b) APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS ORGÃNICOS (PINTURAS) Muitas falhas têm sido documentadas em equipamentos e tubulacões isoladas e pintadas. 0 comportamento insatisfatório ocorre particularmente acima de 60 graus centígrados, quando o zinco sofre uma"reversão de polaridade", passando a atuar como elemento catódico em relação ao ferro. Alguns estudos têm mostrado também que alguns compostos presentes no isolamento (cloretos, sulfetos) inibem a formação de sais solúveis de zinco, diminuindo, consequentemente, sua eficiência.
Para serem utilizadas sob isolamento térmico, deve-se considerar sempre uma condição de superfície permanentemente aquecida/umedecida, dando enfoque especial a elementos que poderão estar dissolvidos. Adicionalmente, deve-se considerar propriedades mecânicas, tais como: flexibilidade, resistência mecânica, já que as condições do substrato irão variar bruscamente. 0 efeito da condição cíclica úmido/seco é de longe mais solicitante que uma simples imersão estática. Nessas condições, o oxigênio, C02 e outros compostos químicos introduzirão uma grande quantidade de variáveis. Determinadas tintas, que têm boa performance sob imersão estática, não apresentarão bons resultados em condições cíclicas. 0 assunto ainda é bastante controvertido a tem recebido vários investimentos nos últimos anos. A seleção do sistema de pintura mais apropriado deverá considerar: tipo de substrato, temperatura do metal, como a estrutura será revestida a onde a planta está localizada. 0 esquema de pintura deverá incluir , pelo menos, as seguintes informações: preparação de superfície, descrição das tintas aplicadas, número d.e demãos a espessura do filme seco.
ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA SELEGÃO DE SISTEMAS DE PINTURA SOB ISOLAMENTO TÉRMICO Os comentários/recomendações, a seguir, foram emitidos pela MACE TASK GROUP T-5A30, após analisarem inúmeros relatórios a fazerem intensivas análises de laboratório. (1) Tintas ricas em zinco (silicatos inorgãnicos) não têm boa performance, mesmo quando utilizarem acabamentos. (2) Tintas à base de epoxi catalisado não possuem resistência à temperatura (acima de 60 graus centígrados), quando em condições de imersão, não possuindo boa performance a longo prazo. (3) Tintas à base de silicone/silicone modificados não apresentam bons resultados para aço-carbono. Para aços inoxidáveis, os resultados são satisfatórios.
(4) Os melhores resultados obtidos para a faixa de temperatura entre 50 a 120 graus centígrados foram obtidos com epoxi alcatrão de hulha amino curado a formulações à base de resina epoxi/fenólica. Bons resultados têm sido obtidos também com sistemas que utilizam escamas de vidro (flake glass). (5) Para aços inoxidáveis austeníticos, a maneira mais simples de se evitar a corrosão é aplicar um jateamento completo que garanta um perfil de rugosidade com no mínimo 25 um. Tintas à base de silicone sobre aço inoxidável não jateado não são efetivas. (6) Tintas a serem utilizadas sobre aço inoxidável austenítico deverão ser isentas de zinco, chumbo ou cobre ou seus compostos. Tais elementos podem dar origem a eutéticos de baixo ponto de fusão durante operacões de soldas ou incêndios.
EXEMPLOS DE SISTEMAS DE PINTURA RECOMENUVEIS PARA AÇO CARBONO ISOLADO TERMICAMENTE Temperatura até 60 graus centígrados Jateamento ao metal quase branco. Uma demão de epoxi alta espessura fundo com 120
micras ou Jateamento ao metal quase branco. 175 a 250 micras de metalização com alumínio. Uma demão de epoxi poliamida com 10 a 20 micras. Três demãos de epoxi poliamida com 75 micras cada.
Temperatura até I20 graus centígrados Jateamento ao metal quase branco. Duas demãos de epoxi-fenólico (a primeira demão pode conter inibidores) com 150 micras cada. ou Jateamento ao metal quase branco. Duas demáos de alcatrão de hulha epoxi , especialmente formulados para temperatura, com 150 micras cada.
SISTEMA PARA PINTURA DE AÇO INOXIDÁVEL SOB ISOLAMENTO TÉRMICO Temperatura até 60 graus centígrados. Limpeza com solvente (SSPC-SP-i). Jateamento abrasivo ligeiro. Uma demão de 120 micras de epoxi alta espessura
oui Limpeza com solvente (SSPC-SP-i). Jateamento abrasivo ligeiro. Duas demãos de epoxi fenólico ou alcatrão de hulha epoxi curado com poliamina, especialmente formulado para temperatura com 50 micras cada.
Uma séria limitação à pintura sob isolamento térmico tem sido a prática usual de se fazer steam-out de torres a vasos, durante paradas de unidades. Nessas condições, a temperatura da superfície poderá atingir valores suficientes para destruir a pintura aplicada.
APLICAÇÃO DE FITAS PLÁSTICAS Existe grande experiência fora do Brasil com a utilização de fitas plásticas, não só na interface isolamento/metal como também para complemento às barreiras de vapor. Tais materiais vem sendo empregados desde 1950 e a maior parte das experiências foram satisfatórias, inclusive contra a corrosão sob tensão de aços inoxidáveis. Tais fitas têm capacidade de trabalhar na faixa do temperatura de 170 a 540 graus centígrados. São quimicamente resistentes à maior parte dos agentes químicos a resistem bem a ciclos úmido/seco.
TIPOS E CARACTERÍSTICAS DAS FITAS Existem basicamente dois tipos de fitas: as impregnadas a as pré-fabricadas. As impregnadas consistem num suporte sintético (fibras) impregnado com produtos derivados do petróleo ou resinas específicas resistentes ao calor. As pré-fabricadas consistem em filmes suportes de poliolefinas (plásticos) com adesivo, sendo aplicadas sobre um "primer". Fitas à base de derivados de petróleo São fabricadas a partir da impregnação de fitas sintéticas fibrosas com produtos derivados do petróleo (petrolatum). São aplicadas sobre superfícies limpas manualmente na espessura de aproximadamente i mm com sobreposição entre bandas de 25 mm. Não requerem tempo para cura ou secagem. Podem ser aplicadas de 170 a 100 graus centígrados. Seu use pode s.er limitado pela sua inflamabilidade. Fitas termofixas São resultantes da impregnação de fibras (fibra de vidro ou sintéticas) com resinas resistentes ao calor (orgânicas ou inorgânicas). Esse tipo de fita possui solventes a torna-se necessária a utilização de tempos para cura/secagem. São aplicadas sobre superfícies limpas manual ou mecanicamente em espessuras da ordem de 0.8mm com sobreposição de 50'/.. Podem ser utilizadas desde -60 até 500 graus centígrados. Fitas pré-fabricadas São fitas plásticas laminadas com um adesivo de borracha. Em função da criticidade da tensão a ser usada, durante a aplicação, geralmente são aplicadas por máquinas. Após o jateamento da superfície, aplica-se uma demo de "primer" a posteriormente a fita plástica. São aplicadas em espessuras da ordem de 1 mm com sobreposição de 25 mm. A faixa recomendada de trabalho varia desde -30 até 85 graus centígrados.
CONSIDERAÇSES DE PROJETO, INSPEÇÃO, MANUTENÇÁO PARA PREVENIR A CST Atualmente, a CST é um problema sério que tem provocado graves problemas em muitas plantas a instalações, que tem dispendido somas vultuosas par a "corrigir" o que algumas plantas apenas começam a confrontar. Embora existam medidas para prevenir o problema (tintas, fitas, etc), há fatos relevantes que deverão ser considerados por ocasião do projeto, compra ou reforma de plantas que contenham equipamentos/ tubulações isoladas: 1. Implementar um programa regular de inspeção/manutenCão preventiva de superfícies isoladas. 2. Minimizar o uso de selantes e mastics na barreira de vapor, conexões, válvulas, etc, que tendem a secar e contrair com o tempo. 3. Fazer manutenção preventiva em curtos espaços de tempo na barreira de vapor ou cobertura de alumínio. 4.. Re-instalacão imediata de barreiras de vapor, reparos.
quando forem executados
5.Usar materiais isolantes que não contenham contaminantes(cloretos por
exmplo).
6. Evite o contato de metais dissimilares em equipamentos/tubulações isoladas.