Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes Curso de Educação e Formação de Adultos Portaria nº 80/2008, alterada pela Portaria 74/2011 de 30 de junho Projeto cofinanciado pelo Fundo Social Europeu Agente em Geriatria - Nível 2 Ano Letivo: 2013/2014
AGENTE EM GERIATRIA Saúde da Pessoa Idosa (200 horas) Formador: Carlos Aguiar Funchal, 04 de Julho de 2014
AGENTE EM GERIATRIA
Dinâmica de Apresentação Nome e Apelido:
Medo:
Idade:
Esperança:
Estado Civil:
Lazer:
Composição Familiar:
Hobbie:
Habilitações:
Qualidade:
Emprego:
Defeito:
Desporto:
Alegria:
Sonho:
Tristeza:
Curiosidade:
Brainstorming Expectativas em relação aos conteúdos a discutir ao longo das aulas, tendo em conta as atividades a desempenhar pelo Agente em Geriatria.
Agente em Geriatria Prestar cuidados de apoio direto a idosos, no domicílio e em contexto institucional, nomeadamente, lares e centros de dia, zelando pelo seu bem-estar físico, psicológico e social, de acordo com as indicações da equipa técnica e os princípios deontológicos. 1.Preparar o serviço relativo aos cuidados a prestar, selecionando, organizando e preparando os materiais, os produtos e os equipamentos a utilizar. 2.Prestar apoio a idosos, no domicílio ou em contexto institucional, relativamente a cuidados básicos de higiene, de conforto e de saúde, de acordo com o seu grau de dependência e as orientações da equipa técnica. 3.Prestar apoio na alimentação dos idosos, de acordo com as orientações da equipa técnica. 4.Prestar cuidados de higiene e arrumação do meio envolvente e da roupa dos idosos. 5.Colaborar na prevenção da monotonia, do isolamento e da solidão dos idosos, no domicílio e em contexto institucional, de acordo com as orientações da equipa técnica. 6.Articular com a equipa técnica, transmitindo a informação pertinente sobre os serviços prestados, referenciando, nomeadamente, situações anómalas respeitantes aos idosos. Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P., 2008
Unidades de Formação de Curta Duração 3538 – Saúde da pessoa idosa - cuidados básicos (25 horas); 3544 – Saúde da pessoa idosa - prevenção de problemas (25 horas);
3545 – Higiene da pessoa idosa no domicílio (50 horas); 3548
–
Necessidades
individuais
em
contexto
institucional (50 horas); 3549 – Higiene da pessoa idosa em lares e centros de dia (50 horas).
Avaliação Avaliação Contínua 55% Teste/Atividades - 45%
“Eu oiço e esqueço, eu vejo e lembro, eu faço e compreendo.” Provérbio Chinês
3538 – Saúde da Pessoa Idosa – Cuidados Básicos (25h/28 tempos) Objetivos:
• Reconhecer alguns aspetos do envelhecimento da população; • Descrever as características do Agente em Geriatria; • Descrever os processos de comunicação e observação; • Prestar cuidados que proporcionem conforto à pessoa idosa. Conteúdos: Prestação de cuidados básicos – Envelhecimento da população, Promoção da qualidade de vida - metas da Organização Mundial de Saúde, Envelhecimento físico e psicológico; Agente em Geriatria – Características inerentes ao Agente em Geriatria, Relações humanas, Cuidados a ter em consideração relativos, à higiene pessoal, à apresentação pessoal, à linguagem, à atitude; Processos de comunicação e observação – Características da comunicação e observação; Elementos do processo de comunicação; Princípios da observação; Jogos e simulações; Reflexão sobre a pessoa idosa; Conforto da pessoa idosa – Sono e repouso; Cama simples e cama articulados
Dinâmica Ciclo Vital – Vídeo 1
Dinâmica Ciclo Vital – Vídeo 2 • Quais
as
fases do ciclo vital? •
Que emoções sentiram em relação vídeos?
aos
Ciclo Vital • Período Pré-natal (fecundação ao nascimento); • Primeira Infância (nascimento aos 3 anos); • Segunda Infância (3 aos 6 anos); • Terceira Infância (6 aos 11 anos); • Adolescência (11 aos aproximadamente 20 anos); • Jovem Adulto (20 aos 40 anos); • Meia-Idade (40 aos 65 anos); • Terceira Idade (65 anos ou mais).
1.1.3. Envelhecimento da População Com a melhoria da qualidade de vida e os avanços da medicina, assiste-se a um aumento da longevidade humana nos países desenvolvidos. Este triunfo traz o desafio de conseguirmos envelhecer saudavelmente, pois viver mais tempo não é sinónimo de viver melhor. Esperança média de vida à nascença. (em anos)
1940
1960
1981
2001
Homens
48,6
60,7
69,1
71,2
Mulheres
52,8
66,4
76,7
80,5
INE, Estatísticas Demográficas.
A migração e a baixa taxa de natalidade, também têm contribuído, de forma importante, para as alterações demográficas.
Envelhecimento da População Estrutura da População Portuguesa (em %) Grupo populacional/Ano
2001
2011
0-14 anos
16,0%
14,9%
15-64 anos
67,6%
66,0%
65+ anos
16,4%
19,1%
A inversão da pirâmide etária: topo mais largo e base mais fina
Fonte: INE, Censos 2001 e Censos 2011
Projeções da população Portuguesa até 2050 (em %) Grupo populacional/Ano
2020
2030
2040
2050
0 – 14 anos
13,8%
12,5%
12,2%
12,1%
15-64 anos
65,6%
63,3%
59,5%
56,0%
65+ anos
20,6%
24,2%
28,3%
32,0%
Fonte: INE, 2010, Projeções demográficas.
Ficha de trabalho Ficha de Trabalho – associar os conceitos
às definições.
Envelhecimento Envelhecimento humano – Processo de mudança progressiva da estrutura biológica, psicológica e social, que se desenvolve ao longo da vida. Ministério da Saúde, 2004
Envelhecimento normal – Representa as alterações biológicas universais que ocorrem com a idade e que não são afectadas pela doença ou por influências ambientais. OMS, 2001
Envelhecimento ativo – É um processo de optimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança para a melhor qualidade de vida das pessoas que envelhecem. OMS, 2002
Envelhecimento Qualidade de vida – É um conceito amplo, subjetivo, que inclui de forma complexa a saúde física da pessoa, o seu estado psicológico, o nível de independência, as relações sociais, as crenças e convicções pessoais e a sua relação com os aspetos importantes do meio ambiente. OMS, 1999
Dependência – “É a situação em que se encontra a pessoa que, por falta ou perda de autonomia física, psíquica ou intelectual, resultante ou agravada por doença crónica, demência orgânica, sequelas pós-traumáticas, deficiência, doença severa e/ou incurável em fase avançada, ausência ou escassez de apoio familiar ou de outra natureza, não consegue, por si só, realizar as atividades de vida diária”. Decreto-Lei nº.101, de 6 de Junho, 2006
1.1.3. Envelhecimento da População
O avançar da idade implica um maior risco de doença e, consequentementemente, um maior índice de dependência. A família, sofreu alterações significativas nas últimas décadas, com a mulher, principal cuidadora, a assumir outras funções e, por conseguinte, a colocar dificuldades acrescidas à prestação de cuidados informais no domicílio.
Promoção da qualidade de Vida – metas da OMS As políticas de saúde devem promover:
O Envelhecimento sucedido/ativo;
bem
A Coesão e interação familiar;
A proteção do idoso de neglicência, de más práticas, de violência física e psicológica
Devemos pensar em formas de assistência que mantenham a qualidade de vida do idoso, de preferência no domicilio e que não sobrecarreguem a família/cuidador informal, de forma a diminuir a sua vulnerabilidade física e psicológica.
Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas Assenta em três pilares fundamentais: Promoção de um envelhecimento ativo, ao longo da vida; Maior adequação dos cuidados de saúde às necessidades específicas dos idosos; Promoção e desenvolvimento intersectorial de capacitadores de autonomia e independência de idosos;
ambientes
Finalidade – Obter ganhos em anos de vida com independência “Capacidade para realizar funções relacionadas com a vida diária, isto é, a capacidade de viver com independência na comunidade sem ajuda ou com pequena ajuda de outrem.” OMS
Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas OUTRAS VIGILÂNCIAS Sintomas depressivos Fatores de risco de suicídio Perda ou privação anormal de parentes Estado cognitivo e mental Situação económico-social Sinais de maus-tratos
IMUNIZAÇÕES Reforço do tétano/difteria Vacinas da gripe/pneumonia
ESTADO FÍSICO Peso Pressão arterial Acuidade visual e auditiva Cavidade oral Lesões cutâneas
PRINCIPAIS FOCOS DE ATENÇÃO NA PESSOA IDOSA
DIETA E EXERCÍCIO Gorduras Açúcares Programas de exercício físico
PREVENÇÃO DE ACIDENTES Quedas Prevenção rodoviária Fogo, fumo, fontes de calor Uso de medicamentos
CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS Tabaco Álcool Medicamentos
Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas Prevenção Primária
Promoção da Saúde
Prevenção de acidentes; exercício, Nutrição
Prevenção Secundária
Prevenção da Doença
Imunizações Vacina Tétano/Difteria Vacina Gripe/Pneumonia
Diagnóstico Precoce
Sintomas depressivos, fatores de risco; HTA
Prevenção Terciária
Reabilitação
AVC, Enfarte (EAM)
As Diferentes Idades A ONU considera idosos, para os países desenvolvidos, indivíduos com idade superior a 65 anos.
Idade cronológica
Tenho 60
Idade Biológica
Pareço 40
Idade Social
Sinto 20
Idade Psicológica
Como Envelhecemos
Noções Básicas de Anatomia
Como Envelhecemos Se olharmos para duas pessoas com a mesma idade cronológica, uma pode parecer ter menos idade do que a outra. Este ritmo diferente de envelhecer depende de fatores externos e de fatores internos.
Estilo de vida; Manutenção de hábitos saudáveis; Exercício físico; Alimentação saudável; Ambiente salubre/medidas de higiene; Elevada autoestima; Sentir-se amado e integrado numa família e na sociedade em geral.
Herança genética; Estado de saúde; Ao nível dos órgãos e sistemas o envelhecimento não se processa ao mesmo tempo, nem ao mesmo ritmo, assim como não atinge o mesmo grau de degenerescência para todos os indivíduos.
Como Envelhecemos A maioria das pessoas, com o avançar da idade, toma consciência das modificações do próprio corpo. Algumas modificações são óbvias enquanto outras passam despercebidas até surgir alguma doença.
Conhecer como o nosso corpo envelhece pode ajudar a pessoa a adaptar-se ao processo de envelhecimento. As células do corpo têm uma longevidade precisa e a sua capacidade para se dividir e multiplicar decresce com a idade. As células, porque são organismos vivos, também envelhecem e morrem. Existe uma perda efetiva do número de células do nosso organismo, estimando-se que entre os 20 e os 70 anos, a perda será de 30%.
Envelhecimento Físico Olhos Os olhos perdem, com facilidade, a capacidade de focar os objetos próximos. O uso de óculos para ler, a partir dos 60, é quase universal;
Torna-se difícil ver em condições de pouca iluminação;
Com a idade a pupila reage mais lentamente às alterações da luz. Os idosos podem não ser capazes de ver quando entram numa sala escura. Ou podem ficar, momentaneamente, iluminação;
encadeados
quando
entram
numa
zona
de
intensa
As cataratas aumentam o efeito descrito anteriormente. O idoso com cataratas
torna-se muito mais sensível ao encadeamento (luz forte que afeta diretamente ou é refletida nos olhos).
Envelhecimento Físico Olhos As cores são reconhecidas de forma diferente. O azul tende a perder o seu
brilho e a parecer-se bastante com o cinzento, enquanto os vermelhos tendem a parecer mais vivos; As células produtoras dos líquidos que lubrificam os olhos diminuem com a idade, ocorrendo uma diminuição da produção lacrimal (lágrimas).
Consequentemente muitos idosos sentem-se incomodados com a sensação de olhos secos; A parte branca (esclerótica) dos olhos pode adquirir um tom amarelado ou acastanhado devido a muitos anos de exposição à luz, vento e pó. Podem, também, aparecer manchas esporádicas no branco dos olhos, sendo mais frequentes nas pessoas de tez escura; Os problemas mais graves do olho, que tendem a apresentar-se na idade avançada, são provocados por doença e não pelo envelhecimento (ex: glaucoma, retinopatia, degenerescência macular e cataratas).
Envelhecimento Físico Ouvidos
Algumas estruturas do ouvido, que ajudam a audição e a manutenção
do equilíbrio, tendem a deteriorar-se (exemplo: exposição a ruídos fortes);
O cerúmen (cera do ouvido) tende a acumular-se mais com a idade, diminuindo, também a audição; Os idosos podem apresentar uma determinada dificuldade em ouvir sons de tons agudos. Podem ter problemas em entender o que dizem as mulheres e as crianças.
Envelhecimento Físico Ouvidos
Falar em voz alta não é útil devido à tendência de acentuar mais as
vogais (sons agudos) do que as consoantes (sons graves). Por exemplo, a frase “Diz-me exatamente o que queres tomar” soa como “iz exaee o e e soar”;
Muitos idosos têm dificuldade em ouvir nos locais cheios de pessoas ou em conversas de grupos, pois existe maior ruído de fundo;
Os aparelhos de ajuda auditiva podem auxiliar as pessoas, com perda de audição, a ouvir melhor.
Envelhecimento Físico Boca e Nariz
Geralmente, depois dos 50 anos, os sentidos do paladar e do olfato começam a diminuir gradualmente. O número e a sensibilidade dos recetores do paladar (da língua e nariz) diminui. Estas modificações tendem a reduzir a capacidade de reconhecer os sabores doces e salgados mais do que os amargos ou ácidos;
O olfato só diminui ligeiramente. Os odores fortes continuam a ser fáceis de cheirar, mas os mais subtis tornam-se mais difíceis de reconhecer e de identificar.
Envelhecimento Físico Boca e Nariz
Os idosos podem apresentar a boca seca. Com a idade produz-se menos saliva, contudo a boca seca pode ser devido a desidratação ou à utilização de determinados medicamentos. A diminuição da saliva reduz, igualmente, a capacidade de saborear e cheirar os alimentos;
Todas estas alterações contribuem para a perda do paladar. Para compensar, os idosos poderão acrescentar mais especiarias aos alimentos, incluindo o sal, o que poderá aumentar o risco de hipertensão arterial.
Envelhecimento Físico Boca e Nariz
Ao envelhecer, as gengivas recuam ligeiramente, colocando as partes mais baixas dos dentes expostas às partículas de comida, bem como às bactérias;
O esmalte dos dentes tem tendência a se desgastar com os anos. Estas alterações fazem com que os dentes fiquem mais suscetíveis à formação de cavidades (cáries).
Envelhecimento Físico Pele, Cabelo e Unhas
A pele tende a tornar-se mais fina, menos elástica, mais seca e finamente enrugada;
A exposição à luz solar, durante anos, contribui para a formação de rugas, para que a pele se torne áspera e
apresente manchas.
Envelhecimento Físico Pele, Cabelo e Unhas A camada de gordura (tecido adiposo) que se encontra debaixo da pele diminui. O tecido adiposo protege a pele como uma amolfada e ajuda a conservar o calor corporal. A pele é lesada mais facilmente, sendo mais provável o aparecimento de rugas e diminui a tolerância ao frio;
O número de células sensitivas (terminações nervosas) da pele diminui. A perceção sensorial, incluindo a sensibilidade à dor, pode estar reduzida e as lesões podem ser mais prováveis.
Envelhecimento Físico Pele, Cabelo e Unhas
O número de glândulas sudoríparas e de vasos sanguíneos reduz-se com o avançar da idade. Os idosos têm mais probabilidade de sofrer perturbações devido ao excesso de calor bem como ao excesso de frio; A pele tende a cicatrizar mais lentamente quando o fluxo sanguíneo é reduzido; O número de células que produzem melanina (pigmento que dá cor à pele) diminui. Por conseguinte, a pele fica menos protegida contra a radiação ultravioleta da luz solar.
Envelhecimento Físico Pele, Cabelo e Unhas
O envelhecimento também se observa ao nível dos cabelos, unhas e pêlos; Os pêlos tornam-se mais raros e caem, lentamente, com excepção da face; Nas mulheres aparecem sobretudo no queixo e por cima do lábio superior, enquanto nos homens crescem nas orelhas e nas narinas. Estes pêlos inestéticos são duros e abundantes; Noutros locais como o púbis, axilas e extremidades (mãos e pés), os pêlos são praticamente inexistentes.
Envelhecimento Físico Pele, Cabelo e Unhas A perda normal do cabelo vai-se acentuando à medida que se envelhece; Tornam-se menos espessos, menos fortes e com menos volume. Vão-se acinzentando até se tornarem completamente brancos (< de melanina); O crescimento das unhas torna-se mais lento, aparecendo na sua superfície estrias longitudinais e caneladas. Estas alterações associadas a uma diminuição da circulação periférica, provocam um espessamento das unhas que se tornam secas e quebradiças.
Envelhecimento Físico Ossos e Articulações Com a idade, os ossos tornam-se mais frágeis e mais propensos a fraturas. Nas mulheres, a perda de densidade óssea aumenta depois da menopausa, podendo conduzir à osteoporose; Os ossos mais afetados são o fémur, a pélvis (anca), as extremidades dos ossos do braço (rádio e cúbito), os ossos do pulso e os ossos da coluna vertebral (vértebras). Cálcio e Vitamina D Diminuem
Envelhecimento Físico Ossos e Articulações Ao envelhecer a quantidade de medula óssea diminui, o que leva a uma menor produção de células sanguíneas; Podem surgir problemas quando a necessidade de células sanguíneas é muito aumentada, por exemplo, no caso de uma anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos), infeção ou hemorragia.
Envelhecimento Físico Ossos e Articulações A cartilagem que reveste as articulações fica mais fina; Traumatismos repetidos, ou a utilização das articulações durante toda a vida, conduzem, muitas vezes, a uma osteoartrite, uma das perturbações mais frequentes da idade avançada; Os ligamentos, que unem as articulações, tendem a ser menos elásticos com a idade, pelo que as articulações se tornam rígidas ou duras.
Envelhecimento Físico Músculos A quantidade de tecido muscular (massa muscular) e a força dos músculos tende a diminuir. A perda de massa muscular inicia-se aos 30 anos e continua ao longo da vida;
O exercício físico regular pode retardar, significativamente, a perda de massa muscular e de força. Hormona de Crescimento
Diminui
Envelhecimento Físico Músculos
Durante os períodos de inatividade os idosos perdem com maior rapidez massa muscular e força; Depois de um dia de repouso na cama, os idosos necessitam de retomar, progressivamente, as suas atividades; Com uma atividade regular, até as pessoas que nunca fizeram exercício podem aumentar a massa e a força muscular.
Envelhecimento Físico Cérebro e Sistema Nervoso Com a idade, o número de células nervosas (neurónios) do cérebro só se reduz levemente;
Os níveis de alguns mensageiros químicos (neurotransmissores), bem como os seus recetores sofrem alterações. Os neurónios conduzem os sinais mais lentamente; Os idosos podem reagir e executar tarefas mais lentamente. Algumas funções mentais podem estar um pouco reduzidas: Vocabulário; a memória a curto prazo; a capacidade de reter novas aprendizagens e a de recordar palavras; Depois dos 60 anos, o número de neurónios na medula espinal começa a diminuir. Em consequência, podem notar uma diminuição das sensações (visão, olfato, audição, paladar e tato).
Envelhecimento Físico Coração e Vasos Sanguíneos
As paredes do coração e das artérias tornam-se mais rígidas e espessas; O enchimento do coração com sangue é dificultado e a pressão arterial aumenta; Em repouso, as diferenças entre um coração jovem e um velho, são insignificantes. As diferenças só se tornam evidentes quando é necessário um maior trabalho por parte do coração, como acontece quando alguém executa uma atividade física intensa ou quando está doente; O exercício físico regular reduz muitos dos efeitos do envelhecimento no coração e nos vasos sanguíneos.
Envelhecimento Físico Sistema Digestivo Os músculos do esófago contraem-se com menor força, contudo não é afetado o movimento da comida no esófago; Os alimentos são eliminados mais lentamente pelo estômago que, também, não pode reter grandes quantidades de comida, uma vez que é menos elástico; A diminuição do tempo de esvaziamento do estômago pode contribuir para a obstipação;
É frequente desenvolver uma intolerância aos produtos lácteos (intolerância à lactose), pois, o sistema digestivo produz menor quantidade de lactase, a enzima necessária para a digestão do leite.
Envelhecimento Físico Sistema Digestivo O fígado é irrigado por menor quantidade de sangue e torna-se mais pequeno. Certas enzimas produzidas no fígado trabalham menos eficazmente; As enzimas ajudam o organismo a metabolizar os alimentos provenientes de dieta, bem como a processar os medicamentos e outras substâncias; O fígado pode ter mais dificuldade em eliminar do corpo os medicamentos (os efeitos destes duram mais tempo) e outras substâncias tóxicas.
Envelhecimento Físico Rins e Sistema Urinário Os rins tentem a tornar-se mais pequenos (uma vez que o número das células dos rins diminui) e flui menos sangue por eles; Com a passagem dos anos, não eliminam tão bem os produtos do metabolismo do nosso corpo (tóxicos). Podem também eliminar demasiada água, pelo que a desidratação se torna mais provável; No entanto, quase sempre funcionam suficientemente bem para cobrir as necessidades do organismo.
Envelhecimento Físico Rins e Sistema Urinário
O controlo da micção poderá modificar-se; As pessoas idosas possuem uma capacidade menor de reter a micção depois de terem notado o primeiro estímulo para urinar; O volume máximo de urina que a bexiga pode reter diminui; Os músculos da bexiga debilitam-se. Em consequência, fica uma maior quantidade de urina dentro da bexiga depois de acabada a micção.
Envelhecimento Físico Rins e Sistema Urinário Os músculos da bexiga podem também contrair-se de forma esporádica, independentemente da necessidade de urinar; Estas modificações explicam, pelo menos em parte, porque razão a incontinência urinária (perda de urina incontrolável) se torna mais comum com a idade; Nas mulheres idosas, a uretra (que transporta a urina para fora do corpo) torna-se mais curta e mais fina. O músculo que controla o peso da urina pela uretra (esfíncter urinário) é menos capaz de se fechar de modo adequado e prevenir as perdas de urina; Nos homens, ao envelhecer, a próstata tende a aumentar de volume. Em muitos homens aumenta o suficiente ao ponto de bloquear parcialmente a passagem da urina pela uretra.
Envelhecimento Físico Sistema Reprodutor
Os efeitos do envelhecimento no sistema reprodutor são mais óbvios nas mulheres que nos homens; Na menopausa, os níveis das hormonas femininas (sobretudo os estrogénios) diminuem, as menstruações param definitivamente e então a gravidez já não é possível; A diminuição dos níveis de hormonas femininas determina a redução das dimensões dos ovários e do útero.
Envelhecimento Físico Sistema Reprodutor
Os tecidos da vagina tornam-se mais finos, mais secos e menos elásticos (vaginite atrófica); Os seios tornam-se menos firmes, mais fibrosos e tendem a perder a sua turgidez; Algumas das modificações que se iniciam na menopausa podem afectar a vida sexual. No entanto na maioria das mulheres, o envelhecimento não afeta de modo importante a atividade sexual.
Envelhecimento Físico Sistema Reprodutor Nos homens o pénis e os testículos diminuem ligeiramente de tamanho; A maioria dos homens continua a ser fértil até à morte, embora os níveis de testosterona se reduzam, o que se traduz numa menor produção de esperma e numa diminuição da libido; A maioria dos homens tem erecções e alcança o orgasmo durante toda a vida. No entanto, as erecções podem ser mais breves ou menos rígidas;
O tempo necessário para conseguir uma segunda erecção pode aumentar significadamente; A disfunção eréctil (impotência) torna-se mais comum com a idade. Esta poderá ocorrer devido a doença cardiovascular, distúrbios neurológicos, diabetes ou, até mesmo, com a doença respiratória, que limita a tolerância ao exercício.
Envelhecimento Físico Sistema Endócrino
O sistema endócrino é formado por numerosas glândulas e orgãos que produzem hormonas (ajudam na regulação e na coordenação das atividades de todo o organismo); Com a idade, os níveis e a atividade de algumas hormonas reduzem-se.
Hormona de Crescimento diminui, o que faz diminuir a massa muscular; Depois da ingestão de uma comida forte, a insulina libertada pelo pâncreas pode não ser tão eficaz como era habitualmente;
Hormonas sexuais (Estrogénios e Testosterona).
Envelhecimento Físico Sistema Imunológico
Ao envelhecer, o sistema imunitário torna-se menos eficaz. No entanto, a a maioria das pessoas não se apercebe desta alteração; O sistema imunitário pode ser menos capaz de distinguir as células do corpo das substâncias estranhas. Assim, torna-se mais frequente as perturbações das doenças autoimunes; As células do sistema imunitário destroem mais lentamente as células cancerosas, as bactérias e outras substâncias estranhas.
Envelhecimento Físico Sistema Imunológico
O cancro e algumas infeções como a pneumonia e a gripe são mais frequentes nas pessoas idosas, podendo provocar a morte; As vacinas costumam ser menos eficazes nas pessoas idosas; As modificações do sistema imunitário têm também um efeito benéfico. Os sintomas alérgicos tornam-se muito menos severos.
Envelhecimento Psicológico Segundo Erikson (1983), a velhice enquadra-se no oitavo e último estádio da sua teoria de desenvolvimento pessoal, que se inicia, em média, a partir dos 65 anos; Integridade pessoal versus desespero – permanece o desejo de sentir prazer em viver e envelhecer com dignidade e a ansiedade associada à antecipação da idade avançada, da perda de autonomia e da morte;
Infelizmente, muitos de nós quando falamos de pessoas idosas, atribuímos conotações negativas a esta faixa etária. Principalmente devido aos mitos e estereótipos enraizados na nossa sociedade/cultura; Facilmente confundimos a demência, que algumas pessoas idosas doentes apresentam, como uma sintomatologia inerente ao envelhecimento. Tal, no entanto, não corresponde à verdade.
Envelhecimento Psicológico Os problemas psicológicos ligados ao envelhecimento raramente são causados pela diminuição das capacidades cognitivas (mentais). As perdas do papel social (ex.: reforma); As múltiplas situações de estresse; A doença; A fadiga; O desenraizamento (ex.: colocação num lar).
Podem causar problemas psicológicos
Envelhecimento Psicológico Fatores que influenciam o envelhecimento psicológico: Estado de saúde física - mais importante do que o estado de saúde, é a perceção que cada um tem da sua própria saúde; A mudança de papel - A passagem de um papel ativo na família como na sociedade, para um papel mais passivo traz, habitualmente, problemas psicológicos. A falta de ocupação tem efeitos negativos sobre a perceção de si e pode conduzir à depressão. Para ultrapassar esta fase é necessário que a pessoa idosa adquira novos papéis, mantendo-se ativa e útil; O estatuto familiar e conjugal – A família e os amigos constituem, muitas vezes, a principal rede de suporte da pessoa idosa. A separação da família ou dos amigos, qualquer que seja a causa, leva à solidão que, por sua vez, aumenta a insegurança e bloqueia, seriamente, a capacidade de adaptação.
Envelhecimento Psicológico
Fatores que podem causar problemas psicológicos:
A personalidade - O indivíduo que ao longo da sua vida sempre demonstrou capacidade de adaptação, tem mais facilidade em se adaptar a situações de privação ou de estresse.
Funções cognitivas - uma diminuição das funções cognitivas poderá ser vivida de forma dramática pelo próprio e pela família.
Envelhecimento Psicológico Segundo a teoria do desligamento de Cumming, os idosos mostram uma inclinação natural para diminuir o seu envolvimento afectivo com o meio circundante, estreitando o seu espaço de vida e preocupando-se cada vez mais consigo próprios. Trata-se de um mecanismo natural influenciado pela redução da energia mental e física ligada à idade.
Mas estudos recentes demonstram que… O envelhecimento não corresponde à fatalidade de um caminhar sombrio e confinado. Os acontecimentos são analisados numa perspetiva diferente e mais equilibrada. A forma como cada um vê e se sente inserido, com as suas características peculiares é fulcral na sua interação com o meio e, consequentemente, na aquisição de um maior ou menor grau de satisfação e bem-estar.
Envelhecimento Cognitivo COGNIÇÃO é a capacidade de percecionar o que nos rodeia
Abrange a percepção, atenção, memória, raciocínio, tomada de decisões, solução de problemas e a formação de estruturas complexas do conhecimento. Investigações sobre mudanças cognitivas relacionadas com a idade, indicam que algumas aptidões cognitivas modificam-se em relação ao tempo, contudo outras permanecem inalteradas.
Envelhecimento Cognitivo Para a maioria dos idosos, o envelhecimento normal apresenta uma variedade de alterações cognitivas que não tem implicações nas atividades diárias.
Existem fatores relacionados, principalmente, com a natureza gradual que reduzem, de certa forma parte do declínio cognitivo. Estes fatores permitem a readaptação e a preservação dos conhecimentos gerais do idoso, facilitando a resolução de problemas, a automatização de muitas tarefas, a manutenção de um ambiente seguro e das rotinas familiares.
Envelhecimento Cognitivo Habilidades que sofrem declínio com a idade: velocidade de pensamento, memória de trabalho/imediata e habilidades visuoespaciais.
Habilidades que se mantêm inalteradas: inteligência verbal, atenção básica, habilidade de cálculo e a maioria das habilidades de linguagem.
Envelhecimento Cognitivo
A velocidade em que a informação é processada representa a alteração mais evidente do idoso.
A lentificação cognitiva influencia todas as outras funções como a atenção e a memória, sendo responsável pelo défice cognitivo. Esta é observada em idosos, aquando da sua dificuldade em compreender textos, da necessidade de explicações mais extensas e de maior tempo para executar cálculos.
Envelhecimento Cognitivo A inteligência fluida – atinge o seu potencial máximo aos vinte e cinco anos, iniciando-se a partir daí o seu declínio.
A inteligência cristalizada – aumenta a sua capacidade ao longo da vida. Assim, o desempenho de actividades, independentemente da sua natureza, tem influência de forma positiva nas funções intelectuais e contribui para uma maior eficiência mental.
Envelhecimento Cognitivo
A memória constitui uma das funções cognitivas fundamentais para um envelhecimento ativo
Com o avançar da idade ocorre uma diminuição da velocidade de recuperação dos vários recursos da memória. Declínio na memória imediata, de curto prazo ou de trabalho - Dificulta o processo de aprendizagem. Há maior comprometimento da atenção (dificuldade para seleccionar a atenção por vários tópicos) e da recuperação das informações, previamente armazenadas, e também na consolidação de informações recentes (memória episódica recente, por exemplo, localização de objectos, recados, repetir números de forma inversa, etc.)
Envelhecimento Cognitivo A memória remota, também designada por memória de recordação, mantémse estável ou declina muito pouco com a idade. Torna-se difícil medir esta memória com precisão, pois não é possível controlar a informação exata indicada pelo sujeito.
Relativamente à memória semântica não existe qualquer alteração. A sintaxe, o conhecimento de palavras, a fluência, a nomeação e a compreensão, podem manter-se estáveis ou sofrer um declínio ligeiro. Contudo, esta varia com o grau de escolaridade, com as alterações sensoriais, entre outras.
Envelhecimento Cognitivo Habilidade visuoespacial e visuo-perceptiva A capacidade dos idosos em copiar desenhos, reconhecer formas, objetos, dimensões e a distância, não é prejudicada quando avaliada de forma simples. Contudo, quando avaliados em testes mais complexos apresentam habilidade visuoespacial e visuo-perceptiva inferior às dos jovens.
Alguns problemas que os idosos revelam na aprendizagem de nova informação podem estar relacionados com as escassas estratégias utilizadas, pois muitos idosos adotam uma atitude passiva para aprender e recordar comparativamente aos adultos.
Envelhecimento Cognitivo
Os idosos são capazes de adquirir novos conhecimentos quando colocados nas situações apropriadas, isto é, em situações em que o factor tempo não é primordial. Além disso, na maioria dos casos, a aprendizagem depende mais da motivação do que da memória. É de extrema importância referir que existe uma grande plasticidade cognitiva e capacidade de reserva ao longo da vida. Estas podem melhorar através da intervenção, com programas de estimulação cognitiva tanto em pessoas com demência, como em pessoas idosas saudáveis.
Fatores que influenciam o envelhecimento cognitivo • Fatores genéticos – explicam cerca de 50% da variabilidade cognitiva na
terceira idade; • Saúde – as pessoas saudáveis apresentam menos alterações cognitivas; • Escolaridade – um nível de instrução mais elevado funciona como fator
protetor das funções cognitivas; • Atividade mental – as atividades mentalmente estimulantes apresentam uma correlação com o melhor desempenho cognitivo;
• Atividade física – a boa forma aeróbica está relacionada com uma melhor preservação das aptidões cognitivas; • a personalidade, humor, meio social e cultural, treino cognitivo e
conhecimentos especializados (influenciam positiva ou negativamente áreas como a memória ou a atenção).
Envelhecimento Social O envelhecimento relaciona-se, também, com as alterações da participação activa do idoso. As redes sociais alteram-se de acordo com o contexto familiar, laboral, participação na comunidade, entre outros.
As redes de apoio são indispensáveis para a saúde mental, satisfação com a vida e envelhecimento óptimo, pelo que, de forma a manter a independência e a participação social, é necessário reorganizar as redes de apoio informal, colmatando a falta de pessoas significativas (companheiros, família, etc.), que vão desaparecendo.
Envelhecimento Social Redes sociais, interação social e apoio social, são conceitos interligados mas nem sempre associados.
Redes sociais - são o número de elementos, estrutura da família, amigos e proximidade física;
Interação social - é a frequência e duração de contactos afetivos estabelecidos com a rede social; Apoio social - refere-se ao tipo de ajuda que uma pessoa recebe a partir da sua rede social; assistência dos contactos à pessoa dependente.
Envelhecimento Social
Segundo a teoria da desinserção (que caiu em desuso desde 1961), o envelhecimento acompanha-se de uma desinserção recíproca da sociedade e do indivíduo, ou seja, o idoso põe fim ao seu empenhamento e retira-se da sociedade que, por sua vez, lhe oferece cada vez menos.
A teoria que se seguiu diz respeito à teoria da continuidade que refere que o idoso mantém a continuidade nos seus hábitos de vida, preferências, experiências e compromissos, elementos integrantes da sua
Alterações da sociedade repercutem-se na qualidade de de Diminuição das famílias alargadas que cuidam de todos os seus membros; Predominância de famílias nucleares com diminuição da estabilidade familiar (incremento do número de divórcios e novos casamentos que criam instabilidade e dificuldade nos processos de cuidar).
Envelhecimento Social Coexistência de vários tipos de família (monoparentais, uniões de facto, etc.); Dificuldade e competitividade no trabalho (maior mobilidade geográfica dos elementos familiares, fragilizando a solidariedade familiar); Reduzida dimensão das habitações (dificulta a co-habitação de vários membros a família); entre outros.
Conclusão O envelhecimento é um processo dinâmico e complexo, em que surgem diversas alterações, quer a nível biológico, psicológico, cognitivo e sociais, às quais os indivíduos têm de se adaptar.
O envelhecer é definitivamente real, mas não existe num ideal natural, independente de ideais, imagens e práticas sociais que o representam. Assim, não se poderá respeitar a pessoa idosa, sem ter em conta a sua personalidade, mediada pela sua experiência, condição social e valores culturais.
Cada idoso é dotado de uma entidade própria que deve ser respeitada e que envelhecer e morrer, tal como nascer e crescer, será sempre parte do ciclo de vida orgânico.