CAMINHOS DO BARROCO
Padre António Vieira | Sermão de Santo António
SÍNTESE DOS CONTEÚDOS
Contextualia!"o Conte xtualia!"o #i$tóri%o&lit #i$tóri%o&liter'ria er'ria S(%ulo )VII ✓Desaparecimento
do rei D. Sebasão em Alcácer Quibir e consequente perda da
independência e domínio flipino (151!1"#$%. ✓&oder ✓)
da 'nquisião.
*arroco +i,orou em &ortu,al durante todo o s-culo /'' e na primeira metade
do s-culo se,uinte. ✓0aract 0aracterís eríscas cas
teatra teatralidad lidade2 e2 contras contrastes tes (lu3 e sombra%2 sombra%2 mo+iment mo+imento2 o2 e4a,e e4a,ero ro
decora+o2 de modo a pro+ocar o ê4tase e a emoão. ✓&adre
Antnio /ieira - uma das mais in6uentes personalidades do s-culo /''2
destacando!se destacando!se pela sua inter+enão políca e pela sua aão missionária.
O*+e,-o$ da elo.u/n%ia 0docere, delectare, movere1 A elo.u/n%ia - a arte de bem 7alar2 - uma 7aculdade indi+idual. A oratóri oratóriaa - a arte de 7alar em p8blico2 de 7orma estruturada e deliberada2 com a intenão de in7ormar2 persuadir ou entreter os ou+intes. 9e7ere!se ao con:unto de re,ras e t-cnicas adequadas para produ3ir e apresentar um discurso e apurar as qualidades pessoais do orador. 2un!3e$ da oratória Delectare ; deleitar deleitar (causar pra3er pra3er22 arrebatar% arrebatar% Docere ; ensinar (intenão (intenão reli,iosa reli,iosa ou morali3adora morali3adora%% Movere ; mo+er ou in6uenciar o comportamen comportamento to do ou+inte2 ou+inte2 incen+ando!o incen+ando!o < aão
Ser4"o
A$$unto
e
5ro5ó$ito$
reli,iosos
e>ou
=-nero literário que compreende todo
morali3adores.
o discurso oral diri,ido a um auditrio
Te4a$
com a fnalidade de o persuadir de uma
; Aspetos da +ida social (acontecimentos
determinada mensa,em2 pela ra3ão2
mundanos atos da +ida p8blica e pri+ada dos
pela sensibilidade ou pelo pra3er que
indi+íduos2 desde a entrada de persona,ens
nele pro+oca o te4to dito.
r-,ias
Inten!"o 5er$ua$i-a e exe45laridade6 exórdio7 ex5o$i!"o8%on9r4a!"o e 5erora!"o :; Exórdio Con%eito 5redi%'-el Vó$
5re
sois
o
$al
4en$a
da
terra
ou-inte$
?o e4rdio2 e tendo como ponto de parda o conceito predicá+el ( vós sois o sal da terra%2 o orador di3 que a @terra está corrupta2 mas reconBece que o mal não está s
do lado dos pre,adores. )s seres Bumanos tamb-m têm culpa. Santo Antnio - apresentado como e4emplo do bom pre,ador2 como modelo a se,uir para morali3ar os ou+intes (a terra%. Di3 &adre Antnio /ieira @Santo Antnio 7oi o sal da terra2 e 7oi o sal do mar. Codo o sermão -2 pois2 um pane,írico em torno da sua f,ura. Assim2 < semelBana deste santo2 tamb-m o )rador irá pre,ar aos pei4es2 :á que os seres Bumanos não o ou+em @ EF quero Bo:e2 < imitaão de Santo Antnio2 +oltar!me da terra ao mar2 e :á que os Bomens se não apro+eitam2 pre,ar aos pei4es EF.
=; Ex5o$i!"o8Con9r4a!"o Ao lon,o do discurso2 &adre Antnio /ieira intera,e com os seus ou+intes e tenta perse,uir os ,randes ob:e+os do Sermão ✓ensinar
; morali3arG
✓a,radar
; ca+ar os seus ou+intes2 despertando as suas emoHesG
✓persuadir
; apelar e con+encer da necessidade de mudana atra+-s de uma
ar,umentaão sustentada. I o momento de compro+aão ou demonstraão das afrmaHes do orador. &ara de7ender a sua tese2 recorre a +ários pos de ar,umentos ilustra+os e con+incentes ✓de
autoridade ; as citaHes bíblicas2 por e4emploG
✓pro+erbiais ou
de sabedoria popularG
✓por
analo,ia ; ar,umenta a parr do e4emplo de Santo AntnioG
✓por
e4periência ; in+oca a sua +i+ênciaG
✓Bistricos
; recorre a e4emplos da tradião Bistrica.
>; Perora!"o ) orador recapitula os seus ar,umentos e es7ora!se por in6uenciar a7e+a e emocionalmente os seus ou+intes2 de modo a obter a sua adesão. &retende impressionar2 con+encer e in6uenciar o seu auditrio. Cr?,%a $o%ial e ale>dt.d,e.mec.pt> (com supressHes%
=; Cr?,%a $o%ial ) Sermão assenta numa ale,oria2 pois atra+-s dos pei4es2 o orador crica os seres Bumanos2 as suas +irtudes e os seus de7eitos. As -irtude$ dos pei4es são2 por contraste2 a metá7ora dos de7eitos Bumanos (@)B ,rande lou+or +erdadeiramente para os pei4es2 e ,rande a7ronta e con7usão para os BomensK%. )s de@eito$ dos pei4es são tamb-m enunciados2 sendo o maior deles o de se comerem uns aos outros. @Las para que conBeais a que cBe,a a +ossa crueldade2 considerai2 pei4es2 que tamb-m os Bomens se comem +i+os assim como +s. Aqui se mani7esta a críca < e4ploraão social. São quatro os pei4es e+ocados M 9oncadores ; personifcam a arro,Nncia @I possí+el que sendo +s uns pei4inBos tão pequenos2 Ba+eis de ser as roncas do marOKG M &e,adores ; representam o parasismo>oportunismo @ EF sendo pequenos2 não s se cBe,am aos outros maiores2 mas de tal sorte se lBes pe,am aos costados2 que :amais os des7erramG M /oadores ; simboli3am a ambião desmedida @?ão contente com ser pei4e2 quiseste ser a+e EFG M &ol+o ; encarna a traião e a Bipocrisia @EF monstro tão dissimulado2 tão fn,ido2 tão astuto2 tão en,anoso e tão conBecidamente traidorK Con%lu$"o ) Sermão - uma sára social. &adre Antnio /ieira críca a e4ploraão e a ,anNncia Bumana2 parcularmente aquela que - e4ercida pelos colonos sobre os índios.
Vi$"o
Di$%ur$o 9