Fichamento O TEATRO BRASILEIRO MODERNO Décio de Almeida Prado
Prefácio Foco do livro: literatura dramtica !em in"l#$ drama% em o&o$i'(o a theatre termo relativo ao e$&etculo)% e$&etculo)% o$ autore$ !&ela im&ort*ncia literria literria ou &elo #+ito e ,ualidade$ ,ualidade$ c#nica$ ate$tada$ &ela cena)O auto autorr de$t de$tac acaa a$ o.ra o.ra$$ &or &or $ere $erem m $i"n $i"ni/i i/ica cativ tiva$ a$ em term termo$ o$ de real reali0 i0a' a'(o (o ou re&ercu$$(o% em rela'(o com o $entido da hi$t1ria !revelado $em&re a &o$teriori)Recorte e$&a'o2tem&oral: teatro .ra$ileiro entre 3456 e 3476 !acom&anhado &elo autor na condi'(o de e$&ectador a cr8tico)Per8odo de 3496 a 346: de$lanche do teatro moderno !tendo como /oco a dramatur"ia)dramatur"ia)-
1. Década de 3456: in8cio marcado &ela cri$e de 34;4 no &lano internacional !/anta$ma da &o.re0a% in$e"uran'a% &er&le+idade e medo do $i$tema ca&itali$ta) e &ela Revolu'(o de Outu.r Outu.roo no nacion nacional al !/im !/im da Primei Primeira ra Re&<. Re&<.lic lica% a% do$ /a0end /a0endeir eiro$ o$ do ca/é% ca/é% nov nova$ a$ e$&eran'a$% renova'(o c8vica)O teatro nacional /oi a/etado &or e$te &anorama% &rocurando e$ca&ar do limite$ da comédia de co$tume$% a$ ,uai$ = n(o $ati$/a0iam a$ e+i"#ncia$ morai$ e art8$tica$ advinda$ da Revolu'(oO teatro de até ent(o &rovinha da e$trutura do /inal do $éculo >I>: A$ $ala$ de e$&etculo% na /orma de cine2teatro% e$tavam toda$ no centro da cidade do Rio de ?aneiro% /oco de irradia'(o de toda a atividade teatral .ra$ileira- Palco$ am&lo$% com .oa altura &ara acomodar o$ cenrio$ de &a&el(o ou tecido ,ue $u.iam e de$ciam- Fo$$o da or,ue$tra $e&arava &alco e &latéia- E$&ectadore$ na &latéia% .alc(o% "aleria !divi$(o &ouco democrtica democrtica relativa hierar,uia hierar,uia $ocial)Re&re$enta'@e$ noite% $em de$can$o $emanal% ; $e$$@e$ !;6h e ;;h)- om&anhia$ trocavam de carta0 com /re,C#ncia%% muita$ ve0e$ uma &e'a &or $emana- 7 hora$ de tra.alho &or dia além de um e$tado e$tado de &ermanente &ermanente im&rovi$a'(oim&rovi$a'(oElenco$ com um inter&rete &ara cada ti&o de &a&el !"al(% caricata% dama2central% etc-)- o$ te+to$ tam.ém o.edeciam a e$ta ti&olo"ia dramtica% a$$im a linha de de$em&enho = e$tava a$$e"urada &ela e+&eri#ncia ,ue o ator &o$$u8a na,uele "#nero de &er$ona"emA orienta'(o "eral do e$&etculo: en$aiador "eral !/i"ura $em de$ta,ue &ara o &<.lico e a cr8tica% ma$ e+ercia /un'@e$ im&ortante$% tra'ando a mec*nica c#nica% com&ondo o$ m1vei$ e ace$$1rio$ nece$$rio$ a'(o e marcando a$ movimenta'@e$ do$ atore$ !dividia2$e o &alco em nove &o$i'@e$ numerada$)- O$ atore$ eram marcado$ com 3
ra&ide0 devido $uce$$(o da$ e$tréia$% o ,ue de&endia mai$ de e/ici#ncia do ,ue de criatividade- O$ cenrio$ era /eito$ a &artir de elemento$ do acervo da com&anhia% re$,u8cio$ de encena'@e$ anteriore$O &onto $u&ria a$ /alha$ de mem1ria do$ intér&rete$% tentando voltar ao te+to e$crito e en$aiado% en,uanto ao "rande ator ca.ia in$tituir o aleat1rio e o indeterminado% n(o atri.uindo &alavra e$crita "rande im&ort*ncia- eralmente n(o &artici&ava do$ en$aio$ e $eu tra.alho criador $e mani/e$tava $o.retudo no momento em ,ue $e &unha em contato com o &<.lico% im&rovi$ando livrementeO &onto tinha um carter di$ci&linador% com&en$ando a relativa de$im&ort*ncia do en$aiador% ao &a$$o ,ue a cria'(o moment*nea do &rimeiro ator $u&ria o ,u havia de in$u/iciente no &er8odo de &re&ara'(o da &e'aOr"ani0ado o re&ert1rio ou e$"otada a curio$idade do &<.lico carioca% a com&anhia &artia em e+cur$(o% o$ mam.em.e$% e+&lorando outra$ &ra'a$% num &roce$$o ,ue $im&li/icava ainda mai$ a e$trutura da$ &e'a$ !cortando cenrio$% &a&éi$ menore$% $u.$tituindo atore$% a&roveitando amadore$ locai$- Muita$ ve0e$ do elenco ori"inal &er$i$tia $omente o &rimeiro ator e a &rimeira atri0% nome$ im&re$cind8vei$ &or atuarem como chamari0 de .ilheteria-)- Mam.em.ar era o ver.o de$$e teatro itinerante% o ,ual tinha como &rinci&al o.=etivo a diver$(o e o ri$o da$ &latéia$A$$im% o ator cmico era o centro do teatro nacional% cu=o$ maiore$ dote$ eram inter&retar mantendo2$e /iel a $ua &er$onalidade naturalmente en"ra'ada e comunicativa- A vaidade do &rimeiro ator da com&anhia coincidida com $eu intere$$e comercial- Identi/icar o arti$ta% /8$ica e &$icolo"icamente% conhecer $eu$ "e$to$ e manha$ era um &ra0er &ara a$ &latéia$- Al"un$ e+em&lo$: Proc1&io Ferreira% ?aime o$ta e Leo&oldo Fr1e$O$ caracter8$tico$G eram o$ intér&rete$ menore$% diver$i/icando no /8$ico $eu$ de$em&enho$% u$ando elemento$ como &eruca$% .i"ode$ e caracteri0a'@e$% divertindo a &latéia &ela re"ularidade de $eu tra.alho% ma$ $em &o$$uir &er$onalidade$ $u/icientemente /orte$ &ara $u$tentar o &r1&rio e$&etculoO$ h.ito$ con$ervadore$ do &<.lico% o $i$tema do em&re$rio2&rimeiro ator% a &rioridade concedida ao "#nero cmico% con=u"avam2$e &ara con/erir $1lida$ ra0@e$ de .ilheteria ao ,ue de outro modo &oderia &arecer imodé$tia e e"ocentri$mo do "rande intér&reteE$te era o &anorama do teatro .ra$ileiro na década de 56- A$ &rimeira$ tentativa$ de renova'(o de$$e ,uadro &artiram de autore$ ,ue e$tavam inte"rado$ ao teatro comercial% nele tendo reali0ado $eu a&rendi0ado &ro/i$$ional ma$ = $entindo2$e tolhido$ &ela$ limita'@e$ da comédia de co$tume$- Sem rom&er com o teatro da é&oca % al"uma$ tentativa$ no cam&o da dramatur"ia eram reali0ada$-
Joracy Camargo em Deus lhe Pague !345;) tr$ ao &alco a ,ue$t(o $ocial e o$ &en$amento$ de Harl Mar+ como um do$ &ro/eta$ do$ tem&o$ moderno$- indido entre um mar+i$mo de $u&er/8cie e um e$tranho ideali$mo% a &e'a re/letia a$ ilu$@e$ de$&ertada$ &ela Revolu'(o de 3456% &roclamando o $ur"imento de uma nova era do
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teatro nacional% o/erecendo um &ouco &ara cada "o$to- Aliava o teatro de te$e ao teatro de /ra$e$Ainda na década de 56 a cena nacional rece.e o &en$amento de outro "rande nome ,ue marcaria a ci#ncia e a arte do $éculo >>: Freud- A &e'a Sexo de Renato Vianna !3459) denunciava a tirania $e+ual ma$culina e $eu$ ciI>% incluindo a im&ort*ncia do &rota"oni$ta% rai$onneur ,ue e+&licitava o &onto de vi$ta do autorE$ta$ mani/e$ta'@e$ de incon/ormidade de$envolviam2$e dentro do teatro comercial% $em ,ue$tionar $eu$ método$ nem $eu$ /in$- A$ &e'a$ mencionada$ o.tiveram "rande #+ito de &<.lico e /oram encenada$ &ela$ com&anhia$ mai$ re&re$entativa$ do momento !Proc1&io% Dulcina---)O e$&8rito conte$tador da Semana de Arte Moderna !34;;) n(o con$e"uiu a"ir $o.re o teatro% n(o o.$tante a$ tentativa$ do$ moderni$ta$ contra o con$ervadori$mo do &alco nacionalO cr8tico Antnio de Alcântara Machado em&reendeu uma cam&anha contra a inércia de no$$o teatro% acu$ando2o de n(o $er nem nacional% nem univer$al% alheio $ mudan'a$ na literatura moderna- E$te autor de/endia a valori0a'(o no teatro de uma /ace &o&ular e moderna do Bra$il !tra.alhando com /i"ura$ como can"aceiro% imi"rante% &ol8tico% curandeiro% indu$trial---)Em 34; houve a tentativa /ru$trada de Álvaro Moreyra com $eu Teatro de Brin,uedo% o ,ual re$valou numa diver$(o amadora inteli"ente% /altando ao con=unto conhecimento e$&ec8/ico do &alco e uma con$ci#ncia e$tética mai$ clara- on$i$tia em uma .rincadeira de &e$$oa$ culta$ ,ue en=oaram de outro$ divertimento$ e re$olveram .rincar de teatroG No tocante ao Moderni$mo e $ua$ ace&'@e$ l
A Morta !345) con$i$te num ato l8rico% e$tranho e hermético% cu=a deci/ra'(o ainda e$t &or $e com&letar% tran$itando &elo teatro &oético No ano de 345 h a im&lanta'(o do E$tado Novo !comuni$mo $endo &er$e"uido a$cen$(o do na0i$mo e /a$ci$mo% e$&ectro da "uerra cada ve0 mai$ /orte)- Momento de "rande re&re$$(o e cen$ura% $o.retudo no teatro% um do$ mai$ &e$ado$ re"ime$ $en$1rio$A dramatur"ia nacional inclinava2$e &ara "#nero$ meno$ com&rometido$ e meno$ com&rometedore$- rande$ #+ito$ /oram &e'a$ hi$t1rica$ como Mar,ue$a de Santo$ e arlota ?oa,uina% com muita$ rou&a$ de "ala% ve$tido$% muito$ /i"urante$ &ara encher olho$ e ouvido$-Se o teatro nacional n(o &odia co&iar o ritmo irre&rodu08vel do cinema% &elo meno$ tentava /a0er /rente $ua &om&a e e$&lendor% num con/ronto art8$tico e econmico- A o&ereta% &o&ular até 34;6% de&oi$ de$$a data revelava $ua decad#ncia e% $umira di$cretamente de&oi$ ,ue o cinema &odia ter $om !com /ala$ e canto$)A revi$ta tam.ém &erdia $ua /or'a% &rivada de $ua /un'(o de cr8tica &ol8tica !&ela a'(o da cen$ura e &ela au$#ncia de elei'@e$ &re$idenciai$ direta$) e de $ua /un'(o de divul"a'(o da m<$ica &o&ular !&ela concorr#ncia vitorio$a do rdio% e em .reve% &elo $ho e &o$teriormente &ela televi$(o rom&era2$e a alian'a entre m<$ica li"eira e teatro li"eiro)Outra tradi'(o ,ue a"oni0ava: a atua'(o de arti$ta$ &ortu"ue$e$ em &alco$ nacionai$ devido ao rena$cimento da comédia .ra$ileira e valori0a'(o ocorrida na década de 34;6 de atore$ .ra$ileiro$- Ma$ ainda na década de 3456 muito$ atore$ .ra$ileiro$ mantinham o $ota,ue li$.oetaO /inal da década de 3456 n(o é /avorvel ao teatro nacional: e$te n(o re$i$tiu ao im&acto do cinema% &erdendo terreno en,uanto diver$(o &o&ular n(o con$e"uiu &a$$ar adiante a$ men$a"en$ revolucionria$ de Mar+ e Freud% nem $ou.era incor&orar a$ tend#ncia$ literria$ moderni$ta$Per$i$tiam o$ me$mo$ método$ de encena'(o% a me$ma rotina de tra.alho% a hi&ertro/ia da comicidade% a &redomin*ncia do ator% a $u.$ervi#ncia &erante a .ilheteriaomedi1"ra/o$% atore$ e e$&ectadore$ /ormavam um c8rculo ,ue /ora &er/eito &or muita$ década$% ma$ ,ue ne$te momento encontrava2$e em &lena decad#nciaO teatro deveria mudar $ua$ .a$e$% com outro$ o.=etivo$% &ro&ondo ao &<.lico% um &<.lico ,ue $e tinha de /ormar% um teatro en,uanto arte% n(o a&ena$ divertimento &o&ular- A arte de re&re$entar e a dramatur"ia nacional &reci$avam de meno$ &ro/i$$ionali$mo !no $entido &ro/i$$ional do divertimento% da$ comédia$ ,ue viviam de .ilheteria como meio de vida);De$$a /orma% a$ mudan'a$ $eriam em&reendida$ &ela a'(o renovadora do$ amadore$% a &artir de 3496% co um n
Pa$choal arlo$ Ma"no !R? diretor do Teatro do E$tudante do Bra$il)% im&re"nado$ &ela cultura euro&éia e &or va$ta .a"a"em literriaou.e ao "ru&o amador O$ omediante$% em 3495% a monta"em de Je$tido de Noiva% de Nel$on Rodri"ue$% com a $in"ularidade de tra0er cena in$u$&eitada$ &erver$@e$ &$icol1"ica$ e &or de$locar o intere$$e dramtico centrado n(o $o.re a hi$toria em $i ma$ $o.re a maneira de cont2la% inver$(o t8&ica da /ic'(o moderna- Diri"ido$ &elo &olon#$ iem.in$i% o e$&etculo tra0ia a encena'(o !mi$e en $cne)% t(o /alada na Euro&a% tra0endo cena modo$ diver$o$ do$ cotidiano$% incor&orando2$e ao real o &lano ima"inrio e alucinat1rio- O e$&etculo $e im&unha tam.ém como cria'(o% além do te+to% t(o ori"inal e &odero$a ,uanto eleKouve um "rande cho,ue e$tético% de /orma re&entina o Bra$il de$co.ria ,ue a e$crita c#nica tra0ida &ela arte da encena'(o &oderia $er t(o rica e t(o hermética ,uanto a &oe$ia ou a &intura moderna- O e$&etculo a o.ra de Nel$on Rodri"ue$ condi'(o da "enialidadeOutro de$ta,ue da é&oca /oi a monta"em de Kamlet em 3497 com o =ovem ator Sér"io ardo$o &elo Teatro do E$tudante do Bra$ilA"ora o de$a/io era outro: conter no$ limite$ do &ro/i$$ionali$mo a /lama amadora% tradu0ir em .ilheteria a$ con,ui$ta$ e$tética$% evoluir da$ tem&orada$ /ortuita$ &ara a continuidade da$ com&anhia$ &ermanente$- O$ &r1&rio$ omediante$ n(o con$e"uiram reali0ar com #+ito a tran$i'(o do amadori$mo &ara o &ro/i$$ionali$moDe$ta,ue &ara o tra.alho de dua$ atri0e$: Dulcina de Morai$ !$e aventurou em outro$ "#nero$ de&oi$ de con$a"rada na$ comédia$ li"eira$) e Kenriette Morineau !/undadora da com&anhia O$ Arti$ta$ Qnido$% &rimeira a montar no Bra$il te+to$ de Tenne$ee illiam$)A con$olida'(o do novo &ro/i$$ionali$mo veio em 3497 com a cria'(o do Teatro Bra$ileiro de omédia 2 TB% de$locando o /oco da iniciativa teatral e criatividade dramtica do Rio &ara S(o Paulo- Franco am&ari deu ao teatro uma e$trutura admini$trativa e em&re$arial como ele nunca tivera% a&oiando2$e $o.re doi$ &ilare$: te+to$ con$a"rado$ !alternando cl$$ico$ univer$ai$% anti"o$ ou moderno$ com &e'a$ &o&ulare$% todo$ com o me$mo tratamento c#nico e$merado- O Bra$il atuali0ava2$e% travando conhecimento com autore$ diver$o$ e im&ortante$) e encenadore$ e$tran"eiro$ ! italiano$ e 3 .el"a% mai$ ,ue encenadore$ /oram &ro/e$$ore$% tran$/ormando amadore$ em com&etente$ &ro/i$$ionai$% &re&arando toda uma "era'(o)- A cultura euro&éia &e$ou um todo$ o$ n8vei$% do$ técnico$ !incluindo cen1"ra/o$ como ianni Ratto e o teatr1lo"o Ru""ero ?acco.i) $ idéia$O TB durou 3 ano$% $ucedendo o$ encenadore$ e reve0ando o$ atore$% com o$ mai$ e+&eriente$ $aindo &ara montar $ua$ &r1&ria$ com&anhia$ como acilda Becer2 $endo $u.$titu8do$ &or novo$ atore$ $em&re talento$o$- O TB /oi $8m.olo de ,ualidade art8$tica e &adr(oO tamanho do$ teatro$ diminuiu: meno$ lu"are$% &alco menor% $em /o$$o de or,ue$tra !muita$ $ala$ de e$&etculo$ n(o haviam $ido con$tru8da$ &ara tal /im% $endo ada&tada$)% o ,ue demon$trava ,ue o teatro havia aceitado $ua &o$i'(o $ecundria como diver$(o
&o&ular% renunciando ao$ "#nero$ mu$icai$ mai$ di$&endio$o$ e lucrativo$% concentrando2$e no drama e na comédiaO$ atore$% de$o.ri"ado$ a &ro=etar a vo0 e a m$cara a lon"a$ di$tancia$% &odiam ter de$em&enho$ mai$ $1.rio$% &r1+imo$ do intimi$mo e da vero$$imilhan'a do cinemaO de$&rendimento herdado do amadori$mo $ervia como $olu'(o &rtica e alvo moral: n(o $endo mai$ comércio% o teatro deveria $er arte% de/endendo2$e da$ tenta'@e$ da comerciali0a'(oO comando &a$$ara do &rimeiro ator &ara o do encenador% harmoni0ando o$ di/erente$ elemento$ con$titutivo$ do e$&etculo- ontudo% ainda .rilhava% inatin"8vel% o te+to literrioO ator% in$ti"ado &elo encenador% n(o devia cri$tali0ar2$e em achado$ /cei$ ou maneiri$mo$- Até ent(o havia uma "rande e$treite0a art8$tica e "#nero$ e movimento$ como naturali$mo% $im.oli$mo% e+&re$$ioni$mo a até me$mo a tra"édia anti"a e o drama moderno eram de$conhecido$ ao teatro nacional- Diante do ecleti$mo do$ novo$ re&ert1rio$% o$ atore$ &odiam $e lan'ar em m
o a&oio da cla$$e art8$tica% em.ora e$ta n(o $ou.e$$e e+atamente como =ul"2lo: "#nio ou talento $u&er/icial e $en$acionali$ta% &oeta maldito ou $im&le$ mani&uladorAinda no &er8odo de$tacavam2$e% inclu$ive como chamari0e$ de .ilheteria: Silveira Sam&aio !comédia$ carioca$ $o.re li.era'(o $e+ual /eminina e a ,ue$t(o do &o&uli$mo &ol8tico) A.8lio Pereira de Almeida !retratava a vida de S(o Paulo% o dinheiro e $ua in/luencia na$ rela'@e$ humana$ Pedro Bloch !mai$ comercial% &e'a$ carre"ada$ de melodramaticidade% te+to$ &ara &ouco$ atore$% o ,ue /acilitava economicamente e a$ e+i.i'@e$ de virtuo$i$mo)- Kavia um autodidati$mo no$ autore$ nacionai$A$ mudan'a$ no teatro nacional de$&ertavam o intere$$e do &<.lico novamente% $o.retudo no de$envolvimento de e$&etculo$ li"ado$ ao internacionali$mo- ontudo% o autodidati$mo era "rande e en/ra,uecia um carter mai$ autentico da no$$a cena: ,ua$e n(o havia encenadore$ e cen1"ra/o$ nacionai$% dramatur"o$ ,ue e+erciam outra$ &ro/i$$@e$% /altando a /amiliaridade e o dom8nio técnico da arte teatral e $ua lin"ua"em5 Na década de 346 o teatro .ra$ileiro é mercado &ela milit*ncia teatral e &ela &o$i'(o nacionali$ta% $o.retudo em S(o Paulo% com autore$ como ?or"e Andrade% Ariano Sua$$una% uarnieri% Oduvaldo Jianna Filho% Dia$ ome$ e Au"u$to BoalO vié$ nacionali$ta e$tava &re$ente na$ inclina'@e$ &ol8tica$ ou no o.=etivo de retratar a$&ecto$ meno$ conhecido$ ou meno$ e+&lorado$ dramaticamente do &a8$Ao$ &ouco$ o$ encenadore$ nacionai$ iam $u.$tituindo o$ e$tran"eiro$% com de$ta,ue &ara o Teatro de Arena% /undado &or ?o$é Renato ao $air da EAD% com&anhia ,ue além da &rtica tinha uma li"a'(o /orte com a$ re/le+@e$ te1rica$ da &rtica teatral e com a ree$crita dramtica da hi$toria nacional% devido $o.retudo voca'(o en$a8$tica e o e$&8rito &ol#mico de Boal% a"ravado &ela /a$e em ,ue o Bra$il entrava de a"udo ,ue$tionamento &ol8ticoA di$&o$i'(o c#nica do Arena = &ro&unha mudan'a$% colocando o$ atore$ no centro e o$ e$&ectadore$ em volta% di$&en$ando cenrio$ ela.orado$ e redu0indo radicalmente o e$&a'o teatral !$ala$ comun$ com cadeira$ em volta e al"un$ /oco$ de lu0 = davam conta da$ a&re$enta'@e$)- E$te e$&a'o o.ri"ava a uma re/ormula'(o com&leta da$ rela'@e$ entre o$ atore$ em cena e de$te com o &<.licoBoal trou+e ao Arena a técnica do &laWritin" e a in/luencia de Stani$lav$i na &reocu&a'(o com a veracidade &$icol1"ica !di/undido &elo ActorX$ Studio de Nova Yor)- uarnieri e Oduvaldo Jianna Filho tra0iam o /oco do teatro &ara a realidade &ol8tica nacionalDi/erente do TB% o Arena n(o &rivile"iava o e$tético em detrimento do &anorama $ocial em ,ue o teatro e$t inte"radoe$te en"a=amento do Arena marcaria $ua$ &rinci&ai$ caracter8$tica$: o e$,uerdi$mo !no &lano nacional a luta de cla$$e$ no &lano internacional o con/lito entre &a8$e$ ca&itali$ta$ e $ociali$ta$ o o.=etivo era o .em $ocial e o teatro $erviria com "uia ideol1"ico)% o nacionali$mo !tam.ém de e$,uerda% cr8tico% voltado &ara o$ /ato$ econmico$ com /orte cunho &e$$imi$ta nacionali0a'(o do$ cl$$ico$% inten'(o nacionali0ante do$ e$&etculo$% &rocurando um e$tilo .ra$ileiro
ca&a0 de &re$ervar a no$$a &eculiar maneira de $er% no$$a$ ido$$incra$ia$) e o &o&uli$mo !caracter8$tica mai$ dominante: valori0a'(o do &ovo% com&reendido $o. a 1tica Mar+i$ta como a $oma do o&erariado e do cam&e$inato% con$iderando2$e a .ur"ue$ia como anti2 &ovo e antina'(o o &o&uli$mo tam.ém e$tava &re$ente na atua'(o% ,uando o$ atore$ .u$cavam e$ca&ar ao /ormali$mo c#nico% a&ro+imando2$e da maneira de a"ir e /alar do &ovo- O arena $em&re $e e$/or'o em tra0er ao teatro e$$e Bra$il mai$ &o&ular )A comédia de co$tume$ da Década de 34;6 e 3456 = tra0ia a contem&la'(o da$ vida$ $im&le$ e da "ente humilde .ra$ileira% ma$ a$ entrelinha$ $u"eriam invariavelmente ,ue o$ &o.re$% $e=a do cam&o ou da cidade% a t8tulo de com&en$a'(o% &o$$uem uma inoc#ncia% uma &ure0a de $entimento$% uma ale"ria de viver e uma /elicidade e .em2 aventuran'a maior ,ue a do$ rico$O $uce$$o de Ele$ N(o Q$am Blac2Tie% de cr8tica e .ilheteria% de$tacou a cren'a na$ &e'a$ nacionai$- A,ui ainda havia muito de$$a vi$(o l8rica% de$te carinho &elo &ovo encarado en,uanto modo de viver e n(o en,uanto cla$$e $ocial- Ma$ e$te carter $entimental e rom*ntico corri"ia2$e na medida em ,ue a$ &er$ona"en$ viam2$e arrancada$ de $ua vida id8lica e lan'ada$ em &lena luta $ocial% com "reve$% mani/e$ta'@e$ coletiva$% re&re$$@e$ &oliciai$ violenta$O vié$ &o&ular tam.ém atin"ia o$ cl$$ico$ % o$ ,uai$ eram montado$ e reinter&retado$ em termo$ de comicidade &o&ular% com a a"re$$ividade da$ /ar$a$- A$ &e'a$ cl$$ica$ n(o eram con$iderada$ &or $eu$ valore$ &r1&rio$% ma$ como ar"umento$% n(o $e he$itando em alter2la$ dra$ticamenteO Arena tentava incur$@e$ em /.rica$% $indicato$ e =unto ao$ cam&one$e$ do Norde$te% ma$ ainda e$tava muito &re$o $ua $ala de e$&etculo$ com 3 cadeira$% a$ ,uai$ im&ediam uma cam&anha de .arateamento do$ in"re$$o$- O m+imo ,ue con$e"uiu /oi $u.$tituir o &<.lico .ur"u#$ &elo e$tudantil% e$te mai$ a.erto $ reivindica'@e$ $1cia$ e mai$ a/eito linha &ol8tica do "ru&o- No Arena a milit*ncia revolucionria mar+i$ta vinha em &rimeiro lu"ar% e o teatro em $e"undoE$ta com&anhia &auli$ta n(o &e"ava do &ovo técnica$ ou motivo$ art8$tico$ e nem $em&re $e diri"ia a ele- Tinha $eu carter &o&uli$ta ao retratar o &ovo com "enu8na $im&atia e &or ter a &reten$(o de re&re$entar $eu$ verdadeiro$ intere$$e$- Era um teatro de intelectuai$ de e$,uerda ,ue a"ia $em&re de cima &ara .ai+oO &o&uli$mo a,ui% além de .a$e &ol8tica e e$tética% tam.ém /oi um modo de viver- O Arena acolhia &e$$oa$ de n8vel econmico mode$to e lhe$ dava condi'@e$ de e+&rimir em cena e$te lado de $ua$ &er$onalidade$% utili0ando $ua$ e+&eri#ncia$ de vida e n(o a$ =ul"ando de$airo$o nem de$&re08vel arti$ticamente !e+- do tra.alho do ator ne"ro Milton on'alve$ e $ua$ ,ualidade$ inter&retativa$% n(o a&ena$ &ela nece$$idade de al"um &a&el ne"ro na &e'a)A$ &e'a$ do Arena% $o.retudo a$ &rimeira$ de uarnieri e Jianinha tinha a in/luencia do reali$mo de I.$en e Tchehov% dramatur"o$ ,ue% $em ,ue.rar a naturalidade do retrato% u$avam $8m.olo$ e di$cutiam idéia$% dei+ando tran$&arecer atravé$ da$ &r1&ria$ &er$ona"en$ o &onto de vi$ta do e$critor-
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A$ &e'a$ de Boal trocavam mai$ o drama &ela tom /ar$e$co- Li"ava2$e realidade .ra$ileira ma$ a $itua'(o &ol8tica e $eu$ de$mando$ eram denunciado$ &ela a.$tra'(o% &ela ti&i/ica'(o e &ela redu'(o caricatural% o.=etivando de$vendar a verdade &or/unda da$ in/ra2e$trutura$ econmica$ e mentai$- A,ui havia uma in/luencia do teatro de Brecht% u$ando o ,ue$tionamento cr8tico como método% di$tanciamento emocional como /orma de anali$ar a realidadeA&1$ 349 a$ &e'a$ do Arena e$ta in/uencia de Brecht era muito /orte com a$ Arena onta um.i e onta Tiradente$- ontudo havia um "rande tra'o rom*ntico e uma in"enuidade &ol8ticaEm outro $entido% a,ui de$tacava2$e o &a&el /ecundante da m<$ica &o&ular no teatro a .u$ca da cria'(o coletiva% e$maecendo de &ro&1$ito a &artici&a'(o &e$$oal do$ intér&rete$ !o$ atore$ co$tumavam &a$$ar &or toda$ a$ &er$ona"en$ durante o =o"o c#nico% n(o a&ena$ no$ en$aio$ "itema Coringa : orin"a era elo intermedirio entre autor% atore$ e &<.lico% /uncionando como me$tre de cerimnia$% =ui0% rai$onneur% diretor de cena% etc- a&re$entando dentro da &e'a a $ua anli$e% de$tacando o &onto de vi$ta do autor) atmo$/era tran$"re$$ora $u&erando o$ entrave$ l1"ico$% a ,ue.ra de &adr@e$ e a li.era'(o do /lu+o inventivo e da$ /or'a$ incon$ciente$- A$ &e'a$ tra0iam vrio$ e$tilo$% um atri.u8do a cada cena% e vria$ /orma$ de encena'(o com leitura de &oema$% e+i.i'(o de /ilme$ e $lide$% not8cia$ de =ornal% etc- ane+ando o real trama /ict8cia !in/luencia $o.re Boal do Teatro Pol8tico de Pi$cator)Em Arena onta Tiradente$ a &er$ona"em &rinci&al do al/ere$ era inter&retada &or um
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A,ui o re"ionali$mo tr$ $eu$ $u.ton$ de no$tal"ia $ocial e con$ervadori$mo% entendendo o &o&ular atravé$ de uma aura de inoc#ncia- K contudo um carter univer$al na vi$(o meta/8$ica tra0ida &ela reli"io$idade cat1lica% &re$ente $o.retudo: na morte e na e+i$t#ncia de Deu$- Ante$ da Morte temo$ o e$&etculo ri$8vel da ce"ueira humana% da$ &ai+@e$% v8cio$ e &ecado$- A re&re$enta'(o do momento de&oi$ da morte e o con/ronto com a eternidade é tam.ém e$&eran'a de $alva'(o% havendo um carinho e$&ecial &elo$ humilde$ e $ua$ de$cul&vei$ tor&e0a$ em contra&o$i'(o ao$ a.ominvei$ crime$ e a.u$o$ da .ur"ue$ia re"ional e internacional- O$ =ul"amento$ de Sua$$una $(o de ordem moral e n(o &ol8ticaSeu &o&uli$mo tr$ ainda uma terceira camada: a art8$tica- Qma emana da nature0a erudita de Roma ! o$ e$cravo$ da comédia latina% o$ 0anni da commedia dellXarte) e il Jicente% a outra emana do &ovo !o$ ti&o$ &o&ulare$ da literatura de cordel% como arle,uin$ norde$tino$% a$tuto$ e malicio$o$)- O re$ultado n(o $eria a de$cri'(o da$ condi'@e$ reai$ de vida do Norde$te% ma$ o retrato do &ovo como ele $e v#% a &artir de $eu$ mito$ e /.ula$ &re/erida$- Fu"indo do reali$mo .ur"u#$% Sua$$una recorre /re,uentemente ao metateatro% envolvendo a re&re$enta'(o &rinci&al numa /al$a $e"unda re&re$enta'(o ,ue lhe $erve de moldurar8tica$: Em.ora $e=a ine"vel $eu alto n8vel literrio% &re$ente na ,ualidade do dilo"o% a "ra'a da /ala e o $en$o $at8rico% a e$&ontaneidade e oralidade da dic'(o &oética% $a.oro$o /lu+o de idéia$% ima"en$ e &alavra$% Sua$$una nem $em&re e$ca&a ao$ limite$ ,ue $ua &r1&ria dramatur"ia tra'ou- Dei+a de lado a com&le+idade do mundo moderno% re/u"iando2$e no &rimitivo e tem di/iculdade de unir o$ doi$ e+tremo$- A =un'(o do natural e do $o.renatural convence meno$ em &e'a$ di/erente$ do Auto da om&adecida% numa certa de$&ro&or'(o entre o /8$ico e o meta/8$icoJrio$ outro$ autore$ com&@em o ,ue $e convenciona chamar de E$cola do Reci/e% de$tacando2$e a o.ra Morte e Jida Severina de ?o(o a.ral de Melo Neto% e$crita mai$ como &oe$ia do ,ue como teatro- In$&irada no$ auto$ de natal e &a$tori$ de Pernam.ucoSeverino% &rota"oni$ta e &rot1ti&o de tanto$ outro$ norde$tino$ annimo$% contrariando a$ re"ra$ elementare$ da dramatur"ia tradicional n(o a"e% a&ena$ o.$erva% n(o intervém% a&ena$ contem&la- Se"uindo o cur$o do Rio a&i.ari.e ele encontra a morte% em vriada$ /orma$% ma$ de acordo com $eu /inal% diante do na$cimento de uma crian'a% ante$ a e+i$t#ncia mi$ervel do ,ue a morte% &oi$ o ato de na$cer é .elo em $i me$mo Na década de 6 a encena'(o de$ta o.ra &elo TQA !Teatro da Qniver$iade at1lica de SP) a con$a"raria no Bra$il e na Fran'a% utili0ando a ,ue.ra da$ conven'@e$ reali$ta$ &ara evidenciar a dramaticidade de$$e &oema onde &redomina o coletivo% $em enredo e ,ua$e $em &er$ona"en$O dramatur"o Al/redo Dia$ ome$% &or $ua ve0% /oi comedi1"ra/o o/icial de Proc1&io Ferreira ma$ de&oi$ $e tornou um do$ "rande nome$ da nova dramatur"ia nacional% tendo $eu reconhecimento ,uando da monta"em &elo TB do te+to O Pa"ador de Prome$$a$% drama ada&tado ao cinema &elo diretor An$elmo Duarte e ,ue "anharia a Palma de Ouro do Fe$tival de anne$- E$critor de &ro/i$$(o vivera do rdio e de&oi$ de e$crever &ara a televi$(o% herdando da comédia de co$tume$ e do contato com &<.lico$ $im&le$ a ca&acidade de $e comunicar de maneira clara e direta% $em &erder a com&le+idade36
Em $eu$ enredo$ a a'(o dramtica $e"ue $em "rande$ e+&erimentali$mo$% em.ora $eu autor $e $ervi$$e do$ recur$o$ mai$ recente$% inte"rando2o$ ne$$e ti&o de car&intaria $e"ura% caracter8$tica do meio em ,ue $e /ormou- Na$ $ua$ dramatur"ia% n(o &reocu&ada com $utile0a$% a$ &er$ona"en$ dividem2$e naturalmente em &o$itiva$ !.oa$% ,ue $e re.elam contra a e$trutura de uma $ociedade in=u$ta) e ne"ativa$ !mau$ numa "rada'(o ,ue vai da hi&ocri$ia viol#ncia)?or"e Andrade !SP) e$creve o.ra$ como Pedreira da$ Alma$% A Morat1ria% o centro de $ua dramatur"ia é ele me$mo e &or e+ten$(o o Bra$il% aca.ando &or a.ran"er em $ua$ o.ra$ "rande &arte da hi$t1ria de S(o Paulo e Mina$% do $éc- >JII ao >>- Seu$ &rimeiro$ drama$ $(o reali$ta$% com to,ue$ $im.oli$ta$- om o tem&o a in/luencia do e+&re$$ioni$mo é $entida% além da /ra"menta'(o da realidade atravé$ de recur$o$ teatrai$% rom&endo tem&o% e$&a'o e &er$ona"emAo &roduto de$$a /u$(o de tend#ncia$ chamamo$ de reali$mo &oético: a realidade &$icol1"ica e $ocial é re/ratada &or &roce$$o$ ,ue vi$am a lhe dar maior alcance e ori"inalidade art8$ticaAo$ &ouco$ $ua o.ra "anhou carter $ocial% e$te $u.$tituindo o &$icol1"ico e reali$ta% $o.recarre"ando o te+to com $e"unda$ inten'@e$% o.$curecendo o de$envolvimento do enredoA dramatur"ia &ol8tica "anha /or'a em meado$ de 349: o &a8$ $e dividia e no teatro nin"uém e$tava mar"em de$$a tomada de &o$i'(o% autore$% intér&rete$% cr8tico$ ou me$mo o &<.lico- A idéia de ,ue a arte é $em&re en"a=ada% &or a'(o ou omi$$(o Na$ &e'a$ a /i"ura do$ &atr@e$ &ouco a&areciam em cena% em "eral $u.$titu8do$ &or $eu$ a"ente$% dele"ado$ truculento$% incum.ido$ de re&rimir ,ual,uer anomalia amea'adora da ordem $ocial- O o&errio% &o.re% i"norante% = come'ava a tomar conhecimento de $ua$ &otencialidade$% num &roce$$o de e$clarecimento &ol8tico chamado de con$cienti0a'(o No Norde$te &ululavam /orma$ de viver anti2$ociai$ ou a2$ociai$% &otencialmente revolucionria$ !Lam&i(o e o can"a'o% Antonio on$elheiro% Padre 8cero)% /i"ura$ evocada$ &elo &alco de$&ido$ de $ua$ &articularidade$% con$iderado$ como $8m.olo$% &oeti0ado$ ou miti/icado$ como ar,uéti&o$ li"ado$ or"ani0a'(o e ao /uncionamento $ocial% n(o $ &e$$oa$ ou $ individualidade$% numa dramatur"ia n(o reali$taTodavia% al"un$ arti$ta$ che"aram a conclu$(o de ,ue o teatro% dada$ a$ $ua$ dimen$@e$ e+8"ua$ e $eu &<.lico redu0ido% con$titu8a uma arma &ouco e/ica0 &ara a a'(o revolucionria% $a8do $ rua$ e e$&a'o$ em .u$ca do &<.lico% n(o nece$$ariamente tendo a .ilheteria como intermedirioA tentativa mai$ e+tremada e .em $ucedida: Centro Po#ular de Cultura $CPC% % /undado em 343 no R?% li"ado $ atividade$ da QNE contra&$2$e ao Arena% n(o tendo e$cr<&ulo$ em $u.meter totalmente a arte &ol8tica% em teoria e &rtica- O &ro&1$ito do "ru&o era /a0er um teatro r&ido% "il% im&rovi$ado coletivamente $ervindo $ nece$$idade$ imediata$ da &ro&a"anda revolucionria% divul"ando o$ tema$ ideol1"ico$ em com8cio$% no$ morro$% $indicato$ e /.rica$- Era um tra.alho coletivo e a&ai+onado em &rol de ideai$ ,ue o$ arti$ta$ con$ideravam =u$to$ e em .u$ca de um mundo melhor33
ontudo% o$ &r1&rio$ arti$ta$ envolvido$ a&ontam a$ di/iculdade$ vivenciada$ na é&oca: di$tancia entre arti$ta e &ovo &ro.lema$ econmico$ devido n(o $u.$ervi#ncia .ilheteria e recu$a em atrelar a com&anhia a &artido$ &ol8tico$ ou 1r"(o$ do "overno cen$ura$ interna$ de mem.ro$ radicai$ da e$,uerda cho,ue entre a$ voca'@e$ art8$tica$ e a$ e+i"#ncia$ &ro&a"and8$tica$ /alha$ devido &re$$a com ,ue o$ e$&etculo$ deviam $er reali0ado$ au$#ncia de continuidade no tra.alho !a&re$entavam 3 ou ; ve0e$ em cada lu"ar e $1)O &ovo era entendido como emi$$or% de$tinatrio e o.=eto da men$a"em- Se &or um lado $u&unha2$e o.edecer ao &ovo% &or outro ordenava2$e ao &ovo% em tom e+ortativo ou im&erativo- ontudo% n(o havia certe0a $e a$ men$a"en$ &ro/erida$ che"avam realmente ao &ovo% &oi$ o teatro n(o e$tava e,ui&ado materialmente &ara t(o "i"ante$ca tare/aSe o &ovo &ouco mudou ne$$e &er8odo% o teatro mudou .a$tante no ,ue$tionamento em nome de ,uem% $o.re o ,ue e &ara ,uem /ala a o.ra de arte- Em.ora $eu$ /undamento$ e$tético$ &ermanece$$em o$ me$mo$ até ent(o9O ano de 347 /oi marcado &ela revolu'(o e anar,uia =uvenil% me$mo ,ue e/#mera ! a cla$$e e$tudantil /rance$a dominou Pari$ &or al"un$ dia$ revolu'(o ultural hine$a Revolu'(o em u.a)A arte $acudida &ela$ $uce$$iva$ onda$ revolucionria$ = havia $ido &ertur.ada &ela dramatur"ia do a.$urdo e a"ora valori0ava a /i"ura im&re$$ionante e contradit1ria de Antonin Artaud e $ua &oética da crueldade No Bra$il% o$ &rimeiro ind8cio$ de in$ati$/a'(o com o teatro &ol8tico a&areceram em 34% ano em ,ue Pl8nio Marco$ atin"e $uce$$o nacional com $ua$ &e'a$% a$ ,uai$ atri.u8am ao $ocial a&ena$ a /un'(o de &ano de /undo% concentrando2$e no$ con/lito$ interindividuai$% /or'o$amente &$icol1"ico$- Sua$ &er$ona"en$ mar"inali0ada$ n(o con$titu8am &ro&riamente o &ovo ou &roletariado na$ /orma$ dramtica$ ima"inada$ até ent(o% $eriam ante$ o $u.&ovo% $u.&roletariado% uma e$c1ria ,ue n(o alcan'ara $e,uer o$ mai$ 8n/imo$ de"rau$ da hierar,uia ca&itali$ta- Sem romanti$mo$ ou ideali0a'@e$% $ua$ &er$ona"en$ revelavam em cena um rancor e um re$$entimento ,ue n(o $e voltavam contra o$ &odero$o$% ma$ contra $eu$ &r1&rio$ com&anheiro$ de in/ort
3;
deveriam e$ca&ar =unto$ $ervid(o da racionalidade e+ce$$iva- Tema$ como a re&re$$(o $e+ual /eminina eram tratado$ em te+to$ de Leilah A$$um&'(oO teatro do a.$urdo% o ,ual reviveu na$ década$ de 6 e 6 tend#ncia$ irreali$ta$ ou $u&ra2reali$ta$% n(o che"ou a e+i$tir no Bra$il en,uanto movimento autnomo e &ermanente% em.ora &o$$amo$ encontrar $eu$ $emente$ num &er8odo muito anterior% em &articular na o.ra de ?o$é ?oa,uim de am&o$ Le(o% o Vor&o Santo !37;4 3775)% cu=a voca'(o dramtica veio a&1$ uma cri$e m8$tica% con$iderado &or al"un$ como $urto &$i,uitricoE$creveu comédia$ e /ar$a$ ,ue che"am a e+tremo$ de crueldade ou de incon"ru#ncia ,ue lem.ram a van"uarda moderna- K uma de$continuidade na a'(o dramtica e uma velocidade na &a$$a"em do$ ,uadro$% ato$ e &e'a$% numa e$&écie de caleido$c1&io ince$$ante- K um en/ra,uecimento da$ &er$ona"en$ tam.ém% ,ue trocam de &er$onalidade e até me$mo de nome de uma cena &ara outra- Sua e$crita tem um carter de de$a.a/o contra a $ociedade e $ua$ de$aven'a$% tran$"redindo a$ norma$ da moral e da educa'(o% tendo o $e+o como uma de o.$e$$@e$ Nel$on Rodri"ue$: a dramatur"ia do a.$urdo% ao criar no &alco um e$&a'o com lei$ &r1&ria$% di/erente$ da$ no$$a$% =u$ti/ica em retro$&ec'(o o$ maiore$ e+ce$$o$ ima"inativo$ cometido$ &or N R- O $e+o em $eu teatro atrai &elo ,ue tem de e$cu$o% o &ra0er nunca é carnal% ma$ &$icol1"ico% envolto em cul&a% em mecani$mo$ $adoma$o,ui$ta$ de $u.mi$$(o e humilha'(o% muita$ ve0e$ autoin/lin"idaAlém do teatro do a.$urdo% o teatro da crueldade tam.ém encontrou $eu lu"ar na linha de /rente da van"uarda nacional e internacional% &ro&ondo uma revolu'(o e$tética a &artir do e$&etculo% n(o do te+to literrio- A iniciativa art8$tica &a$$ava da$ m(o$ do$ autore$ &ara a$ do$ encenadore$O Teatro O/icina /oi um do$ a"ente$ de$$a tran$/orma'(o% con$iderado um continuador do Teatro de Arena !&reocu&a'(o &ol8tica% n(o i$olar o &alco de $eu$ conte+to hi$t1rico e $ocial) e do TB !em&enho e$tético da encena'(o)- ? em 345 $eu $uce$$o de &<.lico e cr8tica ate$tava ,ue o teatro nacional havia atin"ido $ua maioridade% $endo ca&a0 de or"ani0ar com recur$o$ locai$ re&re$enta'@e$ .em aca.ada$ cenicamente e $i"ni/icativa$ ideolo"icamente?o$é el$o Martine0 orr#a% mentor do "ru&o% encontrou o a,ui e a"oraG do teatro nacional com o e$&etculo O Rei da Jela% no n8vel &ol8tico o con/lito ia além da luta de cla$$e$% am&liando2$e ao con/ronto im&eriali$ta entre na'@e$ rica$ e &o.re$ no n8vel $ocial $endo &o$ta a $e+ualidade em cena de modo cru% de.ochado% /erindo a moral .ur"ue$a no n8vel teatral o e$&8rito &ar1dico corr1i &or dentro o te+to- E$te e$&etculo /oi uma revolu'(o de /orma e conte
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O teatro &ol8tico !com &ro"rama de/inido% racional) dava lu"ar a uma e$&écie di/erente de revolta% atin"indo o homem como indiv8duo e n(o como $er comunitrio% a/a$tando2 $e da comodidade e da mornid(o da normalidade% do recato .ur"u#$- N(o ca.ia ao teatro &romover a revolu'(o- Ele me$mo é ,ue tinha de $er um ato revolucionrio No &alco o$ atore$ tentariam o #+ta$e% o de$nudamento com&leto de $ua &er$onalidade atravé$ do$ cor&o$ nu$% comunicando tudo o ,ue lhe /ora interditado em $éculo$ de &udor cri$t(o e &redomin*ncia art8$tica da &alavra- A arte con$titu8a2$e num modo de viver coletivo li"ado ao de$a&e"o ao$ .en$ materiai$% o eroti$mo% a volta nature0a% o$ t1+ico$% o$ rituai$ !in/luenciado$ tam.ém &ela &a$$a"em do Livin" Theatre no Bra$il)O &<.lico deveria a.andonar $ua cmoda &rivacidade% inte"rando2$e re&re$enta'(o ou $ua ne"a'(o- Tam.ém o local n(o demandava a $ala de e$&etculo$% ma$% &or $ua$ ori"en$ ritual8$tica$ e reli"io$a$% ,ual,uer local $ervia re&re$enta'(o de$de ,ue &ermiti$$e in/inita$ variante$ na$ rela'@e$ entre atore$ e e$&ectadore$% numa nova comunh(o em .u$ca da /u$(o inte"ral de cor&o$ e e$&8rito$- Na$ &alavra$ de é el$o: teatro da crueldade .ra$ileira% do a.$urdo .ra$ileiro% teatro anr,uico% "ro$$o% cruel% teatro de &rovoca'(o e a"re$$ividadeDilacerado entre a comunh(o e a a"re$$(o% entre o &ol8tico e o e$tético o O/icina viveu de /orma inten$a a$ contradi'@e$ de um momento hi$t1rico con/u$o de ne"a'@e$ violenta$ e e$&eran'a$ de$medida$- Percorreram o Bra$il ,ua$e como uma $eita- Por /im o "ru&o $e di$$olveu &or volta de 34;-O u/ani$mo dava ori"em no teatro !com O Rei da Jela) ao tro&icali$mo: a aceita'(o ale"re e $elva"em do no$$o $u.de$envolviemnto material% mental e art8$tico% a$$umindo $em ini.i'@e$ no$$o atra$oDe$ta,ue &ara doi$ e$&etculo .ra$ileiro$ entre 3472344% em SP: emitério de Autom1vei$% de Arra.al% diri"ido &or Jictor arcia !encena'(o inventiva &la$ticamente% redimen$ionando com ou$adia o e$&a'o teatral num imen$o .arrac(o) e O Balc(o de ?ean enet% ocu&ando uma imen$a "aiola ou &lata/orma er"uida $o.re a &latéia e &re$a ao teto &or corrente$A$$im% o teatro da crueldade denomina'(o "enérica &ara a.arcar vria$ e+&eri#ncia$ inde&endente$ e a&arentada$ entre $i in$ti"ou a /anta$ia &oética- O novo de$a/io im&o$to ao$ homen$ de teatro era a cria'(o audacio$a% de$medida% o.$cena% "rote$ca% on8rica% $urreal- Ou a morte do arti$taom o de$a&arecimento ,ua$e $imult*neo do Teatro de Arena e o Teatro O/icina !&or volta de 34;) terminava um ciclo hi$t1rico- Em tr#$ década$ o teatro nacional a$$i$tira ao $ur"imento de O$ omediante$ e outra$ com&anhia$ im&ortante$ como o TB% o Arena e o O/icina- De&oi$ de tanto ardor revolucionrio% &ol8tico e e$tético% tanta$ e+&eri#ncia$ e tanta$ dire'@e$ &o$$8vei$% a verdade é ,ue nin"uém $a.ia ao certo ,ual $eria e &ara onde $eriam o$ &r1+imo$ &a$$o$A&1$ 349 a cla$$e teatral vivera um &er8odo de ine$&erada eu/oria% ima"inando ,ue &oderia de$em&enhar im&ortante o&o$i'(o ao re"ime% o ,ue &o$teriormente &arecera uma nece$$ria e ino/en$iva vlvula de e$ca&e $u/ocada &elo AI2 de 347Internamente o teatro tam.ém mo$trava &ro.lema$% &oi$ o &<.lico .ur"u#$% o
&o$$u8amo$% a"redido com /re,C#ncia e $ ve0e$ $1 &or $er &<.lico% come'ava a $e a/a$tarOutro &ro.lema tam.ém /oi em rela'(o ao mercado teatral- Durante $éculo$% de$de a /al#ncia do mecenato% o teatro aceitara $u.meter2$e $ lei$ do mercado% /uncionando em doi$ &lano$: o comercial e o art8$tico- om a$ nova$ e+&eri#ncia$ e a .u$ca de nova$ /orma$ ritual8$tica$ de teatro% de um teatro $a"radoG !termo de Peter Broo) ,uem &a"a a contaZ omo manter a .ilheteria e a m,uina admini$trativa &ara ,ue o teatro &o$$a $o.reviver n(o $1 como arte ma$ como &ro/i$$(o in$crita no$ ,uadro$ do mundo ca&itali$ta moderno- In,uietante$ &er"unta$ ,ue n(o /oram re$&ondida$ &ela$ com&anhia$ .ra$ileira$ de até ent(o A comédia nacional $e"ue uma linha"em autoral inde&endente% com&rometida com a realidade .ra$ileira e con$i"o me$ma- Autore$ como Millr Fernande$ &a$$aram &or todo$ o$ ano$ de tur.ul#ncia $em $e li"arem a com&anhia$% e$cola$ ou &ro"rama$A di/eren'a entre a comicidade atual e a do &a$$ado re$ide /re,uentemente no /ato de ,ue ante$ o humor e$tava na$ entrelinha$% tendo de $er deci/rado &ela mal8cia do &<.lico e a"ora o en"ra'ado e$t muita$ ve0e$ no o&o$to% no ,ue é dito cruamente% havendo um e/eito de cho,ue ao$ anti"o$ c1di"o$ $ociai$- E$te teatro n(o teme a.u$ar da caricatura e da &ar1dia% corre$&ondendo a certo "o$to moderno &elo "rote$co% mantendo certo &arente$co com o ca.aret literrio euro&eu e com no$$o anti"o teatro de revi$ta% e$te entendido como al"o $a.oro$amente &o&ular e mal com&ortado ,ue $eria &reci$o recu&erar &ara vitali0ar o &alco nacional No teatro in/antil de$ta,ue &ara O Ta.lado% /undado em 343 &or Maria lara Machado% /oi uma e$cola% um centro de irradia'(o intelectual !atravé$ da Revi$ta aderno$ de Teatro) e centro de cria'(o do teatro in/antil moderno no Bra$il% o.=etivando ,ue a$ &e'a$ in/anti$ tive$$em a me$ma ,ualidade literria e c#nica do$ e$&etculo$ &ara adulto$O teatro .ra$ileiro contem&or*neo ainda e$t &ro/undamente marcado &ela$ década$ de 3496 a 346% &er8odo de r&ida$ con,ui$ta$- Ainda n(o no$ de$vencilhamo$ da heran'a dei+ada &elo TB !teatro re$olutamente em&re$arial% e$&etculo$ rico$ e ca&richado$% o chamado teatr(oG) % &elo Teatro de Arena e &elo Teatro O/icinaO $i$tema de &rodu'(o tam.ém é outro e a di/iculadde de manuten'(o da$ com&anhia$ /a0 com ,ue cada e$&etculo $e=a uma unidade i$olada% num con$tante rea"ru&ar2$e ,ue im&ede ,ual,uer &ro"rama a lon"o &ra0o- Por outro lado a .oa ,ualidade &ro/i$$ional = n(o &rovoca $ur&re$a &oi$ todo$ o$ $etore$ da vida cultural .ra$ileira v(o $e livrando do ran'o amador8$ticoA dramatur"ia &ol8tica ,ue muito $o/reu com a cen$ura e re&re$$(o da ditadura% com a a.ertura de 3476% re$$ur"iu ,ua$e inata em $eu$ método$ e o.=etivo$% ainda a&oiada $o.re o mar+i$mo- De$ta,ue &ara ota DX"ua de hico Buar,ue e Ra$"a ora'(o de
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Oduvaldo Jianna Filho !tra0endo o con/lito de "era'@e$ dentro da /am8lia)- ontudo% li.erali0a'(o da cen$ura n(o corre$&ondeu o e$&erado /lu+o inventivoO le"ado do O/icina re$ide $o.retudo na cria'(o coletiva% ao $a.or da$ im&rovi$a'@e$ de cada inter&rete% ,uando te+to e e$&etculo na$cem lado a lado% &roduto$ do me$mo im&ul$o "erador% enunciando vivencia$ e$&ec8/ica$ do "ru&o- O encenador é meno$ me$tre do ,ue a"ente catal8tico% nada im&edindo o au+8lio de um dramatur"o ,ue tra.alhe =unto com a e,ui&e- No teatro alternativo de$ta,ue &ara o "ru&o A$dr<.al Trou+e o Trom.one No teatro de cria'(o coletiva &ode e$tar uma $a8da &ara o teatro% de$de ,ue o e$&etculo n(o tenha um interminvel &er8odo de cria'(o e matura'(o% o ,ue o$ torna incom&at8vei$ com a$ realidade$ econmica$ moderna$- Bai+o$ $alrio$ $u=eitam o$ atore$ a uma &onte entre o amadori$mo e a carreira &ro/i$$ional% o ,ue en/ra,uece o$ "ru&o$ e o$ di$$olve diante de melhore$ &ro&o$ta$ /inanceira$- Ou ent(o o "ru&o $e coloca $o. a &rote'(o do E$tado% e uma com&anhia &ela continuidade do a&oio "overnamental ao$ &ouco$ $e e$tati0a e o/iciali0a% &erdendo $eu &otencial alternativo No conte+to de valori0a'(o de certa vul"aridade e do "rote$co &elo teatro cmico% a o.ra de Nel$on Rodri"ue$ é retomada !havia &ermanecido um tanto o.$curecida a&1$ 349 e do a&oio o$ten$ivo do autor ao re"ime militar)% $endo de$tacada n(o $ua ca&acidade tr"ica de enver"adura "re"a% a "rande0a univer$al de $eu$ mito$ &oético$% ma$ o iconocla$ta da moral .ur"ue$a% retrati$ta im&iedo$o da cla$$e média carioca e $u.ur.ana No teatro de Nel$on% o individual como ,ue de$a&arece em /ace do coletivo% uma imen$a com&ar$aria de ,ue ele $e $erve &ara emoldurar $eu$ &rota"oni$ta$% criando uma o.$e$$iva e incon/und8vel atmo$/era dramtica% um ,uadro cruel com $u.ton$ cmico$U a$$im ,ue o autor e$creve $eu$ melodrama$% com inver$@e$% reviravolta$% atendo2$e ao e$$encial% $em &erder tem&o com anli$e$ &$icol1"ica$ ou $ociai$- De$a/iava a l1"ica e o decoro art8$ticoonclu$(o: Diante do olhar $o.re o &a$$ado% o ,ue mai$ re$$alta é a no$$a de&end#ncia em rela'(o $ idéia$ e ao$ $i$tema$ e$tético$ e$tran"eiro$% de$de a comédia li"eira ,ue ainda vi"orava na década de 56 até o$ movimento$ $ur"ido$ a&1$ 3496- No$$o moderni$mo $em&re $e de/iniu mai$ ne"ativamente% &elo $im&le$ re&
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