DISCENTE: Sidney
Felipe da Silva Junior.
DISCIPLINA: Teoria
antropológica I.
RESENHA
Frazer inicia a obra falando sobre a deusa Diana, da aldeia al deia de Nemi, a qual possuía um templo especifico no local e também um rei do bosque, que era um sacerdote que protegia uma determinada arvore, dia e noite e que era considerado rei. A representação de Diana, além de algumas possíveis, segundo o autor era também a representação de Artêmis, a virgem caçadora para os gregos. O Seu sacerdote era a representação da divindade Vírbio, que para os gregos seria o herói Hipólito, que acompanhava Artêmis nas caças. Hipólito era casto e rejeitava as mulheres, fato que afetara a Afrodite, que lança sobre sua madrasta um incontrolável amor, que depois de ser rejeitada, levantou uma série sér ie de acusações falsas sobre ao seu pai, Teseu, que pediu a Poseidon que o vingasse. Teseu fora atendido e o filho fora pisoteado pelos cavalos que o carregavam, pelo aparecimento de um touro na costa em que ele passava. passa va. Artêmis/Diana em amor ao jovem, j ovem, fez com que o médico Esculápio o trouxesse a vida e o levou à Nemi, onde o confiou a ninfa Egéria, para que vivesse ali sob o nome de Vírbio. Explicações à parte, daí então Frazer traça um panorama entre magia, religião e os cultos destinados a Diana. Ele relaciona as ofer endas que são feitas à deusa, assim com a Hipólito/Vírbio, com os tipos de magias e necessidades das pessoas que as faz iam, assim como os costumes das pessoas que viviam ao redor dos templos, como o caso do sacerdote rei que defendia a arvore no bosque de Nemi, a falta de cavalos no mesmo lugar devido a forma como Hipólito fora executado. Em relação a Diana, as oferendas eram feitas de diversas formas, pois além de ser a deusa da caça em si, era também símbolo de fertilidade e de castidade, o que fazia com que os fiéis lhe fizessem oferendas em função de boas colheitas, da multiplicação dos teus rebanhos, da fertilidade das mulheres, de uma gravidez tranquila, uma infinidade de possibilidades, cada qual com seu aspecto especifico e sua forma especifica de atuação. No segundo capitulo, Frazer explica a ligação do sacerdote com o título de rei e porque no ritual de substituição subst ituição desse sacerdote, o suposto candidato deve arrancar um ramo de uma arvore especifica, identificado como ramo de Virgílio e só assim poder desafiar o atual sacerdote/rei e derrota-lo, com a morte e tomar o seu lugar. Ele explica
que a associação do nome sacerdote ao nome de rei vem de longa data, pelo oficio que os sacerdotes tomam em determinadas culturas de sacrifício e manipulação dos rituais sagrados em função do bem da comunidade. Por isso, ganham importância suficiente a ponte de serem intitulados reis. Esse fato ele retoma nos capítulos posteriores, onde explica as formas de magia que estavam em vigência. No capítulo 03, o autor tenta traçar, assim como o nome já diz, os princípios da magia, resgatando as duas formas de magia usadas. Basicamente elas se dividiam em magia homeopática e magia por contágio. A magia homeopática era baseada na lei da similaridade, onde o mago que a usava acreditava que poderia produzir qualquer efeito desejado imitando-o, das mais inúmeras formas e os princípios dessa lei se manifestam ainda hoje na homeopatia usada na cura das pessoas pelas pastorais. A magia por contágio, por sua vez, opera pela lei do contágio, onde o mago que a pratica acredita que todas as ações praticadas sobre um objeto que era de posse de uma determinada pessoa, surtirão efeito na mesma. Para tanto eles devem se valer de algo que tenha sido de posse intima da pessoa, como cabelos, unhas, vestes, pegadas e uma infinidade de coisas. O mais importante de tudo isso é que o autor expressa que ambos os tipos de magia eram usados em detrimento tanto do bem como do mal, em função da sociedade, o que propiciava as vezes aos magos o título de rei, justamente pelo bem feito a comunidade. Explica também algumas questões como ordens de organização do espaço onde habitam, limpeza, a função de determinados itens das moradias, o cultivo de determinadas plantas e a criação de determinados animais, pois eram fatores que influenciavam significativamente nas questões magicas. No quarto capitulo o autor evidencia outra função da magia, sendo ela de uso para o controle das condições climáticas. Os sacerdotes/magos se usavam da magia de diversas formas, para o benefício ou não da população, o que poderia ser feito também com as condições climáticas como a chuva. Na falta ou no excesso de chuva, essas pessoas eram convocadas a atuarem de forma a que pudessem melhorar a qualidade de vida das pessoas ou infligir algum tipo de dano a determinadas localidades, seja pela estiagem ou pelo excesso de chuvas. Se pensarmos que a agua das chuvas mantinha a vida nas comunidades, irrigando as plantações e enchendo os rios, pessoas que pudessem ter o controle sobre ela, ganhavam notoriedade significativa, ao ponto de serem classificados como reis, como já fora dito. Mas essa função também tinha seus pesares, pois se o
controle das chuvas não era bem-sucedido pelo sujeito, ele poderia ser sacrificado em prol de fazer as pazes com o deus da chuva, cada cultura com o seu especifico. De toda forma, a primeira parte de o ramo de ouro é imprescindível para que possamos observar o olhar do etnógrafo sobre as crenças de determinadas culturas, a pesar do fato de Frazer nunca tê-las visitado, ainda assim, é um importante instrumento para observar como se dá o olhar do etnógrafo, principalmente nessa escola evolucionista.