EAD
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
LICENCIATURA LICENCIAT URA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Voleibol
Salvador 2010
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
ELABORAÇÃO Marcela Mota Freitas PROJETO GRÁFICO Nilton Rezende DIAGRAMAÇÃO Sidney Santos Silva Colaboradores desta Edição Editora da Universidade do Estado da Bahia - EDUNEB Diretora Maria Nadja Nunes Bittencourt Assessora Editorial Carla Cristiani Honorato Colaboradores Sidney Santos Silva Teodomiro A. de Souza João Victor Souza Dourado Fernando Luiz de Souza Junior Débora Alves Souza
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP). Catalogação na Fonte BIBLIOTECA DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – UNEB FREITAS, Marcela Mota. F866 Voleibol - Licenciatura em Educação Física / Marcela Mota Freitas. Salvador: UNEB / GEAD, 2010. 2010. 54 p. 1. Educação física 2. Voleibol Voleibol 3. Jogos educativos I. Título. II. Universidade Aberta do Brasil. III. UNEB /GEAD CDD: 797
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luis Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Carlos Eduardo Bielschowsky DIRETOR DO DEPAR DEPARTTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Hélio Chaves Filho SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL DIRETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA CAPES Celso Costa COORD. GERAL DE ARTICULAÇÃO ACADÊMICA DA CAPES Nara Maria Pimentel GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA GOVERNADOR Jaques Wagner VICE-GOVERNADOR Edmundo Pereira Santos SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO Osvaldo Barreto Filho UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB REITOR Lourisvaldo Valentim da Silva VICE-REITORA Amélia Tereza Maraux PRÓ-REITOR DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO José Claúdio Rocha COORDENADOR UAB/UNEB Silvar Ferreira Ribeiro COORDENADOR UAB/UNEB ADJUNTO Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque DIRETOR DO DEDC – I Antônio Amorim COORDENADOR DO CURSO DE LICENCIA LICENCIATURA TURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Francisco Pitanga Filho COORDENADOR DE TUTORIA DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Valter Abrantes Pereira UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD
Caro (a) cursista, Estamos começando uma nova etapa de trabalho e para auxiliá-lo no desenvolvimento da sua aprendizagem estruturamos este material didático que atenderá ao Curso de Especialização em Licenciatura em Educação Física na modalidade à distância. O componente curricular que agora lhe apresentamos foi preparado por profissionais habilitados, especialistas da área, pesquisadores, docentes que tiveram a preocupação em alinhar conhecimento teórico-prático de maneira contextualizada, fazendo uso de uma linguagem motivacional, capaz de aprofundar o conhecimento prévio dos envolvidos com a disciplina em questão. Cabe salientar, porém, que esse não deve ser o único material a ser utilizado na disciplina, além dele, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), as atividades propostas pelo Professor Formador e pelo Tutor, as atividades complementares, os horários destinados aos estudos individuais, tudo isso somado compõe os estudos relacionados a EAD. É importante também que vocês estejam sempre atentos as caixas de diálogos e ícones específicos que aparecem durante todo o texto apresentando informações complementares ao conteúdo. A idéia é mediar junto ao leitor, uma forma de dialogar questões para o aprofundamento dos assuntos, a fim de que o mesmo se torne interlocutor ativo desse material. São objetivos dos ícones em destaque:
? ?? ?
Você sabia? – convida-o a conhecer outros aspectos daquele tema/conteúdo. São curiosidades ou informações relevantes que podem ser associadas à discussão proposta; Saiba mais – apresenta notas ou aprofundamento da argumentação em desenvolvimento no texto, trazendo conceitos, fatos, biografias, enfim, elementos que o auxiliem a compreender melhor o conteúdo abordado; Indicação de leituras – neste campo, você encontrará sugestão de livros, sites, vídeos. A partir deles, você poderá aprofundar seu estudo, conhecer melhor determinadas perspectivas teóricas ou outros olhares e interpretações sobre aquele tema; Sugestões de atividades – consistem em indicações de atividades para você realizar autonomamente em seu processo de auto-estudo. Estas atividades podem (ou não) vir a ser aproveitadas pelo professorformador como instrumentos de avaliação, mas o objetivo primeiro delas é provocá-lo, desafiá-lo em seu processo de auto-aprendizagem.
Sua postura será essencial para o aproveitamento completo desta disciplina. Contamos com seu empenho e entusiasmo para, juntos, desenvolvermos uma prática pedagógica significativa.
COORDENAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Gestão dos Projetos e Atividades de Educação à Distância - GEAD
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD
APRESENTAÇÃO Sem dúvida alguma é um prazer encontrar com você nesse módulo do Curso de Educação à Distância na graduação em Educação Física. A sua presença materializa um sonho, agora real de se tornar um grande professor. Acredito que nesse momento é incontestável a imensa vontade de aprender juntamente com todas as expectativas depositadas em cada um dos professores representados e apresentados, nas suas respectivas funções. Espero que possa aproveitar ao máximo a Disciplina Metodologia do Ensino do Voleibol a qual servirá como um instrumento educacional na sua atuação enquanto professor de Educação Física no âmbito escolar. Foi com grande prazer e satisfação que esse material foi produzido buscando sempre conteúdo de qualidade. Nesse módulo, você encontrará no primeiro Capítulo uma breve revisão sobre as concepções que norteiam a prática da Educação Física Escolar e os métodos que podem ser utilizados durante a aplicação dos fundamentos técnicos e táticos direcionados ao processo educacional da criança. No Capítulo II serão abordados os aspectos relevantes sobre a prática do Voleibol no âmbito escolar. Teremos uma breve explanação sobre as razões que levam o espor te Voleibol a ser inserido como disciplina obrigatória nos cursos de Educação Física. Quais os aspectos que contribuem para essa alta aceitação e popularidade perante a sociedade? Serão discutidas as dimensões do esporte na sociedade e sua interferência nas aulas de Educação Física analisando os aspectos que caracterizam o Esporte DA escola e espor te NA escola. O capítulo III evidencia a origem e história do esporte Voleibol dando ênfase ao contexto histórico brasileiro. Os principais elementos assim como os fatos mais marcantes. O Capítulo IV evidenciará os fundamentos técnicos utilizados no treinamento e na dinâmica que envolve o espor te e o jogo Voleibol. Será discutido como? Por quê? E como utilizar cada um deles durante um jogo de Voleibol. Além de noções de regras, posição de jogadores e rodízio. Finalmente no Capítulo V serão apresentados alguns jogos de Voleibol que poderão ser trabalhados nas escolas objetivando aspectos educacionais por meio dos instrumentos técnicos e tácticos, adequando à faixa etária e nível de desenvolvimento físico e motor de cada grupo. Portanto, esse trabalho representa uma síntese dos principais aspectos a ser considerados pelos professores de Educação Física, ao se utilizar do Voleibol como instrumento educacional no processo pedagógico nas escolas. Bons Estudos! A Autora.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD
SUMÁRIO 1 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO DO VOLEIBOL NA ESCOLA
13
1.1 CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA
13
1.2 MÉTODOS DE ENSINO DO VOLEIBOL 2 O VOLEIBOL E A SUA PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 2.1 CARACTERÍSTICAS DO VOLEIBOL
16 19 19
2.2 DIMENSÕES SOCIAIS DO ESPORTE VOLEIBOL
21
2.3 VOLEIBOL NA ESCOLA E DA ESCOLA 3 ORIGEM E HISTÓRIA DO VOLEIBOL
22 26
4 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO VOLEIBOL
31
4.1 POSIÇÃO DE EXPECTATIVA E MOVIMENTAÇÃO
31
4.2 TOQUE DE BOLA
32
4.3 MANCHETE
34
4.4 SAQUE
34
4.4.1 Saque por baixo
35
4.4.2 Saque por cima
35
4.5 CORTADA
36
4.6 BLOQUEIO
37
4.7 ROLAMENTO
38
4.8 MERGULHO
39
4.9 NOÇÕES DE REGRAS DO VOLEIBOL
39
5 JOGO COM O TEMA VOLEIBOL
47
6 REFERÊNCIA
53
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
VOLEIBOL 1 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO DO VOLEIBOL NA ESCOLA O Voleibol enquanto conteúdo da Educação Física sofre inúmeras interferências das diversas concepções que influenciaram e influenciam essa prática pedagógica. No decorrer da História da Educação, Física o Voleibol também serviu de elemento educacional dentro da escola, sendo apenas manipulado e utilizado de acordo com as concepções. Além disso, assim como outros esportes, o Voleibol pode ser utilizado através de vários métodos de ensino. Portanto, a seguir, será analisado como as concepções pedagógicas da Educação Física influenciam no planejamento de aula e como os métodos de ensino do esporte interfere nesse processo.
1.1 CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA Na disciplina História da Educação Física, você teve conhecimento sobre as diversas concepções que nortearam essa disciplina durante todo o seu processo histórico. Atualmente, podemos destacar algumas que influenciam e direcionam os professores no planejamento e na prática dos conteúdos nas escolas. Porém, ainda tem aqueles que não buscam uma fundamentação teórica para sua atuação, muitos ainda banalizam esse momento de intervenção do professor de Educação Física no processo crítico educativo dos alunos. Essa situação torna-se mais problemática quando o conteúdo é Esporte. Ainda, observase professores que se apoiam nas abordagens mecanicista, tecnicista e tradicional, direcionando a uma única educação, alienadora e acrítica. A seguir serão abordadas algumas das concepções da Educação Física que poderão contribuir na ação pedagógica do conteúdo Voleibol nas escolas. Construtivista, Desenvolvimentista, CríticoSuperadora, Crítico-emancipatória e Atividade Física na promoção da Saúde. Assim, diante de cada proposta, você poderá refletir e avaliar qual melhor se UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
enquadra na proposta de educação como todo através do conteúdo Voleibol. A concepção Construtivista da Educação Física, também, está baseada em Piaget . Para ele, a aprendizagem no construtivismo acontece por contínuas ultrapassagens das elaborações sucessivas que, no ponto de vista pedagógico, leva toda a ênfase às atividades que favorecem a espontaneidade da criança. Deve-se exigir toda “verdade” a ser adquirida, seja reinventada pelo aluno, ou pelo menos reconstruída através de métodos ativos e, não simplesmente transmitida (NETO, 2000, p.93) Este pensamento, embora não totalmente, está presente em autores como Freire (1989), e Negrine (1986). Freire (1989) não acredita na existência de padrões do movimento. Esse movimento manifesta a favor de esquemas motores, isto é, de organizações de movimentos construídos pelos sujeitos, em cada situação; construções essas que dependem, tanto dos recursos biológicos e psicológicos de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente em que vive o aluno. Essa abordagem se preocupa com a construção do conhecimento do aluno, levando em consideração as estruturas cognitivas e o meio histórico-social. Através da Educação Física, ela irá contribuir para a construção de projetos educacionais que valorizem a cultura inicial do aluno. O aluno constrói o seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas. É apresentada como uma opção metodológica, em oposição às linhas anteriores da Educação Física na escola, especificamente à abordagem Tecnicista, mecanicista, tradicional, caracterizada pela busca do desempenho máximo, de padrões de comportamento sem considerar as diferenças individuais, sem levar em conta as experiências vividas pelos alunos, com o objetivo de selecionar os mais habilidosos para competições e esporte de alto nível. A concepção Tradicional, trabalha o corpo de forma fragmentada, sua preocupação fundamental, é com o biológico, com os aspectos anátomo-fisiológicos. Ausência da ludicidade e individualismo exacerbado. O homem como objeto, onde o pensamento é melhorar o rendimento.
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
13 13
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Nesse contexto da Concepção Construtivista, o processo de ensino e aprendizagem em Educação Física, não se limita ao simples exercício de certas habilidades e destrezas. Busca capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e adequada, dentro de seus limites. Assim, no jogo desportivo, por exemplo, é necessário saber discernir o caráter mais competitivo ou recreativo de cada situação, conhecer o seu histórico, compreender minimamente regras e estratégias e saber adaptá-las. Por isso, é fundamental a participação em atividades de caráter recreativo, cooperativo, competitivo, entre outros, para aprender a diferenciá-las. O modelo Desenvolvimentista é explicitado no Brasil, principalmente nos trabalhos de Tani (1987) e Manoel (1994). Seus autores defendem a idéia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física, ou seja, uma aula não pode ocorrer sem que haja movimento. Deve privilegiar a aprendizagem do movimento, mesmo ocorrendo outras aprendizagens em decorrência da prática das habilidades motoras. Uma aula de Educação Física deve oferecer experiências de movimentos indicados ao nível de crescimento e desenvolvimento motor para que os alunos alcancem resultados. Esse aprendizado irá contribuir nas exigências e demandas do cotidiano. Os conteúdos devem obedecer uma sequência na seguinte ordem: Fase dos movimentos Fetais, Fase dos movimentos espontâneos e reflexos, Fase dos movimentos Rudimentares, Fase dos Movimentos Fundamentais, Fase da Combinação dos Movimentos Fundamentais e Movimentos culturalmente determinados. Tais conteúdos devem ser desenvolvidos dentro de uma ordem de habilidades básicas, para as mais complexas, as habilidades específicas. As habilidades básicas podem ser classificadas em habilidades locomotoras (andar, correr, saltar, arremessar, saltar), manipulativas (arremessar, chutar, rebater, receber), estabilização (girar, flexionar, posições invertidas). Os movimentos específicos são mais influenciados pela cultura: esportes, jogos, dança. Próxima a essa abordagem, encontra-se a Concepção Psicomotricidade ou Educação Psicomotora que exerceu grande influência na Educação Física
14
brasileira nos anos 70 e 80, apresentada por Le Boulch (1983). A perspectiva renovadora da psicomotricidade está […] a proposição de um modelo pedagógico fundamentado na interdependência do desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo dos indivíduos, bem como na tentativa de justificá-la como um componente curricular imprescindível à formação das estruturas de base para as tarefas instrucionais da escola. (RESENDE, 1994, p.26).
A concepção Crítico Superadora surge em oposição ao modelo mecanicista/tradicional. Foi elaborada por um grupo de autores : Carmen Soares, Celi Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino Catellani Filho, Micheli Escobar, Valter Bracht (Metodologia do Ensino de Educação Física,São Paulo: Cortez, 1992). Essa Concepção chama a atenção sobre o meio social; provoca no aluno, reflexão a respeito da realidade social ressaltando a importância da Educação Física no papel de contribuir com a diminuição das desigualdades e injustiças sociais. Para essa proposta, o objeto da área de conhecimento da Educação Física é a cultura corporal; é aprender a expressão corporal como linguagem. Esse processo é concretizado através do conteúdo trabalhado, no nosso caso é o esporte Voleibol. Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica curricular, no âmbito da Educação Física, tem características bem diferenciadas dos das tendências anteriores. Busca desenvolver um reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, esporte, ginásticas e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidade vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (SOARES et al,1992, p.38)
Para os autores existe uma cultura corporal produzida socialmente e historicamente acumulada que precisa ser reconsiderada desde a sua origem, para que o aluno perceba a idéia de historicidade. Ele precisa compreender que a produção humana é histórica, inesgotável e provisória. O professor precisa realizar atividades que estimulem a criatividade, buscando postura produtiva e criadora de cultura. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD Essa concepção propõe adotar a simultaneidade na transmissão dos conteúdos; ou seja, os mesmos conteúdos devem ser trabalhados de maneira mais aprofundada ao longo das séries, sem a visão de pré-requisitos. Esses autores propõem a sistematização do conhecimento da Educação Física divida em 4 ciclos: •
•
•
•
O primeiro ciclo – pré-escola a 30 Série – é o ciclo da organização da identidade dos dados da realidade. O segundo Ciclo – 40 à 60 séries- é o ciclo de iniciação à sistematização do conhecimento. O terceiro Ciclo – 70 à 80 séries- é o ciclo de ampliação da sistematização do conhecimento. O quarto Ciclo – 10 , 20 e ,30 séries do ensino médio – é o ciclo de aprofundamento da sistematização do conhecimento.
Para a concepção crítico-superadora, o Esporte enquanto tema da cultura corporal deve ser tratado na escola evidenciando o sentido e o significado dos valores que inculca e as normas que o regulamentam dentro de nosso contexto sócio-histórico. Pode-se explicar ao aluno, por exemplo que um jogo de Voleibol só ocorre porque existe a contradição erroacerto, fazendo-o constatar o quanto seria monótono e desprazerosos uma partida em que a bola não caísse. Para um bom desempenho do jogo é fundamental que as atividades corporais, as habilidades e o domínio da técnica de cada jogador (levantador, sacador, cortador, receptor, defensor etc) se relacionem, não na reduzida idéia de equipe ou conjunto somente para vencer, mas sim na perspectiva da compreensão das múltiplas determinações no desempenho de um jogo, (SOARES et al,1992, p.41).
A outra concepção é a Crítico-emancipatória que tem como idealizador o professor Elenor Kunz. Refere-se que a educação é um processo onde devem acontecer ações comunicativas. Lembra que essa capacidade de comunicação deve ser estimulada para ser desenvolvida. Através de reflexão crítica o aluno aprende a desenvolver a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados não somente na vida esportiva, mas também na social e cultural.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Busca através das atividades com o movimento humano, desenvolver as competências como a autonomia, competência social e competência objetiva (na prática, refere-se a instrumentalização específica de cada disciplina): O saber cultural historicamente acumulado, é apresentado e criticamente estudado pelo aluno. É por intermédio dessa competência objetiva (praticamente a única objetivada nas outras concepções) que se valoriza, também, a condição física, o esporte, as atividades de lazer, da aprendizagem motora, da dança ou das atividades lúdicas enquanto conteúdo específico, porém o estabelecimento de objetivos para desenvolver a competência de autonomia, a competência social e competência objetivo-instrumental precede à decisão temática e metodológica do ensino destas áreas (KUNZ, 2004, p.107)
O enfoque metodológico é baseado em categorias de ação: trabalho (treinar habilidades técnicas), interação social (deve ser tematizada, valoriza o trabalho coletivo de forma responsável, cooperativa e participativa), linguagem (didática comunicativa – tematizar linguagem enquanto categoria de ensino, pois na Educação Física todo o ser corporal é linguagem - o se movimentar é a expressão de diálogo com o mundo). A proposta visa desenvolver no aluno a capacidade de analisar e agir criticamente nessa esfera. A concepção relacionada à Atividade Física e saúde, tem como principal objetivo incorporar aos alunos um comportamento ativo durante a sua infância adolescência e futuramente na idade adulta. A busca por uma conscientização da prática de ativdade física visa também atividades teóricas onde irão possibilitar uma fundamentação que permitam entender conceitos quanto ao porquê e como praticar atividade física, não praticar pelo fato de somente praticar. Ao aceitar essa idéia da prática de atividade física em busca da aptidão física durante os anos de escolarização, essa concepção remete uma maior aceitação a adoção desse estilo de vida. Diante dos avanços tecnológicos, uma das consequências é o maior aparecimento das doenças degenerativas, porém, essa manifestação somente acontece na idade adulta. A sua prevenção pode acontecer mediante a aquisição de hábitos saudáveis, entre eles a prática de atividade física buscando atingir um maior índice de aptidão física relacionada à
15
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
saúde desenvolvido desde a infância. Para Guedes, o idealizador dessa proposta, a Educação Física precisa realizar o seu papel nas escolas de uma educação para a saúde. No momento atual, em que maior mecanização das tarefas do cotidiano destinadas ao ser humano vem induzindo modificações significativas nos padrões de vida de toda a população, registrando grande incidência do fenômeno da hipocinesia entre as pessoas, e, em conseqüência, o aparecimento das chamadas doenças da civilização, em razão de um processo degenerativo mais intenso e precoce (GUEDES;1999, p.03)
Baseada nestes fatos, essa proposta leva o professor de Educação Física dentro das escolas, a priorizar atividade que levam os alunos: •
•
•
•
preservar uma boa capacidade funcional nos componentes da aptidão física apresentar um nível de atividade física habitual suficiente para estimular o crescimento e desenvolvimento esperado demonstrar um nível de aptidão física relacionada a saúde que possa minimizar os riscos mais tarde de desenvolvimento de doenças hipocinéticas adquirir habilidades que possam otimizar as mudanças para a manutenção de uma boa aptidão física relacionada à saúde por toda a vida.
Portanto, percebe-se que as concepções da Educação Física foram surgindo de acordo com as necessidades e acontecimentos históricos sociais. Algumas em vários momentos se relacionam, já outras estão totalmente opostas no que se refere aos objetivos e forma de educar os alunos como sujeitos do processo.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE Cabe a você agora fazer uma reflexão e apontar os aspectos de cada uma dessas Concepções da Educação Física que poderão contribuir na sua ação pedagógica nas aulas de Educação Física Escolar.
16
1.2 MÉTODOS DE ENSINO DO VOLEIBOL Após abordagem de diversas concepções da Educação Física, iniciarei agora uma discussão a cerca dos aspectos pedagógica do Voleibol dentro do âmbito escolar. Não estou negando outros espaços práticos, mas são abordagens bastantes diferentes, que não atendem nosso objetivo. A intenção agora é fazer uma abordagem que atenda as especificidades do Voleibol como esporte constituído pelos seus fundamentos e dinâmicas onde buscam melhorar as habilidades motoras individuais e o trabalho em grupo. A metodologia desenvolvida busca facilitar, a você professor de Educação Física, o desenvolvimento de suas atividades dentro das condições existentes na política de ensino no Brasil, onde tem muitos alunos, porém a disponibilidade de recursos materiais é muito pouca. Diante do conhecimento teórico que envolve o Voleibol, o professor precisa ter consciência que irá apresentar os fundamentos para seus alunos, e que o objetivo é que eles desenvolvam em busca de jogar o Voleibol. O aprendizado dos fundamentos não caracteriza como o fim do processo, mas um instrumento para desenvolver a dinâmica do jogo Voleibol. Através do ensino do Voleibol, o professor busca melhorar as Habilidades Motoras da criança. Barbanti (2003, p.303), define habilidades motoras: são atos motores que surgem dos movimentos da vida diária do ser humano e dos animais: expressam um grau de qualidade de coordenação de movimentos. A habilidade motora encontra-se nos movimentos do dia a dia e do trabalho, como também na área dos esportes.
Ao trabalhar as Habilidades Motoras no esporte Voleibol será dado uma abordagem bastante específica e peculiar a esse esporte. A criança irá trabalhar as Habilidades Motoras Naturais - correr, saltar, andar, além das Habilidades Motoras específicas, que são os Fundamentos do Voleibol - são movimentos musculares realizados com objetivos definidos. A busca pela aprendizagem do Voleibol na escola requer todo um processo metodológico que envolvam aspectos cognitivos, afetivos e motores durante seu desenvolvimento. Serve como mais um conteúdo que vai enriquecer a memória motora das crianças, UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD promover discussões sobre a variedade de movimentos possíveis para o corpo humano. O aluno que tiver um melhor desempenho, poderá iniciar um trabalho de carreira esportiva nas escolhinhas de Voleibol desenvolvidas em outros momentos, já que, objetivo aqui não está direcionado à busca de precisão na execução do gesto motor. Ao elaborar o planejamento de ensino, o professor deverá considerar que o Voleibol é apenas um conteúdo diante de vários que o aluno terá direito a participar nas aula de Educação Física, deve ser trabalhado de acordo com as faixas etárias respeitando o nível de desenvolvimento motor. A estrutura de uma aula de Educação Física Escolar tendo como conteúdo o Voleibol segue a seguinte estrutura: (CAMPOS, 2006, p.43) • •
• •
Preparação Prévia (aquecimento) Estudo dos elementos que compõe o jogo e suas relações fundamentos e suas técnicas e táticas de jogar, relacionadas à realidade do aluno. O jogo Exercício de relaxamento
No primeiro momento da aula, conhecido como aquecimento, poderá ter várias interpretações. Pode servir como um momento “quebrar gelo” com os alunos, alongamento, atividades recreativas… enfim, oferecer aos alunos um maior número de vivência motora. No segundo momento serão abordados os fundamentos do Voleibol: toque, manchete, saque, cortada, bloqueio, rolamento, mergulho. Eles deverão ser abordados através de atividades educativas recreacionais. No que se refere a metodologia de ensino do Voleibol, os estudos sobre o ensino de esporte apontam a metodologia de ensino analítica. Essa metodologia de ensino é mais adequada e usada (CAMPOS, 2006, p.44). De acordo com Xavier (1986, p.12), a Educação Física centra-se em três métodos de ensino de seus conteúdos, o método global, parcial, misto. Vale ressaltar que todos eles apresentam vantagens e desvantagens na sua aplicação que devem ser consideradas.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
O método global é caracterizado por proporcionar o aprendizado do jogo através do próprio jogo. Através deste método, permite a vivência com as mais variadas formas de jogar Voleibol desde o primeiro contato com o esporte por parte do aluno. O professor precisa considerar a situação em que o jogo será aplicado. Ao determinar o jogo, além do objetivo pedagógico, devem ser observados alguns pontos, como número de alunos, espaço disponível para a prática e o material a ser utilizado. As vantagens do método global são: possibilitar que desde cedo o aluno comece a praticar o jogo; a técnica e a tática do esporte estão sempre juntas (idéia solta); possibilita a participação de todos os elementos envolvidos, como o movimento, a reação, percepção, ritmo e outros; melhora a motivação da prática. Mas esse método apresenta as desvantagens como: o aluno demora a ver seu progresso técnico, o que pode provocar a desestimulação; não proporciona uma avaliação eficaz sobre o desempenho do aluno; a repetição não é uma constante neste método; não permite o atendimento das limitações individuais. O método parcial consiste no ensino do jogo do Voleibol por partes, através do desenvolvimento dos fundamentos, habilidades motoras que compõem o jogo por etapas, para ao final da aprendizagem, agrupá-los no todo, ou seja, num único conjunto,que será o próprio jogo de Voleibol. As vantagens são: possibilita o treino motor correto de todos os elementos técnicos do jogo; possibilita ao professor aplicar correções imediatas à realização de um gesto técnico; o acompanhamento dos progressos de aprendizagem sob a forma de avaliação de desempenho é facilmente realizável; o método permite ao professor trabalhar dentro dos estágios de aprendizagem, individualizando o ensino das habilidades, respeitando, dessa forma, o ritmo de aprendizagem de cada aluno. As desvantagens: não possibilita o jogo por imediato, por conseqüência, não motiva a sua pratica; cria-se um ambiente que não há criatividade por parte dos alunos; pode proporcionar um ambiente monótono e pouco atraente; por se trabalhar as habilidades motoras, o método parcial não consegue criar situações de exigências próprias do jogo.
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
O problema é identificar o que seja uma parte. Quando se ensina um fundamento esportivo determinado – o toque
17
EAD por cima em Voleibol, por exemplo- podemos considerar que vai ser aprendida uma parte do esporte Voleibol. Numa outra perspectiva, porém, o fato de ensinarmos este elemento isoladamente não significa que estamos utilizando o método parcial. O que vai importar é como o toque por cima, enquanto parte do Voleibol, vai ser ensinado. Se o toque por cima for ensinado por intermédio de jogos, evitando a linearidade de formação de colunas, o aluno, se vê diante da realidade do próprio Voleibol, que é estrutural, sistémica. Se o professor mantém viva a preocupação em fazer a bola cair no campo do adversário, que é a essência do jogo e lhe dá significação, isto representa a aplicação do método global. Ao contrário o método parcial ficaria evidenciado quando o toque por cima é ensinado a partir de posições presumivelmente corretas dos dedos e das mãos, formando determinadas figuras geométricas, e enquanto são respeitados certos ângulos das pernas, em função das posições baixa, média e alta para a realização do toque por cima. Só depois de aprendidas estas partes, o aluno realizaria o gesto total (OLIVEIRA, 1985 p.82)
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Método Misto possibilita a prática de exercícios isolados, bem como a iniciação ao jogo através das formas jogadas de Voleibol. Baseado neste objetivo e conforme o desempenho da turma, o professor enfatiza mais os jogos, que são à base do método global, ou aplica mais a execução isolada dos fundamentos, através de exercícios, que formam o método parcial. Neste método, é necessário respeitar o principio das séries metodológicas, no caso, série de exercícios e série de jogos. Permite que o professor utilize dentro da mesma aula exercícios e jogos, independente da ordem ou quantidade de atividades estabelecidas, mais jogos ou mais exercícios. Suas vantagens são todas as apresentadas pelos métodos parcial e global. No entanto, sua desvantagem é de que o professor pode, pela alternância de exercícios e jogos, confundir-se, não percebendo o momento mais oportuno para aplicar cada situação de ensino, podendo, dessa forma, perder-se dentro do objetivo do seu trabalho. Greco (2001, p.54) sugere :
Entende-se que o método misto de ensino é mais apropriado para o ensino do Voleibol na aula de Educação Física (CAMPOS, 2006, p.45). O mais importante nesse processo é a formação de um aluno inteligente que possa resolver, da maneira mais apropriada, os problemas que ele encontra em forma de situação de jogo podendo ser útil na sua vida social e cultural. Contribuindo para que condutas de alguns professores em entregar a bola aos alunos e deixarem as práticas esportivas sem qualquer expectativa estejam presentes cada vez menos nas aulas de Educação Física Escolar. No terceiro momento caracterizado pelo jogo, é o principal momento e o professor deve está bastante atento às reações de prazer e satisfação desses alunos, assim como eles se utilizam do novo conhecimento técnico para criar e recriar movimentos que irão ajudar na dinâmica do jogo. No último momento é a atividade de relaxamento, também conhecida como Volta a Calma. Essa atividade busca relaxar os alunos e prepará-los para o retorno à sala de aula. O método de ensino adequado é o caminho mais rápido e fácil para atingir os objetivos de qualquer modalidade esportiva. Para que isso aconteça, você precisa ter conhecimento e sensibilidade suficientes para empregar os métodos adequados para cada situação de ensino do jogo de Voleibol. ?? ?
SAIBA MAIS
Sobre os métodos de ensino do esporte, é essencial a leitura do livro XAVIER, Telmo Pagana. Métodos de ensino em Educação Física. 1ª ed. São Paulo: Manole, 1986.
O método Global, quando comparado com os processos analíticos, têm se mostrado mais consciente e apresentado melhores resultados no decorrer do tempo, pois as crianças ganham em motivação e na aprendizagem através de jogos de perseguição, de estafetas, recreativos, grandes jogos, jogos pré-desportivos etc.
18
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD
?
VOCÊ SABIA?
A constituição da Educação Física, ou seja, a instalação dessa prática pedagógica na instituição escolar emergente dos séculos XVIII e XIX, foi fortemente influenciada pela instituição militar e pela medicina. A instituição militar tinha a prática- exercícios sistematizados que foram ressignificados pelo conhecimento médico. Isso vai ser feito numa perspectiva terapêutica, mas principalmente pedagógica. Educar o corpo para a produção significa promover saúde e educação para a saúde (hábitos saudáveis). Essa saúde ou virilidade (força) também pode ser (e foi) ressignificada numa perspectiva nacionalista/patriotista. Mais informação você encontra no site : http://www.esefap.edu.br/arquivos/downloads/a-constituicaodas-teorias-pedagogicas-de-educacao-fisica-1253894355.pdf
INDICAÇÃO DE LEITURA Faça leitura dos capítulos : Análise da Concepção de Ensino e Esportes nas novas propostas metodológicas para a Educação Física Escolar e As mudanças Didáticas em desenvolvimento do livro Transformação Didático Pedagógica do Esporte de Elenor Kunz (2004). Artigo : Educação Física e saúde na escola. http://seer.ucg.br/index.php/estudos/article/viewFile/143/109
2 O VOLEIBOL E A SUA PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR O Voleibol se constitui hoje como um dos esportes mais praticados no Brasil. Talvez por ter aspectos peculiares que, ao decorrer desses anos, vem evoluindo, tornando-se mais dinâmico, inclusivo e participativo. Caracteriza-se como esporte coletivo que depende essencialmente da forma com a qual seus jogadores se organizam para receber a bola e organizar o ataque. A prática desse jogo não se restringe apenas às modalidades de alta performance, observa-se ampla relação com as dimensões sociais do esporte. Baseado nesses aspectos, será discutido a seguir as principais características do Voleibol, como e porque ele deve ser trabalhado na prática da Educação física Escolar. Você entenderá quais são essas dimensões UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
sociais do esporte e como ela está inserido no contexto escolar.
2.1 CARACTERÍSTICAS DO VOLEIBOL Ao analisar a grade curricular dos cursos de graduação em Educação Física no Brasil, percebe-se que a disciplina Voleibol está presente na sua maioria. Diante disso, pare para pensar: qual o verdadeiro motivo ou razões que a levam a esse papel de destaque? Segundo Bojikian (2003a, p. 115), o Voleibol brasileiro é o melhor do mundo e, como tal, desperta interesse para a sua prática, como algo integrado à nossa cultura. Mesmo sendo considerado o país do Futebol, não se pode negar a grande evolução desse esporte no Brasil nas últimas décadas. O Voleibol hoje é o segundo esporte de maior aceitação entre os jovens no Brasil. Esse quadro é resultado das grandes conquistas internacionais da nossa seleção, levando a ocupar um espaço de destaque na mídia, sobrelevando o aparecimento de novos ídolos, além do grande marketing esportivo envolvido. Segundo Nuzman (1995, p.5) a união esporte televisão não poderia ter sido mais feliz. Desta união resultaram a popularização do esporte, a difusão do seu caráter educativo, a inserção do esporte na vida cotidiana das pessoas através da ampla cobertura deste meio e uma maior promoção dos eventos a partir da garantia de retorno ao patrocinador. A intervenção da mídia materializou e acentuou o processo de expansão da popularidade e aceitação do público independente da classe social. Os brasileiros passaram a se interessar, entender e praticar o Voleibol. Bojikian (2003b, p.20 e 21) cita alguns aspectos desse esporte que, segundo a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), entusiasmam aqueles que gostam dessa prática esportiva, facilitam a sua prática, além de se adaptar aos códigos da Educação Física Escolar: 1- A atuação coletiva sobrepõe-se a individual. Por não poder ser retida, a bola deve ser passada rapidamente para os companheiros, da melhor forma possível. Um bom passe facilita um bom levantamento, que por sua vez, se for de boa qualidade, favorecerá
19
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
um bom ataque (cortada) e assim sucessivamente. A ação de um praticante depende daquela feita pelo companheiro que o antecedeu, obrigando sempre um a torcer pelo êxito do outro. Cada componente de uma equipe é dependente dos demais, criando, consequentemente, um processo de sociabilização natural e obrigatório. Reflita esse aspecto do Voleibol em comparação ao Basquetebol citada por Campos (2006,p.25) Diferentemente, em um esporte como o Basquete quando a bola escapa da mão de um driblador, existe ainda a possibilidade de consertar a sua falha empurrando a bola para um companheiro da equipe. No Voleibol, se o levantador colocar a mão de forma inadequada ao tocar a bola, ele poderá cometer dois toques ou uma condução de bola, determinando que a ação seja interrompida ali, naquele momento do seu “erro”.
2- A não retenção da bola faz com que as habilidades motoras que compõem o Voleibol provoquem um contato rapidíssimo na bola, pois a condução da mesma é punida pela regra. Esse toque rápido requer jogadores habilidosos, com mais recursos técnicos e uma coordenação motora especialmente desenvolvida, além de um raciocínio rápido para encontrar a melhor opção da jogada em cada situação. Essa dinâmica solicita dos nossos alunos na escola aspectos relacionados à percepção, concentração, e resposta motora imediata. Suas características exigem que o praticante tenha uma percepção e compreensão contínua de cada situação do jogo, elaboração da informação recebida e resposta adequada à ação escolhida. Tudo isso em questão de segundos. Além do raciocínio rápido e da velocidade de reação, o praticante exercita muito a tomada de decisão com rapidez (BOJIKIAN, 2003b, p.20)
3- É uma atividade facilmente adaptável, pois a quadra pode ser diminuída ou aumentada, pode ser em um ginásio, gramado, terra ou areia. Na ausência de uma rede, pode ser substituída por uma corda e variar a altura a depender da faixa etária. Tal aspecto nos leva a afirmar que esse esporte pode ser trabalhado como jogos educativos tanto nas escolas públicas, como nas particulares, já que os recursos materiais necessários para a sua prática são simples e de fácil aquisição.
20
4- Não há impedimento da participação simultânea dos dois sexos, já que a rede (corda) separa os adversários prevenindo choques que causam lesões. Isso também facilita a prática do Voleibol em qualquer faixa etária respeitando, é claro, o nível de desenvolvimento e aprendizagem motora no momento do planejamento e elaboração das atividades. 5- As conquistas das nossas equipes nacionais são espelhos para nossas crianças. Quando trabalhado esse esporte nas aulas de Educação Física, muitas delas se envolvem e até buscam escolinhas, a fim de se aprofundar nesse esporte, o que, consequentemente, abre mais um campo de atuação para você, professor de Educação Física. De fato, o Voleibol é um instrumento da Educação Física que pode ser utilizado tanto na saúde, como na educação e na competição. Ao utilizá-lo no campo da saúde, o principal objetivo é promover e melhorar qualidade de vida, proporcionar o bem-estar. Ele estimula o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, além de melhorar a aptidão física dos seus participantes. Para o momento de lazer, esse esporte garante melhoria nas tensões e ansiedades geradas pela busca da alta produtividade do mundo moderno. Já o Voleibol enquanto esporte competição significa levar o atleta/participante ao seu máximo de produção; é a busca da performance. Mas, verdadeiramente, não é objetivo nosso discutir o papel do Voleibol nesses aspectos, aqui vamos nos direcionar para o VoleibolEducação. No campo da Educação, a discussão é acerca do seu verdadeiro papel educativo na sociedade. A preocupação da Educação Física vai além da melhoria do desempenho corporal. As atividades são planejadas com o objetivo de promover a socialização, integração, respeito… Portanto, faça uma reflexão a cerca da sua formação nessa disciplina e leia atentamente o que Bojikian ( 2003a, p.116) destaca : A disciplina Voleibol deve formar professores que saibam extrair das características inerentes ao Voleibol situações e estratégias que colaborem com o processo educativo. O jogo coletivo e não a retenção da bola, que provocam uma interdependência entre os participantes são aspectos
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD importantes para alcançar esse objetivo. Porém a preocupação maior vem pelo fato de o jogo ser situacional, o que requer constante raciocínio, antecipação e tomada de decisão por parte dos participantes. Tomar decisões envolve espírito crítico e avaliador.
2.2 DIMENSÕES SOCIAIS DO ESPORTE VOLEIBOL Como vimos, de acordo com todos os aspectos citados acima, o Voleibol é um esporte que pode, e deve fazer parte das aulas de Educação Física Escolar, tanto como conteúdo de uma aula, como uma modalidade esportiva com objetivo competitivo. É você professor, é o responsável pelo direcionamento desse trabalho. Comece a refletir e analise com calma o que se segue. Quanto as dimensões sociais que o Voleibol pode ser trabalhado, (TUBINO, 2001 apud CAMPOS, 2006, p.26) podem ser classificadas em: Voleibol-participação, Voleibol-educação e Voleibol-performance. Campos (2006,p.26) as diferencia : :
:
:
o vôlei-participação é aquele em que o praticante joga o Voleibol sem qualquer “compromisso” técnico-motor. No momento da prática, o que interessa são as ações motoras básicas do esporte regidas pelo prazer de estar realizando uma prática esportiva. o vôlei-performance, é aquele onde o jogo de vôlei é desenvolvido com um alto padrão técnicomotor e visando um quase perfeito desempenho em busca da vitória. Esta prática do vôlei implica uma série de situações, envolvendo interesses políticos-esportivos e de grande repercussão social em uma cidade, um estado e um país. o vôlei-educação, é aquele quando praticando dentro da escola devem ser enfatizados os princípios pedagógicos da educação. Neste âmbito, pode vir a ser um instrumento de educar para a vida e, constituir forma de desenvolver qualidades física, morais, éticas e estabelecer relações interdisciplinares com um conjunto de outras disciplinas formadoras.
Obviamente, o objetivo do nosso módulo está centrado no vôlei-educação à medida em que você será formado para atuar no ambiente escolar, porém, não podemos negar que existirão algumas situações onde o vôlei-educação terá relação com o vôleicompetição e mais acentuadamente com o vôleiparticipação. O Voleibol trabalhado dentro do contexto do vôleieducação é encarado como conteúdo da Educação Física escolar como fator de inclusão e não de exclusão por parte dos alunos, onde todos os alunos têm o direito ao movimento que traduzem a seu jogo. Os movimentos técnicos devem ser trabalhados por meio de atividades e situações onde a busca seja evidenciada na formação integral do ser humano. O esporte educação é aquele que deve ser praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, se evitando a seletividade, a hipercompetitividade e tendo como objetivo alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e sua formação para o exercício da cidadania e prática do lazer (TUBINO,1992,p.34)
Situação inversa é observada ao se trabalhar o vôleiperformance onde inicia-se com a seleção de crianças com habilidades motoras específicas do Voleibol. Há uma busca diária pela melhoria dos fundamentos técnicos e táticos, agora não mais identificados como alunos, mas sim como atletas. Nas escolas, a busca de campeões leva ao treinamento precoce do desenvolvimento psicomotor da criança. A atividade do jogo é sistematicamente direcionada para o tecnicismo buscando resultado de alto nível. Dentro da prática dessa dimensão do esporte, há necessidade de refletir sobre o treinamento precoce conduzido, cada vez mais intenso nessas crianças e adolescentes. Essa preocupação acontece quando a criança é introduzida antes da fase pubertária a um processo de treinamento planejado e organizado de longo prazo, com objetivo gradual de participação periódica em competições esportivas. Kunz (2004,p.50) cita alguns prejuízos encontrados em crianças que realizam treinamento especializado precoce: •
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
formação escolar deficiente, devido à grande
21
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
•
•
exigência em acompanhar com êxito a carreira esportiva unilateralização de um desenvolvimento que deveria ser plural, reduzidaparticipaçãoematividades,brincadeiras, jogo do mundo infantil indispensáveis para o desenvolvimento da personalidade na infância.
O grande problema encontra-se na substituição das aulas de Educação Física simplesmente por um escolinha de esporte. Precisamos zelar pelos nossos espaços na escola enquanto disciplina da grade curricular, tal como português, matemática, historia… pois, assim como essas, a Educação Física tem seu conteúdo e, com certeza, não se traduz apenas no esporte-competição. As escolinhas de esporte podem acontecer na escola à medida em que seja um segundo momento da criança, porém com objetivos específicos da aprendizagem das técnicas e táticas do referido esporte. Precisamos apenas ter cuidado com a intensidade de treinamento a qual ela é solicitada, pois, a própria saúde física e psíquica são atingidas num treinamento precoce; senão vejamos: Indiscutível que o problema esportivo em idade precoce traz sérios prejuízos corporais à criança. Os próprios especialistas esportivos e da Medicina Esportiva acreditam nisto. Ao mesmo tempo em que afirmam, também, que estes prejuízos à saúde podem através de um controle médico permanentemente e rigoroso, serem evitados. Só podemos acreditar nisto se, com à descoberta de tais prejuízos à saúde, as imediatas consequências, no caso seriam o fim do treinamento e das competições, o que em via de regras não acontece. (DUSENBERG,1979 apud KUNZ, 2004, p. 50)
Acreditamos que a substituição das aulas de Educação Física por escolinhas de esporte, assim como as consequências desse treinamento precoce são dois aspectos relevantes que necessitam de destaque no âmbito da Educação. Pois além de consequências ao crescimento físico e motor, existem problemas de ordem psíquicas. Essas crianças passam por um processo de exclusão imediata, ou seja, um verdadeiro antagonismo a uma disciplina onde se busca a inclusão, integração companheirismo. Observe que, mesmo sendo selecionadas, elas ainda precisam aprender com os fracassos e desilusões.
22
Será que existe uma preocupação em trabalhar essa questão psicológica com esses “atletas”? Ou o foco é unicamente físico e busca de resultados?
2.3 VOLEIBOL NA ESCOLA E DA ESCOLA Em análise a esse dois aspectos (DA escola e NA escola) que permeiam a prática do esporte na escola não poderíamos deixar de citar a discussão trazida por Soares et al (1992, p.70): o esporte, como pratica social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e o pratica. Por isso deve ser analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma em que deve ser abordado pedagogicamente no sentido de esporte “da” escola e não como o esporte “na”escola
Os códigos a que se refere o autor estão relacionados aos aspectos do mundo competitivo da sociedade, aos princípios que regem uma sociedade capitalista na busca frenética de resultados em meio a uma competição diária. Esses códigos transferidos para o mundo esportivo podem ser resumidos em: princípios de rendimento atlético/desportivo, competição, comparação de rendimento e recordes, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitória, racionalização de meios e técnicas etc. Não podemos esquecer que a escola enquanto instituição educacional também tem seus próprios “códigos e funções”, assegurando uma certa autonomia no desenvolvimento das suas atividades em todas as disciplinas. A Educação Física per tencente a escola pode se utilizar desses códigos, redirecionando os sentidos e significados do esporte influenciado pelos aspectos sociais. A mídia é a grande influência sobre o esporte, principalmente através da televisão. Graças aos apelos publicitários e ao processo de espetacularização o esporte se torna mera mercadoria de consumo. Assim, é preciso refletir a nossa conduta quando Abib (2000) cita que “o desporto não possui nenhuma UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD virtude mágica. Ele não é em si, nem socializante, nem anti-socializante, ele é conforme o que se fizer dele”. Para afirmar que o esporte educa, é preciso uma interferência pedagógica consciente dos professores de Educação Física. Então, é você professor, o responsável pelo direcionamento dado a prática do esporte na escola. Por isso, é preciso que tenha clareza que dentro da Escola o papel do esporte é o resgate aos valores morais, que defendam o coletivo sobre o individual, exatamente para que os alunos possam criticá-lo dentro de um determinado contexto sócio-econômicopolítico e cultural. Quando fala-se em esporte DA escola prioriza-se os jogos. Todos os alunos podem participar na tomada de decisão. A progressão acontece através das dicussões em torno da dinâmica ao invés das habilidades técnicas esportivas. O professor serve apenas como um mediador interferindo, quando necessário, no processo de construção e idealização coletiva. Santos et al (2006, p.25), analisa os resultados positivos que esses alunos adquirem com a prática do Esporte DA Escola:
Quanto ao Esporte NA escola, as aulas continuam sendo desenvolvidas de forma tradicional, conforme o modelo a seguir:
a) Construir um jogo que é seu, algo que fizeram e criaram; b) Descobrir por si mesmos por que as regras são importantes e a que propósito elas servem; c) Estar envolvidos em seu próprio aprendizado; d) Compar tilha r suas idéias e tr abalhar cooperativamente; e) Comunicar-se e explicar como seu jogo desenvolveu-se; f) Ensinar aos colegas, inclusive ao professor.
Não há dúvida que esse modelo representa a busca pelo desenvolvimento técnico, onde somente no último momento há um situação de jogo que podemos dizer que existe uma tentativa de integração e cooperação do grupo.
O papel do professor é fundamental em direcionar os grupos a tomar decisão e solucionar problemas. Realizar questionamentos sobre como o jogo é jogado e verificar qual o nível de envolvimento dos alunos, além da cooperação individual.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
•
•
•
Introdução – nesta fase da aula, são realizados exercícios de aquecimento ou práticas de habilidades conhecidas. Desenvolvimento – nesta etapa da aula, são desenvolvidas as habilidades técnicas, freqüentemente, realizadas de maneira isolada como por exemplo, os fundamentos de um determinado esporte. Conclusão – habitualmente um jogo conclui uma aula. Tradicionalmente a formação as equipes é feita da seguinte maneira: uma turma é dividida em alunos que podem e alunos que não podem fazer a aula. No primeiro caso, os alunos que possuem habilidades para praticar fazem parte do jogo, enquanto que os demais aguardam sua vez para jogar. Outra alternativa é dividir a turma em várias equipes, enquanto duas jogam, as demais guardam sua vez (RED, 1988 apud SANTOS, 2006, p.24)
[...] realmente o esporte educa. Mas, educação que significa levar indivíduo a internalizar valores, normas de comportamento, que lhe possibilitarão adaptar-se à sociedade capitalista. Em suma, é uma educação que leva ao acomodamento e não ao questionamento. Uma educação que ofusca, ou lança uma cortina de fumaça sobre as contradições da sociedade capitalista. na educação que não leva à formação do indivíduo consciente, crítico, sensível à realidade que o envolve” (OLIVEIRA,1994, p.33)
O quadro a seguir faz uma abordagem discutindo as principais diferenças ao se trabalhar com o esporte NA escola e o esporte DA escola.
23
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
ESPORTE NA ESCOLA
ESPORTE DA ESCOLA
Regras já estão estabelecidas
As regras sofrem alteração de acordo com a necessidade dos alunos
Há exclusão dos não aptos
Há inclusão de todos
As habilidades motoras são mais complexas.
As habilidades motoras menos complexas.
Busca melhorar o gesto técnico do aluno
Busca a participação do aluno sem se preocupar com o gesto técnico
O profissional é tecnicista
O profissional é mediador nas atividades
Visa sempre um campeão
Visa a participação coletiva do grupo
Há necessidade de materiais específicos
Uso de materiais simples, sucatas
Os jogos são pré-existentes
Os jogos são criados pelos atletas
A partir dessas características observadas no esporte DA escola e esporte NA escola, poderemos estudar e direcionar essas ideias para o esporte Voleibol, que a partir de agora será definido como Voleibol NA escola e Voleibol DA escola. Então, ao elaborar o planejamento de ensino, o professor deverá considerar que nas aulas de Educação Física Escolar, o Voleibol DA escola é mais um esporte dentre outros que o aluno terá direito em suas práticas esportivas escolares, como recreação, ginásticas, lutas etc. A partir do desenvolvimento desse conjunto de conteúdos inter-relacionados, é que o aluno terá condições de desenvolver a cultura corporal do movimento. Já no Voleibol-performance (Vôlei NA escola), esse espaço está voltado à programação dos conteúdos técnicos e táticos do esporte em função de uma temporada para competição. No Voleibol DA escola, a prioridade do aluno é a educação escolar com qualificação ampla, tanto que a sua ausência nas aulas estão relacionados a motivos como: notas ruins, doenças... enquanto que a criança/ atleta somente falta aos treinos dentro do Voleibol NA escola devido a lesões ou alguma inviabilização decorrentes das regras do jogo ou da competição. A busca do sucesso no vôlei-competição ( Voleibol NA escola) leva os treinadores a seguirem à risca a programação e a intensidade dos treinos. No Voleibol DA escola, o sucesso educacional está na programação flexível, dependendo da assimilação e evolução das atividades propostas, assim como a adequação das atividades às diversas faixas etárias. As ações motoras específicas do Voleibol devem ser trabalhadas em qualquer fase de desenvolvimento, o que irá variar é o grau de dificuldades dos exercícios aplicados.
24
Quanto aos recursos materiais, conforme já citado anteriormente, para o vôlei-performance (Vôlei NA escola) é uma condição básica para o desenvolvimento do trabalho, assim como a determinação do espaço que precisa ser adequado. No Voleibol DA escola a necessidade desses recursos é mínima. O espaço é variável; algumas possuem espaço aberto, outras o terceirizam, além daquelas que nem apresentam pátios ou quadra, mas que, contudo, não inviabiliza a prática do conhecimento do Voleibol. Para o vôlei-competição (Vôlei NA escola) buscam-se crianças com perfis e habilidades motoras específicas para o esporte. No Vôlei DA escola esse aspecto é irrelevante pois todos participam das atividades. O objetivo se traduz em questões educacionais, aprendizagem motora em busca da melhoria dos movimentos da cultura corporal de cada criança, e não a capacidade cardiorrespiratória e movimentos técnicos específicos do Voleibol. Portanto, priorizar o desempenho fisiológico e motor de alta performance no momento em que o Vôlei é um conteúdo da aula de Educação Física Escolar, está relevando a um segundo plano. O Vôlei, como conteúdo, se presta como mais um novo tipo de movimento que possa preencher tempo livre da criança, enriquecer o seu acervo de memória motora, promover discussões sobre a variedade de movimentos possíveis para o corpo humano, recreação, conhecimentos teóricos sobre os seus aspectos técnicos e táticos de jogos relacionados às ações de jogos infantis e, finalmente, talvez, o aluno que tiver um desempenho melhor nessa atividade esportiva poderá iniciar sua carreira esportiva nessa modalidade. O aluno pode virar um grande atleta, porém não é o principal objetivo do professor para ser trabalhado. (CAMPOS, 2006, p.40)
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD Assim, a diferença entre Esporte DA escola e Esporte NA Escola, aqui nos referindo ao Voleibol DA Escola e Voleibol NA Escola pode ser facilmente observada desde o planejamento e aplicação dos jogos trabalhados. O primeiro permite modificações na estrutura dos jogos esportivos, sendo possível adequá-lo facilmente às condições de aprendizagem dos alunos. O segundo inicia-se com execução de habilidades técnicas e visam principalmente o resultado da realização perfeita dos movimentos do Voleibol. ?? ?
?
[...] por causa de sua natureza espetacular, o esporte converteu se em instrumento e método de comunicação, contribuindo para formar uma opinião pública mundial mediante a universalização do espetáculo. Por isso, o espetáculo esportivo deve ser visto, antes de tudo, como um acontecimento que impregna todas as esferas do mass media. Ele é o equivalente moderno das grandes representações populares da Antiguidade, e torna-se o tema central dos meios de comunicação de massa. O artigo completo sobre a discussão acerca do esporte (Vôlei) e a influência da mídia você pode encontrar no site : http://www.vsites.unb.br/.../processo_de_ressignificacao_do_ Voleibol_a partir_da_tv.pdf
SAIBA MAIS
Métodos de ensino em diversas faixas etárias (Xavier, 1986, p.68)
VOLEIBOL
VOCÊ SABIA?
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
1-MiniVoleibol
-
-
G
G
G
G
G
-
-
-
-
-
-
-
2-Toques
-
-
G
G
G
G
G
P
P
P
P
P
P
P
3-Passes
-
-
G
G
G
G
G
P
P
P
P
P
P
P
4-Manchete
-
-
G
G
G
G
G
P
P
P
P
P
P
P
5-Saque
-
-
G
G
G
G
G
G
G
G
G
P
P
P
6-Cortada
-
-
-
-
-
G
G
G
G
G
G
M
M
M
7-Bloqueio
-
-
-
-
-
-
-
G
G
G
G
G
G
G
8-Defesa
-
-
-
-
G
G
G
P
P
M
M
M
M
M
9Jogo adaptado/Jogo
G
G
G
G
G
G
G
G
G
G
G
G
G
G
G- global, P- parcial, M- Misto, - ausência de dados
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
25
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
INDICAÇÃO DE LEITURA Faça uma leitura do livro Voleibol “da” Escola, Capítulo “ Entendendo a prática do Voleibol na Escola”. Campos, Luiz Antônio Silva. Jundiaí, SP: Fontoura Editora,2006.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE Para aprofundar mais a discussão sobre o papel do esporte na sociedade e sua aplicação nas aulas de Educação Física leia o artigo com o Título: Re-significando o esporte na Educação Física escolar: uma perspectiva crítica e faça uma análise das principais idéias http://efartigos.atspace.org/efescolar.html
3 ORIGEM E HISTÓRIA DO VOLEIBOL
Figura 1 - Willian G. Morgan - O Criador do Voleibol Fonte: http://www.fmVôlei.org.br/publicoHistoria1.aspx
26
O vôlei foi criado em 9 de Fevereiro de 1895, pelo americano William G. Morgan (1870-1942), então diretor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Holyoke, em Massachusetts, nos Estados Unidos (Figura 1) O esporte mais praticado naquela época era o basquetebol, criado apenas quatro anos antes, mas que teve uma rápida aceitação por parte dos seus candidatos. Mas, era, um jogo muito cansativo para pessoas de idade, na maioria homens de negócios que não haviam se adaptado à prática também devido aos choques que provocavam muitas lesões. Morgan procurou, por sugestão do pastor Lawrence Rinder, idealizar um jogo menos fatigante para os associados mais velhos da ACM, mas que ao mesmo tempo fosse algo recreativo, com menor contato físico entre os participantes, mas que proporcionasse um esforço físico que pudesse trazer benefícios à saúde. Inspirado no tênis, separou os adversários por uma rede e criou um esporte cujo objetivo era enviar a bola de encontro à quadra adversária por cima da mesma. Colocou uma rede semelhante à de tênis, a uma altura de 1,98 metros, sobre a qual uma câmara de bola de basquete era batida, surgindo assim o jogo de vôlei. A primeira quadra media 15,75m de comprimento e 7,625m de largura. A rede tinha 0,61 de largura, 8,235 de comprimento e 1,98m de largura (do solo ao bordo superior). O primeiro nome deste esporte que viria se tornar um dos maiores do mundo foi Mintonette (minonette). A quadra atual possui dimensões de 18m x 9m. O eixo da linha central divide a quadra de jogo em duas quadras de medidas iguais, tendo, cada uma, 9m x 9m. Em cada quadra, uma linha de ataque é colocada, a 3m do eixo da linha central, determinando a zona de ataque. A altura de rede deve ser de 2,43m para as equipes masculinas e de 2,24m para as equipes femininas. A rede mede 1m de largura por 9,50m a 10m de comprimento. A antena é uma vara flexível medindo 1,80m de comprimento e 10mm de diâmetro. São consideradas como parte integrante da rede e delimitam lateralmente o espaço de cruzamento acima da rede. Os postes que sustentam a rede devem estar a uma distância de 0,50m a 1 m de cada linha lateral. Eles devem ter uma altura de 2,55m e devem ser preferencialmente ajustáveis.(Figura 2)
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 2: Dimensões de uma quadra de Voleibol Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/Voleibol/imagens/quadra-de-Vôlei.jpg
A primeira bola utilizada foi a de Basquetebol (Figura 3) mas mostrou-se muito pesada, depois foi trabalhado somente com a sua câmara, porém muito leve. Então Morgan encomendou uma bola de uma câmara de borracha coberta de couro ou lona de cor clara e tinha por circunferência de 67,5cm e seu peso era de 255 a 340g. Suas características estão muito distantes da bola atual, com circunferência de 65 a 67 cm e peso de 260g a 280g (BOJIKIAN, 2003b, p.35).
As figuras 4 e 5 demonstram como são as atuais bolas do esporte Voleibol.
Figura 4: Bola Oficial do Voleibol Fonte: http://www.melhordovolei.com.br/colunas.asp?coluna=23>
Figura 3 : Bola de Basquetebol Fonte: http://www.edukbr.com.br/.../janela_basquete.asp
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
27
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 5 : Bolas Oficial do Voleibol Fonte: http://www.sportcenterlopes.com.br/index.php?manufac...
No início, o Mintonette ficou restrito à cidade de Holyoke e ao ginásio onde Morgan era diretor. Um ano mais tarde, numa conferência no Springfield’s College, entre diretores de educação física dos EUA, duas equipes de Holyoke fizeram uma demonstração e assim o jogo começou a se difundir por Springfield. Após assistir à demonstração e ouvir as explicações de Morgan, o professor Alfred T. Halstead chamou a atenção para a ação do vôo da bola por cima da rede (Voleio), sem tocar o chão, e propôs que o nome Mintonette fosse substituído por Volley Ball. O nome foi aceito por Morgan e pela conferência, permanecendo desta forma até 1952, quando o Comitê Administrativo da então Associação de Volley Ball dos Estados Unidos votou pela pronúncia do nome em apenas uma palavra, passando para a forma definitiva Volleyball. Em 1896, foi publicado o primeiro artigo sobre o volley ball, escrito por J.Y. Cameron na edição do “Physical Education” na cidade de Búfalo, Nova Iorque. Este artigo trazia um pequeno resumo sobre o jogo e de suas regras de maneira geral. O autor escreveu: “o Voleibol é um jogo novo, apropriado para o ginásio ou num campo aberto, mas que pode também ser praticado ao ar livre por um número ilimitado de pessoas. O jogo consiste em manter uma bola em movimento sobre uma rede alta, de um lado para o outro”. No ano seguinte (1897), estas regras foram incluídas oficialmente no primeiro handbook oficial da Liga Atlética da Associação Cristã de Moços da América do Norte.
28
O volleyball foi rapidamente ganhando novos adeptos, crescendo no cenário mundial ao decorrer dos anos. Em 1900, o esporte chegou ao Canadá (primeiro país fora dos Estados Unidos), sendo posteriormente desenvolvido em outros países, como na China, Japão (1908), Filipinas (1910) entre outros países europeus, asiáticos, africanos e sul americanos. Na América do Sul, o primeiro país a conhecer o volleyball foi o Peru, em 1910, através de uma missão governamental que tinha a finalidade de organizar a educação primária do país. Somente em 1918 que foi limitado o número de seis jogadores por equipe até então era livre, em 1922 o número de toques por equipes também foi limitado a no máximo de três. Até os anos 30, o vôlei foi praticado mais como uma forma de recreação e lazer, e houve poucas atividades internacionais e competições. Isso devido ao fato que havia diferentes regras em várias partes do mundo. Entretanto, campeonatos nacionais já eram disputados nos países da Europa oriental, para onde o esporte foi levado pelos soldados americanos a partir de 1915, na 1ª Guerra Mundial. Também em função da 1ª Guerra Mundial, o Egito foi o primeiro país africano a descobrir o vôlei e escolas e clubes dos países como Polónia, França, Bulgária já adotavam esse esporte. Não se tem registro de quando o vôlei chegou ao Brasil. Para alguns, oficialmente, a primeira competição do esporte no país foi realizada em Recife (PE), em 1915 no Colégio Marista, mas para outros foi por volta de 1916 e 1917 pela Associação Cristã de Moços (ACM) de São Paulo. Assim, tudo leva a crer que o esporte já era praticado informalmente antes desta data. A partir daquele momento, entretanto, colégios de outras cidades pernambucanas passaram a ter o vôlei como uma de suas disciplinas de educação física. A fácil adaptação da sua prática em qualquer terreno e seus recursos materiais (conforme discutido no Capítulo II) favoreceram, desde então, adequá-lo às condições de vida dos soldados em guerra. No dia 12 de Janeiro de 1946 foi fundada a Confederação Sul-Americana de Volleyball que organizou em 1951, no ginásio do Fluminense F.C no Rio de Janeiro, o primeiro campeonato de Voleibol da América do Sul, o Brasil na época venceu o masculino e no feminino.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD A Federação Internacional de Voleibol foi fundada em 20 de abril de 1947, em Paris (França), sendo o primeiro presidente o Sr. Paul Libaud e fundadores os seguintes países: Brasil, Bélgica, Egito, França, Holanda, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Roménia, Checoslováquia, Jugoslávia, Estados Unidos e Uruguai. Somente em 1954, com a criação da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), cujo primeiro presidente foi o Sr. Denis Hattaway, é que a organização do nosso Voleibol deixou de ser feita pela Confederação Brasileira de Desportos. Em 1924, houve uma demonstração de esportes americanos nas Olimpíadas de Paris (FRANÇA) e o vôlei estava entre eles. No entanto, foi apenas em setembro de 1962, no Congresso de Sofia (Bulgária), que o vôlei foi admitido como esporte olímpico. Sua primeira disputa se realizou nas Olimpíadas de Tóquio (JAPÃO) em Outubro de 1964, com a presença de dez países no masculino – Japão, Romênia, Rússia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria, Holanda, Estados Unidos, Coréia do Sul e Brasil. O primeiro campeão olímpico masculino foi a Rússia, a Tchecoslováquia foi a vice e a medalha de bronze ficou com o Japão, o Brasil terminou em sétimo. No feminino, o Japão também levou o ouro. A Rússia ficou em segundo e a Polônia, em terceiro. O Brasil não participou. O Brasil até 1970 não passava das posições intermediárias nas maiores competições. A partir de meados desse ano a CBV passou a se preocupar com a busca da melhoria do nível técnico dos seus jogadores assim como na formação dos seus técnicos então passou a investir em cursos, amistosos, além de vários campeonatos internacionais foram sediados em nosso país. Em 1981, a emissora de televisão Record, transmitiu ao vivo, em horário nobre o Mundialito de Voleibol Feminino realizado em São Paulo, com altos índices de audiência. A presença da televisão ajudou o Voleibol a trazer as empresas patrocinadoras tornando esse esporte profissional. O Voleibol foi melhorando também fora das quadras, na organização e infra-estrutura. A sua estrutura enquanto equipe estava sendo construída através de muitos estudos assim como aperfeiçoamento dos seus atletas. O brilho inicial do Voleibol brasileiro masculino, começou a aparecer na Olimpíada de Los Angeles UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
com a conquista da medalha de prata. Em 1992, em Barcelona, foi conquistado o ouro. Depois, vieram a conquista da Liga Mundial, em 1993 e 2001 e, finalmente, o Mundial da Argentina, em 2002, coroando um trabalho primoroso do esporte no país. Nas Olimpíadas seguintes ficamos com 50 lugar nos EUA, 60 na Austrália, 10 na Grécia e 20 na China. Paralelamente, a Seleção feminina também passou a ser sinônimo de competitividade no cenário mundial ao conquistar duas medalhas olímpicas, ambas de bronze, em Atlanta/96 e Sydney/2000, além de três edições do Grand Prix (1993, 1995 e 1997). Na Olimpíada da Grécia em 2004 ficamos em 40 lugar porém, em 2008 na China levamos o ouro. E não foi apenas nas quadras duras que os brasileiros mostraram domínio. Nas areias, o Brasil vem dominando o cenário mundial há uma década. Na estréia do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos de Atlanta, um feito histórico: ouro e prata no feminino. Em Sydney, foram duas pratas e um bronze. William Morgan, que era conhecido pelo apelido de Armário, devido ao seu porte físico, morreu em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos de idade. Porém, não poderia deixar de transcrever suas palavras ao se referir ao Voleibol: O Voleibol veio preencher uma lacuna em matérias de jogos. Trata-se de um jogo de recinto fechado para os que desejam uma modalidade esportiva menos rude que bola ao cesto, mas que ainda requer certo grau de atividade. É um jogo adequado a ginásio ou pátios de exercício, mas que também pode ser jogado em campo aberto. Pode jogá-lo qualquer número de jogadores. O jogo consiste em manter uma bola em movimento sobre uma rede alta participando assim do caráter de dois outros jogos: Ténis e Hand-ball. O Vôlei obriga à prática constante de sentimentos superiores sob pena, de quem não o fizer, de ser excluído com elemento desnecesário e mesmo prejudicial; naturalmente repelido pelos demais companheiros, interessados no sucesso do quadro. Sob o ponto de vista social é uma recreação agradável e um processo poderoso de aproximação e de estímulo, incentivando em todos, como esporte coletivo que é, o espírito de corporação imprescindível à consistência de toda organização social. Agrada, diverte e beneficia o indivíduo e a coletividade… Willian Morgan (QUASE 100 anos de disputa, 1984, p.8)
29
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 8: História do Voleibol Figura 6 :1895/Associação Cristã de Moços (ACM)
Fonte :http//efebism.blogspot.com/2009/04/historia-do-vole...
Fonte: http://nipobrasileiro.wordpress.com/2008/11/11/historiadoVoleibol/
?
VOCÊ SABIA?
• Em 51 competições disputadas em 2007, o Brasil esteve
no pódio 56 vezes. Foram 31 ouros, 13 pratas e 12 bronzes. Entre as conquistas destacam-se o heptacampeonato da Liga Mundial, o ouro nos Jogos Pan-Americanos nas categorias indoor masculino e praia masculino e feminino, além da prata no indoor feminino. • Em 48 competições disputadas em 2006, o Brasil esteve no pódio 67 vezes. Foram 32 ouros, 20 pratas e 15 bronzes,
incluindo o bicampeonato mundial masculino e o vicecampeonato mundial feminino. • Em 57 competições disputadas em 2005, o Brasil esteve no
pódio 80 vezes. Foram 39 ouros, 22 pratas e 19 bronzes. • Em 38 competições disputadas em 2004, o Brasil esteve no pódio 47 vezes. Foram 22 ouros, 11 pratas e 14 bronzes.
Neste ano, a seleção masculina e a dupla Ricardo e Emanuel conquistaram o ouro olímpico, enquanto Adriana Behar e
Shelda levaram a prata. • Em 41 competições disputadas em 2003, o Brasil esteve no
pódio 46 vezes. Foram 20 ouros, 14 pratas e 12 bronzes. • Em 35 competições disputadas em 2002, o Brasil esteve no pódio 34 vezes. -> Foram 16 ouros, 11 pratas e 7 bronzes.
Figura 7: História do Voleibol Fonte: http://www.birafitness.com/histVoleibol.htm
30
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD ?? ?
SAIBA MAIS
Algumas datas importantes: 1896 – Em Julho realizou-se pela 1ª vez um jogo de Voleibol, no Springfield College. 1900 – Foi desenvolvida uma bola especial para o Voleibol. 1917 – O jogo passou de 21 para 15 pontos.
1920 – Foram introduzidas as regras dos 3 toques por equipe e do ataque da zona defensiva. 1922 – Realizou-se o 1º Campeonato Nacional YMCA, que ocorreu em Brooklyn, NY. Participaram 27 equipas de 11
estados dos EUA. 1930 – 1º jogo de Voleibol de praia, 2x2. 1947 – Fundação da FIVB, Federation Internacionale De VolleyBall.
1948 – 1º Torneio de Voleibol de Praia (2x2). 1949 – 1º Campeonato Mundial de Voleibol, Praga, Checoslováquia. 1964 – Introdução do Voleibol como modalidade Olímpica, em Tóquio. 1990 – Criação da Liga Mundial. 1995 – Centenário do Voleibol. 1996 – Introdução do Voleibol de Praia como modalidade Olímpica, em Atlanta. Mais informações sobre história do Voleibol acesse o site: http://www.cvaVôlei.com/histVôlei.htm
INDICAÇÃO DE LEITURA ht tp :// ww w.cb v.c om .b r/n ew cb v/ in st it uc io na l/ hi st or ia . asp?pag=h-Voleibol http://www.cdof.com.br/Voleibol2.htm VOLEI. História: quase 100 anos de disputas in : Vôlei, revista do mês. São Paulo: Três, jun,1984.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE Através de uma atividade prática vivencie as fase de criação e origem do Voleibol, utilizando três bolas de diferentes dimensões e características assim como as primeiras regras utilizadas. Depois descreva o que aprendeu e as sensações durante o desenrolar da atividade apontando os aspectos positivos e negativos. Essa atividade você pode trabalhar com os seus alunos na escola ao discutir a Origem do Voleibol.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
4 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO VOLEIBOL Antes de iniciar a discussão acerca dos fundamentos técnicos do Voleibol, é importante mais uma vez chamar a sua atenção quanto à forma de trabalho. A riqueza desse conteúdo está em como e quando você irá utilizá-lo como instrumento educacional durante o processo pedagógico nas aulas de Educação Física da sua escola. Os fundamentos do vôlei são ações motoras específicas desse esporte que irão estimular na criança ampliação do repertório motor durante o desenvolvimento de jogos temáticos desse esporte.
4.1 POSIÇÃO DE EXPECTATIVA E MOVIMENTAÇÃO Essa posição caracteriza-se como a posição básica que introduz a execução dos principais fundamentos técnicos do Voleibol. Relaciona-se as posturas iniciais adotadas pelos jogadores no decorrer do jogo para que ele tenha condições de executar diferentes deslocamentos no sentido anterior, posterior e lateral assim como os fundamentos técnicos e ações táticas. A criança, à medida que estuda os procedimentos técnicos e as ações táticas, devem também dominar os posicionamentos iniciais mais cômodos a partir dos quais pode-se realizar uma outra ação (SUVOROV e GRISHIN, 2002, p.123). É importante que esses participantes percebam que precisam adotar uma postura inicial para receber uma bola de saque, cortada, para realizar uma levantamento… enfim, dá continuidade a jogada. Essa posição deve ser cômoda o suficiente para lhe permitir pronta entrada na bola. Se fosse para trabalhar com a técnica apurada do Voleibol, teria que analisar e estudar com você várias posições de expectativa, mas, busco apenas explorar o reportório motor das crianças através dos movimentos desse esporte. Então, indicarei a posição mais fácil de se realizar, para que a criança na escola possa realizá-la na busca da bola facilitando a dinâmica do jogo.
31
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Seguindo as orientações de Bojikian (2003b, p.70) a criança deverá: :
:
estar com as pernas em afastamento lateral (largura dos ombros), semi- flexionadas sendo uma ligeiramente a frente da outra. O Centro de Gravidade não deverá estar muito próximo a altura dos joelhos, nem abaixo deles, pois isso forçará um posicionamento muito abaixo ao quadril, fato que dificultará às partidas rápidas em direção à bola( Figura 9) os braços devem estar semi-flexionados e os cotovelos com um afastamento lateral um pouco superior à largura dos ombros e um pouco à frente da linha anterior à frente do corpo. Esse posicionamento intermediário dos braços permitirá a execução tanto da manchete quanto do toque de bola por cima (Figura 9)
Os erros mais comuns encontrados na realização dessa posição de expectativa são: não flexionar as pernas e sim o tronco; posicionar os braços muito aberto, atrás ou à frente demasiadamente; iniciar os deslocamentos com a perna errada; não coordenar as passadas; realizar os deslocamentos praticamente em pé. A partir desse conhecimento a criança já adquire condições de começar a realizar os deslocamentos. As principais formas de deslocamento são a sucessão de passos para a direita, para a esquerda, para a frente e para trás, a passada dupla para frente e para trás, o salto para frente e para trás, a corrida e a parada após um deslocamento. È muito importante que as crianças aprendam a combinar as diferentes formas de deslocamento com paradas e a adoção de uma determinada postura assim como aprendam a escolher o modo de se deslocar dependendo da situação de jogo (distância da bola, velocidade do voo da bola, trajetória etc) (SUVOROV e GRISHIN, 2002, p.124).
32
Figura 9- Posição de expectativa no Voleibol Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_nUDSkbVrXuw/Rk5H0Ev8GNI/ AAAAAAAAAB0/sg2mRoIb-CY/s320/posicao%2Bbase.jpg
4.2 TOQUE DE BOLA Toque de bola por cima é o fundamento mais característico do Voleibol, na maioria das vezes é responsável pela preparação do ataque, mas também serve como defesa. Mesmo sendo mais utilizado pelos levantadores, os atacantes também são obrigados a utilizá-los. Vale lembrar que o nosso objetivo aqui não é formar atletas individualizando e direcionando o conhecimento específico para cada posição dos jogadores, portanto, os movimentos de cada fundamento técnico são direcionados para todas as crianças pois irão servir para as ações durante o jogo de Voleibol. O toque de bola por cima, apresenta 3 etapas: (BOJIKIAN, 2003b, p.75) 1- Entrada sob a bola - nessa fase inicial as pernas e os braços deverão estar semiflexionados , com a bola acima da cabeça. As pernas com afastamento lateral (ombros) e um pé ligeiramente á frente do outro. Tronco levemente inclinado para frente. Os braços semiflexionados lateralmente em relação aos tronco. As mãos devem estar com os dedos quase que totalmente estendidos, mas de uma forma arredondada (como uma concha) para melhor acomodar a curvatura da bola. Polegares e indicadores UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD formarão a figura aproximada de um triângulo (Figura 10)
3- Execução -quando for dado o toque na bola todo o corpo participa, é de forma sutil com a parte interna dos dedos e uma pequena flexão dos punhos. Os braços e as pernas deverão estender para provocar uma transferência do peso do corpo sobre a perna de trás para a frente 4 - Término -o corpo terminará todo estendido
Figura 11: Movimento completo do Toque de Bola Fonte : http://www.maisedufisica.com/moodle/file.php/1/passe_Voleibol.jpg
Figura 10: Formação de um “triângulo” Fonte: http://www.avcoimbra.org/avc/Files/miniVôlei1.pdf
1-As mãos Os polegares e os indicadores devem formar um triângulo isósceles. As zonas das mãos que têm contacto com a bola estão evidenciadas a escuro. Os dedos Nem demasiado rígidos, nem ao contrário completamente relaxados. O contacto com a bola deve ser feito com todos os dez dedos. 2-Depois do passe, os braços e as mãos acompanham o impulso da bola. Os braços terminado o impulso, permanecem por instantes em extensão e depois voltam naturalmente ao longo do corpo.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Figura 12: Movimento Completo do Toque de bola Fonte:http://images.google.com.br/images?q=man chete+Voleibol&btnG=Pesquisar&um=1&hl=ptBR&tbs=isch%3A1&sa=2&start=0
O toque de bola por cima constitui um fundamento técnico básico do Voleibol, através dele a criança irá facilmente desenvolver habilidades motoras para tocar a bola com maior precisão para seus colegas durante os jogos. Durante a sua execução observa-se alguns erros mais frequentes, entre eles: a criança
33
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
não entra debaixo da bola antes do momento do Toque, não coordenar o movimento de braço e pernas, posicionamento incorreto das mãos e dos cotovelos, além da falta de força para enviar a bola.
4.3 MANCHETE É o fundamento mais utilizado na recepção de saques e para defesa de bolas cortadas. O contato da bola se faz no antebraço pois é uma região que suporta melhor os fortes impactos provocados por ela. Para a execução da Manchete, deve-se observar : (BOJIKIAN, 2003b, p.88) 1- Entrada sob a bola – as pernas semiflexionadas, afastadas lateralmente com distanciamento semelhante à largura dos ombros e um pé ligeiramente á frente do outro. Braços estendidos e unidos á frente do corpo e os dedos unidos de uma mão devem estar sobrepostos aos da outra, os polegares estendidos devem se tocar paralelamente (Figura 13). 2- Ataque à bola – no momento de ataque à bola as pernas se estenderão, o peso do corpo é transferido para frente e os braços permanecem sem movimento, com a musculatura enrijecida. O impacto da bola se dá no antebraço e isso será facilitado se os punhos estiverem bem estendidos, em direção ao solo (Figura 14) 3- Término do movimento – os braços e as pernas devem permanecer estendidos até o impacto da bola.
Figura 13: Posicionamento da mãos durante a Manchete Fonte: http://www.cbv.com.br
Figura 14:Bola batida no antebraço Fonte : http://3.bp.blogspot.com/_nUDSkbVrXuw/Rk5KUkv8GPI/ AAAAAAAAACE/Jvp1P--zDgs/s320/manchete.jpg
É importante que você, professor, tenha conhecimento sobre a execução da Manchete à medida que será necessário orientar os alunos nessas ações. Assim, procure observar se eles estão flexionando os braços, não flexionando as pernas, tocando as mãos na bola ao invés do antebraço, flexionando o tronco e não os joelhos e se não estão coordenando os movimentos de braços e pernas, Estes costumam ser os maiores erros e dificuldades encontradas por elas. Você pode apresentar a Manchete Lateral, porém, pelo seu grau de dificuldade ser maior,
34
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD deverá ser trabalhada em crianças com maior faixa etária, principalmente, depois de ter assimilado e se familiarizado com o movimento da Manchete. A manchete utilizada como defesa difere-se da manchete de uso para recepção de saque através do ângulo de queda e velocidade da bola que são maiores. Para realizar a defesa o jogador deve estar bastante abaixado de forma estável e equilibrado, já que o impacto da bola é muito forte. Ele também pode se antecipar à ação do atacante. Uma vez defendida deve ser dirigida ao levantador junto á rede para armar o contra ataque.
Execução : (Figura 15)
É o fundamento técnico do Voleibol responsável pela iniciação do jogo. O jogador que ocupa a posição 1, tem que está atrás da linha de fundo, em qualquer lugar dos 9 m de comprimento que ela possui. O saque são classificados em dois tipos : -por baixo -por cima: flutuante e com rotação
- bola será lançada para cima (altura máxima 30 cm), á frente do corpo e será golpeada com o braço ao contrário daquele que ela lançou, que realizará todo o movimento em direção a bola estando estendido. O peso do corpo é transferido todo para a perna da frente. A mão, ao golpear a bola, tomará um posicionamento arredondado, com os dedos unidos e quase estendidos. Esse procedimento provocará o contato com uma superfície grande da bola, aumentando a precisão. A contracção da musculatura da mão tornará a área de impacto mais sólida para facilitar o envio da bola a distâncias maiores. A mão, ao golpear a bola fica na posição arredondada, dedos unidos e quase estendido. Porém, pode ser utilizada outras técnicas mas, a precisão do movimento pode não ser garantida. Para as crianças com falta de coordenação, recomenda-se uma rápida substituição da mão que sustenta a bola pela aquela que vai golpear. Isso descaracteriza bola presa que é punida pela regra, facilitando a execução. As bolas lançadas muito altas induzem as imprecisões.
4.4.1 Saque por baixo
Término do movimento:
De acordo com Bojikian (2003b, p.92) para o movimento correto do saque deve ter as seguintes etapas:
- com o golpe na bola e a transferência do peso do corpo para a perna da frente, há uma tendência natural da perna de trás ser lançada para frente, que deve ser aproveitada para o passo que introduzirá o sacador na quadra de jogo.
4.4 SAQUE
Fase preparatória: - em pé de frente para a quadra adversária o aluno deverá se posicionar com o tronco ligeiramente inclinado para frente, pernas com afastamento ânteroposterior , perna contrária ao do lado que irá sacar deverá estar à frente com distanciamento lateral mais ou menos igual à largura dos ombros. O peso do corpo estará recaindo mais sobre a perna de trás. A bola deverá ser segura com a mão que não irá sacar ficando o braço quase totalmente estendido. O Braço que golpeará a bola estará estendido para trás.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Figura 15: Execução do Saque por baixo Fonte : http://www.maisedufisica.com/moodle/file.php/1/servico_ por_baixo.jpg
35
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
4.4.2 Saque por cima O Saque por cima também é conhecido como saque TIPO TÊNIS devido a sua semelhança com movimentos do tênis de campo. O impacto na bola é bem mais potente que o saque por baixo em virtude da velocidade que o braço pode atingir. A sua aprendizagem possibilita um grande avanço para futuramente estudar a cortada, pois os movimentos de braço e tronco são muito semelhantes. Existem dois tipos: com rotação e flutuante Saque com ROTAÇÂO-> possui esse nome devido a rotação que é dada à bola e flexão de punho que é realizada no instante do golpe. É o saque mais potente e possui uma trajetória bem definida. EXECUÇÃO: (BOJIKIAN, 2003b, p.99) - em pé, atrás da linha do fundo, de frente para a região da quadra adversária para a qual o saque será dirigido, segurando a bola com as duas mãos, afastamento ântero-posterior das pernas, com a perna contrária ao lado do braço de ataque se posicionando à frente. Há um afastamento lateral num distanciamento semelhante à largura dos ombros. - bola é lançada com as duas mãos acima da cabeça (1,50m), e um pouco atrás da linha normal do tronco. Com o lançamento da bola para o alto, os braços são movimentados naturalmente para cima, o que vai golpear a bola faz um movimento passando acima da linha do ombro, posicionando-se semiflexionado, na máxima amplitude escápuloumeral. Quando a bola atingir ponto máximo, tronco executa hiperextensão. Ao descer, será golpeada com braço de ataque estendido, acontecendo uma rápida flexão do tronco. - mão em forma de concha, iniciará o contato com a bola na sua parte inferior e posterior, ocorrendo a flexão rápida do punho. Ao transferir o peso do corpo para a perna da frente, há uma tendência natural da perna de trás ser lançada para frente, que será aproveitada para dar a primeira passada de retorno do sacador para a quadra, de uma forma equilibrada. SAQUE FLUTUANTE-> tem esse nome pois a bola, possui sua trajetória sem rotação, não há flexão de punho levando a uma flutuação, tendo uma Trajetória irregular.
36
EXECUÇÃO (BOJIKIAN, 2003b, p.101) - posição inicial praticamente igual a do Saque com Rotação, o braço que irá lançar a bola fica quase estendido á frente do corpo, já o outro semiflexionado com a palma da mão voltado para frente -com a bola lançada para cima o braço de ataque é movimentado para trás e chegará semiflexionado com a palma da mão firme voltada para bola e hipertensão punho. O Trabalho do tronco é quase imperceptível. - o braço de ataque é lançado em direção à rede, em extensão máxima, terminando seu movimento quase paralelo ao solo. O peso do corpo é transferido para a perna da frente. As principais diferenças existentes entre o Saque com Rotação e o Flutuante são: Saque com rotação - trajetória uniforme ,rápida, definida, mais potente Saque flutuante - trajetória disforme e lenta
Figura 16: Execução Saque por cima Fonte: http://fotos.sapo.pt/ZZ1aELznks1KCKvB0RM7/
Com a evolução do Voleibol, surgiram os chamados Saques especiais, que hoje ajudam abrilhantar o espetáculo de uma partida de Voleibol. Alguns exemplos são: - Saque viagem ao fundo do mar - muito forte. Com salto, objetivo é explorar o fundo da quadra adversária dificultando a recepção. - Saque jornada nas estrelas - chega a 25 mts e desce a uma velocidade de70 km/h.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD
4.5 CORTADA É o fundamento do Voleibol que finaliza a maioria das ações ofensivas e visa por meio de um forte golpe enviar a bola de encontro ao solo da equipe adversária. É uma habilidade motora de execução bastante complexa. Requer muita coordenação viso-motora Normalmente é composta por 5 fases: deslocamento, chamada, salto, fase aérea e queda (BOJIKIAN, 2003b, p.106) (Figura 17) 1 - Deslocamento - Pode ser realizado com 1,2, 3 ou mais passadas de corrida, com braços semiflexionados ao lado do corpo. - Para iniciante recomenda-se apenas 3 passadas. - Quanto maior aceleração nesse deslocamento maior será a impulsão 2 - Chamada - Após o deslocamento, ambos os pés tocam o solo (a mais ou menos 80 a 90 cm da rede), com o esquerdo (para os destros) ligeiramente mais próximo da rede que o direito, e com um afastamento lateral um pouco menor que a largura dos ombros. - O corpo se inclina um pouco para frente e os braços estendidos são lançados para trás. As pernas são flexionadas aproximadamente 900 . - É o instante que o cortador se posiciona junto à rede para receber a bola e depois saltar
- Ocorre uma Hiperextensão do tronco - O ataque deve ocorrer quando a bola estiver a uma distância de 30 a 50 cm da rede. - A batida na bola deve ser acompanhada de uma flexão de punho para imprimir uma rotação à bola visando aumentar as chances dela cair dentro da quadra adversária. 5-Queda - No instante do contato com o solo o executante deve amortecer a queda, e se equilibrando para não cair na rede e evitar lesões traumáticas - O salto deve ser o mais vertical possível evitando as quedas sobre a rede. Por se tratar de um movimento que exige complexa habilidade motora, são inúmeros os erros na sua execução, dentre eles destacam: 1. Não coordenar as passadas 2. Fazer a chamada muito próximo da rede 3. Não flexionar as pernas para realizar a chamada 4. Não estender os braços para trás na execução da chamada 5. Não elevar os braços pela frente do corpo na armada dos braços para cortar 6. Não atacar com os braços flexionados 7. Cair sobre a rede 8. Ter dificuldade no tempo da bola 9. Falta de precisão no contato bola-mão 10.Falta de potência de braço
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
3 - Salto - Os pés tocam o chão, primeiro com os calcanhares realizando o movimento rápido, e a última parte a perder o contato com o solo são as pontas dos pés. - Esse movimento é simultâneo de uma brusca extensão vertical das pernas e do lançamento vigoroso dos braços para cima e pela frente do corpo. 4- Fase aérea - Os braços são lançados para cima. O braço que vai bater a bola faz um movimento passando sobre a linha do ombro e em seguida executa a cortada e o outro é movido em direção ao tronco. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Figura 17: Fases da Execução da Cortada Fonte: http://www.justvolleyball.com.br/vptiart59cortada_seqparacortada.jpg
37
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
4.6 BLOQUEIO - É o fundamento que visa interceptar junto à rede a bola cortada pelo adversário. - Tem caráter defensivo, mas pode se tornar ofensivo quando consegue enviar a bola contra o solo do atacante - Há necessidade de coordenar o tempo de subida do bloqueador - Pode ser individual, dupla ou trio No movimento da Cortada, deve ser realizado como a seguir: (BOJIKIAN, 2003b, p.119) -Posição de expectativa- em pé, junto à rede, o bloqueador se posiciona em semiflexão dos joelhos, pés paralelos em afastamento lateral à largura dos ombros. Braços semiflexionados com as mãos ao lado dos ombros a as palmas voltadas para a frente. O tronco ereto e o bloqueador olha para a bola e para o atacante - Execução - o bloqueador salta, com extensão dos braços e pernas em direcção à bola. - O bloqueio pode ser utilizado de forma Ofensiva ou Defensiva. As principais características são:
-Queda- deve ser realizada em equilíbrio. É preciso ter cuidado com pequenos erros os quais prejudicam sua realização correta. Muitos jogadores ao saltarem projetam o corpo para frente e acabam tocando na rede, além da má posição das mãos (afastadas ou unidas demais), flexionam o tronco no momento de flexionar os joelhos para saltar.
Figura 18: Cortada no Voleibol
OFENSIVO
DEFENSIVO
Mãos invadem o espaço aéreo do adversário Mãos não invadem o es(abertas, estendidas, paço aéreo do adversáfirmes, serve como um rio obstáculo) Flexão dos punhos
Extensão dos punhos
Objetivo é amortecer a Objetivo enviar contra o bola para ser recuperada solo do adversário pelos membros da equipe (montar anteparo )
38
Fonte: www.justvolleyball.com.br/vppfart01_a_planeja...
4.7 ROLAMENTO É um fundamento para recuperação de bolas fora do alcance da manchete, principalmente para os lados, o que permite o atleta cobrir uma boa distância rapidamente e ainda estar pronto novamente para participar do jogo. Após um deslocamento lateral, realiza um “afundo” lateral, defende a bola com uma das mãos ou com a manchete, toca a parte lateral do tronco, os quadris rola sobre o tronco e volta à posição inicial (Figura 19) Deve ter cuidado no momento da execução para não flexionar o braço que rebate a bola e após defesa, rolar sobre o ombro esquerdo. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 19: Movimento do Rolamento Fonte: http://www.justvolleyball.com.br/vptiart29_manchete_defesa_5_fig1_rolamento.JPG
4.8 MERGULHO É um fundamento que também visa á recuperação de bolas distantes, mas geralmente à frente do atleta. Após um deslocamento, o jogador deve se apoiar sobre uma perna semiflexionada e mergulhar em direção à bola. A recuperação da bola pode ser com as costas das mãos fechada, por meio de uma flexão dos braços. Com o contato progressivo do peito e do peso do corpo no solo, o atleta realiza uma remada (puxada das mãos para trás) para que o corpo deslize no solo (Figura 20). Deve ter bastante cuidado na realização desse fundamento, para evitar acidentes antes de amortecer a queda o atleta deve elevar o queixo e flexionar os joelhos para não se chocar contra o solo. Para as mulheres, a técnica é a mesma com um ângulo da queda menos acentuado para que o amortecimento e o deslize do corpo no solo se faça sobre o abdômen e não sobre os seios. Em bolas muito distante, o jogador pode dar o mergulho sem o deslize, colocando a mão no chão para que ela bata sobre o dorso e suba.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Figura 20: Movimento do Mergulho Fonte: http://www.justvolleyball.com.br/vptiart29_manchete_defesa_fig08_mergulho.JPG
4.9 NOÇÕES DE REGRAS DO VOLEIBOL Em relação às regras do Voleibol (www.cbv. com.br) , esse módulo irá apresentar apenas uma breve noção das normas que regem esse esporte. Tais informações serão suficientes para que o aluno perceba qual a dinâmica dos jogadores e o que é necessário para que o jogo aconteça. Dessa forma, você terá condições de aplicar jogos escolares com a temática do Voleibol modificando, construindo e adaptando essas regras para a realidade da escola.
39
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS DIMENSÕES A quadra de jogo é um retângulo medindo 18m x 9m. O eixo da linha central divide a quadra de jogo em duas quadras de medidas iguais, tendo, cada uma, 9m x 9m. Em cada quadra, uma linha de ataque é colocada, a 3m do eixo da linha central, determinando a zona de ataque. REDE E POSTES ALTURA DA REDE Deve ser de 2,43m para as equipes masculinas e de 2,24m para as equipes femininas. A rede mede 1m de largura por 9,50m a 10m de comprimento. ANTENAS É uma vara flexível medindo 1,80m de comprimento e 10mm de diâmetro. São consideradas como parte integrante da rede e delimitam lateralmente o espaço de cruzamento acima da rede. POSTES Os postes que sustentam a rede devem estar a uma distância de 0,50m a 1 m de cada linha lateral. Eles devem ter uma altura de 2,55m e devem ser preferencialmente ajustáveis. BOLAS A bola deve ser esférica, sendo sua capa feita de couro flexível e a câmara interior feita de borracha ou material similar. Sua cor deve ser uniforme e clara ou uma combinação de cores. A circunferência deve ser de 65 cm a 67 cm e o peso de 260g a 280g.
40
Figura 21: Instalações e equipamentos do Voleibol Fonte: http://www.esaude.alojamentogratuito.com/trabalhos/1...
PARTICIPANTES COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES Uma equipe é constituída de no máximo 12 jogadores, um técnico, um assistente técnico, um preparador físico e um médico. UNIFORME O uniforme dos jogadores consiste em camisa, calção, meias e tênis. As camisas dos jogadores devem estar numeradas de 1 a 18. É proibido o uso de uniformes de cor diferente dos demais jogadores (exceto o Libero). RESPONSÁVEIS PELAS EQUIPES O capitão da equipe e o técnico são responsáveis pela conduta e disciplina de todos os membros de sua equipe. O Libero não pode ser o capitão. FORMATO DO JOGO PARA MARCAR UM PONTO, VENCER UM SET E O JOGO - A equipe ganha um ponto quando a bola toca na quadra de jogo do adversário; quando equipe adversária comete uma falta ou falha na devolução da bola; quando a equipe adversária recebe uma Penalidade. -Falta- uma equipe comete uma falta ao fazer uma ação contrária as regras. Se duas ou mais faltas são cometidas sucessivamente, somente a primeira é considerada; se duas ou mais faltas são cometidas, simultaneamente, UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD por oponentes, é considerado como FALTA DUPLA e o “rally” deve ser repetido. (Um “rally” é a seqüência de ações de jogadas desde o momento do toque do saque até a bola estar fora de jogo) - Se a equipe que executa o saque vence o “rally”, ganha um ponto e continua sacando; - Se a equipe que recebe o saque vence o “rally”, ganha um ponto e deve executar o saque seguinte. - PARA VENCER UM SET Um set (exceto o decisivo - 5º set ) é ganho pela equipe que primeiro atingir 25 pontos com uma diferença mínima de dois pontos em relação à outra equipe. Em caso de empate em 24 pontos, o jogo continua até que uma diferença de dois pontos seja atingida (26 - 24, 27 - 25). - PARA VENCER UM JOGO Um jogo é ganho pela equipe que vencer três sets. Caso haja empate ( 2 - 2 ) em sets, um set decisivo (5º) é jogado de 15 pontos com um mínimo de 2 pontos de diferença.
POSIÇÕES No momento em que a bola é golpeada pelo sacador, cada equipe deve estar posicionada dentro da sua própria quadra (exceto o sacador) (,) conforme a ordem de saque. As posições dos jogadores estão assim numeradas: Os três jogadores colocados ao longo da rede formam a linha de ataque e ocupam as posições 4(ataque - esquerda), 3(ataque - centro) e 2(ataque - direita); Os outros três jogadores que formam a linha de defesa ocupam as posições 5(defesa - esquerda), 6(defesa - centro) e 1(defesa - direita). RODÍZIO - A ordem do rodízio é determinada pela formação inicial e controlada através do formulário de ordem de saque, devendo ser mantida durante todo o set. - Quando a equipe receptora ganha o direito de sacar, seus jogadores efetuam um rodízio, avançando uma posição, sempre no sentido dos ponteiros do relógio: o jogador da posição 2 vai para a posição 1 para sacar, o jogador da posição 1 vai para a posição 6 etc.
ESTRUTURA DO JOGO O SORTEIO Antes do jogo, o primeiro árbitro realiza um sorteio para decidir quem executa o primeiro saque e qual o lado da quadra das equipes no primeiro set. Um novo sorteio é realizado antes de um set decisivo. - O sorteio é realizado na presença dos dois capitães das equipes. O vencedor do sorteio escolhe: - ou o direito de sacar ou de receber o saque, ou - o lado da quadra. O perdedor fica com a alternativa restante. FORMAÇÃO DAS EQUIPES - Cada equipe deve ter sempre seis jogadores na quadra de jogo. O formulário com a posição inicial, indica a ordem de saque dos jogadores na quadra. Esta ordem deve ser mantida até o final do set. Antes do início de cada set, o técnico deve apresentar a formação inicial de sua equipe através do formulário de ordem de saque. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Figura 22: Rodízio no Voleibol Fonte:http://cimino-ca.com/2010/Voleibol.html
41
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
SUBSTITUIÇÃO DE JOGADORES A substituição é o ato de um jogador, depois de estar registrado pelo apontador, entrar no jogo para ocupar a posição de outro jogador que sairá da quadra. A substituição requer a autorização dos árbitros . - Cada equipe pode proceder a, no máximo, 6 substituições em cada set. Um ou mais jogadores podem ser substituídos ao mesmo tempo. AÇÕES DE JOGO - SITUAÇÕES DE JOGO BOLA EM JOGO A bola está em jogo a partir do momento do toque de saque, autorizado pelo primeiro árbitro. BOLA FORA DE JOGO A bola está fora de jogo a partir do momento em que uma falta é apitada por um dos árbitros; na ausência de uma falta, no momento do apito. BOLA “DENTRO” Considera-se a bola “dentro” quando toca o piso da quadra de jogo, inclusive nas suas linhas de delimitação BOLA”FORA” Considera-se a bola “fora” quando: - a parte da bola que toca o piso está totalmente fora das linhas de delimitação da quadra; - toca um objeto fora da quadra, o teto ou uma pessoa fora do jogo; - toca as antenas, cabos de fixação, postes ou a própria rede, fora das faixas laterais; - ultrapassa o plano vertical da rede, total ou parcialmente, fora do espaço de cruzamento - cruza completamente o espaço por baixo da rede. TOQUES DA EQUIPE Cada equipe tem o direito de tocar a bola no máximo três vezes, além do toque do bloqueio, para devolver a bola.
42
- Quando dois jogadores adversários tocam simultaneamente a bola acima da rede e esta continua em jogo, a equipe que a recebe tem direito a outro três toques. Se a bola cair “fora” da quadra, a falta é da equipe do lado oposto onde ela caiu. - Se contatos simultâneos entre jogadores oponentes resultam em “PRENDER A BOLA”, considera-se uma “FALTA DUPLA” e o rally é repetido. - CARACTERÍSTICAS DO TOQUE A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo. - BOLA PASSANDO SOBRE A REDE A bola enviada para a quadra adversária deve passar por cima da rede, dentro do espaço de cruzamento - BOLA TOCANDO A REDE Quando cruzando a rede a bola pode tocá-la. - BOLA NA REDE Uma bola dirigida de encontro à rede pode ser recuperada dentro do limite dos 3 toques da equipe. - JOGADOR NA REDE - INVASÃO POR CIMA DA REDE No bloqueio, o bloqueador pode tocar a bola acima da rede no espaço do oponente, contanto que ele/ela não interfira antes ou durante o toque de ataque do adversário. É permitido ao jogador ultrapassar as mãos por cima da rede depois do seu toque de ataque, desde que o toque na bola tenha sido feito dentro do seu próprio espaço de jogo. - INVASÃO POR BAIXO DA REDE - É permitido invadir o espaço do adversário por baixo da rede, contanto que não inter fira em sua ação de jogar. - É permitido tocar a quadra adversária com o(s) pé(s) ou a(s) mão(s), desde que parte do(s) pé(s) ou da(s) mão(s) permaneça(m) em contato direto com a linha central, ou tenha(m) a projeção sobre a mesma.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD - CONTATO COM A REDE - O contato com a rede ou a antena não é uma falta, exceto quando um jogador(a) toca, durante sua ação de jogo na bola ou interfira na jogada. Algumas ações de jogo na bola podem incluir ações nas quais os jogadores não chegam a tocar realmente na bola.
- BLOQUEIO DENTRO DO ESPAÇO ADVERSÁRIO O jogador no bloqueio pode colocar as mãos e braços ultrapassando a rede contanto que esta ação não interfira no jogo do adversário. Portanto, ele só pode tocar a bola depois que o adversário tiver concluído seu golpe de ataque.
- SAQUE O saque é a ação de colocar a bola em jogo pelo jogador de defesa direita posicionado na zona de saque.
- BLOQUEIO E TOQUES DA EQUIPE O toque do bloqueio não é considerado um toque da equipe. Consequentemente, após o toque do bloqueio, a equipe tem direito aos três toques para retornar a bola. O primeiro toque depois do bloqueio pode ser dado por qualquer jogador, inclusive por aquele que tocou a bola durante o bloqueio.
PRIMEIRO SAQUE DO SET O primeiro saque do primeiro set, como também do set decisivo (5º), é executado pela equipe determinada pelo sorteio. Os outros sets começam com o saque da equipe que não tiver iniciado sacando no set anterior. - ORDEM DE SAQUE Os jogadores devem seguir a ordem de saque registrada no formulário de ordem de saque. - ATAQUE TOQUE DE ATAQUE - Toda ação de enviar a bola para a quadra adversária, à exceção do saque e do bloqueio, é considerada um toque de ataque. - Um toque de ataque é completado quando a bola cruza completamente o plano vertical da rede ou é tocada por um adversário. - BLOQUEIO Bloquear é a ação dos jogadores, posicionados perto da rede, de interceptar a bola vinda da quadra adversária, acima do bordo superior da rede. Somente os jogadores do ataque podem realizar um bloqueio efetivo. - CONTATOS DO BLOQUEIO Contatos consecutivos (rápidos e contínuos) podem ser realizados por um ou mais bloqueadores, desde que esses contatos ocorram durante uma mesma ação.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
- BLOQUEIO DO SAQUE O bloqueio do saque adversário é proibido. - TEMPOS DE DESCANSO E TEMPOS TÉCNICOS - Todos os tempos de Descanso tem 30 segundos de duração. Nas Competições Mundiais e Oficiais da FIVB, do primeiro ao quarto set, dois adicionais Tempos Técnicos de sessenta (60) segundos são aplicados automaticamente quando uma das equipes, primeiro, atinge o 8° e o 16° ponto. -No set decisivo (5º) não há “Tempos Técnicos”; somente dois (2) tempos de descanso, de 30 segundos de duração, podem ser solicitados por cada equipe. - INTERVALOS E TROCA DE QUADRA INTERVALOS Durante este tempo (3 min) é feita a troca de quadra. O intervalo entre o segundo e o terceiro set pode ser estendido até 10 minutos. - TROCA DE QUADRA Após cada set, as equipes trocam de quadra, exceto no set decisivo. No set decisivo, quando uma equipe atinge 8 pontos, as equipes trocam de quadra sem demora e as posições dos jogadores permanecem as mesmas.
43
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
- O JOGADOR LÍBERO - DESIGNAÇÃO DO LÍBERO - Cada equipe tem o direito, dentro da lista dos 12 jogadores relacionados, de designar um jogador especializado na defesa chamado de LIBERO. - O Libero não pode ser nem o Capitão da Equipe nem no jogo. - UNIFORME O Libero deve usar um uniforme de cor diferente, ( ou jaleco para o seu substituto ) contrastante com os outros jogadores da equipe. O uniforme do Libero pode ter um feitio diferente porém deverá ter a numeração como o restante da equipe. - AÇÕES PERMITIDAS ENVOLVENDO O LIBERO - As ações de jogo: - O Libero está autorizado a trocar com qualquer jogador da defesa. - Ele está restrito a jogar como um jogador de defesa e não está autorizado a completar um ataque de qualquer lugar (incluindo quadra de jogo e área livre) se no momento do contato a bola estiver totalmente acima do bordo superior da rede. - Ele não pode sacar, bloquear ou participar de uma tentativa de bloqueio. - Um jogador não poderá completar um toque de ataque, acima do bordo superior da rede, se esta bola lhe tenha sido passada, pelo Libero dentro da zona de ataque, através de um toque com os dedos. A bola poderá ser livremente atacada se o Libero houver feito a mesma ação atrás da zona de ataque. - As trocas envolvendo o Libero não são contadas como uma substituição regular. Elas são ilimitadas, mas terão que ter um “rally” entre duas trocas com o Libero. O Libero somente pode ser trocado pelo jogador que com ele trocou. - OS ÁRBITROS, SUAS RESPONSABILIDADES EQUIPE DE ARBITRAGEM E PROCEDIMENTOS COMPOSIÇÃO A equipe de arbitragem para um jogo é composta pelos seguintes oficiais: - o primeiro árbitro - o segundo árbitro - o apontador - quatro (dois) juizes de linha
44
PRIMEIRO ÁRBITRO LOCALIZAÇÃO O primeiro árbitro desempenha suas funções sentado ou de pé na cadeira de arbitragem colocada numa das extremidades da rede. AUTORIDADE - O primeiro árbitro dirige o jogo do início até o seu final. Ele tem autoridade sobre todos os oficiais e membros das equipes(.) SEGUNDO ÁRBITRO LOCALIZAÇÃO O segundo árbitro desempenha suas funções de pé, próximo do poste, fora da quadra de jogo, no lado oposto e de frente para o primeiro árbitro. AUTORIDADE - O segundo árbitro é o assistente do primeiro árbitro, mas tem também sua própria área de atuação. APONTADOR LOCALIZAÇÃO O apontador desempenha suas funções sentado à mesa situada no lado oposto, em frente ao primeiro árbitro. RESPONSABILIDADES O apontador anota a súmula do jogo de acordo com as Regras cooperando com o segundo árbitro. Usa um alarme ou qualquer outro sinal sonoro para indicar aos árbitros sobre os fatos de sua responsabilidade. JUÍZES DE LINHA LOCALIZAÇÃO Se somente dois juízes de linha são utilizados, ficam posicionados em diagonal nos ângulos situados à direita de cada árbitro e de 1m a 2 m do ângulo. Cada um deles controla a linha de fundo e a linha lateral situada de (ao) seu lado(:)
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 23: Localização da Equipe de arbitragem do Voleibol Fonte: www.dinamico.com.br/paginas/Voleibol.html
?? ?
SAIBA MAIS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
45
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 24: Sinais de Arbitragem no Voleibol Fonte: http://www.mirandela.org/secmirandela/documentos/Voleibol.pdf
?
VOCÊ SABIA?
A função do Libero foi criada no final de 1996 pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Esse jogador pode somente
atuar no fundo de quadra e não pode atacar. O Líbero pode entrar durante o jogo quantas vezes o treinador quiser não contando como substituição. Logo na inclusão desta “peça chave” no Voleibol, era permitido o registro de apenas um Jogador Líbero por equipe, porém novas alterações foram feitas recentemente, permitindo então que cada equipe registre dois Líberos; entretanto, apenas um poderá atuar, mas em caso de troca, o Jogador Libero titular não poderá retornar a partida.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE Quais são os fundamentos técnicos que fazem parte do esporte Voleibol? Quais as suas funções durante o jogo? Realizar os movimentos técnicos desses fundamentos em seguida, fazer um relatório contando como foi essa experiência; as dificuldades, as dúvidas, facilidades…. Quais são os fundamentos técnicos que fazem parte do esporte Voleibol? Quais as suas funções durante o jogo? Realizar os movimentos técnicos desses fundamentos em seguida, fazer um relatório contando como foi essa experiência; as dificuldades, as dúvidas, facilidades….
INDICAÇÃO DE LEITURA Você pode ficar por dentro de todas as regras do Voleibol através do site: www.cbv.com.br/newcbv/tecnico/index.asp?pag=regras
46
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD
5 JOGO COM O TEMA VOLEIBOL Nesse capítulo serão abordados alguns jogos utilizados nas aulas de Educação Física Escolar tendo como conteúdo o Voleibol. O professor precisa está atento para perceber o desempenho dos alunos tendo como critério a satisfação pessoal desses alunos e a variação de movimento que eles conseguem realizar objetivando sempre o progresso. É importante destacar que as regras desse esporte servirá como a base de funcionamento das dinâmicas do jogo, sendo alteradas de acordo com as necessidades dos alunos e possibilidades de melhoria do repertório motor. O professor deve tomar cuidado com o nível de dificuldade de cada jogo para adequá-lo aos grupos com faixa etária e desenvolvimento físico e motor correspondentes. Esses aspectos são fundamentais para que os alunos tenham condições de desenvolver o jogo de forma lúdica e recreativa auxiliando no processo educacional e permitindo um desenvolvimento integral. No primeiro contato com o Voleibol, onde o aluno precisa conhecer, controlar e dominar o objeto bola, pode ser trabalhado atividades segurando a bola e depois somente tocar que é o que caracteriza o Voleibol. A criança precisa perceber e sentir os movimentos dos fundamentos básicos de forma lúdica tornando o início da aprendizagem mais fácil e agradável: a. desenvolvimento do toque e suas variações com bolas de encher, bolões e bolas de plástico. b. desenvolvimento da manchete e suas variações com bolas de encher, bolões e bolas de plástico. c. desenvolvimento dos diversos tipos de saque com bolas de encher, bolões e bolas de plástico. d. desenvolvimento da cortada com bolas de encher, bolões e bolas de plástico. e. desenvolvimento do fundamento de defesa com bolas de encher, bolões e bolas de plástico.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1- Passa Balões
Solicitar ao grupo que se divide em dois, cada um em uma área de jogo, separados pela rede. Cada participante de posse de um balão, deverá enchê-lo. Com o início da música, todos os participantes deverão passar o balão para o campo adversário, devolvendo os que passarem para o seu campo. A cada interrupção da música o professor efetuará a contagem. No momento da interrupção o grupo que tiver menos balões em seu campo marca ponto. O professor deverá ir construindo as regras junto com os alunos, no momento em que forem ocorrendo as infrações.
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Figura 25: Passa Balões Fonte: http://educacaofisicafoz.no.comunidades.net/index. php?pagina=1139883837
2- “Cinco Corta” Com bola de plástico, bolões ou bolas de encher. Forma-se pequeno círculo onde as crianças executam toques e/ou manchetes aleatoriamente, sendo que no quinto toque a criança executa a cortada, tentando acertar os colegas. Se conseguir, o colega vem para o centro do círculo, onde ficará até um tempo predeterminado. Se o aluno que cortou a bola não acertar ninguém, ele irá para o centro do círculo. Essa atividade pode começar com Três Corta e depois evoluir para Cinco Cor ta.
3- Alerta Vôlei Com bola de plástico ou bolões. Regras iguais à jogo tradicional, sendo que as crianças ficam passando a bola umas para outras utilizando os fundamentos de toque e manchete sem agarrar a bola. No momento em que a bola cair no chão, todas as crianças fugirão exceto a última que tocou na bola, que a agarra e grita “alerta”. Todas que estavam fugindo param e a criança que está com a bola tentará acertar um dos colegas, podendo executar 3 passos de aproximação.
47
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
4- Voleibol lençol Divide-se a turma em duas equipes ou mais a depender da quantidade de alunos com número igual de participantes. Cada equipe com um lençol. Inicia-se o jogo com o saque sendo que a bola deverá estar no lençol o grupo da quadra adversária recebe a bola em seu lençol e laça-a de volta a outra quadra. O ponto é conseguido a partir do momento que a bola toca no chão. Esta atividade poderá ser com dois ou três lençóis, não há necessidade de uma quadra de vôlei e rede, ou mesmo uma
1-Os Mil Pés: Divide-se as crianças em 2 ou 3 equipes formando filas indianas. O que está à frente irá realizar passes (toques, manchete…) sem deixar a bola cair, se isso acontecer o segundo da fila recomeça. Vence a equipa que chegar primeiro ao fim. Essa atividade também pode ser realizada sem competição.
bola de Vôlei, poderá ser adaptado em vários ambientes. Bom
para noção de equipe.
5- Voleibol Varal Estendem-se os lençóis sobre o bordo superior da rede para impossibilitar a visão de ambos os lados da quadra, divide-se o número de alunos em duas equipes e dispõe-se cada uma delas em um lado da quadra. Lança-se uma bola sempre em direção à quadra adversária, que deverá tocar, bater, manchetear devolvendo essa bola. Toda vez que a bola tocar no solo ou for para fora das linhas da quadra será consignado um ponto para a equipe contrária. Pode acrescentar mais bolas grandes e leves dependendo da faixa etária e nível de desempenho dos alunos.
Figura 26 : Os mil pés Fonte: http://www.avcoimbra.org/avc/Files/minivolei1.pdf
6- Fundamentos do Vôlei-Integração O grupo faz um círculo, o professor inicia a atividade indo até o centro e realiza um movimento de algum fundamento do Vôlei, depois diz seu nome e volta para o seu lugar; em seguida todos irão ao centro repetem o movimento e diz o nome da pessoa, voltam aos seus lugares e recomeça a atividade com outra pessoa, até que todos participem, indo ao meio do círculo e se apresentando através dos gestos do Voleibol. OBS : essa
atividade também pode ser realizada com um maior grau de dificuldade à medida que um for ao centro dizer o nome e realizar o gesto do Voleibol, a próxima pessoa repete e faz o seu, em seguida a terceira pessoa repete os gestos e os nomes da primeira e segunda pessoa e depois realiza o seu movimento…e assim, sucessivamente; à medida que forem realizando irá dificultando até que o último terá que fazer e dizer o nome de todos os colegas.
A partir de 10 anos a criança está com as suas capacidades e habilidades motoras mais elaboradas e prontas para entrar nas atividades físicas esportivas mais específicas. Assim, as atividades de Voleibol poderão ser abordadas de forma mais específicas e complexas. As atividades a seguir são recomendadas para a faixa etária entre 10 e 14 anos.
48
2-Jogo da Manchete Dois times dispostos em quadras contrárias, o professor lança a bola para um dos lados da quadra, dando início ao jogo. A bola poderá quicar (???) antes que qualquer aluno toque-a de manchete, ao tocar pela primeira vez, deverá passá-la a um companheiro de equipe e esse deverá encaminhar a bola a um terceiro toque. No momento do terceiro da equipe a bola deverá ser direcionada à quadra contrária. Perde o ponto a equipe que perder o controle da bola ao enviá-la para fora da área do jogo. Para dar maior dinamismo ao jogo o professor poderá soprar o apito duas vezes e nesse momento todos os alunos se movimentam para lugares diferentes na quadra de jogo. Ainda, o professor poderá colocar duas ou mais bolas para o jogo. Esse jogo poderá ser trabalhado com o toque de dedos, ou ainda, poderá uma equipe tocar a bola com toque de dedos e a outra tocar a bola com a manchete.
3- Gol de mão Divide-se a turma em duas equipes. Cada equipe terá no lado oposto um Gol. As equipes devem tentar fazer o gol apenas com manchete ou toque. Elas não poderão segurar a bola, deve ser passada imediatamente para o colega até chegar ao gol. Enquanto isso, a equipe adversária deve tentar “roubar” a bola e se direcionar também ao seu gol. Nessa atividade, o grau de dificuldade pode ser aumentado, à medida que começar com toques livres individuais e se a turma tiver um bom desempenho, limitar esse toque individual para 2 e 1.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD
4- Saque Boliche
6- Bombardeio
Coloca-se 12 garrafas pets na forma de pinos do boliche e uma bola de Vôlei ou menor, o aluno afastado 5 metros. Ao sinal do professor, ele deve jogar a bola em direção as garrafas, posicionando-se com um pé à frente e outro atrás, o braço que vai impulsionar a bola , estendido, flexiona pernas e impulsiona a bola tentando derrubar o maior número de garrafas possível. Nessa atividade, o aluno realiza o gesto motor próximo do movimento do saque , principalmente o saque por baixo.
Divide-se a turma em dois grupos, e cada um deles pega o número igual de bolas, de vários tipos e tamanhos, todos se posicionam livremente em suas respectivas quadras. O professor após dar o comando eles deverão lançar essa bola para o lado oposto do adversário, ao mesmo tempo retirar as bolas que estão sendo lançadas na sua quadra. Ao segundo comando do professor, todos param e serão contadas as bolas observando qual time tem menor quantidade de bola na sua quadra, que consequentemente, fez melhor defesa e ataque. Essa atividade a depender do desempenho do grupo pode evoluir para o bombardeio com os movimento da cortada, havendo deslocamento , chamada, salto, fase aérea e queda, porém nessa fase aérea, ainda será solicitado o jogar a bola próximo da rede, não buscando o movimento da CORTADA.
5-Rede Móvel Dividir a turma em dois grupos, e solicitar a dois participantes, para, de posse do elástico, dinamizarem a rede móvel. Os grupos deverão sempre ocupar lados opostos do elástico, independente do espaço de campo de jogo. Usar a dinâmica do jogo de Voleibol, com os participantes trocando passes para o envio da bola para o campo adversário. A rede irá mover-se nas diversas direções da área de jogo, variando de tamanho e possibilitando grandes e minúsculas áreas de jogo para as equipes. Os participantes deverão ocupar sempre a extensão da área de jogo e o prolongamento do campo.O professor deverá possibilitar a inclusão e retirada de regras por parte dos participantes. Para o grupo se adequar melhor a atividade pode começar segurando e passando a bola para depois utilizar os fundamentos técnicos do Voleibol.
Nessa terceira fase serão evidenciadas as atividades para crianças com faixa etária entre 15 e 17 anos. Eles já vivenciaram todos os fundamentos técnicos do Voleibol e agora eles vão intensificar sua relação com os mesmos. As regras do Voleibol deverão ser flexíveis, pois não é intenção aqui formar um atleta, mas proporcionar a esses grupos momento de vivências lúdicas, através do jogo Voleibol. 7- Pega pega (reconhecimento das linhas da quadra de
Figura 27 : Rede móvel Fonte: http://educacaofisicafoz.no.comunidades.net/index. php?pagina=1139883837
Voleibol) Pega pega na quadra, porém só é permitido andar por cima das linhas da quadra. O pegador também deverá andar pelas linhas. Quem for pego, deverá sentar no local exato onde foi pego e servirá de obstáculo para quem está fugindo, mas NÃO para o pegador, ou seja, o pegador pode pular as pessoas que foram pegas por ele que estão sentadas no chão, mas os fugitivos não podem pular esses obstáculos. Quem for o último a ser pego será o vencedor. Existem algumas variações para esse jogo: colocar 2 pegadores, os fugitivos não podem cruzar o caminho uns dos outros quando se encontrarem de frente. O professor deverá discutir essas atividades com os alunos, criando e adaptando novas regras, dependendo da necessidade do jogo. Nesse momento o papel do professor é fundamental. Não pode deixar a atividade se desenvolver sem comando, a critério do aluno pois poderão acontercer diversos problemas. Nessa faixa etária, observa-se a presença do adolescente que pode vir a buscar o individualismo, competição pela competição, sem participação sadia, perdendo o foco do companheirismo e coletividade.
1- Iniciação a Rodízio e posição dos jogadores Divide-se o grupo de duas equipes cada uma com seis jogadores, e cada jogador em uma posição (conforme explicado no capítulo 4). UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
49
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
Fonte 28: Iniciação a Rodízio e posição dos jogadores Fonte: http://www.mirandela.org/secmirandela/ documentos/Voleibol.pdf
Após o saque realizado pelo jogador 1, o time adversário somente poderá realizar a defesa segurando a bola e continuará a passar a bola para seus colegas também segurando a bola. O jogo inicialmente se desenvolverá utilizando apenas o direito do saque e 3 passes até enviar para o time adversário, caso conquiste o direito do saque ocorrerá o rodízio. A partir desse momento, o rodízio irá acontecer em todas as fases evolutivas do jogo, serão acrescentados progressivamente os outros fundamentos técnicos.
Figura 29: Rodízio Fonte: http://www.mirandela.org/secmirandela /documentos/Voleibol.pdf
No terceiro momento, o professor irá acrescentar a manchete. Agora o jogo será desenvolvido somente utilizando o Saque , toque e machete, sem direito de segurar a bola. No quarto momento, o professor finalmente colocará o uso da cortada e bloqueio, constituindo assim um jogo com todos os fundamentos técnicos do Voleibol. Vale ressaltar que cada etapa dessa, deve ser respeitada e não deve ter pressa de acontecer. Os alunos precisam aprender as posições e funcionamento do rodízio para que possam aplicar os fundamentos técnicos dentro das necessidades da dinâmica dos jogos. A partir daí, aplicar as regras modificadas de acordo com a realidade do desempenho cognitivo , físico e motor do grupo. 2- Jogo de Dupla Envolve a prática de todos os fundamentos simultaneamente e possibilita uma melhora do desempenho dos alunos dentro da quadra. Os alunos se distribuem em duplas nas zonas de ataque, cada dupla sempre de posse de uma bola, as duplas se organizam para ordem de entrada na quadra de jogo. Uma dupla inicia com o saque, o jogo continua até o Rally terminar, a dupla perdedora sai para que a outra entre sacando. O professor deverá controlar a formação das duplas para que não fiquem duplas muito fortes e outras fracas; a intenção na atividade é o dinamismo, (.)se houver muitas interrupções, perde o sentido, deve parar e rever regras e maneiras de jogar. 3- Vôlei Somado (mina) Divide-se a turma em dois grupos, cada um na sua quadra. As quadras serão demarcadas em seis áreas, cada área com uma pontuação (1,2,3,4). O jogo acontecerá normalmente dentro das regras préestabelecidas. Porém, quando a bola cair no chão a equipe adversária soma na sua pontuação o valor correspondente à pontuação do espaço em que a bola caiu que pode ser de 1 a 4 pontos.
No segundo momento, o professor deverá incluir o toque, onde os jogadores terão o direito de utilizá-lo entre os 3 toques garantidos da equipe, ainda podendo também segurar essa bola.
50
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD passará, também para o lado oposto, recomeçando tudo para o grupo voltar para o lado da quadra que começou. Essa atividade pode começar com regras bastante fáceis e aumentando o grau de dificuldade. O professor inicialmente pode deixar os toque individuais livres, depois limitando a 3 e depois somente a 1.
Figura 30: Vôlei Somado (mina) Fonte: http://educacaofisicafoz.no.comunidades.net/index. php?pagina=1139883837
6- Basquetevôlei Dois grupos dispostos na área de jogo (quadra). O jogo terá início com a bola ao alto. A equipe de posse de bola, trocará passes, usando somente os fundamentos do Voleibol (toque, manchete, levantamentos, saques, cortadas), tentando como objetivo fazer cestas. Caso não tenha uma cesta de Basquete disponível, poder colocar algum alvo a ser alcançado após ocorrido essa troca de passes.
Obs :Esses números são valores de pontuações, não correspondem à posição nem rodízio do jogo. 4- Sai-Sai Divide-se a turma em quatro grupos, desses, dois grupos ficam na quadra e dois permanecem fora da quadra. Começa o jogo com as regras do Voleibol, foi lançada a bola, o outro time terá que defender e atacar, quando o grupo enviar a bola por cima da rede sai automaticamente e o segundo grupo que estava do lado de fora entra para recepcionar a próxima jogada. No outro lado, o grupo irá recepcionar e encaminhar essa bola de volta por cima da rede, quando fizer isso, irá sair da quadra para que o grupo que estava fora da quadra entre. A dinâmica do jogo consiste em todas às vezes que essa bola passar por cima da rede, o grupo que a enviou, sai e dá lugar para aquele que estiver no lado de fora. O objetivo é fazer com que tenha um maior tempo de Rally, havendo maior número de trocas possíveis. Aqui o grupo completo joga com esse objetivo, sem busca de pontuação. 5- Passa-Passa Forma-se um círculo em um dos lados da quadra, á medida que vai tocando a bola uns aos outros utilizamse os fundamentos do Voleibol, s que tocarem a bola passam para o outro lado da quadra por baixo da rede. Quando chegar ao último componente, este deverá passar a bola para o outro lado da quadra, depois ele UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Figura 31: - Basquetevôlei Fonte: http://educacaofisicafoz.no.comunidades.net/index. php?pagina=1139883837
Nesse capítulo foi mencionado alguns do inúmeros jogos de Voleibol que poderão ser aplicados nas aulas de Educação Física Escolar. Todos eles têm condições de ser adaptados e adequados à realidade e às condições de trabalhos de cada escola, pois o material utilizados é praticamente a bola e a corda. O professor precisa lembrar que cada um dos jogos deve ser aplicado de acordo com a faixa etária e nível de desenvolvimento e aprimoramento
51
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
EAD A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L
motor, respeitando sempre, o grau de maturidade e aprendizagem do grupo. Há possibilidade de algumas dinâmicas serem aplicadas em várias faixas etárias, porém, deve haver uma variação no grau de dificuldade e das regras evidenciadas nessas atividades.
?
VOCÊ SABIA?
O Voleibol sentado é um jogo bastante utilizado nas escolas, onde os alunos jogam sentados com uma corda baixa servindo como rede. O jogo é desenvolvido o tempo todo com os alunos nessa posição e o objetivo é não deixar a bola cair montando o ataque para que ela alcance o chão da quadra do adversário. Esse jogo foi apresentado em 1956, pelo Comitê Alemão de Esportes, para os deficientes físicos. É uma combinação do Sitzball e do Voleibol. Desde então(,) o Voleibol sentado tornou-se um dos esportes mais praticados em competições não só de deficientes na Holanda, mas também por competidores de Voleibol não deficientes, mas com lesões no tornozelo e joelho. Ocorreram competições internacionais desde 1967, mas apenas após 1978 a International Sports Organisation for the
Assista a dinâmica desse jogo acessando : http://youtube.com/watch?v=zIM6d0NE4uw&feature=related
?? ?
SAIBA MAIS
Para conhecer outros jogos de Voleibol acesse: http://www.cdof.com.br/aulas.htm
Disabled (ISOD) aceitou o Voleibol sentado no seu programa. Na Paraolimpíada de Toronto, em 1976, o Voleibol sentado teve
jogos de exibição. Quatro anos depois, este importante esporte coletivo foi incluído no programa de competições dos Jogos Paraolímpicos de Arnhem, Holanda, com a participação de sete seleções. O primeiro torneio internacional – sob o comando da ISOD – foi realizado em 1979 em Harlem (Holanda). Em 1980,
este esporte foi aceito como um esporte paraolímpico com a participação de sete equipes. O desenvolvimento internacional pode ser considerado “barulhento”. Clínicas estão sendo organizadas por todo o mundo, campeonatos mundiais, europeus e ligas regionais são organizadas anualmente. Desde 1993, ocorrem campeonatos mundiais da modalidade tanto no masculino como no feminino. Até os
INDICAÇÃO DE LEITURA Brincando e aprendendo Voleibol. Alfredo Melhem. Rio de
Janeiro: Sprint, 2004.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Jogos Paraolímpicos de Sydney-2000, o Voleibol paraolímpico
era dividido entre a categoria sentada e em pé. A partir de Atenas, só haverá disputas com atletas sentados, por decisão do Comitê Paraolímpico Internacional-IPC. Esta será a primeira vez em que as mulheres participam da competição. No vôlei
Realize algumas atividades com o grupo e discuta os aspectos do desenvolvimento físico e motor que estão envolvidos nesses jogos. Como o Voleibol favorece e desempenha papel educativo na sua prática?
Sentado, o Brasil nunca participou de uma Paraolimpíada.
Este se tornou um dos mais importantes esportes em equipe na Paraolimpíadas. Trata-se de um esporte rápido, excitante e procurado por muitos, que podem mostrar as habilidades atléticas dos atletas deficientes. O Voleibol sentado tem o potencial de crescer como um esporte onde os deficientes e não-deficientes podem participar com um alto nível técnico.
52
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
EAD
6 REFERÊNCIA
NEGRINE, Airton . Educação Psicomotora. Porto Alegre : Palloti; 1986.
ABIB, Pedro. Quando o esporte verdadeiramente educa? [Apostila]. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2000.
NETO, I. Brandl. Propostas para o ensino da Educação Física. Caderno de Educação Física. V.2, n.1, 87106,2000.
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e Esporte. 2.ed.Barueri:SP. Manole, 2003.
NUZMAN, Carlos Arthur. O marketing esportivo e a aliança com a televisão. Vôlei Técnico, Rio de Janeiro, CBV, ano 2, n. 6, p. 9-10, 1995.
BOJIKIAN, João Crisóstomos Marcondes. A Disciplina Voleibol nos cursos de Licenciatura em Educação Física: Uma proposta de conteúdo e avaliação. Revista Mackenzie De Educação Física e Esporte, v.2, n.2, p.115-124,2003a. ______. Ensinando o Voleibol. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2003b. CAMPOS, Luiz Antônio Silva. Voleibol “da” Escola. Jundiaí: Fontoura, 2006. FREIRE, João Batista. Educação de Corpo inteiro. São Paulo.: Scipione, 1989. GRECO, Pablo Juan. Métodos de Ensino-aprendizagem treinamento nos jogos esportivos coletivos in : GARCIA, Emerson Silami, LEMOS, Kátia Lúcia Moraes (org). Temas Atuais VI em Educação Física e Esortes. Coletânia de trabalhos dos professores do Departamento de Esportes Escola de Educação Física/ UFMG.Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. DEZ.2001. GUEDES, D. P. Educação para a saúde mediante programa de educação física escolar. Revista Motriz. Rio Claro, SP, v. 5, n. 1, jun./1999. Disponível em: www. crmariocovas.sp.gov/pdf/ccs/ KUNZ, Elenor. Transformação Didático Pedagógica do Esporte. 6 ed.Ijuí: Unijuí, 2004. LE BOULCH, Jean . Educação pelo Movimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983. MANOEL, E. J. Desenvolvimento Motor: implicações para a Educação Física escolar. Revista Paulista de Educação Física, n.8,v.1,82-97,1994.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
OLIVEIRA, Vítor Marinho de. Educação Física Humanista. Rio de Janeiro,1985. ______. Consenso e conflito da Educação Física brasileira. Campinas : Papirus, 1994. RESENDE, H. G. Tendências pedagógicas da educação física escolar. In: Resende, H.G.; Votre, S.J., orgs. Ensaios em educação física, esporte e lazer: tendências e perspectivas. Rio de Janeiro, SBDEF/ UGF, 1994. p.11-40. SANTOS, Edson A. Dos. Et al. As diferenças entre o esporte da escola e o esporte na escola. Revista Treinamento Desportivo.v 7, n1, p21-28,2006. SOARES, Carmen L et al. Metodologia do Ensino de Educação Física / Coletivo de Autores. São Paulo : Cortez, 1992. SUVOROV, Y. O; GRISHIN O.N. Voleibol iniciaçãoVolume I. Rio de Janeiro:4a Edição: Sprint, 2002. TANI, G. Educação Física na pré-escola e nas quatro primeiras séries do ensino de 1 grau: uma abordagem de desenvolvimento. Kinesis,v3,n.1,p19-41,1987 TUBINO, M.J.G., Dimensões Sociais do Esporte. São Paulo: Cortez, 1992. VÕLEI. História: quase 100 anos de disputas in : Vôlei, revista do mês. São Paulo: Três, jun, 1984. XAVIER, Telmo Pagana. Métodos de ensino em Educação Física.São Paulo: Manole, 1986.
53
A C I S Í F O Ã Ç A C U D E M E A R U T A I C N E C I L