UNIVERSIDADE UNIVERSIDA DE ESTADUAL PAULISTA PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA MES QUITA FILHO” OLÍVIA SCURCIATTO FERNANDES
FICHAMENTO DO CAPÍTULO III DO LIVRO O CAPITAL DE KARL MARX
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MARÍLIA 2506
O Ca!(%al7 Karl Mar8 9 )a!,%*l : O D($h"(r * a C(r)*la;< &a# M"r)a&r(a#
“Não é por meio do dinheiro que as mercadorias se tornam comensuráveis. Ao contrário. Sendo todas as mercadorias, enquanto valores, trabalho humano objetivado, e portanto sendo em si e para si comensuráveis, elas podem medir seus valores, em comum, na mesma mercadoria específica e com isso transformar essa ltima em sua medida comum de valor, ou seja, em dinheiro.! "pá#.$%&' “( pre)o ou a forma monetária das mercadorias, como sua forma de valor em #eral, é distinta de sua forma corp*rea real e tan#ível, uma forma somente real e ima#inária.! "pá#.$$+' “mbora apenas o dinheiro ima#inário sirva para fun)ão de medida do valor, o pre)o depende totalmente do material monetário real. ( valor, isto é, o quantum de trabalho humano contido, por e-emplo, numa tonelada de ferro, é e-presso num quantum ima#inário da mercadoria monetária, que contém a mesma quantidade de trabalho. or isso, conforme ouro, prata ou cobre sirvam de medida de valor, o valor da tonelada de ferro recebe e-press/es de pre)os inteiramente diferentes ou é apresentado em quantidades de ouro, prata ou cobre totalmente diversas.!"pá#. $$%' ntrando na circula)ão efetiva, as mercadorias devem ser permutadas por certas quantidades de ouro que foram antecipadas nos seus pre)os. ntretanto, essa permutabilidade, por ouro não acontece. Aqui, na circula)ão efetiva, o ouro é substituído ou por peda)os de papel ou outro si#no de valor qualquer. 0omo isso se e-plica1 2oda e qualquer pessoa sabe que para e-pressar o pre)o de um carro, seu produtor não precisa de nenhuma mi#alha de ouro, assim como os pre)os das mercadorias de um país poder ser e-pressos em moeda de outro país, sem que essa moeda esteja presente ou em circula)ão. 3as, se o ouro é a mercadoria4dinheiro, o equivalente #eral, como se e-plica sua aus5ncia no processo efetivo de troca das mercadorias1
6evemos come)ar adiantando as duas formas do processo de circula)ão, que se resolvem em "%' 3 7 6 7 3 e "$' 6 7 3 7 6. 3as o que revela o circuito 3 7 6 7 31 6e inicio é preciso dei-ar claro que as mercadorias che#am ao processo de circula)ão com seus pre)os já determinados, os quais poderão confirmar ou não as quantidades de ouro que por eles foram antecipadas no processo de fi-a)ão dos pre)os. A circula)ão simples é um processo que pressup/e atos de troca #enerali8ados e que, por isso, não pode ser confundida com a circula)ão simples forma dominante de produ)ão. Sabendo disso, convém e-por cada um dos momentos ou fases desse processo de circula)ão. São duas as fases9 primeira fase9 "3 7 6', metamorfose da mercadoria em dinheiro, ou, simplesmente sua venda. Aqui, o possuidor do dinheiro "6' antes de comprar a mercadoria "3', teve que vender outras mercadorias, porque s* assim poderia dispor de dinheiro para adquirir mercadorias para si, Sendo assim, o ato de compra, 3 7 6, pressup/e um ato inverso, 6 7 3, uma venda anterior ao ato de comprar. 3as considerando apenas a circula)ão de uma nica mercadoria, sua primeira fase, 3 7 6, se desdobra numa segunda fase: "6 7 3', que e-pressa a metamorfose se#unda ou final da mercadoria. (bservando a#ora a metamorfose total de uma mercadoria, v54se que tal metamorfose consiste em dois movimentos que se op/em e se complementam9 3 7 6 e 6 7 3, ou simplesmente 3 7 6 7 3. 3as é preciso dei-ar claro, mais uma ve8, que o ato 3 7 6 pressup/e que o possuidor de 6 teve antes que vender para adquirir dinheiro e isso implica que aquele simples ato e-i#e outras pessoas vendendo e comprando Não se pode considerar a troca como um ato isolado e fora da circula)ão, como fe8 a economia política. elo contrario, a troca deve ser vista como um ato particular dentro do processo efetivo de circula)ão. A media)ão do dinheiro na circula)ão das mercadorias confere aos atos de troca uma particularidade9 sua divisão em duas fases, podendo assim ser separadas no tempo e no espa)o9 daí, como e-plica o 3ar-, “pretender concluir que entre a compra e a venda e-iste apenas a unidade e não a separa)ão, pelo fato de que o processo de circula)ão das mercadorias se redu8 a 3 7 3, e que parece ser, por isso, troca direta, apenas mediada pelo dinheiro, ou então porque 3 7 6 7 3 s* se fra#menta em dois processos isolados como ao mesmo tempo apresenta sua unidade m*vel.!
0ada mercadoria individual entra e sai da circula)ão por intermédio da moeda. A moeda fica sempre na circula)ão e dela nunca se retira. 0omo di8 3ar- “o resultado da circula)ão, substitui)ão de uma mercadoria por outra mercadoria, aparece portanto intermediado não pela pr*pria mudan)a de forma, porem pela fun)ão do dinheiro como meio circulante, o qual circula mercadorias em si mesmas inertes, transferindo4as das mãos nas quais elas são não valor de uso, sempre em dire)ão contrária a seu pr*prio curso. ( dinheiro afasta as mercadorias constantemente da esfera da circula)ão, ao colocar4se continuamente em seus lu#ares na circula)ão e, com isso, distanciando4se de seu pr*prio ponto de partida. mbora o movimento do dinheiro seja portanto apenas a e-pressão da circula)ão de mercadorias, a circula)ão de mercadorias aparece apenas como o resultado do movimento do dinheiro.! 3as o fato de o dinheiro nunca sair da circula)ão,p/e a necessidade de se saber qual é a quantidade de meio circulante necessária para a reali8a)ão dos pre)os das mercadorias. (ra, se o movimento do dinheiro nada mais é do que a e-pressão do movimento das metamorfoses das mercadorias deverá ser esse movimento a determinar a quantidade ideal de moeda que deve circular. Sendo assim, a quantidade de moeda em circula)ão é determinada pela soma dos pre)os das mercadorias que che#am ao processo efetivo de circula)ão, e que já tra8em pendurados em seus corpos seus valores e-pressos em forma monetária. :ma ve8 determinada a quantidade de meio de circulante necessária ; reali8a)ão dos pre)os das mercadorias seria interessante a#ora e-aminar mais de perto a rela)ão entre os pre)os a serem reali8ados e o volume de moeda em circula)ão.ara entender a posi)ão de 3ar- com rela)ão a esta questão, não se pode esquecer que, para ele, o movimento do meio circulante não é mais do que a e-pressão do movimento de circula)ão das mercadorias, muito embora a circula)ão das mercadorias apare)a como resultado do movimento da moeda circulante.
ssa questão p/e a necessidade de e-por uma outra determina)ão que o dinheiro assume como meio de circula)ão9 dinheiro como si#no de valor. ssas determinidades sur#e da contradi)ão que o processo efetivo de circula)ão das mercadorias cria entre ouro como padrão de pre)os e ouro como moeda, isto é, como meio circulante. ara entender como sur#e essa contradi)ão entre a mercadoria4dinheiro, ouro, como padrão de pre)os e
como meio de circula)ão, isto é, como moeda, e necessário saber que “a forma dinheiro é apenas refle-o aderente a uma nica mercadoria das rela)/es de todas as outras mercadorias. ( processo de troca dá ; mercadoria, a qual é por ele transformada em dinheiro, não o seu valor, porem a sua forma valor especifica. A confusão entre essas duas determina)/es levou a considerar o valor do ouro e da prata como sendo ima#inário. odendo o dinheiro ser substituído, em certas fun)/es, por meios si#nos dele mesmo, sur#iu outro erro, que ele seja mero si#no.! < preciso e-plicar melhor tudo isso. =uando se analisou o dinheiro como medida de valor, ficou demonstrado que o ouro é a medida de valor das mercadorias porque ele também é uma mercadoria. 3as, se o ouro também é mercadoria, ele tem, necessariamente, um valor variável, que muda sempre que se alteram as condi)/es de sua produ)ão. 0omo então fa8er de uma coisa, que em si mesma é variável, medida de valor1A solu)ão desta interro#a)ão sur#e com ele pr*prio9 a transforma)ão do dinheiro como medida de valor em padrão de pre)os. nquanto padrão de pre)os, determinadas quantidades de ouro são bati8adas como nomes monetários. Assim, certo peso fi-o de ouro, por e-emplo, % on)a de ouro, é bati8ada como o nome de tr5s libras esterlinas. Suba ou diminua o valor de % on)a de ouro, esta será sempre i#ual a tr5s libras esterlinas. 3as, se > libras esterlinas representam sempre % on)a de ouro, nem sempre estas > libras comprarão % on)a de ouro. ?sso acontece porque a subst@ncia material do ouro entra em contradi)ão com a sua fun)ão social de meio de circula)ão. ( desenvolvimento dessa contradi)ão leva a que o ouro, na sua fun)ão de moeda, seja substituído por meros si#nos de si mesmo. ssa substitui)ão, adiante4se , não ne#a que o ouro continue sendo a medida do valor das mercadorias. não ne#a porque o ouro como medida de valor serve apenas como ouro ideal, pensado, e assim pode conservar seu peso inte#ral. ( ouro se torna medida de valor porque essa fun)ão lhe é asse#urada pelo processo de trabalho, que asse#ura sua a)ão continua como valor de troca universal, como equivalente #eral. sse mesmo processo transforma o dinheiro4ouro em moeda, ao crias símbolos de ouro como seus representantes ideais. os cria porque, no processo de metamorfose das mercadorias, a e-ist5ncia material é absorvida por sua forma de e-ist5ncia social.
sse mesmo processo de troca, que confere ao ouro as fun)/es de medida de valor e moeda, atribui também a ele a fun)ão do tesouro, isto é, de dinheiro que, não funcionando em nenhuma daquelas fun)/es, pode ser entesourado como representante universal da rique8a, tendo em conta que pode ser imediatamente convertido em qualquer tipo particular de rique8a material, em qualquer valor de uso. Nessa fun)ão, o dinheiro tem que ser realmente dinheiro, isto é, uma mercadoria que seja encarna)ão do tempo de trabalho #eral e, assim, possa ser permutada diretamente por qualquer outra mercadoria. ssa mercadoria é o ouro. S* assim pode o dinheiro ser a rique8a universal em seu aspecto individual, porque aquela mercadoria pode fa8er de todas as outras mercadorias seus equivalentes, ou melhor, pode ser trocada por toda e qualquer mercadoria. ssa é a se#unda forma na qual o dinheiro se manifesta como forma absoluta e autonomi8ada do valor, a e-emplo do dinheiro como tesouro. 3as porque nessa fun)ão o dinheiro se manifesta como valor de troca autonomi8ado das mercadorias1 orque ai ele s* comparece efetivamente depois de decorrido certo espa)o de tempo ap*s a reali8a)ão de uma to de compra e venda de uma mercadoria qualquer. le não ocupa de imediato o lu#ar da mercadoria vendida, como ocorre na sua fun)ão de meio circulante, e, por conta disso, quando vier, no futuro, a ocupar o lu#ar da mercadoria que foi vendida, ele terá que sur#ir como mercadoria absoluta no interior da circula)ão. 3as quais são as determina)/es do processo de circula)ão que levam o desenvolvimento do dinheiro como meio de pa#amento1 3ar- e-plica da se#uinte forma “como desenvolvimento da circula)ão de mercadorias B desenvolvem4se condi)/es em que a aliena)ão da mercadoria separa4se temporalmente da reali8a)ão do seu pre)o. Casta indicar aqui a mais simples dessas condi)/es. :ma classe de mercadoria requer mais, outra menos, tempo para ser produ8ida. A produ)ão de diversas mercadorias depende das diversas esta)/es do ano. :ma mercadoria nasce no lu#ar do seu mercado, outra tem que viajar para um mercado distante. Assim, um possuidor de mercadorias pode apresentar4se como vendedor antes que outro como comprador. 0om constante repeti)ão das mesmas transa)/es entre as mesmas pessoas, as condi)/es de venda da mercadoria se re#ulam pelas condi)/es de produ)ão. :m possuidor de mercadorias vende mercadorias que já e-istem, o outro compra como simples representante do dinheiro futuro. ( vendedor torna4se credor, o comprador, devedor.
0omo a metamorfose da mercadoria ou o desenvolvimento de sua forma valor se altera aqui, o dinheiro assume outra fun)ão. 0onverte4se em meio de pa#amento!.