Seminário Presbiteriano Renovado – Brasil Central Aluno: Yuri Ferreira Guimarães Esc.: 22 Disciplina: Ética Cristã Professor : Pr. Diony Henrique Dias Resenha do livro: “Dando um Jeito no Jeitinho” Bibliografia: REGA, Lourenço Stelio. Dando um Jeito no Jeitinho: Como ser ético sem deixar de ser brasileiro. 1º ed. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2000. p. 243. Lourenço Stélio Rega é Bacharel e Mestre em Teologia com especialização em Ética, extensão Pedagógica do Ensino Superior, pós graduado em Administração de Empresas (Análise de Sistemas), é licenciado em Filosofia e Mestre em Educação, e doutor em Ciências da Religião. Atualmente é diretor da faculdade Teológica Batista de São Paulo e reside na cidade de São Paulo. Este livro surgiu do desenvolvimento de sua Dissertação do Mestrado em Teologia com especialização em Ética. Esta idéia veio sendo na mente do autor desde a sua juventude quando, este trabalhava na área contábil e via como as pessoas gostavam de dar um jeitinho no imposto de Renda. Vemos no desenvolver deste livro que o autor foi influenciado por vários sociólogos no desenvolvimento deste livro, dentre os quais podemos destacar em especial o sociólogo Roberto DaMatta. Seu trabalho tem como objetivo nos informar e trabalhar o jeitinho na sociedade e também mostrar a sociedade este fenômeno pois foi observado pelo autor que há poucas obras que falam a respeito deste aspecto cultural que é fortemente difundido em nossa sociedade. Este livro tem como premissa falar a respeito do famoso “jeitinho brasileiro”, e seu desenvolvimento acontece desta forma: Na parte um deste livro vemos uma lista de livros que falam a respeito do “jeito”, juntamente com uma rápida apresentação de fatores sociais específicos do brasil que contribui com o fenômeno do “jeito”. Na parte dois deste livros vemos um definição do que vem a ser o “jeito”, seguido do que vem a ser este fenômeno, e falando também sobre os hábitos que o “jeito” gera na sociedade, hábitos estes como desrespeitar uma regre caso haja a oportunidade de dar um “jeitinho”. Na parte três deste livro destaca o que há de bom no fenômeno do “jeito” como a “inventividade e criatividade” que envolve o jeito e as pessoas que dão um “jeito”, bem como a ajuda que pode-se dar a alguém através do “jeito”. Na parte quatro, é destacado o lado negativo do “jeito”, onde se observa que muitas vezes o “jeitinho” quebra regras ou leis, alem de ser usados muitas vezes em beneficio próprio, destacando o egoísmo e o beneficio próprio, o imediatismo e a tendência a corrupção como um agente e causa do “Jeitinho”. Na parte cinco nos apresenta os “dilemas éticos envolvidos no jeito”, como por exemplo, se devemos ou não transgredir leis falhas através do jeitinho, ou a questão de que o jeitinho esta se tornando algo comum gerando um descaso, corrupção e impunidade por parte da sociedade, alem do dilema a respeito de usar o “jeitinho” como forma de sustento. Na parte seis vemos as primeiras declarações sobre o cristianismo e a ética do “jeito” onde inicialmente começa a apresentar a igreja como solução para o “jeitinho” e
continua nos apresentando como reagir quando estamos em situações limite, alem de nós apresentar o conceito ético da “ética temporal ascendente” (ETA). Esta parte nos apresenta um pensamento hierarquista ético. Na parte sete relaciona muitas informações vistas até agora e para dar um parecer sobre como deve ser a conduta cristã em dilemas éticos e respostas ou propostas de reação aos dilemas éticos geralmente apresentados perante os cristãos. Na parte oito vemos uma conclusão onde toca novamente no comportamento cristão em dilemas éticos, incitando a ter uma conduta ética perante os homens e apresenta esta conduta como uma forma de evangelização e mudança de vida e sociedade. Defende novamente o uso do ETA em situações limite para o cristão e termina declarando que há como resolver o fenômeno do “jeito”, mas precisamos nos desafiar a mudar a nossa atitude. As principais teses desenvolvidas neste livro são: o conceito do que é o jeitinho (págs. 47-49); o jeito na sociedade (págs. 57, 65, 69, 78, 86, 113); o cristão e o jeito (págs 131, 132, 143, 145, 159, 171, 177, 183, 194-195, 201). Poderia dizer que achei este livro muito interessante pois mostra como o jeito esta incluso no dia-a-dia do brasileiro, bem como este se utiliza deste fenômeno para principalmente se sustentar e como ele pode infelizmente ser usado de forma egoísta e para corrupção e salvaguarda de pessoas com poderes legislativos. Em relação ao cristianismo e o jeitinho, achei as propostas relativamente fracas, mesmo porque o sistema apresentado, o ETA, se utiliza de ações anti-éticas mesmo que prevendo agir posteriormente de forma ética. Ao final deste livro achei melhor aderir ao hierarquismo que é apresentado rapidamente na parte seis do livro, pois assim pelo menos posso agir de forma que não considero anti-ética mas de forma hierárquica seguindo o que considero ser a regra maior de ação. Concluindo não achei validas todas as respostas de saída ética para os cristãos apresentadas neste livro, pois consideram o ETA como uma forma de reagir em ultima instancia, contudo de forma ilegal perante a lei.
