Territórios da clínica: Redução de Danos e os novos percursos éticos para a clínica das drogas
Capítu Capítulo lo de livro livro – Conex Conexões ões:: Saúde Saúde Coleti Coletiva va e Polític Políticas as da Subje Subjetiv tivida idade. de. (Orgs.): Srgio !esende Carval"o# Sabrina $erigato e %aria &lisabet" de 'arros. &d. ucitec. **+ , pp.--,-/0. Silvia 1edesco 1adeu de Paula Sou2a
&ste trabal"o pretende reali2ar u3 breve 3apea3ento do processo de re4or3ula56o proposto 7 clínica das condutas aditivas no 'rasil. 1rata,se da i3ple3enta56o de políticas públicas dirigidas 7 3igra56o da !edu56o de 8anos (!8)9 estratgia de preven56o as 8S1;<8S9 para o ca3po de trata3ento das drogas. Co3o assinalado no projeto do %inistrio da Saúde: ; a56o de !edu56o de danos9 3es3o dando prioridade 7 preven56o e ao diagn=stico de <>9 ?...@ dera3 visibilidade aos usuArios de drogas no SBS. oje se con4igura9 diante do atual cenArio9 cenArio 9 a necessidade de sua expans6o de 4or3a a conte3plar os estilos de vida dos di4erentes usuArios de Alcool e outras drogas9 lidando co3 situa5ões co3plexas e con4ig con4iguran urando,s do,se e nu3 ca3po ca3po de a5ões a5ões transv transvers ersais ais e 3ultis 3ultiseto etoriai riais9 s9 ue 3isture en4oues e abordagens variadas9 ou seja9 ue resgate sua di3ens6o de pro3o56o 7 saúde.D ('rasil9 **E9p.E)
Observa3os na cita56o aci3a a indica56o para expans6o da !8 a 4i3 de pro3over 3udan5as na abordage3 clínica dirigida ao usuArio de drogas e3 geral. geral. O %inistr %inistrio io da Saúde9 Saúde9 no início início de **E9 **E9 de4iniu de4iniu co3o co3o u3a de suas suas 3etas a constru56o da Política de ;ten56o
Professora Doutora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense Mestre em Psicologia pela Pós-Graduação Estudos da u!"etividade do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense
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tratar o proble3a co3pro3etendo,se co3 a aten56o integral e co3 a a3plitude do te3a das drogas no conte3porHneo9 escapando da oposi56o entre lícito e ilícito9 per3itido e proibido. Co3 isto uis,se a4ir3ar a inseparabilidade entre preven56o9 pro3o56o9 trata3ento9 reabilita56o e produ56o de saúde. Para en4rentar tal tare4a constituiu,se u3 grupo de trabal"o de co3posi56o 3ulti, setorial no %inistrio da Saúde ue indicava a op56o de to3ar o te3a das drogas e3 sua co3plexidade9 interesse social e transversalidade. Io docu3ento produ2ido por este grupi de trabal"o9 a4ir3ava,se a aposta na abordage3 ao proble3a do uso abusivo de Alcool e outras drogas a partir da !edu56o de 8anos (!8)9 entendida co3o 3todo clínico,político e paradig3a norteador desta política de saúde pública (Sou2a e Passos9 **+). ; relevHncia desta iniciativa reside na aposta de ue a !8 poderia produ2ir u3 desvio do ol"ar 3orali2ante9 4reuente3ente presente nos discursos e prAticas clínicas dirigidas aos usuArios de drogas. 8etal"e3os u3 pouco 3el"or esta coloca56o. &ntretanto9 antes deste cenArio 3acropolítico estAva3os de 4rente a duas 3odalidades de prAticas de saúde co3 di4erentes enca3in"a3entos. ;s estratgias de !edu56o de 8anos i3ple3entadas pela política de ;<8S visava3 intervir sobre a incidJncia do <>;<8S9 se3 ter por preocupa56o direta o trata3ento do uso indevido de drogas. KA o trata3ento para o uso das drogas9 tal co3o entendido tradicional3ente9 teria por objetivo principal intervir no uso da droga9 redu2indo,o ou eli3inando,o9 dentro de u3a perspectiva 3orali2ante da abstinJncia. 1rata,se de duas posturas distintas sobre a abordage3 da droga e de seu usuArio. Ia perspectiva da !89 a droga 4a2 parte do contexto geral sobre o ual a prAtica de saúde incide. Ia outra9 no trata3ento das drogas9 exata3ente a droga e seu uso indevido9 a principal uest6o. ;3bas dirige3,se aos usuArios de drogas9 por3 existe3 di4eren5as ue deve3 ser de3arcadas. Conseuente3ente9 a ingJnua i3porta56o direta e si3ples da !8 para o do3ínio do trata3ento do uso indevido de drogas seria insu4iciente e inoperante e9 portanto9 perigosa9 podendo invalidar u3a iniciativa de peso (1edesco L %attos9 **/). M justa3ente aí9 na di4eren5a de 4ocos e objetivos9 ue a política de transposi56o precisa incidir. ; !8 ve3 convocar a clínica das drogas a rever seu posiciona3ento9 a repensar sua prAtica. Ieste sentido9 a !8 n6o deve 4uncionar
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co3o u3 c=digo 4ec"ado9 a ser obedecido e3 sua íntegra9 3as co3o outro ol"ar sobre a proble3Atica das drogas9 ue ve3 oxigenar as prAticas clínicas. Ntica ue nos o4erece novos 3ati2es do proble3a e3 uest6o. &3 su3a9 n6o se trata de 4idelidade a u3 3odelo 4ixo e absoluto9 3as si3 da abertura 7 plurali2a56o de pontos de vista. O gan"o 3aior estA e3 entender o processo de transposi56o co3o u3a experiJncia de contAgio9 de sensibili2a56o por outros ol"ares sobre a droga e9 principal3ente9 sobre o usuArio9 sujeito de nossa prAtica. &3 lin"as gerais9 a uest6o ue se coloca 7 clínica e ue neste texto tentare3os re4letir seria: se a clínica visa intervir na rela56o entre usuArio e droga e a !8 propõe prAticas onde a droga estA 4ora do 4oco principal9 co3o praticar essa nova clínica das drogas9 co3o deslocar o 4oco da droga9 se3 ue isto n6o i3pliue perda do objeto clínico por excelJncia. M este o sentido ue preciso i3pri3ir ao 3ovi3ento de 3igra56o da !8 para o ca3po da clínica: co3o u3 desa4io ue nos convoca a u3 s= te3po 7 re4lex6o cuidadosa e ao exercício constante de cria56o e3 nossa prAtica clínica a 4i3 de 3axi3i2ar os e4eitos potenciali2adores deste contato entre esses dois universos distintos de prAticas. Cabe 4a2er notar ue este processo ainda se encontra e3 curso9 de 3odo ue nosso trabal"o consiste no aco3pan"a3ento de u3 processo vivo9 ou seja9 analisa3os o processo no 3o3ento 3es3o e3 ue se reali2a. 8e u3 lado9 a desvantage3 do ineditis3o constante9 do i3pacto de lidar co3 o descon"ecido9 e de outro a vantage3 de conviver 3ais inti3a3ente co3 a i3planta56o da proposta9 ainda e3 vias de reali2a56o9 e de poder elaborar interven5ões reguladoras do processo e3 anda3ento. ;ssi39 acredita3os a3pliar o espa5o de discuss6o9 convidando a co3unidade cientí4ica e clínica 7 re4lex6o sobre as i3plica5ões do projeto. CaberA aui avalia56o dos avan5os ue este 3ovi3ento representa para a clínica das drogas tanto uanto o recon"eci3ento dos desa4ios a ue so3os convocados e ue nos le3bra3 do co3pro3isso tico de 3anter e3 constante anAlise nossas prAticas acadJ3ico,pro4issionais. >eja3os alguns e4eitos desta parceria.
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; perspectiva da !8 anuncia u3a i3portante 3udan5a de dire56o para clínica das drogas9 at ent6o9 absorvida pela Política anti,drogas e3 vigor no 'rasil. Para 3el"or entender a oxigena56o operada pela !edu56o de 8anos 4are3os u3 breve exposi56o das características da clínica operada pela Política anti,drogas.
A Política anti-drogas e a Clínica
; i3ple3enta56o da política anti,drogas pelo &stado brasileiro 4oi intensi4icada a partir de -+* uando instituiu,se o Siste3a Iacional de Preven56o9 $iscali2a56o e !epress6o de &ntorpecentes9 cuja instHncia ad3inistrativa e executiva era o Consel"o Iacional de &ntorpecentes (CO$&I)9 =rg6o do %inistrio da Kusti5a. &ssa estrutura passou a ser reprodu2ida nas es4eras estaduais e 3unicipais: Consel"o &stadual de &ntorpecentes (COI&I) e Consel"o %unicipal de &ntorpecentes (CO%&I). Gonge da gest6o do %inistrio da Saúde9 esta política absorvida pela Secretaria de Seguran5a. Iesta trajet=ria pode3os perceber ue o proble3a da droga per3anece re4ratArio 7 al5ada da saúde. M dentro dessa l=gica ue9 e3 -++9 instituiu,se a Secretaria Iacional ;ntidrogas9 ue9 na sua orige39 subordinava,se a Casa %ilitar da PresidJncia da !epública9 trans4or3ada e3 -+++9 se3 perder seu carAter 3ilitarista9 e3 Qabinete de Seguran5a
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Para algu3as lin"as terapJuticas9 a instala56o do estado de abstinJncia c"ega a ser condi56o necessAria e exigida para início e 3anuten56o do trata3ento. Se a abstinJncia precisa estar presente desde o início9 ent6o conclui,se ue o trata3ento volta,se exclusiva3ente 7 intensi4ica56o das condutas de escape 7 reincidJncia. ; i3posi56o de 3eta a priori e única para o trata3ento inconciliAvel co3 a tica clínica onde o contrato e dire56o da cura precisa ser pactuada co3 o usuArio ao longo de todo trata3ento. Ia proposta de redu56o de danos9 a abstinJncia co3o 3eta n6o excluída9 existe co3o possibilidade e9 principal3ente9 sua legiti3idade n6o pressuposta9 3as a ser construída co3o e4eito do trabal"o conjunto entre terapeuta e usuArio. O investi3ento principal da política dirigida 7 abstinJncia9 explicita a i3posi56o de novo produto de ideali2a56o a ser consu3ido: a sociedade li3pa de drogas9 sociedade se3 drogas. O 4oco do trata3ento9 portanto9 a droga9 entendida co3o substHncia ativa9 perigosa e provocadora de todos os 3ales9 subentendendo,se ue o cidad6o 3oral3ente be3 constituído resiste co3pleta3ente ao seu uso. Ieste uadro9 o usuArio ue busca atendi3ento clínico9 incluído na categoria de cidad6o in4erior9 de4iciente e3 sua 4or3a56o por n6o resistir ao apelo da droga e9 conseuente3ente9 in4rator da regra 3aior da sociedade – o co3bate e eli3ina56o do grande 3al , as drogas. Io caso9 a cri3inali2a56o dauele ue busca o trata3ento inevitAvel. Co3 ela e o conseTente preconceito e3erge3 excessivas di4iculdades para o usuArio. Observa3,se 3uitos pontos de estrangula3ento na rede de rela5ões estabelecida no seu territ=rio existencial. Ia 4a3ília9 na escola9 no trabal"o9 inclusive entre os 4uncionArios dos servi5os tais co3o clínicas9 "ospitais gerais9 etc9 surge3 atitudes de "ostilidade E . B3 dos e4eitos principais o baixo índice tanto de busca espontHnea dos servi5os pelos usuArios uanto sua ades6o aos 3es3os. Os e4eitos s6o drAsticos. ; procura pelo trata3ento9 uando se reali2a9 se dA uando o processo jA avan5ou e3 de3asia9 apresentando Ucroni4ica56oV signi4icativa. & ainda observa3os ue o usuArio9 4reuente3ente9 c"ega ao servi5o pelas 36os de terceiros (4a3iliares9 escola9 ou outras institui5ões do estado). ; partir daí9 o carAter espontHneo da busca de atendi3ento #
Em pes%uisa anterior tais atitudes de &ostilidade são analisadas' Pra mel&or detal&amento do tema cf' (astrup ) *') +edesco) ) Passos) E' ,2./
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desaparece. 8ada a alta gravidade dos casos e seu carAter co3puls=rio9 as c"ances de sucesso no atendi3ento redu2e3,se excessiva3ente (1edesco L %attos9 **/). Iote3os ue a presen5a de 3eta a priori de abstinJncia e o seu carAter co3puls=rio 4a2 esta clínica excluir a participa56o ativa do usuArio no processo. Ou seja9 este n6o ouvido e9 portanto9 sai de cena a sua rela56o co3 a droga9 a singularidade da 4un56o ue esta exerce no universo de sentidos do usuArio. ;s particularidades da experiJncia do drogar,se9 deter3inantes da 3anuten56o do cliente co3o re43 da substHncia9 s6o despre2adas. B3a ve2 ignorados pela tcnica9 n6o "A co3o intervir sobre os 4atores de ali3enta56o do uso inadeuado ou abusivo. &li3ina,se9 assi39 no 3es3o ato9 ualuer possibilidade de interven56o clínica sobre o processo existencial responsAvel pela produ56o da conduta de adi56o. 1al uadro pressupõe ser insolúvel o proble3a co3 a droga. O única estratgia possível acaba por li3itar,se 7 cria56o ou intensi4ica56o de 4or5a psíuica eou 3oral de rec"a5o ao 3al "AbitoD9 4or5a de oposi56o ao 4orte e danoso elo entre usuArio e droga. O trata3ento revela,se co3o u3 treina3ento para 4ortaleci3ento de atitudes de esuiva ao apelo recorrente da substHncia. ;p=s instalada9 a atitude de controle precisa 3anter,se atuante9 co3o u3 estado de vigilHncia a si constante9 caso contrArio9 a 4or5a de atra56o reassu3iria o controle. &xclui,se a experiJncia da droga e9 co3 ela9 vai no rastro a subjetividade do usuArio. &ste agora expulso do pr=prio processo de trata3ento. &3 resu3o9 as conseTJncias desta l=gica anti,drogas a i3posi56o9 para a clínica9 de orienta5ões ue desrespeita3 seus princípios ticos9 li3itando,a a resultados ín4i3os. Interferncias entre Redução de Danos e a Clínica das drogas
;s estratgias de !89 criado para preven56o o4icial dirigida a 8S1;<8S9 elege co3o dire56o principal a redu56o de danos no uso de drogas. Proposta iniciada e3 países europeus9 u3a ve2 instalada no 'rasil9 ao contrArio de outros atendi3entos dirigidos aos consu3idores de drogas9 conseguiu obter a3pla disse3ina56o e ades6o na co3unidade e assi3 redu2ir a taxa de incidJncia de
8S1 e <> positivo entre usuArios de drogas injetAveis de /W para -EW (XXX.unodc.orgbr , **/**+) ;o adotar a !8 co3o estratgia para preven56o das 8S1;<8S dois aspectos i3portantes para a clínica das drogas co3parece3 de 4or3a 3uito evidente. O pri3eiro ue 3uitos usuArios de drogas n6o uere3 parar de usar drogas9 e3bora ueira3 ou aceite3 outra 4or3a de cuidado ue n6o seja i3positivo e prescritivo. O segundo ue di4icil3ente esta popula56o acessada pelos servi5os de saúde. Ou seja9 a !8 aponta tanto para u3a nova 3odalidade de de3anda9 di4erente da de3anda por abstinJncia9 uanto para o4ertas de cuidado para usuArios de drogas ue se distancia3 da realidade dos usuArios de drogas9 ou seja9 aponta a inadeua56o entre de3anda e o4erta. Supõe,se u3 paciente ideal para as o4ertas de clínica restritas aos espa5os 4ísicos das institui5ões de saúde. ; 3igra56o da !8 para o ca3po do trata3ento das drogas sugere outra dire56o para a clínica9 libera,a do engessa3ento 4or5ado pela proposta anti, drogas e aponta para o alarga3ento de sua 3arge3 de 3anobras necessArias 7 aten56o dirigida 7s especi4icidades de cada caso. Os territ=rios acessados pelas estratgias de !edu56o de 8anos possibilita3 u3 uestiona3ento sobre as prAticas de trata3ento o4ertadas para esta popula56o9 u3a argTi56o da pr=pria clínica. ;o acessar territ=rios co3o boca,de,4u3o9 centros da cidade9 2ona de prostitui56o9 pala4itas9 etc9 a !8 apresenta u3 novo ca3po proble3Atico de interven56o clínica. I6o 3ais as drogas e3 si9 3as os agencia3entos ue no territ=rio se e4etua3 co3 as drogas s6o to3ados co3o plano de novas produ5ões de subjetividade. &3preender novos agencia3entos desejantes a partir dos ele3entos o4ertados nos di4erentes territ=rios existenciais nos aponta para u3a clínica ue abre outras possibilidades de interven56o alternativas 7s posturas 3orali2antes e asilares9 o4ertadas co3o solu5ões para os proble3as gerados pelo uso indevido de drogas. ;o des4ocar o ol"ar centrado na substHncia9 a !8 tra2 7 cena o territ=rio existencial dos usuArios e abre a possibilidade de substituir os protocolos de trata3ento pela experi3enta56o9 base essencial do exercício clínico. O territ=rio9
co3 os 3ovi3entos de subjetiva56o ue ali se e4etua3 nos parece u3 plano de produ56o de intercessões entre o ca3po da !8 e o ca3po da clínica das drogas. 1irar as drogas do 4oco da interven56o e 4ocali2ar no processo de produ56o de u3a subjetividade,drogadita9 se apresenta co3o u3a orienta56o ue a3plia as possibilidades da clínica se3 perder de 4oco o objetivo de trans4or3ar investi3entos 3ortí4eros ue se i3pri3e3 e3 3aus encontros co3 as drogas. ; constru56o de u3a política pública de saúde para usuArios de drogas deve conter o4ertas ue acol"a3 a diversidade de de3andas ue envolve o universo do uso de drogas. ;s a5ões de preven56o as 8S1;<8S9 atravs do P!89 conseguira3 dar visibilidade 7 pluralidade dos 3odos de rela56o co3 droga9 dos 3odos de lidar co3 elas e9 conseTente3ente9 das de3andas clínicas e3 rela56o a elas. &xiste3 diversas possibilidades de uso de drogas9 exigindo a cria56o de di4erentes estratgias de produ56o de saúde ue respeite3 e acol"a3 a singularidade de cada sujeito. O percentual de pessoas ue 4a2e3 u3 uso de drogas danoso 7 saúde 3uito peueno se co3parado ao total de pessoas ue 4a2e3 uso de drogas. ;proxi3ada3ente /W da popula56o brasileira jA usou drogas ilícitas pelo 3enos u3a ve2 na vida e so3ente *90 W desenvolveu algu3 tipo de dependJncia (XXX.unodc.orgbr **/*+). Io universo da popula56o de usuArios de drogas existe39 portanto9 pessoas ue precisa3 de trata3ento9 pessoas ue n6o precisa3 de trata3ento9 pessoas ue uere3 parar de usar drogas9 pessoas ue uere3 4a2er u3 uso 3oderado9 pessoas ue n6o uere3 parar de usar drogas e9 e9 e... ; constru56o de u3a política de saúde universal9 euHni3e e integral passa necessaria3ente pela abertura e a3plia56o das o4ertas dentro de u3a perspectiva a3pliada de constru56o de vínculos cooperativos. >e3os ue restringir a o4erta e3 saúde dentro de padrões 3orais e jurídicos u3a 4or3a de restringir de 4or3a estratgica a universalidade e euidade do acesso. ; proxi3idade do territ=rio existencial do sujeito presente na prAtica do P!89 encontra na clínica terreno 4rtil. Io trabal"o de preven56o do P!8 – a distribui56o de seringas9 dos Yits para cocaína e cracY9 a orienta56o e 3edidas de "igiene nas aplica5ões de silicone entre os travestis , se 4a2 junto ao usuArio e3 seu territ=rio9 ali onde o uso da droga estA instalado9 sendo este u3
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recon"ecido 4acilitador da ades6o. Ia clínica o investi3ento 3aci5o na proxi3idade co3 o usuArio. ; aten56o voltada 7 experiJncia do sujeito e o trHnsito 3ais livre nas rela5ões estabelecidas entre o terapeuta e paciente consiste3 e3 4erra3entas privilegiadas pela clínica. & ainda9 se na preven56o a !8 elege co3o 3eta ou 3edida de sucesso ualuer passo ue o4ere5a 3enor risco ou dano ao organis3o9 a clínica per3ite a3pliar este preceito e repensar a redu56o de danos agora dirigida a preserva56o do 4unciona3ento n6o ;P&I;S do organis3o9 3as da subjetividadeusuArio. B3a ve2 ultrapassando a 3oral 3dica9 o desa4io da clínica das drogas serA o de escapar a leis e preceitos gerais para reali2ar,se. Iesta outra =tica9 observa3os ue trata3ento n6o to3arA co3o 4oco direta3ente a droga. O ol"ar 3ais abrangente buscarA detectar os danos pro3ovidos no territ=riousuArio9 no conjunto de rela5ões ue ali3enta3 a rede existencial (1edesco9 **E). So3os levados a perceber ue a subjetividade e3 jogo n6o se sobrepõe ao conceito de sujeito9 de4inido pelo inti3is3o de u3a vida interior9 li3itado 7 realidade 3ental 4ec"ada sobre si 3 es3o. O processo da subjetividade existe para al3 do uJ deno3ina3os sujeito (Sc"rer9 ***). Io lugar da pessoa9 4igura 4ec"ada sobre u3 si 3es3o9 te3,se u3 territ=rio9 u3a paisage39 en4i3 toda u3a vida a4ir3ada nas conexões aí reali2adas9 seja3 conexões 3ais institucional3ente 4or3ali2adas co3o as 4a3iliares9 os elos produ2idos na escola9 no trabal"o9 seja3 as 3enos clara3ente de4inidas co3o a3i2ades9 paixões9 sensibilidades (8eleu2e L Quattari9 -++/). Cabe 7 clínica orientada pela !8 3apear essa paisage3 constituidora da subjetividade. ;o invs de u3a busca por u3a causa interior do uso de drogas9 de desejos peca3inosos9 a !8 aponta para estratgias clínicas ue cartogra4a3 causas i3anentes ao pr=prio territ=rio existencial9 e busca novas conexões nesta geogra4ia subjetiva9 u3a clínica peripattica (Gancetti9 **0). Ia prAtica cotidiana da clínica9 observa,se ue a rela56o co3 a droga9 uando predo3ina9 trans4or3a,se e3 u3 obstAculo para constru56o de outros elos. ; subjetividade parece su4ocar pelo 3ovi3ento reiterado restrito ao elo usuAriodroga. Ieste caso9 o estreita3ento e3pobrecedor do territ=rio to3ado9 ent6o9 co3o prejuí2o ou dano 3aior9 exigente de aten56o. M certa3ente sobre o territ=rio e3pobrecido ue a interven56o clínica inscreve,se9 para 4a2er o usuArio
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reto3ar o 3ovi3ento de a3plia56o de suas rela5ões9 de suas experiJncias. O trabal"o cartogrA4ico da clínica vai deixar ver pontos de estrangula3ento9 as di4iculdades no jogo ininterrupto estabelecido entre produ56odesconstru56o destes vínculos territoriais. Ou seja9 por u3 lado se considera co3o danos os prejuí2os ue a presen5a da droga provoca na paisage3 subjetiva e por outro lado9 os vetores de existenciali2a56o territoriais ue redu2e3 a experiJncia co3 as drogas a u3a subjetividade drogadita. (1edesco9 **/) &xplorar a dinH3ica de usuArios de drogas9 e3 alguns casos i3plica tra5ar 3apas9 desloca3entos e trajetos ue passa3 por pontos de re4erJncia ue s6o9 a u3 s= te3po geogrA4icos9 sociais e psíuicos. B3 jove3 de classe 3dia ue sai de seu aparta3ento9 anda pelas ruas da cidade9 sobe u3a 4avela9 passa pelos tra4icantes e c"ega at a boca de 4u3o para co3prar u3 papelote de cocaína9 e3 3eio a barracos e 3uni56o pesada
co3põe u3 trajeto
co3posto por 3apas extensivos e intensivos: do as4alto ao 3orro9 a4etos de 3edo9 ruas9 desa4ios9 4issuras ue n6o se resu3e3 a droga e3 si. 1o3ar a droga co3o causa desta trajet=ria redu2ir o 4oco9 na tentativa de tornar o objeto,3ovi3ento e3 objeto,droga. ; experiJncia de des4ocali2a56o introdu2ida pela !89 per3ite ue to3e3os as drogas n6o 3ais co3o 4or5a causadora9 3as co3o 3eio sobre o ual se estabelece conexões no pr=prio territ=rio9 experiJncia,droga co3o conectora ou desconectora de 2onas. ; princípio n6o possível prever se u3 agencia3ento subjetividade,droga serA criativo9 parali2ante ou 3ortí4ero. M necessArio cartogra4ar os desloca3entos9 aco3pan"ar os 3ovi3entos. O risco encontra,se ali uando a experiJncia,droga deixa de ser u3 3eio de passage39 u3 conector de 2onas e se torna u3a 4inalidade. B3a trajet=ria e3 ue os investi3entos desejantes 4a2e3 coincidir causa co3 4inalidade9 causa,droga, 4inalidade9 co3põe u3 3apa existencial e3 ue a vida encontra,se e3 risco. ; droga co3põe co3 u3 cenArio co3plexo de trajetos e a4etos9 3apas extensivos e intensivos. (8eleu2e9 -++). 1rajetos paradoxais de u3 desejo ue se tornou insaciAvel9 u3 3ovi3ento ue n6o cessa e ao 3es3o te3po paralisa os pr=prios 3ovi3entos da vida. (Sissa9 -+++) O repert=rio se torna de3asiada3ente repetitivo e redu2ido. B3 3apa co3posto por lin"as de 4issura.
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M necessArio n6o s= aco3pan"ar9 3as intervir no 3apa,subjetividade. O4ertar e produ2ir novos agencia3entos9 tra5ar lin"as de 4uga dono territ=ri o. !etornando a co3para56o co3 a clínica antidrogas9 nota3os ue a 3eta voltada 7 eli3ina56o co3puls=ria da droga abandonada. Ia parceria co3 o usuArio9 a clínica volta,se a detec56o dos danos produ2idos no territ=rio existencial para construir a estratgia gradual para redu56o destes e9 assi39 reabilitar a rede territorial e suas conexões (1edesco L %attos9 **/). 8este 3odo9 eli3ina,se o risco da exclus6o do sujeito tal co3o ocorre na política anti,drogas ue acaba3os de expor. Co3o conseTJncia outras posturas clínicas adv3. Io Projeto do %inistrio da Saúde le3os: >e3os aui ue a redu56o de danos9 o4erece,se co3o u3 3todo (no sentido de 3et"odo9 ca3in"o) e9 portanto9 n6o excludente de outros. %as9 ve3os ta3b39 ue o 3todo estA vinculado 7 dire56o do trata3ento e9 aui9 tratar signi4ica au3entar o grau de liberdade9 de co,responsabilidade dauele ue estA se tratando ('rasil9 %inistrio da Saúde9 **E9p.-*)
Zs decisões a priori e unilaterais inspiradas no progra3a anti,drogas se 4a2e3 substituir por 3etas e 3anobras elaboradas na rela56o clínica entre terapeuta e usuArio9 tendo co3o re4erJncia 3aior a escuta sensível 7s de3andas deste últi3o. Cae3 por terra ta3b3 as generali2a5ões excessivas. Seguindo esta 3es3a orienta56o9 ve3os ue a clínica privilegia as peculiaridades de cada caso9 trabal"a a experiJncia da droga9 a4ir3ando a singularidade dos enca3in"a3entos (Quattari L !olniY9 -+0). Se a !edu56o de 8anos pode trans4or3ar,se nu3a clínica9 porue pode trans4or3ar,se nu3 desvio ue consiste e3 criar u3a experi3enta56o da vida ali onde o e3preendi3ento 3ortí4ero.D (Gancetti9 **09 p. ). %ais u3a ve2 4a2e3os notar ue o P!8 n6o to3a por 3ortí4ero o uso de drogas e3 si9 3as os agencia3entos ue intervJ3 os diversos territ=rios: Os cracYeiros9 ao 4u3are3 3acon"a9 n6o so3ente substitue3 u3a prAtica ue produ2 as3a br[nuica9 in4ec56o respirat=ria e acidentes vasculares cerebrais9 3as liga3 os sujeitos a outros co3 outros parH3etros de coopera56o9 de solidariedade e de convivJncia (G;IC&11<9 **09 p. E).
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; clínica da !8 pro3ove agencia3entos coletivos ue inverte3 o sentido negativo de contAgio co3o índice de 3orte9 para u3 sentido positivo de contAgio co3o produ56o de vida9 vida contagiante: O conceito de a3plia56o da vida u3a ponta de lan5a para desbravar u3 ca3po extre3a3ente co3plexo. &le vital para a sustenta56o da posi56o de terapeutas de casos,li3ite ou de casos uase intratAveis. &le vital para elabora56o de territ=rios existenciais inditos9 capa2es de tolerHncia9 ancorados na constru56o do comum e vital ta3b3 porue nos per3ite 4ugir da posi56o de derrota e de i3potJncia a ue nos condena3 as ca3pan"as antidrogas e a ideologia da abstinJncia. (G;IC&11<9 **09 p. /)
M nesse li3ite9 entre a vida e a 3orte ue encontra3os u3 paradoxo inerente ao pr=prio 3todo do P!8: redu2ir a3pliar# a3plia3,se as conexões e o grau de co3unica56o intra e entre territoriais. ; territoriali2a56o a3plia as conexões9 criando redes de vida9 e9 co3 isso9 u3 au3ento da potJncia do viver. BsuArios de drogas ue vive3 3arginali2ados passa3 a cooperar biopolitica3ente 7 3edida ue s6o inseridos e3 redes a4etivas. &ste au3ento de potJncia ocorre por conexões ue a3plia3 os territ=rios cooperativos nu3a produ56o de territ=rio co3u3. (Iegri e ardt9 **/) . Iota,se ue a proposta distancia,se de vis6o generali2ante9 eleitora de padrões a sere3 cu3pridos por todos. I6o se a4ir3a u3a realidade universal9 n6o se i3põe u3a nature2a geral e uni4or3e para a subjetividade. ;bandona,se a a4ir3a56o de regras absolutas9 inuestionAveis9 cuja transgress6o entendida co3o recaída9 ou 4racasso do trata3ento. ConseTente3ente9 redu2,se o risco das atua5ões i3plicita3ente punitivas ou corretivas dirigidas a condutas n6o, consagradas pela 3aioria9 a 4i3 de per3itir 7 clínica a4ir3ar sua atitude distante de posturas judicativas. !o"re a RD e a rede de atenção a usu#rio de #lcool e outras drogas
;pesar da !8 operar uestiona3entos i3portantes para ue pense3os u3a nova clínica das drogas9 ainda per3anece u3a distHncia concreta entre as o4ertas das estratgias de !edu56o de 8anos e os dispositivos da rede de saúde do SBS. &nuanto as a5ões de !8 se a3pliara3 a partir de investi3entos do Progra3a Iacional de 8S1;<8S9 atravs do Projeto 8rogas9 no ano de -++9 atravs dos Progra3as de !edu56o de 8anos (P!8s)
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(%arues e 8oneda9 -++)9 so3ente e3 **/ o te3a das drogas passa a ocupar u3 lugar 3ais signi4icativo nas agendas da política de saúde 3ental no 'rasil. ;s a5ões 3ais signi4icativas de Saúde %ental para aten56o de usuArios de drogas viera3 a ser i3ple3entadas pratica3ente de2 anos ap=s o Projeto 8rogas9 a partir dos Caps,ad. ; diversi4ica56o das o4ertas e3 saúde para usuArios de drogas so4reu signi4icativo i3pulso uando9 a partir de **/9 as a5ões de !8 deixa3 de ser u3a estratgia exclusiva dos Progra3as de 8S1;<8S e se torna u3a estratgia norteadora da política de Saúde %ental9 atravs da portaria -.*/+ de jul"o de **/ , destina incentivo 4inanceiro para o 4o3ento de a5ões de redu56o de danos e3 Centros de ;ten56o Psicossocial para o Flcool e outras 8rogas , C;PSad. ; !8 se tornou u3a estratgia a3pliada de clínica ue te3 o4erta3entos concretos de acol"i3ento e cuidado para pessoas ue usa3 drogas9 dentro de arranjos de co,gest6o do cuidado9 tendo co3o u3 dos principais desa4ios 7 constru56o de redes de produ56o de saúde ue inclua3 outros servi5os de aten56o do pr=prio Siste3a \nico de Saúde9 co3o as e3ergJncias "ospitalares9 interna5ões breves9 Postos de Saúde9 &stratgias de Saúde da $a3ília9 Caps,ad. Io H3bito político,institucional a !8 ve3 en4rentando u3a grande instabilidade no processo de institucionali2a56o enuanto u3a estratgia do SBS. Criada pelo Progra3a Iacional de 8S1;<8S a !8 ve3 en4rentando di4iculdade no seu processo de descentrali2a56o. Io H3bito clínico e subjetivo a !8 ainda en4renta 3uita resistJncia dos pr=prios pro4issionais dos servi5os do SBS9 ue possue3 u3a i3age3 estereotipada dos usuArios de drogas9 o ue pode ser u3 possível indicador da 3anuten56o da abstinJncia co3o paradig3a clínico de 3uitos servi5os do SBS. ;s a5ões desenvolvidas pelos P!8s possue3 li3ites ue precisa3 ser superados a3pliando e uali4icando as o4ertas9 o ue i3plica na constru56o de pactos de gest6o entre di4erentes servi5os da rede de saúde. ; institucionali2a56o da !edu56o de 8anos ve3 ocorrendo atravs de diversos servi5os de saúde. Co3 a cria56o dos Centros de ;ten56o Psicossocial , Flcool e outras 8rogas – Caps,;89 este processo de
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institucionali2a56o gan"ou u3a relevHncia dentro das a5ões de Saúde %ental9 tendo co3o 3arcos legais as seguintes portarias: , Portaria -.* de jul"o de **/ – regulari2a as a5ões de !8 pelo %inistrio da Saúde. O carAter de3ocrAtico desta portaria se opõe clara3ente 7s propostas de trata3ento ue se pautava3 exclusiva3ente no paradig3a proibicionista e da abstinJncia. , Portaria -.*/+ de jul"o de **/ , destina incentivo 4inanceiro para o 4o3ento de a5ões de redu56o de danos e3 Centros de ;ten56o Psicossocial para o Flcool e outras 8rogas – C;PS, ad , e dA outras providJncias. ;pesar da !8 co3parecer co3o u3a i3portante diretri2 clínica e política dos Caps ,ad9 na experiJncia concreta ainda resta3 3uitas lacunas sobre o 3odo co3o esta diretri2 te3 sido exercida no cotidiano destes servi5os. Por ser u3 3ovi3ento recente9 o processo de institucionali2a56o da !8 no ca3po da Saúde %ental precisa ser analisado para ue se potenciali2e a constru56o de u3a rede territorial de aten56o aos usuArios de Alcool e outras drogas. Por outro lado9 o 4ortaleci3ento da ;ten56o 'Asica co3o instHncia ordenadora da rede de aten56o e3 saúde9 exige ue as euipes de Saúde da $a3ília esteja3 preparadas para lidar co3 a especi4icidade da aten56o aos usuArios de drogas. (Cru2 e $erreira9 **). &ste desa4io encontra,se justa3ente na possibilidade de constru56o de redes de coopera56o e3 ue as di4erentes euipes possa3 se apoiar de4inindo estratgias e projetos terapJuticos ue conte3ple3 a singularidade de casa sujeito. Iesse sentido cabe analisar tanto a abordage3 das euipes da &stratgia de Saúde da $a3ília uanto o apoio 3atricial das euipes do Caps,ad e dos Progra3as de !edu56o de 8anos a estas euipes. ; constru56o de rede de aten56o para os usuArios de drogas i3plica nu3a co3plexa tra3a tecida entre di4erentes servi5os e estratgias de saúde. Por isso a anAlise e co3preens6o do 3odo co3o estes servi5os est6o interagindo (Caps,ad9 &stratgia de Saúde a $a3ília e Progra3a de !edu56o de 8anos)9 seus processos de gest6o e aten56o9 para a constitui56o de u3a
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rede de aten56o aos usuArios de drogas s6o 4unda3entais para a a3plia56o e uali4ica56o do acesso e do atendi3ento a esta popula56o. Consideraç$es %inais
isa,se criar políticas 4undadas e3 discussões coletivas9 se3 exclus6o do paciente9 e apoiadas no respeito 7 3ultiplicidade de pontos de vista. Io lugar de preceitos universais pensar e3 tAticas locais9 e3 ve2 de padroni2a5ões nor3ali2adoras a4ir3ar respostas singulari2antes e 4a2er co3 ue a trans3iss6o de con"eci3entos 4ixos dJ espa5o 7 experi3enta56o (!olniY9 -++0). $oi esta vontade ue nos convocou a propor esta re4lex6o9 na certe2a de i3pregnar 3uitos interessados e3 renovar u3a prAtica clínica jA "A 3uito desgastada. %uitas outras 3udan5as na clínica das drogas ser6o observadas a partir da elei56o desta nova =tica. ;ui trata3os de algu3as delas certos de n6o esgotar a discuss6o9 3as9 ao contrArio9 de4lagrar seu início. Sabe3os ue9 se 3uitas vantagens 4ora3 apontadas9 ta3b3 precisa3os estar alertas para os 3uitos perigos ue esta 3igra56o pode acarretar. Iosso objetivo de4lagrar u3 3ovi3ento de proble3ati2a56o constante ue n6o to3e as di4iculdades encontradas no percurso co3o i3passes intransponíveis e desani3adores e si3 co3o desa4ios a sere3 superados n6o s= ao nível das discussões acadJ3ico, cientí4icas9 3as ta3b3 e9 principal3ente9 no cotidiano de nossas prAticas. &n4i39 a4ir3ar a clínica co3o clínica de si 3es3o9 ou seja9 clínica da clínica9 ato ininterrupto de tra5ar o 3apa territorial de seus i3passes e desa4ios.
Referncias &i"liogr#ficas:
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'rasil. %inistrio da Saúde (**E) , A Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas/Ministério da Saúde9 Secretaria &xecutiva9 Secretaria de ;ten56o 7 Saúde9 CI,8S1;<8S9 -]&di56o9 'rasília Cru29 %.S. e $erreira9 S.%. !inculo necessário entre saúde mental e o Programa de Saúde da "amília na construção na rede de atenção integral aos pro#lemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas. o2es: !io de Kaneiro. Rara39 %.G. +edução de Danos% ética e lei .
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Sissa9 Q. Pra.er e o Mal . !io de Kaneiro. &d. Civili2a56o 'rasileira9 -+++ Sou2a9 1.P. (**) +edução de Danos0 a clínica e a política em mo!imentos. !io de Kaneiro9 Bniversidade $ederal $lu3inense9 8isserta56o de %estrado Sou2a. 1.P e Passos9&. (**+). 1edesco9 S.9 (**) !educcion de danos ` la clínica de drogas. Santiago (Bniversidad de Oriente). 9 v.--9 p.0 , E9 **. 1edesco9 S.9 ( **) ;dolescJncia9 drogas e 3edidas s=cio,educativas e3 3eio aberto .9 1edesco9 S9 Passos9 &. (**) Políticas da $ognição (Parte ><)9 Porto ;legre9 Sulina.
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