Texto Prescritivo e Texto Injuntivo
Embora dotados de aspectos distintos, o texto prescritivo e o texto injuntivo apresentam natureza instrucional Retomemos, pois, à noção relacionada aos tipos textuais, cujas modalidades se expressam pelo narrativo, dissertativo e descritivo. Todos Todos dotados de características distintas que, possivelmente juntas, manifestam-se manifestam-se nos chamados chamados gêneros textuais. textuais. Aparecem “juntas” “juntas” quando consideramos consideramos um editorial, por exemplo. Nele podemos encontrar aspectos narrativos e dissertativos ao mesmo tempo, assim como também poderá ocorrer nos demais gêneros. Uma vez retomadas tais noções, partamos para uma modalidade de gênero muito comum a todos nós, cuja finalidade discursiva cumpre o papel de nos instruir acerca de um determinado assunto. Dessa forma, há dois tipos de texto que serão retratados aqui, com o intuito de explicar as características que os demarcam. São eles: o texto prescritivo e oinjuntivo. O chamado texto prescritivo, que nos remete r emete à noção de prescrever, trata-se de algo que deve ser cumprido à risca, cujas instruções são inquestionáveis, ou seja, devemos segui-las ao “pé da letra”, digamos assim. Trata-se, pois, de uma imposição de natureza coercitiva, cujos exemplos se manifestam por: * As cláusulas regidas mediante um dado contrato; * As regras proferidas mediante os pressupostos gramaticais; * As instruções manifestadas na maioria dos editais de concursos públicos; * Os discursos revelados nos artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal. Já o chamado texto injuntivo, de semelhante finalidade (instrução), já não apresenta esse caráter coercitivo, haja vista que apenas induz o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. Assim, torna-se possível substituir um determinado procedimento em função de outro, como é o caso do que ocorre com os ingredientes de uma receita culinária, por exemplo. São exemplos dessa modalidade: * A mensagem mensagem revelada pela maioria dos livros de autoajuda; * O discurso manifestado mediante um manual de instruções; * As instruções materializadas por meio de uma receita culinária.
Seminário
O seminário representa um gênero oral que requer posicionamentos definidos por parte dos apresentadores São muitas as circunstâncias em que você tem de expor seus argumentos, revelar suas ideias, opiniões, enfim, posicionar-se acerca de um determinado assunto. Contudo, não estamos falando da escrita, mas sim de um procedimento essencialmente realizado por meio da oralidade. Dentre as várias circunstâncias comunicativas comunicativas com as quais temos contato diariamente, surge mais um gênero textual: o seminário. Amplamente difundido no meio escolar, acadêmico, científico e técnico, o seminário confere às pessoas que dele participa a oportunidade oportunidade de apresentar apresentar os conhecimentos conhecimentos adquiridos adquiridos mediante o estudo de um determinado tema. Nesse sentido, torna-se essencial que os apresentadores apresentadores adotem posturas condizentes condizentes com o contexto contexto no qual se encontram inseridos, inseridos, levando em conta todos os aspectos requeridos pela situação comunicativa em questão. Dessa forma, o objetivo a que se presta o artigo em pauta é exatamente fazer algumas abordagens acerca desse fato, no sentido de fazer com que você, caro (a) usuário (a), mantenha-se a par de todos esses pressupostos. A palavra de ordem, num primeiro momento, é “planejamento”. Assim, todo apresentador deve se conscientizar de que o público-alvo espera, “no mínimo”, domínio do conteúdo abordado. Para tanto, cercar-se de todas as informações é imprescindível, sendo essas obtidas por meio de uma pesquisa muito bem bem preparada, através através de livros, meio meio eletrônico, jornais, revistas, revistas, vídeos, etc. Uma vez elencadas, torna-se necessário elaborar um esquema, no sentido de pontuar aquelas informações importantes, essenciais. essenciais. O esquema funciona como uma espécie de roteiro que guiará o apresentador. apresentador. Assim, trabalhando a hipótese de que algumas das principais ideias podem ser esquecidas, entra em ação o roteiro previamente elaborado. Mas isso não dá ao apresentador o direito de “ler” aquilo que anotou, salvo em se tratando de uma citação, proferida por outrem, haja vista que aí não há como proceder de forma diferente. Outro aspecto reside no fato de que os demais participantes precisam estar em sintonia com tudo aquilo que está sendo apresentado. Principalmente no ambiente escolar, o que mais se constata é a “distribuição de partes”, isto é, cada um fica com uma fala determinada – fato que corrobora tão somente para que o discurso se manifeste como truncado, denotando não haver nenhum entrosamento entre o grupo. Nesse sentido, é essencial que todos estejam bem preparados e dispostos a responder aos questionamentos da plateia. Mas e em relação à postura, como essa deve ser concebida? Saiba que se trata de algo notadamente importante, pois a imagem que devemos passar às pessoas que nos assistem tem de ser positiva, a começar pelas vestimentas, gestos, entonações, expressões faciais. Nesse sentido, antes de tudo, você deve passar passar uma ideia de respeito para com o público, público, utilizando-se de um tom de voz que consiga atingir a todos, ou seja, nem estridente ao extremo, nem monótono demais. Posicionar-se Posicionar-se de frente é também sinal de postura firme. Mesmo quando há a necessidade de escrever no quadro-negro ou realizar algum procedimento nos recursos r ecursos audiovisuais, é sempre bom ficar de lado para a plateia, nunca de costas. O uso da linguagem, não menos importante, deve estar de acordo com a situação, sendo essa materializada por uma linguagem formal, totalmente isenta de chavões, gírias, cacoetes ou quaisquer sinais que porventura possam contradizer o “protocolo”.
Cabe ressaltar, ainda, que a apresentação deve seguir alguns critérios básicos, tais como a abertura, que normalmente fica a cargo do professor ou de uma pessoa designada a tal. Feito isso, é chegado o momento de passar a palavra ao apresentador (a), que explanará acerca do que será abordado durante a apresentação. Na sequência, dá-se início ao desenvolvimento do assunto em pauta e, ao final, faz-se uma retomada daquilo que foi falado, bem como se apresentam as conclusões a que o grupo chegou mediante o trabalho realizado. Postas em prática tais ações, a conquista de bons resultados é fato certeiro, sempre lembrando que o fator “tempo” também impera nessas questões, principalmente quando outros grupos também deverão realizar um seminário. Respeito e cordialidade nunca são demais!
Resenha
A resenha, materializando-se por meio de um discurso claro, coerente e coeso, registra impressões acerca de um objeto de estudo Quando estabelecemos familiaridade com um determinado texto, sobretudo tendo em vista que ele cumpre uma finalidade discursiva específica, precisamos compreender a essência impressa no discurso, ou seja, precisamos entender de forma efetiva a mensagem transmitida. Quando, por um motivo ou outro, isso não é possível, tudo aquilo que lemos não passa para nós de um simples emaranhado de palavras desconexas, e, sobretudo, destituídas do sentido que a elas deveria ser atribuído. Partindo desse pressuposto, uma das formas de expressar seu entendimento acerca das ideias ressaltadas por outrem é através da resenha. Trata-se do registro daqueles aspectos mais relevantes abordados dentro de um texto. Dessa forma, mediante a produção da resenha, tornar-se-á nitidamente expressa a capacidade de síntese, de apreensão, demarcada pelo discurso do (a) resenhista. Dessa maneira, torna-se de fundamental importância a percepção das palavras-chaves, das ideias-sínteses, enfim, de tudo aquilo que se apresenta como essencial e pertinente. Em outras palavras, a elaboração da resenha seria o esquema materializado em forma de prosa, sobretudo mais bem desenvolvido no que tange à construção do discurso. A forma prosaica (em prosa) é adotada para constituir uma estrutura definida, manifestada por uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Aspectos esses que somente serão materializados por meio da coesão, seguida da coerência e culminando na clareza e na precisão dos enunciados. A resenha pode fazer referência a assuntos distintos, manifestados no dia a dia. Pode também se integrar àqueles moldes cultuados no meio acadêmico, cuja finalidade se expressa pela análise da compreensão do (a) resenhista acerca das ideias ressaltadas em obras inteiras ou partes delas, como é o caso de alguns capítulos, em específico. A resenha também pode se manifestar como uma simples descrição acerca de um determinado objeto ou de um determinado texto, sobretudo quando quem a cria não dispõe ainda das habilidades necessárias à materialização de um discurso voltado para um senso mais crítico, envolvendo, assim, determinados juízos de valor segundo concepção própria. Quando manifestadas essas habilidades,
trata-se do que chamamos de resenha crítica, cuja intenção do emissor é revelar aspectos apreciativos ou opinativos acerca do objeto em análise. Pressupostos esses demarcados por meio do texto “A resenha crítica – um gênero do âmbito jornalístico”, uma vez passíveis de conferência.
O relatório A prática relacionada à busca pelo conhecimento deve ser uma constante em nosso cotidiano. Tal afirmativa parece tornar-se ainda mais verídica à medida que nos conscientizamos de que “o saber”, tomado em seu sentido amplo, é incomensurável e, sobretudo, imprescindível ao nosso crescimento, pessoal e profissionalmente falando. Sempre que estabelecemos contato com um assunto que, até então, não nos é muito familiar, procuramos associá-lo, primeiramente, ao nosso conhecimento de mundo, ou seja, aquele conhecimento adquirido ao longo de nossa vivência. De forma que, ao nos atermos à questão do título em pauta, desde já o contextualizamos à nossa “bagagem” cultural e, desta feita, reconhecemos que ele se encontra relacionado à ação de relatar acerca de um determinado procedimento, fatos circunstanciais, leituras realizadas, filmes assistidos, dentre outras instâncias. Parece que se assim procedermos, tudo torna-se ainda mais claro e evidente, não é mesmo? Mas de modo específico, partiremos para conhecer um pouco mais sobre as características inerentes a essa modalidade textual. O relatório compõe aquela que ora se denomina de Redação Técnica, que além de requisitar o emprego do padrão formal da linguagem, ainda se constitui de determinadas técnicas essenciais à sua produção. Assim como o requerimento, a declaração, o manifesto, a carta comercial, dentre tantos outros casos representativos. O gênero em questão costuma se evidenciar tanto no universo escolar quanto no acadêmico. Sem contar que em meio ao ramo empresarial ele também se encontra inserido, dada a infinidade de situações de aplicabilidade. Em virtude de pertencer ao âmbito linguístico escrito, compõe-se de algumas particularidades, é o que veremos adiante: * Título – Esse costuma ser objetivo, claro e sintético; * Remetente – Refere-se à autoria do documento; * Destinatário – Refere-se à pessoa para a qual é destinado; * Assunto – É o desenvolvimento em si do discurso proferido, contendo todas as informações relevantes ao que ora se pretende relatar; * Conclusão – Trata-se do fechamento das ideias apresentadas, ou seja, o que pôde ser obtido com o procedimento realizado como um todo.
O relato pessoal
Parece interessante... mas a verdade é que nós, enquanto seres eminentemente sociais, somos contagiados pelo desejo de compartilhar fatos decorrentes da nossa vivência com alguém em que podemos confiar, seja um parente próximo ou “aquele velho amigo”. Tais fatos tanto podem ser alegres, tristes, trágicos, horripilantes ou cômicos, o fato é que a todo o momento estamos relatando sobre algo, embora às vezes passe despercebido. Por se tratar de um procedimento corriqueiro, nem sempre nos damos conta da referida atitude. Tem-se assim uma ideia generalizada do assunto em questão. No entanto, nosso objetivo é dar ênfase ao estudo do relato enquanto modalidade textual, levando-se em consideração suas características de ordem linguística. Quando nos referimos ao ato de narrar, tão logo nos remetemos à ideia de contar sobre algo, e como tal, todo e qualquer acontecimento se perfaz de determinados elementos, entre os quais podemos mencionar: personagens, tempo, narrador, espaço enredo. Aspectos esses que nos parecem bastante familiares, semelhantes a algum tipo textual que já norteia nossos conhecimentos, não é verdade? Pois bem, parecemos estar convictos de que se trata de uma narração. Portanto, partindo desta prerrogativa, temos que o relato, por se tratar de um discurso condizente a experiências pessoais, geralmente é narrado em 1ª pessoa, no qual os verbos se encontram no presente ou no pretérito, e a linguagem pode variar, podendo adquirir um caráter tanto formal quanto informal. Tudo dependerá do grau de intimidade existente entre narrador e seus respectivos interlocutores. Tendo como foco o estudo do relato como gênero, atentamos para o fato de que este pertence à modalidade escrita da linguagem e, por assim dizer, o caracterizamos como sendo um gênero no qual alguém conta fatos relacionados à sua vida, cuja função é registrar as experiências pessoais no intento de que estas possam servir como fonte de consulta ou aprendizado para outras pessoas. Entretanto, o relato pode materializar-se pela oralidade, tendo como público expectador um ou mais ouvintes. Comumente, ao participarmos de um evento, no qual temos a oportunidade de assistirmos a palestras, seminários e conferências, percebemos que o palestrante em um determinado momento alia ao seu discurso fatos que envolvem sua trajetória cotidiana, os quais denotam verdadeiras lições de vida e ensinamento. Sendo assim, para que o relato possa se tornar passível de constatação por várias pessoas, ele poderá ser gravado, seja em áudio ou vídeo e, posteriormente, ser transcrito e publicado por inúmeros meios de comunicação, dentre estes, jornais, revistas, livros, sites, entre outros, passando a se caracterizar com documentos históricos de notável importância.
O manifesto - Um gênero que visa ao exercício da cidadania
Comumente nos deparamos com fatos sociais relacionados a um grupo de pessoas que se unem em prol de uma reivindicação pautando-se por finalidades distintas. Melhoria de salários, mais investimentos na saúde, educação e segurança por parte das autoridades políticas, dentre outras. Tal atitude revela que a democracia cada vez mais se torna atuante na vida em sociedade, na qual os cidadãos demonstram estar conscientes de seu verdadeiro papel, cumprindo com seus deveres, mas também exigindo aquilo que lhe é de direito. Mediante o estudo do manifesto, tido por excelência como um gênero textual, temos por objetivo enfatizar acerca de suas características de natureza linguística, analisando, sobretudo, sua finalidade discursiva. O manifesto situa-se entre os chamados gêneros argumentativos, cujo propósito do emissor é persuadir, convencer o interlocutor por meio de argumentos considerados plausíveis. Didaticamente, devemos concebê-lo como sendo a forma pela qual um grupo, de forma coletiva, expressa seus pensamentos sobre um determinado assunto de ordem social, política, cultural, etc. A referida modalidade há tempos já se fez recorrente, como bem nos retratam renomados artistas, tais como Oswald de Andrade, autor de o Manifesto Antropófago, Karl Marx e Friedrich Engels, representando o Manifesto Comunista, André Breton, com seu Manifesto Surrealista, dentre tantos outros. Todos envoltos pelo mesmo objetivo: revelar o verdadeiro posicionamento do ser humano diante de um determinado fato, apontando suas opiniões e, de certa forma, interferindo socialmente, podendo quem sabe... até mudar o sentido, o rumo da história da humanidade. No que concerne à linguagem empregada, esta pode variar conforme o estilo dos manifestantes, o público-alvo e o instrumento de divulgação. Normalmente, quando divulgado em jornais, revistas e/ou até mesmo na Internet, atribui-se o padrão formal da língua. Quanto aos aspectos estruturais, compõe-se dos seguintes elementos: * Título – Revela de modo sintético a ideia, o pensamento apresentado. * Corpo do texto – Retrata de modo claro o posicionamento dos autores em questão, acompanhado dos argumentos convincentes que o justificam. * Local, data e assinatura dos manifestantes. A título de efetivarmos ainda mais os nossos conhecimentos acerca do gênero em estudo, analisemos o exemplo a seguir: A paz e ano 2000 O Manifesto 2000 pela paz. Reconhecendo a minha cota de responsabilidade com o futuro da humanidade, especialmente com as crianças de hoje e as das gerações futuras, eu me comprometo em minha vida diária, na minha família, no meu trabalho, na minha comunidade, no meu país e na minha região – a: Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou preconceito; Praticar a não violência ativa, rejeitando a violência sob todas as suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis
como as crianças e os adolescentes; Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um espírito de generosidade visando o fim da exclusão, da injustiça e da opressão política e econômica; Defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, dando sempre preferência ao diálogo e a escuta do que ao fanatismo, a difamação e a rejeição do outro; Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de desenvolvimento que respeitem todas as formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta; Contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, com a ampla participação da mulher e o respeito pelos princípios democráticos, de modo a construir novas formas de solidariedade. (www.unesco.org.br/noticias/noticias2000/nu200/nu200e/mostra¬_documento) Até mesmo os gêneros, assim como tantos outros elementos do cotidiano, aos poucos, estão se adaptando às necessidades de expressão e ao dinamismo que hoje norteiam a realidade circundante. Diante de tal pressuposto, notamos uma divergência do exemplo exposto em relação ao modelo padrão, haja vista tratar-se de um documento veiculado em meio eletrônico, percebemos que ao invés de o discurso assumir um caráter coletivo, cada pessoa declarou em 1ª pessoa seu compromisso com uma vida melhor, com vistas a promover a paz, justiça, solidariedade, respeito ao meio ambiente, democracia, dentre outros propósitos.
O esquema e o resumo - fortes aliados diante da compreensão textual
Caso parássemos para analisar, chegaríamos à conclusão de que a língua nos oferece uma infinidade de recursos para que possamos interagir com o dinamismo e com a riqueza de detalhes proporcionados por ela. Como exemplos de tais benefícios, enfatizamos o esquema e o resumo – duas importantes ferramentas que nos auxiliam na compreensão de um texto, bem como nos norteiam de modo a delimitarmos nossas ideias diante da arte de redigir. Compreender o discurso retratado por todo e qualquer texto é estabelecer familiaridade com este, tendo em vista o único objetivo em si mesmo firmado pelo emissor – promover a verdadeira interação com o leitor. Tal ato assemelha-se à desmontagem de um aparelho, em que cada peça parece desempenhar uma função específica. Tal qual acontece à matéria discursiva, em que as palavras se manifestam por meio de frases, períodos subsequentes, parágrafos bem dispostos e, por fim, resultando numa materialidade linguística. Apoiados no propósito de realizar efetivamente esse procedimento, podemos fazer uso do esquema e do resumo, os quais, como dito anteriormente, nos subsidiarão para tal. Ao resumirmos um texto, estamos realizando uma espécie de intertextualidade, aqui representada pela paráfrase, procurando manter sua essência e focalizar apenas suas principais ideias. Assim acontece com a produção de um esquema, pois por meio dele separamos a ideia central, identificamos os argumentos favoráveis e contrários e, sobretudo, atribuímos a conclusão a que podemos chegar, como sendo o resultado final de nossa análise.
Quando imbuídos no propósito de redigir um texto, os referidos benefícios também se mostram bastante eficazes, pois uma produção textual só pode ser concebida plausível quando o discurso se mostra claro, objetivo e preciso. Sendo assim, para que tal propósito seja alcançado, se faz necessário, primeiramente, elencarmos o ponto de vista a ser defendido e, principalmente, nos apoiarmos em argumentos que o justificarão. Não podemos deixar de mencionar também que ambos os recursos tendem a nos auxiliar em algum processo avaliativo, provas aplicadas nos mais variados ambientes educacionais, tais como: escolas, faculdades e cursos profissionalizantes, ou em concursos públicos e vestibulares.
O editorial - Uma modalidade que circunda no cotidiano jornalístico O editorial expressa a opinião de um jornal ou revista acerca de um assunto Situando-nos ao contexto que caracteriza os gêneros veiculados pelo universo jornalístico, ressaltamos uma característica que lhes é peculiar – a objetividade. Embora um repórter, estando diante do exercício de suas funções, prima-se por se manter o mais imparcial possível, é inegável que ele, assim como qualquer outro ser, seja dotado de pensamentos e opiniões próprias. Diante de tal ocorrência, os veículos de comunicação, ora representados pelos jornais impressos e revistas, optam por estabelecerem delimitações entre a notícia e o editorial. Tais delimitações referem-se aos aspectos que se divergem em ambos os gêneros, uma vez que este retrata um discurso voltado para a argumentação, ressaltando a opinião coletiva dos integrantes do jornal, e aquele tem por objetivo apenas informar ao leitor/expectador acerca dos fatos inerentes a um determinado acontecimento. Daí a imparcialidade, isentando-se de quaisquer traços de pessoalidade por parte do emissor (no caso, o profissional atuante). As referidas elucidações nos fazem concluir que o editorial se caracteriza por representar um gênero textual que expressa a opinião de um jornal ou revista em relação a um determinado assunto – aspecto que revela sua finalidade persuasiva. Pelo fato de se atribuir a uma opinião coletiva, a autoria não é identificada. Notadamente, em virtude da heterogeneidade de posicionamentos. No que tange ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de destaque. A título de complementaridade, analisemos a forma pela qual se compõe o gênero em questão. Em termos estruturais, podemos dizer que ele se apresenta sob: * Uma síntese, constituída por uma apresentação – Constituída geralmente pelo 1º e 2º parágrafo, refere-se à exposição da ideia principal com base na ideia a ser defendida. * O corpo do editorial – Revela os argumentos que fundamentam a ideia principal em relação ao posicionamento atribuído pelo veículo de comunicação em referência.
* A conclusão – Refere-se a uma possível solução para o problema levantado ou, em determinados casos, incita o leitor a uma reflexão sobre o assunto em pauta.
O e-mail - Um gênero textual do meio eletrônico
Eis que nos deparamos com mais um gênero... Mas só que desta vez parece se tratar de uma modalidade que as pessoas utilizam mais frequentemente, não é verdade? O termo e-mail (redução de eletronic mail) significa “correio eletrônico”. Tem por função designar tanto a mensagem enviada por meio da Internet quanto o endereço para o qual enviamos a mensagem. Normalmente, costuma obedecer ao seguinte padrão:
[email protected], no qual o nome se refere ao usuário; o símbolo @ informa ao computador que o conjunto das informações é um endereço de e-mail; o provedor é a empresa que possibilita o acesso à Internet, mediante o pagamento de uma taxa; o termo “com” significa comercial e “br”, Brasil. O fato é que as inovações tecnológicas estão em plena ascendência e, por sua vez, acabam exercendo influência no cotidiano de seus usuários. Por incrível que pareça, é notória a necessidade que a própria sociedade nos impõe para acompanharmos seu dinamismo. Quando o contrário acontece, sentimo-nos excluídos, sem contar que tal adequação nos confere também um aperfeiçoamento no que diz respeito ao campo profissional, uma vez que precisamos acompanhar essa evolução, posto que é tamanha a exigência do mercado “lá fora”. Assim sendo, o surgimento da Internet possibilitou uma maior interação entre as pessoas. Por meio dos inúmeros recursos, tais como os sites de relacionamento, representados pelo Orkut, Facebook, dentre outros, elas têm a oportunidade de trocar experiências com outras, não importando o local em que se encontrem. De forma que, atualmente, o contato é feito de maneira precisa e dinâmica, visando a atender as reais necessidades entre os interlocutores. Logo, ao enfatizar sobre as características linguísticas a que se refere o e-mail, temos que, em termos estruturais, ele se assemelha a outros gêneros, tais como: o bilhete, memorando e, sobretudo, a carta. Analisemos cada um de seus elementos juntamente com as funções desempenhadas por estes, de modo a efetivarmos plenamente os nossos conhecimentos: * Vocativo - refere-se à pessoa para a qual é destinada. * Texto - caracterizado pela mensagem propriamente dita. * Despedida, seguida da assinatura do remetente. Quanto à linguagem, esta varia de acordo com o grau de intimidade entre os interlocutores envolvidos, podendo haver até redução de termos, representada pelas “inevitáveis” abreviações.
O debate - Uma modalidade essencialmente argumentativa
Tendo em vista que a linguagem cumpre um papel estritamente social, o fato de estarmos a todo momento dialogando com as pessoas ligadas ou não ao nosso convívio diário, retrata o dinamismo que nutre a vida em sociedade. Pode até parecer imperceptível, mas a verdade é que cotidianamente estamos argumentando e contra-argumentando acerca do mais variados assuntos. Dado o caráter ímpar que norteia o ser humano, tal ato nos revela a capacidade que temos em retratar nossos desejos, opiniões, pensamentos, de modo a nos posicionar diante de algo, aceitando ou refutando. Assim, demonstramos não ser alienados, haja vista a necessidade que temos em convencer o “outro” por meio de nossos argumentos, expondo livremente nossa ideias e, obviamente, mantendo o bom senso em respeitar as opiniões alheias às nossas. Até então, a arte de debater foi observada de uma maneira ampla, retratando uma atitude extremamente corriqueira. Atendo-nos ao caráter didático a que se insere o debate, sua ocorrência está ligada ao universo escolar, como também ao acadêmico. Mediante a proposta do educador em realizar um debate, ele tem por objetivo aguçar a oralidade dos discentes e, ao mesmo tempo, avaliar o nível de conhecimento e o poder de argumentação acerca de um determinado assunto. Em geral, o que se propõe a discutir deve estar condicionado a um fato polêmico, passível de discussões e, na maioria dos casos, até de propostas visando à solução da problemática instaurada. Há também o debate veiculado pelos meios de comunicação, comumente manifestado em épocas eleitorais, em que os candidatos discutem suas propostas de campanha, visando a se manifestar publicamente junto aos seus eleitores. Em tal situação, sempre há a presença de uma pessoa que intermedeia o momento das falas, coordenando o grupo de debatedores, dando a palavra a cada um dos participantes e atribuindo-lhes o direito de réplica. A linguagem utilizada diante dessa ocorrência, pauta-se pelo emprego do padrão formal, posto que se trata de algo que, necessariamente, tende a conferir uma certa credibilidade por parte do público espectador. A postura ocupada pelos participantes também é de fundamental importância, visto que a imagem retrata muito sobre o perfil dos emissores. Notadamente, concluímos que em quaisquer que sejam as situações, o privilégio de poder discutir sobre um determinado tema, visto sob variados ângulos, é uma atitude altamente enriquecedora, uma vez que “debater” significa não somente mudar o outro, mas também modificar a nós mesmos. A partir desta troca de experiências temos a oportunidade de crescermos coletivamente, ampliando os nossos conhecimentos e enriquecendo nossa visão de mundo.
Diário de ficção No diário de ficção, o objetivo da enunciação se deve, única e exclusivamente, à intenção de agradar ao leitor Sabe-se que nos dias atuais, em se tratando das propostas sugeridas pelas universidades, no que se refere aos gêneros textuais cobrados na prova de Redação, há uma flexibilidade maior no sentido de
o candidato se sentir mais à vontade para optar entre esta ou aquela modalidade a ser produzida– o que facilita de modo satisfatório a vida dele/dela, haja vista que a familiaridade que se tem por este e não por aquele gênero demarca tão somente as verdadeiras razões da escolha. Assim, suponhamos que as modalidades sugeridas resultem no editorial, na carta argumentativa ou no diário de ficção. Obviamente que aquele em que as habilidades se mostrarem um pouco mais familiares, digamos assim, será o escolhido. Assim, acerca dos casos representativos acima citados, sobretudo no que diz respeito aos dois primeiros (editorial e carta argumentativa), todos nós já temos uma noção acerca das características linguísticas, bem como da estrutura que os compõe. Desse modo, não seria descabido afirmarmos se tratar de gêneros em que o emissor não dispõe de certa liberdade, em termos de recursos estilísticos, para construir seu discurso, haja vista o caráter argumentativo que os nutre (daí a razão da impessoalidade, acima de tudo). Agora, no que se refere a esse último dos exemplos, uma vez demarcado pelo diário de ficção, atesta-se uma mobilidade no que diz respeito à enunciação, justamente por se tratar de um texto híbrido. Híbrido no sentido de que recursos expressivos, tais como o uso de figuras de linguagem, uso de certo coloquialismo, desde que esse esteja totalmente a favor do próprio projeto de texto, são perfeitamente aceitáveis. Dessa forma, cabe ressaltar que a ideia que se tem do diário “íntimo”, uma vez comparada ao diário de ficção, destoa-se, visto que enquanto no diário comum a interlocução reside no próprio “eu”; no ficcional, ela é destinada ao público, isto é, não é feito para ser trancado às sete chaves, mas sim para ser publicado. Outro aspecto que também pontua tais diferenças de uma forma significativa diz respeito ao próprio título, demarcado por “ficcional”, em que tudo tem a ver com a Literatura, na qual o emissor acaba mobilizando o leitor a partir das próprias estratégias de comunicação, ou seja, o foco agora não se destina à percepção sensível de alguém que faz anotações para si mesmo(a), mas ao efeito que se deseja produzir no público-leitor. Cabe afirmar, ainda, que, enquanto no diário convencional (íntimo) as anotações não possuem cunho retórico, no ficcional, elas assumem totalmente esse aspecto, pois parte do que antes era concebido como individual para social. Sintetizando, temos que no gênero em questão, o propósito enunciativo é agradar os leitores, diferentemente do que ocorre quando a interlocução se destina ao próprio eu subjetivo. Como se vê, motivos parecem não faltar para que você aprimore suas habilidades linguísticas no que se refere aos aspectos que norteiam o gênero enfatizado, haja vista fazer parte dos requisitos exigidos nas provas de seleção, como antes enfatizado.
Cartas de reclamação e de solicitação As cartas de reclamação e de solicitação definem-se pelo caráter argumentativo Permeados em meio às distintas situações comunicativas que compartilhamos cotidianamente se encontram aqueles gêneros que permitem expressarmos nosso posicionamento de forma ainda mais democrática acerca dos problemas sociais, entre eles, o abaixo-assinado, a carta aberta, carta do leitor e, por que não dizer, as cartas de reclamação e de solicitação, todas essas modalidade marcadas pelo teor argumentativo.
Assim, em se tratando do gênero em questão, eis que ambas as modalidades nos instigam a um questionamento relevante: se assim se concebem, ou seja, se uma diz respeito à reclamação e a outra à solicitação, para quem, ou seja, quem será o destinatário para o qual tais cartas serão enviadas? Nesse sentido, como se trata de um espaço em que você terá a oportunidade de fazer reivindicações acerca de uma problemática instaurada, obviamente que tem de se tratar de alguém com plenos poderes para tal, caso contrário, a finalidade discursiva a que se propõe a comunicação não teria nenhuma aplicabilidade. Nesse sentido, seja para apresentar reclamações acerca de um problema voltado para a comunidade de uma forma geral, seja para solicitar que algo seja resolvido, o fato é que quanto mais os argumentos apresentados estiverem calcados em bases sólidas, em ideias que realmente farão a diferença no momento de fazer com que o interlocutor se convença de que realmente o problema carece de um olhar mais cuidadoso, mais as possibilidades de retorno poderão ser efetivadas. No que se refere à linguagem nelas manifestadas, cabe ressaltar que além de fazer uso do padrão formal, a precisão, objetividade e consistência nos argumentos elencados são, sobretudo, fatores imprescindíveis, preponderantes. Não esquecendo, sobremaneira, de que tais modalidades, assim como os demais gêneros, obedecem a uma estrutura previamente definida, a qual deve ser rigorosamente seguida. Dessa forma, entre os elementos, cabe ressaltá-los: * Local e data; * Identificação do destinatário – por se tratar de alguém cujo cargo ocupado requer um tratamento mais respeitoso, o uso do pronome de tratamento adequado se torna indispensável; * Vocativo; * Corpo do texto, seguido de argumentos que justifiquem o discurso manifestado; * Expressão de despedida; * Assinatura; * Nome do remetente.
Carta do leitor
Gênero textual que se reserva às opiniões dos leitores Deparamo-nos com uma modalidade relacionada aos diversos gêneros textuais que permeiam a nossa convivência em meio à sociedade. E por assim dizer, você já teve a oportunidade de enviar, ou mesmo já se dedicou a ler alguma? Caso sua resposta seja negativa, não se assuste! O dinamismo pelo qual perpassa as relações sociais é tamanho e, em função disso, nem sempre temos o privilégio de priorizarmos esta ou aquela tomada de atitude.
Tendo em vista que o conhecimento deverá ser concebido sempre como algo não mensurável, ampliaremos os nossos conhecimentos acerca das características concernentes a mais uma situação comunicativa da qual compartilhamos cotidianamente. Geralmente veiculada pelos meios de comunicação representados pelos jornais e revistas, a carta de leitor pauta-se pela exposição de determinados comentários por parte do emissor. Ele, ao travar conhecimento sobre uma matéria jornalística divulgada por um jornal ou revista, tem a liberdade de expor sua crítica, apresentar seu elogio, expressar alguma dúvida e até mesmo sugerir algo acerca do assunto ora relatado. Quanto aos aspectos referentes à linguagem, há uma flexibilidade no que tange ao público-alvo, ou seja, em se tratando de um público mais jovem, poderá prevalecer uma certa informalidade, e no caso de uma revista destinada à informação, como por exemplo, Veja, Isto é, Superinteressante, dentre muitas outras, a linguagem tende a ser mais formal. Não deixando de mencionar sobre os elementos que a constituem, estes se assemelham aos da carta pessoal, tais como: data, vocativo (a quem a carta se dirige), corpo (a mensagem propriamente dita), despedida e assinatura do remetente. Em virtude de haver variação quanto à complexidade das cartas enviadas (tamanho), a equipe de redação do jornal tem plenos poderes para condensá-las, com vistas a torná-las aptas à publicação, mesmo porque o espaço a elas destinado não é muito amplo. Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por assunto, isto é, relacionadas às devidas matérias jornalísticas a que se referem.
Carta aberta
Várias são as situações comunicativas nas quais se efetiva a interação entre emissor/receptor, seja para persuadir, informar, entreter, informar, instruir, ou outras finalidades discursivas. Tais situações manifestam-se, didaticamente, por meio dos chamados “gêneros textuais”, cuja ocorrência se exprime em todas as esferas da sociedade – no âmbito jornalístico (tanto oral quanto impresso), escolar, acadêmico, no meio eletrônico, entre outros. Os gêneros textuais, ora representados pela carta, primam-se por distintos objetivos – o de apenas estabelecer a comunicação de uma forma livre, e aquele em que se predomina a força da argumentação, ou seja, ocasiões em que a intenção do remetente é persuadir o destinatário, no intento de convencê-lo por meio de argumentos plausíveis. Na referida situação, o instinto persuasivo é representado por uma reivindicação destinada a alguém com amplos poderes em manifestar-se acerca do caso, com vistas a concretizar os objetivos propostos pelo emissor, ou seja, promover a solução para a problemática apontada. Esse alguém pode ser uma autoridade política, diretor de um estabelecimento educacional, reitor de uma universidade e até mesmo uma pessoa com grau de hierarquia mais elevado, em se tratando de uma
empresa. Aqui, de maneira específica, ater-nos-emos às particularidades inerentes à carta aberta – caracterizada como sendo um gênero textual de caráter argumentativo pertencente a uma pessoa ou até mesmo a um grupo, cujo objetivo é manifestar-se publicamente, revelando sua opinião ou reivindicando algo. Outro aspecto de total relevância é que, normalmente, ela é veiculada pelos órgãos de imprensa. Quanto aos aspectos estruturais, o gênero em foco apresenta a seguinte estrutura: • Um título: sua finalidade é revelar o destinatário, sendo que este pode ser amplo, como por exemplo, a sociedade como um todo. • A introdução: consta-se de um trecho, geralmente atrativo, que enfatiza o problema a ser resolvido; • O desenvolvimento: trata-se da exposição do assunto em si, pautado por argumentos concretos e passíveis de análise, visando a uma posterior solução; • A conclusão: encerra todo o discurso, solicitando uma possível solução para o caso abordado
Campanha comunitária A campanha comunitária pertence aos gêneros de cunho persuasivo Falar sobre gêneros textuais se concebe como uma recorrência linguística, haja vista que recorrentes são as circunstâncias sociocomunicativas que compartilhamos cotidianamente. Partindo desse pressuposto, não raras são as vezes em que você se pergunta acerca do porquê de conhecê-las melhor, pois aparentemente “parece” que apenas pelo fato de assim classificá-las e identificá-las já seria o bastante. Assim, esse limitar de consciência (apenas se inteirando da existência) representa nada mais que os meros enganos que cometemos, não só de sua parte (provavelmente), mas também por parte de um contingente significativo de demais usuários do sistema linguístico, ou seja, acabam por acreditar que essas manifestações apenas se dão ao nível da oralidade, quando na verdade não é bem assim, haja vista que boa parte se efetiva por meio, justamente, da escrita. Assim, eis que não precisamos de motivos mais pontuais para entender o porquê de nos interagirmos cada vez mais com as particularidades, sobretudo linguísticas, que norteiam essa gama de circunstâncias comunicativas. Em face dessa necessidade é que elegemos mais um dos gêneros – aqui demarcado pela campanha comunitária. É claro que apenas de citar, já temos uma noção, ainda que vaga, acerca do que se trata, mas como convém, assimilaremos acerca de alguns outros aspectos. O primeiro deles é entender que a finalidade expressa por tal comunicação resulta tão somente na persuasão, ou seja, o objetivo principal é esclarecer a população sobre determinado assunto e, ao mesmo tempo, mobilizá-la, persuadi-la a colaborar. Dessa forma, desde o início, o texto deve se compor de verbos expressos no modo imperativo, já que a finalidade é essa (persuadir). Assim, a linguagem utilizada, sempre
variando com o público para o qual é destinada, tem de estar adequada ao contexto comunicativo, bem como se mostrando um tanto quanto atrativa, geralmente expressa em letras garrafais, grandes. Acerca desse último aspecto não é de todo descartada a possibilidade de compreendermos que determinados recursos estilísticos podem ser perfeitamente aceitáveis, dada a natureza da situação em si, por isso, cabe realmente à enunciação cuidar para que os propósitos estejam bem definidos, principalmente porque se trata de algo para convencer, e por que não dizermos para instruir? Sim, instruir, pois pode muito bem, ao conclamar a população para algo, instruí-la também a como proceder diante de uma dada atitude.
Biografia
A biografia se caracteriza como um gênero textual, constituída de particularidades linguísticas próprias Falar sobre biografia certamente não representa para você algo tão inusitado, dada a recorrência desse tipo de texto em algumas circunstâncias cotidianas, como em trabalhos escolares – representando uma das etapas a serem cumpridas durante a pesquisa. Sim, não há a menor possibilidade de abordarmos acerca dos feitos relacionados a uma determinada pessoa sem antes enfatizarmos quem foi ela. Daí, equivale afirmar que tal modalidade, por vezes, não se encaixa aos nossos conhecimentos tal como deveria, ou seja, cumprido toda completude de características, definições, enfim, para sermos um pouco mais específicos e precisos, não a concebemos com “olhos” de quem a caracteriza como gênero textual. Gêneroporque caracteriza uma das muitas circunstâncias comunicativas que compartilhamos no dia a dia, e como tal, perfaz-se de características linguísticas, inclusive no que se refere ao modo composicional, ou seja, no que tange à estrutura propriamente dita. Nesse ínterim, lembramos sempre, sobretudo quando damos ênfase à questão dos gêneros, das finalidades discursivas a que se propõe cada uma dessas situações de comunicação, como já falado. Assim, nessa, em específico, a finalidade a cumprir é justamente deixar o interlocutor informado acerca dos dados biográficos de alguém, ou seja, da vida dessa pessoa. Dessa forma, equivale dizer que, tendo em vista essa finalidade a cumprir (relatar acerca da vida de uma determinada pessoa), a ordem cronológica dos acontecimentos, desde o momento do nascimento, representa fator de extrema preponderância. Desse modo, não é descabido afirmamos que se trata de uma ordem bem estruturada e que a intenção é mostrar, passo a passo, os acontecimentos vividos pela pessoa biografada. Outro aspecto, não menos importante, diz respeito à colocação dos verbos, haja vista que, teoricamente, esses devem ser retratados no pretérito perfeito do modo indicativo, que não deixa de ser uma constatação plausível, contudo, podem estar, também, no presente do modo indicativo, o que chamamos de presente histórico. Quanto à pessoa gramatical, obviamente que essa se demarca pela terceira pessoa do singular.
Artigo de opinião Posicionar-se acerca de um determinado tema – Principal característica do gênero Em meio à nossa vivência do dia a dia, estamos a todo instante nos posicionando a respeito de um determinado assunto. Essa liberdade que nos é concedida faz com que nos tornemos seres ímpares, dotados de pensamentos e opiniões acerca da realidade circundante, por vezes absurda e cruel. Tal particularidade, relacionada a este perfil singular, desencadeia uma série de posicionamentos divergentes, os quais são debatidos e confrontados por meio de uma interação social – fato que confere uma característica dinâmica à sociedade, visto que, caso contrário, as relações humanas se tornariam frustrantes e monopolizadas. De forma específica, atenhamo-nos ao título em questão quando o mesmo perfaz-se de dois termos básicos: Artigo e opinião. Procurando compreendê-los de acordo com seu sentido semântico, surgenos numa primeira instância, a ideia de algo relacionado à escrita. Munidos de tal percepção, sabemos que a mesma constitui-se de certas particularidades específicas, e mais! Trata-se de um gênero textual comumente requisitado em exames de vestibulares e concursos públicos de uma forma geral. Sendo assim, torna-se imprescindível incorporá-lo aos nossos conhecimentos e, sempre que necessário, colocá-lo em prática. Enfatizaremos então sobre alguns pontos pertinentes à modalidade em referência. O artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico e tem por finalidade a exposição do ponto de vista acerca de um determinado assunto. Tal qual a dissertação, ele também se compõe de um título, um parágrafo introdutório o qual se caracteriza como sendo a introdução, ao explanar de forma geral sobre o assunto do qual discutirá. Posteriormente, segue o desenvolvimento arraigado na desenvoltura dos argumentos apresentados, sempre tendo em mente que esses deverão ser pautados em bases sólidas, com vistas a conferir maior credibilidade por parte do leitor. E por fim, segue a conclusão do artigo, na qual ocorrerá o fechamento das ideias anteriormente discutidas.
Anúncio classificado
Você já percebeu quão grande é a diversidade de textos com os quais travamos familiaridade no nosso dia a dia? Em função disso, novamente estamos diante de um gênero textual bastante propagado pelos veículos de comunicação em massa, tais como jornais impressos, revistas e até pelos jornais divulgados no meio eletrônico. O gênero textual denominado “anúncio classificado” possui uma característica que lhe é intrínseca, a persuasão. Como a finalidade discursiva pauta-se por divulgar algo, o objetivo é, realmente,
persuadir o interlocutor com vistas a satisfazer tal pretensão. Comumente, temos a oportunidade de nos deparar com anúncios de diversas naturezas: venda, troca, aluguel de imóveis, veículos, objetos, dentre outros. Há também aquele anúncio no qual o emissor oferece vagas relacionadas à oferta de empregos, como também existem profissionais que se dispõem a oferecer sua mão de obra de acordo com a sua formação e experiência obtida ao longo do tempo. Em relação à maneira como são dispostos, geralmente costumam ser separados por categoria. Até mesmo por uma questão de estética e organização, como também para facilitar o contato por parte do interlocutor. No que se refere ao discurso, esse se apresenta conciso, claro e objetivo. A presença de uma linguagem não verbal (imagens) atua como uma fonte atrativa. Outro aspecto de total relevância é que o emissor procura estabelecer um contato mais direto com o público-alvo, ao mencionar dados pessoais que possibilitem um contato maior, tais como número de telefone, endereço físico ou eletrônico ou qualquer outro. Analisemos, pois, um pouco mais sobre a estrutura inerente ao gênero em questão: Título – Costuma ser atrativo, claro e direto; Corpo do texto – Constitui-se das informações necessárias a alcançar o que se pretende, como, por exemplo, dados completos acerca do produto anunciado; Meio de contato – Imprescindível para que a comunicação se efetive.
Abaixo-assinado - Um gênero textual reivindicativo
Em meio à dinâmica que norteia nosso cotidiano, nem sempre nos atemos às nossas atitudes, até porque uma característica inerente ao ser humano é priorizar àquilo que retrata novidade. Em função disso, algumas delas tornam-se banais aos nossos olhos. Exatamente pelo caráter corriqueiro é que não percebemos, mas a todo o momento estamos argumentando e contra-argumentando, mediante as mais variadas situações das quais compartilhamos. E quando se trata de tal argumentação, a mesma está condicionada ao privilégio que nos é atribuído enquanto seres humanos ímpares – o de podermos expressar nossas opiniões, revelar nossos sentimentos e, sobretudo, manifestar nosso senso crítico diante dos fatos pertinentes às relações sociais como um todo. Aqui, de forma específica, enfatizaremos sobre um dos gêneros textuais comumente utilizados no nosso dia a dia – o abaixo-assinado. Trata-se de um texto de cunho argumentativo, no qual um determinado grupo de pessoas se mobiliza em prol de uma reivindicação destinada a alguém com poder de decisão, visando à solução da problemática ora requisitada. Lembrando de que, ao nos
referirmos sobre este alguém, estamos relacionando-o a reitores de universidades, autoridades políticas de uma maneira geral, síndicos, representantes de bairros, dentre outros. Tendo em vista a necessidade de formalizar a solicitação por meio de algo que esteja devidamente registrado, visando à credibilidade da mesma, destacaremos alguns pontos que incidirão no momento da escrita, e que, diga-se de passagem, precisam de nossa atenção. Como se trata de uma comunicação realizada de forma coletiva, embora endereçada a um destinatário específico, a estrutura assemelha-se àquela presente nas cartas. Vejamos, pois: # Vocativo – Relaciona-se à pessoa para a qual a solicitação é destinada, acompanhada do devido pronome de tratamento, relacionando-o ao cargo/função desempenhado. Como por exemplo: Excelentíssimo Governador, Ilustríssimo Prefeito, dentre outros. # Corpo do texto – Constitui-se pela exposição da mensagem em si, procurando reforçá-la por meio de argumentos sólidos que justifiquem o objetivo pretendido. # Local, data e assinaturas dos solicitantes – permite-se que sejam anexados dados pessoais junto às assinaturas, tais como número do documento de identidade, endereço, profissão, dentre outros.
A resenha crítica - Um gênero do âmbito jornalístico
Ao nos referirmos sobre o âmbito jornalístico, torna-se importante mencionarmos acerca de suas finalidades. Sendo estas, basicamente, voltadas para a informação e para a opinião em se tratando dos acontecimentos sociais como um todo. Entretanto, há também uma outra, cuja intenção é informar aos seus leitores sobre as inúmeras opções voltadas para a cultura e lazer referentes a um determinado local. A título de comprovação, basta folhearmos algumas páginas de um jornal de grande circulação que lá ela se encontra. Trata-se de uma seção na qual existe toda uma programação relacionada a eventos cinematográficos, teatrais, shows artísticos, mostras culturais, passeios, dentre outros. Conjuntamente a esta, se encontra aquela direcionada para a crítica, cujo objetivo do emissor é descrever sobre o objeto cultural, podendo referir-se a um livro, filme, peça teatral, CD, entre outros, com vistas a estimular ou não o leitor a apreciá-lo. Como bem nos revelam Lakatos e Marconi (1996, p. 90) ao ressaltarem: Resenha crítica é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos: é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. A resenha crítica, em geral, é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem capacidade de juízo crítico. Também pode ser realizada por estudantes; nesse caso, como um exercício de compreensão e crítica. A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro ou artigo, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha visa, portanto, a apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra. Em se tratando de termos estruturais, pode-se dizer que o gênero possui uma estrutura livre. Tal afirmativa não quer dizer que não seja prioritário o relatar de seus principais aspectos. De modo
contrário, faz-se necessário o destaque de alguns elementos, tais como: * Referência bibliográfica – Autor (es), título, subtítulo, local da edição, editora e data. * Dados referentes ao autor – Quando? Por quê? Onde? * Dados referentes ao objeto analisado – De que se trata? O que diz? Possui alguma característica especial? * Resumo ou síntese das ideias principais. * Estilo atribuído pelo objeto de estudo – Conciso, objetivo, simples? Claro, coerente, preciso? Linguagem adequada? * Forma – lógica, sistematizada? Quanto à extensão do texto, esta pode variar conforme o espaço para o qual ela é destinada, sendo que, geralmente se perfaz de um texto mais curto, assemelhando-se a um resumo. A título de constatação acerca de tais pressupostos, observe a seguir um exemplo representativo: Um gramático contra a gramática Gilberto Scarton Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula. Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português". O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante. Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.
A reportagem e seus aspectos relevantes
O cotidiano jornalístico dispõe de vários gêneros, dos quais tomamos conhecimento diariamente, ora retratados oralmente, ora impressos, ou até mesmo veiculados pelo meio eletrônico. A reportagem, assim como a notícia, representa tal modalidade, cujo objetivo é proporcionar ao público leitor/expectador a interação com os fatos decorrentes da sociedade. A notícia e a reportagem apresentam aspectos convergentes e divergentes ao mesmo tempo. Em virtude de tal semelhança, daremos ênfase não somente às características inerentes à reportagem, mas também à notícia, no intuito de compreendermos efetivamente sobre suas peculiaridades. Os pontos em que se convergem estão relacionados aos aspectos estruturais, ou seja, é comum identificarmos na reportagem os mesmos elementos constituintes da notícia: Título ou manchete – Geralmente escrito em letras garrafais (maiúsculas), tem por objetivo atrair a atenção do público-alvo para o que se deseja comunicar. Daí o perfil atrativo, composto por frases concisas, embora bastante objetivas. Título auxiliar – Como bem retrata a própria nomenclatura, trata-se de um complemento do título principal, proporcionando um maior interesse por parte do interlocutor. Lide – Refere-se ao primeiro parágrafo e, de forma sucinta, apresenta todos os aspectos relevantes da comunicação em pauta, respondendo aos seguintes elementos constitutivos: Como? Onde? Quando? Por quê? Quem? . Corpo da reportagem – Caracteriza-se pelo desenvolvimento em si, apontando todos os pontos relevantes ao assunto abordado. O aspecto divergente é em relação à forma como se apresenta. A reportagem precisa ir além de uma simples notificação, fato representado pela notícia. Ela é resultante de inúmeras relações de causa e efeito, questionamentos, comparações entre pontos de vista diferentes, dados estatísticos, dentre outros pressupostos. Partindo-se de tais premissas é importante ressaltarmos também sobre como se materializa o tema proferido pela reportagem, podendo este ser narrado de forma expositiva – na qual o repórter se atém à apresentação simples e objetiva dos fatos; interpretativa – modalidade em que se estabelece conexão com acontecimentos já decorridos; e a opinativa – em que há um propósito de convencer o interlocutor acerca de uma determinada opinião.
A notícia - Um gênero textual de cunho jornalístico
A objetividade – característica pertinente a essa categoria Antes de adentrarmos de forma minuciosa no que se refere às características que norteiam o gênero em evidência, ora constituído pela notícia, torna-se de fundamental importância compreendermos o sentido retratado pelo termo – gênero textual. Ao nos referirmos a este, devemos associá-lo às inúmeras situações sociocomunicativas que circundam pelo nosso cotidiano. Todas possuem uma finalidade em comum, ou seja, uma intencionalidade pretendida pelo discurso que as compõe. Tais finalidades se divergem, dependendo do objetivo proposto pelo emissor mediante o ato comunicativo. Em se tratando da notícia, qual seria a intenção por ela pretendida? Certamente, a de nos informar sobre uma determinada ocorrência. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comunicação de uma forma geral, seja impressa em jornais ou revistas, divulgada pela Internet ou retratada pela televisão. Em virtude de a notícia compor a categoria preconizada pelo ambiente jornalístico, caracteriza-se como uma narrativa técnica. Tal atribuição está condicionada principalmente à natureza linguística, pois diferente da linguagem literária, que, via de regra, revela traços de intensa subjetividade, a imparcialidade neste âmbito é a palavra de ordem. Assim sendo, como a notícia pauta-se por relatar fatos condicionados ao interesse do público em geral, a linguagem necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa, isentando-se de quaisquer possibilidades que porventura tenderem a ocasionar múltiplas interpretações por parte do receptor. De modo a aprimorar ainda mais os nossos conhecimentos quanto aos aspectos inerentes ao gênero em foco, enfatizaremos sobre seus elementos constituintes: Manchete ou título principal – Geralmente apresenta-se grafado de forma bem evidente, com vistas a despertar a atenção do leitor. Título auxiliar – Funciona como um complemento do principal, acrescentando-lhe algumas informações, de modo a torná-lo ainda mais atrativo. Lide (do inglês lead) - Corresponde ao primeiro parágrafo, e normalmente sintetiza os traços peculiares condizentes ao fato, procurando se ater aos traços básicos relacionados às seguintes indagações: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê? Corpo da notícia – Relaciona-se à informação propriamente dita, procedendo à exposição de uma forma mais detalhada no que se refere aos acontecimentos mencionados. Diante do que foi exposto, uma característica pertinente à linguagem jornalística é exatamente a veracidade em relação aos fatos divulgados, predominando o caráter objetivo preconizado pelo discurso.
A entrevista - Um gênero basicamente oral
O enfoque aplicado ao termo “basicamente” se refere a uma noção genérica de que estamos acostumados a presenciar pessoas concedendo entrevistas aos veículos de comunicação, ora representados pelo rádio ou televisão, de forma presencial, ou seja, ao vivo. No entanto, há entrevistas que são transcritas para a linguagem escrita, como é o caso da ocorrência em jornais impressos ou revistas. O aspecto que incide na diferença entre a modalidade oral/escrita é justamente as marcas da oralidade, visto que a linguagem corporal, como, por exemplo, gestos, interrupção e retomada de pensamentos, também compõem o perfil do entrevistado. Tal gênero possui uma finalidade em si mesmo – a informação. Trata-se da interação entre os interlocutores, aqui representados na pessoa do entrevistador e do entrevistado, cujo objetivo desse é relatar suas experiências e conhecimentos acerca de um determinado assunto de acordo com os questionamentos previamente elaborados por aquele. Referindo-nos à questão inerente ao preparo prévio, este se faz necessário em função da credibilidade requisitada pelo gênero em foco. Mesmo sendo algo relacionado à fala, o emprego de um certo formalismo e a adoção de uma postura adequada são imprescindíveis. Analisemos de fato sobre a importância desse ato de proceder como tal. Ora, sabemos que há diferentes tipos de entrevistas, entre elas: a entrevista de emprego, a entrevista médica, a jornalística, dentre outras. A “imagem” que pretendemos passar fala muito a respeito de nós mesmos, daí a importância de nos posicionarmos de maneira condizente com os fatos circunstanciais. Não podemos deixar de mencionar que aliado a esses requisitos também se encontra aquele a que nos é primordial - a busca incessante pelo conhecimento com vistas à amplitude de nossa visão de mundo. No caso do entrevistador, é elementar que, antes de tudo, ele tenha domínio do assunto em referência de modo a elaborar um roteiro de perguntas consideradas plausíveis e, assim, alcançar seus objetivos propostos. Concluindo nossos conhecimentos com relação às particularidades da referida modalidade, analisemos alguns de seus elementos constitutivos. Geralmente, a entrevista costuma compor-se de: * Manchete ou título – Como o objetivo é despertar o interesse no público expectador, essa costuma vir acompanhada de uma frase de efeito, proferida de modo marcante por parte do entrevistador. * Apresentação - Nesse momento faz-se referência ao entrevistado, divulgando sua autoridade em relação ao posicionamento social ou relevância no assunto em questão, como, por exemplo, experiência profissional e conhecimentos relativos à situação em voga, como também os pontos principais relativos à entrevista. * Perguntas e respostas – Trata-se do discurso propriamente dito, em que perguntas e respostas são proferidas consoante ao assunto abordado. Em meio a essa interação há um controle por parte do entrevistador para demarcar o momento da atuação dos participantes.
A carta pessoal
A linguagem varia de acordo com o nível de intimidade entre remetente e destinatário Falar sobre o uso recorrente deste gênero textual, aqui representado pela carta, parece um tanto quanto retrógrado, posto que os recursos tecnológicos proporcionaram mudanças significativas no modo de ser e agir de grande parte das pessoas. Tempos atrás, a carta e o telegrama eram os únicos meios de comunicação escrita. Atualmente, a tecnologia permite que as pessoas, mesmo residindo em lugares distintos, interajam pelos inúmeros sites de relacionamento, dialogando em tempo real, como se estivessem frente a frente. Entretanto, torna-se essencial mencionarmos que a “era digital”, por motivos socioeconômicos, não atingiu toda a população. Há, portanto, quem ainda faça uso da carta para se corresponder com amigos e familiares que se encontram fora do convívio diário. Sem contar que, a carta, por se classificar dentre os inúmeros gêneros com os quais compartilhamos no nosso dia a dia, está entre os conteúdos relacionados aos diversos processos avaliativos, ora representados pelos exames de vestibulares e concursos públicos. Assim sendo, ela se classifica como um gênero textual especificamente utilizado na comunicação entre pessoas que mantêm um vínculo de relacionamento, cuja finalidade discursiva pode pautar-se por objetivos diversos – fazer um convite, atribuir agradecimentos, trocar notícias entre os interlocutores envolvidos, relatar sobre um passeio, dentre outros. Quanto aos aspectos de natureza linguística, a carta pessoal, assim como bem retrata a própria nomenclatura, se difere das demais correspondências em que prevalece um certo tecnicismo mediante regras pré-estabelecidas, como por exemplo, a carta argumentativa, a de apresentação e as demais correspondências oficiais. Tal divergência se refere ao predomínio de uma linguagem, que varia de acordo com o grau de intimidade entre o remetente e o destinatário, podendo prevalecer tanto o padrão formal quanto o coloquialismo. De modo a efetivarmos nossos conhecimentos acerca das particularidades inerentes ao gênero em questão, atentemo-nos para os seguintes elementos: * O local e a data – Geralmente compõem as partes iniciais, se encontrando posicionados à esquerda da folha; * O vocativo – Como se trata de uma comunicação relacionada a um assunto livre, poderá haver o emprego de alguns termos coloquiais, até mesmo gírias ou que denotem uma intimidade maior entre os interlocutores, tais como: Querida amiga; brother, caríssimo companheiro, etc. O vocativo pode ser seguido de dois pontos, vírgula ou não conter nenhum sinal de pontuação; * O texto – Trata-se do discurso propriamente dito, sendo desenvolvido de acordo com a finalidade a qual o remetente se propõe; * A despedida e a assinatura – Como dito anteriormente, dependendo do grau de intimidade
estabelecido pela convivência, a despedida tende a variar, podendo ser formal ou mais cortês, com vista a retratar uma certa afetividade. Quanto à assinatura, constará apenas o nome do remetente, sem atribuição ao sobrenome, algo bem simples, sem resquícios de formalidades. Outro aspecto elementar da referida modalidade está no fato de que ela é enviada pelo correio. Para tanto, precisa-se de todos os dados necessários a fazer com que a comunicação seja realmente efetivada, ou seja, na frente do envelope deverá conter os dados do destinatário– nome, endereço completo e CEP. No verso, deverão constar os dados referentes ao remetente, seguidos também de todos os elementos citados.
A Carta Argumentativa
Situando-nos diante do contexto que hoje rege de modo contundente as relações sociais, determinados meios de comunicação parecem não se adequar mais aos ditames vigentes. Mediante tal afirmativa, remetemo-nos ao assunto ora em discussão, ou seja, a carta. Durante muito tempo esse instrumento vigorou como sendo a principal, senão a única, alternativa da qual as pessoas dispunham para manterem contato entre si. Mas como sabemos, a evolução é algo essencial à nossa vivência e, como tal, ela se faz presente a cada dia que passa, permeando os mais diversos setores da esfera social. E para sermos um tanto quanto precisos, ressaltamos o caso dos recursos tecnológicos. Estes, por excelência, estão gradativamente se entremeando no cotidiano das pessoas e, de certa forma, influenciando-as no que diz respeito ao comportamento adotado. Diante disso, retomamos sobre a recorrência da carta, pois torna-se notório que a mesma cedeu lugar às inúmeras formas de comunicação que atualmente norteiam a convivência humana, como é o caso do E-Mail, Orkut, MSN, entre tantos outros. Tamanha diversidade surgiu no intuito de dinamizar e ampliar o contato entre os seres e seus semelhantes. Mediante essa ocorrência, será que devemos abolir a existência e, sobretudo, a utilidade inerente à carta? De forma alguma, mesmo em meio a tanta tecnologia, tal recurso comunicativo ainda prevalece, até porque nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de compartilhar deste crescente desenvolvimento. Não somente por este motivo, mas também em virtude de a carta, na qualidade de gênero textual, compor um dos conteúdos requisitados pela maioria dos concursos públicos e vestibulares. Em decorrência disso, e principalmente por nos referirmos sobre algo pertencente à linguagem escrita – uma vez que esta constitui-se de elementos específicos, é que devemos nos conscientizar da importância de estarmos aptos a compô-la de maneira correta. A carta argumentativa é um texto que, como a própria nomenclatura revela, pauta-se por persuadir o interlocutor por meio dos argumentos por ela atribuídos. A intencionalidade discursiva é retratada por uma reclamação e/ou solicitação por parte do emissor no sentido de convencer o destinatário de
forma específica (geralmente na pessoa de uma autoridade ou alguém com poder de decisão) a fim de que o mesmo possa atender à solicitação ora realizada. No que se refere à linguagem, esta poderá ou não ser totalmente objetiva, mas certamente deverá ser clara e coesa. Quanto à estrutura, ela compõe-se dos seguintes elementos: # Local e data; # Identificação do destinatário; # Vocativo – o nome da pessoa para a qual a carta é endereçada. Neste caso, o pronome de tratamento ocupa lugar de destaque, dependendo do grau de ocupação/função desempenhada. # Corpo do texto – É a exposição do assunto em si, de forma a abordar todos os aspectos pertinentes de maneira clara, sucinta e precisa. # Expressão de despedida – Tal procedimento pode variar em se tratado do grau de intimidade entre os interlocutores, podendo ser mais formal ou denotando certa informalidade. # Assinatura do remetente.
O blog - comunicando e interagindo
Caso fôssemos discorrer acerca dos benefícios proporcionados pelos recursos tecnológicos, apoiaríamos em uma infinidade de argumentos e, certamente, todos denotando um caráter positivo. O blog caracteriza-se como uma página da web que permite a postagem de artigos organizados de forma cronológica, contando com a participação de um número variado de pessoas, dependendo de sua própria política. No que se refere ao conteúdo, este abrange uma infinidade de assuntos, indo desde um simples diário, até piadas, fotografias, links e notícias, aliando linguagem verbal e não verbal ao tema em discussão. Antes eram tidos apenas como um diário online, atualmente, funcionam como importantes ferramentas que visam à informação e ao entretenimento. Muitos constam-se de comentários ou notícias acerca de um assunto em particular, permitindo, portanto, que o leitor interaja com o autor do texto. É nessa interação que reside a finalidade do gênero. Quanto à linguagem, esta costuma diferenciar-se de outros veículos de comunicação, os quais se primam por um vocabulário voltado para o formalismo, pois a intenção é deixar o blogueiro completamente familiarizado com o assunto e à vontade para deixar suas impressões mediante o contato com o discurso. Portanto, ao criarmos um blog estamos criando uma mensagem instantânea para toda a web, ou seja, escrevemos sempre que tivermos necessidade, e todos aqueles que visitá-lo, terão a oportunidade de compartilhar com nossas ideias, proporcionando assim uma recíproca
interatividade.
Diário: Um gênero discursivo Como todo gênero discursivo, o diário também se demarca por características linguísticas específicas Não falaremos sobre as estruturas linguísticas que demarcam o gênero em questão sem antes enfatizarmos um aspecto que se atribui não somente a esse gênero, mas aos demais de uma forma geral – o fato de eles se fazerem presente nas redações requisitadas mediante processos seletivos de concursos e vestibulares. O que geralmente se atesta é que, depois de uma diversificada coletânea, ora retratando um determinado tema, são apresentadas ao candidato (a) algumas opões, nas quais ele terá a oportunidade de optar por este ou aquele gênero discursivo. Assim, em face dessa realidade, torna-se imprescindível que você se mantenha familiarizado (a) com as marcas linguísticas que norteiam a variedade de gêneros que permeiam as diversas situações sociocomunicativas, seja na modalidade oral, seja na escrita. Apoiados tão somente nesse intento é que iremos conhecer mais um gênero: o diário. Partindo do pressuposto de que alguns aspectos são determinantes na materialização dos gêneros (tais como “o quê?”, “por quê?” e “para quem?”), o diário se caracteriza como umtexto no qual temos a oportunidade de registrar ideias, opiniões acerca da realidade que nos cerca, expressar sentimentos de uma maneira geral, bem como registrar fatos ocorridos no cotidiano. Dada a realidade de que o interlocutor se revela pela própria pessoa que escreveu o diário, a linguagem nele empregada não segue os padrões formais, podendo pender para um tom mais espontâneo, coloquial. O uso da primeira pessoa do singular torna-se preponderante e a estrutura costuma não ser rígida. Contudo, normalmente, o que se verifica é o uso do vocativo (como, por exemplo: querido diário), demarcado logo após a data. Como já exposto, o diário muitas vezes não se dirige a alguém, em específico, no entanto, pode ser que a intenção se manifeste por um interlocutor determinado, sendo esse real ou fictício. O diário pode se tornar um importante e valoroso documento histórico, haja vista que pode retratar uma determinada época ou mesmo registrar fatos do dia a dia de uma pessoa que faz ou fez parte da sociedade, como é caso do livro Quarto de despejo – Diário de uma favelada, de Carolina de Jesus, uma catadora de papel que viveu na favela de Canindé, São Paulo. Nele podemos atestar a árdua luta pela sobrevivência, retratada pelas pessoas que “clamam” por melhores condições de sobrevivência.
O anúncio publicitário - Uma análise linguística
Basta sairmos pelas ruas que tão logo nos deparamos com uma infinidade de faixas, cartazes, anúncios, outdoors... Todos envoltos por um único objetivo: o de atrair a atenção do leitor mediante o ato comunicativo. O discurso apresenta-se de forma variada – divulgando um determinado evento, como por exemplo, um show, uma feira cultural, de moda, anunciando uma promoção referente ao comércio lojístico, anunciando um produto que acabara de ser lançado no mercado. Enfim, vários são os objetivos traçados por parte do emissor, tentando persuadi-lo de alguma forma. Diante de tal finalidade discursiva, a linguagem, necessariamente, precisa não somente ser clara e objetiva, mas também, bastante atrativa. Para tanto, torna-se indispensável o predomínio de uma linguagem não verbal, uma vez que imagens tendem a ser mais chamativas e, consequentemente, contribuem para a concretização dos objetivos propostos. E, falando sobre linguagem, é essencial que saibamos sobre um aspecto bastante peculiar – a presença de alguns recursos estilísticos voltados para a conotação, ou seja, passíveis de múltiplas interpretações. Assim, metáforas, comparações, hipérboles, dentre outras, são indispensáveis. Analisemos, pois, um caso representativo:
Defrontamo-nos com uma linguagem ambígua – o fato de o sorriso ser amarelo em seu sentido literal, como também representar aquele sorriso sem entusiasmo, enfadonho, abnegado de qualquer traço atrativo. Percebemos que o próprio produto (marca) intertextualiza um procedimento inerente às atitudes humanas – o sorriso. Quanto aos elementos que constituem o gênero em pauta, destacamos: Título – Compõe-se de frases concisas, porém atrativas. Imagem – Representa um elemento de fundamental importância para o discurso, dado o seu caráter persuasivo. Corpo do texto – Trata-se do desenvolvimento da ideia em si, proporcionando uma interação entre os interlocutores por meio de um vocabulário sugestivo e adequado ao público-alvo. Identificação do produto ou marca – Constitui-se de uma assinatura do próprio anunciante, podendo também haver um slogan – uma frase curta que defina o produto anunciado. No exemplo acima podemos perfeitamente constatar este fato.