Zeus deus dos trovões, senhor do Olimpo, era filho de Cronos e Réia. Cronos tinha o hábito de devorar seus próprios filhos para que não tomassem seu lugar no trono. Até que Zeus nasceu e sua mãe Réia já cansada de tanto sangue e sofrimento deu a Cronos uma pedra embrulhada no lugar de Zeus, salvando sua vida. Réia decidiu que Zeus seria o ultimo filho e encerraria o reinado de sangue e sofrimento e tomaria o trono do pai.
Zeus Assim que Cronos descobriu que tinha engolido uma pedra ao invés do filho saiu a procura de Zeus, mas não o encontrou. Zeus foi criado no bosque de Creta e foi alimentado com mel e leite de cabra. E assim quando cresceu foi a caminho do pai para combatê-lo, eles viraram grandes inimigos, Zeus obrigou seu pai a engolir uma bebida mágica, que restituiu todos os filhos que no passado tinha devorado. Foi então que Zeus conheceu seus quatro irmãos: Deméter, Poseidon, Héstia e Hades, faltou apenas a Hera que como Zeus foi poupada e não estava ali. Zeus ainda liberou ciclopes que deu a ele o Raio. Então após dez anos, que foi o tempo que durou a guerra, Zeus subiu ao Olimpo junto com seus irmãos Poseidon e Hades que o ajudaram a destruir Cronos, e então comandaram o Céu, a Terra e os demais deuses. Zeus tinha o poder dos fenômenos atmosféricos e fazia relâmpagos e trovões e com sua mão direita lançava a chuva, podia usar sua força como destruidora, mas também mandava chuvas para as plantações. Zeus casou-se três vezes, sua primeira esposa foi Métis a deusa da prudência e com ela teve sua filha Atena. Sua segunda esposa foi Têmis a deusa da justiça. E sua terceira esposa foi sua irmã Hera e com ela teve vários herdeiros, mas o único que foi filho legítimo de Hera e Zeus foi Ares, que era o Deus da guerra. Heras era muito ciumenta e agressiva já que Zeus desonrava sua vida com Heras, tinha muitas amantes, e que também acabou tendo muitos filhos fora de seu casamento. Zeus usava seu poder de sedução e até usava as mais belas metamorfoses para conquistar as mulheres. As mais conhecidas são: o Cisne de Leda e o Touro da Europa. Zeus é o deus que dá ao homem o caminho da razão e também ensina que o verdadeiro conhecimento é obtido apenas a partir da dor.
Mitologia Grega: Z e u s
A maior e mais poderosa das doze divindades gregas do Olimpo, o Júpiter dos romanos, e a única cuja origem indo-européia pode ser demonstrada claramente. De acordo com Hesíodo, era o filho mais novo dos Titãs Cronos e de Réia, os romanos Sa turno e Cibele, que detinham o controle do mundo, e portanto, também irmão de Héstia , Deméte r, Hera, Hades e Poseidon. Cr onos derrotou seu próprio pai, Urano, e tomou para si o poder, tornando-se senhor dos antigos deuses. Mas ouviu de Gaia e de seu próprio pai, que ele estava destinado à também ser derrotado e condenado por um de seus próprios filhos. Na tentativa de salvar-se do destino, o titã engolia todos os seus filhos à medida em que nasciam, deixando Réia desolada. Porém, estando Réia grávida novamente, e temendo pelo futuro do filho, implorou ao seus pais, Gaia e Urano (a T err a e o Céu), para que divisassem um m eio de ter seu filho em segurança e criá-lo escondido do pai, até que um dia ele o fizesse pagar pelos filhos que havia engolido. Os dois deuses orientaramna a se dirigir à Lyktos, em Creta, onde ela deu à luz a seu filho mais jovem e deu -lhe o nome de Zeus. Lá ela escondeu o bebê em uma caverna de difícil acesso, encravada nas montanhas da Egéia, em meio a densas florestas, para ser criado por ni nfa s. Ela então envolveu uma pedra com roupas de bebê e a entregou a Cr onos, que a engoliu sem descobrir o logro. Quando o filho cresceu, conseguiu libertar os ciclopes, seus tios, que se juntaram a ele com as oceânidas Métis, deusa da prudência, e Estige e seus filhos e Prometeu, filho de Jápeto, este um dos filhos de Gaia e Urano. Cr onos foi derrotado depois de uma guerra de dez anos que ficaria conhecida como tit anomaqu i a. Destronado pela força de seu filho e ludibriado por um estratagema de Métis, foi obrigado a vomitar todos os outros irmãos engolidos. O primeiro a ser lançado para fora foi a pedra com que Réia enganara o marido, a última a ser engolida. Depois vieram Deméte r, He ra, Hades, Héstiae Poseidon. Cronos foi expulso do Olimpo e banido com seus titãs aliados para o Tárt a r o, lugar de tormento eterno. E assim como o pai simbolizava o tempo, ao derrotá-lo, seu filho tornou os deuses imortais. Ele tomou posse do trono do pai e partilhou com seus dois irmãos o império do universo. Posêidon,o N etuno dos romanos, herdou o reino dos mares e Hades , o P lutão, tornou-se o deus das profundezas, dos subterrâneos e das riquezas. Ele ficou com o céu, a terra e o domínio e cuidado das deusas irmãs, Héstia, Deméte r, He ra. Então colocou no solo sagrado de Pytho, o local do oráculo de Delfos, para servir de monumento e maravilha para os homens mortais. Ainda libertou os irmãos de seu pai do exílio, ou seja, os filhos de Urano que haviam sido a prisionados por este, e eles retribuíram dando-lhe além de graças, o trovão, o relâmpago e o raio, que a Terra havia deixado escondidos até então. Como rei dos deuses, governava o mundo e as outras divindades. Era mais poderoso que todos os outros deuses juntos. Exigia que todos obedecessem a suas leis e punia imediatamente todos aqueles que as violavam. Podia provocar tempestades e disparar seus trovões para punir os homens. Era também acompanhado por uma águia que carregava seus trovões. AS MUSAS eram
também filhas de Zeus e deusas da música, das artes e da memória. Eram nove e cada uma delas representava um aspecto da literatura, da arte ou da ciência. Calíope era a musa da eloqüência e da poesia épica, Clio, da história, Euterpe, da poesia lírica, Melpômene, da tragédia, Terpsícore, da dança em grupo e do canto coral, Érato, da elegia, a quem se atribuía a invenção da flauta e de outros instrumentos de sopro, Polímnia, da poesia sagrada, Urânia, da astronomia, ciências exatas e geometria, e Tália, da comédia ou idílio.
H ARES ou G
raças, eram filhas de
e deusas da felicidade, do amor e da celebração. Presidiam os banquetes, as danças e a todos os eventos sociais. Elas eram três: Ef rosine, Aglaia e Tália. Zeus
A mitologia grega é bastante rica em termos de contos e explicações da origem do mundo, a tudo atribuindo os poderes dos deuses gregos, que segundo a crença geral, moravam no Monte Olimpo. Dizem as lendas gregas que, no princípio, havia somente o grande Caos, do qual surgiram os Velhos Deuses, ou Titãs, dirigidos pelo deus Cronos (Tempo). Zeus era um filho de Cronos e chefiou a rebelião da nova geração dos deuses - chamados Deuses Olímpicos - que dominaram a Grécia em toda a sua época clássica. Os principais deuses olímpicos são: Zeus
É o deus principal, governante do Monte Olimpo. Rei dos deuses e dos homens, era o sexto filho de Cronos. Como seus irmãos, deveria ser comido pelo pai, mas a mãe deu uma beberagem a Cronos e este vomitou novamente o filho; este e seus irmãos, também vomitados na mesma hora, uniram-se contra o pai, roubaram os raios e venceram a batalha. Os raios, fabricados pelo deus Hefaistos, eram o símbolo de Zeus. Zeus para os gregos e Júpiter para os romanos. Palas Atena ou Atenéia
Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra. Palas nasceu já adulta, na ocasião em que Zeus teve uma forte dor de cabeça e mandou que Hefaistos, o deus ferreiro, lhe desse uma machadada na fronte; daí saiu Palas Atena. Sob a proteção dessa deusa floresceu Atenas, em sua época áurea. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia. Palas
para os gregos e Minerv a para os romanos.
Apolo
Deus do sol e patrono da verdade, da música, da medicina e pai da profecia. Filho de Zeus, fundou o oráculo de Delfos, que dava conselhos aos gregos através da Pitonisa, sacerdotiza de Apolo que entrava em transe devido aos vapores vindos das profundezas da terra. Apol o
para os gregos
Ártemis
A Diana dos romanos, era a deusa-virgem da lua, irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das cidades, dos animais e das mulheres. Na Ilíada de Homero, desempenhou importante papel na Guerra de Tróia, ao lado dos troianos. Ártemis
para os gregos e Di ana para os romanos.
Afrodite
Deusa do amor e da beleza, era esposa de Hefaistos e amante de Ares, a quem deu vários filhos (entre eles Fobos = Medo, e Demos = Terror). Afrodite era também mãe de Eros. Af rodite
para os gregos e Vênus para os romanos.
Hera
Esposa de Zeus, protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianças e dos lares. Era também irmã de Zeus, uma das filhas vomitada por Cronos. H er a
para os gregos e Juno para os romanos.
Démeter
Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Quando Hades, deus do inferno, levou sua filha Perséfone como sua esposa, negou seus poderes à terra, e esta parou de produzir alimentos; a solução de Zeus foi que Perséfone passaria um terço do ano no inferno, com seu marido, e o restante do tempo com sua mãe, no Olimpo. Dessa forma, Démeter abrandou sua ira e t ornou a florescer nas colheitas. Démeter para os gregos e Ceres para os romanos. Hermes
Filho de Zeus e mensageiro dos mortais, era também protetor dos rebanhos e do gado, dos ladrões, era guardião dos viajantes e prot etor dos oradores e escritores. H ermes
para os gregos e Mercúrio para os romanos.
Poseidon
É o deus do mar e dos terremotos, foi quem deu os cavalos para os homens. Apesar disso, era considerado um deus traiçoeiro, pois os gregos não confiavam nos caprichos do mar. P oseidon
para os gregos e Netuno para os romanos.
Dionísio
Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal, foi alvo do ciúme de Hera, que matou sua mãe e transtornou o seu juízo. Assim, Dionísio vagueava pela terra, rodeado de sátiros e mênades. Era o símbolo da vida dissoluta. Dionísio para os gregos e Baco para os romanos. Ares
O deus guerreiro por excelência. Seu símbolo era o abutre. Seus pais, Zeus e Hera, detestavam-no, mas era protegi do por Hades, pois povoava o inferno com as numerosas guerras que provocava. Sua vida e stava longe de ser exemplar - foi surpreendido em adultério com Afrodite, esposa de Hefaistos, que os prendeu em fina rede; foi ferido por três vezes por Héracles (Hércules). Era muito respeitado pelos gregos por sua força e temperamento agressivo. Ares
para os gregos e M arte para os romanos.
Hefaistos ou Hefesto
Deus ferreiro, do fogo e dos artífices. Filho de Zeus e Hera, foi lançado do Olimpo por sua mãe, desgostosa por ter um filho coxo. Refugiou-se nas profundezas da terra, aprendendo com perfeição o ofício de ferreiro. De suas forjas saíram muitas maravilhas, inclusive a primeira mulher mortal, Pandora, que recebeu vida dos deuses. Construiu no Olimpo um magnífico palácio de bronze para si próprio, e era estimado em Atenas. Para compensá-lo de sua feiúra, seu pai deu-lhe por esposa Afrodite, a deusa da beleza. Era artesão dos raios de Zeus. H ef aistos
para os gregos e Vu lc ano para os romanos.
Além desses deuses, que junto a muitos outros pululavam no Olimpo, havia heróis (filhos de deusas ou deuses com mortais), semideuses, faunos, sátiros e uma infinidade de entidades mitológicas que explicavam por lendas todos os fenômenos da natureza. Entre os heróis mais populares, podemos citar: Io - amada por Zeus, que a transformou em novilha para escondê-la da ciumenta Hera.
Deuc al ião e P irr a - únicos sobreviventes do dilúvio que Zeus mandou ao mundo pervertido. H ér ac l es
- ou Hércules, autor dos famosos Doze Trabalhos; era filho de Zeus e da moratal
Alcmena. Édipo - que matou a esfinge e casou-se com sua própria mãe. P erseu -
que matou a Medusa, uma das Górgonas, e libertou a princesa Andrômeda da serpente marinha. C admo - que matou um dragão e no local fundou a cidade de Tebas. Europa - irmã de Cadmo, foi amada por Zeus que lhe apareceu sob a forma de um touro e, em suas costas, atravessou o mar. J asão - chefe dos Argonautas, equipe de heróis - Héracles, Orfeu, Castor e Pólux, e outros que navegou no navio "Argos" em busca do Velocino de Ouro. Teseu - que penetrou o labirinto de Creta e matou o Minotauro, acabando por unifi car a Ática. At alant a
- mulher aventurosa que se casou com o ardiloso Hipomenes.
Bel erof onte - que matou o monstro Quimera e domou o cavalo alado, Pégaso. Os heróis de Trói a -Aquiles, Heitor, Ájax, Agaménon, Ulisses - autor da idéia do cavalo de Tróia - e outros.
Os romanos ultrapassaram todos os outros povos na sabedoria singular de compreender que tudo está subordinado ao governo e direção dos deuses. Sua religião, porém, não se baseou na graça divina e sim na confiança mútua entre Deuses e Homens; e seu objetivo era garantir a cooperação e a benevolência dos deuses para com os homens e manter a paz entre eles e a comunidade. Entende-se por religião romana o conjunto de crenças, práticas e instituições religiosas dos romanos no período situado entre o século VIII a.C. e o começo do século IV da era cristã. Caracterizou-se pela estrita observância de ritos e cultos aos deuses, de cujo favor dependiam a saúde e a prosperidade, colheitas fartas e sucesso na guerra. A piedade, portanto, não era compreendida em termos de experiência religiosa individual e sim da fiel realização dos deveres rituais aos deuses, concebidos como poderes abstratos e não como Divindades Antropomórficas. Um traço característico dos romanos foi seu sentido prático e a falta de preocupações filosóficas acerca da natureza ou da divindade. Seus preceitos religiosos não incorporaram elementos morais, mas consistiram apenas de diretrizes para a execução correta dos rituais. Também não desenvolveram uma mitologia imaginativa própria sobre a origem do universo e dos deuses; seu caráter legalista e conservador contentou-se em cumprir com toda exatidão os ritos tradicionalmente prescritos, organizados como atividades sociais e cívicas. O ceticismo religioso chegou a ser uma atitude predominante na sociedade romana em face das guerras e calamidades, que os deuses, apesar de todas as cerimônias e oferendas, não conseguiam afastar. O historiador Tacitus comentou amargamente que a tarefa dos deuses era castigar e não salvar o povo romano. A índole prática dos romanos manifestou-se também na política de conquistas, ao incorporar ao próprio panteão os deuses dos povos vencidos. Sem teologia elaborada, a religião romana não entrava em contradição com essas deidades, nem os romanos tentaram impor aos conquistados uma doutrina própria. Durante a república, no entanto, foi proibido o ensino da Filosofia Grega, porque os filósofos eram considerados inimigos da ordem estabelecida. Os valores dominantes da cultura romana não foram o pensamento ou a religião, mas a retórica e o direito. Com as crises econômicas e sociais que atingiram o mundo romano, a antiga religião não respondeu mais às inquietações espirituais de muitos e, a partir do século III a.C., começaram a se difundir religiões orientais de rico conteúdo mitológico e forte envolvimento pessoal, mediante ritos de iniciação, doutrinas secretas e sacrifícios cruentos. Nesse ambiente verificou-se mais tarde a chegada dos primeiros cristãos, entre eles os apóstolos Pedro e Paulo, com uma mensagem ética de amor e salvação. O cristianismo conquistou o povo, mas seu irrenunciável monoteísmo chocou-se com as cerimônias religiosas públicas, nas quais se baseava a coesão do estado, e em especial com o culto ao imperador. Depois de sofrer numerosas perseguições, o cristianismo foi reconhecido pelo imperador Constantinus I no ano 313 d.C. São escassas as fontes que permitem reconstruir a vida da primitiva Roma, pequena cidade-estado que se formou por volta do século VIII a.C. A descrição mais antiga é do historiador romano Marcus Terencius Varrão, do século I a.C., mas seu testemunho já mostra a grande influência da Cultura Grega, que motivou a reinterpretação da tradição religiosa. No período de formação original, a religião dos romanos já apresentava características utilitárias, em que as preocupações se centravam na satisfação das necessidades materiais, como boas colheitas e a prosperidade da família e do estado em tempo de paz e de guerra. Entre os deuses mais importantes dessa época estão Júpiter, deus do céu, o maior deles; Marte, deus da guerra; Quirino, protetor da paz, identificado depois com Romulus; e Juno, cuja função principal era dirigir a vida das mulheres. Outras deidades menores eram figuras vagas de funções limitadas e claramente definidas.
Como os deuses maiores, tinham poderes sobrenaturais e, pelo culto adequado, podiam ser induzidos a empregá-los em benefício dos adoradores. A curiosidade dos romanos, porém, não passava desse ponto: os deuses não tinham mitos, não formavam casais e não tinham filhos. Os romanos não tinham também uma casta sacerdotal; seus ritos eram executados com meticulosa exatidão por chefes de família ou magistrados civis. Essas atividades clericais, porém, eram reguladas por colégios sacerdotais. Na segunda metade do século VI a.C., os Etruscos conquistaram a cidade de Roma e introduziram nas práticas religiosas o culto às estátuas dos deuses, os templos, a adivinhação mediante o escrutínio das entranhas de animais sacrificados e do fogo e maior solenidade nos ritos funerários. O primitivo calendário religioso lunar, de dez meses, foi substituído pelo calendário solar de 12 meses. Nesse período ocorreu a incorporação de deuses que não eram apenas etruscos. Júpiter ganhou como consortes Juno e Minerva, uma união que resultou da influência grega, já que as duas deusas foram identificadas como Hera e Atena, mulher e filha de Zeus. Vênus e Diana surgiram de fontes italianas. Entre os deuses incorporados ao panteão romano por influência etrusca estão Vulcano, deus do fogo, e Saturno, divindade de funções originais obscuras. O Período Republicano, do século V ao século I a.C., caracterizou-se pela ampliação da influência da cultura grega, cujos mitos revitalizaram os deuses romanos ou introduziram novas divindades, como Apolo, que não tinha um equivalente romano geralmente reconhecido, e Esculápio. Outro costume importado da Grécia foi convidar os deuses para o banquete sagrado, o Lectisternium, no qual eram representados por suas estátuas e associados em casais, como Júpiter e Juno, Marte e Vênus etc. As figuras juntas nos banquetes formaram o grupo grego popular e típico de 12 deuses. Foram introduzidos ainda cultos orgiásticos do Oriente Médio, como o da deusa Cibele, a Grande Mãe, e o de Dioniso, que em Roma foi identificado como Baco. O imperador Augustus quis reavivar os cultos tradicionais - ele mesmo foi divinizado após a morte - e reconstruir os templos antigos. A crescente demanda por uma religião mais pessoal, porém, que nem as religiões tradicionais gregas nem as romanas eram capazes de satisfazer, foi atendida por vários cultos do Oriente Médio, que prometiam a seus seguidores o favor pessoal da divindade e mesmo a imortalidade se certas condições fossem atendidas, entre elas a iniciação secreta em ritos misteriosos. O primeiro deles foi o de Ísis que, embora de origem egípcia, sofreu modificações em sua passagem pela Grécia. Depois veio o culto de Atis, consorte da Grande Mãe, e por último o de Mitra, de origem Persa, que se tornou o predileto dos soldados romanos. No último período do Império Romano, desenvolveu-se de forma particular o culto ao Sol, e o imperador Aurelianus proclamou como suprema divindade de Roma o Sol Invicto. Mas essas tentativas de reavivar uma religião que sempre servira aos interesses do estado fracassaram, ante a expansão do Cristianismo que, em 391, foi declarado religião oficial do estado pelo imperador Theodosius I, que suprimiu o culto tradicional.
O legado de Cristo e a história Hamilton Moraes dos Santos
Publicado na edição 20 da Coluna ler comentários desse texto | escrever comentário sobre esse texto
De que forma a História encarou Jesus Cristo como protagonista histórico e o seu santo legado para a humanidade? O presente artigo não tem a pretensão de recontar a História de Cristo, pois para tal intuito, temos ao nosso dispor os Quatro Evangelhos Canônicos. O período histórico no qual Jesus Cristo está inserido é a Idade Antiga (4.000 a.C. até 476 d.C.). Em 63 a.C. Pompeu tomou Jerusalém. A Palestina tornou-se província de Roma. A República Romana era na prática um gigantesco império. Nessa época, os domínios territoriais romano cresceram consideravelmente, tais conquistas se davam através da atuação do poderos exército. Em 27 a.C. Octávio Augusto transforma a República em Império Romano. Os governos romanos passaram a ser absolutos e teocráticos. O culto à figura do imperado passou a ser imposto em todo o gigantesco império. Tal obrigação tornou-se um problema na Palestina, pois os judeus cultuavam fielmente um único Deus, chamado Jeová. Toda a vid palestina girava em torno da religiosidade. A Palestina era uma Teocracia. A economia romana se baseava na exploração do trabalho escravo, na intensa atividade comercial e nos impostos recolhidos em suas províncias. A Palestina tinha grande importância estratégica e comercial na região a qual estava inserida. Porém pouco cooperava com Roma. Era uma província rebelde problemática para a administração romana. Os ef etivos militares romanos na região eram f ortes e de caráter violentíssimo. A elite sacerdotal judaica (Saduceus e Fariseus) estava aliada oportunamente aos interesse imperialistas romanos. Tal aliança tinha por objetivo a manutenção do poder político-religioso e dos bens materiais que gozava o clero judaico. Não lhes interessava as condições em que povo judeu vivia, mas somente a manutenção de seus privilégios. E para Roma interessav somente a dominação da Palestina. Os palestinos pagavam seus impostos para ao clero udaico. Este, os dividia com os representantes de Roma. Em Jerusalém ficava o Templ Sagrado, no qual os sacros muros, segundo a tradição judaica, teriam sido erigidos sobre o escombros do templo original construído pelo rei Salomão para abrigar as tábuas dos Dez Mandamentos. A vida dos judeus se organizava no campo e no meio urbano. O templo era um lugar d comércio, de vida social e de política. Nos tempos de Jesus, Jerusalém possuía cerca de ce mil habitantes. A vida de Cristo é envolta em mistérios e imprecisões. Jesus não deixou documentos escrito do próprio punho. Sua passagem pelo planeta também deixou poucos vestígios arqueológico e documentais. Porém a História de Cristo é uma das histórias mais conhecidas no mundo principalmente no mundo ocidental. Inicialmente não existem fontes documentais oficiais,
respeito da vida de Cristo como o conhecemos. Por causa disso, alguns historiadore ortodoxos afirmavam que Jesus Cristo não é um personagem histórico, não havia existid realmente para a História. O problema está na ausência de fontes históricas. Porém, a partir de 1929, dois jovens historiadores franceses, Marc Bloch e Lucien Febvre protagonizaram o advento da Escola dos Analles, na França. Foi uma revolução na historiografia. Segundo a revolução dos Analles, outras fontes de estudo passaram a se consideradas fontes históricas. Fontes históricas passaram a não se resumir somente a documentos governamentais, mas também a depoimentos orais, escritos, vestígio arqueológicos, passaram a ser considerados fontes de grande importância para a tentativa d interpretação e reconstrução do passado histórico. Da mesma forma a interdisciplinaridad passou a ser defendida pelo movimento dos Analles, como um instrumento de grand importância para a construção do conhecimento histórico. Geografia, Arqueologia, Antropologia, Sociologia, Economia, História, entre outras, poderiam juntas alcançar resultados científicos de grande fecundidade para suas respectivas áreas. Dessa forma, a Bíblia ganhou grande importância como fonte histórica para se conhecer u pouco mais do povo judeu, de Jesus Cristo e dos primórdios do Cristianismo. Ainda mai quando analisada sob os olhares em conjunto da Arqueologia, Antropologia, Sociologia, Economia, História, Geografia, etc. Os Evangelhos Canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João), entre outras fontes, são a principal fonte histórica a respeito da vida e obra de Jesus. Tratamse de quatro livros bíblicos sagrados para os seguidores de Cristo, escritos a partir de narrativas de pessoas que conheceram Jesus ou que ouviram falar d¶Ele ³O Cristianismo é uma religião de historiador. Outros sistemas religiosos fundaram suas crenças e seus ritos sobre uma mitologia praticamente exterior ao tempo humano; como Livro Sagrados, os cristãos têm livros de História, e suas liturgias comemoram, com os episódios da vida terrestre de um Deus, os faustos da Igreja e dos santos. Histórico, o Cristianismo o é d outra maneira, talvez mais profunda: colocado entre a Queda e o Juízo, o destino da humanidade afigura-se a seus olhos, uma longa aventura, da qual cada vida individual, cada´peregrinação´ particular, apresenta, por sua vez, o reflexo; é nessa duração, portant dentro da História, que se desenrola, o eixo central de toda meditação cristã, o grande drama do Pecado e da Redenção´(1) Lucas é considerado o primeiro historiador do cristianismo, autor do evangelho que leva se nome e do livro Atos dos Apóstolos. Porém Lucas, assim como os autores dos Quatr Evangelhos Canônicos, reuniu tudo o que foi escrito a respeito de Jesus. Entrevistou pessoa que testemunharam ou ouviram falar de Jesus. Misturando-se a tudo isso, Lucas teve suas próprias experiências de vida com Cristo e dentro desse processo ordenou o material d acordo com a sua interpretação. Devido a diferenças pessoais e à diversidade metodológica dos autores, surgiram diferenciações entre os quatro referidos Evangelhos. Foram utilizada em tais processos, fontes orais. Os testemunhos recolhidos para a composição dos evangelhos estavam imbuídos da fé cristã, ensinada por Jesus Cristo. As semelhanças entre os Quatr Evangelhos Canônicos são surpreendentes, pois são narrativas a respeito do legado de Crist construídas em lugares e comunidades diferentes. Dessa forma, os quatro livros bíblicos possuem diferenças e semelhanças. Cada evangelista ofereceu a sua versão sobre existência do Jesus histórico e do Jesus Filho de Deus. Para eles e para nós cristãos, as dua visões a respeito de Cristo centram-se na pessoa de Jesus. Na visão da História, na maioria das vezes, interessa somente o Jesus histórico. ³Visto que muitos já tentaram compor uma narração dos fatos que se cumpriram entre nós ± conforme no-los transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e
ministros da Palavra ± a mim também pareceu conveniente, após acurada investigação de tud desde o princípio, escrever-te de modo ordenado, ilustre Teófilo, para que verifiques a solidez dos ensinamentos que recebestes.´ (Lucas1: 1-4). Além dos autores dos Quatro Evangelhos Canônicos, destaco quatro historiadores da Antiguidade que abordaram direta ou indiretamente os primeiros anos do subversivo legado d Cristo. Foram eles: os historiadores romanos Suetônio, Tácito e Plínio, o moço e o historiador udeu Flávio Josefo. O biógrafo imperial Suetônio afirmou que no ano 50 d.C., o imperador Cláudio expulsou d Roma os judeus e também os cristãos (pois eram todos iguais aos olhos dos romanos). O cristãos teriam se rebelado por incitamento de um certo Chrestus, em quem Suetônio procurou ver a figura de Cristo, cujos seguidores, semeavam a discórdia na sinagoga. O ato de Cláudi decorreu por causa das atividades subversivas instigadas por um certo Chrestus. Assim com existiam comunidades judaicas (existia cerca de uma dúzia de sinagogas em Roma, a maioria delas localizada à margem esquerda do Tibre), existia uma comunidade cristã na capita imperial, porém a origem da mesma é um mistério. Tácito por sua vez, evidenciou ³a detestável supertição´ dos chamados cristãos, nome proveniente de Cristo, condenado a morte pelo procurador romano Pôncio Pilatos durante principado de Tibério. Os seguidores do legado de Cristo, passaram a ser chamado pejorativamente de cristãos a partir do ano 45 d.C. ³ ... E foi em Antioquia que os discípulos, pela primeira vez, receberam o nome de cristãos´. (Atos 11: 26. Plínio, então legado da Bitínia, solicitou a Roma instruções sobre que atitudes tomar para com os numerosos adeptos dessa ³má supertição levada ao extremo´, que se dirigiam a Cristo como se ele fosse um deus. O Talmude Babilônico fala de Jesus como um mago, um agitador que zombou das palavra dos sábios, teve cinco discípulos e foi enforcado na Páscoa O caso mais complexo é do historiador judeu Flávio Josefo. Foi integrante do exército romano, sob as ordens de Trajano. Dedicava-se também à História e possuía um vasto conheciment do contexto social, político e principalmente religioso dos judeus. Durante muito tempo, Flávi Josefo foi uma das poucas f ontes historiográficas que abordou diret amente o povo jude durante os dois últimos séculos d e sua existência nacional e o contexto sócio-político em que nasceu o cristianismo. Em sua obra Antiguidades Judaicas (90 d.C.), o historiador jude mencionou Cristo de maneira sóbria: ao analisar o processo e o apedrejamento de ³Thiago irmão de Jesus, o assim chamado Cristo´ e ao abordar superficialmente o caráter messiânico as pregações de Jesus Cristo. ³Nesta época viveu Jesus, um homem excepcional, pois realizava coisas prodigiosas. Mestre de pessoas que se mostravam totalmente dispostas a dar boa acolhida às doutrina qualificadas, conquistou para si muita gente entre os judeus e até mesmo entre os helenos Quando, denunciado pelos nossos chefes religiosos, Pilatos o condenou à cruz, aqueles que a ele se haviam afeiçoado desde o princípio não deixaram de ama-lo, porque lhes aparecera ao terceiro dia novamente vivo, como os divinos profetas o haviam declarado, acrescentand ainda mil outras maravilhas a seu respeito. Mesmo em nossos dias, não se extinguiu a linhagem dos que por causa dele se chamam cristãos.´ (2)(Antiguidades XVIII, 63-64). Porém os registros de Flávio Josefo sobre Jesus Cristo foram muito contestados. Estudioso interpretaram a citação acima como uma suposta fraude fabricada por copistas cristãos.
Afirmaram que os copistas cristãos resolveram alterar o texto de Flávio Josefo visando ênfase na figura de Cristo. Entretanto, recentemente o erudito israelense Shlomo Pines chamou atenção para antigas citações do texto de Flávio Josefo, ligeiramente diferentes d texto habitualmente recebido e que parecem atestar que Josefo realmente falou do caráte messiânico de Jesus. Flávio Josefo chega a afirmar que ³talvez ele (Jesus) fosse o Messias respeito do qual os profetas disseram prodígios´. Dentro do contexto arqueológico, em 1947 aconteceu a descoberta acidental dos Manuscrito do Mar Morto às margens do Mar Morto, nas colinas de Qumran, em Israel. A partir de ta descoberta, Flávio Josefo deixou de ser a única fonte histórica oficial de estudos a respeito dos últimos séculos dos judeus enquanto nação, antes da diáspora provocada pelos romanos (7 d.C.). O grande interesse mundial pelos Manuscritos do Mar Morto, reside na possível conexã entre Jesus Cristo e os essênios. É importante enfatizar a semelhança ou alguma possível relação entre alguns ensinamentos d Cristo e o modo de vida dos essênios. Existem autores que afirmam a possibilidade de Jesu Cristo ter vivido entre os essênios durante um misterioso período de sua vida que vai dos doz anos de idade aos trinta. A partir dos trinta anos de idade, Cristo começou sua missão n Palestina através de pregações para o povo, de prodigiosos milagres e de firme posicionamentos espirituais e materiais. Alguns estudiosos afirmam que João Batista teria também pertencido à seita dos essênios. Os essênios possuíam uma firme postura crítica par com os judeus da época e pode-se dizer que prepararam inconscientemente o caminho para Cristianismo. Boa parte dos Manuscritos do Mar Morto não escapou à destruição do tempo. governo israelense proibiu o acesso a um quarto dos mil rolos preservados (o prazo dado par a liberação dos pergaminhos já expirou há muito tempo, que seria em 1970. As autoridade israelenses prorrogaram-no para 1997, mas em caráter aleatório). O conteúdo dessa part interditada dos Manuscritos do Mar Morto é segredo de Estado. Por algum motivo, não convém ao governo israelense liberar o restante dos rolos. Assim sendo, a descoberta arqueológica dos Manuscritos do Mar Morto, de Qumran tornou-se tão importante para os judeus como também para os cristãos. É considerado a maior descoberta arqueológica do século XX As primeiras pessoas que resolveram seguir as palavras de Cristo, em sua maioria, foram pobres, escravos, indivíduos excluídos que viviam muito mal às margens do Mar Mediterrâneo. Esses, primeiros seguidores de Cristo, foram extremamente perseguidos, torturados e mortos. Para as elites do Mundo Antigo, onde o poder político estava intimamente ligado a manipulação religiosa, era impossível aceitar uma mensagem de libertação e de redenção tanto para campo material e como para o campo espiritual. O legado de Cristo abalou as estruturas d Mundo Antigo baseado na manipulação religiosa e no escravismo. Na medida em q ue os cristãos foram perseguidos, o Cristianismo cresceu assustadoramente. Esses primeiro cristãos marcaram a História do período final da Idade Antiga. Nenhuma religião deixo tamanho legado para a humanidade. Jesus Cristo transcendeu a religião judaica e transformou o mundo para sempre. Não existem registros governamentais do nascimento de Cristo, de seu julgamento, de su morte. Cristo não assinou seu nome em nada. Não houve registros, de sua existência nas ata oficiais do Estado Romano. No entanto, existem relevantes fontes históricas que relataram registraram os fatos importantes protagonizados por Cristo e o contexto social, político religioso aos quais Jesus estava inserido. Através dos depoimentos de testemunhas qu andaram com Jesus, de vestígios arqueológicos, do relato de alguns historiadores da époc tornou-se possível para a História encarar Jesus Cristo e a sua herança para a humanidade como um dos capítulos mais fascinantes da História da humanidade. Eu diria um período único da História humana, em que seria impossível para uma mente humana criar ou inventar
legado de Jesus Cristo. Um legado que transcende a psique humana e torna-se inexplicável, para os psicólogos entender como um ser humano comum seria capaz de protagonizar seus feitos e mensagem. Algo nunca visto na História da humanidade, terminando por revolucionar a trajetória do gênero humano. ³Se a importância histórica for medida pelo impacto no maior número de pessoas, pode-se afirmar com certeza que nenhum evento isolado, nos tempos antigos, e talvez em toda História humana, foi tão importante como o nascimento do homem que passou para a História com o nome de Jesus... Desde então toda a História da humanidade comprova a sua importância, simplesmente porque aqueles que mais tarde se intitularam cristãos, seguidore de Jesus, mudariam a História de t odo o globo.´(3)
A origem do dinheiro ainda é incerta, pois desde o tempo antes de Cristo já existia, a indícios de que rei Dario da Pérsia mandou cunhar metal para o comércio e por isso a moeda que conhecemos hoje teve uma grande evolução. No começo ainda não tinha a moeda e então se fazia o escambo que era quando você trocava alguma coisa sua por uma outra coisa que estivesse interessado, isso não tinha nenhuma equivalência de valor. Por exemplo, se alguém pegasse mais peixe do que fosse precisar poderia trocar com alguém que às vezes tenha plantado milho além daquilo que fosse usar, esse tipo de comercio foi dominante no inicio da população e ainda hoje se vê povos que praticam isso principalmente nos países que tem uma economia mais primitiva. Escambo e moeda-mercadoria
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução. No início não havia moeda. Praticava-se o ESCAMBO, simples troca de mercadoria por mercadoria. Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas e, aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as MOEDAS-MERCADORIAS. O gado e o sal deixaram marca de su a função como instrumento de troca em nosso vocabulário. Até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado), derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita (cabeça). A palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empreg ado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o p agamento de serviços prestados. Com o passar d o tempo, as mercadorias tornaram-se inconvenientes às transações comerciais, em virtude da oscilação de seu valor, assim como pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas. Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas, anteriormente feitos de p edra. Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal impôs-se como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. A princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, braceletes, etc.
Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Sua produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado. Essa produção, naturalmente, não estava ao pleno alcance de todos. A valorização, cada vez maior, dos utensílios, levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, a circularem como dinheiro, como as mo edas faca e chave, encontradas no Oriente, e do talento, moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, encontradas na Grécia e em Chipre. Moedas
antigas
Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características das atuais: são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor. São cunhadas na Grécia moedas de prata e, na Lídia, são utilizados pequenos lingotes ovais de uma liga de ouro e prata chamada eletro. As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua época. Nelas podem ser observados aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais. Pelas impressões encontradas nas moedas, conhecemos, hoje, a efígie de personalidades de h á muitos séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a ter sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre, o Grande, da Macedônia, por volta do ano 330 a.C. A princípio, as peças eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e tinham seus bordos irregulares. Não eram, como hoje, p eças absolutamente iguais umas às outras. Ouro, prata e cobre
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego desses m etais se impôs, não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de Astronomia, ensinavam ao povo a existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, assim como entre a prata e a Lua, fazendo surgir a crença no poder mágico desses metais e no dos objetos com eles confeccionados. A cunhagem de moedas em ouro e prata manteve-se durante muitos séculos. As peças eram garantidas por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda contendo vinte gramas de ouro era trocada por mercadorias nesse mesmo valor. Durante muitos séculos, os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor e reservaram a prata e o cobre para os valores menores. Esses sistemas mantiveram-se até o final do século XIX, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser muito empregados. A moeda passou a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, independentemente do metal nela contido. Com o advento do papel-moeda, a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessários para troco. Com essa nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda. Surgem, em grande diversidade, as ligas modernas, produzidas para suportar a alta rotatividade do numerário de troco. Padrão-ouro
O padrão-ouro surgiu desde o tempo do do mínio do mercado mundial pelos genoveses, por volta de 1140. O padrão-ouro foi estabelecido como tipo básico de moeda e a forma para adquirir -se mercadorias (Ouro: sua história, seus encantos, seu valores. Rio de Janeiro: Salamandra, 1997).
O ouro na forma de moeda chegou à Europa no século XI, por intermédio da invasão dos muçulmanos na Espanha. No século XIII, Florença, Gênova e Veneza passaram a cunhar moedas de ouro. No século XIV, a Inglaterra e a França também cunharam o ouro e o uso desse metal na forma de moeda generalizou-se no mundo ocidental. O Brasil ingressou no sistema padrão-ouro com a sua adesão ao FMI em 14 jul. 1948. A participação brasileira correspondeu a quotas no total de US$ 1 50 milhões. Em pagamento de p arte dessa participação, o Brasil remeteu 33 toneladas de ouro ao FMI. Na vigência do regime da paridade do cruzeiro com o ouro (cruzeiro-ouro), o cruzeiro correspondia a 0,0480363 gramas de ouro fino, observa Francisco Adalberto Nóbrega, subprocurador-geral da República, autor de Da moeda ao ativo financeiro: uma leitura jurídica do ouro (Brasília: Brasília Jurídica, 2004). O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma entidade não governamental, criada em 1945, com os objetivos de: promover cooperação monetária internacional; facilitar a expansão e o crescimento balanceado do comércio internacional; promover estabilidade cambial; ajudar na obtenção de recursos multilaterais; prover seus membros de recursos durante períodos de dificuldades; diminuir o desequilíbrio na balança de pagamento dos países-membros. Em 1971, os EUA desvincularam o dólar do ouro e dólar passou a ter a confiança como único lastro. Moeda
de papel
Na Idade Média, surgiu o costume de guardarem-se os valores com um ourives, negociante de objetos de ouro e prata. O ourives, como garantia, entregava um recibo e, com o tempo, os recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos. A circulação de mão em mão dos recibos deu origem à moeda de papel. No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como fazemos hoje com os cheques. Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas. Eles controlam as falsificações e garantem o poder de pagamento. Atualmente quase todos os países possuem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e mo edas. A moeda de papel evoluiu em relação à técnica utilizada na sua impressão. Hoje a confecção de cédulas utiliza papel especialmente preparado e diversos processos de impressão capazes de dar ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade. Sistema monetário
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o seu SISTEMA MONETÁRIO. Esse sistema, regulado por meio de legislação própria, é organizado a partir de um valor utilizado como base, a unidade monetária. Atualmente, quase todos os países utilizam o sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda divisionária da unidade representa um centésimo de s eu valor. Normalmente os valores mais altos são expressos em cédulas e os valores menores em moedas. Atualmente a tendência mundial é no sentido de se suprirem as despesas diárias com moedas. As ligas metálicas modernas proporcionam às moedas durabilidade muito superior à das cédulas e tornam-se mais apropriadas à intensa rotatividade do dinheiro de troco. Os países, por intermédio de seus bancos centrais, controlam e garantem as emissões de dinheiro. O conjunto de moedas e cédulas em circulação, chamado MEIO CIRCULANTE, é constantemente renovado pelo processo de saneamento, consistente na substituição das cédulas gastas e rasgad as.
O dinheiro no Brasil
1) Colônia: 1500 - 1815 O primeiro dinheiro do Brasil foi a moeda-mercadoria. Du rante muito tempo, o comércio foi feito por meio da troca de mercadorias, mesmo após a introdução da moeda de metal. As primeiras moedas metálicas (de ouro, prata e cobre) chegaram com o início da colonização portuguesa. A unidade monetária de P ortugal, o REAL, foi usada no Brasil durante todo o período colonial. Assim, tudo se contava em réis (plural popular de real) com moedas fabricadas em Portugal e no Brasil. O REAL (R) vigorou até 07 out. 1833. O período colonial brasileiro pode ser dividido em duas fases: 1) de 1500 até o século XVII, quando predominavam as atividades extrativas do pau-brasil e a plantação de cana-de-açúcar; 2) até o século XIX, quando durou o ciclo do ouro e o Brasil chegou a ser o maior produtor do metal, respondendo por 59% da produção mundial. O padrão legal para a emissão de moedas no Brasil foi regulado por lei de 04 ago. 1688, modificada por lei de 04 abr. 1722. A moeda de ouro (uma oitava de ouro) valia 1.600 réis e a moeda de prata (uma oitava de prata), 100 réis. O Brasil produziu moedas em ouro, no valor de 20.000 réis e 10.000 réis, até 1922, observa Francisco Adalberto Nóbrega, subprocurador-geral da República, autor de Da moeda ao ativo financeiro: uma leitura jurídica do ouro (Brasília: Brasília Jurídica, 2004). Nas duas últimas décadas do século XVII, a situação de falta de moeda no Brasil agravou-se e comprometia o funcionamento da economia. Provocou drástica redução nas rendas da Coroa. Inúmeras representações, pedindo solução para o problema, foram encaminhadas ao rei pelos governadores gerais e das capitanias, representantes das câmaras e membros da igreja e da nobreza. Em 1694, finalmente, d. Pedro II (1667-1706) resolveu criar uma casa da moeda na Bahia, para a cunhagem de moeda provincial para o Brasil. O Brasil começou a produzir os réis em 1695: eram moedas cunhadas em ouro (dobrões) e em prata (patacas). Todas as moedas de ouro e prata em circulação na Colônia deveriam ser obrigatoriamente enviadas à Casa da Moeda para serem transformadas em moedas provinciais. Essa medida acarretou problemas às demais capitanias, em função das dificuldades e riscos do transporte. Assim, para atender às necessidades da população, a Casa da Moeda foi transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e no ano seguinte para Pernambuco, onde funcionou até 1702. Em 1703, por ordem de d. Pedro II, foi instalada novamente no Rio de Janeiro, não mais com a finalidade de cunhar moedas provinciais, mas para transformar o ouro em moedas para o Reino. Foram cunhadas moedas de ouro, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 réis, e de prata, nos valores de 640, 320, 160, 80, 40 e 20 réis. O conjunto de moedas de prata é conhecido como série das patacas, em função da denominação "pataca", atribuída ao valor de 320 réis. Na primeira metade do século XVIII, a elevada produção de ouro possibilitou o funcionamento simultâneo de três casas da moeda e a cunhagem de grande quantidade de peças, cujos valores e beleza testemunham a opulência caracterizadora do período do reinado de d. João V (1706-1750). Inicialmente foram cunhadas, nas casas da moeda do Rio de Janeiro (1703) e da Bahia (1714), moedas idênticas às do Reino: moeda, meia moeda e quartinho, com valores faciais de 4.000, 2.000 e 1.000 réis. Embora com as mesmas denominações das moedas provinciais, essas peças possuíam maior peso e seu valor de circulação era 20% su perior ao valor facial. O estabelecimento de uma casa da moeda em Minas Gerais foi determinado em 1720, quando da proibição da circulação do ouro em pó dentro da capitania. Além de moedas iguais às cunhadas no Reino,
no Rio de Janeiro e na Bahia, a nova casa da moeda deveria fabricar peças com valores nominais de 20.000 e 10.000 réis. Elas circularam com os valores efetivos de 24.000 e 12.000 réis. Instalada em Vila Rica, a casa da moeda de Minas funcionou no período de 1724 a 1734. Até o ano de 1810, a nossa moeda era, de fato, o ouro, e a prata fazia então o ofício de troca, afirmou Roberto C. Simonsen, autor de História Econômica do Brasil. 2) Reino Unido: 1815 1822 A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815, representou um reconhecimento à condição de sede do governo e centro de decisões políticas, dada a presença da Corte no Rio de Janeiro. Nesse período, os gastos extraordinários com a administração, a insuficiência da ar recadação de impostos, as guerras externas e as revoluções internas, os gastos da Corte e outros fatores causaram déficit no Tesouro. Passou-se a emitir dinheiro sem lastro metálico, desvalorizando-o e provocando inflação.