Bíblia
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IBADEP IBA DEP - Instit Instituto uto B íbli íblico co da Assembléia de Deus Deus Ensino e Pesquisa Av. Brasil, S/N° - Eletrosiü - Cx. Postal 248 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-mail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com A lun luno( o(a) a):........... :.................... ................. ................. .................. ................. ................. .................. ............. .... DIGITALIZAÇÃO
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Epístolas Paulinas e Gerais
Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná.
Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores
3a Ediçã o - Junh o / 2004
Todos os direitos reservados ao IBADEP
Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentei de Carvalho - Preside nte de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - I o Vice-Pr esiden te Pr. Moisés L aco ur - 2o Vice-Pr esiden te Pr. Ival Theod oro da Silva - I o Secretário Pr. Carlos Soares - 2o Secretá rio Pr. Sim ão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan D ougla s Scheffel - 2o Tesou reir o AEAD EPAR - Conselho Deliberativo Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membr o Pr. Jamerson Xav ier de Souza - Membr o AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gi lma r Antonio de Andrade - I o Secret ário Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secr etári o Pr. José Polini - I o Tesoureiro Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tes oure iro IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico
Cremos Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na p ecam in o sid ade do h o m em que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação das almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo bíblico efetuado por im ersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na possi bil idade que temos de viver em santidade mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (ICo 12.1-12). Na Segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo para arreba tar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (lTs 4.16,17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). No juízo vindouro que recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Equipe Redatorial
Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na p ro blem áti ca atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido. Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados. 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua hu mildade e oração Deus irá ilu min ar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos. 2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estud ar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da circulação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo: a) Estabelecer um horário de estudo extradasse, dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade); b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras atividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina apresenta características próprias, envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio, analogia, interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar ativamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado; d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo E xt ra da ss e: Obs erva ndo as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer diariamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte (caso você tenha alguma dúvida, anote-a, para apresentá-la ao monitor na aula seguinte). Não deixe que suas dúvidas se acumulem. d) Materiais que poderão ajudá-lo: • Mais que uma versão ou traduç ão da Bíblia Sagrada; • Atlas Bíblico; • Dicionário Bíblico; • Enciclopéd ia Bíblica; • Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; • Um bom dicionário de Português; • Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: • A nece ssida de de dar a sua colaboraç ão pessoal; • O direito de todos os integr antes opinarem. 6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Perman eça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho!
Currículo de Matérias 1. Ed uc açã o Geral / ca História da Igreja v £Q Educação Cristã\/ £Q Geografia Bíblica/ 2. Ministério da Igreja CO Ética Cristã / Teologia do Obreiro CQ Homilética / Hermenêutica ca Família Cristã GQ Administração Eclesiástica 3. Teologia CQ Bibliologia C O A Trindade s/r CQ Anjos, Homens, Pecado e Salvação. CQ Heresiologia tB Eclesiologia / Missiologia 4. Bíblia CQ Pentateuco m Livros Históricos ea Livros Poéticos CQ Profetas Maiores CQ Profetas Menores v ea Os Evangelhos / Atos ca Ep ístolas Paulina s / G erais \/ CQ Apocalipse / Escatologia
Abreviaturas a.C. - antes de Cristo. ARA - Almeida Revista e Atualizada ARC - Almeida Revista e Corrida AT - Antigo Testamento BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje BV - Bíblia Viva c. - Cerca de, aproximadamente, cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare. d.C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo. Fig. - Figurado. fig. - figurado, figuradamente, gr. - grego hb. - hebraico IBB - Impress a Bíblica Brasileira i.e. isto é. Km- Símbolo de quilômetro lit. - literal, literalmente. LXX - Septuaginta (versão grega do AT) m - Símbo lo de metro. MSS - manuscritos NT - Novo Testamento NVI - Nova Versão Internacional p. - página. ref. - referência; refs. - referências ss. - e os seguintes (isto é, os versíc ulos cons ecutiv os de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. - século (s). v. - versículo; vv. - versículos. ver - veja
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índice Lição 1 - Car tas dePaulo- ............................................15 Romanos Gálatas Efésios Lição 2 - Cartas dePaulo- ............................................39 ICoríntios 2Coríntios Lição 3 - Cartas dePaulo- ..................................... . Filipenses Colossenses ITessalonicenses 2Tessalonicenses ITimóteo 2Timóteo Tito Filemom
63
Lição 4 - Cartas Gerais - ............ .................................... 87 Hebreus Tiago Lição 5 - Cartas Gerais - ................................................. 111 IPedro 2Pedro 1João 2João 3João Judas Referências Bibliográficas
135
Lição 1
mmimm mmmKmm mKamÊtÊmmÊÊKmmma Êmmim Êmmm amam miinmm mmm mÊmmKmam Kmamm Êmamm mmm mmm Êmmm Kiimmmsm KmÊÊÊHÊammm amaBmÊmm
Cartas de Paulo: Aos Romanos, Gálatas e Efésios
Carta aos Romanos
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 57 d.C. Tema: A Revelação da Justiça de Deus Palavras-Chave: Justiça, fé, justificação, lei, graça. Versículos-chave: Rm 1.16 e 17
Romanos é a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo. De modo contrário à tradição católica romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez foi iniciada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e p r o sé l i to s 1 converti dos no dia de Pentecostes (At 2.10). Paulo não tinha Roma como campo específico de outro apóstolo (Rm 15.20). Em Romanos, Paulo afirma que muitas vezes planejou ir até Rom a para ali pregar o evangelho, mas que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22). Reafirma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32). 1Pagão que abraçou o judaísmo.
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Em vista de seus planos pessoais, Paulo escreveu para apresentar-se a uma igreja que nunca tinha visitado. Ao mesmo tempo, ele apresentou uma declaração completa e ordenada dos princípios fundamentais do evangelho que pregava. Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; At 20.2,3; ICo 16.5,6), estava em Corinto como hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; ICo 1.14). Enquanto escrevia Romanos através do seu auxiliar Tércio (Rm 16.22), planejava voltar a Jerusalém para o dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na prim avera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmen te uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalé m (Rm 15.25-27). Logo a seguir, Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o evangelho, visitar de passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua caminhada para o oeste (Rm 15.24,28). Nen h um livro da Bíblia tem tantos títulos como Romanos: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais Puro Evangelho, Principal das Epístolas Paulinas, A Catedral da Doutrina Cristã, etc.
Destinatários “Todos os que estais em Roma, amados de Deus” são os destinatários desta carta. Pode-se notar que Paulo nesta saudação não usa a palavra igreja (c omo faz em 1 e 2C or ín ti os , Gá lat as, 1 e 2Tessalonicenses). Isto pode mostrar que nessa época não existia nenhuma igreja organizada, mas várias igrejas de casa (Rm 16.5,14). Em todos os lugares havia cristãos que ali se reuniam para cultuar a Deus.
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Não sabemos com certeza como e quand o o Cristianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se acerca de Aquila e Priscila que pertenciam àqueles judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49 d.C. No final do quarto decênio1já havia cristãos em Roma. Agostinho informa que o cristianismo chegou a Roma durante o governo do imperador Calígula (37 41 d.C.).
Autor Conforme a primeira palavra, Paulo, o servo e apóstolo de Jesus Cristo, é o autor da Epístola. O conteúdo do livro indica que seja Paulo, não só pelas muitas referências pessoais (Rm 1.8-15; 9.1-5; 11.1,13 e 16.3-23), mas também pela profundeza dos seus ensinamentos e conhecimentos da verdade de Deus (Rm 3.20-25; 11.33-36, etc.). O livro todo fala do seu autor como de um homem erudito, profundamente espiritual, inteiramente consagrado e conscientemente inspirado. Justino Mártir, Policarpo, Inácio, Clemente de Roma e Hipólito fazem citações desta Epístola. Aceitavam-na como fazendo parte do cânon e até os próprios inimigos do Cristianismo reconheceram a carta como escrita pelo apóstolo Paulo. Não há motivos para se rejeitarem as muitas evidências e favor de que a Epístola seja o que pretende ser. Não é de estranhar que Paulo conhecesse tantas pessoas por seus nomes em uma cidade onde ele nunca tivesse estado, porque essa cidade era Roma, a capital do mundo, e o apóstolo conhecia pessoalmente centenas de pessoas, tanto judeus, como gentios, que poderiam ter-se mud ado para Roma por motivos comerciais ou particulares. Antes, 1Período de 10 anos; década.
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seria difícil que fosse de outro modo. O capítulo 16 com saudações para tantas pessoas não é um argumento válido para se rejeitar a Epístola como genuína. Convém acrescentar que os 300 manuscritos existentes da carta aos Romanos, todos os que não têm sido danificados, contêm a Epístola completa tal qual se acha hoje no Novo Testamento.
Data e as Circunstâncias É claro que Paulo não tinha visitado esta cidade antes de enviar-lhes esta carta (Rm 1.8-15; 15.22-24,28,29), que foi escrita pelo apóstolo durante a sua terceira viagem missionária, quando se achava em Corinto. Durante sua permanência na Macedônia, Paulo escreveu duas cartas à Igreja de Corinto (Grécia), nas quais lhe falou a respeito da preparação de uma oferta para os necessitados em Jerusalém ( I C o 16.1,2; 2Co 8 e 9). Em Atos 20.2,3 vemos que o apóstolo, depois de recolher as ofertas das igrejas sediadas na Macedônia, desceu à Grécia onde ficou três meses. Em Romanos 15.25-28 vemos que Paulo tinha levantado a oferta em Corinto e está pronto para levá-la a Jerusalém que, tendo desempenhado esta missão, pensava ir a Roma (At 19.21; Rm 1.8-15). Também evidencia a verdade o fato de que a portadora da carta aos Romanos foi Febe, de Cencréia, porto de Corinto. Portanto, cremos que Paulo escreveu esta Epístola estando em Corinto, durante a sua terceira viagem missionária, lá pelo ano 57 d.C. Muito se tem discutido a questão a respeito de quem teria sido o fundador da Igreja Cristã na cidade de Roma. Talvez não tenha importância, mas é quase impossível crer-se que tivesse sido algum apóstolo, muito menos, Pedro, que permaneceu em
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Jerusalém pelo menos até o ano 49, o qual concordou em ir para os judeus, e que Paulo fosse para os gentios (G1 2.7-9). E provável, ainda, em face de Romanos 16.5,14,15, que os irmãos crentes que estavam em Roma n ã o . estive ssem organizados em uma só igreja ainda, quando Paulo escreveu esta carta, talvez devido ao fato de que nenhum apóstolo os tivesse visitado. Paulo chegou a Corinto (At 20.2,3) depois de ter passado dois anos em Efeso discutindo diariamente na escola do mestre Ti ran o1 (At 19.9,10). Não se menciona o número de horas que Paulo falava cada dia, porém é provável que o apóstolo term inasse o seu ministério em Efeso com a sua teologia organizada em sua mente. Ao mesmo tempo entenderia melhor as necessidades espirituais dos gentios e o modo mais claro e eficaz de apresentar-lhes a verdade. Não é de estranhar, então, que ele pensasse nas condições do grande número de crentes que estavam em Roma, e o Espírito Santo lhe fez ver a importância de que todos fossem corretamente instruídos na doutrina verdadeira do Evangelho. Melhor era lançar um fundamento sólido, o mais depressa possível, antes que as heresias chegassem a levantar suas cabeças entre os irmãos.
Propósito Paulo escreveu esta carta a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão prevista para a Espanha. Seu propósito era duplo: 1. Segun do parece, os rom ano s ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo (Rm 3.8; 6.1,2,15); daí ele achar 1Supõe-se que ele era gentio e mestre em filosofia.
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tinha
necessário registrar por escrito o evangelho que já pregava há vinte e cinco anos. 2. Queria corrigir certos problem as da igreja, causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9), e dos gentios para com os judeus (Rm 11.11-32).
Visão Panorâmica Doutrinariamente, Romanos é o maior livro j á escrito. E o cora çã o e a alm a da revelação de Deus ao povo desta época. Todo o conjunto da verdade da redenção, chamado na Escritura “o Evangelho”, Está aqui detalhado. A mais completa história da necessidade, do remédio e dos resultados da morte de Cristo, encontra-se em Romanos. O pensamento chave é a justiça de Deus. A progressão da verdade vai da completa condenação até a integral e justa glorificação. O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber: que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como a solução à sua justa ira contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as verdades fundamentais do evangelho. Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e a necessidade humana da justificação são universais (Rm 1.18-3.20). Posto que tanto os judeus quanto os gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, nin guém pode ser jus tific ado diante d ’Ele à parte do dom da justiça (Rm 3.24) mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.21-4.25). • Sendo justifica do genero samente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (capítulo 5); • O crente demonstra que recebeu o dom divino da justificação, ao morrer com Cristo para o pecado (capítulo 6); • É liberto da luta com a ju st iç a da lei (ca pítul o 7);
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• É adotado como filho de Deus, recebend o nova vida segundo o Espírito, o que o conduz à glorificação (Rm 8.18-30). • Deus está leva ndo a efeito o seu plano da reden ção, a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11). Finalmente, Paulo declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da retidão e do amor em todos os aspectos da vida social, civil e moral da pessoa (Rm 12-14). Paulo termina Romanos expondo seus planos pessoais (capítulo 15), uma longa lista de saudações pessoais, uma última admoestação e uma doxologia1(capítulo 16).
Romanos em Síntese • • • • • •
A Pessoa do Evangelho : Cristo 'S O poder do Evange lho: Poder de Deus ^ O propósi to do Evangel ho: Para a salvação ^ As pessoas a que m se destinam: de todo aquele O pla no de acei tação : Aque le que crê v'' O plano de vida: O ju st o viverá por fé l /
Divisões Principais Romanos é a alma da coerência2. Começa com condenação, e prossegue através da salvação, justificação, santificação (e depois uma secção a respeito da verdade dispensacional, conciliando as promessas de Deus a Israel com as promessas de Deus à Igreja), terminando com glorificação.
1Fórmula litúrgica de louvor a Deus, geralmente ritmada. 2 Ligação ou harmo nia entr e situações, a conte cimen tos ou idéias; relação harmônica; conexão, nexo, lógica.
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Características Especiais Sete
destaques
principais
caracterizam
Romanos: 1. Romanos é a mais sistemática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do Novo Testamento. 2. Paulo escreve num estilo de pergunta e resposta, ou de diálogo (Rm 3.1,4-6,9,31). 3. Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira natureza do evangelho. 4. Paulo apresenta “a justiça de Deus” como a revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17); Deus restaura e ordena a situação do homem em Jesus Cristo e através d’Ele. 5. Paulo focaliza a natureza dupla do pecado, bem como a provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: O pecado como uma tran sgre ssão 1 pessoal (Rm 1.1-5.11) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he hcimartia ), isto é, a tendência natural e inere nte2 para pecar, existen te no co ração de toda pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12-8.39). 6. O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra do Espírito Santo na vida do crente. 7. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus (excetuandose um remanescente), bem como sobre o plano divino-redentor para todos, alcançando por fim Israel (Rm 9-11).
1Ato ou efeito de transgredir; infração, violação. 2 Que está por natu reza in sep ara vel men te lig ado a alguma coisa ou pessoa
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Cristo Revelado A epístola inteira é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (Rm 1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e suas implicações para os cristãos (Rm 3.21-11.36) e aplicação do evangelho de Cristo à vida cotidiana (Rm 12.1-16.27). Mais especificamente, Jesus Cristo é o nosso Salvador, que obedeceu perfeitamente a Deus como nosso representante (Rm 5.18-19) e que morreu como nosso sacrifício substituto (Rm 3.25; 5.6,8). É nele que devemos ter fé para a salvação (Rm 1.16-17; 3.22; 10.9-10). Através de Cristo temos muitas bênçãos: reconciliação com Deus (Rm 5.11); justiça e vida eterna (Rm 5.18-21); identificação com ele em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5); estar vivos para Deus (Rm 6.11); livres de condenação (Rm 8.1); herança eterna (Rm 8.17); sofrimento com ele (Rm 8.17); ser glorificados com ele (Rm 8.17); tornarse como eles (Rm 8.29); e o fato de que ele ora por nós mesmo agora (Rm 8.34). Na verdade, toda a vida cristã parece ser vivida através dele: oração (Rm 1.8), regozijo (Rm 5.11), exortação (Rm 15.30), glorificar a Deus (Rm 16.27) e, em geral, viver para Deus e obedecer-lhe (Rm 6.11-14; 13-14).
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Carta aos Gálatas
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 49 d.C. Tema: Salvação Pela Graça Mediante
a Fé
Palavras-Chave: Graça, evangelho, fé, justificado, promessa, liberdade, lei Versículo-chave: G1 5.1
A e pí st ola ao s G álatas foi esc rita pa ra sa 1var o cristianismo do legalismo judaico. Apesar de ser uma das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem exercido grande influência na vida da Igreja. Seu assunto continua atual, pois em qualquer época há sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja se inclinar para o legalismo religioso. O assunto principal de Gálatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta: • A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação? • É necessá rio obed ecer a certas p ráticas e leis judaic as do Antigo Testamento para se obter a salvação em Cristo? Talvez Paulo haja escrito Gálatas antes da controvérsia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At 15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final. Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola que Paulo escreveu.
Destinatários Paulo escreveu esta epístola (G1 1.1; 5.2; 6.11) “às igrejas da Galácia” (G1 1.2). As autoridades no assunto declaram que os gálatas eram gauleses
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oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo território a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escrito esta epístola às igrejas do Sul da província da Galácia (Anti oqui a da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem missionária (At 13,14).
Autor Ainda que por duas vezes a mesma carta diga que Paulo é o escritor (G1 1.1; 5.2), o mesmo estilo da carta, seus ensinamentos a respeito da Lei, e especialmente o que diz de Pedro “resisti-lhe face a face” (G1 2.11), juntamente com a sua contenção de que os demais apóstolos não lhe deram nada, mas sim que sua comissão veio de Deus (G1 1.16,17; 2.6); tudo prova que somente Paulo pode ser o autor. O apóstolo aos gentios é o único que falaria dos judeus, da lei, e da graça, com a profundeza de entendimento e a certeza que ele o faz. A evidência interna desta Epístola é con clu den te1 a favor de que Paulo seja seu autor humano. Desde os dias de Policarpo em diante o livro tem sido citado pelos “Pais”. Marción é o primeiro que cita por nome esta carta, colocando-a em primeiro lugar nos escritos de Paulo. Quase todos os escritores antigos, desde o segundo século em diante, citavam-na e se encontra nas versões latinas, siríacas e o Cânon Muratori. Na antiguidade nem suspeita existiu da autenticidade, de que a carta fosse de Paulo, e é difícil 1Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico.
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imaginar-se que outra pessoa pudesse ter falsificado tão facilme nte e sem motiv o aparente, em época posterior, tal documento. Como disse Lightfoot: “Cada sentença gramatical reflete tão perfeitamente a vida e o caráter do apóstolo aos gentios, que ninguém tem duvidado de que seja genuíno”. A maioria das cartas de Paulo foi escrita por seus am anu en ses 1 ou escribas. Como a situação das igrejas da Galácia era crítica, estava em jogo não só a fé desses irmãos e nem apenas a autoridade apostólica de Paulo, mas principalmente o futuro do cristianismo. Ele mes mo esc reve u de seu próprio pu nh o (G1 6.11), poisnão queria deixar marge m para os gálatas duvidarem da autenticidade da carta.
Data Tem havido muita controvérsia quanto à data e destinatário dessa epístola. Há três possíveis datas, mas todas elas têm os seus “ sen õe s2” - 49,5 3 e 56 d.C. A seqüência de eventos é a seguinte: primeira viagem missionária, em seguida foi escrita a epístola aos Gálatas, depois ocorreu o concílio de Jerusalém e segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para datá-la por volta de 49 d.C., e escrita da região entre Antioquia da Síria e Jerusalém. A data mais provável da carta situa-se logo após o regresso de Paulo à igreja que o enviou Antioquia da Síria, e pouco antes do Concílio de Jerusalém (At 15). 1Escrevente, copista. 2 De outro modo ; do con trá ri o; aliás. Mas sim; e sim; mas, p orém.
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Propósito Paulo tomou conhecimento de que certos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convertidos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o j ug o da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo escreveu: • Para demonstra r cabal men te que as exigências da lei, como a circuncisão do velho concerto, nada tem a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concerto; • Para reafirmar claramente que o crente recebe o Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da lei do Antigo Testamento.
Características Especiais Quatro fatos singulares caracterizam esta epístola: 1. É a defesa mais veemente no Novo Testamento da natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (G1 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas por se deixarem iludir tão facilmente (G1 1.6; 3.1; 4.19,20); 2. Quanto ao número de referências autobiográficas, Gálatas é superada somente por 2Coríntios; 3. Esta é a única epístola de Paulo em que ele explicitamente se dirige a várias igrejas (ver, no entanto, a introdução a Efésios); 4. Contém a descrição do fruto do Espírito (G1 5.22,23) e a lista mais completa do Novo Testamento das obras da carne (G1 5.19-21).
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Cristo Revelado Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que têm fé nele (G1 2.16; 3.26) em uma posição de liberdade (G1 2.4; 5.1), libertando-os da servidão ao leg ali smo e à li be rt in ag em 1. A prin cipal ênf ase do apóstolo está na crucificação de Cristo como base para a libertação do crente da maldição do pecado (G1 1.4; 6.14), do próprio eu (G1 2.20; ver 5.24) e da lei (G1 3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união de fé com Cristo (G1 2.20). Visivelmente retratada no batismo (G1 3.27), que relaciona todos os crentes como irmãos e irmãs (G1 3.28). Em relação à pessoa de Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (G1 1.1,3,16) quanto sua humanidade (G1 3.16; 4.4). Jesus é a substância do evangelho (G1 1.7), que ele próprio revelou a Paulo (G1 1.12).
1 D e v a s s i d ã o , d e s r e g r a m e n t o , l i c e n c i o s i d a d e , c r á p u l a.
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Questionário • Assinale com “X ” as altern ativas corretas 1. É a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente a)| I l Co rí nt io s b)| I Gálatas c)| IEfésios d ) 0 Romanos 2. É errado afirmar a)[€\ Paulo diz que Gálatas é a Revelação da Justiça de Deus b ) H Doutrinariament e, Romanos é o maior livro j á escrito c)l~c1 Romanos é o coração e a alma da revelação de Deus ao povo desta época d ) 0 A mais completa história da necessidade, do remédio e dos resultados da morte de Cristo, encontra-se em Romanos 3. A epístola aos Gálatas foi escrita para salvar o cristianismo a)| I Do legal ismo Ro ma no s b)| I Do legalismo gentio C) 0 . D ° l eg al is mo j u d ai c o d)| I Do le ga li smo gre go » Mar que “C ” para Cer to e “E ” para Errado 4 . I Ê 1 E claro que Paulo tinha visitado a cidade de Roma antes de enviar-lhes a carta aos Romanos 5.IHI Romanos contém a descrição do fruto do Espírito e a lista mais completa do Novo Testamento das obras da carne
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Carta aos Efésios
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: Cristo e Sua Igreja Palavras-Chave: Glória, corpo, lugares celestes Versículo-chave: Ef 1.3
Esta epístola destaca-se pela universalidade do seu conteúdo, não só à igreja em Efeso, mas a todas as igrejas sob a liderança de Paulo, bem como a toda a Igreja de Deus em todo o mundo e em todos os tempos. O caráter univer sal dess a epísto 1a é p erce bido pelo p la n o da salvação proposto p or Deus desde a fundação do mundo e que alcança a toda criatura humana, independente de raca, cor ou nação. Esse plano não discrimina judeu nem gentio, mas coloca todos debaixo da graça imensurável de Deus em Cristo Jesus. Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando lugar único entre as Epístolas de Paulo. Ela não foi elaborada no árduo trabalho da b ig o r n a 1 da con trovérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava prisio n eiro por amor a Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20), provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade com Colossenses, e talvez tenha sido escrita logo após esta. As duas cartas podem ter sido levadas simultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo chamado Tíquico (Ef 6.21; cf. Cl 4.7). 1 P e ç a de fe r ro , c om o c o r p o c e nt r al q u a d r a n g u l a r e as extremidades em ponta cilíndrica, cônica ou piramidal, sobre a qual se malham e amoldam metais; incude.
É crença geral que Paulo escreveu Efésios também para outras igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta circular às igrejas de toda a província da Ásia.
Autor Duas vezes na Epístola se diz que foi Paulo quem a escreveu (Ef 1.1; 3.1). Também poderemos fazer a pergunta: Quem, além de Paulo, poderia ter escrito uma carta tão profunda na doutrina cristã? Porventura algum outro dos apóstolos teria escrito o capítulo dois, versículos onze a vinte e dois, colocando os gentios em pé de igualdade com os judeus, alegando que não há diferença? E quem, senão Paulo, foi preso por causa dos gentios? O versículo dois do capítulo terceiro afirma que o escritor recebeu de Deus a administração ou ministério do Evangelho entre os gentios, coisa que só Paulo podia alegar (Ef 3.1-13). O estilo da carta é o de Paulo, sendo especialmente semelhante à Epístola aos Colossenses. Primeiramente expõe as verdades doutrinárias, como é costume de Paulo. A evidência externa é a melhor possível. E citados por Clemente de Roma, Inácio, Policarpo, Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Irineu, Hipólito e outros. Nenhum deles teve dúvidas a respeito da autenticidade da Epístola e de que Paulo fosse seu autor. Até o próprio Marción a inclui entre as epístolas de Paulo, mas diz que foi escrita à igreja de Laodicéia, em vez de a de Éfeso. Como em alguns dos manuscritos antigos não aparecem no texto do primeiro versículo as palavras “Em Éfeso” alguns insistem em que esta tem de ser a Epístola de Paulo aos de Laodicéia mencionada em Colossenses 4.16. Outros
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afirmam que é antes uma carta particular. A tradição e a maioria dos manuscritos dizem que foi a enviada a Éfeso, mas o que importa é que foi e é inspirada pelo Espírito de Deus, e é para nós hoje a própria Palavra de Deus. Quando Paulo escreveu a epíst ola aos -— ry Efésios, estava preso em Roma, de onde a enviou àquela igreja através de Tíquico, por quem, também, enviou as cartas a Filemom e à igreja de Colossos, provavelmente entre 60 e 62 d.C.
Data e Circunstâncias Vê-se em Efésios 3.1; 4.1 e 6.20 que Paulo estava na prisão, em cadeias, quando escreveu a carta. Da história de sua vida no livro dos Atos dos Apóstolos, calculamos que esta Epístola foi escrita cerca do ano 60 ou 62 a.C. A semelhança do seu conteúdo com a de Colossenses e o fato de que Tíquico foi o portador da carta (Ef 6.21,22), como também a dos Colossenses (Cl 4.7,8), fazem-nos crer que foram escritas na mesma época. É provável que Onésimo, que acompanhou a Tíquico (Cl 4.9) levasse a carta de Paulo a Filemom nessa mesm a época. Em sua segunda viagem missionária, Paulo ficou em Éfeso poucos dias, prometendo voltar (At 18.19-21). Deixou Priscila e Áquila na cidade, ao passo que ele seguiu para Jerusalém e Antioquia. Antes que Paulo regressasse, Apoio chegou a Éfeso e teve um ministério ali (At 18.18,19,24-28). Em sua terceira viagem, Paulo ficou em Éfeso cerca de três anos, realizando o melhor ministério de toda a sua longa carreira (At 19.1-20). Nos três primeiros meses pregava na sinagoga, mas a oposição obrigou-o a afastar-se e se estabeleceu em uma escola, onde “falou ousadamente”
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durante dois anos. Não é estranho, então, que a igreja de Efeso pudesse receber e entender uma carta tão espiritualmente profunda como esta. Durante os anos do ministério pessoal do apóstolo, os novos crentes aprofundaram-se em seus conhecimentos bíblicos e do Evangelho; estavam em condições de apreciarem estes ensinamentos, e Paulo bem o sabia. Não há na carta referências a problemas especiais como os mencionados nas cartas aos Coríntios e aos Gálatas. Por que, então, foi escrita? Não há quase dúvida de que existiu um problema sério em Colossos, e Paulo, preparando a viagem de Tíquico para que levasse a Epístola aos Colossenses, e enviando a Onésimo de volta para Filemom com sua carta de recomendação, quis escrever esta carta aos efésios (ou carta-circular para todas as igrejas da Ásia, se assim o desejarmos). E possível que Paulo tivesse tido novas revelações durante as suas prisões, e o Espírito Santo desejava que Paulo deixasse por escrito estas verdades. Uma mente como a de Paulo, meditando longas horas, mês após mês, no significado da morte, ressurreição e entronização do Senhor Jesus Cristo, sem dúvida seria guiada pelo Espírito a novos passos e conhecim ento s de verdades espirituais, como deduções lógicas do que já conhecia. A experiência da maturidade e a aplicação no estudo mais assíduo do Velho Testamento (2Tm 4.13) também contribuíram para que Paulo tivesse verdades novas para transmitir aos efésios, e aprouve a Deus que as deixasse em forma permanente para que nós, as gerações vindouras, nos aproveitássemos também delas. Não obstante, livremonos da idéia de que esta Epístola cria uma nova dispensação, de modo que só ela e as Epístolas escritas depois por Paulo, sejam para nós, atualmente, em vez de todo o Novo Testamento. Graças ao Pai Celestial,
que por Seu Espírito Santo impeliu o grande apóstolo aos gentios a escrever esta Epístola. Não só devia preveni-los contra o erro que entrou em Colossos, e o outro que transtornou os gálatas, mas também os fez merecer a admoestação do Senhor Jesus em Apocalipse 2.4,5. É considerada uma das “cartas da prisão” porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na primavera de 63 d.C., provavelmente, foi liberto.
Propósito O propósito imediato de Paulo ao escrever Efésios está implícito em Efésios 1.15-17. Em oração, ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida digna do Senhor Jesus Cristo (Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais ao revelar a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção “em Cristo” (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23; 2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef 1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1-6.20).
Visão Panorâmica Há dois temas fundamentais no Novo Testamento: • Como somos redim idos por Deus; • Com o nós, os redim idos, devemos viver. Os capítulos 1-3 de Efésios tratam principalmente do primeiro desses temas, ao passo que os capítulos 4-6 focalizam o segundo. Os capítulos 1-3 começam por um parágrafo de abertura que é um dos trechos mais profundos da
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Bíblia (Ef 1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção tri bu ta1 louvores ao Pai pela eleição, predestinação e adoção que Ele nos propiciou (Ef 1.3-6), por nossa redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo Espírito, como selo e garantia da nossa herança (Ef 1.13,14). Nesses capítulos, Paulo ressalta que na redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconcilia consigo mesmo (Ef 2.1-10) e com outros que estão sendo salvos (Ef 2.11-15), e, em Cristo, nos une em um só corpo, a igreja (Ef 2.16-22). O alvo da redenção é “tornar a congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1 . 10 ). Os capítulos 4-6 consistem mais de instruções práticas para a igreja no tocante aos requisitos que a redenção em Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas em Efésios, sobre como os redimidos devem viver, destacam-se três categorias gerais. 1. Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza e separação do mundo. São chamados a serem “santos e irrepreensíveis diante dele” (Ef 1.4), a crescer “para templo santo no Senhor” (Ef 2.21), a andar “como é d|gno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1), a “varão perfeito” (Ef 4.13). a viver “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24), a andar “em amor” (Ef 5.2; cf. 3.17-19) e a serem santos “pela Palavra” (Ef 5.26), a fim de que Cristo tenha uma “igreja gloriosa, sem mácula2, nem ruga... santa e irrepreensível” (Ef 5.21). 2. O crente é chamado a um novo modo de viver nos relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.221Prestar ou dedicar a (alguém ou algo), como tributo. 2 Nódoa, mancha.
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6.9). Esses relacionamentos devem ser regidos por princípios de conduta que distingam o crente da sociedade descrente à sua volta. 3. Finalmente, o crente é chamado a manter-se firme contra as astu tas 1 ciladas do diabo e as terríveis “hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.10-20).
Cinco Características Especiais 1.
A revelação da grande verdade teológica dos capítulos 1-3 é interrompida por duas grandiosas orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede para os crentes sabedoria e revelação no conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda, roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória de Deus (Ef 3.14-21). 2./ “Em Cris to”, uma express ão paulina de peso (106 ~R^Cj J vezes nas epístolas de Paulo), sobressai gran dem ente \ em Efésios (cerca de 36 vezes). “Toda bênção J espiritual” e todo assunto prático da vida relacionaV se com o estar “em Cristo”. 3. Efés ios sali enta o pro pós it o e alvo eterno de De para a igreja. 4. Há um realce m ul ti fa ce ta do 2 do papel do Esp íri to Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20; 4.3,4,30; 5.18; 6.17,18). 5. Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de rj-l) Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas Vsemel han ças em seus con teú dos e ter em sido escri tas quase ao mesmo tempo. 1 H a b i l i d a d e e m e n g a n a r ; l á b ia , s o lé r c i a , ma n h a , a r t i m a n h a , ardil. Finura, malícia, sagacidade. 2 Que tem muitas f aceta s; m ultif ace.
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Cristo Revelado Efésios foi chamado de “Os Alpes do Novo Testamento”, “O Grande Cânon da Escritura” e “O Ápice Real das Epístolas”, não somente por seu grande tema, mas devido à majestade do Cristo revelado aqui. Capítulo 1: Ele é o Redentor (Ef 1.7), aquele em quem e por quem a história será definitivamente consumada (Ef 1.10); e Ele é o Senhor ressuscitado que não apenas ressuscitou dos mortos e do inferno, mas que reina como rei, derramando sua vida através de seu corpo, a Igreja - a exp ress ão atual dele mesmo na terra (Ef 1.15-23). Capítulo 2: Ele é o pacificador que reconciliou o homem com Deus e que também torna possível a reconciliação entre os homens (Ef 2.11-18); e Ele é a “principal pedra da esquina” do novo templo, que consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo próprio Deus (Ef 2.19-22). Capítulo 3: Ele é o tesouro em que são encontradas as riquezas inescrutáveis da vida (Ef 3.8); e Ele é o que habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor de Deus (Ef 3.17-19). Capítulo 4: Jesus é o doador dos dons do ministério à sua Igreja (Ef 4.7-11); e Ele é o vencedor que acabou com a capacidade do inferno de manter a humanidade cativa (Ef 4.8-10). Capítulo 5: Ele é o marido modelo, dando-se sem egoísmo para realçar s ua noiva - sua Igreja (Ef 5.2527,32). Capítulo 6: Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o recurso de força para seu povo enquanto eles se armam para a batalha espiritual (Ef 6.10).
Questionário • Assinale com “X” as alterna tivas corretas 6. É percebido pelo plano da salvação proposto por Deus desde a fundação do mundo a)| I O caráter universa l da epístola aos Ro man os b)| I O caráter universal da epístola aos Gálatas c)12LO caráter universal da epístola aos Efésios d)| | O carát er univ ersa l da epís tola aos Heb reu s 7. Efésios tem muita afinidade com a)l IRomanos b)| I Gálatas c)| | Fil ipe nse s d ) 0 Col oss en ses 8. Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em '/Z o / t q /Q ___ , de onde a enviou àquela igreja através de a)| I Roma, Timó teo b ) 0 ~ R o m a , Tíquico c)| I Jerusalém, Timó teo d)| | Jer us al ém , Tito • Marqu e “C” para Certo e “E” para Errado 9 . \ f \
Em Cristo”, uma expressão paulina de peso (106 vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Gálatas (cerca de 36 vezes) 10.[g] Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deus para os judeus
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Lição 2 Cartas de Paulo: ICoríntios e 2Coríntios
Primeira Carta aos Coríntios
Autor: O Apóstolo Paulo Data: 55/56 d.C. Tema: Problemas da Igreja e Suas Soluções Palavras-Chave: A cruz, pecados sexuais, dons espirituais, amor, a ressurreição Versículos-chave: ICo 13.1; 14.33a
$ Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era,"j> _ j em muitos aspectos, a metrópole grega de maior " " destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era intelectualmente arrogante, materialmente próspera e moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas formas, g ras sav a1 nessa cidade de má fama, pela sua licenciosidade2. Juntamente com Priscila e Aquila (ICo 16.19) e com sua própria equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu ministério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem 1Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente. 2 Sensua l, l ibi dino so; libertin o.
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missionária (At 18.1-17). A igreja era composta de alguns judeus, sendo sua maioria constituída de gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, que requereram sua autoridade e doutrina apostólica, por carta e visitas pessoais.
Autor A autenticidade de ICoríntios nunca foi seriamente desafiada. Em estilo, linguagem e filosofia, a epístola pertence ao apóstolo Paulo. A própria índ ole 1 da carta é uma prova de que Paulo é o autor humano da mesma. No primeiro capítulo diz ele que é Paulo, que exerceu um longo ministério entre eles, porém, que não batizou muitas pessoas ali. Fala da sua conduta exemplar enquanto esteve em Corinto e manifesta uma compreensão de seus problemas e sua solução que só o apóstolo dos gentios poderia ter. A melhor explicação para se justificar a omissão do ensino doutrinário no começo da carta é que Paulo pregara em Corinto por espaço de quase dois anos, de maneira que não havia necessidade de que lhes escrevesse sobre as verdades fundamentais do Evangelho (ICo 1.1,12-17; 3.4,6,22; 16.21). Os antigos “Pais” deram evidência de sobra quanto à sua aceitação deste livro como uma carta escrita pelo apóstolo Paulo. Tem feito parte do cânon desde o seu começo. Clemente de Roma chama-a “Epístola do bendito apóstolo Paulo” e Clemente de Alexandria fez mais de cem citações dela. Os cristãos e os inimigos do Cristianismo citaram-na como Epístola 1 P r o p e n s ã o n a tu r al ; t en d ê n c ia c a r a ct e r ís t i ca ; t e m p e r am e n to . Feitio, condição, caráter.
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autêntica escrita por Paulo, o apóstolo aos gentios. Apresenta esta carta mais evidência em seu favor do que a maioria dos escritos antigos, sem existir controvérsia quanto a este assunto.
Data e as Circunstâncias Existem vários motivos para aceitar-se a declaração de Paulo de que ele se achava em Éfeso quando escreveu a Epístola (ICo 16.8,9). Seu ministério exercido em Éfeso durante três anos provê a oportunidade (At 19.8,10,21,22; 20.31). Não era coisa fácil escrever-se naqueles dias, porém de acordo com ICoríntios 5-9, Paulo já tinha escrito a estes irmãos, mas ignoramos como se perdeu a mencionada carta. Ao sair Paulo de Corinto, levou consigo a Aquila e Priscila até Éfeso onde os deixou (At 18.18,19). Enquanto Paulo seguiu para Jerusalém, c h eg ou a É f es o o e lo qü en te o ra do r A po io , d e ^ Alexandria, até pregou com muito poder, porém não ^ conhecia senão o batismo de João Batista. Depois de ouvi-lo falar, Priscila e Áquila tomaram-no e ensinaram-lhe as demais verdades a respeito do Senhor Jesus e da vinda do Espírito Santo. Depois Apoio passou por Corinto onde pregou com tanta elo qüência que alguns formaram um partido dando-lhe seu nome, ao passo que outros ficaram fiéis a Paulo, que tinha pregado a pura verdade, porém com sim plicidade, com o propósito de evitar que os gentios fixassem sua atenção nele. Em Atenas Paulo falou perante os eruditos e filósofos da sua época e uns poucos se converteram a despeito daqueles que zombavam da doutrina. De Atenas o apóstolo foi a Corinto, e ele mesmo se expressou nestes termos: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho
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de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, ou de sabedoria, porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e do poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de D e u s” (IC o 2.1-5). Paulo também vivia do trabalho de suas próprias mãos, fabricando tendas de cam panha ou barracas, e aos sábados discutia com os que freqüentavam as sinagogas. Só quando chegaram Silas e Timóteo de Macedônia, sem dúvida trazendo-lhe uma oferta (Fp 4.15) é que Paulo abandonou o trabalho manual que estava fazendo para dedicar-se integralmente ao seu ministério. Naturalmente houve um contraste entre a humildade e abnegação de Paulo e a eloqüência de Apoio. Os dois pregadores não desejaram que isso acontecesse, nem pretendiam causar divisões entre os irmãos, nem houve ciúme ou inveja entre eles (ICo 16.12). A formação dos dois partidos entre os coríntios foi simplesmente uma manifestação de sua carnalidade, e assim foi que Paulo considerou o fato (ICo 3.3,4). Enquanto Paulo estava em Efeso, de regresso de Jerusalém e no começo de sua terceira viagem missionária, ouvia falar destas divisões entre crentes de Corinto, e também de certas imoralidades ali praticadas. Escreveu-lhes acerca do dever de se separarem dos que estavam em pecado e recebeu uma resposta por escrito na qual lhe faziam certas perguntas. Talvez Estéfanas, Fortunato e Acaio trouxessem o recado e dessem mais notícias verbalmente (ICo 16.17). Além da mencionada carta da
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Igreja de Corinto, veio a Éfeso a família do irmão Cloe e os membros desta família contaram a Paulo detalhadamente a condição espiritual dessa igreja. O apóstolo enviou Timóteo para lá imediatamente, sem esperar para escrever-lhes. Já vimos, então, como foi que ele sentiu a necessidade de escrever esta carta, a fim de aplicar a cada problema da igreja de Corinto a solução ditada pelo Espírito Santo. Como fundador da mencionada igreja e como apóstolo dos gentios por determinação de Deus, a responsabilidade pesava sobre ele (2Co 11.28). A inspiração divina na composição da epístola nota-se no fato de que Paulo explica as verdades fundamentais que formam os princípios ou regras para as decisões ou procedimentos que cabem em cada caso. Assim sendo, a carta é de grande importância e utilidade para a instituição de igrejas na atualidade, e damos graças a Deus que no-la tem conservado. Pelas razões acima expostas consideramos que esta Epístola foi escrita lá pelo fim dos três anos do ministério de Paulo em Éfeso, entre 55 ou 56 da era cristã.
Propósito Paulo tinha dois motivos principais ao escrever esta epístola: • Tra tar dos sérios problemas da igreja de Corinto, de que fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves. • Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso incluía assuntos doutrinários e de conduta e pureza, tanto individual, como da congregação.
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Visão Panorâmica Esta epístola trata dos problemas que uma igreja experimenta quando seus membros continuam “carnais” (ICo 3.1-3) e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2Co 6.17). São problemas tipo espírito de divisão (ICo 1.10-13; 11.17-22), t o le r ân ci a de p ec ad o ti po i n c e s t o 1 ( I C o 5 . 1- 1 3), imoralidade sexual em geral (ICo 6.12-20), ação judicial entre os cristãos ( I C o 6.1-11), idéias humanistas a respeito da verdade apostólica (ICo 15) e conflitos a respeito da “liberdade cristã” (ICo 8-10). Paulo também instrui os coríntios a respeito do cel ib ato 2 e do casamento (I C o 7), o culto público, inclusive a Ceia do Senhor (ICo 11-14) e a oferta para os santos de Jerusalém (ICo 16.1-4). Entre os ensinos mais importantes de Paulo em ICoríntios, está o das manifestações e dons do Espírito Santo nos cultos da igreja (ICo 12-14). O ensino desses capítulos é o mais rico do Novo Testamento sobre a natureza e o conteúdo da adoração na igreja primitiva (ICo 14.26-33). Paulo mostra que o propósito de Deus para a igreja inclui uma rica variedade de dons do Espírito através de crentes fiéis (ICo 12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos ministérios (ICo 12.2830) - uma diversidade dentro da unidade, comparável às múltiplas funções do corpo humano (ICo 12.12-27). No da operação dos dons espirituais na congregação, Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação individual e a coletiva como assembléia (ICo 14.21 União sexual ilícita entre parentes consan güíneos , afins ou adotivos. 2 O esta do de uma pes soa que se man tém solt eira.
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6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações públicas dos dons devem brotar do amor (I C o 13) e existirem para a edificação de todos os crentes (ICo 12.7; 14.4-6,26).
Características Especiais Cinco características especiais vemos em ICoríntios: 1. De todo o Novo Testamento, é a epístola que mais trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e permanentes, sendo cada um deles universalmente aplicáveis à igreja (ICo 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23). 2. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre divisões, Ceia do Senhor e dons espirituais. 3. Esta epístola contém o mais amplo ensino do Novo Testamento em assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e novo casamento (capítulo 7); a Ceia do Senhor (ICo 10.16-21; 11.17-34); línguas, profecias e dons espirituais durante o culto (ICo 12,14); o amor cristão (ICo 13); e a ressurreição do corpo (ICo 15). 4. A epístola é de valor incalculável para o ministério pastoral, no tocante à disci plina eclesiástica ( I C o 5). 5. S al ie nt a1 a possi bilid ade ind ubi táv el2 de decair da fé, aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não têm firmeza em Cristo (ICo 6.9,10; 9.24-27; 10.512,20,21; 15.1-2). 1 T o r n a r - s e s a l i en t e o u n o t á v el ; e v i d e n c i a r - s e , d i s t i ng u i r - s e , sobressair. 2 Sob re que não pode haver dúvid a; incontes tável, irrefragável.
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Correções na Conduta Cristã (ICo 1-11) A maravilhosa igreja de Corinto, a jóia brilhante da coroa do trabalho de Paulo, estava fracassando, porque o mundanismo (carnalidade) se tinha introduzido em seu seio. Tudo corria bem enquanto a igreja penetrava na cidade de Corinto, mas quando Corinto penetrou na igreja, o desastre começou. O maior perigo da igreja de Corinto vinha de dentro. É uma verdade sempre confirmada. Espírito de partidos. Paulo fala das divisões e grupos na igreja. Nada destrói mais o coração e a vida de uma igreja, do que a política de partidos. Cristianismo é amor. Só Jesus Cristo pode curar o mal das divisões (ICo 1.13). Todo olhar, todo coração e todo espírito deve voltar-se para um objetivo: Jesus Cristo, nosso Salv ador pessoal. A Cruz. 1. A cruz era “escândalo para os judeus”. Algo com que não podiam conformar-se (ICo 1.23). Não era possível compreender como tal demonstração de fraqueza podia ser fonte de poder. Para eles, um homem morrendo na cruz não parecia o Salvador do mundo. A cruz significava fracasso para eles. 2. A cruz era “Loucura para os gregos”. Os gregos olhavam com desdém a religião sem base científica, ensinada primeiro num recanto atrasado do mundo, como Nazaré, pelo filho de um carpinteiro que nunca estudara em Atenas ou Roma. Os gregos idolatravam “cérebros”.
Mas Deus nunca desprezou as coisas humildes. Ele usou a fun da1 de Davi para derrubar Goli as, o pior ini mig o de Israel. U sou a me re nd a2 de um menino para alimentar uma multidão. Ou a cruz é “o poder de Deus” ou é “loucura”. Nenhuma pessoa j am ais deix a a cruz na mesma condição em que a ela veio. Terá de aceitá-la ou de rejeitá-la. Se a aceita, torna-se filho de Deus (Jo 1.12); se a repudia, é réu, condenado (Jo 3.36). Paulo não pregou um Cristo conquistador ou filósofo, porém, Cristo crucificado e humilde (ICo 2.2). Paulo diz: “Nem eu tão pouco julgo a mim mesmo” (ICo 4.3). Não sabeis? Esta é uma expressão usada por Paulo. Sua fé se baseava em fatos. Ele queria saber das coisas. Sublinhe os “não sabeis?” do capítulo 6. Que nos compete saber? “Ou não sabeis porque o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesm os? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (ICo 6.19,20). Se o nosso corpo foi redimido pelo Senhor Jesus Cristo, então não nos pertence mais, e sim Aquele que nos comprou com o seu precioso sangue. “Porque fostes comprados por preço” . A Escritura não estabelece regrinhas de conduta nem diz que coisas devem ou não fazer, antes, estabelece princípios pelos quais o cristão deve orientar suas ações. Alguém disse que a liberdade cristã não quer dizer o direito que temos de fazer o que 1 Laçada de couro ou de corda para arrojar pedras, ou outros pro jet is , ao longe. Refeição leve, entre o almoço e o jantar. O que se leva em farnel para comer no campo ou em viagem.
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queremos, e sim o que devemos. Paulo diz: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (ICo 6.12). Casamento. Deus apresenta com clareza os princípios do casamento. Quando duas pessoas se casam, fazem-no por toda a vida. Leia m o que disse Jesus acerca do divórcio (Mt 5.31,32; 19.3-11; Mc 10.2-12). São declarações claras. Anotem ICoríntios 7.9,13 na Bíblia. Meditem nesses versículos.
A Ceia do Senhor A Ceia do Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25; Lucas 22.15-20; ICoríntios 11.23-32. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro. Sua importância no passado. É um memorial (gr. a n a m n e s i s ; ICo 11.2426; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (lTs 5.22). É um ato de ação de graças (gr. e u c h a r i s t i a ) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (ICo 11.24; Mt 26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19).
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Sua importância no presente. A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. k o i n o n i á ) com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (ICo 10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18.20; Lc 24.35). E o reconhecimento e a p ro cla mação da N ova Aliança (gr. k a i n e d i a t h e k e ) mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de p ermanecer leais, de resistir o pecado e de identificarnos com a missão de Cristo (ICo 11.25; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20). Sua importância no futuro. A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29; 22.17,18,30). Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo ( I C o 11.26) e encena a oração: “Venha o teu Reino” (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarm os diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade.
Instruções Quanto à Conduta Cristã (ICo 12-16) Em ICoríntios 12 encontramos os dons que o Espírito dá aos crentes. Nos versículos 1-3 ele fala da transformação que se deu na vida dos cristãos coríntios após abandonarem o culto de ídolos mortos para adorar
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Segunda Carta aos Coríntios
Autor: O Apóstolo Paulo Data: 55/56 d.C. Tema: Glória Através do Sofrimento Pa^avr as -Chave: Consolação, sofrimento, ministério, glória, poder, fraqueza Versículos-chave: 2Co 4.5; 5.20-21
Tendo Paulo fundado a igreja em Corinto, durante sua segunda viagem missionária, manteve contato freqüente com os coríntios a partir de então, por causa dos problemas daquela igreja (ver a introdução a ICoríntios). A seqüência desses contatos e o contexto em que 2Coríntios foi escrito são os seguintes: • Depois de alguns contatos e correspondência inicial entre Paulo e a igreja (ICo 1.1; 5.9; 7.1), ele escreveu ICoríntios, de Efeso (primavera de 55 ou 56 d.C.). • Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, cr uzan do o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na igreja. Essa visita, no perí odo entre 1 e 2C orí nti os (2Co 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a congregação (2Co 2.1,2). • Depois des sa visita afa no sa 1, informe s che gar am a Paulo em Efeso de que seus adversários estavam atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo. • -'Respondendo, Paulo escreveu 2Cor íntio s, na Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.). • Pouco depois, Pa ulo viajou outra vez a Cori nto (2Co 13.1), permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epístola aos Romanos. 1Cheio de afã; trabalhoso, laborioso.
Autor Paulo escreveu esta epístola à igreja de Corinto e aos crentes de toda a Acaia (2Co 1.1), identificando-se duas vezes pelo nome (2Co 1.1; 10.1). Há duas afirmações de que Paulo escreveu a carta (2Co 1.1 e 10.1). As coisas detalhadas que escreve e as referências particulares especialmente no capítulo dois, onde fala do mesmo homem que indica na primeira Epístola, o capítulo cinco: estas constituem provas de que o autor desta Ep íst ol a é o mesmo que o da primeira. Não podia ser outro senão Paulo, o apóstolo dos gentios, e que fundou a igreja de Corinto (2Co 3.1-3). Só Paulo podia ter escrito 2Coríntios 12.19-13.10. O testemunho externo é mais do que suficiente para provar a mesma coisa. Desde Policarpo em diante encontram-se referências a este livro, e ocupa o terceiro lugar no Apostolicón de Marción (Ano 145).
Tema e Propósito Tendo em mente que 2Coríntios é a defesa pessoal do ministério de Paulo, resumiremos o seu tema da seguinte maneira: o ministério de Paulo, seus motivos, sacrifícios, responsabilidades e eficiência. • Paulo escreveu esta epísto la a três classes de pessoas em Corinto; • Prim eiro escreveu para enco raja r a maioria da igreja que lhe era fiel, como seu pai espiritual; • Escreveu para contestar e desmascarar os falsos apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim, enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e distorcer a sua mensagem;
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• Escreveu, também, para repreender a minoria na igreja influenciada por seus oponentes e que não acatavam a sua autoridade e correção. Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação a eles, esclareceu os seus motivos e os advertiu contra novas rebeliões. 2Coríntios visou a preparar a igreja como um todo, para sua visita im in e n te 1.
A Data e as Circunstâncias Depois de enviar a primeira Epístola aos Coríntios Paulo esperou em Éfeso até o alvoroço no teatro (At 19.23-41), que o fez sair da cidade. Já tinha o propósito de visitar a Macedônia e Acaia e tinha enviado adiante dele Timóteo e Erasto (At 19.21,22). Partiu de Éfeso e chegou a Trôade. Nesta cidade teve muitas oportunidades para pregar o Evangelho, mas não teve sossego em seu espírito, pelo fato de Tito não ter regressado, o qual fora enviado a Corinto por Paulo para adverti-los a respeito da oferta (2Co 12.18-8.6,16) e para saber de que maneira os irmãos de Corinto tinham recebido a carta anterior (2Co 2.12,13). Paulo partiu de Trôade para Macedônia, onde Tito o encontrou quando de seu regresso de Corinto (2Co 7.5-7). As notícias que trouxe da submissão da igreja às coisas que foram ordenadas na carta: sua pronta obediência c a tristeza da maioria pelo que acontecera, não se acham somente neste capítulo sete, mas também de vez em quando por todo o livro. Também 2Coríntios 8.1 e 9.24 provam que esta carta foi escrita desde a Macedônia, de modo que é claro que Paulo a escreveu quando do regresso de Tito com as 1Que ameaça acontecer breve; que está sobranceiro.
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notícias da recepção da primeira Epístola, talvez uns seis meses após aquela, cerca do ano 55 depois de Cristo. «»Quando Tito contou a Paulo que a igreja de Corinto tinha disciplinado o culpado de acordo com as suas instruções (ICo 5), e que a dita disciplina tinha tido o efeito desejado pelo fato de o homem estar muito triste e desejarem perdoá-lo (2Co 2.5-8), o apóstolo naturalmente sentiu a sua responsabilidade de escreverlhes imediatamente com as instruções sobre o caso. Com mais detalhes de Tito a respeito do caráter da oposição ao apóstolo e a tendência de alguns em prestar-lhes atenção quanto à importância da lei mosaica, Paulo quis deixar claro também esse ponto, tanto para defender seu próprio apostolado, como também para dar autoridade aos seus ensinamentos. Estas considerações, juntamente com os assuntos materiais, com a sua visita e a coleta para os santos em Jerusalém, fizeram-no sentir o impulso de escrever. Deus usava as circunstâncias para fazê-lo cumprir a vontade divina e assim temos este precioso livro no cânon do Novo Testamento.
Visão Panorâmica 2Coríntios tem três divisões principais: 1. Na prim eira (2Co 1-7), Paulo co meç a dando graças a Deus pela sua consolação em meio aos sofrimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios por disciplinarem um grande transgressor e defende a sua integridade ao alterar seus planos de viagem. Em 2Coríntios 3.1-6.10, Paulo apresenta o mais extenso ensino do Novo Testamento sobre o verdadeiro caráter do ministério. Ressalta a importância da separação do mundo (2Co 6.11-7.1) e expressa sua alegria ao saber,
através de Tito, do arrependimento de muitos na igreja de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade apostólica (2Co 7). 2. Nos capítulos 8 e 9, Paulo exorta os coríntios a demonstrar a mesma generosidade cristã e sincera dos macedônios, ao contribuírem na campanha por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de Jerusalém. 3. O estilo da epístola muda nos capítulos 10-13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, discorrendo sobre a sua chamada, qualificações e sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso, Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos apóstolos entre eles, o que os poupará de futura disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina 2Coríntios com a única bênção trinitária no Novo Testamento (2Co 13.13).
Características Especiais Quatro fatos principais caracterizam esta epístola: humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, mas foi necessário, tendo em vista a situação em Corinto. 2. Ultrapassa todas as demais epístolas paulinas no que tange à revelação da intensidade e profundidade do amor e cuidado de Paulo por seus filhos espirituais. 3. Contém a mais completa teologia do Novo Testamento sobre o sofrimento do crente (2Co 1.311; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual modo, sobre a contribuição cristã (2Co 8-9).
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4. Termos-chave, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tribulação, sofriment o, consolação, jact ância, verdade, ministério e glória, destacam o conteúdo incomparável desta carta.
Comentário Paulo estava um pouco preocupado sobre como a igreja de Corinto teria recebido sua primeira carta. Perguntava-se a si mesmo como teriam aceitado suas exortações. Por isso mandou Tito e talvez Timóteo a Corinto para verificar o resultado da epístola. Durante sua terceira viagem missionária, em Filipos, Tito contou que a maioria da igreja recebera a carta com bom espírito. Alguns, porém, duvidaram dos seus motivos, chegando mesmo a negar o seu apostolado. Talvez pusessem isto em dúvida porque Paulo não pertenceu ao grupo dos doze. Nessas circunstâncias, Paulo escreveu a segunda epístola, não só para expressar sua alegria por causa das notícias alegres sobre a maneira como sua primeira epístola foi recebida, como também para defender o seu apostolado.
O Ministério de Paulo (2Co 1-7) Paulo começa sua segunda epístola com as saudações habituais e ações de graças (2Co 1.1-11). Todos nós apreciamos uma história verdadeira. Paulo narra, nesse documento, tantas experiências pessoais da sua vida, que não há quem não goste de lê-las. Começa contando as grandes aflições pelas quais tem passado. Através de todas as suas provações, aprendeu a conhecer melhor a Deus.
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Paulo tinha consciência da sua sinceridade e fidelidade quando trabalhou entre os coríntios. Explicou-lhes que tinha mandado sua primeira carta em vez de vir pessoalmente, a fim de poder, quando viesse, louvá-los e não repreendê-los (2Co 1.23-2.4). Ele invoca o testemunho de Deus para a sua declaração. Os doutores da lei, dos dias de Paulo, sempre levavam consigo cartas de apresentação. Procuravam combater Paulo por todos os meios. Perguntavam: “Quem é esse Paulo? Que carta de recomendação traz de Jerusalém?” Como era tola a pergunta! Acaso Paulo precisaria de carta de recomendação para uma igreja que ele próprio fundara? “Por que”? “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens” (2Co 3.2). As vidas dos verdadeiros cristãos em Corinto eram cartas, que serviam para recomendar tanto a Paulo, o servo, como a Cristo, o Senhor. Paulo teve um ministério triunfante, mas cheio de aflições. A vitória tem um preço! Paulo conta muita coisa a respeito das suas tribulações (capítulos 4,6 e 11). Na sua gloriosa conversão, o Senhor disse: “Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu Nome” (At 9.16). As provações parecem ter começado logo depois e o acompanharam durante trinta anos. Paulo, porém, mostrava-se sempre otimista, pois sabia que as aflições presentes tornavam maior a glória vindoura1 (2Co 4.17,18). Em todas as suas aflições Paulo encontra conforto na ressurreição. Vivia sob a inspiração de que, um dia, seu corpo seria transformado e glorificado (2Co 5.10). 1Que há de vir ou acontecer; futuro, venturo.
V-U -Urr ^ a^ a^v0 v0 mi ni st ér io de Pau lo é levar os homens a se reconciliarem com Deus (2Co 5.20). O supremo interesse de Deus está no homem. Como embaixador de Cristo o apóstolo apela aos homens do mundo. Segue-se o seu apelo para uma vida de santidade (2Co 6.11-7.16). Santidade de vida quer dizer “tudo” para Deus. Paulo roga aos seus cooperadores que não recebam em vão a benignidade de Deus, porém, abram seus corações a Ele.
Liberdade no Ar (2Co 8 e 9) Paulo relata à igreja de Corinto a generosidade das igrejas da Macedônia em favor do Fundo de Socorro para a Palestina, contra a fome. Embora fossem pobres, primeiro se haviam dado ao Senhor. Todas as igrejas da Ásia Menor e da Grécia contribuíram para o fundo. Isto começara um ano antes (2Co 8.10). Paulo escreveu isto quando estava na Macedônia. Não tinha aceitado de nenhuma igreja qualquer salário para o seu trabalho. Cristo era o exemplo desses cristãos primitivos (2Co 8.9). Como Dar: • Da vossa pobreza (2Co 8.2 8.2); ); y / • Gen eros amen te (2Co 8.3 8.3); ); y/ • Espontaneamente (2Co 9.7); • Proporcionalmente (2C (2Coo 8.12,13,1 4 ) ; \ J • Com alegria (2Co 9.7); s J • Abund antem ente (2Co ( 2Co 9. 9.6) 6).. v / Deus sempre prometeu recompensas ao que dá com generosidade (2Co 9.6). Ele nos enriquece não só de bênçãos espirituais como também materiais. Essas dádivas serviam para fortalecer os laços de
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fraternidade entre os cristãos judeus e gentios. “Graças a Deus pelo seu do m i ne fá ve l1 l1““ (2Co 9.15).
O Apostolado de Paulo (2Co 10-13) Alguns membros da igreja acusavam Paulo de covardia. Diziam que era corajoso nas suas cartas, mas fraco em pessoa. O Novo Testamento não nos dá qualquer idéia da aparência de Paulo. Imaginar que esse homem, capaz de revolucionar cidades, era fraco, seria absurdo. Devia ter uma personalidade poderosa e dominante. Era pessoa de extraordinários dons e dotado de intelecto agudo e pesquisador. Além disso, Cristo habitava nele e operava através dele. Ele ocultava-se atrás da cruz. Seus inimigos diziam que nenhum apóstolo trabalhava com as próprias mãos para sustentar-se. Apontavam os outros apóstolos, mas Paulo explicou que tinha direito de receber um salário, porém o recusava a fim de que os falsos mestres não abusassem do seu exemplo comercializando o ministério. Declarou que, ao menos, havia fundado suas próprias igrejas e não andava perturbando igrejas fundadas por outros, como eles faziam. “Mas eles, medindo-se consigo mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez2“ (2Co 10.12-18). ' jX - g Pau lo fo foii arr eba tad o ao “Pa ra ís o” , a saber, o terceiro céu. Você se lembra que Jesus, ao morrer, foi ao Paraíso (Lc 23.43). Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao homem não era lícito falar (2Co 12.4). Nenhuma linguagem 1Que não se pode exprimir por palavras; indizível. E ncantador, inebriante. 2 Falto de sens o ou razão; demente, louco; desc oca do. Que não n ão revela bom senso.
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humana, jamais poderia descrever a glória delas. Seria o mesmo que tentar descrever um pôr de sol para um cego de nascença. Paulo não tinha com que comparalas para poder fazer-nos compreendê-las. Parece que por causas dessas visões celestiais, Deus permitiu que Paulo sofresse um impedimento físico. O Senhor conhece o perigo do orgulho do coração humano depois de uma experiência assim e, por isso, consentiu num “mensageiro de Satanás para esbofetear” o seu servo. O Próprio apóstolo chamou a essa aflição “espinho na carne” (2Co 12.7).
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Questionário • Assinale com “X” as alternativas corretas 6. A segunda carta de Paulo aos Coríntios foi escrita a)| | Em Roma b)l | E m Jerusalém c)IXl Na Macedônia d)| | Em Al ex an dr ia 7.
Noticiou Paulo sobre a recepção da primeira Epístola, contou a Paulo que a igreja de Corinto tinha disciplinado um culpado de acordo com as suas instruções a)| ISilvano b)K1 Tito c)| IErasto d)| ITíquico
8. Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao ho me m não era lícito falar • a)í~~| No Paraíso b)| | E m Corinto c)| I No Templo d ) 0 Em R oma • Marqu e “C” para Certo e “E ” para Errado O alvo do ministéri o de Paulo é levar os homen s a se reconciliarem entre eles 1 0 . 2Co rí nt i os é a m ais a u to bi og rá fi ca das ep ísto la s de Paulo
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Lição 3 Cartas de Paulo: Aos Filipenses, Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e 2Timóteo, Tito e Filemom
Carta aos Filipenses r
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cer ca de 62/63 d.C. f Tema: Alegria de Viver por Cristo Palavras-Chave: Alegria, regozijar Versículo-chave: Fp 4.4
A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equi pe de cooper adore s (Silas, Tim óteo e Lucas) na sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6). 1Causar regozijo a; alegrar muito.
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Propósito Da prisão (Fp 1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão (Fp 1.1230), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (Fp 2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.
Visão Panorâmica Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (Fp 1.1) à bênção final (Fp 4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos: • O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de Paulo (Fp 1.12-26); • Pequ enas semente s de discórdia entre duas mulheres da igreja (Fp 4.2; cf. Fp 2.2-4); • A ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (Fp 3).
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Carta aos ^ , Colossenses
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: A Supremacia de Cristo Palavras-Chave: Plenitude, sabedoria, . . _ . conhecimento, m isteno Versículos-chave: Cl 1.18-29; 2.10
A cidade de Colossos estava localizada perto de Laodicéia (cf. Cl 4.16), no sudeste da Ásia Menor, cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja colossense, tudo indica, foi fundada como resultado do grandioso ministério de Paulo em Éfeso, durante três anos (At 20.31), cujos efeitos foram tão poderosos e de tão grande alcance que “todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus” (At 19.10). Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos pessoalmente (Cl 2.1), mas mantivera contatos com a igreja através de Epafras, um dos seus convertidos e cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12). O motivo desta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja colossense, ameaçando o seu futuro espiritual (Cl 2.8). Quando Epafras, dirigente da igreja colossense e seu provável fundador, viajou com o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a respeito da situação em Colossos (Cl 1.8; 4.12), Paulo então escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava preso (Cl 4.3,10,18), possivelmente em R om a (At 28.16-31), aguardando comparecer perante César (At 25.11,12). O cooperador de Paulo, Tíquico, entregou pessoalmente a carta em Colossos, em nome do apóstolo (Cl 4.7). Não está descrita claramente na carta a heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores originais a conheciam bem.
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No entanto, pelas re futa ç õ e s1 de Paulo ao falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de ensinos cristãos, tradições judaicas extrabíblicas e filosofias pagãs (s eme lha nte ao sin cr eti sm o2 religio so das seitas fal sas de hoje). Tal ensin o s ub ve rt ia 3 e substituía a centralidade de Jesus. Esta carta foi escrita de Roma, Cerca de 62 d.C. Colossenses é uma das “epístolas da prisão”.
Propósito Paulo escreveu esta carta: • Para combater os falsos ensinos em Colossos, que estavam suplantando4 à centralidade e supremacia5 de Jesus Cristo na criação, na revelação, na redenção e na igreja; • Para ressalta r a verdadeir a natureza da nova vida em Cristo e suas exigências para o crente.
Visão Panorâmica Depois de saudar a igreja e expressar gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes colossenses, bem como pelo seu progresso contínuo, Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutrina correta (Cl 1.13-2.23) e exortações práticas (Cl 3.14.6). Teologicamente, Paulo enfatiza o verdadeiro caráter e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem 1Réplica, c ontestação; resposta. 2 Tendê ncia à unifica ção de idéias ou de doutr inas divers ifica das e, por vezes, até mesmo inconciliáveis. 3 Per ver ter, cor romp er. 4 Abater, pr ostrar, derrib ar, derruba r. 5 Superioridad e, p reem inência, hegemonia. Pod er supremo.
do Deus invisível (Cl 1.15), a plenitude da deidade em forma corpórea (Cl 2.9), o criador de todas as coisas (Cl 1.16,17), o cabeça da igreja (Cl 1.18) e a fonte toda-suficiente da nossa salvação (1.14,20-22). Enquanto Cristo é todo-suficiente, a heresia colossense é totalmente insuficiente - vazia, enganosa e humanis ta (Cl 2.8); de espiritualidade superficial e arrogante (Cl 2.18) e sem poder contra os apetites pecaminosos do corpo (Cl 2.23). Nas suas exortações práticas, Paulo faz um apelo em favor de uma vida alicerçada na suficiência completa de Cristo, como o único meio de progresso no viver cristão. A realidade da habitação de Cristo neles (Cl 1.27) deve evidenciar-se na conduta cristã (Cl 3.117), no relacionamento doméstico (Cl 3.18-4.1) e na disciplina espiritual (Cl 4.2-6).
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Prim eira C arta
aos
Tessalonicenses
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 5 1 d.C. Tema: A Volta de Cristo Palavras-Chave: Agradecimento, vinda, fe, esperança e c ar i da d e1 Versículos-chave: lTs 1.9-10
Tessalônica, situada a pouco menos de 160 km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal e porto da província romana da Macedônia. Entre os 200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande comunidade judaica. Quando Paulo fundou a igreja tessalonicense, na sua segunda viagem missionária, seu frutífero ministério ali foi encerrado prematuramente devido à inte nsa ho st ili da de 2 jud aic a (At 17.1-9). Forçado a sair de Tessalônica, Paulo foi a Beréia, onde outro ministério breve, porém bemsucedido, foi interrompido pela perseguição movida pelos ju d eu s que o seguiram desde Tes salô nic a (At 17.10-13). A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-34), onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica para verificar a condição da nova igreja (lTs 3.1-5); ao mesmo tempo, Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao completar sua tarefa, viajou para Corinto levando a Paulo informações sobre a igreja tessalonicense (lTs 3.6-8), o que levou Paulo a escrever esta carta, talvez três a seis meses depois de fundada a igreja.
1Amor. 2 Contrário, adverso, inimigo. Agressivo; provocan te.
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Tema |\ ' b O assunto principal é a Volta de Cristo. Pelo fato de ter sido um tanto breve o ministério de Paulo em Tessalônica, Havia necessidade de confirmar os novos crentes nas verdades que Paulo já lhes havia ministrado. Ligado a este assunto, há uma exortação para santidade de vida, coragem a despeito da perseguição ( l T s 3.2-4) e consol o para os que haviam perdido entes queridos ( l T s 4.1-13).
Propósito Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a sair de Tessalônica, os novos convertidos receberam apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. Ao saber Paulo,, por meio de Timóteo, das reais circunstâncias, escreveu esta epístola: • Para expre ssar sua alegria pela fé e pers evera nça dos tessalonicenses em meio à perseguição; • Para instruí-los na santid ade e na vida piedosa; • Para elucid ar1 certas doutrinas, especialmente no tocante à situação dos crentes que morrem antes da volta de Cristo.
Visão Panorâmica Depois de saudar a igreja (lTs 1.1), Paulo, com alegria, e nal te ce 2 os tess alo nic ens es pelo seu zelo e fé perseverantes em meio à adversidade"3(lTs 1.2-10; 2.13-16). Responde às críticas contra ele, relembrando 1Tornar compreensível; esclarecer; explicar. 2 Exal tar, engr ande cer. 3 Co ntrari edade , abo rreciment o.
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à igreja a pureza dos seus motivos (lTs 2.1-6), a sinceridade da sua afeição e solic itud e1 pelo rebanho (lTs 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua conduta entre eles (lTs 2.9-12). Paulo destaca a necessidade e importância da santidade e do poder na vida cristã. O crente precisa ser santo (lTs 3.13; 4.1-8; 5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e manifestação do Espírito Santo (lTs 1.5). Paulo admoesta os tessalonicenses à não extinguirem o Espírito, a não desprezar as suas manifestações, especialmente a profecia (lTs 5.19,20). Um tema de destaque é a volta de Cristo para livrar seu povo da ira de Deus sobre a terra (lTs 1.10; 4.13-18; 5.1-11). Parece que alguns crentes haviam morrido em Tessalônica, motivando preocupação sobre a sua salvação final. Por isso, Paulo explica o plano de Deus para os santos que já tiverem partido quando Cristo voltar para buscar a sua igreja (lTs 4.13-18), e exorta os vivos sobre a importância de estarem preparados quando Ele vier ( l T s 5.1-11). Paulo termina a carta com uma oração pela santificação e preservação espiritual dos tessalonicenses (lTs 5.23,24).
1 D e s e j o d e a t en d e r a a l g u m a s o l i c i t a ç ã o d a m e l h o r f o r m a pos s ível ; boa vontade .
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Segunda Carta aos Tessalonicenses
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 51 ou 52 d.C. Tema: A Volta de Cristo Palavras-Chave: Dia do Senhor, homem do pecado, tradição Versículo-chave: 2Ts 2.15
Ao escrever Paulo esta epístola, a situação na igreja de Tessalônica era quase a mesma da ocasião em que ele escreveu a primeira carta (ver introdução a ITessalonicenses). É provável, pois, que esta carta tenha sido escrita apenas poucos meses depois de ITessalonicenses, quando Paulo ainda se encontrava trabalhando em Corinto com Silas e Timóteo (2Ts 1.1; cf. At 18.5). Tudo indica que Paulo, ao ser informado do aco lhi men to1 da sua primeira carta e do progresso dos crentes tessalonicenses, foi movido a escrever esta segunda carta.
Propósito O propósito de Paulo nesta epístola é semelhante ao de ITessalonicenses: • Anima r seus novos convertidos perseguidos; Exortá-los a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento; • Corrigi r certos erros doutrinári os sobre eventos dos temp os do fim, ligados ao Dia do Senh or - “Dia de Cristo” (2Ts 2.2).
1Ato ou efeito de acolher; recepção. Atenção, consideração.
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Visão Panorâmica O tom da prim eira carta de Paulo tessalonicenses é o de uma ama que cria os seus filhos (lTs 2.7). Na segunda, o tom é primeiramente o de um pai que disciplina os filhos desobedientes para corrigir seus caminhos (2Ts 3.7-12; cf. lTs 2.11). Elogia-os, porém, pela sua fé perseverante e volta a encorajá-los a p erm anecer fiéis em todas as pe rseguições (2Ts 1.3-7). A seção principal da carta trata do Dia do Senhor, no seu aspecto escatológico (2Ts 2.1-12; cf. 2Ts 1.7-10). Afigura-se de 2Tessalonicenses 2.2 que alguns em Tessalônica afirmavam por “espírito” (suposta revelação profética), por “palavra” (mensagem verbal) ou “epístola” (supostamente escrita por Paulo), que o tempo da grande tribulação e o Dia do Senhor já haviam começado. Paulo corrige tal erro, declarando que três eventos notáveis assinalarão e precederão a chegada do Dia do Senhor (2Ts 2.2): • Ocorre rá uma grande apostasi a e rebelião (2Ts 2.3); • A restrição determinada por Deus para resistir à injustiça, será removida (2Ts 2.6,7); • “O home m do pe ca do ” se revelará (2Ts 2.3,4,8-11 ). Paulo repreende aqueles que, na igreja, estavam se aproveitando da expectativa da iminente volta de Cristo com o de sculp a para a oc io sid ad e1. Exo rta os crentes a serem diligentes e disciplinados no seu viver (2Ts 3.6-12).
1 Q u a l i d a d e o u e s t a do d e o c i o s o , d e q u e m g a st a o t e m p o inutilmente; inatividade.
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Questionário • Assin ale com “X” as alternativas corretas 1. Paulo em sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade fundou a igreja de Filipos com sua equipe de cooperadores a)| | Bar nab é, Tito e Tim óte o b)| | Lucas, Tí quico e Silas c)| | Áqu ila , Pris cil a e Tito d ) 0 S il as , T i mó te o e Lu ca s 2. O motivo que levou a Paulo escrever esta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja a)| | De Fil ip en se s b)[~~| De Colossenses c)| | De ITe sa lo nic en ses d)l | De 2T es al on ic en se s 3.
É o tema principal das cartas Tessalonicenses a)| | Gló ria através do sofr imento b)l I Supremacia de Cristo c)ÍKl A volta de Cristo d)| | Ale gri a de viv er por Crist o
de
Paulo
a
• Mar que “C ” para Certo e “E” para Errado 4 . m Colossense s é uma das “epístolas da prisã o” 5.|g~l Em 2Tessalonicenses Paulo exortá-os a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento
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Primeira Carta a Timóteo
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65 d.C. Tema: A Sã Doutrina e a Piedade Palavras-Chave: Cuidado, vigilância, força, compromisso Versículos-chave: lTm 3.15; 4.12
Um dos cuidados principais que Paulo transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com denodo1pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do evangelho (lTm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja. Entre outras coisas, Paulo ensina Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (lTm 2.915; 5.2), as viúvas (lTm 5.3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (lTm 5.1), os presbíteros (lTm 5.17-25), os escravos (lTm 6.1,2), os falsos mestres (l T m 6.3-6) e os ricos (l T m 6.7-10,17-19). Paulo confia a Timót eo cinco tarefas distintas para ele c u m p r i r ( l T m 1.18-20; 3.14-16; 4.11-1 6; 5.21-25; 6 . 2 0 - 21 ) . * * 2. Nesta epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja.
1 Q u a l i d a d e d e d e n o d a d o ; o u s a d i a , i n t r ep i d e z, v a l o r, c o r a g e m , bravura, d es temor.
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Autor V i_e 2 Timóteo e Tito - co mu me nte 1chamadas “epístolas pastora is” - são cartas escritas por Paulo (lTm 1.1; 2Tm 1.1; Tt 1.1) a Timóteo (em Éfeso) e Tito (em Creta) co nce rne nte 2 ao cuid ado pastoral das igrejas. Alguns críticos questionam a autoria destas cartas por Paulo, mas a igreja primitiva corroborava3 sua autoria paulina. Embora haja diferenças de estilo e de vocabulário nas epístolas pastorais ao compará-las com as outras cartas de Paulo, estas diferenças podem decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude pessoal com os ministérios de Ti m óteo e Tito. Paulo escreveu ITimóteo depois dos eventos relatados no fim de Atos, a primeira prisão de Paulo em Roma terminou (At 28), segundo parece, com a sua libertação (2Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e o Cânon Muratoriano (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de Roma, dirigindo-se para o oeste, até a Espanha, e ministrou a Palavra de Deus ali, como era seu desejo há longo tempo (cf. Rm 15.23,24,28). Conforme relatam as Epístolas Pastorais, Paulo a seguir, voltou à região do mar Egeu (especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí continuou seu ministério. Durante esse período (cerca de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu representante apostólico para ministrar em Éfeso, e Tito para fazer o mesmo em Creta. Da Macedônia, Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e, pouco mais tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi preso de novo em Roma, quand o então escreveu uma
l
1Em geral, ordinariamente. 2 Que co ncern e; relativo, atinente, referente. 3Dar força a; fortificar, fortalecer, confirmar, comprovar.
segunda carta a Timóteo pouco antes do seu martírio, em 67/68 (ver 2Tm 4.6-8; ver também introdução a 2Timóteo).
Propósito Paulo teve um tríplice propósito ao escrever ITimóteo: • Exo rta r o próprio Tim óteo a respe ito do seu ministério e da sua vida pessoal; • Exor tar Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção causada por falsos mestres; • Dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Efeso.
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Segunda Carta a Timóteo
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 67 d.C. Tema: Perseverança Inabalável na Fé Palavras-Chave: Batalha, instrução, responsabilidade Versículos-chave: 2Tm 3.14-17; 4.1-5
No capítulo 1, Paulo assegura a T i m ó teo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transi gir1 na fidelidade ao evangelho, a guardar com diligência a verdade e a seguir o seu exemplo. No capítulo 2, Paulo in cumbe seu filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2Tm 2.2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2Tm 2.3), a servir a Deus com diligência e a manejar corretamente a palavra da verdade (2Tm 2.15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2Tm 2.18-21), a manter-se puro (2Tm 2.22) e a trabalhar com paciência como mestre (2Tm 2.23-26). No capítulo seguinte, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (2Tm 3.19), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (2Tm 3.10-17). No capítulo final, Paulo in cumbe Ti m óteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm 4.1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele j á encarava a morte, e instando com o j o v e m p asto r a vir logo ao seu encontro (2Tm 4.6-21).
1Chegar a acordo; ceder, condescender, contemporizar.
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Autor t h V E s ta t a é a ú lt l t im i m a c ar a r ta t a d e P au a u lo l o . E la l a f o i e sc s c ri r i ta ta quando o imperador Nero procurava impedir a expansão da fé cristã em Roma, perseguindo severamente os crentes. E Paulo voltara a ser prr i s i o n e i r o d o i m p e r a d o r e m R o m a ( 2 T m 1 . 1 6 , 1 7 ) . p Estava sofrendo privações como se fosse um criminoso comum (2Tm 2.9), abandonado pela maioria dos seus amigos (2Tm 1.15), e tinha consciência de que o seu ministério chegara ao fim, e que sua morte se aproximava (2Tm 4.6-8,18; ver introdução à ITimóteo paa r a u m e x a m e m a i s c o m p l e t o d a a u t o r i a e d o c o n t e x t o p da epístola). Paulo escreve a Timóteo como “amado filho” (2Tm 1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua intimidade com Timóteo e sua confiança nele percebese no fato de o apóstolo mencioná-lo como seu cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo haver permanecido consigo durante sua primeira prisão (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1), e de lhe haver escrito duas cartas pessoais. Ante sua execução iminente, Paulo pee d e d u a s v e z e s a T i m ó t e o q u e v e n h a e s t a r n o v a m e n t e p com ele em Roma (2Tm 4.9,21). Timóteo ainda residia em Éfeso quando Paulo lhe enviou esta segunda epístola (lTm 1.3; 2Tm 1.18). Nesta epístola, o apóstolo envia saudações a Onesíforo que residia em Éfeso (2Tm 1.16), e igualmente para o casal Aquila e Priscila (2Tm 4.19).
Características Especiais Contêm as últimas palavras escritas por Paulo antes da sua execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a Cristo.
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Contém uma das declarações mais claras, na Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e do seu propósito (2Tm 3.16,17); Paulo reafirma que as Escrituras devem ser interpretadas com exatidão pelos ministros da Palavra (2Tm 2.15) e insiste que a Palavra de Deus seja confiada a homens fiéis que, por sua vez, poo s s a m e n s i n a r a o u t r o s ( 2 T m 2 . 2 ) . p Do começo ao fim da carta aparecem exortações sucintas, por exemplo, “despertes o dom de Deus” (2Tm 1.6), “não te envergonhes” (2Tm 1.8), sofre pelo evangelho (2Tm 1.8), “conserva o modelo das sãs palavras” (2Tm 1.13), “guarda a verdade” (2Tm 1.14), “fortifica-te na graça” (2Tm 2.1), “passa adiante a mensagem” (2Tm 2.2), “sofre as aflições” (2Tm 2.3), “sê diligente na Palavra” (2Tm 2.15), “evita os falatórios profanos” (2Tm 2.16), “foge dos desejos da mocidade e segue a justiça” (2Tm 2.22), “acautela-te da apostasia que há de vir” (2Tm 3.1-9), “permanece na verdade” (2Tm 3.14), “pregues a Palavra” (2Tm 4.2), “faze a obra de um evangelista” (2Tm 4.5) e “cumpre o teu ministério” (2Tm 4.5). Os temas iterativos1destas muitas exortações são: manter firme a fé (em Jesus Cristo e no evangelho apostólico original), guardá-la da distorção e da corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o evangelho com perseverança inabalável. O testemunho de despedida de Paulo é um exemplo comovedor de coragem e esperança diante do martírio sentenciado (2Tm 4.6-8).
1Relativo a, ou em que há iteração. Repetido, reiterado.
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P
, ai.. a a ai
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65/66 d.C. Tema: A Sã Do utr in a e as Boas Obras Pala vras- Chave: D il ig ên ci a1 a1,, compromisso, responsabilidade Versículos-chave: Tt 2.11-14
Tito , como 1 e 2 Tim óteo , é uma carta pee s s o a l d e P a u l o a u m d o s s e u s a u x i l i a r e s m a i s j o v e n s . p É chamada de “epístola pastoral” porque trata de assuntos relacionados com a ordem e o ministério na igreja. Tito, um gentio convertido (G1 2.3), tornou-se íntimo companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado nominalmente em Atos (por ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se: • Nas treze referência s a Tito nas nas epístolas de Paulo; • No fato de ele ser um dos convertidos e fruto do ministério de Paulo (Tt 1.4; como Timóteo), e um cooperador de confiança (2Co 8.23); • Pela sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão importante a Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2Co 2.12,13; 7.6-15; 8.6, 16-24); • Pelo seu trabalho como cooperador de Paulo em Creta (Tt 1.5). Paulo e Tito trabalharam juntos por um breve pee r í o d o n a i l h a d e C r e t a ( a s u d o e s t e d a Á s i a M e n o r , n o p Mar Mediterrâneo), no período entre a primeira e a segunda prisão dé Paulo em Roma (ver introdução a 1 Cuidado ativo; ativ o; zel zelo, o, aplicação. At ivi da de, rapidez, presteza. Providência; medida .
ITimóteo). Paulo deixou Tito em Creta cuidando da igreja ali (Tt 1.5), enquanto ele (Paulo) seguia adiante para a M acedônia ( l T m 1.3). Algum tempo depois, Paulo escreveu esta carta a Tito, incumbindo-o de completar a tarefa em Creta que os dois haviam começado juntos. É provável que Paulo tivesse mandado a carta pelas mãos de Zenas e Apoio, que passaram por Creta, em viagem (Tt 3.13). Nesta carta, Paulo informa sobre seus planos para enviar Artemas ou Tíquico para substit uir Tito dentro em breve. E nessa ocasião Tito devia encontrarse com Paulo em Nicópolis (Grécia), onde o apóstolo planejava passar o inverno (Tt 3.12). Sabemos que isto aconteceu, já que na ocasião posterior, Paulo designara Tito para a Dalmácia, no litoral oriental do mar Adriático (na ex-Iugoslávia), em cuja região ficava Nicópol is, na Gréci a (Tt 3.12).
Propósito Paulo escreveu primeiramente para instruir Tito na sua tarefa de: • Pôr em ordem o que ele (Paulo) deixara inacabado nas igrejas de Creta, inclusive a instituição de presbíteros nessas igrejas (Tt 1.5); • Aju dar as igrej as a cresc erem na fé, no conhecimento da verdade e em santidade (Tt 1.1); • Silen ciar falsos mest res (Tt 1.11); • Vir até Paulo, uma vez substituído por Ártemas ou Tíquico (Tt 3.12).
Visão Panorâmica Nesta epístola, assuntos principais.
Paulo
ex am ina
quatro
1. Ensina Tito a respeito do caráter e das qualificações espirituais necessárias a todos os que são separados para o ministério na igreja. Os presbíteros devem ser homens piedosos, de caráter cristão comprovado, e bem sucedidos na direção da sua família (Tt 1.5-9); 2. Paulo manda Tito ensinar a sã doutrina, repreender e silenciar falsos mestres (Tt 1.10-2.1). No decurso da carta, Paulo apresenta dois breves resumos da sã doutrina (Tt 2.11-14; 3.4-7); 3. Paulo descreve para Tito (lTm 5.1-6.2) o devido papel dos anciãos (Tt 2.1,2), das mulheres idosas (Tt 2.3,4), das mulheres jovens (Tt 2.4,5), dos homens jovens (Tt 2.6-8) e dos servos (Tt 2.9,10); 4. Finalmente, Paulo enfatiza que as boas obras e uma vida de retidão são o devido fruto da fé genuína (Tt 1.16; 2.7,14; 3.1,8,14; Tg 2.14-26).
Características Especiais Dois breves resumos da verdadeira natureza da salvação em Jesus Cristo (Tt 2.11-14; 3.4-7). • A igreja e o seu ministério devem estar edificados sobre firmes alicerces espirituais, teológicos e éticos. • Contém uma das duas listas no Novo Testamento enumerando as qualificações necessárias à direção da igreja (Tt 1.5-9; lTm 3.1-13).
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C arta a F il e m o m
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. T em a: R ec on ci li aç ão Palavra-Chave: Irmão Versículos-chave: Fm 17-19
Paulo escreveu esta “epístola da prisão” (Fm 1,9) como uma carta pessoal a um homem chamado Filemom, mais provavelmente durante sua primeira prisão em Rom a (At 28.16-31). Os no mes idênticos mencionados em Filemom (Fm 1,2,10,23,24) e em Colossenses (Cl 4.9,10-17), indicam que Filemom morava em Colossos e que as duas cartas foram escritas e entregues juntas. Filemom era um senhor de escravos (Fm 16) e membro da igreja de Colossos (compare Fm 1,2 com Cl 4.17), talvez um convertido de Paulo (Fm 19). Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para Roma; ali, teve contato com Paulo, que o levou a Cristo. Desenvolveu-se um forte vínculo de amizade entre os dois (Fm 9-13). Agora, Paulo, um tanto ap re en si vo 1, envia O nési mo de volta a Filem om, acompanhado por Tíquico, cooperador de Paulo, levando esta carta (Cl 4.7-9).
Propósito Paulo escreveu a Filemom para tratar do problema específico do escravo fugitivo deste, Onésimo. Segundo a lei romana, um escravo fugitivo era passível da pena de morte. Paulo intercede junto a Filemom em favor de Onésimo e pede-lhe que 1Preocupado, receoso, cismático.
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graciosamente receba Onésimo de volta, como um irmão crente e como companheiro de Paulo, com o mesmo amor com que acolheria o próprio Paulo.
Visão Panorâmica • •
• •
Eis o apelo de Paulo a Filemom: Roga que Filemom, como irmão na fé cristã (Fm 8,9,20,21), receba Onésimo de volta, não como escravo, mas como irmão em Cristo (Fm 15,16). Num troca dilho 1 (no grego), Paulo chama atenção para o fato que Onésimo (cujo nome significa “útil”) era anteriormente “inútil”, mas agora é “útil” tanto a Paulo como a Filemom (Fm 10-12). Paulo queria que Onésimo perm anecess e com ele em Roma, mas prefere enviá-lo de volta ao seu legítimo senhor (Fm 13,14). Paulo oferece-se para pagar a dívida de Onésimo e relembra a Filemom que este deve sua vida ao Apóstolo (Fm 17-19). A carta termina com saudações de alguns dos cooperadores de Paulo em Roma (Fm 23,24) e com uma bênção (Fm 25).
Características Especiais Três características principais acham-se nesta epístola: 1. Essa é a mais breve de todas as epístolas de Paulo; 2. Mais do que qualquer outra parte do Novo Testamento, ela ilustra como Paulo e a igreja primitiva tratavam do problema da escravidão no império romano. Ao invés de atacá-la diretamente ou 1 Jogo de palavras pare cidas no som e diferentes no significado, e que dão margem a equívocos; emprego de expressão ambígua.
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de ins tig ar1 rebelião armada, Paulo expôs princípios cristãos que eliminavam a severidade da escravidão romana e que finalmente levaram à sua abolição total no meio da Cristandade; 3. Oferece um vislu mbre incom paráve l da nature za íntima de Paulo, pois este se identificou tanto com um escravo que o chamou de “meu coração” (Fm 12 ).
1Incitar, induzir, mover, estimular, açular, acirrar. 2 Idéia i ndistinta; conjetu ra, suposi ção, hipótese.
Questionário • 6.
Assinale com “X ” as alternativ as corretas Cartas de Paulo intituladas como Pastorais” a)| I 1 e 2Te ssalo nice nse s e File mom b)[y| 1 e 2Tim óteo e Tito c)| I Colossenses, Filipenses e Efésios d)l I 1 e 2C or ínt ios e Rom an os
“Epístolas
7. Contêm as últimas palavras escritas por Paulo antes da sua execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a Cristo a) b ) D Tito c) ^ Fil em om ITimóteo d) 8. Epístola escrita por Paulo na prisão como uma carta pessoal a um homem, cujo tema central é a reconciliação a)l | IT im óte o b)| I Tito c)P3 Filemom d)| I2Timóteo • Marqu e “C” para Certo e “E ” para Errado 9.\PA Tito
é a mais breve de todas as epístolas de Paulo 10.[^] Paulo descreve para Filemom o devido papel dos anciãos, das mulheres idosas, das mulheres jovens, dos homens jovens e dos servos
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Lição 4 Cartas Gerais: Hebreus e Tiago
Carta aos Hebreus
Autor: Desconhecido Data: Cerca de 67-69 d.C. Tema: Um Melhor Concerto Palavra-Chave: Melhor Versículo-chave: Hb 4.14 M Kt. '' >m
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Este livro foi destinado originalmente aos cris tãos de Roma. O seu -título, nos man uscr itos gregos mais antigos, diz apenas “Aos Hebreus”. Seu conteúdo, no entanto, revela que foi escrito a cristãos judeus. O em pre go que o autor fez da Se pt ua gi nt a1, nas cita ções do Antigo Testamento, indica que os primeiros leitores foram provavelmente judeus de idioma grego que viviam fora da Palestina. A expressão “Os da Itália vos saúdam” (Hb 13.24) significa provavelmente que o autor escrevia para Roma, e que na ocasião incluiu saudações de crentes italianos que viviam longe da pátria. Os destinatários podem ter sido igrejas em lares, da comunidade cristã de Roma, das quais algumas estavam a ponto de abandonar a fé em Jesus e voltar para a antiga fé ju d aic a por causa da perseguição e do desânimo. 1Versão grega do Antigo Testamento.
Uma coisa é certa, o escritor escreveu na plenitude do Espírito e com entendimento , revelação e autoridade apostólica. O Senhor Jesus Cristo é o melhor Mediador do melhor Pacto baseado sobre melhores promessas (Hb 8.6). É o Filho de Deus, o resplendor de Sua glória e a expressão exata do Seu Ser. É o Criador, Sustentador e Herdeiro do universo. É maior que os anjos, maior que Moisés, Arão e Josué. É o Autor e Consumador de nossa fé, em Quem devemos fitar firmemente nosso olhar (Hb 12.2). Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre (Hb 13.8). Convémnos sair a Ele, fora do arraial, levando Seu vitupério1 (Hb 13.13). Termina o argumento do livro com a bênção ou conclusão mais sublime de todas as Epístolas.
Autor O escritor não se identifica no título original, nem através do livro, embora fosse bem conhecido dos seus leitores (Hb 13.18-24). Por alguma razão, perdeu-se a sua identidade ao findar-se o século I. Posteriormente, na tradição da igreja primitiva (séculos II ao IV), surgiram muitas opiniões diferentes sobre o possível escritor de Hebreus. A opinião de que Paulo haja sido o autor não tinha aceitação até o século V. Muitos eruditos conservadores descartam a autoria de Paulo, uma vez que o estilo esmerado e alexan drino do autor, seu em ba sam en to na Septuaginta, sua maneira de introduzir as citações do 1 V i t u p e r a ç ã o . I n s u lt o , i nj ú ri a . A t o v e r g o n h o s o , criminoso. 2 Base, fun dame nto ; r azão, motivo.
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infame ou
Antigo Testamento, seu método de argumentar e ensinar, a estrutura da argumentação e a omissão da sua identificação pessoal são características muito diferentes das de Paulo. Além disso, enquanto Paulo sempre apela à sua revelação recebida diretamente de Cristo (G1 1.11,12), esse escritor demonstra ser um dos cristãos da segunda geração aos quais o evangelho fora confirmado por testemunhas oculares do ministério de Jesus (Hb 2.3). Entre os homens mencionados nominalmente no Novo Testamento, a descrição que Lucas oferece de Apoio, em Atos 18.24-28, ajusta-se melhor ao perfil do escritor de Hebreus. Apesar de que costumamos dar a este livro o título: A Epístola do Apóstolo São Paulo aos Hebreus, desde os primeiros séculos do Cristianismo vem sendo discutido o problema a respeito de quem seja o autor desta carta. O próprio texto não revela a identidade do autor. Há os que alegam que 2Pedro 3.15 se refere a uma Epístola escrita pelo apóstolo Paulo especialmente para os judeus, enqu anto que 3.16 fala das demais Epístolas que ele escreveu. Dizem que esta é aquela carta mencionada no versículo 15. Se Paulo foi o autor, por que não o disse em 2Tessalonicenses 3.1 7? Clemente de Alexandria disse que Paulo não pôs o seu próprio nome na carta para que os ju deus não levantassem argumentos prejudiciais contra ele. Isto é possível, mas não de acordo com o que sabemos do caráter franco de Paulo. Nem o estilo, nem o vocabulário, têm qualquer semelhança com os do apóstolo. Não há provas c o n clu d e n te s 1 internas, nem externas, nem a favor, nem contra a que Paulo seja o autor. 1Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico.
Se há, porém, dúvidas de quem seja o autor, não há dúvidas de que tenha autoridade apostólica. E um livro do tempo dos apóstolos. Sua doutrina está de acordo com tudo o mais que há na Bíblia e preenche uma patente lacuna no desenvolvimento da doutrina no Novo Testamento. Clemente de Roma, no ano 96, fez tantas citações deste livro que se julga que seria necessário que tivesse diante de si o texto de Hebreus enquanto escrevia. Policarpo, Justino Mártir, Dionísio, Teófilo, Clemente de Alexandria, Orígenes e Eusébio citam-no. Orígenes (185-254) faz muitas referências ao livro como sendo de Paulo, porém diz: “Homens de outrora legaram-nos este livro como sendo Paulo, mas quem escreveu a Epístola, só Deus o sabe com certeza” (História Eclesiástica por Eusébio, VI, 25). Tem sido atribuída a Lucas, a Barnabé, a Clemente de Roma e a outros e alguns crêem que Lucas escreveu todo o livro em hebraico e que Paulo após a conclusão, ou que Paulo escreveu todo o livro em hebraico e que Lucas, ou Clemente de Roma, o traduziu para o grego. Estas são co nje tur as1 apenas. Vários autores, começando por Lutero, alegam que Apoio é mais provavelmente o autor. De que seja de autoridade apostólica não há motivo para duvidar-se.
A Data e as Circunstâncias De Hebreus 10.11,12, comprova-se que o livro foi escrito depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo e antes da destruição de Jerusalém no ano 70. A menção de Timóteo em 13.23, prova que seria na última parte desse período. Não sabemos quando Timóteo foi detido, mas supõe-se que seria em Roma 1Juízo ou opinião sem fundamento preciso; suposição, hipótese.
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quando foi para socorrer a Paulo (2Tm 4.9). Se assim é, talvez Hebreus tenha sido escrito cerca do ano 68 ou, talvez 69. Naturalmente, não sabemos nada das circunstâncias do escritor, porém dos destinatários, sim. Eram hebreus segundo todo o teor do livro. Seu título mais antigo foi simplesmente: Os Hebreus; depois: A Epístola aos Hebreus; e finalmente: A Epístola do Apóstolo São Paulo aos Hebreus. Não há quaisquer referências aos gentios, nem se refere aos seus problemas no texto, porém, refere-se detalhadamente ao Antigo Pacto e a Abraão, Moisés, Josué, etc., sem explicações desnecessárias para os ju deu s, coisa que seria necessário para os gentios que não conheciam o Antigo Testamento. Estes hebreus estavam em um grande perigo - o de negarem a sua fé e voltare m para o jud aís mo. A carta exorta-os a confiarem no Senhor Jesus Cristo, Mediador de um melhor pacto baseado sobre melhores promessas. O livro pro va que o Novo Pacto (Testamento) é a realidade de que o Antigo Pacto é a sombra (Hb 8.5,6).
Tema Cristo é a Pessoa inevitável, indispensável, perfeitament e ímpar. É superior (palavra usada 13 vezes) do que qualquer cousa ou qualquer pessoa. É o cumprimento de tudo o que o Velho Testamento prometera.
Propósito " S .
cristãos
Hebreus foi escrito principalmente para os judeus que estavam sob perseguição e
es m or ec im en to 1. O escritor procura fortale cê-los na fé em Cristo, demonstrando cuidadosamente a superioridade e finalidade da revelação e redenção da parte de Deus em Jesus Cristo. Dem onstra que as disposições divinas para a redenção vistas no Antigo Conce rto c umprira m-se e tornaram-se o bso letas 2 pela vinda de Jesus e pelo estabelecimento de um Novo Concerto, mediante a sua morte vicária3. O escritor anima seus leitores: • A ma nte re m firme sua con fissã o de Cristo até o fim; • A prosse guirem para a maturidade espiritual; • Não volverem ao estado de conden ação caso abandonem a fé em Jesus Cristo.
Visão Panorâmica Hebreus parece mais um sermão do que uma epístola. O autor descreve sua obra como “uma palavra de exortação” (Hb 13.22). Contém três divisões principais: 1. Primeiro, Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado a plena revelação de Deus à humanidade maior do que os profetas (Hb 1.1-3), do que os anjos (Hb 1.4-2.18), Moisés (Hb 3.1-6) e Josué (Hb 4.1-11). Nesta divisão do livro, ocorre uma advertência solene no tocante às conseqüências do abandono da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade (Hb 2.13; 3.7-4.2); 2. A segunda divisão apresenta Jesus como o Sumo Sacerdote, cujas qualificações (Hb 4.14-5.10; 6.19-7.25), caráter (Hb 7.26-28) e ministério (Hb 8.11 D i m i n u i ç ã o d e f o r ça , d e c o r a g e m , d e en t u s i a s m o ; d e s â n i m o, desalento, abatimento. 2 Que c aiu em d esu so; arcaic o. 3 Que faz as vezes de out rem ou d e outra coisa.
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10.18), são perfeitos e eternos. Há uma solene advertência para quem permanecer espiritualmente imaturo ou mesmo “cair” depois de se tornar participante de Cristo (Hb 5.11-6.12); A divisão final (Hb 10.19-13.17) admoesta enfaticamente os crentes a perseverarem na salvação, na fé, no sofrimento e na santidade.
Características Especiais Oito características afloram neste livro: 1. No Novo Testamento é único quanto à sua estrutura: “começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta” (Orígenes); 2. E o texto mais refinado do Novo Testamento, abeirando-se do estilo do grego clássico, mais do que qualquer outro escritor do Novo Testamento (com ex ceç ão, q u iç á 1, de Lucas , em Lc 1.1-4); 3. E o único escrito do Novo Testamento que desenvolve o conceito do ministério sumo sacerdotal de Jesus; 4. A cristologia do livro é ricamente variada, apresentando mais de vinte nomes e títulos de Jesus; 5. Sua palavra-chave é “melhor” (13 vezes). Jesus é melhor do que os anjos e todos os mediadores do Antigo Testamento. Ele provê melhor repouso, concerto, esperança, sacerdócio, expiação pelo sacrifício vicário e promessas; 6. Contém o principal capítulo do Novo Testamento a respeito da fé (capítulo 11); 7. Está repleto de referências e alusões ao Antigo Testamento que oferecem um rico conhecimento da interpretação cristã primitiva da história e da 1Talvez, porventura; quem sabe.
adoração no Antigo Testamento, mormente no campo da tipologia; 8. Adverte, mais do que qualquer outro escrito do Novo Testamento contra os perigos da apostasia espiritual.
Cristo, o Resplendor da Glória de Deus (Hb 1.3) A Epístola aos Hebreus compara Jesus Cristo com o Antigo Pacto, e o apresenta como o cumprimento de todas as promessas messiânicas. Tal comparação visa demonstrar a superioridade de Cristo sobre tudo quanto o Antigo Testamento tem a oferecer. O tema que percorre a carta do princípio ao fim é: “Jesus Cristo é superior a...” Ele é superior aos anjos, aos profetas, ao sacerdócio levítico e etc. E descrito como o Criador de todas as coisas, resplendor da glória e imagem de Deus; aquele que tudo sustém com o seu poder, que nos purificou de todo o pecado e está assentado à destra de Deus. Profetas Foram criados Tinham revelação parcial São adoradores Anunciadores
Anjos Foram criados Tinham revelação parcial São adoradores Ministradores
Jesus Cristo Tudo criou Trouxe a revelação completa Recebe adoração Senhor de tudo
Cristo, Superior aos Anjos (Hb 1.4) Os anjos tiveram importantes momentos na história dos judeus, tanto no âmbito nacional como na vida de indivíduos. Em sua natureza, mesmo atuando em favor dos que hão de herdar a vida eterna, são criaturas com limitações se comparadas ao Senhor
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Jesus Cristo. Ele é declarado como Filho pelo próprio Deus, é o Messias, Criador e está à direita do Pai. O escritor, ainda demonstrando a superioridade de Jesus sobre os anjos, lembra aos leitores que, se o que foi dito pelos anjos foi válido a ponto de toda desobediência às palavras angelicais receber punição, maior pena receberá aqueles que desprezarem, em Jesus, “tão grande salvação”. Apenas Ele, como verdadeiro Sumo Sacerdote, pode se compadecer dos que são tentados e salvá-los. Os Anjos Criaturas (Hb 1.7) Revelação parcial Mensageiros (Hb 1.7) Nada lhes é sujeito São adoradores (Hb 1.6) Min istradores
Jesus Cristo Criador (Hb 1.2-10) Revelação completa Filho (Hb 1.5) Todas as coisas lhe são sujeitas Recebe adoração (Hb 1.6) Senhor de tudo
Cristo, Superior a Moisés (Hb 3.3) Os crentes destinatários da epístola são chamados de “santos”, e devem, por serem participantes da “vocação cel estial” , consid erar Jesus não apenas como apóstolo (um enviado de Deus), mas também Sumo Sacerdote, ao qual devem confessar suas dificuldades. Se Moisés foi fiel em seu ministério, Jesus muito mais, pois foi o autor, não somente do ministério, mas também da família de Moisés. O Grande Libertador dos hebreus, por ser homem, não pôde ser perfeito. Entretanto, Jesus deu-nos o exemplo de irrefutável1perfeição. 1Que não se pode refutar; evidente, irrecusável, incontestável.
O sacro escritor relembra a seus leitores que o povo de Israel peregrinara no deserto por muitos anos, por não ter ouvido a voz de Deus através de Moisés, e roga-os que não ajam da mesma forma, endurecendo seus corações às ordens divinas.
Repouso para o Povo de Deus (Hb 4.9) A sorte daqueles que foram resgatados do Egito teve amplo e direto sentido para os destinatários da epístola em estudo. Foram libertados, mas não entraram no “descanso de Deus”, e pereceram no deserto. Mesmo a segunda geração,que conseguiu entrar em Canaã, não alcançou a plenitude da promessa divina. Só pela vinda do Messias seria alcançada; e isto por apropriação, mediante a fé. Tanto Israel como esses primitivos cristãos ocupav am posição semelhan te de ter recebido o evang elho e ter a opo rtun ida de de apropria r-se do mesmo. Israel falhou. Agora, o perigo para esses primitivos cristãos ju deus era que, por causa da incredulidade e falta de firmeza, deixassem de entrar no descanso espiritual de Deus, o qual não foi cumprido por Josué, mas que agora estava ao alcance de todos, em Cristo.
Cristo, Sumo Sacerdote Superior a Arão (Hb 5.6) Por não conhecerem a Cristo sob a figura de Sumo Sacerdote e por não ser Ele da linhagem de Arão, os cristãos hebreus não compreendiam a aplicação deste título e ofício à sua pessoa e, conseqüentemente, tinham dificuldades em aceitá-lo e honrá-lo nessa função. Daí, a necessidade do escritor resumidamente 96
apresentar as características e atribuições do sumo sacerdote, demonstrando que as mesmas são perfeitamente satisfeitas em Cristo. O texto mostra a superioridade de Cristo sobre os demais sumo sacerdotes, destacando que Ele não apenas satisfez as exigências do sistema levítico para a vocação sacerdotal, mas distingu iu-se pelo fato de, sem pecado, entregar-se a si mesmo por nossos pecados.
O Perigo da Apostasia (Hb 5 e 6) Os cristãos hebreus haviam, sido uma vez iluminados através da revelação de Deus em Cristo. Haviam experimentado o dom celestial, o Espírito Santo, e a boa Palavra de Deus, o evangelho de Cristo, pregado entre eles com toda manifest ação de po der e milagres. Para essas pessoas, caso se desviassem, seria impossível serem renovadas outra vez para arrependimento, uma vez que deliberadamente rejeitaram a Cristo, declarando que a sua crucificação não possuía mais o sentido que antes lhe atribuíam. O escritor aos hebreus sentiu bem de perto o perigo que aqueles crentes nessas circunstâncias enfrentavam, por isso os advertiu.
Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 1. É tema principal da carta geral aos Hebreus a)| I A Fé Ma nife sta -se pelas Obras b)| I Andando na Verdade c)| | Gló ria Atrav és do Sof rime nto d)lxl Um Melhor Concerto 2. Hebreus foi escrito principalmente para os cristãos a)| I Rom anos que estavam sob tribulação b)l I Judeus que estavam sob escravidão c)[x] Judeus que estavam sob perseguição d)l I R om an os que esta va m sob pers egu içã o 3. No Novo Testamento, Hebreus é o único quanto à s ua es tr ut ur a: “ co m eç a c o mo " / / Ur ’ . d e se n vo l ve se como hwmiíH&e t er mi na c om o ' ' ___ ” (Orígenes) a)p~l Tratado, sermão e carta b)l I Carta, tratado e sermão c ) D Sermão, carta e tratado d)| I Epísto la, tratado e sermão • Marque “C ” para Certo e “E” para Errado 4 . n Hebreus contém o principal capítulo do Novo Testamento a respeito da vinda de Cristo 5.[c1 A Epístola aos Hebreus compara Jesus Cristo com o Antigo Pacto, e o apresenta como o cumprimento de todas as promessas messiânicas
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Cristo, Sacerdote Eterno e Perfeito (Hb 7.26) O autor da epístola agora reverte ao argumento deixado no capítulo 5, versículo 10, no qual se referia a Cristo como Sumo Sacerdote de um serviço divino, de ordem mais elevada do que aquela estabelecida sob a lei mosaica. Esta ordem sacerdotal é de origem divina e segundo a ordem de Melquisedeque. A descrição histórica desse personagem singular encontra-se em Gênesis 14.17-20. Ele surge nas páginas sagradas qual estrela nova, no firmamento. Logo desaparece para só o encontrarmos na epístola aos hebreus. O fato de as Escrituras não apresentarem o registro genealógico do nascimento de Melquisedeque ou sua morte, já o torna tipo perfeito do sacerdócio eterno de Cristo.
Cristo, Mediador de uma Melhor Aliança (Hb 8.10) Nós, os crentes do Novo Concerto, possuímos um Sumo Sacerdote de classe única e p ro em i n en t e 1: Alguém que em si mesmo é a realidade, que corresponde e cumpre o padrão estabelecido por Deus para o sacerdócio; Alguém cujo ministério, por conseguinte, é cumprido na esfera celestial, e não na terrena; Alguém cuja obra foi consumada pela entronização à mão direita de Deus; e Alguém que, por isso mesmo, é apto para cumprir um mais excelente ministério na qualidade de mediador de um novo e melhor Concerto. Cristo, nosso amado Salvador, 1Que sobressai, ressalta; saliente.
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tornou-se ministro do verdadeiro tabernáculo, tendo entrado em nosso lugar não em algum santuário terreno, mas na própria presença de Deus, efetuou eterna redenção.
Cristo Trouxe, Maior Glória na Adoração a Deus (Hb 9) Sob a ordem mosaica entendia-se que não havia livre acesso à presença de Deus. Somente uma vez por ano, e isso por meio dum representante. Somente mediante sacrifício crue nto 1 podia o povo aproximar-se de Deus. A lição que aprendemos é que devido ao pecado, o propósito do homem de acercar-se diretamente de Deus era frustrado. Toda a economia levítica era provisória, não passando de sombra ou tipo da realidade celestial. Os sacrifícios anuais jamais poderiam resolver o proble ma da consciência. Por serem provisórios, eles aguardavam um tempo de “reforma”, uma ocasião melhor.
A Eficácia do Sacrifício de Cristo (Hb 10.1) Instituído por Deus, os sacrifícios de animais eram a única form a de se ap la ca r2 a ira divina co ntra o pecado e aproximar o hom em do seu Criador. Entretanto, tais sacrifícios demonstraram ser ineficazes porque apenas aplacavam te mporariamente a ira de Deus, mas não removiam o pecado. Desta forma, havia a necessidade de um sacrifício único e perfeito, que propic iasse aos homens a certeza da reconciliação com Deus. 1Em que há sangue; sanguinolento, sangrento, cruel. 2 Tor nar plácido; tranqüilizar, serenar, apaziguar.
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O autor da epístola em estudo não apenas apresenta Cristo como o último Sumo Sacerdote, mas como o sacrifício perfeito diante de Deus; sacrifício que tira definitivamente os pecados.
O Pecado Imperdoável (Hb 10.26) O sacrifício de Cristo nos faculta o acesso a Deus. Entretanto, Deus exige de nós responsabilidade no uso de seus dons, mas deseja principalmente de nós uma vida de santidade. Pode haver na igreja pessoas que, mesmo tendo experimentado os presentes de Deus - a salvação, o perdã o dos pecados, a inclus ão na igreja - queiram pecar voluntariamente , não havendo para os pecados de tais pessoas qualquer sacrifício. Pelo fato de retornarem à vida de pecados e pisarem o Filho de Deus, resta-lhes a expectação1de algo ruim, pois cairão nas mãos do Deus Vivo.
Os Elementos Essenciais da Fé (Hb 11.1) A fé, conforme a Palavra de Deus, é a condição básica para ser salvo e receber de Deus auxílio em todos os aspectos. É a base, “firme fundamento”; a esperança “das coisas que se esperam” e a convicção, “prova das coisas que não se vêem”. O escritor, recorrendo à história judaica, mostra diversas personagens que, pela fé, e não por seus próprios méritos, puderam obter da parte de Deus vitórias marcantes. Tais personagens viram de longe as promessas de Deus, e morreram crendo no cumprimento delas. Deus considera esses heróis como 1 E s p e r a n ç a f u n d a d a em s u p o st o s d ir e it o s , p r o b a b i l i d a d e s o u p r o me ss as.
pessoas “dos quais o mundo não era dig no” , exemplos de fé a serem seguidos por todos nós. Características Fé caracterizada pela obediência irrestrita ao Senhor Recebeu uma revelação especial de Deus relativa ao dilúvio Agradou a Deus por seu andar espiritual diante dEle Aos olhos de Deus seu sacrifício teve maior valor
Personagens Abraão Noé Enoque Abel
Perseverança na Fé e Santidade (Hb 12.1) Os cristãos hebreus tinham à sua disposição muito mais vantagens que as permitidas aos heróis que os antecederam. O autor se compara, juntamente com seus irmãos em Cristo, a atletas disputando uma corrida, ao redor dos quais está aquela numerosa platéia enfileirada, como nas arquibancadas de um grande estádio. As testemunhas da grande prova são ju stam ente os heróis da fé, cujos feitos estão registrados no capítulo 11 da epístola em estudo. Tomando o exemplo desses homens das gerações anteriores, o escritor procura nos encorajar a correr a boa corrida da fé e ganhar, pela resistência e coragem, o prêmio que nos é oferecido.
Evidências da Vida Cristã (Hb 13.16) O escritor sagrado adiciona no texto em estudo uma variedade de breves declarações que contêm agudas exortações práticas para que o crente viva a vida cristã de modo digno. Ele sabia que seus
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leitores se tinham mostrado ativos no passado, em simpatia e bondade para com seus irmãos na fé (Hb 6.10). Por esta razão, exorta-os aqui sobre a importância de manter tal amor prático entre os membros da fraternidade cristã: eles deveriam lembrarse particularmente dos encarcerados, dos que estivessem sofrendo enfermidades ou maus tratos, pois os crentes deveriam compartilhar das mútuas provações.
Carta de Tiago
Autor: Tiago Data: 45-49 d.C. Tema: A Fé Manifesta-se pelas Obras Palavras-Chave: Fé, riquezas, língua, orgulho, oração Versículos-chave: Tg 1.27; 2.20
Tiago é classificada como “epístola IX I ~ T unive rsal” porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação: “Às doze tribos que andam dispersas” (Tg 1.1), juntamente com outras referências (Tg 2.19-21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estevão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19). Isso explicaria: • A ênfase inicial da carta quanto ao sofrer com alegria as provações que testam a fé e que demandam perseverança (Tg 1.2-12); • O conhecimento pessoal que Tiago demonstra ter pelos crentes “dispersos” . O Senhor Jesus Cristo é muito misericordioso e compassivo, diz Tiago (Tg 5.11) ouve a oração e levanta os enfermos (Tg 5.14,15) dá sabedoria aos necessitados (Tg 1.7) e exalta os humildes (Tg 4.10). Ele é o glorioso Senhor Jesus Cristo (Tg 2.1) que está interessado em cada ato de todo indivíduo (Tg 4.15) e tem prometido a coroa de vida a todos os que O amam (Tg 1.12).
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Autor Como pastor da igreja de Jerusalém, Tiago escreve às suas ovelhas dispersas. A maneira do autor se identificar simplesmente como “Tiago” (Tg 1.1), revela sua posição de destaque na obra. Tiago, meioirmão de Jesus e dirigente da igreja de Jerusalem, é geralmente tido como o autor. Seu discurso no Concílio de Jerusalém (At 15.13-21), bem como as descrições dele noutras partes do Novo Testamento (At 12.17; 21.18; G1 1.19; 2.9,12; ICo 15.7) correspondem perfeit ament e com o que se sabe dele como autor desta epístola.
Data e as Circunstâncias O mais provável é que Tiago tenha escrito esta epístola durante a década dos 40 d.C. A data tão re mo ta 1 para a escrita provém de vários fatores, por exemplo, Tiago emprega a palavra grega s y n a g o g e (lit. “sinagoga”) para referir-se ao local de reunião dos cristãos (Tg 2.2). Segundo o historiador judaico Josefo, Tiago, irmão do Senhor, foi martirizado em Jerusalém, em 62 d.C. Por várias razões supõe-se que a Epístola de Tiago foi escrita numa época bem cedo. O uso da palavra “sinagoga” para a reunião dos irmãos (Tg 2.1,2) prova que os cristãos ainda não tinham sido apartados inteiramente das sinagogas. Também fala dos anciãos da igreja em Tiago 5.14, de modo que a comunidade cristã tinha-se tornado um tanto homogênea. 1Que sucedeu há muito tempo; antigo, longínquo.
A falta de uma menção de diáconos ou de bispos pode não ter significado algum, mas todo o espírito da carta é de uma singelez a1 e liberdade genuínas no culto. Ao mesmo tempo transcorrera tempo suficiente para que se estabelecessem congregações no exterior da Judéia, e ainda dá a entender que tinham abusado da doutrina da justificação pela fé em Cristo, levada a um extremo incorreto. Não se mencionam nela a destruição da cidade de Jerusalém, nem mesmo a questão de os gentios serem participantes, com os judeus, das p romessas do Evangelho. Portanto, temos a certeza de que a carta é anterior ao ano 70, quando Jerusalém foi destruída, ou muito depois, quando esse fato já não era lembrado, o que é impossível. É muito provável também que fosse escrita antes do Concílio em Jerusalém (At 15), perto do ano 49. Assim, pois, admitimos que a data da carta seja entre 45 e 49. Há várias referências a fenômenos naturais que nos levam a pensar na Palestina como o lugar de origem para a Epístola: o mar (Tg 1.6; 3.4); figos e azeitonas (Tg 3.12); fontes de água doce ou amarga (Tg 3.11,12); vento abrasador (Tg 1.11); as primeiras e as últimas chuvas (Tg 5.7). Foi dirigida às doze tribos da dispersão, o que indica também que é de origem palestiniana ou de Jerusalém. Tiago quis ajudar os ju d eu s cristãos dispersos a manter um bom testemunho moral e ético. Se os crentes da sua congregação em Jerusalém tivessem dificuldades em suas vidas, e muitos deles foram dispersos entre as nações gentílicas, era natural que Tiago sentisse o impulso do Espírito Santo para escrever-lhes uma carta com o fim de exortá-los e admoestá-los na vida espiritual.
1Qualidade de singelo. Simples.
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Propósito Tiago escreveu: • Para encorajar os crentes judeus que enfrentavam várias provações, que punham sua fé à prova; • Para corrig ir crenças errônea s a respeito da natu reza da fé salvífica; • Para exortar e instruir aos leitores concernentes ao resultado prático da sua fé na vida de retidão e nas boas obras.
Visão Panorâmica Esta epístola trata de uma ampla variedade de temas relacionados à verdadeira vida cristã. Tiago exorta os crentes a suportarem com alegria as suas provações e a tirarem proveito delas (Tg 1.2-11), exorta-os a resistirem às tentações (Tg 1.12-18), a serem praticantes da Palavra e não apenas ouvintes (Tg 1.19-27) e a demonstrarem uma fé ativa, e não uma profissão de fé vazia (Tg 2.14-26). Adverte solenemente contra a pecaminosidade de uma língua indomável1(Tg 3.1-12; 4.11,12), a sabedoria carnal (Tg 3.13-16), a conduta pecaminosa (Tg 4.1-10), a vida p resu n ço sa2 (Tg 4.13-17), e a riqueza egocêntrica (Tg 5.1-6). Tiago encerra ressaltando a paciência, a oração e a restauração dos desviados (Tg 5.7-20). Em todos os cinco capítulos destaca-se o relacionamento entre a verdadeira fé e a vida piedosa. A fé genuína é uma fé provada (Tg 1.2-16), ativa (Tg 1.19-27), pela qual se ama o próximo como a si mesmo (Tg 2.1-13), manifesta-se pelas boas obras (Tg 2.141Impossível de domar; indomesticável. 2 Que ou aquele qu e tem ou denota pre sunç ão; p reten sios o.
26), mantém a língua sob rígido controle (Tg 3.1-12), busca a sabedoria de Deus (Tg 3.13-18), submete-se a Deus como justo juiz (Tg 4.1-12), confia em Deus para o viver de cada dia (Tg 4.13-17), não é egocêntrica, nem libertina1(Tg 5.1-6), é paciente no sofrimento (Tg 5.7-12 ) e dili ge nte 2 na oração (Tg 5.13 -20).
Características Especiais Sete características principais assinalam esta epístola: 1. É muito provável que ela tenha sido o primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito. 2. Embora contenha apenas duas referências nominais a Cristo, há nela mais alusões aos ensinos de Jesus do que todas as demais do Novo Testamento. Isso inclui 15 referências ao Sermão do Monte. 3. Mais da metade dos seus 108 versículos são expressões imperativas, ou mandamentos. 4. Sob vários aspectos, é o livro de Provérbios do Novo Testamento, pois: 5. Está repleto de sabedoria divina e instruções práticas, visando a uma vida cristã realista; a) Está escrito em estilo sucinto3, com preceitos diretos e analogias realistas. b) Tiago é um hábil observador dos fenômenos naturais e da natureza humana pecaminosa. Repetidas vezes, ele extrai lições disso para desmascarar esta última (Tg 3.1-12). 6. Mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento, Tiago destaca o devido relacionamento entre a fé e as obras (principalmente Tg 2.14-26). 1Devasso, dissoluto, depravado, licencioso. 2 Ativo, z eloso , aplic ado. L igeiro, r ápido. 3 Breve, resumido, conden sado , conciso.
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Tiago, às vezes, é chamado o Amós do Novo Testamento por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdades sociais.
Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 6. Conforme a Palavra de Deus, é a condição básica para ser salvo e receber de Deus auxílio em todos os aspectos a)D O amor b ) 0 A fé c)| I A alegr ia d)| I O sofriment o 7. A Epístola de Tiago foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local, portanto, é classificada como a)l | Ep ís to la com uni tár ia b)| I Epístola pastoral c)t§}Epístola universal d)l | Epí sto la interd enomina cional 8. Por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdades sociais, Tiago às vezes é chamado de a)| | Hab ac uq ue do Novo Tes tam ent o b)l I Malaquias do Novo Testamento c ) D Sofonias do Novo Testamento d ) 0 A mó s do N ov o T es ta me nt o • Mar que “ C ” para Certo e “E ” para Errado 9 . m Mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento, Tiago destaca o devido relacionamento entre a fé e as obras 1 0 . 0 Tiago é um hábil observador dos fenômenos naturais e da natureza humana pecaminosa
Lição 5 Cartas Gerais: 1 e 2Pedro; l,2,3João e Judas
Primeira Carta de Pedro
Autor: O Apóstolo Pedro Data: Cerca de 60-63 d.C. Tema: Sofrimento por Amor a Cristo Palavras-Chave: Sofrer, sofrimento Versículos-chave: IPe 4.12-13
Esta é a primeira de duas cartas no Novo Testamento escritas pelo apóstolo Pedro (IPe 1.1; 2Pe 1.1). Ele testifica que escreveu sua primeira carta com a ajuda de Silvano (cuja forma co ntr ac ta1 em grego é Silas), como seu escriba (IPe 5.12). O grego fluente de Silvano e seu estilo literário aparecem aqui, enquanto que, possiv elm ente , o grego menos es me ra do 2 de Pedro apareça na sua segunda epístola. O tom e o conteúdo de IPedro combinam com o que sabemos a respeito de Simão Pedro. Os anos em que viveu no estreito convívio com o Senhor Jesus estão implícitos nas suas referências à morte de Jesus (IPe 1.11,19; 2.21-24; 3.18; 5.1) e à sua ressurreição (IPe 1.3,21; 3.21). Indiretamente, ele parece referir-se, inclusive, às ocasiões em que Jesus lhe apareceu na 1Contraído. 2 Em que há esmero; acabado, acabado.
aprim orado , apu rado,
111
elegante; bem-
a e a, epo s a ressurre ç o r e . ; . a; o 21.15-23). Além disso, muitas semelhanças ocorrem entre esta carta e os sermões de Pedro registrados em Atos. Pedro dirige esta carta aos “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas da Ásia Menor (IPe 1.1). Alguns destes, talvez hajam se convertido no dia de Pentecoste, ao ouvirem a mensagem de Pedro, e retornaram às suas respectivas cidades levando a fé que acabavam de conhecer (At 2.9,10). Estes crentes são chamados “peregrinos e forasteiros” (IPe 2.11), relembrando-lhes, assim, que a peregrinação cristã ocorre num mundo hostil a Jesus Cristo, mundo este do qual só podem esperar perseguição. E provável que Pedro escreveu esta carta em resposta a informes dos crentes da Ásia Menor sobre a crescente oposição a eles (IPe 4.12-16), ainda sem consentimento do governo (IPe 2.12-17). Pedro escreveu de “Babilônia” (IPe 5.13). Isto pode referir-se literalmente à cidade de Babilônia, na Mesopotâmia, ou pode ser uma expressão figurada referente a Roma, o centro principal de oposição a Deus, no século primeiro. Embora Pedro possa ter visitado alguma vez a grande colônia de judeus ortodoxos em Babilônia, é mais consentâneo1entender, . i , : i rcsen ça de Pedro, S i l a s (IPe 5.12) e Marcos (IPe 5.13), juntos em Roma (Cl 4.10).
Propósito Pedro escreveu esta epístola de alegre esperança a fim de levar o crente a ver a perspectiva divina e eterna da sua vida terrestre e prover orientação 1Apropriado, adequado. Congruente, coerente.
prática aos cristãos que se en co ntravam sob o fogo do sofrimento entre os pagãos. O cuidado de Pedro visava evitar que os crentes não perturbassem sem necessidade o governo, e sim que seguissem o exemplo de Jesus no sofrimento, sendo inocente, mas portando-se com retidão e dignidade.
Visão Panorâmica IPedro começa lembrando os leitores: • De que têm uma vocação gloriosa e uma herança celestial em Jesus Cristo (IPe 1.2-5); • De que sua fé e amo r nesta vida estarão sujeitos as provas e purificações e que isso resultará em louvor, glória e honra na vinda do Senhor (IPe 1.69); • De que essa grande salvação foi predita pelos profetas do Antigo Testamento (IP e 1.10-12); • De que o crente deve viver uma vida santa, bem diferente do mundo ímpio ao seu redor (IPe 1.1321). Os crentes, escolhidos e santificados (IPe 1.2), são crianças em crescimento que precisam do puro leite da Palavra (IPe 2.1-3), são pedras vivas em que estão sendo edificadas como casa espiritual (IPe 2.4-10) e peregrinos, caminhando em terra estranha (IPe 2.11,12); devem viver de modo honroso e humilde no seu trato com todas as pessoas durante a sua peregrinação aqui ( I P e 2.133.12). A m e n sa g e m p r e e m i n e n t e 1 de I P e d r o diz respeito à submissão e a sofrer, perseverando na retidão, por amor a Cristo, de conformidade com o próprio exemplo dEle ( I P e 2.18-24; 3.9-5.11). Pedro 1Que ocupa lugar mais elevado.
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assegura aos heis que eles obterão o favor e a recompensa de Deus ao sofrerem por causa da justiça. No contexto desse ensino do sofrimento por Cristo, Pedro ressalta os temas con exo s1 da salvação, da esperança, do amor, da fé, da santidade, da humildade, do temor a Deus, da obediência e da submissão.
Características Especiais Cinco características principais vemos nesta epístola: 1. Juntamente com Hebreus e Apocalipse, sua mensagem gira em torno dos crentes sob a perspectiva de severa perseguição, por pertencerem a Jesus Cristo; 2. Mais do que qualquer outra epístola do Novo Testamento, contém instruções sobre o comportamento do cristão ante à perseguição e aos sofrimentos injustos (IPe 3.9-5.11); 3. Pedro destaca a verdade de que o crente é estrangeiro e peregrino na terra (IPe 1.1; 2.11); 4. Muitos dos títulos do povo de Deus no Antigo Testamento são aplicados aos crentes do Novo Testamento (IPe 2.5,9,10); 5. Contém um dos trechos do Novo Testamento de mui difícil interpretação: quando, onde e como Jesus “pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram rebeldes... nos dias de Noé” (IPe 3.19,20).
1Que tem, ou em que há conexão.
Segunda Carta de Pedro
Autor: O Apóstolo Pedro Data: Cerca de 66-68 d.C. Tema: A Verdade de Deus e o Falso Ensino dos Homens Palavras-Chave: Saber, conhecimento, p romessa Versículo-chave: 2Pe 2.1
Na saudação, Simão Pedro identifica-se como o autor da carta. Mais adiante ele declara aos seus leitores que esta é a sua segunda epistola (2Pe 3.1), indicando assim que está escrevendo aos mesmos crentes da Ásia Menor, a quem dirigira a primeira epístola (IPe 1.1). Alguns estudiosos do passado e do presente, ignorando certas notáveis semelhanças entre 1 e 2Ped ro e de sta can do ao invés disso, as dife ren ças entre elas, supõem que não é de Pedro a autoria da carta. Essas diferenças de conteúdo, vocabulário, ênfases e estilo literário podem ser uma decorrência das diferentes circunstâncias de Pedro e de seus leitores, nas duas cartas: As circunstâncias originais dos endereçados haviam mudado. Antes, ardia o fogo da perseguição movida pela sociedade em derredor; agora, eram ataques vindos de dentro, através dos falsos mestres que ameaçavam os fundamentos da igreja: a verdade e a santidade. As circunstâncias de Pedro também eram outras. Enquanto na primeira carta ele contou com a cooperação eficiente de Silvano.na escrita (IPe 5.12), parece que agora este último não estava disponível ao
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ser e s c u a e s a s e g u u a e p s u a .
a vcz,, r c u u
cuna
empregado seu próprio grego galileu singelo, ou serviu-se de um escriba menos hábil do que Silvano. O Senhor Jesus Cristo é nosso Deus e Salvador, que nos resgatou e nos deu todas as coisas pertencentes à vida e à piedade. Em Sua primeira vinda manifestou outrora a Sua majestade, a qual foi vista pelo autor desta Epístola e outras testemunhas. Agora é o Soberano Senhor que sabe livrar da tentação os piedosos, e a Quem somos exortados a conhecer mais e mais, para não ficarmos ociosos e infrutíferos na vida espiritual. Ele há de vir outra vez, mas demorará, para que mais pessoas sejam salvas por meio do arrependimento e da fé nEle. Sua vinda trará uma grande transformação a todo o mundo, porque haverá uma confla graç ão1 em que os elementos se desfarão e haverá novos céus e uma nova terra.
Data e as Circunstâncias Visto que Pedro, assim como Paulo, foi executado por decreto do perverso Nero (que, por sua vez, morreu em junho de 68 d.C.), é mais provável que Pedro escreveu esta epístola entre 66 e 68 d.C., pouco antes do seu martírio em Roma (2Pe 1.13-15). Por sua referência à Primeira Epístola vê-se que esta é dir igi da às mesm as igrejas na Ásia Menor , e que é depois daquela. Como a primeira dava muitas exortações positivas, esta fala acerca dos falsos mestres e dos seus erros, dando a entender que o erro estava mais desenvolvido ou, propagado e que Pedro tinha recebido notícias novas de lá. Só nesta Epístola o 1Revolução. Guerra generalizada.
autor faz referência à sua velhice e à morte próxima. Por essa razão, cremos que esta carta foi escrita lá pelo ano 67. A primeira carta foi escrita com o propósito de confortar os cristãos no meio de suas perseguições. Esta tem como objetivo ajudá-los na sua vida cristã, admoestando-os a que continuem fiéis, a despeito dos falsos mestres. O erro, porém, não estava tão desenvolvido para que o autor o mencionasse por nome nem explicasse ponto por ponto suas divergências da verdade. Pelo que podemos deduzir da carta, foi escrita às igrejas que estavam nas mesmas condições em que se encontravam as da Ásia Menor no tempo do martírio tradicional de Paulo e de Pedro. Da parte dos judeus e dos gentios, mestres do gnosticismo queriam enganálos; da parte do governo, começou a perseguição, porq uanto não adoravam o imperador.
Propósito Pedro escreveu: • Para exortar os crentes a bus carem com dilig ênc ia1 a santidade de vida e o verdadeiro conhecimento de Cristo; • Para desmascarar e repudiar a atividade traiçoeira dos falsos profetas e mestres que agiam nas igrejas da Ásia Menor, pervertendo a verdade bíblica. • Pedro resume o propósito do livro, em 2Pedro 3.17,18, onde exorta os crentes verdadeiros: a estarem alerta para não serem enganados por homens perversos (2Pe 3.17); a crescerem “na graça e conhe cim en to de nosso Sen hor e- Salv ado r Jesus Cristo” (2Pe 3.18). 1Cuidado ativo; zelo, aplicação.
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Visão Panorâmica Esta breve epístola solenemente instrui os crentes a tomarem posse da vida e da piedade, mediante o verdadeiro conhecimento de Cristo. O primeiro capítulo acentua a importância do crescimento cristão. Tendo começado pela fé, o crente deve buscar diligentemente a excelência moral, o conhecimento, a temperança, a perseverança, a piedade, o amor fraternal e a car id ad e (am or a lt ru ís ta 1), que lev am à fé madu ra e ao verdadeiro conhecimento do Senhor Jesus (2Pe 1.311 ). O capítulo seguinte adverte solenemente contra os falsos profetas e mestres que surgem dentro das igrejas. Pedro os denuncia como anarquistas e pernic iosos2 (2Pe 2.1,3; 3.17), que se compra zem nas concupiscências da carne (2Pe 2.2,7,10,13,14,18,19); são cobiçosos (2Pe 2.3,14,15), arrogantes (2Pe 2.18) e obstinados^ (2Pe 2.10) e que desprezam a autoridade (2Pe 2.10-12). Pedro procura resguardar os verdadeiros crentes contra as suas heresias destrutivas (2Pe 2.1) pondo a descoberto seus motivos e conduta malignos. No capítulo 3, Pedro re futa 4 o ceticis mo5 desses mestres, no tocante à vinda do Senhor (2Pe 3.3,4). Assim como a geração dos dias de Noé, enganada, zombava da idéia do juízo da parte de Deus, 1Desprendimento, abnegação. 2 Mau, nociv o, ruinoso; perigoso. 3 Pertin az, firme, relutante. Tei mos o, bir rento. Inflexível, irredutível. 4 Dize r em contr ário; desme ntir; negar. 5 Atitud e ou do utrin a se gundo a qual o home m não p ode ch egar a qualquer conhecimento indubitável, quer nos domínios das verdades de ordem geral, quer no de algum determinado domínio do conhecimento. Estado de quem duvida de tudo; descrença.
através de um grande dilúvio, esses outros zombadores estão igualmente cegos quanto às promessas da volta de Cristo. Mas, com a mesma certeza manifesta no ju lg am ento pelo dilúvio (2Pe 3.5,6), Cristo voltará e desintegrará a presente terra, no fogo (2Pe 3.7-12), e criará uma nova ordem sob a justi ça (2Pe 3.13). Te ndo em vista esse fato, os crentes devem viver vidas santas e piedosas na presente era (2Pe 3.11,14).
Características Especiais Esta
carta
tem
quatro
características
principais: 1. Ela contém uma das declarações de maior peso em toda a Bíblia no tocante à inspiração, à fidedignidade e à autoridade das Sagradas Escrituras (2Pe 1.19-21); 2. 2Pedro 2 e a epístola de Judas têm semelhanças notáveis na incriminação dos falsos mestres. Talvez Judas, enfrentando em data posterior o mesmo p roblema dos falsos mestres, empregou trechos dos ensinos inspirados de Pedro, para transmitir a mesma lição (ver Introdução a Judas); 3. O capítulo 3 é um dos grandes capítulos do Novo Testamento sobre a segunda vinda de Cristo; 4. Pedro cita indiretamente os escritos de Paulo como Escrituras, ao mencioná-los juntamente com “as outras Escrituras” (2Pe 3.15,16).
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Questionário • Assin ale co m “X” as alternati vas corretas 1. Pedro testifica que escreveu sua primeira carta com a ajuda de a)l | Bar na bé b)| | T íquico c ) g ] S il va n o d')! 1Áquila 2. A mensagem de IPedro gira em torno dos crentes sob a perspectiva de severa perseguição, por pertencere m a Jesus Cristo, ju n ta me nte com a)[y] Hebreus e Apocalipse b)| I Hebreus e Atos c)l | At os e Ap oc al ip se d)| I Heb reu s e Tiago 3. As duas cartas de Pedro são escritas aos crentes a)| IRomanos b ) 0 Dispersos da Ásia M enor c)| IGregos d)| | Ju de us • Mar qu e “C ” para Certo e “E ” para Erra do 4.|~Cl IPedro foi escrita com o propósito de confortar os cristãos no meio de suas perseguições i|] 2Pedro 2 e a epístola de Tiago têm semelhanças notáveis na incriminaçao dos falsos mestres
Primeira Carta de João
Autor: O Apóstolo João Data: 85-95 d.C. Tema: Verdade e Justiça Palavras-Chave: Amor, conhecer, vida, luz, comunhão Versíc ulos- cha ve: 1Jo 5.11-12
Cinco livros do Novo Testamento levam o nome de João: um Evangelho, três epístolas e o Apocalipse. Embora João não se identifique pelo nome nesta epístola, testemunhas do século II (Papias, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria) afirmam que ela foi escrita pelo apóstolo João, um dos doze primeiros discípulos de Jesus. Fortes semelhanças no estilo, no vocabulário e nos temas, entre lJoão e o Evangelho segundo João, sancionam o testemunho fidedigno dos cristãos primitivos, afirmando que os dois livros foram escritos pelo apóstolo João; não há indicação dos destinatários desta carta, como também não há saudações, nem menção de pessoas, lugares ou eventos. A explicação mais provável dessa forma rara epistolar é que João escreveu de onde residia, em Efeso, a certo número de igrejas da província da Ásia, que estavam sob sua responsabilidade apostólica (Ap 1.11), o assunto principal desta epístola é o problema dos falsos ensinos a respeito da salvação em Cristo e seu processo no crente. Certas pessoas, que anteriormente conviveram com os leitores da epístola, deixaram as congregações (lJo 2.19), mas os resultados dos seus falsos ensinos continuavam a distorc er1 o evangelho, quanto a “saber” que tinham a vida eterna. Doutrinariamente, a sua heresia negava que Jesus é o 1Mudar o sentido, a intenção, a substância de; desvirtuar.
121
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carne (lJo 4.2,3). Na área moral, ensinavam que não era necessário à fé salvífica (lJo 1.6; 5.4,5), a obediência aos mandamentos de Jesus (lJo 2.3-4; 5.3) e uma vida santa, separada do pecado (lJo 3.7-12) e do mundo (lJo 2.15-17).
O Autor O apóstolo João, filho de Zebedeu, irmão de Tiago e que andou com o Senhor durante Seu ministério terreno (lJo 1.1-4; 4.14). É verdade que o autor não é nomeado na Epístola, como tampouco no quarto Evangelho, mas não há dúvida de que o mesmo homem foi usado pelo Espírito Santo para escrever ambos os livros. O uso que faz das palavras-chaves “luz”, “vida”, “amor” é suficiente para fazer-nos ver que é a mesma mente funcionando sob a inspiração do mesmo Espírito. Não obstante, há muitas outras semelhanças, de maneira que sabemos que o apóstolo João é o autor humano da carta. No Evangelho segundo João, disse que foi ele quem reclinou sua cabeça sobre o peito de Jesus na última ceia, e outra vez que foi aquele a quem o Salvador amava e de quem Pedro perguntou em João 21.20-24. Agora, comparando o prólogo do Evangelho (Jo 1.1-18) com o da Epístola (lJo 1.14), notando especialmente o uso do termo “Verbo”, existe uma prova clara, porque não há outro escritor na Bíblia que use este modo de começar seus livros. Também a semelhança em suas referências ao pecado, à vida eterna, ao Salvador do mundo, à água e ao sangue, etc., mostra-nos que João é o autor de ambos os livros. Certamente o autor foi um apóstolo (lJo 4.6), que escreveu por inspiração consciente (lJo 5.13 e muitas outras referências).
A única referência que faz exceção na tradição, de que João, o apóstolo, seja o autor desta Epístola, é a idéia apresentada, sem qualquer fundamento, de que algum ancião desconhecido, também chamado João, a tenha escrito. Todos os escritores antigos, desde Policarpo em diante, atribuem-na a João, o Apóstolo. Papias conheceu pessoalmente João, e Eusébio diz que Papias fazia citações desta Epístola, chamando-a “A Epístola anterior de João”. Achava-se no Muratori e no antigo Siríaco. Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano e muitos outros fazem citações do livro como apostólico e inspirado.
Propósito O propósito de João ao escrever esta epístola foi duplo: • Expor e rebater os erros doutrinários e éticos dos falsos mestres; • Exo rtar seus filhos na fé a mant er uma vida de santa comunhão com Deus, na verdade e na justiça, cheios de alegria (lJo 1.4) e de certeza da vida eterna (lJo 5.13), mediante a fé obediente em Jesus, o Filho de Deus (lJo 4.15; 5.3-12), e pela habitação interior do Espírito Santo (lJo 2.20; 4.4,13). Alguns crêem que a epístola também foi escrita como uma seqüência do Evangelho segundo João.
Visão Panorâmica A fé e a conduta estão fortemente entrelaçadas nesta carta. Os falsos mestres, aos quais João chama aqui de “anticristos” (lJo 2.18-22), apartaram-se do ensino apostólico sobre Cristo e a vida de retidão. De modo
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com veem ênc ia1 os fal falsos sos mestre mestress (l J o 2.18,19,22,23 2.18,19 ,22,23,, 26; 4.1,3,5) com suas crenças e conduta destruidoras. Do ponto de vista positivo, lJoão expõe as características da verdadeira comunhão com Deus (lJo 1.3-2.2) e revela cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá “saber”, com confiança e certeza, que tem a vida eterna: 1. A evidência da verdade apostólica a respeito de Cristo (lJo 1.1-3; 2.21-23; 4.2,3,15; 5.1,5,10,20); 2. A evidência de uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (lJo 2.3-11; 5.3,4); 3. A evidência de um viver santo, isto é, afastar-se do pee c a d o , p a r a c o m u n h ã o c o m D e u s ( l J o 1 . 6 - 9 ; 2 . 3 p 6,15-17,29; 3.1-10; 5.2,3); 4. A evidência do amor a Deus e aos irmãos na fé (lJo 2.9-11; 3.10,11,14,16-18; 4.7-12,18-21); 5. A evidência do testemunho do Espírito Santo no crente (lJo 2.20,27; 4.13). João afirma, por fim, que a pessoa pode saber com certeza que tem a vida eterna (lJo 5.13) quando estas cinco evidências são manifestas na sua vida.
Características Especiais Cinco
características
principais
há
nesta
epístola: 1. Ela defi ne a vida cr istã emp re gan do termos contrastantes e evitando todo e qualquer meio-termo entre luz e trevas, entre verdade e mentira, entre j juu s t i ç a e p e c a d o , e n t r e a m o r e ó d i o , e n t r e a m a r a Deus e amar ao mundo, entre filhos de Deus e filhos do diabo, etc. 1Intensidade, atividade, vivacidade.
2. É importante ressaltar1que este é o único escrito do Noo v o T e s t a m e n t o q u e f a l a d e J e s u s c o m o n o s s o N “Advogado (gr. p a r a k l e t o s ) para com o Pai”, quando o crente fiel peca (lJo 2.1,2; cf. Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7,8). 3. A mensagem de Uoão fundamenta-se quase que inteiramente no ensino apostólico, e não na revelação anterior do Antigo Testamento; não há claramente na carta referências às Escrituras do Antigo Testamento. 4. Visto tratar da cristologia, e ao mesmo tempo refutar determinada heresia, a carta focaliza a encarnação e o sangue (i.e., a cruz) de Jesus, sem mencionar especificamente a sua ressurreição. 5. Seu estilo é simples e reiterativo2, à medida que João apresenta certos termos principais, como “luz”, “verdade”, “crer”, “permanecer”, “conhecer”, “amor”, “justiça”, “testemunho”, “nascido de Deus” e “vida eterna”.
1Tornar saliente; dar vulto ou relevo a; relevar, destacar. 2 Repet itiv o, r eno vado ; iterativo.
Autor: O Apóstolo João Data: 85-95 d.C. Segunda T em e m a: a : A n d an a n d o n a V er e r da d a de de C a r t a d e J o ã o P a l a vr v r a ss - Ch C h av a v e: e : A mo m o r , V er e r da d a de de Versículos-chave: 2Jo 9-10 João dirige esta carta “à senhora eleita e a seus filhos” (2Jo 1). Alguns interpretam “a senhora eleita”, figuradamente, como uma igreja local, sendo “seus filhos” os membros dessa igreja e sua “irmã, a eleita” (2Jo 13), como uma congregação idêntica. Outros interpretam a endereçada, literalmente, como uma viúva cristã de destaque, conhecida de João, numa das igrejas da Ásia Menor, sob seus cuidados pastorais. A família dessa senhora (2Jo 1), bem como os filhos da sua irmã (2Jo 13) são pessoas de destaque entre as igrejas daquela região.
Autor j \ 2 O a u t o r se i d e n t i f i c a c o m o “ o a n c i ã o ” ( 2 J o 1). Provavelmente, um título honroso atribuído ao apóstolo João nas duas décadas finais do século I, devido a sua idade avançada e sua respeitável posição de autoridade espiritual como o único dos doze apóstolos ainda vivo.
Data ç
Como as outras epístolas de João, 2João prr o v a v e l m e n t e f oi e s c r i t a d e É f e s o , e m f i n s d a d é c a d a p de 80 ou no começo da década de 90 d.C.
Propósito João escreveu esta carta a fim de prevenir “a senhora eleita” contra os falsos obreiros (mestres, evangelistas e profetas) que perambulavam pelas igrejas. Os tais abandonaram os ensinos do evangelho e p ropagavam os seus falsos ensinos. A destinatária não devia recebê-los, dialogar com eles, nem auxiliá-los. Fazer isso, significaria ajudá-los a disseminar os seus erros e participar da sua culpa. A carta repudia o mesmo falso ensino denunciado em lJoão.
Visão Panorâmica Esta epístola realça uma advertência1, que também se acha em lJoão, sobre o perigo de falsos mestres que negam a encarnação de Jesus Cristo e que se afastam da mensagem do evangelho (2Jo 7,8). João se alegra por ver que “a senhora eleita” e seus filhos “andam na verdade” (2Jo 4). O verdadeiro amor cristão deve ser obediente aos mandamentos de Cristo e ser mútuo entre os irmãos (2Jo 5,6). O amor cristão deve tamb ém incluir o discernim ento entre a verdade e o erro, e também não dar apoio aos falsos mestres (2Jo 79). Receber amavelmente os falsos mestres é participar dos seus erros (2Jo 10,11). A carta é breve, pois João planeja uma visita para breve, e assim falar-lhe “de boca a b o ca” (2Jo 12).
1Admoestação, aviso, adversão. 2 Facu ldad e de jul gar as coisas clara e sensatamente; critério, tino, juízo.
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São três as características principais desta epístola. 1. É o menor livro do Novo Testamento; 2. Tem semel ha nça s surpre ende nte s com 1 e 3João, quanto à sua mensagem, vocabulário e estilo simples de escrita; 3. Constitui-se num importante complemento à mensagem de 3João, como prevenção quanto a receber e ajudar obreiros estranhos, desconhecidos. Conclui, insistindo na necessidade de cuidadoso discernimento, à luz dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, antes de alguém apoiar esses falsos obreiros.
Terceira Carta de João
Autor: O Apóstolo João Data: 85-95 d.C. Tema: Procedendo com Fidelidade Palavras-Chave: Amor, verdade Versículo-chave: 3Jo 11
Esta carta pessoal é endereçada a um fiel cristão chamado Gaio (3Jo 1), talvez pertencente a uma das igrejas da Ásia Menor. Assim como as demais epístolas de João, Em fins do primeiro século, ministros iti nera ntes 1 da igreja viajavam de cidade em cidade, sendo co mu me nte 2 sustentados pelos crentes que os acolhiam em casa e os ajudavam nas despesas de viagem (3Jo 5-8; 2Jo 10). Gaio era um dos muitos cristãos dedicados que graciosamente acolhiam e auxiliavam ministros viajantes de confiança (3Jo 1-8). Ao mesmo tempo, um homem de projeção chamado Diótrefes resistia com arrogância à autoridade de João e recusava hospitalidade aos irmãos viajantes, enviados da parte deste.
Propósito João escreveu para dar testemunho de Gaio pela sua fiel hospitalidade e ajuda prestada aos fiéis obreiros viajantes, para fazer uma advertência indireta ao pe tul an te 3 Diótrefes e para prep arar o caminho da sua própria visita pessoal.
1Que viaja, que percorre itinerários. 2 Em g eral, ord inari ament e. 3 Atre vid o, o usad o, insolente.
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v sao ranoram ca Três homens são mencionados por nome em 3João: 1. Gaio é calorosa e honrosamente mencionado pela sua piedosa vida na verdade (3Jo 3,4), e pela sua hospitalidade exemplar para com os irmãos viajantes (3Jo 5-8); 2. Diótrefes, um dirigente ditador, é denunciado pelo seu orgulho (“procura ter entre eles o primado”, 3Jo 9), cujas manifestações são: rejeitar uma carta anterior de João (3Jo 9), calúnia contra João (3Jo 10), recusar o acolhimento aos mensageiros de João e ameaçar com exclusão aqueles que os receberem (3Jo 10); 3. Demétrio, talvez o portador desta carta, ou pastor de uma comunidade na vizinhança, é louvado como um homem de boa reputação e lealdade à verdade (3Jo 12).
Características Especiais Duas características principais sobressaem nesta epístola: 1. Embora seja pequena, dá uma noção de várias facetas importantes da história da igreja primitiva, perto do final do século I. 2. Há semelhanças notáveis entre 3João e 2.Toão. Mesmo assim, as duas epístolas diferem entre si em um aspecto importante: 3João elogia a hospitalidade e ajuda oferecida aos bons ministros viajantes, ao passo que 2João acentua que não se conceda hospitalidade e sustento a maus obreiros, para não sermos culpados de apoiar seus erros ou más obras.
Cartas de Judas
Autor: Judas ■CÍ' . ' "V1 :.Vl d :~! Tema: Batalhar pela Fé Palavras-Chave: Luta, a fé, manter Versículo-chave: Jd 3
Esta curta epístola, porém de linguagem enérgica,|foi escri ta con tra os falsos m est res ,/q ue era m ab er ta me nte an tin om in ia no s1 e que j zombando, ] rejeitavam a revelação divina a respeito da Pessoa e da natu reza de Jesus Cristo, segund o as Escrituras l(Jd 4). Dessa maneira ,[ divid iam as igrejas,) concernentcT a fé (Jd 19a,22) e quanto à conduta (Jd 4,8,16). Judas descreve esses homens vis como “ímpios” (Jd 15), que “não têm o Espírito” (Jd 19). O possível relacionamento entre Judas e 2Pedro 2.1-3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas tinha conhecimento de 2Pedro (Jd 17,18) e, daí, sua epístola se situaria posteriormente, isto é, entre 70-80 d.C. Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem ter sido os mesmos de 2Pedro (ver introdução de 2Pedro).
Autor O escritor é Judas, meio irmão do Senhor Jesus (Mc 6.3). “Irmão de Tiago” (Jd 1). Judas se identifica simplesmente como o “irmão de Tiago” (Jd 1). Os únicos irmãos do Novo Testamento que têm nomes de Judas e Tiago são os dois meio-irmãos de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3). Talvez 1 Ens inav am que a salvação pela graça lhes permitia pecar sem haver condenação.
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do seu irmão, sendo dirigente da igreja de Jerusalém serviria para esclarecer sua própria identidade e posição.
Propósito Judas escreveu esta carta: • Para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruid ora nas igrejas; • Para energicamente conclamar todos os verdadeiros crentes a resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3).
Visão Panorâmica Seguindo-se à saudação (Jd 1,2), Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (Jd 3a). Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus e, ao agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (Jd 4). Judas os acusa de impureza sexual (Jd 4,8,16,18), liberais como Caim (Jd 11), cobiçosos como Balaão (Jd 11), rebeldes como Coré (Jd 11), arrogantes (Jd 8,16), enganosos (Jd 4a,12), sensuais (Jd 19) e causadores de divisões (Jd 19). Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato com seis exemplos do Antigo Testamento (Jd 511). Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o ju lga mento divino (Jd 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com
temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (Jd 20-23). Judas termina com palavras de louvor a Deus, de grande inspiração, ao impe trar1 a sua bênção (Jd 24,25).
Características Especiais Quatro características principais estão nesta epístola: 1. Contém a incriminação mais vigorosa e direta do Novo Testamento sobre os falsos mestres. Chama a atenção de todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa; 2. Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, e.g., três exemplos de julgamento tirados do Antigo Testamento (Jd 5-7), uma descrição tríplice dos falsos mestres (Jd 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do Antigo Testamento (Jd 11); 3. Sob a plena influência do Espírito Santo, Judas fez menção de vários escritos: a) As Escrituras do Antigo Testamento (Jd 5-7,11); b) As tradições judaic as (Jd 9,14,15); c) Citando diretamente 2Pedro 3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (Jd 17,18). 4. Contém a bênção mais sublime do Novo Testamento.
1Rogar, suplicar, pedir, requerer. Obter mediante súplicas.
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Questionário • Assin ale com “X ” as alterna tivas corretas 6. Autor de cinco livros do Novo Testamento divididos em um Evangelho, três epístolas e o Apocalipse. a)| I Pedro (apóstolo) b)[>~1 J oão (apóstolo) c)l I Paulo (apóstolo) d)| | Jo ão Mar co s 7. João em sua segunda epístola se identifica como a)l IPregador b ) D Missionário c)| IPastor d)[y| Ancião 8. 3João é uma carta pessoal endereçada a um fiel cristão talvez pertencente a uma das igrejas da Ásia Menor por nome de a)[Hl Gaio b)| I Diótrefes c)l I Onésimo d ) D Silas • M ar qu e “C” para Certo e “E ” para Erra do 9 . m Os únicos irmãos do Novo Testamento que têm nomes de Judas e Tiago são os dois meio-irmãos de Jesus 10.|Jg Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre os mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus. Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre a natureza da salvação
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