusiasmo junto da comunidade escolar mas, também, das instituições que trabalham na área da inclusão social. A aposta que continuará a ser feita no seu desenvolvimento contribuirá, seguramente, para que a Música faça parte da formação de cada vez mais crianças e jovens. Todas estas mudanças, de grande alcance, contribuíram para transformar transformar,, de forma muito significativa, esta área do ensino e para criar uma dinâmica que permite dar a Portugal uma renovada ambição neste domínio. Paulo Feliciano Vice-presidente da Agência Nacional para a Qualificação
Evolução do n. º de alunos no ensino especializado da Música ao longo dos últimos três anos, segundo o regime de frequência
16 000 14 000 12 000 Iniciações
10 000 8 000
Articulado/Integrado
6 000
Supletivo
4 000 2 000 0
2006/07
2008/09
Março 2010
2009/10
Boletim dos Professores 18
03
Rui Vieira Nery fala da importância da aprendizagem da Música para o desenvolvimento de diversas competências, apresentando o projecto Orquestra Geração enquanto oportunidade de aprendizagem musical e de integração escolar. Qual a importância da aprendizagem da Música desde idades precoces? A Música tem um papel importantíssimo no crescimento integral das crianças, não só pelo prazer que a experiência musical pode proporcionar,, mas também pelo potencial para proporcionar estimular capacidades que ultrapassam essa dimensão da fruição. O ensino da Música em idades precoces facilita a aprendizagem de estruturas de linguagem mais complexas, o desenvolvimento de um raciocínio matemático mais fluente e, ainda, a sensibilização a outras formas de expressão artística e cultural. Em que medida o ensino da Música é fundamental para desenvolver competências essenciais a um cidadão do século XXI? Estive num congress congressoo em Hamburgo sobre educação cultura cultural,l, em que ouvi o president presidentee de uma grande empresa alemã dizer que o ensino não deveria ser centrado nas tecnolog tecnologias, ias, uma vez que, por um lado, essa aprendiz aprendizagem agem pode ser realizad realizadaa nas empresa empresass e, por outro, porque as tecnolo tecnologias gias estão sempre a mudar, fazendo com que aquilo que se ensina esteja constantemente constant emente a ser ultrap ultrapassado. assado. Em vez disso, recomendava recomend ava que se ensinass ensinassee as crianças a pensar, a identifi identificar car problem problemas as e a inventar soluções novas para esses problema problemas. s. Os desafioss do mercado de trabalho e, de uma desafio
forma mais ampla, da cidadania implicam o desenvolvimento da criatividade, que é estimulado pela vivência musical. Também contribui para desenvolver a capacidade de trabalhar em grupo? Muito embora tenha uma componente individual que não pode ser subestimada - porque a qualidade do conjunto depende da soma das qualidades dos seus membros - , a aprendizagem da Música tem uma dimensão de partilha que é essencial. Quando se faz Música em conjunto, dependemos uns dos outros, o que cria um sentimento de responsabilidade colectiva com consequências significativas na construção da cidadania. Como deve realizar-se a aprendizagem da Música? É preciso distinguir entre duas vertentes da formação musical: a vertente da experiência musical para todos, que permite a todas as crianças o contacto com a Música, independentemente de nem todas virem a ser músicos profissionais no futuro, e a componente de formação vocacional para os alunos que se sentem mais atraídos por esta área. É importante que a fronteira entre estes terrenos seja flexível e que permita ziguezagues: não é obrigatório que uma criança que começou a estudar piano venha a ser pianista, a dada altura pode achar que prefere ser engenheira bioquímica.
Como pode organizar-se a escola para assegurar formação musical a todos? Na formaç formação ão de um profes professor sor generali generalista sta há uma componente compon ente musica musical,l, mas, no caso de este não se sentir vocacio vocacionado, nado, a forma formação ção musica musicall pode ficar a cargo de um profi profissional ssional mais especializado especia lizado,, que pode dar assist assistência ência a várias turmass do 1.º ciclo, através de módulo turma móduloss itinerantes itiner antes ou do sistem sistemaa de monodo monodocência cência coadjuvada. coadju vada. É possí possível vel tirar partid partidoo do tempo destinado destin ado às activid actividades ades de enriquec enriquecimento imento curricular curric ular ou, ainda, generali generalizar, zar, a nível naciona nacional,l, projectos projec tos já exist existentes entes nalguma nalgumass escola escolas, s, como é o caso da Orquestra Geração. Quais as linhas mestras do projecto Orquestra Geração? O project projectoo Orquest Orquestra ra Geração é uma experiê experiência ncia bem-sucedida, bem-s ucedida, que já vai no terceir terceiroo ano e abrange mais de 500 crianças crianças.. Este project projecto, o, que começou com duas experiências-piloto, no Casal da Boba, na Amadora, e em Vialonga, em Vila Franca de Xira, inspiro inspirou-se u-se num modelo desenvolvido desenvol vido na Venezuela, a partir dos anos 70, pelo maestr maestroo José Antóni o Abreu. Este maestr António maestroo pegava num grupo de criança criançass oriundass dos bairro oriunda bairross perifér periféricos icos de Caracas Caracas,, com probl problemas emas de inserçã inserçãoo social, e punha-as imediatamente imediat amente a tocar as primeiras notas. O modelo parte basicamente basicam ente da ideia de que não é preciso passar não sei quantos anos a estuda estudarr fechado numa sala para aprende aprenderr a tocar um instrumento: instrum ento: pode fazer-se a iniciaç iniciação ão em simult sim ultâne âneoo com a prática prática da música música de conju conjunto nto.. Qual o impacto deste projecto nas crianças? O progresso das crianças foi notório, ao princípio não tanto do ponto de vista da qualidade musical, mas sobretudo ao nível da integração escolar escolar.. Apercebemo-nos logo de coisas extraordinárias, tal como observei em Casal da Boba, onde crianças inicialmente com problemas de socialização demonstravam grande alegria, entusiasmo e prazer a tocar na orquestra! Chega a ser comovente vê-las no palco, sentadas, com uma atenção enorme, a olhar umas para as outras, à espera do momento em que vão começar a tocar tocar.. A participação no projecto, com a subida ao palco, é sentida por estas crianças como uma valorização, que reforça a sua auto-estima e as faz sentir parte de um projecto comum.
É possível pensar em generalizar a Orquestra Geração a nível nacional? O Ministério da Educação criou um grupo de trabalho para desenvol desenvolver ver o projecto Orquestra Geração, presidido por mim, que integra o professor António Wag Wagner ner Diniz, antigo director da Escola de Música do Conservató Conservatório rio Nacional, que foi o impulsiona impulsionador dor e responsáv responsável el pedagógic pedagógicoo do projecto, e a professora Maria José Artiaga, da Escola Superior de Educação de Lisboa, que tem uma grande experiênc experiência ia de reflexão sobre formação musical. A ideia é pensarmos num modelo geral de expansão do projecto à escala nacional nacional,, sendo que esse modelo tem de ser bem definido para poder ser coerente no seu todo, e suficientemente flexível para se aplicar à realidade específica de cada área de implantaçã implantação. o. A intenção é que, em cada zona do país, haja a possibilidad possibilidadee de cruzamento entre o agrupament agrupamentoo de escolas, a autarquia e as valênci valências as musicais locais. Como proceder à generalização do projecto? Pensa ensa-se -se que possa arran arrancar car fase faseadame adamente, nte, a níve nívell experimen expe rimental, tal, no próxi próximo mo ano lectivo, lect ivo, nalg nalguns uns loca locais is do país. A gene generali ralizaçã zaçãoo será progr progressi essiva va e asse assegurad guradaa com a preoc preocupaç upação ão de garan garantir tir a qual qualidade idade musi musical cal e peda pedagógi gógica ca do proje projecto, cto, sem desvirtua desv irtuarr a sua essên essência. cia. Julg Julgoo que, na fase expe experimen rimental, tal, era importante seleccionar zonas diversifi dive rsificada cadas, s, que permi permitisse tissem m testa testar r diversos dive rsos model modelos, os, tanto em gran grandes des cent centros ros urba urbanos, nos, com mais recu recursos, rsos, como em zona zonass de inte interior rior,, com menoss recu meno recursos. rsos. O objec objectivo tivo é ensa ensaiar iar difer diferente entess resp re spos osta tas, s, ade adequ quad adas as a cont contex exto toss dist distin into tos, s, par paraa poder replicar o modelo em situações idênticas. Quais as expectativas do grupo de trabalho? Não estamos à espera de milagres musicais, de um momento para o outro, nem que de repente apareçam 100 orquestras sinfónicas topo de gama. Pensamos numa sementeira que vai produzindo os seus frutos gradualmente gradualmente,, mas com exigência exigência,, para corresponder aos objectivos definidos para cada fase. A partir do momento em que estas sementes forem lançadas e começarem a dar os primeiros resultados, é possível pensar em mecanismos de crescimento que contribuam para a expansão do sistema, em primeiro lugar através da progressão natural das crianças envolvi envolvidas das e, em segundo lugar lugar,, através da expansão do número de crianças abrangida abrangidass em cada local. Acho que é um projecto entusiasmante!
ORQUESTRA GERAÇÃO 1
Um projecto que cresce com os alunos A Orquestra Geração de Vialonga, em Vila Franca de Xira, integra novos ciclos de escolaridade, à medida que os alunos transitam de ano. Em quatro anos, passou de 25 para 150 crianças.
“O regime integrado, com uma carga horária de Música idêntica à de um conservatório, permite que os alunos tenham as aulas do ensino regular e de Música num mesmo espaço”
06
“Vamos lá, meninos! Estão todos prontos?”, pergunta o professor de Música, Jónatas Ferreira, enquanto levanta os braços no ar ar,, preparando-se para dar início às suas funções de maestro, no palco do Centro Comunitário de Vialonga. “Sim!”, respondem em coro os alunos que tocam instrumentos de cordas na Orquestra Geração da Escola Básica de Vialonga, enquanto dão uma últitima úl ma ol olha hade dela la à pau pauta ta qu quee têm têm à sua sua fr fren ente te.. Quando os instrumentos de cordas já estão mais à vontade no ensaio, entram em cena os colegas com instrumentos de sopro, oboés, clarinetes, fagotes e flautas, para se lhes virem juntar os alunos da percussão, transportando pratos, bombos e tímpanos, fazendo com que a orquestra fique, finalmente, completa. “Tudo “T udo em silêncio! Muita atenção, não quero ninguém distraído! É a primeira vez que vamos juntar esta peça com os colegas da percussão e do sopro”, chama a atenção Jónatas Ferreira, antes de propor o ensaio por grupos de instrumentos, até chegar ao tão desejado “Tutti!”. “Isto não é fácil, mas estão a fazer um óptimo trabalho”, salienta o professor professor.. E incentiva: “Ainda há desafinações, têm de ensaiar mais para continuar a melhorar.” É precisamente o que os alunos fazem a seguir ao ensaio da Orquestra Geração: continuar Boletim dos
Professores 18
a trabalhar. trabalhar. De um momento para o outro, todos os espaços do Centro Comunitário de Vialonga são aproveitados para as aulas individuais de instrumento, criando um cenário auditivo surpreendente, próprio de uma escola de Música, onde todos estão a aprender em simultâneo, cada qual o seu instrumento. Atrás de cada porta, existe sempre um novo mundo: numa das salas, João Pedro, de 11 anos, ensaia os primeiros sopros numa tuba quase maior do que ele, que escolheu por ser “fora do normal”, enquanto Inês, de 10 anos, no interior da régie, toca fagote, instrumento que considera “mais engraçado do que os outros”. Nout No utra ra sa sala la,, Rúb Rúben en,, Leo Leona nard rdoo e Da Dani nilo lo,, ent entre re os 10 e os 12 anos, apostam no ritmo dos instrumentos de percussão, que ainda ecoam no espaço onde Cíntia e Andreia, de 11 anos, estudam contrabaixo, atentas às explicações do professor professor,, que demonstra como devem ser colocados os dedos nas cordas do instrumento. Além destas aulas individuais, com a duração de 45 minutos por semana, os alunos do 2.º ciclo que frequentam o regime integrado de Música têm 45 minutos de naipe, dois tempos de formação musical e três de orquestra, um de 90 minutos e outro de 45. O regime integrado, com uma carga horária de Música idêntica à de um conservatório, permite que os alunos tenham as aulas do ensino regular e as aulas de Música num mesmo espaço, com a vantagem de rentabilizar o tempo e evitar constantes deslocações entre escolas com diferentes valências. Abril 2010
Armandina Soares, directora do Agrupamento de Escolas de Vialonga e impulsionadora do projecto, faz questão de frisar: “Fomos a primeira escola pública com regime integrado. Os nossos alunos saem do ensino básico com uma qualificação correspondente ao 5.º grau do conservatório.” À conquista de novos patamares Depois de um arranque que não foi fácil, no ano lectivo de 2005/2006, em que Armandina Soares teve de aliar a teimosia à persistência para colocar violinos nas mãos de 25 crianças, esta iniciativa, que inicialmente poderia parecer uma utopia, foi em frente, contando com o apoio do Ministério da Educação e com patrocínios, da Central de Cervejas, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Câmara Municipal e do Governo Civil de Vila Franca de Xira. Dois anos depois, a iniciativa foi integrada no projecto Orquestra Geração, da Escola de Músicaa do Conse Músic Conservatór rvatório io Nacio Nacional, nal, o que permit permitiu iu o au aumento do do nú número de de crianças en envolvidas
e o alargamento do tipo de instrumentos tocados. Já com o naipe de cordas completo, em 2008/2009, a orquestra passou a incluir sopros de madeira, como oboés, clarinetes, flautas transversais e fagotes, e instrumentos de percussão, que abrangem aquilo a que Jónatas Ferreira chama “uma panóplia de tudo o que é de bater.” Neste ano lectivo, a orquestra passou a integrar todos os instrumentos, com a entrada dos sopros de metal, trompas, trompetes, trombones e tubas, e conta com 20 professores e 150 alunos, dos 1.º e 2.º ciclos, propondo-se acompanhar o seu crescimento e aprendizagem musical quando transitarem para o 3.º ciclo. Mas os planos não ficam por aqui. Armandina Soares tem uma nova cartada na manga, já estando a pensar na oferta do curso profissional de Música, que dê resposta aos alunos quando chegarem ao 10.º ano. “Assim Assim,, aqueles que quiser quiserem em podem prosse prosseguir guir os estudos de Música no ensino superior”, destaca.
Quatro alunos, quatro anos depois…
2006 2 0 01 0 20 10
2 0 06
David, Ângela, Gonçalo e Sílvia pertenceram ao grupo de 25 crianças que, há quatro anos, começou a tocar violino no Agrupamento de Escolas da Vialonga. Então no 2.º ano de escolaridade, viram crescer o projecto e hoje fazem parte da Orquestra Geração. Agora com 11 anos, falam da importância que esta oportunidade tem tido nas suas vidas e fazem planos para o futuro.
“Gosto de tocar e quero continuar na orquestra. Gosto das aulas de violino e de tocar na orquestra.”
“Gosto de ter sido escolhido para tocar um instrumento. Tenho de estudar, às vezes estou a ver televisão e não me apetece, mas os meus pais lembram-me, porque gostam de me ver nos concertos. Gosto da orquestra porque tenho muitos amigos e gosto de os ver tocar. Quero continuar a tocar e aprender mais… mas gosto mais de trompete.”
ÂNGELA
DAVID
GONÇALO
SÍLVIA
“Em vez de estarmos sozinhos em casa, podemos estar na escola a conviver com os outros e a aprender uma coisa rara. A escola deu-me oportunidade de aprender violino, o projecto foi-se desenvolvendo e formámos uma orquestra. Quero continuar a tocar e tenho de trabalhar, trabalhar, porque vamos dar concertos a outros países.”
“Gosto mais de uma orquestra bem constituída do que só de violinos, porque dá mais som. Aprendi muitas músicas clássicas e acho que também outras. Temos de estudar em casa por causa das audições, os professores dizem-me para continuar continuar,, mas eu ainda não se sei se quero ser actriz ou modelo.”
20 10
2006
Abril 2010
2 0 01 0
2 0 06 Boletim dos Professores 18
07
ORQUESTRA GERAÇÃO 2
À entrada, uma imagem de Adolfo Rocha, normalmente conhecido por Miguel Torga, Torga, dá as boas-vindas a quem chega à escola básica que herdou o seu nome literário. Lá dentro, notas soltas, de vários instrumentos, compõem o projecto Orquestra Geração.
Em 2007, a Escola EB 2,3 de Miguel Torga, na Amadora, foi o primeiro estabelecimento de ensino a aceitar o desafio: constituir uma orquestra, de formação clássica baseada num método de ensino inovador inovador,, oriundo da Venezue Venezuela, la, que adoptou o nome de Orquestra Geração.
Apadrinhado pela Câmara Municipal da Amadora, o projecto veio assentar como uma luva numa escola com uma forte componente musical, que já nos anos 90 organizava o Festival da Canção. Inserid Inseridaa numa escola TEIP TEIP,, esta iniciativa permite ocupar de forma pedagógica os alunos em risco.
João Pereira, director do agrupamento desde Maio de 2009, recorda a apreensão com que a escola integrou o projecto da Orquestra Geração. A iniciativa era arrojada, mas o balanço, ao fim de três anos, é bastante positivo e animador animador.. Alunos e pais aderiram de forma inesperada, permitindo que o grupo inicial de 15 violinos se transformasse numa orquestra, actualmente com 75 músicos, reconhecida a nível nacional e com concertos dados por todo o país. Isabel Elvas, professora de Educação Musical e coordenadora interna da orquestra, dá aulas há 30 anos e reconhece a importância do projecto, dirigido a jovens que têm muito tempo livre e o passam sozinhos. “Eles preferem pr eferem mil vezes estar aqui”, revela. Empenhada na coordenação das actividades da orquestra, a professora acredita que, se os estudantes criarem laços e se familiarizarem com a escola, é mais fácil desenvolverem competências sociais como a amizade, o respeito e a cooperação, o que favorecerá a sua inclusão na sociedade. Além destas funções, Isabel Elvas acumula a formação musical dos alunos, na qual treina a leitura e a parte auditiva, para lhes permitir uma maior concentração na parte técnica quando participam nos ensaios da orquestra. Com um forte espírito de integração, a primeira Orquestra Geração do país não veda a entrada a alunos de outras escolas. Desde que haja vagas, quem estiver interessado encontra a porta aberta. Tendo em conta que toda a parte pedagóg pedagógica ica e artística não é interna, a professora explica que o papel da escola se centra na articulação
curricular com a formação musical, na cedência das instalações e sua manutenção, no contacto com os alunos e no controlo das inscrições. Os concertos vão-se somando e a emoção é elevada à enésima potência quando a professora os vê actuar para uma audiência. “É comovente. É fantástico e muito gratificante. Há ali miúdos com um grande valor”, salienta, assegurando que o facto de sentir a evolução dos alunos a faz pensar que pode fazer alguma coisa por eles. A Orquestra Geração permite que os alunos tenham vivências e sensações diferentes. Como o caso do Luís, com 12 anos, que foi tocar à Bélgica e ficou impressionado por “encontrar um país limpo e sem mendigos, onde as pessoas vivem bem”. Ou como o Marco, que quando to tocca pensa: “Cheguei lo longe!” Cada qual no seu espaço De violino em riste, Milene, 12 anos, ensaia no corredor do bloco B. Franzina, vai treinando nota após nota, para mais tarde se juntar aos colegas da orquestra. Já deu mais de 10 concertos em três anos e confessa: “Fico feliz quando toco.” Quando passou para o 5.º ano, Milene quis aproveitar a oportunidade de aprender violino. “Já tinha o sonho de tocar”, diz. Os ensaios não lhe roubam muito tempo e as aulas da orquestra não a prejudicam nos estudos. Muito pelo contrário, a menina de sorriso simpático está no quadro de honra da escola. Os dias em que não há aulas à tarde são aproveitados para os ensaios da Orquestra Geração. Os professores de instrumento rentabilizam as salas de aula vazias
para prepararem individualmente os alunos, às terças e quartas à tarde, bem como aos sábados. Os trompetes cabem ao professor Daniel Louro. Está há pouco mais de um ano na escola, mas é com diligência e segurança que vai ensinando os seus alunos. À sua frente, Luís, Marco e Cláudio esforçam-se por cumprir as indicações do professor professor.. “Mais forte, Luís!”, incentiva. “Não estás a ouvir nada estranho, Cláudio?”, pergunta. Para ajudar os seus alunos de viola, a professora Sandra Martins entoa notas na sala 14-A. Pacientemente, Pacie ntemente, vai assinalando o que não está tão bem e, quando é preciso, pega no instrumento e exemplifica. O contrabaixo está no andar inferior inferior.. Tatiana dá os os primeiros pa pass ssoos nest stee instr truumento. “Tentamos “T entamos outra vez do lá”, insiste José Augusto. “Lá, si, lá, sol”, entoa o professor para facilitar o trabalho da jovem. No entanto, reconhece que uma das mais-valias do projecto é o trabalho de grupo que permite que os alunos aprendam uns com os outros. Juan Carlos Maggiorani, maestro e professor de violino e de naipe, é ele próprio um produto do sistema venezuelano da Orquestra Geração, que lhe permitiu ser músico e, hoje, dar aulas aos alunos. Foi convidado para integrar integrar,, em Portugal, o projecto que tão bem conhece e acredita que é importante retribuir o que lhe foi dado na Vene Venezuela. zuela. Depois dos ensaios individuais, ao final do dia, violoncelos, violas, violinos, tubas, trombones, trompetes, trompas, flautas e contrabaixos alinham-se em frente ao maestro da orquestra, que os guia, por fim, em uníssono.
ENSINO PROFISSIONAL
A música como forma de vida Crescem a ouvir as suas bandas de eleição. el eição. Vão batucando nas mesas as suas músicas preferidas, até que decidem enveredar pelo ensino profissional da Música, na Metropolitana, em Lisboa, sonhando com o dia em que possam pisar o palco.
Os cursos profissionais de música, que tiveram início no ano lectivo 2008/2009, já contam com 48 alunos distribuídos em 12 turmas do ensino integrado. Dedicam-se às cordas, teclas, sopro e percussão. Assim se vive, na Escola Profissional da Metropolitana. De olhos brilhantes e sorriso envergonhado, Tomás, de 14 anos, é um desses alunos, que está no curso de Percussão da escola profissional. “Era mesmo isto que eu queria!”, justifica, enqu en quan anto to va vaii ens ensai aian ando do um umaa peç peçaa no no vib vibra rafo fone ne.. É, certame certamente, nte, por esse motivo que gosta das aulas e, a cada nota afinad afinadaa e peça bem interpretada interpr etada que vai somando ao longo do tempo, Tomás alimenta o sonho de, um dia, se tornar músico. A prossecução de estudos de nível superior torna-se possível para estes alunos, porque os cursos profissionais de Música da Metropolitana distinguem-se do actual sistema de ensino no Conservatório Metropolitano de Música de Lisb Lisboa. oa. Enquanto estes últimos funcionam no regime supletivo, os cursos profissionais vigoram no ensino integrado, contendo todas as disciplinas necessárias à obtenção da certificação do 10.º ao 12 12.º .º an anoo e qu quee co corr rres espo pond ndem em ao ní níve vell IIIII.I. Marco Fernandes, professor de Percussão há dois anos na EPM, explica que os alunos, para entrarem, com o 9.º ano concluído, fazem uma 10
Boletim dos Professores 18
prova de admissão que consta de uma execução instrumental e outra de formação musical e conhecimento geral de música, para que possam demonstrar as qualidades artísticas e técnicas necessárias para o prosseguimento de estudos profissionais na área da Música. Além das disciplinas gerais, os estudantes dedicam, diariamente, seis horas à prática da Mú Músi sica ca,, e tê têm m ain ainda da os en ensa saio ioss da or orqu ques estr tra. a. “O curso é muito, muito, intensivo, mas tem uma importância enorme para que os alunos não desistam da escola”, remata o professor professor,, que tem oito alunos a seu cargo. O profissionalismo e a meta para a excelência reflectem-se reflect em-se no regime de avaliaç avaliação ão instit instituído, uído, que, no caso da área musica musical,l, se faz atravé atravéss de testes testes,, realiza realizados dos semest semestralment ralmente, e, bem como de provas técnicas e de exames recita recitais. is. Enquantoo se prepar Enquant preparaa para mais uma aula individual, o professor afirma que “alguns são bons alunos, até porque só quem está disposto a seguir uma carreira musical procura estes cursos”. A música está no ar
Tal alve vezz po porr iss isso, o, se sent ntee-se se o gos gosto to pe pela la mú músi sica ca em cada recanto. Toda a escola é música, no sentido literal da palavra. Unidos numa melodia harmoniosa, flautas, trompas, harpas, violinos, Abril 2010
pianos, saxofones, trompetes ou contrabaixos conjugam notas e tons que inundam os corredores e os ouvidos de quem lá passa. Esta envolvênc envolvência ia musical é uma das mais-valias dos cursos profissionais de Música da Metropolitana, uma vez que permite aos alunos um contacto privilegiado com o meio profissional, integrando-os nas actividades da orquestra profissional, como parte da sua formação em contexto de trabalho. César Viana, director pedagógico da EPM, argumenta que estes cursos “pressupõem prosseguimento de estudos a nível superior”, mas, terminados os três anos de ensino que conferem a equivalência ao 12.º ano, estes alunos saem preparados para áreas que não exijam um diploma superior superior,, como maestro de coro, crítico de música, compositor compositor,, animador cultural ou instrumentista em orquestras ligeiras. Com uma visão vanguardista, a Metropolitana dá passos firmes no que se refere à difusão da música fora das suas portas, como salienta Cesário Costa, maestro de formação e presidente da direcção da Metropolitana. Além de iniciativas mais focadas no ensino, a Metropolitana está também envolvida na definição dos planos curriculares do Catálogo Nacional de Qualificações, com o objectivo de tornar mais eficaz o trabalho desenvolvido no campo da música. Com uma vista privilegiada sobre o rio Tejo, a Metropolitana continua a apostar na inovação, recorrendo a uma criatividade invulgar de levar a música às pessoas.
Abril 2010
Dedicação no projecto da Casa Pia
É um project projectoo que surge de um encontro de vontade vontades: s: a Metrop Metropolitan olitanaa disponi disponibiliza biliza os seus profes professores sores e a Casa Pia propo proporciona, rciona, pela primei primeira ra vez neste ano lectivo lectivo,, a iniciaç iniciação ão ao ensino integra integrado do da música a 18 dos seus alunos os.. Têm um plano curricular próprio, adaptado às suas necessidades específicas e à exigência que pauta o trabalho desenvolvido pela Metropolitana. Mas os resultados alcançados têm sido excelentes, no pouco tempo que tem o projecto, prevendo-se a duplicação do número de turmas, já no próximo ano. Para além da importância da formação musical, Cesário Costa sublinha a forte componente social do projecto. “A música pode atingir outros objectivos que não sejam apenas a nível musical.” É por isso que existe a preocupação de incluir os alunos do ensino integrado da Música da Casa Pia nas actividades da Metropolitana. Calmamente, Cesário Costa relata essas actividades. “O concerto do trimestre, em Dezembro, contou com a participação da classe da Casa Pia, e os pais dos alunos também assistiram.”
Boletim dos Professores 18
11
ENSINO ARTICULADO
n h ã... a m e d
De manhã, na Escola Básica Serra da Gardunha e, de tarde, na Academia de Música e Dança do Fundão – são assim os dias de Beatriz, 13 anos, que frequenta o regime articulado do ensino especializado da Música.
Às 12h00, Beatriz está sentada na aula de Área de Projecto, concentrada na tarefa a realizar realizar.. Integrada numa turma dedicada que, neste ano lectivo, funciona no âmbito da reforma do ensino artístico especializado da Música, esta aluna do 7.º ano de escolaridade colabora com co m ent entus usia iasm smoo no no pr proje oject ctoo sob sobre re a Lu Luso sofon fonia ia.. Com o som da música de um gravador colocado num canto da sala como pano de fundo, os alunos aplicam-se a passar a limpo os três poemas de autores lusófonos que escolheram na biblioteca da escola, para os colocarem num estendal de poesia, depois de plastificados, com o objectivo de assinalar o Dia Mundial da Poesia na cidade do Fundão. Esta é uma das propostas desenvolvidas sob a coordenação do par pedagógico constituído por uma professora de Língua Portuguesa da Escola Básica, Alexandra Natário, e pelo director da Academia de Música e Dança do Fundão, João Correia, no âmbito da parceria promovida pelas duas escolas no domínio do ensino articulado da Música. A possibilidade de relacionarem disciplinas do currículo geral e musical é uma das mais-valias apontadas por Beatriz relativamente às alterações introduzidas pela reforma que, na sua opinião, tem outros aspectos positivos: “Antes, andávamos sempre de um lado para o outro, entre a escola e a academia, quer fizesse
... d e e t a r rd e d e
chuva ou sol. Agora, os horários são melhores, temos menos furos e a disciplina de Formação Musical passou a ser dada na escola.” Com esta nova organização dos horários, Beatriz só tem de se deslocar à Academia da parte da tarde, às segundas e quintas para ter aulas de violino, às quartas para cantar no coro e às sextas para ensaiar na orquestra. É o que rela re lata ta,, con confe fess ssan andodo-se se “u “um m boc bocad adin inho ho ne nerv rvos osa” a”,, porque vai ter uma prova de violino nessa tarde que “conta para a nota.” A construção dos horários, realizada em parceria entre as duas escolas, é a ponta visível de uma articulação que vai muito mais longe. “Os alunos não são da escola A nem da escola B – são nossos”, é uma frase que Cândida Brito, directora do agrupamento, costuma dizer, salientando a importância de “colocar os interesses dos alunos acima de tudo.” “Esta articulação permite alargar a mais jovens a possibilidade de começarem a estudar um instrumento aos 10 anos, independentemente do estatuto socioeconómico das famílias”, afirma João Correia. Na mesma linha, a directora do agrupamento refere que a subida do número de jovens a estudar Música se reflecte no aproveitamento escolar escolar,, tornando os alunos “mais disciplinados e atentos”, à medida que desenvolvem “a sensibilidade e a capacidade de trabalho”. Beatriz não se queixa: dá conta do recado, obtendo bons resultados nas aulas de formação geral e de Música, nas duas escolas.
ENSINO ARTICULADO
extracurriculares no 1.º ciclo. Mas nem sempre foi assim. Fernanda Alves, professora de Saxofone do Conservatório do Vale do Sousa, recorda que nos primeiros tempos existiam muitas reticências em relação ao ensino de Música. Apesar disso, 11 alunos do Conservatório prosseguem ainda os estudos de Música no secundário, com intenção de seguir para o superior. Para a obtenção destes resultados, em Lousada, todos os anos o processo se repete: faz-se a candidatura da parceria ao ensino articulado e assina-se o protocolo com o Ministério da Educação, que assegura o patrocínio.
Na Escola EB 2,3 de Lousada e no Conservatório do Vale do Sousa, as pautas revelam sucesso nas notas de Música e das outras disciplinas.
Vozes afinadas: não só no coro de alunos do 5.º ano que ensaia o espectáculo da escola, mas também no coro de professores que aplaudem os bons resultados do ensino articulado. Na Escola EB 2, 3 de Lousada, nos últimos anos, “a taxa de retenção no ensino articulado esteve sempre abaixo de 10 por cento”, revela Filomena Babo, directora, salientando que, em 2007/2008, não se registou nenhuma retenção. Os resultados, melhores do que os das turmas de ensino regular regular,, podem explicar-se por inúmeras variáveis, mas a responsável salienta que os alunos de Música se revelam “mais organizados” organiz ados” e com “níveis de concentr concentração ação mais elevado elevados”. s”. A histór história ia do ensino articu articulado lado em Lousada começa a ser compost composta a em 1999/2000, com o início da parcer parceria ia entre o Conser Conservatóri vatório o do Vale do Sousa e as escolas da região. Na altura altura,, não mais de 10 alunos se matric matricularam ularam na Escola EB 2,3 de Lousada, número distant distante e do recorde de 111 inscrit inscritos os em 2009/2010, mas igualme igualmente nte aquém da média de 62 alunos nos último últimoss cinco anos. Este ano, o Conserv Conservatório atório recebe ainda cerca de 140 alunos de outra outrass escolas da região região,, num total de 250 que frequent frequentam am o ensino articulado. Filomena Babo aponta o “sucess “sucesso o escola escolar” r” como uma das causas para o crescimento, mas relembra que a iniciativa tem beneficiado do trabalho desenvolvido no ensino coadjuvado de Música na educação pré-escolar e das actividades
Quanto aos alunos Quanto alunos,, primei primeiro ro sondam sondam-se -se os encar encarregados regados de educa educação ção e identi identificam ficam-se -se os instrum instrumentos entos prefer preferidos idos dos estuda estudantes. ntes. Estes “vêm já com uma ideia do conhe conhecime cimento nto das aulas de Música que têm no 1.º ciclo” ciclo”,, assinala assina la Rosár Rosário io Va Valinho linho,, profess professora ora de Pe Percussã rcussão o do Conse Conservatóri rvatório o do Vale do Sousa. Mas, para um maior escla esclarecim recimento ento e tomada de decisã decisão, o, o Conse Conservatóri rvatório o desenv desenvolve olve uma seman semana a aberta aberta,, em que os alunos passam pelas salas de vários instrumentos instrum entos para os conhe conhecerem cerem e experi experiment mentarem. arem. Isto não inval invalida ida que existam “instr “instrument umentos os problemático proble máticoss como a guitarr guitarra a e o piano porque há muitos alunos que os querem”, adianta Fernanda Fern anda Alves Alves.. Depois, em período de aulas os alunos dividem o tempo entre o ensino regular e três disciplinas: Formação Musical, Instrumento e Classe de Conjunto.
A Música como opção formativa Essencial para o aperfeiçoamento da sensibilidade artística e com repercussões positivas no percurso escolar escolar,, a aprendizagem musical tem duas componentes: uma que permite o contacto das crianças com esta área artística (formação geral) e outra dirigida às que pretendam uma formação especializada. ENSINO REGULAR Educação pré-escolar e 1.º ciclo A formação musical fica a cargo do educador de infância ou do professor do 1.º ciclo. Pode ser reforçada através do regime de monodocência mo nodocência coadjuvada, coadjuva da, das activid actividades ades de apoio à famíli famíliaa (pré-escola (préescolar)r) e de enrique enriquecimento cimento curric curricular ular (1.º ciclo). 2.º ciclo Da responsabili responsabilidade dade de um professor com formação específica na na área, a disciplina de Educação Musical tem te m a car carga ga ho horá ráririaa de de trê trêss tem tempo poss sem seman anai ais. s. ENSINO ESPECIALIZADO DA MÚSICA Além da educação artística, que se destina a todos os alunos, existe a possibilidade de seguir um ensino mais especia especializado lizado na área da Música, desde o 1.º ciclo do ensino básico até ao ensino secundá secundário, rio, nas esc escol olaas qu que ad aderi rire rem m a es este titippo de de en ensi sinno. 1.º ciclo A formação começa com as Iniciações, que podem integrar as componentes de Formação Musical, Instrumento e Classes de Conjunto. 2.º e 3.º ciclos O ensin ensinoo prosse prossegue gue com o Curso Básic Básicoo de Músic Música, a, que se se de desdobra em em trtrês ár áreas se se fo formação:
• Fo Forma rmação ção ger geral al – Inc Inclui lui as dis discip ciplin linas as com comuns uns,, com comoo a Lín Língua gua Portu ortugue guesa sa ou a Mat Matemá emátic tica. a. Em alg alguns uns anos de escolaridade, os alunos têm uma ligeira redução de horário em determinadas áreas curriculares (como Línguas e Estudos Sociais, Educação Educa ção Artísti Artística ca ou Estudo Acompa Acompanhad nhado), o), que reverte rever te a favor das discip disciplinas linas de formaç formação ão vocac vocacional ional.. • For Forma maçã çãoo voc vocac acio iona nall – Vi Visa sa de dese senv nvol olve verr os os conhecimentos específicos na área da música. Inclui a disciplina de Oferta de Escola e as de Formação Musical, Instrumento e Classes de Conjunto (Coro, Música de Câmara e Orquestra); • Áreas curricu curriculares lares não discipl disciplinares inares – Abrange Abrangem m a Formação Cívica e a Área de Projecto, com o obje object ctiv ivoo de de con concr cret etiz izar ar tr trab abal alho hoss de de nat natur urez ezaa artística. Ensino secundário A aprendiz aprendizagem agem tem continu continuidade idade com os cursos secundários secund ários ou complem complementares entares de Música e com os cursos profissionais. Existe uma maior diversidade de disciplinas nas componentes de formação específica e vocacional, que varia de de acordo com o cu curs rsoo es esco colh lhid idoo pe pelo loss es estu tuddantes es..
Modalidades de frequência do ensino especializado da Música
O ensino artístico especiali especializado zado da Música oferece aos jovens três modalidades: regime integrado e regime articulado (que contam, em conjunto, com 14 414 alunos), e regime supletivo (5577 matrículas). matrículas). Regime integrado – Os alunos frequentam o currículo geral e o currículo do ensino artístico especializado especializado da Música, incluídos na mesma turma (chamada turma dedicada), tendo todas as componentes desse currículo (geral, vocacional e áreas curriculares não disciplin disciplinares) ares) no mesmo estabelecimento estabelecimento de ensino. Regime articulado – Integrados em turmas dedicadas, os o s alunos têm a formação vocacional numa escola de Música e a formação geral numa escola de ensino regular. regular. A articulação entre as duas escolas prevê a construção conjunta de horários, a inclusão dos professores dos dois estabelecimentos no conselho de turma e o lançamento das classificações dos estudantes na mesma pauta. Regime supletivo – Os alunos frequentam as disciplinas do ensino artístico especializado numa escola de Música, seguindo os currículos dos cursos do ensino básico ou do ensino secundário num estabelecimento de ensino regular. regular. Não havendo articulação entre as duas escolas, os estudantes não beneficiam da redução de horário na componente de formação geral, nem da articulação na construção de horários. Neste caso, o desfasamento entre o ano de escolaridade e o grau de música frequentados não pode ser superior a dois anos.
Esta publicação é impressa em papel reciclado