UFCD 3553 SAÚDE MENTAL NA 3ª IDADE
SAÚDE MENTAL NA 3ª IDADE OBJECTIVOS:
Identificar as questões relacionados com a saúde mental em geral e com a saúde mental da pessoa idosa em particular.
Enunciar as noções de psicopatologia da pessoa idosa.
Diferenciar os recursos comunitários de apoio à pessoa idosa com doença mental.
CONTEÚDOS
Saúde mental e recursos A
saúde mental na 3.ª idade
− Definição − Promoção − Saúde mental e comunidade
CONTEÚDOS
Psicopatologia da pessoa idosa O
normal e o patológico − Conceito de doença mental
Envelhecimento
normal e patológico Depressão na pessoa idosa Psicopatologia do delírio Perturbações sensoriais e delírio
CONTEÚDOS
Recursos comunitários de apoio
Respostas sociais à velhice − Saúde e comunidade − O hospital e o seu papel face à pessoa idosa − Outros recursos o família o apoio domiciliário o lares
SAÚDE MENTAL
Segundo a OMS a Saúde Mental é “o estado de completo bemestar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.
É sentirmo-nos bem com nós próprios e na relação com os outros. É sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades. É termos confiança e não temermos o futuro.
Problemas de Saúde Mental Mais Frequentes
Ansiedade
Mal-estar psicológico ou stress continuado
Depressão
Dependência de álcool e outras drogas
Perturbações psicóticas
Atraso mental
Demências
Falsos Conceitos sobre a Doença Mental
As pessoas afetadas por problemas de saúde mental são muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a falsos conceitos, que importa esclarecer e desmistificar, tais como:
As doenças mentais são fruto da imaginação;
As doenças mentais não têm cura;
As pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas, imprevisíveis ou perigosas.
Falsos Conceitos sobre a Doença Mental
Estes mitos, a par do estigma e da discriminação associados à doença mental, fazem com que muitas pessoas tenham vergonha e medo de procurar apoio ou tratamento, ou não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de doença.
O tratamento deverá ser sempre procurado, uma vez que a recuperação é tanto mais eficaz quanto mais precoce for o tratamento.
Mesmo nas doenças mais graves é possível controlar e reduzir os sintomas e, através de medidas de reabilitação, desenvolver capacidades e melhorar a qualidade de vida.
PROMOÇÃO DA SAÚDE
DEFINIÇÃO: Processo de capacitar as pessoas para aumentarem o controlo sobre a sua saúde e para a melhorar.
PROMOÇÃO DA SAÚDE
O Working Group on Concepts and Principles of Health Promotion (WGCPHP,1987) salienta dois grandes objetivos principais para a promoção da saúde:
1) melhorar a saúde; 2) dominar (por parte do cidadão) o processo conducente à melhoria da saúde.
SAÚDE MENTAL E COMUNIDADE
Ao longo da vida, todos nós podemos ser afetados por problemas de saúde mental, de maior ou menor gravidade.
Algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, ou acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar próximo, o divórcio, o desemprego, a reforma e a pobreza podem ser causa de perturbações da saúde mental.
Factores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de doenças mentais graves.
SAÚDE MENTAL E COMUNIDADE
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 30% da população mundial sofre de alguma doença mental.
Desse total, 154 milhões de indivíduos sofrem de depressão e 25 milhões de esquizofrenia.
Sensivelmente, 40 mil mortes são atribuídas às patologias psiquiátricas, como depressão bipolar, esquizofrenia e stress pós-traumático.
SAÚDE MENTAL E COMUNIDADE
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, 5% da população nacional já teve um episódio de depressão grave.
A doença bipolar é a perturbação com maior incidência em Portugal, afetando cerca de 200 mil pessoas, seguida pela esquizofrenia com 100 mil indivíduos.
PSICOPATOLOGIA DA PESSOA IDOSA
PSICOPATOLOGIA DA PESSOA IDOSA
NORMAL E PATOLÓGICO
A delimitação entre o normal e o patológico é, por vezes, extremamente difícil de estabelecer.
Esta delimitação baseia-se geralmente em critérios estatísticos, considerando-se normal o comportamento mais frequente e concordante com os valores estabelecidos e aceites em determinada sociedade.
NORMAL E PATOLÓGICO
A avaliação de normalidade ou patologia tem pois de ter em conta três aspectos fundamentais: -
Fase de desenvolvimento em que se encontra a pessoa
-
O local e a cultura
-
A época e a circunstância histórica em que ela se situa
AT 1
CONCEITO DE DOENÇA MENTAL
Popularmente há tendência para se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com o seu comportamento, com a sua adequação às conveniências socioculturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Medicamente, a Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.
DOENÇA MENTAL
De acordo com a NAMI (Aliança Nacional de Doenças Mentais ):
- As doenças mentais são distúrbios graves que causam alterações biológicas no cérebro e são debilitantes em diferentes graus. - Os sintomas de doenças mentais tipicamente começam a aparecer na adolescência ou idade adulta jovem. A doença mental atinge cerca de 5% dos adultos e 9% das crianças e dos adolescentes.
DOENÇA MENTAL - Há muitos equívocos a respeito das doenças mentais. Isto infelizmente contribui para o facto de muitas pessoas não procurarem tratamento. - Não tratada, a doença mental pode resultar em desemprego, abuso de substâncias psicoativas, deterioramento das relações interpessoais, e nos casos mais graves , isolamento e suicídio.
DOENÇA MENTAL - A fim de conquistar o estigma da doença mental, é importante compreender que estas condições não estão relacionadas com o carácter, inteligência, ou vontade. - Doenças mentais são doenças como quaisquer outras, e com intervenções modernas, são altamente tratáveis.
ENVELHECIMENTO NORMAL E PATOLÓGICO
ENVELHECIMENTO NORMAL E PATOLÓGICO
Existe alguma dificuldade natural na distinção do que são as características próprias de um “envelhecimento normal” e envelhecimento “patológico”.
No entanto, podemos dizer que fazem parte do envelhecimento normal as características:
Lentificação motora;
Diminuição da capacidade de retenção de informação nova;
ENVELHECIMENTO NORMAL E PATOLÓGICO
Dificuldade para evocar nomes;
Diminuição da flexibilidade mental;
Manutenção da linguagem;
Manutenção da memória remota.
ENVELHECIMENTO NORMAL E PATOLÓGICO
Características do envelhecimento patológico (demência):
Declínio das funções cognitivas em relação ao nível anterior (alteração e deterioração da memória para registar, armazenar e recuperar informação nova e perda de conteúdos referentes à família e passado; alteração e deterioração do pensamento e raciocínio com redução do fluxo de ideias e problemáticas atencionais, etc.)
ENVELHECIMENTO NORMAL E PATOLÓGICO
Défice significativo nas diversas áreas que permitem a execução de tarefas da vida diária (vestir, comer, etc.);
Alterações da linguagem;
Alteração da “Consciência clara”;
Sintomatologia presente durante pelo menos 6 meses.
TESTE DO RELOGIO
DEPRESSÃO NA PESSOA IDOSA
Tristeza VS Depressão
A tristeza é a reação que temos perante as perdas afetivas na nossa vida;
A perda de alguém por morte é tristeza e não depressão
O Funcionamento comportamental do organismo mantém-se e não existem riscos de suicídio.
Tristeza VS Depressão
A depressão é um sentimento semelhante, mas poderá não ter uma causa especifica inicialmente;
A auto estima está comprometida, existindo um enorme risco de suicídio;
Distúrbio da área afetiva ou do humor, com forte impacto funcional em qualquer faixa etária e com repercussões para a vida: redução da capacidade para pensar, sentir, interagir com o meio, trabalhar e etc…
Natureza multifatorial com aspetos de ordem biopsicossocial.
Sintomas da Depressão
A perda de interesse por atividades prazerosas,
Alterações do apetite (aumento ou perda de peso),
Alterações do sono (insónia ou excesso de sono),
Agitação ou apatia,
Cansaço, fadiga e perda de energia,
Sentimento de culpa e baixa auto estima,
Sintomas da Depressão
Interesse ou prazer diminuídos,
Sensação de inutilidade ou culpa excessiva,
Tristeza, angústia, ansiedade,
Irritabilidade,
Anedonia, diminuição da capacidade de sentir alegria,
Diminuição da libido,
Sintomas da Depressão
Dificuldade de concentração e de decisão, memória e raciocínio,
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
Humor deprimido na maior parte do dia,
Dores pelo corpo e outras somatizações,
Pensamentos de culpa, morte, fracasso, medo e outros pensamentos negativos.
Depressão: Tratamento
“ Remédios para os sintomas. Diálogo para os problemas.”
Psicoterapia
Farmacoterapia
Associação das duas (ideal)
(religião, suporte familiar, atividade física)
Reflexão
“…o olhar triste e cansado procurando alguém, e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém… sabes, eu acho que todos fogem de ti para não ver a imagem da solidão que irão viver quando forem como tu, um resto de tudo o que existiu quando forem como tu, um velho sentado num jardim…”
PSICOPATOLOGIA DO DELÍRIO
O delírio é uma disfunção cerebral global caracterizada por alterações da consciência e cognitivas ao nível da atenção, pensamento, memória, percepção, discurso, emoções, comportamento psicomotor e do ciclo sonovigília.
PSICOPATOLOGIA DO DELÍRIO
O delírio tem prevalência alta nos doentes internados, o que contribui significativamente para a morbilidade e a mortalidade.
Aproximadamente 15 a 25% dos doentes com cancro e 10 a 56% dos doentes idosos desenvolvem delírio durante o internamento.
PSICOPATOLOGIA DO DELÍRIO
Na maioria dos casos, o delírio é secundário a uma doença física grave, intoxicação medicamentosa e abstinência a sedativos, álcool ou outra droga de abuso.
O delírio, muitas vezes, não é reconhecido ou é diagnosticado de forma errada.
Na maioria das vezes é confundido com depressão, demência ou psicose.
PSICOPATOLOGIA DO DELÍRIO
Diversos estudos mostram que 57 a 80% dos pacientes idosos com distúrbios cognitivos não são diagnosticados pelos clínicos na admissão hospitalar e, tratando-se de delírio, essa falha pode chegar a 70%.
O delírio pode ser a única manifestação clínica consequente a um enfarte agudo do miocárdio, pneumonia, septicemia, distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos em idosos hospitalizados.
PSICOPATOLOGIA DO DELÍRIO
O seu reconhecimento conduz à imediata investigação, no sentido de se identificar precocemente a causa básica, salvando vidas.
De outra forma, desperdiça-se tempo, com aumento nas taxas de morbilidade e mortalidade, nos custos hospitalares e na utilização de serviços médicos e de enfermagem.
PERTURBAÇÕES SENSORIAIS E DELÍRIO
Com a idade, os olhos mudam. A deterioração da visão acarreta: presbiopia – capacidade de acomodação “longeperto” mais lenta, diminuição da acuidade visual, particularmente, à noite.
Essas alterações fazem com que uma pessoa com 60 anos necessite de quatro vezes mais luminosidade que aos 20 anos para ver melhor.
A perda auditiva pode contribuir para a perceção de que as pessoas de idade são distraídas e irritáveis
PERTURBAÇÕES SENSORIAIS E DELÍRIO
O olfato e paladar estão, extremamente, ligados à grande perda do interesse e motivação nessa idade; isto porque, com o envelhecimento, esses sentidos ficam bastante reduzidos, além de se tornarem menos eficientes, provocando inadequações no processo de ingestão de alimento prejudiciais, tais como: mais sal e açucares, prejudicando a saúde do idoso.
O tato, também, é reduzido com o passar dos anos, visto que os demais órgãos, também se desgastam com o avanço da idade; essas deficiências causam sérios problemas psicomotores, afetando o organismo do idoso como um todo
PERTURBAÇÕES SENSORIAIS E DELÍRIO
O tato tem muita importância na estruturação da consciência, pois permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura.
O tato é importante para o posicionamento do corpo, a proteção física, a afetividade e o sexo. É a partir dele que o idoso poderá defender-se das agressões de natureza externa.
PERTURBAÇÕES SENSORIAIS E DELÍRIO
O isolamento da pessoa idosa e o consequente declínio da qualidade de sua comunicação, devido aos défices sensoriais, causam profundo impacto na sua interação social
PERTURBAÇÕES SENSORIAIS E DELÍRIO
A primeira característica do delírio é o distúrbio da consciência, que envolve alteração do nível de percepção do ambiente e redução da capacidade para se concentrar, manter ou mudar a atenção.
O paciente idoso usualmente mostra-se desatento, letárgico, sonolento, incapaz de obedecer a ordens complexas ou manter raciocínio sequenciado, distraindo-se com muita facilidade.
Aspetos clínicos do delírio
Por norma o doente com delírio não apresenta hiperactividade, agitação ou agressividade, excepto no delírio por abstinência ao álcool, benzodiazepínicos ou anti-depressivos tricíclicos.
O paciente não estabelece contacto com o olhar e parece ignorar o ambiente e as pessoas, olha vagamente, sem direcção, e às vezes dorme enquanto está a ser examinado.
Aspetos clínicos do delírio
A segunda característica do delírio é a presença de distúrbios cognitivos muito além do que se poderia esperar de uma demência preexistente ou em evolução.
Neste caso, as manifestações vão da perda evidente de memória, desorientação e alucinações até distúrbios leves de linguagem e percepção.
Aspetos clínicos do delírio
Nos pacientes com delírio, a fala é arrastada e desconexa, a compreensão falha e a escrita é quase impraticável.
A resposta à primeira pergunta geralmente é dada à segunda ou terceira, denunciando a dificuldade que esses pacientes apresentam para concentrar e mudar a atenção.
Aspetos clínicos do delírio
Podem ocorrer ilusões e alucinações, no entanto, entre os idosos, são mais comuns erros de interpretação e identificação (por exemplo, a enfermeira que entra no quarto pode ser tomada por um agressor potencial ou o cônjuge por um impostor).
Aspetos clínicos do delírio
A terceira característica do delírio é a sua instalação aguda e o seu curso flutuante.
Desenvolve-se em horas ou dias, característica de grande importância cronológica no diagnóstico diferencial com a demência.
Os sintomas do delírio tornam-se mais intensos durante a noite.
Aspetos clínicos do delírio
Num paciente com delírio são frequentes as oscilações.
É possível que o médico ao retornar à enfermaria poucas horas, ou mesmo minutos, após ter avaliado um paciente que se encontrava relativamente sonolento e apático, deparar-se com o mesmo inquieto, agitado, gritando, batendo, cuspindo, tentando sair do leito, querendo ir para casa ou fugir de visões e alucinações, muitas vezes aterrorizantes, em curso naquele momento.
Aspetos clínicos do delírio
A quarta característica do delírio é a presença de uma ou mais doenças clínicas ou de toxicidade medicamentosa.
Os idosos são susceptíveis ao desenvolvimento de delírio como consequência de uma grande variedade de factores orgânicos que podem actuar isolados ou, com maior frequência, em associação (por exemplo, no pósoperatório de fractura do fémur o delírio pode dever-se a anemia e/ou toxicidade oriunda da medicação anestésica).
Aspetos clínicos do delírio
Os mais idosos e em particular os demenciados têm maior tendência a desenvolverem delírio como complicação de praticamente qualquer doença física ou do uso de medicamentos comuns, mesmo em doses terapêuticas.
O delírio costuma ocorrer devido à retirada brusca de medicação sedativa ou droga de abuso.
Aspetos clínicos do delírio
Frequentemente, o delírio associa-se a um distúrbio do ciclo sono-vigília.
Alguns pacientes podem mostrar-se sonolentos durante o dia e, à noite, ficarem agitados e com dificuldade para dormir.
Eventualmente, podemos observar completa reversão do ciclo sono-vigília.
Aspetos clínicos do delírio
As alterações do comportamento psicomotor podem também estar presentes.
Muitos pacientes ficam inquietos, tentam levantar-se inoportunamente do leito, arrancando equipamento endovenoso, cateteres, sondas etc.
No entanto, é mais comum o paciente mostrar redução da actividade psicomotora, com lentidão nas respostas.
Aspetos clínicos do delírio
Também se verificam distúrbios emocionais como ansiedade, medo, depressão, irritabilidade, raiva, disforia ou apatia.
Mudanças súbitas e imprevisíveis de um estado emocional para outro podem ocorrer em alguns pacientes, enquanto outros se mantêm estáveis.
A maioria dos estudos mostra que em geral, durante a noite, os sintomas emocionais e a actividade psicomotora são mais intensos ou evidentes.
PROGNÓSTICO
O curso do delírio é variável e dependente de diversos factores.
A gravidade e a importância da causa determinante, as condições de saúde, a idade e o estado mental prévio do paciente são decisivos para o curso e prognóstico.
O delírio é considerado por muitos autores como uma condição transitória, entretanto, crescem evidências de que tenha um curso mais grave em populações mais enfermas e idosas com elevada mortalidade em curto prazo.
PROGNÓSTICO
Os efeitos cognitivos do delírio lentamente ou perpetuam-se.
desaparecem
Em alguns pacientes, após a resolução do delírio, a demência torna-se evidente; discute-se se a demência estava ou não presente antes da instalação do delírio ou presente sem ter sido reconhecida.
RESPOSTAS SOCIAIS AO IDOSO
O HOSPITAL
Durante o internamento, a pessoa idosa passa a estar ao cargo de uma equipa multidisciplinar de saúde, que tudo faz para que esta atinja o mais rapidamente possível, um estado máximo de saúde.
Quando um idoso é internado, surgem frequentemente dúvidas e insegurança em todos os membro da família.
HOSPITAL
É um momento de tomada de decisões que podem ser fáceis ou não.
Para tentar ultrapassar este momento menos favorável, as pessoas precisam de ajuda, apoio moral, alguém com que possam esclarecer dúvidas.
HOSPITAL
É importante existir uma boa relação entre a rede familiar e os técnicos de saúde a fim de melhorar quer o estado emocional da pessoa internada, quer para aumentar a sua interacção no seu processo de cura, bem como a integração da família neste processo.
O hospital desempenha assim um papel importante na informação e preparação da doença, bem como a melhor forma de lidar com a mesma.
AUTONOMIA
Autonomia é um princípio que se caracteriza por uma liberdade, vontade, possibilidade e desejo de decidir.
Pode dizer-se que a autonomia se manifesta “por um «poder fazer», mas sobretudo por um «poder ser»”, pois não se expressa só no plano físico como também no mental, emocional e social.
AUTONOMIA
Uma pessoa por mais confusa e incompreensível que esteja no plano verbal pode ainda manifestar a sua vontade relativamente às actividades quotidianas e às pessoas que a envolvem.
Através de um simples olhar, através da expressão não verbal pode assim demonstrar a sua autonomia não no «poder fazer» mas no «poder ser».
AUTONOMIA
Este é um dos pontos-chave da autonomia pois muitas vezes os profissionais não conseguem distinguir entre autonomia física e autonomia comportamental.
No decorrer da hospitalização deve-se privilegiar sempre a autonomia da pessoa, pois se ocorrer o contrário a pessoa perde o controlo sobre as suas decisões o que a torna dependente e retarda o processo de retorno a casa.
FAMÍLIA
Dentro da família a pessoa é vista como sendo ela mesma, independentemente da utilidade económica, política ou social, ela é única, sem máscaras, na sua intimidade, faz parte da família sempre.
O idoso é visto como o principal membro da comunidade familiar, pois ele representa uma história de vida, a história daquela família, como se codificasse um gene, a biografia.
FAMÍLIA
É na família que o idoso necessita de cuidados, apresenta as suas manias e acaba por envolver a família em torno de si, leva os mais jovens a olhar não só para si como também para tudo à sua volta.
É neste momento que observamos o carinho dos netos ou mesmo de um filho para a sua avó querida.
FAMÍLIA
A família pode vir a deparar-se com o idoso saudável ou com o idoso doente, onde existe um comprometimento de alguns órgão e que acabam por levar o idoso a um grau de dependência , sendo o apoio familiar de suma importância.
É indispensável para a família saber tudo que se passa com o idoso, nomeadamente se apresenta alguma doença que leva à toma de medicação e produz alteração nas actividades de vida diária.
FAMÍLIA
É no seio familiar que é decidido como o idoso vai ser cuidado e quem irá ser o responsável.
É através do convívio familiar que muitas doenças são relatadas, quando bem observados os costumes e o dia-adia do idoso.
Por ex. se o doente se apresenta confuso, com febre, devido a um quadro de infecção urinária, não é o paciente que relata os sintomas, mas sim o familiar.
FAMÍLIA
Nem todos os idosos se adaptam facilmente a mudanças no ambiente , onde as alterações podem levar a uma incapacidade de aceitar a situação.
Por ex: no caso de viuvez em que além das alterações psíquicas, existem alterações financeiras. Ao ir morar com um outro filho, perde a sua individualidade e algumas vezes, surge o sentimento de inutilidade e de peso para o familiar.
FAMÍLIA
A reforma, as perdas funcionais e sociais levam muitas vezes o idoso a desenvolver um quadro depressivo.
Nem todas as famílias possuem estrutura imediata para receber um idoso debilitado, nem todos tem uma família grande.
Por vezes, encontramos idosos que vivem sozinhos, porque não têm a quem recorrer, pois não tiveram filhos, ou estão zangados há anos com a família, ou todos já se foram da sua vida.
FAMÍLIA
Muitos idosos, têm capacidade e oportunidade e conseguem formar novos elos.
Os seus vizinhos e os seus amigos acabam por se tornar cuidadores, dando carinho e apoio.
Porém, a falta da estrutura familiar fica como uma marca.
APOIO DOMICILIÁRIO
O apoio domiciliário é importante, sobretudo para idosos que mantém uma certa autonomia mas necessitam de um determinado apoio, pois encontram-se isolados, por vezes em zonas rurais, ou mesmo em zonas urbanas.
Eles necessitam de alguém que os acompanhe aos serviços de saúde e aos serviços públicos e os apoie na aquisição dos bens de primeira necessidade.
CENTROS DE DIA
Os Centros de Dia são importantes pois poderão integrar os doentes crónicos, tendo uma função de protecção de dia em relação aos indivíduos dependentes, e também um centro de actividades que têm como finalidade manter senão mesmo melhorar o estado destes utentes.
LAR
A institucionalização dos idosos provoca receios para o próprio idoso que, de repente, tem o sentimento de ser abandonado pelos familiares e, muito particularmente, pelos filhos que os levam para um lugar desconhecido para eles.
Estes receios podem provocar agressividade, o que é culturalmente inaceitável, sobretudo se o idoso começa a manifestar sinais de demência que podem ser interpretados como a extremização do mau carácter do familiar e não como uma doença que se instala, por vezes lentamente.
LAR
Para evitar desgastes desnecessários, programas de informação sobre esta doença degenerativa deveriam ser implementados de uma forma sistemática, assim como reuniões entre os familiares para eles poderem identificar-se também com as vivências dos outros intervenientes.
Isto evita sentimentos de culpabilidade nos próprios filhos e eventuais desgastes em termos de saúde, sobretudo para aquele que se ocupa do doente.
CONCLUSÃO
A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por algumas mudanças físicas, mentais e psicológicas.
Embora a velhice não seja sinónimo de doenças, o envelhecimento pode resultar na presença de múltiplas doenças, prejuízos e incapacidades com consequente deterioração da saúde dos idosos, sejam nos aspetos físicos e/ou mentais.
A saúde mental desempenha um papel fundamental no bem-estar do idoso pois influencia o idoso a todos os níveis do seu bem-estar.
Ecce Homo
Nova versão do Ecce Homo – uma pintura do século XIX
Cecilia Giménez de 81 anos não passava de uma desconhecida, mas agora tem já uma legião de fãs na Internet, sendo difícil descolar-se da identidade de famosa “restauradora” do Ecce Homo. Preocupada com o estado deterioração da obra assinada por Elías García Martínez, a mulher decidiu retocar a pintura que decora Santuário da Misericórdia na cidade de Borja, Saragoça Desde então, o episódio insólito deu azo a outras experiências criativas.