Prof. Henrique Wendhaus Wendhausen en
Jorge Duarte discute no texto cinco ideias básicas na atuação em Comunicação Pública
Compromisso em privilegiar privile giar o interesse público em relação ao interesse individual indivi dual ou coletivo; Centralizar o processo no cidadão; Tratar comunicação como um processo mais amplo do que informação; informaç ão; Adaptação dos instrumentos instrumentos às necessidad necessidades, es, possibilidades possibil idades e interesse dos públicos; Assumir a complexidade complexidade da comunicação, comunicação, tratando-a como um uno.
Alguns conceitos/ definições propostos pelo autor:
Comunicação Governamental – aquela que trata
dos fluxos de informações e padrões de relacionamento envolvendo o Poder Executivo e a Sociedade. Comunicação Política – trata do discurso e da ação na conquista da opinião pública. Comunicação Estratégica – aquela que, a partir de um diagnóstico, define e utiliza os recursos adequados para atingir um propósito prédeterminado. É a definição do caminho para construir o futuro.
Alguns conceitos/ definições propostos pelo autor:
Políticas ( formais de comunicação) – o conjunto
integrado, explícito e duradouro de definições, parâmetros e orientações, organizadas em um corpo coerente de princípios norteadores de atuação aplicáveis aos processos de comunicação.
Governo – é o gestor transitório do Poder
Executivo.
Alguns conceitos/ definições propostos pelo autor: Transparência – diz respeito à atuação ética, responsável, límpida e acessível no trato das questões públicas. Exige a oferta de informações necessárias aos interessados, o estímulo ao acesso, facilitação da fiscalização sobre as práticas de quem detém o poder, adoção de mecanismos de cobrança de responsabilidade e sistemática prestação de contas.
Alguns conceitos/ definições propostos pelo autor:
Questão Pública ( public issues) – gerenciamento de;
no âmbito externo da comunicação pública no EUA (como forma de comunicação governamental), incluindo construção da imagem organizacional, atividades de publicidade de produtos e serviços, promoção de mudanças organizacionais e relações públicas.
no sentido de significar um processo de interação em que os envolvidos assumem-se em igual nível de importância, direito e oportunidade de falar e ser ouvidos, buscando compreender e ser compreendidos. Diálogo
–
Comunicação: informação e interação
é a base primária do conhecimento, da interpretação, do diálogo, da decisão. Quando a informação é adequadamente assimilada, (...) “produz conhecimento, modifica o estoque mental de informações no indivíduo e traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao desenvolvimento da sociedade em que vive” (BARRETO, 2006, p. 3). Informação:
Comunicação: informação e interação
A informação é apropriada em geral por interação social, e depende de fatores como conhecimento de sua existência, disponibilidade, oportunidade, acesso, do ambiente em que se viabiliza a interação, de linguagem adequada, exigindo até mesmo uma pedagogia apropriada às circunstâncias. Discursos e sinais podem não ser entendidos, informações podem estar em local incerto ou não sabido, não chegar ao seu destino, ser mal-interpretadas, estar equivocadas, distorcidas, não ser apresentadas no momento adequado, ser desinteressantes ou inconsistentes, não ter significado para o receptor ou, simplesmente, não ter credibilidade.
Comunicação: informação e interação
Uma forma de lidar estrategicamente com comunicação inclui pensar distintamente informação e interação. “Em
toda a comunicação existem dois elementos básicos: um elemento de conteúdo, que se refere ao que queremos dizer sobre algum objeto, e um elemento de relacionamento, que se refere à relação existente entre os interlocutores” (BORDENAVE; CARVALHO, 1979, p. 46). No processo de interação, podemos incluir elementos como o contexto em que se viabiliza, a linguagem, a história e grau de confiança dos interlocutores, até a disposição dos participantes em viabilizar a comunicação.
Categorias propostas de informação no âmbito da CP:
institucionais: referentes ao papel, políticas,
de gestão: relativas ao processo decisório e de
responsabilidade e funcionamento das organizações. Em geral, são ligadas à projeção de imagem e consolidação da identidade; ação dos agentes que atuam em temas de interesse público. Incluem discursos, relato de intenções, motivações, prioridades e objetivos dos agentes;
Categorias propostas de informação no âmbito da CP:
de utilidade pública – sobre temas relacionados ao dia-
de
a-dia das pessoas, geralmente serviços e orientações. Buscam informar, mobilizar, prevenir ou alertar a população ou setores específicos dela para temas de seu interesse. Informações legais, horário de eventos, campanhas de vacinação, sinalização, causas sociais, sobre dados, direitos, produtos e serviços à disposição do interessado e seu uso são exemplos típicos;
as que dizem respeito exclusivamente ao cidadão, empresa ou instituição. Exemplos: dados de Imposto de Renda, cadastros bancários; interesse
privado:
Categorias propostas de informação no âmbito da CP:
mercadológicas: referem-se a produtos e serviços
que participam de concorrência no mercado; de prestação de contas : dizem respeito à explicação sobre decisões políticas e de uso de recursos públicos, viabilizando o conhecimento, a avaliação e a fiscalização; dados públicos: aqueles de controle do Estado que dizem respeito ao conjunto da sociedade e a seu funcionamento. Exemplos: estatísticas, jurisprudência, documentos históricos, legislação e normas.
Instrumentos de Comunicação
Os instrumentos de informação destacam-se pelo foco em subsídios, disponibilização e fornecimento de dados e orientações, ajudando a ampliar o conhecimento sobre um tema. São exemplos típicos relatórios, banco de dados, publicações institucionais, iconografia, noticiário de imprensa, Internet, banners, quadros murais, publicidade, fôlderes, folhetos, cartazes, guias, boletins eletrônicos, cartas, manuais, malas diretas, discursos, eventos simbólicos.
Instrumentos de Comunicação
Os instrumentos de diálogo caracterizam-se por estabelecer instâncias de interação no âmbito de cooperação, compreensão mútua, acordos, consensos, encaminhamento na busca de soluções. Incluem-se aqui os mecanismos de comunicação informal, inclusive ambientes, para trocas de ideias e informações. Entre os exemplos estão fóruns de consulta, oficinas de mobilização social, grupos de trabalho, orçamento participativo, ouvidorias, conselhos, listas de discussão, comunidades de informação, câmaras técnicas, conselhos setoriais, eventos dirigidos, centrais e serviços de atendimento ao cidadão, agentes sociais, consultas públicas.
A comunicação de massa
é baseada na disseminação de informação para o máximo possível de pessoas, que atuam no processo como espectadores heterogêneos. Apesar de oferecer informações de caráter geralmente superficial e fugidio, é a grande fonte na construção de narrativas e representações sociais assumidas por parte da sociedade. Sua principal vantagem é a possibilidade de estabelecimento de agenda e de debates públicos. Entre as limitações estão as restrições de diálogo pelo pouco acesso ativo da maior parte dos atores sociais a este mercado de ideias e informações e a cada vez maior fragmentação dos públicos e das fontes de informação que faz a mídia de massa tradicional perder parte de sua força original.
A comunicação segmentada
é orientada para grupos de interesse específico em que há maior possibilidade de domínio sobre o conteúdo, acesso e distribuição e de obter retorno, participação e diálogo. É uma estratégia eficiente de estar mais próximo dos interesses e características de interlocutores específicos que já teve como símbolo as publicações especializadas do tipo newsletter , mas esta cada vez mais fortalecida pela interação viabilizada pela conectividade das tecnologias de informática e pela formação de redes de diferentes tipos. Sites, Intranet, blogs, eventos, feiras, reuniões, exposições, são exemplos possíveis. Os instrumentos relacionados a comunidades virtuais são cada vez mais eficientes em estabelecer uma agenda pública e em dar substância aos debates e avanços.
A comunicação direta
ainda muito subestimada nos planejamentos -é possuidora de
alta eficiência por ajustar de maneira imediata a comunicação às características dos interlocutores, refere-se ao contato personalizado, geralmente do tipo face-a-face, que inclui atendimento, interação pela Internet, debates, relações com o público interno, audiências públicas, reuniões, apresentações, grupos de trabalho, fóruns e similares. Sua característica principal é permitir facilidade de interação, troca de informações, influência mútua e maior capacidade de compreensão. Por meio dela, as pessoas têm melhor oportunidade de tirar dúvidas, obter esclarecimentos adicionais, resolver questões específicas, estabelecer laços de confiança. A proximidade entre os comunicadores garante uma aprendizagem mais consistente e um nível de informação adaptado às necessidades do interessado, assim como o feedback tende a ser mais imediato e preciso.
Iniciativa deve ser do poder
- Para reflexão:
[...] Organizações muitas vezes assumem como natural que a simples existência de instrumentos significa sua apropriação para uso pelos interessados, mas nem sempre o mundo real é aquele determinado pelos projetos, intenções, leis, documentos e discursos. Hoje, as grandes barreiras em comunicação não são a falta de instrumentos ou de informação, mas a dificuldade em ajudar o interessado a descobrir que ela existe, onde está, como acessá-la e como utilizá-la para aumentar seu conhecimento e capacidade de agir. (p. 67)
Escuta ativa (dos públicos de interesse)
Quaisquer instituições, ao lidar com o interesse público, devem fazer esforços para se adaptar às possibilidades do cidadão, criando mecanismos adequados à situação de cada interessado. Para subsidiar o planejamento e definir os instrumentos que irão formalizar a intencionalidade da ação, é fundamental conhecer características, interesses, expectativas e possibilidades dos públicos. [...] Para viabilizar esta escuta ativa, pode-se adotar o uso de sondagens, monitoramento de mídia, grupos de discussão, consultas sistematizadas, conselhos institucionalizados, ouvidoria e outras formas participativas.
Ouvidos aguçados e um bom par de sapatos também são recomendados.
Comunicadores como mestre-de-obras (comunicação como um todo). Etos: opção política pela cidadania e pelo interesse público (espírito público). Mas exige também a capacidade profissional de viabilizar padrões adequados que promovam não apenas a divulgação, mas também o acesso à informação e oportunidades de diálogo e participação (espírito público suportado por uma necessária capacidade técnica).
Fonte:
DUARTE, Jorge. Instrumentos de comunicação pública. In.: DUARTE, Jorge (Org.). Comunicação pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2007, pp. 69-71.
Prof. Henrique Wendhausen