ADORNO, ADORN O, The Theod odor. or. Di Discu scurso rso so sobre bre lí líric rica a e soc socied iedade ade.. In.: LIMA, Luiz Costa (org.). Teoria da literatura e suas fontes. Rio de a!eiro" #ra!cisco Al$es, %&'. Discurso sobre lírica e sociedade
(Resenha do texto) Adorno inicia chamando a atenção para a aparente incompatibilidade entre duas instâncias instâncias tão distintas (a essência essência lírica e a vida social), dizendo: dizendo: !rata" se de manusear o #ue h$ de mais delicado, de mais %r$&il, de p'"lo em contato ustamente com a#uela roda"viva da #ual preservar"se intacta %az % az parte do ideal da lírica, pelo menos no sentido tradicional* +bserva no entanto, #ue a re%erência ao social na poesia lírica (excluídos os exa&eros) revela al&o de essencial, e conduz ao seu &rau de sentido mais pro%undo: ois o conte-do de um poema não . mera expressão de emoç/es e experiências individuais elo contr$rio, estas s0 se tornam artísticas #uando, exatamente em virtude da especi%icação de seu tomar"%orma est.tico, ad#uirem participação no universal* 1xplica Adorno #ue não se trata de esperar #ue o poem poemaa líri lírico co ex expr pres esse se a#ui a#uilo lo #ue #ue todo todoss vive vivenc ncia iam, m, mas mas o mer& mer&ul ulho ho no individuado eleva o poema lírico ou universal por#ue p/e em cena al&o de não des%i&urado, de não captado, de ainda não subsumido, e desse modo anuncia, por antecipação () o universal humano 2a mais irrestrita individuação, a %ormação lírica tem esperança de extrair o universal* 3e&ue 3e&ue Adorno Adorno,, dizend dizendo o #ue essa essa univer universal salida idade de do conteconte-do do lírico lírico . essencialmente social e #ue s0 entende o #ue o poema diz a#uele #ue escuta, em sua solidão, a voz da humanidade re%letida no poema aradoxalmente, a post postul ulaçã ação o de valid validad adee univ univer ersa sall ex exis iste te em %unç %unção ão da dens densid idad adee de sua individuação As %ormulaç/es da obra de arte, por.m, não se satis%azem com sentimentos va&os e abran&entes sobre o universal 3eu pensar* interro&a concretamente pelo conte-do social +u sea: o pensamento determinador não . uma re%lexão alheia e externa 4 arte: . exi&ida por toda composição de lin&ua&em* +s conceitos presentes num poema não se apresentam de %orma intuída, simplesmente5 para poderem ser esteticamente intuídos, eles tamb.m são pensados5 o pensar . posto em o&o, pelo poema, p oema, transcendendo"o + autor alerta #ue a interpretação social da lírica, como tamb.m de todas as obras de arte, não deve ter em vista a situação social ou a inserção social das obras, ou de seus autores, sem uma mediação !em de procurar estabelecer como o todo* de uma sociedade, en#uanto unidade em si contradit0ria, aparece na obra5 em #uê a obra a obedece e onde a ultrapassa 2eve"se procurar no texto texto os concei conceitos tos sociai sociaiss #ue podem podem ser haurid hauridos os (depre (depreend endido idos) s) de sua con%ormação est.tica, e não trazê"los e imp'"los de %ora, pois nada #ue não estea nas obras, em sua %orma pr0pria, le&itima a decisão #uanto 4#uilo #ue seu seu cont contee-do do (Geh mesmo, o, repr repres esen enta ta (Gehal alt) t),, o poetado (Ged (Gedic icht htet ete) e) em si mesm socialmente* ara isso, re#uer"se não s0 conhecer a obra de arte por dentro, mas conhecer a vida social %ora dela Adorno recomenda vi&ilância perante o conceito de ideolo&ia, da #ual diz ser inverdade, consciência %alsa, mentira (p 678) A ideolo&ia se mani%esta no malo&ro da obra de arte, no #ue esta tem de errado, e . alvo da crítica* 2izer
#ue uma obra de arte . ideol0&ica pois tem o poder de con%i&urar as contradiç/es da existência real . cometer uma inustiça contra o seu conte-do pr0prio de verdade e %alsi%icar o conceito de ideolo&ia 2iz o autor: +bras de arte têm sua &randeza unicamente em deixarem %alar a#uilo #ue a ideolo&ia esconde* ara ilustrar, volta ao ponto de partida: o sentimento da lírica como al&o oposto 4 sociedade, visceralmente individual A sensibilidade %az #uestão #ue a lírica sea desprendida do peso da obetividade, livre da vida pr$tica e de #ual#uer utilidade 1ssa exi&ência, a exi&ência da palavra vir&inal* . em si mesma social, pois repercute o sentimento de protesto do indivíduo contra um mundo %rio, alheio, do #ual desea se apartar + poema realiza esse deseo e d$ ares concretos a essa revolta ao idealizar um mundo distinto do real A maneira de ver, de sentir, pr0pria e particularizada (idiossincrasia) do espírito lírico . um modo de rea&ir perante 4 coisi%icação da existência, do mundo e dos homens 9az"se uma re%erência ao conceito de eu lírico, no #ual est$ embutida a concepção de ruptura em si mesmo + eu se exprime como oposto ao coletivo, 4 obetividade5 com a natureza, a #ue se re%ere sua expressão, $ não comp/em mais uma unidade 1mpenha"se em restabelecê"la, atrav.s do mer&ulho no pr0prio eu: esmo a#uelas %ormaç/es líricas em #ue não se imiscui nenhum resíduo da existência convencional e obetiva, nenhuma materialidade crua, e #ue são as mais altas #ue nossa lín&ua conhece, devem sua di&nidade exatamente 4 %orça com #ue nelas o eu desperta a aparência da natureza, retrocedendo da alienação 3ua pura subetividade, a#uilo #ue nelas su&ere ausência de ruptura e harmonia, atesta o contr$rio, o so%rimento com a existência alheia ao sueito, bem como o amor a ela ; ali$s, sua harmonia não . propriamente nada mais #ue o imbricamento íntimo desse so%rimento e desse amor*
Material da ro*+ Miria
Discurso sobre lírica e sociedade (coe!t-rio)
!heodor Adorno =este ensaio, Adorno discute inicialmente a #uestão do peri&o ou da distorção #ue pode ocorrer numa aborda&em sociol0&ica da lírica, visto #ue ela (a lírica) . essencialmente avessa 4 socialização por concentrar"se na expressão individual e subetiva 2iz Adorno #ue, ao propor esta aproximação (lírica e sociedade), a %ra&ilidade e delicadeza da lírica vai ser colocada numa en&rena&em na #ual seria melhor a%ast$"la, $ #ue esta . uma es%era de expressão #ue tem sua essência exatamente em não reconhecer o poder da socialização ou em super$"lo com o pathos da distância* (>?A, >uiz @osta Teoria da literatura em suas fontes , p 8) Re%letindo sobre o problema desta relação, acha Adorno #ue o poema não . somente expressão de emoç/es e experiências individuais, mas, para #ue estas tenham o cunho verdadeiramente artístico, devem expressar o &eral atrav.s de sua %orma artística 1sta &eneralidade do conte-do lírico . essencialmente social pois s0 entende o #ue diz o poema a#uele #ue percebe, na solidão do mesmo, a voz da humanidade, e ainda: inclusive a pr0pria solidão da palavra lírica est$ pre%i&urada pela sociedade individualista e atomística, do mesmo modo #ue, do contr$rio, sua %orça compuls0ria &eral vive da densidade de sua individuação* (+p cit p88) Assim sendo, o sueito lírico representa o todo, a &eneralidade, atrav.s da subetividade po.tica, como sueito aut'nomo, dono de sua pr0pria lin&ua&em =o entanto, esta interpretação social da lírica não deve visar a %atores sociais externos 4 obra (posição social, interesse, situação dos autores), mas sim a como estes %atores aparecem na obra, o procedimento deve ser imanente +s conceitos sociais não devem ser acrescentados de %ora 4s %ormaç/es artísticas, mas devem ser conse&uidos mediante a observação exata delas* (+p cit p88) ara isto . necess$rio tanto um conhecimento da interioridade da obra, #uanto da sociedade #ue lhe . exterior ais adiante diz Adorno #ue a lírica, por sua a%etividade e seu car$ter subetivo, deve ser livre de #ual#uer utilidade, de #ual#uer coerção externa as ele vê ustamente nesta exi&ência de #ue a lírica sea uma palavra vir&inal, uma exi&ência social 1la implica o protesto contra uma situação social #ue cada indivíduo experimenta como hostil, estranha, opressiva, situação #ue se imprime na %ormação da lírica* (+p cit p8B) + conte-do social da lírica . ustamente não ser social5 . acentuar o individual em protesto contra esta situação hostil vivenciada pelo homem contemporâneo =o protesto contra a sociedade, o poema exprime o sonho de um mundo no #ual as coisas %ossem de outro modo 1ste modo peculiar de ser da lírica contra a prepotência das coisas . uma %orma de reação 4 coisi%icação do mundo, ao domínio das mercadorias sobre os homens, domínio #ue se estende desde o
começo da ?dade oderna, e #ue desde a Revolução ?ndustrial tornou"se a %orça dominante da vida* (+p cit p8B) ara Adorno, a expressão do individual na lírica deve transcender duplamente o individual: pelo mer&ulho nele, descobrindo o subacente, o ainda não captado nem realizado no social5 e pela expressão, encontrando atrav.s da %orma uma participação no universal () + paradoxo b$sico da lírica ser subetividade obetivada " corresponde ao duplo car$ter da lin&ua&em #ue a obetiva: expressão do individual subetivo e meio (mediação) dos conceitos (necessariamente &en.ricos)* (C+!D1, 9l$vio Benjamin & Adorno: confrontos, p 6EE) ara Adorno, as %ormaç/es líricas mais elevadas são por isso a#uelas em #ue o sueito soa na lin&ua&em at. #ue a pr0pria lin&ua&em se torne perceptível5 assim, a lin&ua&em mediatiza intimamente a lírica e a sociedade @onse#uentemente, a lírica se mostra pro%undamente social não #uando imita a sociedade, não #uando imita al&o, mas sim #uando o sueito conse&ue a expressão ade#uada, entra em harmonia com a pr0pria lin&ua&em, ali onde a lin&ua&em aspira por si e de si* (>?A, >uiz @osta +p cit p8F) 1ste car$ter aut'nomo do poema, sua constituição por leis internas pr0prias . entendido por Adorno como hermetismo e como protesto contra a coisi%icação do mundo ara ele, a relação do eu com a sociedade . tanto mais per%eita #uanto menos tematizada pelo poema: o não social do poema acaba sendo o seu social5 a lin&ua&em lírica se caracteriza pelo contraposição 4 lin&ua&em comunicativa or outro lado, a%irma #ue #uanto maior o poderio social sobre o sueito, tanto mais prec$ria a situação da lírica: a modernidade . então o antilirico por excelência () + mais importante do poema . a#uilo #ue ele se ne&a a continuar dizendo* (C+!D1, 9l$vio +p cit p 6EE"6EF)
/ibliogra*ia"
C+!D1, 9l$vio Genamin H Adorno: con%rontos 3ão aulo: Itica, 67FJ >?A, >uiz @osta !eoria da literatura em suas %ontes Rio de Kaneiro: 9rancisco Alves, 67FB