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Semana 02

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Metodologia da Pesquisa

Conhecimento teológico

Vamos ao conhecimento teológico? Este tipo de conhecimento tem sua origem relacionada à fé divina ou a crenças religiosas, portanto, as verdades provenientes do conhecimento teológico são tidas como inquestionáveis e definitivas. Não é necessário “ver para crer”, pois resulta de revelações transmitidas oralmente ou por inscrições em livros sagrados. Por esta razão, ele não pode ser s er confirmado ou negado, já que a fé não está no campo da razão e, desta forma, não tem necessidade de comprovação. Assim, nesse tipo de conhecimento, portanto, mesmo que as evidências apontem para o contrário do que a espiritualidade ensina, o conhecimento teológico pressupõe a crença nesses ensinamentos. © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados.

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O conhecimento teológico busca responder questões que não sejam inteligíveis às outras esferas conhecimento. Neste sentido, “a adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino, cujas evidências não são postas em dúvida nem sequer verificáveis” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.79). Ele é alcançado por meio da crença na existência de seres divinos e superiores que controlam o Universo e o ciclo da vida. Implica em uma atitude de fé diante de revelações de um mistério ou de algo sobrenatural, que passam a ser interpretados como sinal ou manifestação divina. Essas concepções são atestadas na Summa contra gentiles do teólogo São Tomás de Aquino, no trecho descrito por Ruiz: Na verdade, o filósofo (ou cientista) tira seu argumento das próprias causas das coisas, enquanto que o fiel o toma da causa primeira, a saber, porque assim foi divinamente revelado; [...] Por isso mesmo também ela (a doutrina da fé) deve ser considerada sabedoria máxima, porque pensa a partir da causa mais elevada. E, por isso, a filosofia humana serve a ela (à teologia do fiel) como inferior ao superior. (RUIZ, 2013, p.102)

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O conhecimento teológico é atribuído à fé divina ou a crenças religiosas. As verdades provenientes do conhecimento teológico são tidas como definitivas; por isso, ele não pode ser confirmado ou negado.

Você aprendeu que, por definição, o conhecimento teológico se baseia na aceitação de verdades inquestionáveis e se pauta em uma relação de fé. Estes saberes, considerados sagrados, possuem as seguintes características, conforme nos revelam os autores Lakatos e Marconi, (2008, p.19). Vamos comentar sobre algumas características do conhecimento teológico:

Ele é valorativo, ou seja, pressupõe juízo de valor, já que se baseia em doutrinas que contêm proposições sagradas. Ele é inspiracional, porque as verdades e as doutrinas são reveladas por entidades sobrenaturais. Ele é infalível e exato, já que tais verdades são consideradas indiscutíveis e definitivas. Ele é sistemático, porque concebe a origem do mundo, seu sentido, sua finalidade e seu destino de forma estruturada, como obra de um criador divino. Ele é não verificável, uma vez que pressupõe uma atitude de fé perante um conhecimento revelado.



É interessante refletir, como aponta Ruiz (2013, p.103), que “tanto a Teologia quanto a Filosofia e as Ciências têm ou podem ter o mesmo objeto de estudo, como, por exemplo, a origem do mundo, das espécies ou do homem.”. Assim, não é o objeto de estudo que distingue a teologia em relação à ciência, como veremos em breve, mas os pressupostos nos quais ambos se apoiam. O teólogo que trabalha à luz da fé não pode, com o pretexto de buscar a verificação de um fato, por exemplo, colocar uma metodologia de pesquisa acima do conteúdo de uma revelação. Não há preocupação em submeter à comprovação os fatos revelados, nem analisar o conteúdo dos dogmas para encontrar evidências. A autenticidade dos textos sagrados é aceita de forma incontestável. Ou seja, um fiel pode usar como argumento, para atestar a veracidade de alguma proposição – o fato de a alma ser imortal, por exemplo –, que essa verdade consta nos textos bíblicos, que se tratam da palavra divina.

O conhecimento teológico tem como principais características os seguintes aspectos: ser valorativo, inspiracional, infalível, exato, sistemático e não verificável.



O conhecimento teológico em relação ao conhecimento científico possui características, e dentre elas Ruiz (2013, p.108) destaca cinco que são consideravelmente significativas: O conhecimento teológico supõe, obrigatoriamente, a sua fundamentação

pautada na autoridade divina. A ciência, ao contrário, não supõe, não exige e nem admite esta autoridade. Ela considera apenas aquilo que pode ser comprovado de forma experimental. A ciência não pressupõe a existência ou a necessidade

de especial dom divino para chegar ao conhecimento do mundo. Para a teologia, existe uma iluminação divina denominada “graça sobrenatural da fé” e é esta iluminação que permite que o fiel consiga conhecer a verdade divina da revelação. A ciência estuda os fenômenos controláveis e, a partir

das novas descobertas, chega a inovações. A teologia, para ser fiel aos seus princípios, deveria conservar sempre as mesmas doutrinas dos livros sagrados e das tradições. A ciência nasce da razão e parte sempre da evidência

dos fatos para o conhecimento. A fé não nasce da razão, e sim do desejo e da submissão. Desta forma, a teologia exige fé a partir da autoridade divina. Por fim, nos princípios da ciência, a autoridade da teologia prevalecia sobre a ousadia das ciências.

Entretanto, na atualidade, evidencia-se uma preocupação dos teólogos em revisitar suas doutrinas, para que não haja contradição com as conclusões científicas. Desta forma, o célebre embate entre teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das espécies e, particularmente, da espécie humana, configura-se como um relevante exemplo para demonstrar as diferenças entre estas duas abordagens.

O conhecimento teológico, em relação ao conhecimento científico, possui características consideravelmente significativas.



Conhecimento filosófico

Quando você ouve falar de conhecimento filosófico consegue obter pistas bem precisas das origens deste tipo de conhecimento? Mattar (2008, p.3) revela o histórico deste tipo de conhecimento afirmando que a Filosofia nasce, na Grécia Antiga, como um tipo de reflexão que procura se distanciar e se diferenciar dos mitos, da retórica, dos sofistas, das tragédias e dos poetas. Desde o seu surgimento, ela se firmou durante séculos como um “espaço de liberdade de pensamento”. Este percurso confere a Filosofia uma importante condição: a de mãe de todas as ciências. O autor Mattar (2008, p.3) afirma ainda que ela acabou desafiando a lei que assume que o conhecimento pode tornar-se ultrapassado por causa de fatores como o tempo, as novas ideologias ou o surgimento de novas tecnologias. Esta situação se confirma, pois grandes nomes do início da Filosofia, como Platão e Aristóteles, continuam sendo referências e estabelecem um diálogo em nível de igualdade com filósofos dos nossos dias.



Não há unanimidade quanto à definição de Filosofia. Ruiz (2013, p.111) explica que, no tempo de Aristóteles, filosofia passou a significar a universalidade dos conhecimentos humanos. Sobre o sentido etimológico e contexto histórico que envolvem o termo, o autor adota a seguinte definição: “esforço da razão pura para questionar problemas humanos e discernir entre o certo e o errado, sem fazer apelo a iluminações divinas, e recorrendo unicamente às luzes da própria razão humana”. Ele complementa: Ao investigar causas e razões mais altas, a Filosofia não está fugindo necessariamente da realidade para perder-se em devaneios sobre fantasias, como alguns imaginam. O problema da distribuição desigual do prazer e da dor entre os homens é muito real. [...] E, à medida que os problemas fogem ao domínio das ciências, entram no campo da Filosofia. (RUIZ, 2013, p.111)

Uma possível definição para a Filosofia diz respeito ao esforço racional para questionar problemas humanos e discernir entre o certo e o errado, sem fazer apelo a iluminações divinas, e recorrendo unicamente às luzes da própria razão humana.



Agora que você já identifica as origens do conhecimento filosófico, bem como a importância desse como uma espécie de “mãe” da ciência, conhecerá as características deste tipo de conhecimento, apontadas por Lakatos e Marconi (2003, p.78):

Ele é valorativo, porque parte de hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. Elas se baseiam na experiência e, dessa forma, este tipo de conhecimento se origina da experiência e não da experimentação. Por não se basear na experimentação, ele é não verificável , pois, ao contrário do que ocorre do domínio das ciências, os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados nem negados. Ele é racional , porque se apresenta na forma de um conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Ele é sistemático, uma vez que suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade observada, em uma tentativa de apreender essa realidade em sua totalidade. Por último, é infalível e exato, já que seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da experimentação, tanto na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quanto na definição do instrumento capaz de apreender a realidade.

Greek philosophers - J.D. Falk



Apesar de ser considerada a mãe de todas as ciências, “a Filosofia não invade o campo das diversas áreas do conhecimento, nem absorve o objetivo das demais ciências”, conforme nos esclarece Ruiz (2013, p.112). De forma distinta do campo científico, ela pretende atingir seu objeto de estudo por meio das causas mais improváveis. Neste sentido, a Filosofia continua questionando a realidade, indo além das possibilidades das ciências experimentais e algumas indagações filosóficas, além das célebres “Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?” que podem ilustrar esta explicação: A depressão é o mal do século? Por que o homem anseia por vencer a morte? O que nos levou à cultura individualista e de superexposição?

O conhecimento filosófico tem como principais características: ser valorativo, não verificável, racional, sistemático, infalível e exato.



Para diferenciarmos o conhecimento filosófico do conhecimento científico, vamos descrever a reflexão de Charbonneau, para quem a diferença entre o cientista e o filósofo é fácil de perceber: O cientista se fixa sobre o objeto sem olhar a maneira com que o atinge. O filósofo concentra-se sobre o sujeito que conhece e sobre as atividades do espírito, acionadas para apreender seu objeto. Do cientista ao filósofo é completamente diferente a atitude do espírito. A Filosofia é uma reflexão do espírito sobre o trabalho do espírito. A ciência é uma flexão sobre o objeto sobre o qual ele se debruça. (CHARBONNEAU, 1986, apud MATTAR, 2008, p.5, grifos nossos).

As principais diferenças entre o conhecimento filosófico e o conhecimento científico, apontadas por Ruiz (2013) dizem respeito a aspectos relacionados ao objeto, ao método, a análise e a síntese, ao objetivo e a indagação versus o avanço. Nas Ciências Naturais, por exemplo, o conhecimento abrange fatos concretos e fenômenos perceptíveis, servindo-se de instrumentos, técnicas e recursos de observação. Segundo o autor, o método por excelência da ciência é o experimental: ela se apoia nos fatos reais e concretos, afirmando aquilo que permite a experimentação.

As diferenças entre o conhecimento filosófico e o conhecimento científico estão relacionadas ao objeto, ao método, à análise e à síntese, ao objetivo e à indagação versus o avanço.


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Na Filosofia, o objeto de análise pode se traduzir em ideias, relações conceptuais e lógicas que não são redutíveis a realidades materiais. A filosofia emprega o método racional, que antecede a experiência e não exige confirmação experimental, mas somente coerência lógica. O procedimento científico delimita, categoriza e analisa o objeto da pesquisa, atingindo segmentos da realidade. A Filosofia, por sua vez, busca aquilo que é mais geral, tentando formular uma concepção unificada e unificante do universo. O objetivo da Ciência consiste na descoberta das relações de causa e efeito ou de coexistência entre os fenômenos. A Filosofia procura questionar as conclusões da própria ciência, buscando uma interpretação mais ampla que responda às indagações do espírito humano. Finalmente, para Ruiz (2013), a Filosofia indaga, enquanto a ciência avança.

REFERÊNCIAS

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica . São Paulo: Atlas, 2003. MATTAR, J. A. Metodologia científica na era da informática. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. REIS, J. C.; GUERRA, A.; BRAGA, M. Ciência e arte: relações improváveis? História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, v. 13, p. 71-87, out. 2006. RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.


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