PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ARACELLE PALMA FÁVARO MOTTA
O LETRAMENTO CRÍTICO NO ENSINO/APRENDIZAGEM ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA SOB A PERSPECTIVA DOCENTE
Londrina 2008
ARACELLE PALMA FÁVARO MOTTA
O LETRAMENTO CRÍTICO NO ENSINO/APRENDIZAGEM ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA SOB A PERSPECTIVA DOCENTE
Art Artigo Final apresent entado como conclusão do Curso PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional do Governo do Estado do Paraná área de L!ngua "nglesa-#EL$ %rientador &a'( Elaine )ateus$
Londrina 2008
RESUMO
Este estudo tem como principal o*+etivo discutir a disponi*ilidade dos pro,essores de l!ngua inglesa da rede p*lica de ensino em e.perimentar em suas aulas uma a*ordagem metodol/gica ue *usca desenvolver a capacidade cr!tica dos alunos al1m de veri,icar se os mesmos estão preparados para utiliar em suas aulas uma prática pedag/gica voltada a desenvolver a ,orma3ão de um cidadão cr!tico$ %portuniando assim uma re,le.ão so*re novas a34es para a ,orma3ão do pro,essor pretende contri*uir ainda para um mel5or con5ecimento do per,il do pro,essor de l!ngua inglesa da rede p*lica de ensino$
PALA67A-C9A6E( Letramento cr!tico ensino de ingl:s ,orma3ão docente re,le.ão cr!tica$
ABSTRACT
;5e purpose o, t5is article is to discuss 5o< pu*lic sc5ool Englis5 ;eac5ers ,eel a*out e.perimenting in t5eir classes a met5odolog=cal approac5 to develop t5e student>s critical a*ilit=$ Anot5er purpose is to investigate i, teac5ers are prepared to use pedagogical strategies to ,orm critical citiens$ ;5is stud=e s development$
@E B%7D( Critical litterac= Englis5 teac5ing teac5er>s development critical re,lection$
1INTRODUÇÃO
Em 200 o Governo Estadual do Paraná lan3ou o Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná PDE cu+o o*+etivo 1 promover a ,orma3ão docente em servi3o$ E,etivamente esse programa teve in!cio em 200 com um grupo de 200 pro,essores da rede p*lica do Paraná oriundos das diversas disciplinas ue comp4em a grade curricular do Ensino Fundamental e )1dio$ A proposta deste programa não era apenas uma reciclagemH para tapar *uracos dei.ados pela ,orma3ão inicial dos pro,essores ou para atender a alguma e.ig:ncia do mercado ao contrário de outras iniciativas pautadas na tradi3ão comportamentalista ou cognitivista de aprendiagem e de desenvolvimento o Programa PDE *usca promover a continuidade da ,orma3ão inicial dos pro,essores estaduais proporcionando a oportunidade de retorno do pro,essor aos meios acad:micos e a intera3ão teoria e prática$ Iessa perspectiva o pro,essor 1 motivado a utiliar os con5ecimentos aduiridos para ,aer uma inter,er:ncia na escola em ue atua visando J implementa3ão de sua prática pedag/gica$ As id1ias apresentadas neste artigo são o resultado de uma pesuisa desenvolvida como parte das atividades desse programa$ Como pro,essora PDE na área de l!ngua inglesa me propon5o a construir +untamente com a universidade novos con5ecimentos ue possam contri*uir positivamente para o ensinoKaprendiagem de l!ngua inglesa ciente de sua importncia para a ,orma3ão do cidadão e para com a ualidade de vida dos educandos$ % ue motivou a pesuisa ,oi o ,ato de ue ao longo de min5a e.peri:ncia pro,issional como pro,essora de l!ngua inglesa e coordenadora escolar ter o*servado o ue tam*1m 1 evidente no decorrer da est/ria do ensino de l!ngua inglesa no Mrasil ou se+a a utilia3ão de uma vasta gama de a*ordagens metodol/gicas no ensino de
l!ngua inglesa por1m sempre com o intuito principal de capacitar o aluno em sua compet:ncia lingN!stica algumas ,ocando mais na estrutura da l!ngua outras na compet:ncia comunicativa$ Io entanto pouca ou nen5uma preocupa3ão tem 5avido com a ,orma3ão cr!tica do aluno enuanto cidadão ue vive age e interage na sociedade$ %*servando o cotidiano das salas de aula veri,ica-se ue estas diversas a*ordagens de ensinoKaprendiagem de l!ngua inglesa t:m se preocupado principalmente com a decodi,ica3ão e repeti3ão de estruturas mecanicamente com pouco ou nen5um signi,icado para o educando e muitas vees desconte.tualiadas$ Almeida Fil5o &200O' ,a um diagn/stico das condi34es de ensino de l!ngua estrangeira nas escolas paulistas e ue acredito 1 e.tensiva a muitas realidades em nosso pa!s$ Alguns pro*lemas citados por ele são( ensino desvinculado da realidade do aluno ,ortemente gramatical ,ormalista com pouca :n,ase no uso da l!ngua em atividades relevantes$ Geralmente uma a*ordagem metodol/gica re,lete um momento 5ist/rico as cren3as do pro,essor sua visão de mundo educa3ão e l!ngua$ Ieste momento em ue a escola p*lica tem tido como principal o*+etivo preparar o +ovem educando para e.ercer sua cidadania precisamos de inova34es no ensino de l!ngua inglesa ue respondam a esta demanda$ Assim se ,a necessário ue tanto pro,essores uanto alunos e comunidade escolar se envolvam nesse es,or3o a*andonando de,initivamente a visão utilitarista e alienante de l!ngua apenas para ,ins comunicativos$ ;em sido cada ve mais evidente a necessidade de resgate da ,un3ão social do ensino de l!ngua inglesa ue dei.e de lado sua neutralidade e contri*ua signi,icativamente para a ,orma3ão do +ovem levando-o não apenas a situar-se no mundo mas tam*1m inter,erir nele atrav1s de uma nova ,orma de perce*er o mundo produir sentidos e inter,erir na realidade *uscando superar as in+usti3as sociais as uais parece estar condenado por uma sociedade ue privilegia uns em detrimento de outros$ Para tanto a l!ngua inglesa deverá ,aer uso de seu principal
instrumento de tra*al5o a linguagem ue deve ser vista como um ,enmeno social 5ist/rico e ideol/gico ue pode ser usado pelo ser 5umano para trans,ormar o mundo e se emancipar$ egundo as diretries curriculares o ensino de l!ngua inglesa deve proporcionar ao educando a inclusão social tornando-o participante ativo da sociedade capa de se relacionar com várias comunidades e con5ecimentos$ ;am*1m deve *uscar promover ainda a consci:ncia do papel das l!nguas na sociedade o recon5ecimento da diversidade culturas e a constru3ão de identidades trans,ormadoras$ Então nesta perspectiva ,a sentido pensar no ensino tornando o discurso como prática social tra*al5ando a l!ngua não apenas da maneira tradicional para compreensão e comunica3ão mas indo al1m ,aendo uma análise cr!tica do conte.to e inten34es do autor com as uais os enunciados ,oram utiliados$ Por1m acredito ainda ue não devemos parar a! mas seguir al1m *uscando o letramento cr!tico no ual deve ocorrer o uestionamento das rela34es ocultas de poder e ideologias pelas uais o discurso ,oi constru!do ela*orando novos signi,icados e atitudes diante da sociedade$ Entendendo ue a prática social compreende um processo de a3ão-re,le.ão-a3ão so*re o mundo$ Por1m em um processo 5ist/rico de ensino da l!ngua inglesa no ual sempre se privilegiou a*ordagens metodol/gicas ue tin5am o principal ou nico o*+etivo ,ocado em desenvolver 5a*ilidades para o uso da l!ngua preparando o aluno para o en,rentamento do mundo do tra*al5o ou para inser3ão no mundo glo*aliado ual seria a rea3ão dos pro,essores ue ,oram ,ormados preparados e induidos a acreditar ue este deveria ser o nico e mel5or camin5o a ser tril5ado no ensino da l!ngua inglesa a uma nova a*ordagem metodol/gica ue apesar de não esuecer as 5a*ilidades lingN!sticas e comunicativas tem seu ,oco em preparar o aluno para re,letir criticamente so*re a sociedade em ue está inserido e agir positivamente so*re ela$ Esta 1 a pro*lemática so*re a ual se de*ru3ou a pesuisa 5ora relatada neste artigo$ A grande uestão 1( como reagem os pro,essores J perspectiva de um ensino de l!ngua inglesa voltado para a ,orma3ão integral do cidadão ampliando sua visão
de mundo e *uscando o desenvolvimento da criticidadeQ Este estudo permitirá con5ecer o ue o pro,essor de l!ngua inglesa pensa so*re uma a*ordagem metodol/gica ue *usca desenvolver a capacidade cr!tica do aluno e se o mesmo estaria a*erto a novas e.peri:ncias em sua prática pedag/gica ou sente-se preparado para isso oportuniando assim uma re,le.ão so*re os rumos de novas a34es para a ,orma3ão do pro,essor$ Contri*uirá ainda para um mel5or con5ecimento do per,il do pro,essor de l!ngua inglesa da rede p*lica de ensino$
2FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
endo o principal o*+etivo deste estudo veri,icar ual 1 a receptividade do pro,essor da escola p*lica ao ensino da l!ngua inglesa em uma perspectiva cr!tica ual o con5ecimento ue o mesmo tem do assunto e se estaria preparado para tra*al5ar dentro desta a*ordagem metodol/gica se ,a necessário ue ,a3amos antes de mais nada uma re,le.ão so*re alguns t/picos relevantes( tais como ,atores ue in,luenciam o modo de ensinar e as escol5as dos pro,essores o papel do pro,essor de l!ngua inglesa di,erentes a*ordagens de ensino concep3ão de l!ngua do pro,essor e sua rela3ão com o ensino de ingl:s e o ue 1 letramento cr!tico$ Para se entender mel5or uem 1 o pro,essor de l!ngua inglesa e assim compreender com mais clarea como tem acontecido o processo de ensino desta l!ngua nas salas de aula de nossas escolas vamos nos valer da pesuisa realiada por )aa &RR' em seu artigo % papel do pro,essor de l!ngua estrangeira( uma retrospectivaH o ual ,a um resumo de como o pro,essor de l!ngua estrangeira tem sido visto ao longo deste s1culo em rela3ão ao processo de ensino$ Alguns dos pap1is ue o pro,essor de l!ngua estrangeira tem assumido ao longo da 5ist/ria são o de modelo ideal detentor do sa*er agente motivador da aprendiagem conscientiador da aprendiagem ,acilitador da aprendiagem pesuisador$ Destas caracter!sticas algumas
ue perduraram por um longo tempo e ue talve ainda não este+am e.tintas totalmente são a de modelo ideal e detentor do sa*er$ ;am*1m 1 interessante sa*er ue o papel de motivador da aprendiagem se repete nos diversos momentos 5ist/ricos$ Por1m nen5um dos estudiosos citados por )aa &
Em seu artigo )etodologia do Ensino de L!nguasH 6ilson S$ Le,,a &R88' relaciona uma s1rie de a*ordagens ue ,oram ou ainda são adotadas no ensino de l!nguas ao longo da 5ist/ria(
A*ordagem tradicional com ,oco essencial na gramática e tradu3ão$ A*ordagem direta cu+o en,oue 1 dado na segunda l!ngua a*andonando a tradu3ão o signi,icado deve ser transmitido
atrav1s de gestos e ,iguras e a prática oral privilegiada$ A*ordagem para leitura na ual a :n,ase 1 dada na leitura ,icando a 5a*ilidade oral em segundo plano$
A*ordagem audiolingual ue tin5a como o*+etivo principal produir ,alantes da l!ngua com a maior rapide poss!vel o en,oue aui retorna J 5a*ilidade oral$
A*ordagem comunicativa ue de,ende uma aprendiagem centrada no aluno sendo ue o pro,essor assume o papel de orientador$ % aspecto a,etivo e o tra*al5o em grupo são
prioriados$ Ião se pode determinar o sucesso ou ,racasso da aprendiagem pela utilia3ão de uma determinada a*ordagem$ E.istem inmeros ,atores ue podem in,luenciar a aprendiagem$ ;am*1m não podemos dier ue uma 1 mel5or ue a outra$ % importante 1 atender a caracter!sticas e as necessidades dos educandos e ter *em de,inido ual 1 o o*+etivo ue se tem com o ensino da l!ngua estrangeira$ e o pro,essor tem *em de,inido seu o*+etivo ele poderá escol5er com mais clarea o m1todo mais adeuado para atingi-lo e provavelmente terá mais sucesso em suas aulas$ ;am*1m 1 preciso ue o pro,essor ten5a *em de,inido ual 1 a sua concep3ão de l!ngua$ Com *ase nos estudos de Ma?5tin entendemos l!ngua como discurso ou se+a um con+unto de enunciados constru!dos 5istoricamente ue revelam as rela34es de poder ideologia e cultura na ual ,oram constitu!dos dentro de uma dinmica comunicativa ue possi*ilita a constru3ão de novos e ilimitados signi,icados$ Como o pr/prio
pesuisador esclarece HU$$$V a tare,a de compreensão não se limita a um mero recon5ecimento do elemento usado mas pelo contrário trata-se de compreend:-lo com rela3ão a um conte.to espec!,ico e concreto$H &Ma?5tin RW'
% discurso tam*1m 1 entendido como uma ,orma de prática social um modo de a3ão so*re o mundo e a sociedade assim sendo o discurso deve ser tratado em sala de aula como uma ,orma de perce*er o mundo construir sentidos e ,ormar identidades para isso 1 preciso ue se desenvolva um pensamento cr!tico so*re o discurso ue vá al1m da prática discursiva ou se+a os processos de produ3ão distri*ui3ão e consumo do te.to( mas realie um movimento dinmico de ruptura com o senso comum atrav1s do uestionamento e da pro*lematia3ão$ 7esende e 7amal5o e.plicam ue Entender o uso da linguagem como prática social implica compreend:-la como um modo de a3ão 5istoricamente situado ue 1 constitu!do socialmente mas tam*1m 1 constitutivo de identidades sociais rela34es sociais e sistemas de con5ecimento e cren3a$H &7EEIDE e 7A)AL9% 200O'$
As Diretries Curriculares tam*1m denotam visão Ma?5tiniana de linguagem enuanto ,enmeno social e dial/gico no ual o su+eito se constitui assimilando as palavras e o discurso do outroH e tam*1m a visão de discurso como prática social trans,ormadora e emancipat/ria adotando como lin5a metodol/gica a pedagogia cr!tica em ue um dos pressupostos de,ine ue o 5omem 1 constitu!do no con+unto das rela34es sociais das uais a linguagem 1 parte indissociável$ Como se l: U$$$V a escolaria3ão tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para ue não apenas assimilem o sa*er como resultado mas apreendam o processo de sua produ3ão *em como as tend:ncias de sua trans,orma3ãoH$ &Diretries Curriculares 200 p$28'$
Iessa visão não se conce*e mais auela aula tradicional na ual a metodologia e os contedos são ,i.os e estáveis e separados da realidade do aluno apenas com o o*+etivo de ensinar l!ngua para comunica3ão e ue di,icilmente promovem a intera3ão alunoKte.to de ,orma cr!tica$
Ao entendermos a linguagem como ,enmeno social ideologicamente constitu!do devemos entender tam*1m ue a sala de aula 1 o espa3o de con,ronta3ão de diversos discursos nos uais inmeras voes concorrem para a constru3ão de novos signi,icados e ,ormam suas identidades$ Portanto o tra*al5o com o discurso se+a oral ou escrito deve ser realiado num processo de compreensão re,le.ão e cr!tica e como instrumento para inter,erir e mudar atitudes e a realidade$ Iesse sentido as orienta34es esclarecem ue U$$$V a l!ngua estrangeira deve apresentar-se como espa3o para ampliar o contato com outras ,ormas de con5ecer com outros processos interpretativos de constru3ão da realidadeH$&Diretries Curriculares 200 p$2R'$
;am*1m 1 importante ue entendamos ue o discurso se realia na prática social atrav1s da in,inidade de g:neros te.tuais ue se mani,estam nos enunciados produidos pelos su+eitos em seus conte.tos s/cio-5ist/ricos$ Portanto 1 necessário ue o pro,essor de ingl:s ue dese+a tra*al5ar com a linguagem de maneira signi,icativa e trans,ormadora ,a3a uso em sala de aula dos diversos g:neros do discurso se+am primários ou secundários s/ assim estaremos vivenciando a prática social no conte.to escolar podendo então re,letir e esta*elecer ,ormas de a3ão so*re ela$ A prática social se constr/i na intera3ão 5umana e 1 atrav1s dela ue os valores 5umanos são validados re,erenciados e cristaliados sendo a linguagem um dos principais instrumentos utiliados nesta intera3ão 1 natural$ Portanto as diversas práticas sociais constituam e se+am constitutivas de g:neros discursivos e assim tam*1m ,ormem a identidade dos su+eitos participantes desta práticaos uais são produto e tam*1m produtores dos g:neros utiliados nesta prática social$ egundo )oita Lopes &200W' os diversos e at1 in,initos g:neros do discurso são constru34es ideol/gicas ue reproduem as cren3as e vis4es de mundo e rela34es sociais de uem os produiu mas tam*1m podem agir para a trans,orma3ão destas rela34es$ Ião podemos esuecer ainda ue de acordo com as Diretries Curriculares &200O p$W' as práticas sociais de linguagem na sala de aula
devem ser signi,icativas para o aluno$ / assim irão despertar-l5e o interesse o pensamento cr!tico e o envolvimento cognitivo e emocional nas tare,as propostas$ Io processo de compreensão re,le.ão e análise cr!tica do discurso na diversidade de g:neros nos uais os enunciados são constru!dos devemos considerar con,orme a,irma Ma?5tin &R8X' a rela3ão dial/gica entre o su+eito ativo o te.to pois a interpreta3ão dos enunciados 1 realiada pelo su+eito a partir de uma comunidade discursiva na ual está inserido e ue irá inter,erir no signi,icado ue este irá construir do discurso num processo de negocia3ão entre o te.to e a prática social do su+eito ue irá envolver uest4es de poder rela34es sociais a,etividade con5ecimento de mundo e valores$ A análise da prática social tem como o*+etivo principal tra*al5ar as ideologias e 5egemonia ue emanam do te.to atrav1s de suas ,ormas lingN!sticas e práticas discursivas$ As ideologias correspondem Js signi,ica34es representa34es da realidade presentes no te.to realidade esta ue 1 constru!da a partir do su+eito ue l5e o*serva$ T nesta dimensão ue o aluno 1 encora+ado a ter uma posi3ão cr!tica diante do te.to a realiar uestionamentos ue envolvam um construir e reconstruir de novas identidades novas ,ormas de ver o mundo e agir so*re ele$ e o o*+etivo 1 tornar a aula de ingl:s um espa3o de re,le.ão possi*ilitando ao educando tornar-se capa de realiar uma interpreta3ão cr!tica das ideologias ue estão presentes nos discursos podemos então pensar ue a*ordagem do letramento cr!tico no ensino de l!nguas seria muito adeuada para atingir este o*+etivo$ Lem*rando ue neste estudo o g:nero 1 entendido como sendo as diversas ,ormas de e.pressão da linguagem ou di,erente g:neros te.tuais e letramento cr!tico como uma a*ordagem metodol/gica utiliada para se tra*al5ar os di,erentes g:neros na sala de aula$ Em primeiro lugar vamos entender o ue 1 letramento$ A concep3ão dominante 1 a de ue letramento se re,ere J 5a*ilidade de ler e escrever$ %s educadores ue adotam a a*ordagem do letramento
cr!tico estão pensando não apenas em desenvolver as 5a*ilidades *ásicas de ler e escrever mas de aproveitar o te.to oral escrito ou visual como uma oportunidade para uma re,le.ão cr!tica$ % ato de ensinar uma l!ngua estrangeira se torna uma a3ão pol!tica$ % letramento cr!tico *usca enga+ar o aluno em uma atividade cr!tica atrav1s da linguagem utiliando como estrat1gia o uestionamento das rela34es de poder das representa34es presentes nos discursos e das implica34es ue isto pode traer para o indiv!duo em sua vida ou de sua comunidade$ A consci:ncia cr!tica do aluno pode ser desenvolvida atrav1s da a*ordagem pedag/gica do letramento cr!tico pois este encora+a o aluno a pensar por si pr/prio e.plorando e negociando signi,icados a partir de situa34es signi,icativas para o aluno$ Entendendo l!ngua como produtora da realidade atrav1s da ual se cria id1ias e valores sempre de ,orma tendenciosa nunca neutra ou ,i.a mas ue se constr/i e reconstr/i nos diversos conte.tos comunicativos e di,erentes su+eitos envolvidos$ Iesta visão de l!ngua a a*ordagem do letramento cr!tico 1 o mel5or camin5o para se e.pandir o 5orionte dos +ovens *em como suas 5a*ilidades lingN!sticas para negocia3ão de signi,icados poss!veis em di,erentes situa34es de comunica3ão e tam*1m possi*ilitando uma a3ão de interven3ão e trans,orma3ão da realidade$ 3METODOLOGIA
% estudo do ual trata este artigo se desenvolveu em dois conte.tos distintos$ % primeiro ,oi realiado no am*iente virtual )%%DLE no segundo semestre de 200 atrav1s de um grupo de estudos J distncia realiado com pro,essoras de l!ngua inglesa da rede p*lica de diversas cidades do Paraná$ Este grupo de estudos iniciou com 20 participantes mas apenas 08 conclu!am todas as atividades propostas$ A realia3ão deste grupo de estudos ,oi parte o*rigat/ria do Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE do estado do Paraná no ual está envolvida a produ3ão desta pesuisa$ % segundo momento ocorreu no primeiro semestre de 2008 tam*1m atrav1s de um grupo de estudos mas desta ve de ,orma presencial e ,oi realiado com a participa3ão de duas pro,essoras de l!ngua inglesa do Col1gio Estadual Ana )olina Garcia na cidade de Londrina-Pr$ As atividades programadas para este segundo momento ,ieram parte de uma proposta de interven3ão ela*orada para esta escola$ Em am*os os conte.tos de estudo as atividades realiadas se dividiram em tr:s pontos principais( a re,le.ão so*re o papel do pro,essor e so*re o ensino de l!ngua inglesa nas escolas p*licasY no34es te/ricas so*re a a*ordagem do letramento cr!tico e a re,le.ão so*re sua aplica*ilidade em sala de aulaY ela*ora3ão e aplica3ão em sala de aula de atividades na perspectiva do letramento cr!tico$ Este ltimo com o o*+etivo de proporcionar Js pro,essoras participantes do grupo de estudos a oportunidade de vivenciar uma e.peri:ncia concreta de ensino dentro da a*ordagem do letramento cr!tico$ Com a ,inalidade de levantar in,orma34es para posterior análise da pesuisa ,oi solicitado a todos os pro,essores nos dois conte.tos e antes de iniciar os estudos um relato de sua e.peri:ncia pro,issional at1 auele momento$ %s pro,essores ,oram orientados para ue registrassem em seus relatos a metodologia e estrat1gias de ensino ue costumavam utiliar em suas aulas e tam*1m suas ,rustra34es e e.pectativas com o ensino de l!ngua inglesa em suas escolas$ Ao ,inal do grupo de estudos ap/s traer ao con5ecimento dos pro,essores as principais no34es te/ricas so*re a a*ordagem do letramento cr!tico ,oi solicitado novamente aos pro,essores ue ,iessem outro relato$ Agora e.pressando sua opinião so*re a utilia3ão da a*ordagem do letramento cr!tico no ensino de l!ngua inglesa e tam*1m ue descrevessem alguma e.peri:ncia ue tiveram com a aplica3ão de atividades dentro desta perspectiva em suas aulas$
% contedo destes relatos 1 portanto o o*+eto de análise e interpreta3ão desta pesuisa 5a+a vista ue o o*+etivo deste estudo 1 veri,icar a disponi*ilidade e via*ilidade da utilia3ão da a*ordagem do letramento cr!tico no ensino de ingl:s a partir da visão dos pro,essores$
4ANÁLISE DOS DADOS
Analisando as in,orma34es o*tidas atrav1s dos relatos dos pro,essores ue participaram dos grupos de estudos J distncia e presenciais podemos dividi-las em tr:s temas principais$ %s primeiros seriam depoimentos so*re a metodologia geralmente usada no cotidiano da sala de aula$ % segundo a opinião so*re a via*ilidade de se utiliar nas aulas J a*ordagem do letramento cr!tico e o terceiro são relatos de e.peri:ncias so*re a utilia3ão de atividades de re,le.ão cr!tica com os alunos$ Zuanto ao primeiro tema so*re a metodologia geralmente utiliada pelos pro,essores a maioria dos depoimentos demonstra ue os pro,essores não conseguem de,inir com clarea a sua metodologia de tra*al5o e muitos diem criar sua pr/pria metodologia$ )etodologiaQ T di,!cil ,alar so*re ela pelo menos pra mim pois aca*o mesclando mas pra mim o importante 1 sempre mudar e *uscar uma metodologia ue mel5or alcance os o*+etivos da turmaH$ &Pro,$ )árcia'$ A min5a &metodologia' mesmo 5a5a5a5a$ 6erdade sou muito descontra!da tra*al5o levando o meu aluno a realmente entender o ue estou propondo atendo a realidade do meu aluno$ Ião me preocupo em cumprir contedo mas sim em me certi,icar de ue o meu aluno ten5a assimilado auilo ue me propus a ,aer$H &Pro,[$ )ari'$
;am*1m 1 interessante ressaltar a :n,ase na leitura e escrita$ Atualmente as 5a*ilidades ue mais privilegio em min5as aulas são( reading and
Em min5a prática pedag/gica eu privilegio o reading e o
%*servamos ainda nos depoimentos acima as di,iculdades ue os pro,essores encontram para desenvolver suas aulas devido J ,alta de recursos didáticos para l!ngua inglesa$ Ao serem uestionados so*re a importncia e a via*ilidade da utilia3ão da a*ordagem do letramento cr!tico nas aulas de ingl:s todos a,irmam ue estariam dispostos a ,aerem uso desta a*ordagem em suas aulas e acreditam ue ela implementaria sua prática pedag/gica e traria resultados positivos para os alunos$ Ac5o ue devo *uscar implantar a pedagogia cr!tica em min5as aulas sim$ Perce*o ue muitas vees 1 necessário parar em um te.to para valoriar o tema so*re o ual ele está ,alando e não apenas tra*al5ar a interpreta3ão com perguntas *ásicasH$ &Pro,$ )ari'$ % uso desta metodologia na escola p*lica vem de encontro Js nossas necessidades$$$H$ &Pro,$ )aria Fernanda'$ Com certea utiliar a leitura cr!tica e o letramento cr!tico em sala de aula seria a maneira mais praerosa de poder ,aer uso da L!ngua "nglesa como agente ativo na ,orma3ão do cidadão$$$H &Pro,$ @elen'$ Acredito ue se+a poss!vel viável e important!ssimo a implementa3ão de uma pedagogia cr!tica no ensino de l!ngua inglesa na escola p*lica para um processo democrático de trans,orma3ão da sociedade$$$H &Pro,$ 7os= Anne' Ac5o não s/ viável como utilio essa pedagogia cr!tica em min5as aulas pois entendo ue +á ,oi o tempo de ue o ensino da LE) se prendia somente no ensino da gramática$$$H$ &Pro,$ Fa*iana'
Ia ltima etapa dos grupos de estudo ,oi solicitado Js pro,essoras ue aplicassem em sala de aula algumas atividades dentro da a*ordagem do letramento cr!tico$ As pro,essoras poderiam criar suas pr/prias
atividades ou utiliar uma unidade didática +á previamente preparada c5amada ;%P M#LL"IG$ A maioria dos relatos desta e.peri:ncia prática em sala de aula demonstram resultados positivos e motivadores para as pro,essoras como podemos ver pelos depoimentos a*ai.o( Durante o *imestre costumo sempre tra*al5ar um tema espec!,ico atrav1s dos te.tos e logo ap/s relacioná-lo com a gramática a ser tra*al5ada$ Ap/s as sugest4es apreendidas no G;7 procurei ,ormar grupos de de*ates ap/s a apresenta3ão dos te.tos o ue veio a dei.ar a aula mais interessante e participativa$$$H &Pro,$ Francislene'$ A proposta do letramento cr!tico acrescentou participa3ão e con5ecimento as min5as aulas$ Atrav1s desta proposta meus alunos tiveram mais oportunidade de interagir nas aulas *em como perce*er o uanto J l!ngua inglesa pode contri*uir para a ,orma3ão deles como indiv!duos na sociedade atual$ As atividades ,ormuladas a partir do letramento cr!tico a*riram em min5as aulas um espa3o para discussão e para li*erdade de pensamento ue não 5avia antes$ As discuss4es so*re uem ,ala por ue ,ala assim etc levaram meus alunos a se colocarem no lugar de outras pessoas e a perce*erem as mesmas situa34es por um aspecto di,erente$H &Pro,$ )ari'$ % ue perce*emos com essa metodologia 1 *ons resultados e ricos aprendiados ue permitem con,rontar o ensino da l!ngua inglesa uest4es lingN!sticas e sociais a*rangendo um grande leue de possi*ilidade de aprendiagemH$ &Pro,$ Patr!cia'
Io entanto as pro,essoras ainda se sentem inseguras na utilia3ão desta a*ordagem at1 mesmo porue as orienta34es não ,oram muito apro,undadas$ Assim seria necessária a continua3ão dos estudos so*re o letramento cr!tico especialmente de apoio J ela*ora3ão de atividades práticas para serem utiliadas em sala de aula$ Esta preocupa3ão 1 demonstrada nas a,irma34es a*ai.o$ "mplementar uma pedagogia cr!tica no ensino de l!ngua inglesa na escola p*lica 5o+e em dia para mim soa como algo um tanto uanto arriscadoH$&Pro,$ Graciana'$ inceramente conciliar o ensino de l!ngua "nglesa J ,orma3ão de um cidadão cr!tico não 1 um papel ,ácil$$$H &Pro,$ Laura'
Com certea não 1 tare,a ,ácil e.ige dedica3ão e preparo mas acredito ue o resultado compense todo o tra*al5oH$ &Pro,$ Patr!cia'
$$$ 5á ainda certa inseguran3a ao me propor a dar aulas dentro desta perspectiva +á ue trata-se de algo novo para mim$ Portanto com certea e.iste a necessidade de um maior apro,undamento e con5ecimento para ue o tra*al5o iniciado possa ser continuado com o mesmo sucesso do principio$H &Pro,$ )ari' Contudo não posso sugerir nen5uma a3ão pedag/gica pois o letramento cr!tico 1 algo ainda novo para mim preciso assim de a+uda para prosseguir com a proposta do letramento cr!ticoH$ &Pro,$ Laura'
5CONCLUSÃO
Atrav1s da investiga3ão realiada e dos depoimentos o*tidos se conclui ue os pro,essores de ingl:s da rede p*lica de ensino demonstram-se e.tremamente a*ertos J introdu3ão da a*ordagem do letramento cr!tico nesta disciplina$ 7econ5ecem a necessidade do desenvolvimento da re,le.ão cr!tica na ,orma3ão do cidadão e acreditam ue a disciplina de l!ngua inglesa tam*1m pode cola*orar na tare,a de ,orma3ão de um cidadão cr!tico$ Estão na sua maioria plenamente dispostos a e.perimentar estrat1gias de ensino dentro desta a*ordagem em suas aulas por1m devido ao pouco con5ecimento ue t:m so*re o letramento cr!tico e como utiliá-lo na sala de aula estes pro,essores se sentem inseguros$ Conclui-se portanto ue 1 viável a utilia3ão da a*ordagem do letramento cr!tico na disciplina de l!ngua inglesa no ue di respeito J aceita*ilidade dos pro,essores no entanto seria necessária a implementa3ão de a34es de ,orma3ão mais intensi,icadas so*re este assunto não apenas para se con5ecer o ue 1 o letramento cr!tico mas principalmente para preparar os pro,essores para utiliá-lo adeuadamente em sua aulas capacitando-os a preparar atividades dentro desta a*ordagem$ Perce*eu-se ainda nestes estudos ue os pro,essores anseiam por ampliar seu con5ecimento a respeito de estrat1gias pedag/gicas ue tragam motiva3ão Js suas aulas e despertem o interesse e a participa3ão dos alunos e de acordo com alguns depoimentos a a*ordagem do letramento cr!tico proporcionou isto$ %s pro,essores t:m consci:ncia da necessidade da escola p*lica de 5o+e se envolver na ,orma3ão de um +ovem cr!tico de sua pr/pria vida e da sociedade e ue possa estar atuando positivamente para trans,ormar nosso mundo em um lugar mais +usto e ,eli para todos e tam*1m demonstram acreditar ue a disciplina de l!ngua inglesa pode muito contri*uir com esta missão$
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