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MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS
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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ARTIGO OBS: Entrega do artigo / versão final – O trabalho final deverá ser entregue na coordenação da pós-graduação em CD, contendo os seguintes dados de identificação: nome do aluno, nome do curso, tema da monografia (ou artigo) e o ano de entrega.
1. APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO 1.1 FORMATO O ARTIGO deve ser digitado em papel branco, formato A4 (210x297mm). O ARTIGO COMPLETO a ser entregue não possui capa, apenas folha de rosto, e deve possuir no mínimo 15 ou no máximo 25 páginas. Para margens, deixam-se 3cm na margem superior e esquerda e 2 cm na margem inferior e direita. Os parágrafos podem ser iniciados rente à margem esquerda, sem recuo, em todo o texto, sendo separados entre si por um espaçamento de 1,5 linhas automático. Na digitação do texto, usa-se, preferencialmente, a fonte Arial 12. Variações tipográficas são permitidas para: a. Titulações das seções, fonte maior que a do texto, por exemplo, Arial 14; b. Citações diretas com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das tabelas e ilustrações, fonte menor que a do texto, por exemplo, Arial 10. Recomenda-se que os títulos das seções sejam separados por duas entrelinhas. Já o título da seção seguinte deve ser separado do texto da seção anterior por três entrelinhas. O TÍTULO DO ARTIGO deve estar na primeira linha da primeira página, centralizado, Arial, tamanho 16, negritado, com todas as letras maiúsculas e centralizado.
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1.2 PAGINAÇÃO A numeração das folhas deve ocupar a margem superior, no ângulo direito. A contagem das folhas começa a partir da folha de rosto, mas a numeração aparece na SEGUNDA FOLHA do texto. A numeração das folhas do texto e das folhas pré-textuais é feita em algarismos arábicos, localizados do lado direito da extremidade superior da folha.
1.3 NUMERAÇÃO PROGRESSIVA As partes do texto (introdução, desenvolvimento e considerações finais) devem ser numeradas progressivamente de acordo com o exemplo abaixo: Ex.:
1. INTRODUÇÃO – (ARIAL, 14 – CAIXA ALTA – NEGRITADO, NUMERADA) 1.1 PROBLEMA – (Arial, 14 – CAIXA ALTA – sem negrito, numerada) 1.1.1 Consulado – (Arial, 14 – maiúscula/minúscula – negritado, numerada) 1.1.1.1 Consulado – (Arial, 14 – maiúscula/minúscula – sem negrito, numerada) 1.1.1.1.1 Consulado – (Arial, 14 – maiúscula/minúscula – sem negrito, numerada). Não coloque ponto final nos títulos. O título da primeira seção deve ser posicionado, se possível, na primeira página após o resumo.
2 REGRAIS GERAIS DE APRESENTAÇÃO O nome e o e-mail do autor do artigo deve vir duas linhas abaixo do título alinhado à direita, com letra Arial, tamanho 9, em negrito. Na linha abaixo, deve constar à identificação do orientador e titulação, se este existir. O corpo do texto deve iniciar imediatamente abaixo do título das seções. O corpo do texto utiliza (arial, 12, com parágrafos justificados, com espaçamento entre linhas 1 ½). Podem ser utilizadas NOTAS DE RODAPÉ para exclarecer fatos subjetivos,
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desconhecidos ou que ficaram pouco claros ou mesmo para complementação de dados e referências da página. Entretanto, observa-se que os livros referenciados no artigo devem constar, mesmo assim, da parte final do artigo em REFERÊNCIAS, o que torna repetitivo e exagerado seu uso também em notas de rodapé (consulte seu orientador quanto a esse fato).
3 USO DE CITAÇÕES 3.1 DEFINIÇÃO E TIPOS DE CITAÇÃO As citações podem ser: a. Citação direta – quando é feita a transcrição literal de palavras ou trechos de autores. Ou seja, citação direta é a reprodução exatamente igual a do livro, documento, internet ou qualquer outro meio de pesquisa, e que você aproveitou em seu trabalho, e deve ser identificada: autor, ano, página. b. Citação indireta (paráfrase) – citação livre do texto, quando ocorre a reprodução de ideias, sem haver transcirção das próprias palavras do autor consultado. Não deve vir entre aspas (pois seria confundida com uma citação direta), mas, acompanhada do nome do autor parafraseado, ano de sua obra; c. Citação de citação – transcrição direta ou indireta de um texto a partir de outra fonte, isto é, não se teve acesso ao original.
3.2 USO DE CITAÇÕES 3.2.1 Citação Direta A citação direta de até três linhas deve vir no texto, entre aspas duplas. Caso o trecho transcrito já contenha expressões ou palavras entre aspas, essas serão transformadas em aspas simples. Quando o trecho citado não for início do parágrafo, deverá ser antecedido de reticências entre colchetes [...].
5 Ex.: Os especialistas na área discutem que “[...] conceitos fundamentais para o uso de sinalização indicam que a sinalização ‘feita em casa’ mostra apenas boa-vontade” (FIGUEIREDO, 1991, p. 108). A citação direta com mais de três linhas deve aparecer em parágrafo isolado, iniciado a 4 cm a partir da margem esquerda com a letra menor do que a do texto original (Arial 10), com entrelinhas com espaçamento simples e sem aspas. Ex.: No mundo moderno, [...] a tecnologia está tão avançada que podemos dispor de um computador para resolver nossos problemas ‘caseiros’. Podemos também nos comunicar na hora que desejamos, via telefone, com o outro lado do mundo. E, essas conquistas da ciência, da pesquisa e da capacidade intelectual do ser humano faz com que vivamos melhor (CORTEZ, 1985, p. 40).
Para enfatizar ou destacar uma palavra ou um pequeno trecho (se desejar), usase grifo, negrito, itálico, etc. Indica-se essa alteração com a expressão “grifo nosso”, após a indicação de autoria. Ex: Conforme Camargos Jr. e Schwrtz (2002, p. 156, grifo nosso): O autismo pode estar ligado a distúrbios em alguma parte do cérebro e que isto pode ser causado por problemas no momento da gestação ou na hora do parto e como não se conhecem as causas, então, as gestantes são instruídas a não consumirem remédios sem orientação médica, bebidas alcoólicas, fumo e produtos químicos.
Caso já exista destaque no texto consultado, usa-se a expressão “grifo do autor” após a indicação de autoria. Ex.: “[...] o item em segundo lugar se refere a aperfeiçoar a eficiência da bibilioteca para os usuários e em terceiro lugar [...]” (FIGUEIREDO, 1998, p. 9, grifo do autor).
3.2.1 Citação Indireta A citação livre do texto de um autor (paráfrase), permanecendo-se fiel às suas ideias, é preferível a longa citação direta. A indicação da (s) página (s) consultada (s) é dispensável. Ex.: A partir da década de 1970, as pesquisas passaram a relacionar o autismo com: anormalidade em determinados pontos do cérebro, alterações na
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quantidade de determinadas substâncias no cérebro e causas imunológicas, ligadas a anticorpos maternos (BAPTISTA; BOSA, 2002).
3.2.2 Citação de citação Quando se faz uma citação a partir de uma outra fonte à qual não se teve acesso, cita-se o autor original seguido da expressão “apud” e da indicação do autor, data e página da obra diretamente consultada. Faz-se a indicação completa da obra consultada na seção “Referências”. Ex.: Segundo Cavalcante (apud CORREA, 1999, p. 39), “[...]. As limitações são situações que diferenciam um do outro [...]”. 3.2.3 Outras situações aplicáveis na estrutura de citações a. Citação obtida por meio de canais informais Nos dados obtidos por informações decorrentes de canais informais originários de palestras, debates, conferências, entrevistas ou ainda de correspondência, anotações de aulas, deve-se indicar o fato pela expressão “informação verbal” entre parênteses. Os dados de autoria dessas informações devem ser mencionadas somente em nota de rodapé. Ex.: Tricart constatou que, na Bacia do Resende, no Vale da Paraíba, há indícios de cones de dejeção (informação verbal). 3.3 OMISSÃO DE PALAVRAS Quando você omite alguma palavra, trecho, se no início, no meio, ou no término de um parágrafo, deve proceder colocando reticências entre colchetes. Ex.: “[...] grandes pioneiros da ciência moderna sofreram perseguição do Tribunal da Inquisição” (COTRIN, 2000, p. 139). Ex.: “Foi por este motivo que grandes pioneiros da ciência moderna sofreram perseguição [...]” (COTRIN, 2000, p.139).
7 Ex.: “Foi por este motivo que grandes pioneiros [...] sofreram a perseguição do Tribunal da Inquisição” (COTRIN, 2000, p.139). 3.4 COMENTÁRIOS OU ACRÉSCIMOS O que você desejar acrescentar ou comentar a respeito de um trecho, deve desenvolver esta técnica, utilizando seu aditamento entre colchetes. Ex.: “As pessoas portadoras de deficiências conseguem resultados inesperados [motivação e persistência asseguram a força do poder], se acreditadas quanto a seus resultados” (ROSADAS, 1999, p. 39). 3.5 USOS DE EXPRESSÕES LATINAS Para evitar repetições de fontes citadas anteriormente, é possível o uso de expressões latinas. Essas expressões devem ser usadas apenas quando se referem às notas de uma mesma flha ou de páginas que se confrontam, como no caso de publicações de caráter comercial. Devido às dificuldades que acarretam à leitura, é bom evitar seu emprego. Tipos de expressões latinas:
Ibidem ou ibid. = expressão usada quando são várias citações de uma mesma
obra forem feitas, variando apenas a paginação e sendo citadas uma imediatamente após a outra. Ex.: “A Orientação Educacional no nosso país, percorreu um longo caminho comprometido com a educação e com as ‘políticas’ vigentes” (GRINSPUN, 1998, p. 11). Ex.: “Partimos de uma Orientação voltada para a individualização e chegamos a uma orientação coletiva e participativa” (Ibid., p. 13).
Idem ou id. = expressão usada em substituição ao nome do autor, quando se
tratar de citações de diferentes obras do mesmo autor.
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Ex.: “Como a organização é um sistema cooperativo racional, torna-se
necessário
conhecer
os
motivos
que
levam
os
indivíduos
a
cooperar”
(CHIAVENATO, 1998, p. 117). Ex.: “Nos dias de hoje o capitalismo individual é diferente. Nas empresas em que exigem investimentos intensivos em conhecimento não fica claro quem é o dono da empresa, das suas ferramentas e dos seus produtos” (Id., 1999, p. 37).
Org. = quer dizer ‘organização de’. Deve ser utilizado apenas na seção
“Referências”. Ex.: ROMÃO, José Eustáquio; PADILHA, Paulo Roberto. Diretores escolares e gestão democrática da escola. In: GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E. (Org.). Autonomia da escola: princípios e propostas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2002, p. 91102.
s.d. = é empregado quando se desconhece a data da publicação. A expressão
deve ser usada entre parênteses. Ex.: Dito de outro modo, no período industrial, a Contabilidade Tradicional não se preocupava com a força intelectual atuante sobre a riqueza, mas, sim, com o patrimônio da empresa. Por isso, a Contabilidade Tradicional não estava mais conseguindo corresponder com tanto afinco as mudanças decorrentes da revolução gerencial que estava surgindo (MEDEIROS; OLIVEIRA, s.d.).
Apud = citado por. Expressão usada quando se transcrevem palavras textuais ou
conceitos de um autor que sendo citados por um segundo autor, ou seja, da fonte que se está consultando diretamente. Ex.: “Todo conhecimento (ciência da natureza ou da cultura) é sempre absoluto/relativo [...]” (LEFEBVRE, 1983, apud CARVALHO, 1988, p. 64). Ex.: Segundo Lefebvre (1983, apud CARVALHO, 1988, p. 64): “Todo conhecimento (ciência da natureza ou da cultura) é sempre absoluto/relativo [...]”.
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3.5 REFERÊNCIAS NO FINAL DO ARTIGO Atualmente, utiliza-se no lugar de Referências Bibliográficas o uso simples do título REFERÊNCIAS (torna-se mais abrangente, permitindo uso de fontes documentais e outras, no mesmo endereço). Elas representam um dos itens mais importantes do trabalho. É onde se apresenta as provas de que realmente se preparou para a elaboração do trabalho. As leituras deitas tanto em jornais, revistas, livros ou outras publicações, são fundamentais para a apresentação de um trabalho científico. As Referências são divididas em elementos essenciais e complementares: a. Elementos essenciais: autor, título, subtítulo, edição, local, editora e data. b. Elementos complementares: tradutor, paginação, ilustração, séries, etc. Devem ser localizadas no final do artigo. As páginas são contadas e numeradas. Também ser colocadas em ordem alfabética. O título REFERÊNCIAS também deve ser enumerado. No geral, o alinhamento das referências deve ser feito na margem esquerda, com espaçamento entre linhas de 1,5. Exemplos de Referências mais comuns do dia-a-dia: 3.5.1 Referência de Livro com um autor SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do livro: subtítulo (se houver). Edição. Local: Editora, ano. Ex.: ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1989. Ex.: DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Ecologia da Informação: Por que só a Tecnologia não Basta para o Sucesso na Era da Informação. São Paulo: Futura, 1998. 3.5.2 Referência de Livro com mais de um autor (até três autores) SOBRENOME DO AUTOR, Prenome; SOBRENOME DO AUTOR, Prenome; SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do livro: subtítulo (se houver). Edição.
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Local: Editora, ano. Ex.: SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 3.5.3 Referência de Livro com mais três autores SOBRENOME DO AUTOR, Prenome et al. Título do livro: subtítulo (se houver). Edição, volume. Local: Editora, ano. Ex.: JAGUARIBE, H. et al. Brasil, sociedade democrática. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1985. 3.5.4 Referência de Livros do mesmo autor Ex.: LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ática, 1998. Ex.: ______. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ática, 1998. 3.5.5 Referência de Livros do mesmo autor e mesmo ano de publicação Ex.: LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ática, 1998a. Ex.: ______. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ática, 1998b. 3.5.6 Publicações consideradas como parte de uma obra SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do livro: subtítulo (se houver) da parte citada. In: SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do livro: subtítulo (se houver) da obra no todo. Local: Editora, ano. a. Quando ao autor da parte e da obra for o mesmo: Ex.: JOBIM, José Luís. História da literatura. In: _______. Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992. b. Quando o autor da parte e da obra forem diferentes: Ex.: MACEDO, Paulo Reis. Literatura em foco. In: JOBIM, José Luís. Palavras
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da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992. 3.5.7 Referência de Teses, Dissertações e Trabalhos Acadêmicos Originais SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do trabalho: subtítulo (se houver). Ano de defesa. Tipo de Trabalho (tese, dissertação, monografia ou trabalho acadêmico) (grau e área de concentração) – Unidade de ensino, Insituição onde o trabalho foi apresentado, local, ano de defesa. Ex.: STRUMIELLO, Luis Daniel Pittini. Proposta para o Planejamento e Controle da Produção e Custos para Pequenas Empresas do Vestuário. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999. 3.5.8 Referência de Artigos em Jornais SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenome. Título do artigo: subtítulo (se houver). Título do jornal: local de publicação, página inicial e final do artigo, data. Ex.: COELHO, Paulo. Uma lenda árabe da criação. O Globo, Rio de Janeiro, p. 25, 23 abr., 2000. 3.5.9 Referência de Artigos em Revistas Técnicas SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenome. Título do artigo: subtítulo (se houver). Título do periódico, local de publicação, número do ano e/ou volume, número do fascículo, página inicial e final do artigo, data. Ex.: MORAES, Reginaldo C. C. De. Globalização e políticas públicas: vida, paixão e morte do estado nacional? Revista da Ciência da Educação, Campinas, n. 87, v. 25, p. 46-53, mai/ago. 2004. 3.5.10 Referência em Multimeios TÍTULO DO FILME. Indicação de responsabilidade. Local: Produtora, ano. Tipo de suporte (fita de vídeo ou DVD).
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Ex.: CENTRAL DO BRASIL. Direção: Walter Salles Junior. Produção: Martire de Clemont-Tonnere e Arthur Cohn. [S.I.]: Lê Stiudio Canal, 1998. 1 DVD. Ex.: BLADE RUNNER. Direção: Ridley Scott. Produção: Michael Deeley. Los Angeles: Warner Brothers, c1991. 1 DVD. 3.5.11 Referência legislativas (Leis, Decretos, Medidas Provisórias e Portarias) LOCAL DE JURISDIÇÃO. Tipo, número e data do ato legislativo, Referência da publicação consultada. Ex.: BRASIL. Decreto-Lei nº 2.331, de 6 de março de 1987. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 7 mar. 1987. Ex.: BRASIL. Decreto-Lei nº 477, de 26 de fevereiro de 1969. Define infrações disciplinares praticadas por professôres, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de ensino público ou particulares, e dá outras providências. In: CARVALHO, Guido Ivan de. Ensino superior. Legislação e jurisprudência. 3. ed. Brasília: Gráfica Alvorada Ltda, 1971.
Ex.: BRASIL. Portaria nº 328, de 13 de maio de 1946. Expede instruções modificando e ampliando as expedidas pela Portaria nº 272, de 13 de abril do corrente ano. In: Reitoria da Universidade de São Paulo. Legislação federal do ensino superior – 1825-1952. São Paulo, 1953.
Ex.: BRASIL. Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001. Disponível em:
. Acesso em 16 nov. 2005. Ex.: BRASIL. Medida provisória nº 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 14 dez. 1997. Ex.: BRASIL. Parecer nº 632/1969. O conteúdo específico da Faculdade de Educação. In: CARVALHO, Guido Ivan de. Ensino superior. Legislação e jurisprudência. 3. ed. Brasília: Gráfica Alvorada Ltda, 1971.
13 Ex.: BRASIL. Resolução nº 8/71 – CFE – Fixa o núcleo comum para os currículos do ensino de 1º e 2º graus, definindo-lhes os objetivos e a amplitude. In: SCHUCH, Vitor Francisco (org). Legislação mínima da educação no Brasil. 8. ed. Porto Alegre: Sagra,1988.
3.5.12 Referência de Documentos On-line SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenome. Título do artigo: subtítulo (se houver). Data do artigo. . data do acesso. Ex.: RIBEIRO, Valéria Llacer Bastos. Breve análise da cognição da pessoa com autismo e porque o computador tem um papel preponderante na educação com autismo. 2009. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2009. (Obs.: O endereço deve ser digitado todo junto, sem espaços). Obs.: No sentido de esclarecer tantas outras dúvidas que deverão surgir no desenvolvimento deste seu artigo, recomendamos consultar um manual completo e atualizado sobre as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e/ou de seu orientador, pois este também é responsável por sua produção científica. APÊNDICE Na próxima página pode-se observar, como exemplo, uma ilustração de folha rosto de um artigo.
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A FOLHA DE ROSTO DEVE CONTER: Título do Artigo, Resumo e Introdução.
SOBRE O TÍTULO DO ARTIGO: Três centímetros abaixo do título (ou dois toques de 1 ½ ) deve constar o nome do autor do artigo com seu e-mail; nome do orientador e titulação principal do orientador (Arial, 9, sem negrito, maiúsculas e minúsculas). SOBRE O RESUMO: Duas linhas abaixo da titulação do orientador deve constar o resumo, negritado e centralizado, sendo escrito na própria língua do trabalho, com no máximo 150 palavras, escrito em Arial, tamanho 12, com espaçamento simples, com um único parágrafo). Ainda no Resumo devem-se ser destacados os aspectos mais importantes do artigo (o objeto de estudo, seu objetivo geral, justificativa, metodologia e conclusão final). Deve ocupar apenas um parágrafo, dando preferência ao uso da terceira pessoa do singular e o padrão da entrelinha deve ser de 1 ½. Imediatamente abaixo do resumo, devem ser informadas as palavras-chave. Sugerem-se três e no máximo quatro palavras-chave, separadas por ponto-e-vírgula, com a primeira letra de cada palavra em maiúsculo e o restante em minúsculo. SOBRE A INTRODUÇÃO: Após as palavras-chave deve constar a introdução (Arial, fonte 14, CAIXA ALTA, negritado, numerada). Trata-se da apresentação do texto e de como este foi desenvolvido, objetivo desejado, métodos e procedimentos seguidos. O autor deve apresentar um histórico do assunto abordado, e da literatura básica utilizada
no texto. O autor deve demostrar nesta parte a relevância do
material construído. NAS OUTRAS LAUDAS DO ARTIGO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Já o desenvolvimento do trabalho consiste na parte em que se deve explicar claramente o desenvolvimento do estudo artigo e nela conter a forma como você pensou este trabalho (método), com discussões lógicas e claras. Os problemas devem ser apresentados, discutidos, e demonstrados linarmente com redação clara e concisa e, se necessário, com
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apresentação de quadros ou tabelas onde seus resultados encontrados na coleta de dados em pesquisa de laboratório e ou de campo se tornam mais visíveis. Em tempo: nas próximas páginas encontra-se o exemplo de um artigo científico.
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ATIVOS INTANGÍVEIS E GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS EMPRESAS Antônia Maria Souza – [email protected] (Autora do Artigo) Prof. Esp. Pedro Almeida Oliveira (Orientador)
RESUMO O presente artigo visa demonstrar a importância da gestão dos ativos de conhecimento dos colaboradores de uma organização. Metodologicamente, realizouse um estudo bibliográfico, onde foram examinadas as literaturas pertinentes à temática em foco. Concluiu-se que, em decorrência da Era do Conhecimento, os ativos intangíveis passaram a ser considerados como importantes diferenciais na vantagem competitiva frente ao mercado financeiro atual. Sendo assim, eles precisam ser conhecidos, medidos e convertidos rapidamente em valor real para as empresas. Palavras-chave: Conhecimento; Gestão dos Ativos Intangíveis; Capital Intelectual; Mensuração.
1. INTRODUÇÃO Vivenciam-se muitas mudanças sociais, tecnológicas, econômicas e políticas a uma velocidade espetacular. Seus efeitos começaram a ser notados recentemente e sua identificação se faz por diversos nomes, muitas deles associados aos diversos tipos de atividades humanas que ela modifica. A Era do Conhecimento ou da Informação é o principal traço característico dos efeitos causados por estas mudanças, dentro de uma visão sistêmica, onde o conhecimento passou a ter uma importância fundamental em todas as atividades dessa nova era. Com isso, a terra, a mão de obra e os bens de capitais deixaram de ser meios de geração de riquezas, e que a mensuração e gestão coerente dos chamados ativos intangíveis ou ativos dos conhecimentos dos seus colaboradores se constituem o principal ativo na composição do patrimônio de uma companhia.
Isto quer dizer que, o conhecimento e a inovação, passaram a ser enxergada pelos líderes mais globalizados como fator preponderante no sucesso competitivo das
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organizações. Isso porque as empresas estão realmente interessadas nos talentos e qualificações proveniente do chamado Capital Intelectual, identificado nos Ativos Intangíveis, os quais contribuem para a desmistificação da valoração apenas do Capital Financeiro dentro da organização.
Neste sentido, o presente artigo procurou demonstrar a importância do reconhecimento da mensuração e gerenciamento (ou gestão) dos ativos intangíveis, dentro do processo corporativo, para auxiliar as organizações a serem bemsucedidas, na nova ordem competitiva do mercado financeiro, que se retro-configura a cada novo dia de trabalho, tomando como pano de fundo, o surgimento da globalização e transformações dos negócios na Era do Conhecimento ou da Informação.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo foi à pesquisa bibliográfica, onde foram examinadas as literaturas atuais, periódicos, artigos e revistas que forneceram subsídios para esclarecer, conceituar, identificar e expressar inovações inerentes ao ativo intangível. Portanto, contou-se com as contribuições de Crawford (1994), Edvinsson e Malone (1998), Hendriksen e Breda (1999), Iudícibus (1997) e Marion (2003), dentre outras.
2. UMA NOVA CONTABILIDADE PARA UM NOVO TIPO DE CAPITAL: O ATIVO INTELECTUAL HUMANO Está se vivenciando na Era do Conhecimento. Esta afirmação pode ser corroborada por Crawford (1994), que aponta que a sociedade passou por três grandes eras do desenvolvimento; primeiramente foi a era agrária; depois a era industrial, e agora a Era do Conhecimento. Se na Era Industrial a vantagem competitiva de uma empresa residia em seu capital físico, ou nos ativos contábeis tradicionais, representados pelos seus estoques, edifícios, equipamentos, instalações e tecnologias. Onde as pessoas eram consideradas como sendo meros custos necessários para se fazer negócios.
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Dito de outro modo, no período industrial, a Contabilidade Tradicional não se preocupava com a força intelectual atuante sobre a riqueza, mas, sim, com o patrimônio da empresa. Por isso, a Contabilidade Tradicional não estava mais conseguindo corresponder com tanto afinco as mudanças decorrentes da revolução gerencial que estava surgindo (MEDEIROS; OLIVEIRA, s.d.). No entanto, como bem lembra Crawford (1994), em toda a história das civilizações, o conhecimento sempre ocupou um lugar de destaque, principalmente, por sua estreita relação com o poder. Na dinâmica do mundo contemporâneo, sua importância está sendo reafirmada, uma vez que o conhecimento humano estabelece diferenciais competitivos, tornando necessária a sua incorporação explícita aos modelos de gestão atuais. Em suma, a transição da Era Industrial para a Era do Conhecimento, fez com que os recursos econômicos utilizados até então, como a terra, capital e o trabalho, unissem ao conhecimento racional, alterando, principalmente, a estrutura econômica das nações e, sobretudo, a forma de atribuir valor ao ser humano, único detentor do conhecimento (CRAWFORD, 1994). Conforme o estudo de Edvinsson e Malone (1998) surgiu um novo paradigma gerado pela Era do Conhecimento, que diz respeito à necessidade de se mensurar os ativos intangíveis, especialmente do Capital Intelectual e Capital Humano, como condição fundamental, ainda que não exclusiva, para evidenciar o retorno proporcionado por esse recurso nessa era. Paradoxalmente, como bem lembra Martins et al. (2007), embora haja pelas empresas o reconhecimento da importância do intangível, incluso aí o conhecimento acumulado e o Capital Humano, o desenvolvimento de modelos de gestão existentes encontra mais respaldo nos meios acadêmicos do que nas empresas. Bassi e McMurrer (2005), citados por Lima (2009, p. 3), ainda mais críticos afirmam que:
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O que vemos é que, apesar de estarmos na Era do Conhecimento, os nossos sistemas de medição ainda derivam da Era Industrial, onde o investimento em Capital Humano era preterido em relação às outras necessidades de investimento. Isto faz com que muitas empresas sucumbam ao tentar jogar um novo jogo (do conhecimento) utilizando as regras antigas (da era industrial).
De qualquer modo, segundo Silva (2004, p. 10), as empresas necessitam de um sistema de medição de seu capital humano, de sua conversão rápida em resultados reais para a organização, “[...] a fim de serem capazes de combater a tendência existente na maior parte das empresas de sub-estimar os investimentos na gestão e no desenvolvimento das pessoas”. Enfim, o que se precisa entender é que o conhecimento de uma pessoa é um ativo intangível, que pode se constituir numa fonte de crescimento da empresa, caso ela implemente um sistema de gestão do conhecimento, para a devida mensuração e gerenciamento do conhecimento e, sobretudo, a criação de novos conhecimentos, deixando-a mais preparada para enfrentar mudanças e incertezas (MARTINS et al., 2007). Conclui-se, assim, que, os novos rumos gerenciais apontam para a eminente necessidade da mensuração dos de ativos intangíveis, uma vez que esses mesmos geram benefícios (lucros) futuros para as empresas. Por outro lado, é importante então compreender que cada novo paradigma, seja ele político, social, econômico e/ou técnico, traz novos termos e suas concepções, como por exemplo, ativos, ativos tangíveis e ativos intangíveis.
3. ATIVOS: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO 3.1 O QUE SÃO ATIVOS Hendriksen e Breda (1999, p. 388) definem o ativo, como sendo “[...] os benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por uma entidade em conseqüência de transações ou eventos passados". Para Iudicíbus (1997, p. 142), a questão é abordada citando que “[...] os ativos representam benefícios futuros
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esperados, direitos que foram adquiridos pela entidade como resultado de alguma transação corrente ou passada". Usando as próprias palavras de Silva (2004, p. 4), pode-se dizer que o ativo de uma empresa [...] é determinado pelos bens e direitos, sendo bens as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e que possuem um valor econômico atribuídos a elas. Esses bens podem ser materiais como bens móveis e imóveis e bens imateriais, que são aqueles que não possuem corpo físico, mas, possuem valor econômico. Os direitos são os valores que a empresa tem a receber de terceiros.
Assim, levando em consideração estas definições, compreendeu-se que ativos são os bens e direitos expressos em moeda que uma empresa possui, correspondendo assim à parte positiva do patrimônio, uma vez que estes podem proporcionar benefícios futuros para as empresas.
3.2 DEFININDO ATIVO TANGÍVEL E INTANGÍVEL Etimologicamente
a
palavra
tangível
vem
do
latim
tangere,
ou
“tocar”
(HENDRIKSEN; BREDA, 1999). Já Iudícibus (1997) explica que o termo tangível, significa literalmente, “perceptível ao toque”. Por seu lado, os ativos podem ser classificados em ativos tangíveis e intangíveis. Assim, levando em consideração a definição acima, pode-se dizer que os ativos ou bens tangíveis “[...] são aqueles que possuem matéria e podem ser tocados, e os bens intangíveis, são os bens que não podem ser tocados, porque não possuem corpo físico” (HENDRIKSEN; BREDA, 1999, p. 387). Uma das definições mais adequadas, segundo teóricos da Contabilidade, é a de Kohler (apud IUDÍCIBUS, 1997, p. 203), que define intangível como “[...] ativos de capital que não têm existência física, cujo valor é limitado pelos direitos e benefícios que, antecipadamente, sua posse confere ao proprietário”. É importante destacar que, os ativos intangíveis só ganharam reconhecimento legal com as grandes mudanças na elaboração e divulgação das demonstrações
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contábeis, traduzidas na Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, intitulada como a Lei das Sociedades por Ações (ou Lei das S/A). Prova disso, é que, no artigo 179, inciso V, da Lei nº 11.638, os ativos intangíveis aparecem definidos como sendo “[...] os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido” (BRASIL, 2007, p. 2). Dentre os ativos tangíveis (materiais) citam-se as máquinas, as instalações físicas, entre outros. Já os intangíveis (imateriais) que a Contabilidade reconhece atualmente
encontram-se
patentes,
marcas,
direitos
autorais,
tecnologia,
desenvolvimento e domínio do conhecimento humano, entre outros, que podem ser traduzidos em aumento de utilidade e em ampliação, de utilização do capital.
3.3 CAPITAL INTELECTUAL Desde o início da década de 1980, o Capital Intelectual tem sido objeto de estudo de um grande número de pesquisadores. O termo “capital intelectual” surgiu primeiramente em 1994, num artigo publicado por Stewart (1998), na Revista Fortune, sob o título “Your company’s most valuable asset: intellectual capital”. O Capital Intelectual, de acordo com Brooking (1996), é entendido como a combinação de ativos intangíveis, como conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência, que podem ser utilizados para gerar riqueza. Portanto, o capital intelectual abrange as competências humanas que, por sua vez, agregam valor aos produtos e serviços, sem, ainda, não possuir registros na contabilidade. Fica evidente, desta forma, que o conhecimento passou a representar um importante diferencial competitivo, para as empresas que sabem adquiri-lo, mantê-lo e utilizá-lo de forma eficiente e eficaz. Esse conhecimento passou a gerar o Capital Intelectual e Capital Humano que, às vezes, é bem mais importante que o Capital Econômico (PAIVA, 1999).
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A necessidade do reconhecimento e investimento no potencial humano dos colaboradores presente nas empresas vem gerando dúvidas de onde procurar o Capital Intelectual. Respondendo esta questão, Stewart (1998), coloca que o Capital Intelectual encontra-se em um destes três lugares: pessoas, estruturas e clientes, que são pontos estrategicamente importantes. Pode-se, concluir, assim, que o Capital Intelectual é composto por três componentes, todos interdependentes um do outro, formando praticamente um intercâmbio entre eles, conhecidos como: Capital Humano, Capital Estrutural e Capital de Clientes. Desta forma, torna-se, oportuno, a partir daqui, abordar as características de cada um deles.
3.3.1 Capital Humano De uma forma simples, Batocchio e Biagio (1999, p. 11) definem o Capital Humano como: “[...] o conhecimento das pessoas que vão para casa juntamente com as pessoas, assim que o expediente encerra”. Assim, os mesmos autores consideram como exemplos de Capital Humano: a capacidade, o conhecimento, a habilidade dos colaboradores de uma organização para realizar as tarefas do dia-a-dia, os valores, a cultura, a filosofia da empresa, devendo incluir também a criatividade e a inovação organizacionais. Já Santana (2004, p. 15) considera que: “[...]. A grande chave do sucesso de uma empresa é ajudar seus funcionários a conduzirem seus talentos na busca de um excelente desempenho”. Por outro lado, Martins et al. (2007) entende que, além dos funcionários, considerados aqui como colaboradores, os fornecedores e clientes também são os ativos mais importantes das empresas. Mesmo considerando os funcionários como o principal ativo das empresas, Stewart (1998) alerta para a importância da diferenciação de quais colaboradores são realmente ativos para a empresa, ou seja, quem de fato agrega valor à empresa no sentido de doação, colaboração e interesse, pois uns não fazem diferença alguma e até atrapalham o progresso dos demais.
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Compreende-se assim, que o conhecimento intrinsecamente relacionado ao ser humano, deve ser reconhecido e contabilizado pelas organizações. Dito de outro modo, os ativos de conhecimento podem ser valorizados, desenvolvidos e até medidos, como qualquer outro ativo da corporação. Com certeza, se esses ativos são os mais importantes de todos os ativos, as empresas precisam quebrar seus velhos paradigmas e passar a dirigir sua atenção para uma das maiores mudanças atual: a valorização e mensuração do Capital Humano.
3.3.2 Capital Estrutural Kraemer (2007, p. 5) compreende Capital Estrutural como sendo “[...] os ativos intangíveis relacionados com a estrutura e os processos de funcionamento interno e externo da organização que apóiam o Capital Humano”. A mesma autora diz ainda, de uma forma mais simplificada, que os ativos intangíveis “[...] é tudo o que permanece na empresa quando os empregados vão para casa” (ibid., p. 6). Este Capital, segundo Brooking (1996, p. 13), refere-se aos ativos de infra-estrutura, como “[...] as tecnologias, metodologias e processos, sistema de informação, métodos gerenciais, aceitação de riscos, bancos de dados, etc.”. O Capital Estrutural engloba ainda, segundo o mesmo autor, os ativos humanos intangíveis relacionados às capacidades dos indivíduos, como expertise, criatividade, habilidade para solução de problemas, ou até mesmo o conhecimento de propriedade da empresa, o qual interage com a produtividade dos funcionários quando terminam as tarefas (BROOKING, 1996). Desta forma, o objetivo principal do Capital Estrutural consiste na contenção e retenção do Capital Humano da organização, no intuito de que este se torne uma propriedade exclusiva da mesma (MEDEIROS; OLIVEIRA, s.d.). Como bem reforça Stewart (1998), a empresa pode transformar o conhecimento das pessoas em ativo da entidade, ou seja, ela pode reter todo o conhecimento do indivíduo para ela, através de melhoria e da experiência e criatividade compartilhada.
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Baseando-se ainda nos pensamentos de Stewart (1998), pode-se dizer que o Capital Estrutural como produto da inteligência humana, deve ser gerenciado, para que sejam produzidas as mercadorias e serviços de boa qualidade. Ou seja, a função da gerência da empresa é a de mensurar o Capital Estrutural, para que o mesmo aumente o valor para os acionistas. Compreende-se, então, que o Capital Estrutural inclui tudo o que apóia a produtividade dos colaboradores dentro de uma empresa, como por exemplo, os equipamentos de informática, softwares, banco de dados, as patentes, as marcas registradas, entre outros. Assim, faz-se necessário que o Capital Estrutural se torne uma fonte de receita visível, o que será extremamente benéfico tanto para as empresas quanto para os clientes.
3.3.3 Capital do Cliente Entre os três ativos intelectuais – Capital Humano, Capital Estrutural e Capital de Clientes – o de Clientes é o mais importante e valioso, pois são eles que geram renda para a empresa. Com isso, diz-se que no momento em que o Capital Intelectual transforma-se em dinheiro, surge o Capital do Cliente. Dessa forma, é extremamente importante para as empresas que exista uma gerência desse capital (KRAEMER, 2007). Mesmo com sua inevitável importância, segundo Stewart (1998), o Capital de Clientes se encontra como sendo um dos ativos intangíveis mais mal administrados dentro das empresas. Muitas organizações nem sabem quem são seus clientes e outras que sabem tratam seus clientes com arrogância, não os reconhecendo como ativos tão importantes. De qualquer modo, “[...] os investimentos no Capital do Cliente devem ser realizados conjuntamente entre empresa e clientes, ocasionando benefício para ambos no que se refere às informações e conhecimentos gerados” (KRAEMER, 2007, p. 7). Para se investir no Capital do Cliente, a empresa deve analisar alguns fatores, tais como:
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[...] inovar com os clientes; concentrar-se nos clientes como indivíduos, atendendo às necessidades dos clientes individuais; dividir os ganhos com os clientes; conhecer o negócio do cliente para melhor servi-lo e tornar-se indispensável (BASSAN; HAUSCHILDT, 2005, p. 97).
Fica evidente, desta forma, que o Capital Humano e o Capital Estrutural, aumentam quando as pessoas sentem-se responsáveis por suas partes na empresa; e o Capital de Cliente aumenta quando ocorre interação entre empresa e clientes, ou melhor, quando organização e seus clientes aprendem mutuamente.
4. A IMPORTÂNCIA DA MENSURAÇÃO E GESTÃO DOS ATIVOS INTANGÍVEIS PARA AS ORGANIZAÇÕES 4.1 O QUE É MENSURAR UM ATIVO INTANGÍVEL Mesmo sendo considerado ativo intangível, o conhecimento tanto individual como coletivo pode ser mensurado. Esta mensuração, nos dias atuais, segundo Bassan e Hauschildt (2005, p. 98), tem complementado e enriquecido consideravelmente a Nova Contabilidade, de forma a alcançar “[...] o seu papel de fornecer informações úteis da melhor maneira possível, já que a Contabilidade necessita de demonstrações contábeis com informações atuais de natureza intelectual, humana, ecológica e social”. A partir do reconhecimento da importância da mensuração do ativo intangível de conhecimento, a questão que se apresenta, para os gerentes das empresas, segundo Marion (2003), reside em como medir e/ou avaliar esse ativo. Tentar mensurá-los ou gerenciá-los pelas formas convencionais é um erro fatalmente crucial. Daí é que se estabelece um paradoxo de gestão. Alguns modelos têm sido apontados para mensurar o capital intelectual. Estes modelos podem ser encontrados em Edvinsson e Malone (1998), Sveiby (2000) e Straiotto (2000). Cabe esclarecer que não é a pretensão abranger estes modelos e nem identificar suas vantagens e desvantagens, pois, acredita-se, que o mais importante é que os gestores tenham a consciência de que devem utilizar as ferramentas do conhecimento na Era do Conhecimento.
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Brooking (1996) entende que os indicadores do Capital Intelectual, quando descritos nos relatório da empresa, são subsídios valiosos para os analistas e financiadores, uma vez que ambos podem fazer uma projeção da futura capacidade dela em gerar caixa. Ou seja, eles podem ter, igualmente, a posição do momento e a visão de futuro, melhor dizendo, um olhar sobre as tendências apresentadas pela empresa. E como é possível medir o conhecimento? Num primeiro momento, segundo Santana (2004, p. 5), cabe a organização identificar que ativos de conhecimento possuem seus colaboradores, para que se perceba sua forma de apresentação e tipo de acessibilidade que possui. A seguir é fundamental, que se faça uma análise de como o conhecimento pode agregar valor à organização, como também, se o uso desse ativo criou novas oportunidades, e quais os atuais obstáculos a este uso. Num terceiro momento, cabe a empresa especificar que ações são necessárias para atingir melhor utilização dos ativos de conhecimento e agregação de valor desejado, isto é, como devem ser planejadas as ações para o uso desses ativos, a fim de deslanchar as ações e melhor monitorá-las. Por fim, a empresa deve revisar o uso do conhecimento para assegurar a agregação de valor, com o intento de monitorar as formas de manutenção dos ativos de conhecimento (SANTANA, 2004). Um termo bastante atual e que encontra questionamentos nos dias de hoje, é a gestão do conhecimento. Haja vista as muitas definições sobre o termo, a proposta a partir daqui, é a de apresentar alguns dos conceitos mais utilizados ou aceitos por renomados autores que abordam a questão da gestão do conhecimento.
4.2 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO 4.2.1 Definição e Fundamentação da Gestão do Conhecimento É interessante dizer que a área da gestão do conhecimento é uma área muito abrangente e atualmente, tratada de diferentes maneiras, recebendo enfoques distintos de acordo as áreas de atuação e interesse. Em Filho (1999, p. 1-2), encontra-se a seguinte definição:
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Gestão do Conhecimento é uma certa forma de olhar a organização, em busca de pontos dos processos de negócio em que o conhecimento possa ser usado como vantagem competitiva. Conhecimento útil, oriundo da experiência, da análise, da pesquisa, do estudo, da inovação, da criatividade, enfim, conhecimento sobre o mercado, a concorrência, os clientes, os processos de negócio, a tecnologia e tudo mais que possa trazer vantagem competitiva para a organização [...].
Para Manãs (1999), a gestão do conhecimento pode ser entendida como um conjunto de técnicas e procedimentos, que dirige a aquisição, organização e distribuição de informações relevantes, para as pessoas certas no tempo certo, gerando assim a capacitação necessária para a contribuição nos objetivos préestabelecidos por uma organização. A gestão do conhecimento, como se referem Davenport e Prusak (1998), nada mais é do que uma coleção de processos de identificação, gerenciamento e compartilhamento sistemáticos de todos os recursos de informação de uma organização, tais como: os bancos de dados, documentos, as políticas e os procedimentos, as especialidades não articuladas e as experiências residentes na mente de cada colaborador dentro de uma organização. As definições mencionadas acima, enfatiza-se, favorecem o entendimento de que administrar o conhecimento, em uma organização, [...] é um processo complexo, devendo estar apoiado em diversas tecnologias de informação e de comunicações para a efetiva gestão do conhecimento nessa organização” (MANÃS, 1999, p. 15).
4.2.2 A Implantação de um Sistema de Gestão do Conhecimento De uma forma bastante abrangente, Filho (1999) apresenta as etapas que delineiam a prática da gestão do conhecimento nas organizações, as quais se constituem basicamente de criação, utilização, retenção e medição do conhecimento, como serão explicadas a seguir. A primeira etapa refere-se à criação do conhecimento. Essa criação refere-se à transformação do conhecimento tácito (experiências individuais) em conhecimento explícito (conhecimento formal da organização), ou seja, na transformação do conhecimento individual em conhecimento coletivo ou organizacional.
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Corroborando, Herckert (2004, p. 3), apresenta o conhecimento individual como sendo: “[...] aquele que se acha representado pela educação, experiência, habilidades e atitudes das pessoas que trabalham na empresa”. Já o conhecimento coletivo, é definido por ele, como [...] o conjunto formado por parcelas de intelectualidades individuais e moldado a uma filosofia empresarial, enriquecida pela tecnologia” (HERCKET, 2004, p. 6). A segunda etapa diz respeito à utilização do conhecimento. Em virtude das novas tecnologias, segundo Filho (1999), percebe-se uma maior concorrência entre as células sociais (as empresas). Com isso, o cliente passou a ser mais exigente e, consequentemente, ocorre um maior interesse no aprimoramento cultural do colaborador e na valorização do ativo intelectual, ou melhor, no fluxo do conhecimento dentro das organizações. Compreende-se com Filho (ibid, p. 6) que, para que o conhecimento flua dentro da organização, e para que a gestão do conhecimento funcione efetivamente é necessário “[...] criar um ambiente favorável para enxergar uma organização do conhecimento, os executivos devem procurar ver as organizações como se elas fossem constituídas de estruturas de conhecimento e não de capital”. Compreende-se com Mãnas (1999), que, as empresas devem investir na criação do conhecimento, mas também precisam ter uma cultura de pesquisa voltada para o aproveitamento desse conhecimento. Nesse aspecto, a tecnologia da informação e das comunicações são elementos diferenciais, podendo ser entendidos como positivos e salutares. A terceira etapa citada por Filho (ibid., p.5-6) faz referência à retenção do conhecimento. Abaixo, o mesmo autor considera basicamente dois sentidos para essa retenção: um o de assimilar, e, o outro, de preservar o conhecimento: No sentido de assimilar, a criação de modelos conceituais, é particularmente válida como metodologia. Isto porque os modelos possibilitam um melhor compartilhamento e armazenamento do conhecimento gerado para posteriores aplicações. No sentido de preservar, a consideração mais importante na gestão moderna é a de que o conhecimento gerado constitui patrimônio, podendo, portanto, transformar-se em dinheiro. Um exemplo destacado dessa administração é transformar a carteira de patentes da organização em possibilidades de alavancagem da sua própria tecnologia, [...].
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Entende, assim, que, quanto mais o conhecimento for gerado, compartilhado, processado, consequentemente, mais conhecimento estará sendo retido na organização. E mais bem preparada esta estará frente ao mercado competitivo, pois reter conhecimentos é uma alternativa factível, nos dias de hoje. A quarta e última etapa apresentada por Filho (1999) diz respeito à medição do conhecimento. Para o mesmo autor, “[...] Medir o conhecimento organizacional parece, a princípio, viável quando se faz análises do ponto de vista de conhecimento explícito de uma organização e se faz especulações sobre o conhecimento tácito” (ibid., p. 6). Neste horizonte, entende-se que “[...] o conhecimento tácito possibilita a valorização da organização do conhecimento” (ibid., p. 6). Assim, pode-se reiterar que a gestão do conhecimento, é particularmente importante para qualquer organização que valorize o conhecimento como seu Capital Intelectual. Essas quatro etapas constituem a linha comum do processo de gestão de conhecimento da organização. Como elementos intermediários dessas etapas, pode-se apontar as tecnologias de informação e comunicação, entendidas aqui, como instrumentos básicos de suporte para a gestão do conhecimento.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta deste estudo foi demonstrar a importância mensuração e gestão dos ativos de conhecimento dos colaboradores, presentes na empresa, mediante revisão bibliográfica. Portanto, a partir daqui apresentam-se algumas considerações relacionadas ao objetivo deste estudo e suas possíveis contribuições. Através dessa revisão bibliográfica, compreendeu-se que no mundo contemporâneo, a importância dos ativos intangíveis de conhecimento supera a dos ativos contábeis dentro das empresas e em muitos casos esta relação de valor aumenta cada vez mais. Essa importância se apóia na ideia de que a mensuração, gerenciamento e distribuição de termos como ativos intangíveis, capital intelectual e capital humano,
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colocam a empresa em posição de vantagem competitiva em relação as suas concorrentes. Por essa e outras razões, é de suma importância que as organizações sejam capazes de tirar o máximo proveito dos ativos intangíveis dos seus colaboradores, uma vez que os conhecimentos mais importantes estão nos seus colaboradores e não nas máquinas. Na verdade, o valor de uma companhia não pode ser mais medido principalmente pelo seu patrimônio, e sim pelos ativos intangíveis, que influenciam e muito a sua avaliação, e servem de base para as suas atividades diárias. Devido a sua importância, esses ativos precisam ser conhecidos, medidos e convertidos rapidamente em valor real para as empresas. Pois eles servirão para o crescimento das mesmas, à medida que implementa processos organizacionais de gestão do conhecimento, sendo um deles exatamente a valoração dos ativos intangíveis de conhecimento dos colaboradores dentro da empresa. Assim sendo, o desafio está imposto às empresas: como criar e implantar processos que gere, armazene, gerencie e dissemine o conhecimento, uma vez que este se tornou um grande aliado, personagem de grande influência e mudanças nas organizações. Espera-se que a leitura desse trabalho possa despertar por parte dos seus leitores algumas reflexões sobre a questão dos ativos intangíveis de conhecimento e relevância da mensuração e gerenciamento desses ativos no contexto empresarial, entendidos aqui como importantes diferenciais na vantagem competitiva frente ao mercado financeiro atual, foco central deste estudo.
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