Universidade do Sul de Santa Catarina
Teoria do Conhecimento UnisulVirtual Palhoça, 2013
Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Reitor Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Seasti!o Sal"sio #erdt Che$e de %ainete da Reitoria &illian '()i*o Pr+-Reitor de nsino e Pr+-Reitor de Pesuisa, P+s-%raduaç!o e .novaç!o 'auri /uiz #eerdt Pr+-Reitor de esenvolvi*ento e .novaç!o .nstitucional Valter Alves Sch*itz Neto iretora do Ca*us Universit(rio de uar!o 'ilene Pacheco inder*ann iretor do Ca*us Universit(rio %rande 4lorian+olis #"rcules Nunes de Ara56o iretor do Ca*us Universit(rio UnisulVirtual 'oacir #eerdt Ca*us Universit(rio UnisulVirtual7 %erente de Ad*inistraç!o Acad8*ica Acad8*ica An9elita 'arçal 4lores Secret(ria de nsino a ist:ncia Sa*ara ;osten 4lores %erente Ad*inistrativo e 4inanceiro Renato Andr" /uz %erente de nsino, Pesuisa e )tens!o Roerto .uns
Salete Cec>lia de Souza %erente de esenho e esenvolvi*ento de 'ateriais id(ticos '(rcia /och Coordenadora do esenho ducacional Cristina li de ?liveira Coordenadora da Acessiilidade Acessiilidade Vanessa de Andrade 'anoel %erente de /o9>stica ;e$erson Cassiano Al*eida da Costa %erente de 'ar
dia S"r9io %iron Coordenador de Produç!o .ndustrial 'arcelo =itencourt Coordenadora de &econ$er8ncia Carla 4eltrin Rai*undo %er8ncia Serviço de Atenç!o .nte9ral ao Acad8*ico 'aria .sael Ara9on Assessor de Assuntos Assuntos .nternacionais 'urilo 'atos 'endonça Assessora ara A A - iscilinas a ist:ncia Patr>cia da Silva 'ene9hel Assessora de .novaç!o .novaç!o e @ualidade da a a 8nia 4alc!o de =ittencourt Assessoria de relaç!o co* Poder P5lico e 4orças 4orças Ar*adas Adenir Siueira Viana Viana
&alter 4"li) Cardoso ;unior Assessor de e ecnolo9ia ?s*ar de ?liveira =raz ;5nior Unidades de articulaç!o acad8*ica UnAB ducaç!o, #u*anidades e Artes 'arciel van9elista Cataneo Articulador %raduaç!o ;or9e Ale)andre No9ared Cardoso Peda9o9ia 'arciel van9elista Cataneo 4iloso$ia 'aria Cristina Scheitzer Veit oc8ncia e* ducaç!o .n$antil, oc8ncia e* 4iloso$ia, oc8ncia e* @u>*ica, oc8ncia e* Sociolo9ia Rose Cl"r stivalete =eche 4or*aç!o Peda9+9ica ara 4or*adores de ducaç!o Pro$issional7 P+s-9raduaç!o aniela rnani 'onteiro &ill 'etodolo9ia da ducaç!o a ist:ncia oc8ncia e* A arla /eonora ahse Nunes #ist+ria 'ilitar Ci8ncias Sociais, ireito, Ne9+cios e Serviços Roerto .unssio ;os" Rodri9ues Serviços Penais Ana Paula Reusin9 Pacheco Pacheco Ad*inistraç!o =ernardino ;os" da Silva %est!o 4inanceira ilsa 'ondardo
ireito .ta*ar Pedro =evilaua Se9urança P5lica ;ana>na =aeta Neves 'arstica Processos %erenciais N"lio #erz*ann Ci8ncias Cont(eis ?nei adeu utra %est!o P5lica Roerto .unssio ;os" Rodri9ues %est!o de Se9urança P5lica anielle 'aria sezi* da Silva ireitos i$usos e Coletivos %iovani de Paula Se9urança /et>cia Cristina =7 =arosa %est!o de Cooerativas de Cr"dito Sidenir Niehuns 'eurer Pro9ra*a de P+s-%raduaç!o e* %est!o P5lica7
hia9o Coelho Soares Pro9ra*a de P+s-%raduaç!o e* %est!o *resarial Produç!o, Construç!o e A9roind5stria iva 'ar>lia 4le**in9 Articulador %raduaç!o Ana /u>sa 'Flert %est!o da ecnolo9ia da .n$or*aç!o Charles ?dair Cesconetto da Silva Produç!o 'ulti*>dia iva 'ar>lia 4le**in9 'ate*(tica7 .vete de 4(ti*a Rossato %est!o da Produç!o .ndustrial ;airo A$onso #en
Teoria do conhecimento
/ivro did(tico esi9ner instrucional liete de ?liveira Costa UnisulVirtual Palhoça, 2013
Copyright © UnisulVirtual 2!" Nenhu*a arte desta ulicaç!o ode ser reroduzida or ualuer *eio se* a r"via autorizaç!o desta instituiç!o7 /ivro did(tico7
#ro$essores conteudistas Ale)andre de 'edeiros 'otta %ariel #enriue Collaço 'arciel van9elista Cataneo Vilson /eonel %esigner instrucional liete de ?liveira Costa #ro&eto gr'$ico e capa uie UnisulVirtual %iagramador(a) 'arina =roerin9 Ri9hetto *evisor(a) iane al 'a9o 121 2G eoria do conheci*ento H livro did(tico I conteudistas, Ale)andre de 'edeiros 'otta, %ariel #enriue Collaço, 'arciel van9elista Cataneo, Vilson /eonel J desi9n instrucional liete de ?liveira Costa7 K Palhoça H UnisulVirtual, 20137 103 7 H il7 J 2L c*7 .nclui ilio9ra$ia7 17 eoria do conheci*ento7 27 4iloso$ia7 .7 'otta, Ale)andre de 'edeiros7 ..7 Collaço, %ariel #enriue7 ...7 Cataneo, 'arciel van9elista7 .V7 /eonel, Vilson7 V7 Costa, liete de ?liveira7 4icha catalo9r($ica elaorada ela =ilioteca Universit(ria da Unisul
Sum'rio
.ntroduç!o K +
Cap,tulo ! ConceçMes e $or*as de conheci*ento - Cap,tulo 2 Ci8ncia, ecnolo9ia e Arte - 2. Cap,tulo " As ra>zes da eoria do Conheci*ento - /" Cap,tulo / @uestMes do conheci*ento no ensa*ento *oderno e conte*or:neo - 0! Cap,tulo . tica na roduç!o e socializaç!o do conheci*ento K 1. ConsideraçMes 4inais - -+ Re$er8ncias - -Sore os Pro$essores Conteudistas - !" P(9ina O
Introdu3o So*os *odernos, usca*os *ais do ue viver, co*reender a vida e tudo ue nos rodeia, insti9a e desa$ia7 No dizer de Nietzsche, o conheci*ento e* n+s, trans*udou-se e* ai)!o, ue n!o se inti*ida diante de nenhu* sacri$>cio e no $undo nada te*eJ a n!o ser a sua r+ria e)tinç!o7Q N.SC#, 47 &7 45ras incompletas7 7ed7 S!o PauloH Nova Cultural, 1GG17 7 13G ?s ensadoresB7 A sociedade e* ue vive*os " $reuente*ente caracterizada co*o sociedade do conheci*ento7 Conheci*ento " *ais do ue ter in$or*açMes e dados sore deter*inado te*a ou assunto7 Conheci*ento i*lica saer uais in$or*açMes e dados s!o relevantes e e* ue situaçMes us(-los7 Conheci*ento " saedoria de vida7 sta ersectiva $ilos+$ica est( na ase de todo es$orço hu*ano or co*reender as coisas e o *undo e atriuir-lhes sentido7 Nesta Unidade de Arendiza9e*, voc8 vai re$letir sore o conceito de conheci*ento, suas $or*as, ca*inhos e ossiilidades7 le ser( aresentado co*o u*a roduç!o hist+rica e cultural7 U*a re$le)!o $ilos+$ica e r(tica isto " o sentido lato de teoriaQB sore as ra>zes, desenvolvi*ento hist+rico e atualidade do conheci*ento7 Voc8 ainda ir( desenvolver as hailidades ue lhe s!o inerentesH re$letir critica*ente, saer 6ul9ar e detectar contradiçMes e incoer8ncias na realidade e discursos, elaorar conclusMes, saer ar9u*entar e* $avor delas e de*onstr(-las7 udo isto, se*re atentoIa Ts resonsailidades e e)i98ncias "ticas da roduç!o e socializaç!o do conheci*ento7 Por $i*, cae ressaltar a i*ort:ncia desta Unidade de Arendiza9e* ara a sua tra6et+ria universit(ria7 As hailidades, conte5dos e atividades aui
disoniilizados s!o roed8uticosQ, ou se6a, rearat+rios ara o estudo e co*reens!o de todas as outras Unidades de Arendiza9e* do itiner(rio $or*ativo ue voc8 escolheu7 odos os itiner(rios dison>veis na $or*aç!o suerior e)i9e* a correta co*reens!o da uest!o do conheci*ento e da alicailidade das suas conuistas e reconheci*ento dos seus li*ites e resonsailidade, na usca de soluç!o ara os desa$ios e role*as ue *arca* os ca*os do saer e de ocuaç!o ro$issional hodiernos7 ? ensa*ento e o conheci*ento roduze* ideias, renova* todas as coisas, reinventa* o *undo7 ntre as ualidades e)i9idas de todos n+s nas relaçMes sociais e laorais, se soressai a caacidade de ensar e de to*ar decisMes7 ?u se6a, avaliar o eso de cada coisa, $ato, situaç!o7 'edir o eso de cada P(9ina L atitude, escolha, decis!o7 A soreviv8ncia e o sucesso essoal e ro$issional e* realidade t!o co*etitiva deende* desta caacidade K o$erecida ela teoria do conheci*ento e ela "tica, de co*reender o *undo, os relaciona*entos e as circunst:ncias ue nos rodeia* e nos de$ine*7 Vale *uito o es$orço ara co*reender os conte5dos, desenvolver as hailidades, areender as co*et8ncias desta Unidade de Arendiza9e*7 sta atitude ode $azer a di$erença na sua carreira acad8*ica7 =ons estudos P(9ina G
Cap,tulo !
Concep6es e $ormas de conhecimento #ailidades ste ca>tulo $oi elaorado ara roiciar ao aluno o desenvolvi*ento das hailidades de co*reens!o do conceito de conheci*ento, oservando as distinçMes das $or*as de conheci*ento e a identi$icaç!o das rinciais caracter>sticas do conheci*ento do senso co*u*, art>stico, reli9ioso, $ilos+$ico e cient>$ico7 SecMes de estudo
Se3o !7 A ori9e* do conheci*ento Se3o 27 ios de conheci*ento P(9ina 10
Se3o ! 8 origem do conhecimento A alavra conheci*ento te* sua ori9e* no lati*, cognitio, e ressuMe, necessaria*ente, a e)ist8ncia de u*a relaç!o entre dois olosH de u* lado o su&eito e de outro o o5&eto7 escriç!o da 4i9ura 171 K Relaç!o su6eito-o6eto inicio da descriç!oB Su6eito K ?6eto 4i* da descriç!oB 4onteH laoraç!o dos autores7 Na relaç!o su6eito-o6eto, o su6eito " auele ue ossui caacidade co9nitiva, isto ", caacidade de conhecer7 ? o6eto " auilo ue se *ani$esta T consci8ncia do su6eito, ue " areendido e trans$or*ado e* conceito7 .sso euivale a dizer ue o conheci*ento " o ato, o rocesso elo ual o su6eito se coloca no *undo e, co* ele, estaelece u*a li9aç!o7 Por outro lado, o *undo " o ue torna oss>vel o conheci*ento ao se o$erecer a u* su6eito ato a conhec8-lo7 ARAN#AJ 'AR.NS, 1GGG, 7LB7 e*os ue levar e* consideraç!o ue todas as $or*as de conheci*ento coe)iste*7 Pode*os ensar u* $enD*eno or *eio de *atrizes de co*reens!o, co*o o conheci*ento do senso co*u*, $ilos+$ico, reli9ioso, art>stico e cient>$ico7 Co* suas eculiaridades, aro)i*açMes e di$erenças, aarece* di$erentes *aneiras de o su6eito conhecerQ7 conhecer, se9undo Costa 2001, 7 , 9ri$o do autorB " *ais do ue ter na *e*+ria u* con6unto de in$or*açMesH " conse9uir $azer co* ue essas in$or*açMes trans$or*e*-se e* r(tica e se6a* 5teis so a ersectiva essoal, ro$issional, social ou ol>ticaQ7 odas as essoas 6ul9a* conhecer al9o e, de $ato, ode*os dizer ue o ser hu*ano natural*ente usca conhecer o *undo a sua volta, ois essa " u*a condiç!o ara *anter-se vivo7 Al9u*as vezes, diri9i*os nossas er9untas ao *undo, outras vezes ao r+rio $enD*eno do conheci*ento7 .sso inclui o ho*e* e o *undo na *es*a di*ens!o e, ent!o, te*os u*a vis!o *ais co*le)a da realidade e a co*reens!o de n+s *es*os co*o su6eitos ativos na roduç!o do conheci*ento7 P(9ina 11
Nu* sentido 9eral, ode*os dizer ue conheci*ento " o ue er*ite aos seres vivos *antere*-se vivos7 Nesse caso, u*a lanta sae ue deve virar sua $olha9e* e* direç!o T luz, assi* co*o u* cavalo sae ue deter*inado solo n!o " se9uro ara ca*inhar, e u* ho*e* sae ue, se 6o9ar u* o6eto aci*a de sua caeça, oder(, uando e* ueda, atin9i-lo7 Por"*, nu* sentido e)ato, n!o ser>a*os caazes de de$inir, t!o reve*ente, o ue " o conheci*ento7 Para /uc*olos orais, 9r($icos, *>*icos, ict+ricos etc7
!9! %istin3o entre o conhecimento humano e o de outros animais Ao contr(rio do ue acontece co* outros ani*ais, nos seres hu*anos e)iste u*a clara di$erença entre os dados erceidos no *eio a*iente e as resostas e)ressadas co*o reaç!o7 A di$erença se deve ao $ato de ue, al"* do comportamento instintivo, e)clusiva*ente reativo, o ser hu*ano te* u* comportamento re$le:ivo7 Antes de *ani$estar u*a reaç!o, o ho*e* $az u*a ausa e re$lete7 .*a9ina, idealiza e conceitua auilo ue areende do *undo e deois " caaz de reconhec8-lo e identi$ic(-lo7 ? ser hu*ano atriui si9ni$icado Ts coisas do *undo $>sico, Ts i*a9ens *entais ue ele *es*o constitui e aos senti*entos ue e)eri*enta7 ? desenvolvi*ento dessa caacidade de re$le)!o er*itiu a ele a9ir aseado e* u*a vontade consciente e n!o *ais so*ente nos instintos7 Acredita-se ue, e* er>odos re*otos, o conheci*ento hu*ano resondia e)clusiva*ente T necessidade de soreviv8ncia7 Por"*, or razMes ainda n!o co*leta*ente elucidadas, ele $oi al"* das solicitaçMes i*ediatas, enuanto ser iol+9ico, e assou a rocurar resostas, or u*a necessidade de co*reens!o e ordenaç!o do *undo7 A *ani$estaç!o de$initiva desse ensa*ento ordenador se deu co* a criaç!o de u* siste*a si*+lico esec>$ico ue cha*a*os de lin9ua9e*, caaz de reresentar a realidade, e)ressar o ensa*ento e co*unic(-lo aos outros7 Percea ue o ser hu*ano ordena e d( si9ni$icado ao *undo e isso inclui co*unic(-lo7 isso deende a consolidaç!o e validaç!o do conheci*ento, a e)ist8ncia da sociedade etc7 P(9ina 12
Nesse sentido, " di$undida a tese de ue e)iste certa corresond8ncia entre a lin9ua9e* e a co*le)idade das oeraçMes *entais ue u* ser hu*ano " caaz de e)ecutar7 A caacidade hu*ana de oerar co* ele*entos e situaçMes astratas est( li9ada a u*a lin9ua9e* aroriada ara trans*itir racioc>nios, de *odo ue, uanto *ais co*le)o " o siste*a de co*unicaç!o, *ais co*le)o " o ensa*ento e o conheci*ento hu*ano7 No decorrer da hist+ria da hu*anidade, desenvolvera*-se e tornara*-se cada vez *ais co*le)os os *eios de co*unicaç!o e de socializaç!o do conheci*ento7 ? conheci*ento deende do car(ter coletivo, deende do outro7 ?ra, dizerQ ao outro o ue se sae " $unda*ental ara a co*reens!o do *eio a*iente e de si r+rio7 sse dizerQ do ho*e* n!o te* a $unç!o e)clusiva de reresentar o *undo, *as ta*"* recria a realidade, T *edida ue n!o so*ente reroduz o ue areende, ta*"* astrai, interreta e hu*aniza a realidade7 Por se tratar de u* ani*al caaz de re$letir sore si *es*o, de ser autoconsciente, o ser hu*ano roduziu in5*eros tios de conheci*ento, al"* de ver a si co*o su6eito co9noscente, ou se6a, co*o u* ser ue " caaz de conhecer7 A9ora ue voc8 aco*anhou essas consideraçMes reli*inares sore o conheci*ento, ve6a co*o Aa9nano 2000B o de$ineH Conheci*ento encontra-se de$inido co*o u* rocedi*ento oeracional, u*a t"cnica de veri$icaç!o de u* o6eto ualuer, isto ", ualuer rocedi*ento ue torne oss>vel a descriç!o, o c(lculo ou a revis!o control(vel de u* o6etoJ e or o6eto h( de entender-se ualuer entidade, $ato, coisa, realidade ou roriedade, ue ossa ser su*etido a u* tal rocedi*ento7 A relaç!o co9nitiva " u*a identidade ou se*elhança,e a oeraç!o co9nitiva " u* rocedi*ento de identi$icaç!o co* o o6eto ou u*a sua reroduç!o7 A relaç!o co9nitiva " u*a aresentaç!o do o6eto e a oeraç!o co9nitiva u* rocesso de transcend8ncia7 =e*, na de$iniç!o citada, er*eia* v(rias uestMes i*ortantes da eoria do Conheci*ento7 ntre as suscitadas, destaca*os duas $unda*entaisH a relaç!o entre o su6eito e o o6eto do conheci*entoJ a di$erenciaç!o entre o conheci*ento e*>rico e o conheci*ento astrato7 Aco*anhe, na seu8ncia, e)licaçMes sore cada u*a destas uestMes7 P(9ina 13 17171 Relaç!o entre o su6eito e o o6eto do conheci*ento Reto*a*os aui o ue $oi raida*ente e)licado no in>cio deste ca>tulo7 oss>vel de$inir o conheci*ento co*o al9o ue e*er9e da interaç!o entre o su&eito ue conhece ou dese6a conhecer e o o5&eto a ser conhecido ou ue se
d( a conhecer7 Nesse caso, o conheci*ento ode ser identi$icado co*o rocesso ou co*o resultado da areens!o do o6eto elo su6eito7 ? o6eto n!o " entendido, aui, e)clusiva*ente co*o sendo $>sico, *as no sentido de o6eto do conheci*entoQ, ue inclui coisas e $enD*enos $>sicos e *entais, *es*o tudo auilo ue se d( a conhecer7 ssas oeraçMes s!o entendidas co*o açMes internas do su6eito co9noscente, or9anizadas e coordenadas ara $azer co*inaçMes, 6untar e searar ideias, conceitos, i*a9ens etc7 ntre as oeraçMes *entais te*os a astraç!o, a an(lise, a co*araç!o, a classi$icaç!o, a *e*orizaç!o, a i*a9inaç!o etc7 Con$or*e 4errater 'ora 1GGB, a $eno*enolo9ia " u* *"todo de investi9aç!o conte*or:neo ue roMe descrever a realidade co*o ela se aresenta7 Para a $eno*enolo9ia nada deve ser ressuostoH ne* o *undo natural, ne* o senso co*u*, ne* as roosiçMes da ci8ncia, ne* as e)eri8ncias s>uicas7 eve-se colocar antesQ de toda crença e de todo 6ul9a*ento o si*les*ente dadoQ7 Ao areender o o6eto, o su6eito co9noscente $or*a u*a i*a9e* *ental ue, at" certo onto, reroduz as caracter>sticas e roriedades do o6eto7 a artir dessa i*a9e* ue as opera6es mentais interreta* e d!o si9ni$icado ao ue " areendido, ou se6a, desenvolve* o conheci*ento7 A rinc>io, ode arecer ue o su6eito e)erce u* ael e)clusiva*ente ativo na areens!o do conheci*ento, contra u* ael passivo do o6eto areendido, e ue a*os, su6eito e o6eto, s!o seres indeendentes7 ?ra, tais a"is n!o s!o t!o e* de$in>veis assi*7 ?s su6eitos intera9e* no rocesso de construç!o do conheci*ento e so$re* assiva*enteQ a inter$er8ncia do a*iente cultural, do *undo do traalho, do cotidiano etc7 A r+ria lin9ua9e* envolvida nas in$or*açMes e na socializaç!o do conheci*ento se torna relevante ara esse rocesso7 Al"* disso, o su6eito areende o o6eto e lhe atriui u* si9ni$icado, *as " ine9(vel ue esse conheci*ento ta*"* *odi$ica o r+rio su6eito7 A relaç!o entre o su6eito e o o6eto do conheci*ento " u* te*a de discuss!o t>ico da eoria do Conheci*ento7 Correntes $ilos+$icas co*o a $enomenologia de$ende* ue su6eito e o6eto s!o distintos - visto ue o su6eito so*ente ode areender o ue est( $ora de si - *as esses s!o t!o interli9ados no ato de conhecer ue n!o $az sentido trat(-los co*o entes indeendentes7 P(9ina 1 Para a $eno*enolo9ia, o su6eito ue conhece te* u*a intencionalidade ue inter$ere na areens!o e no entendi*ento do o6eto7 sse entendi*ento, or
sua vez, ode *odi$icar-se e aduirir outro si9ni$icado e* relaç!o a outros o6etos do conte)to7 )iste* outras eculiaridades relativas ao su6eito e ao o6eto do conheci*ento, e* ue al9u*as vezes o o6eto do conheci*ento " o r+rio su6eito ue conheceJ e* outras, o o6eto do conheci*ento " u*a ideia $or6ada ela *ente do su6eito co9noscente de al9o ue n!o e)iste, tal co*o a ideia de u* cavalo alado7 Ainda, a distin3o entre o su&eito e o o5&eto er*ite estaelecer u* ar:*etro de o5&etividade e* ue, uanto *ais dist:nciaQ houver entre o su6eito e o o6eto, *ais o6etivoQ e universal; ode-se dizer, ue " o conheci*entoJ e uanto *ais r+)i*oQ u* estiver do outro, *ais co*ro*etida $ica essa o6etividade, ois *ais su6etivo ser( o conheci*ento e*er9ido dessa interaç!o7 A o6etividade " u*a caracter>stica dauele conheci*ento ue n!o deende dos ontos de vista articulares, *as do consenso entre esecialistas7 No caso do conheci*ento cient>$ico, a instituiç!o conhecida co*o co*unidade cient>$ica cerca-se de re9ras, *"todos e instru*entos ue usca* 9arantir a validade universal do conheci*ento e* uest!o7 Princial*ente ela utilizaç!o da lin9ua9e* *ate*(tica, tanto na $or*ulaç!o uanto na co*unicaç!o das suas teorias, a ci8ncia usca evitar eu>vocos ou dulas interretaçMes7 Al"* disso, as condiçMes e* ue as e)eri*entaçMes cient>$icas s!o realizadas n!o deende* da escolhaQ dos cientistas, n!o s!o acidentais ou variadas, de acordo co* a e)eri8ncia de vida de cada essoa, *as s!o deter*inadas ela co*unidade cient>$ica, se9ue* rocedi*entos reestaelecidos7 udo isso $az co* ue o conheci*ento cient>$ico sore o o6eto estudado se6a o *ais $iel oss>vel ao r+rio o6eto, de acordo co* o 6eito ue ele e)iste e n!o do 6eito ue u* ou outro cientista 6ul9a ue ele ", ou se6a, tudo isso $az co* ue o conheci*ento cient>$ico se6a o6etivo7 Sendo assi*, ara $inalizar esta seç!o, se9undo Costa 2001, 7 B, conhecer " aroriar-se *ental*ente de al9oQ7 U* resultado de u*a usca de conheci*ento, ue n!o asta acu*ular in$or*açMes e e)eri8ncias, *as o *ais i*ortante " saer a *aneira co*o essas ser!o alicadas7 A se9uir voc8 conhecer( os tios de conheci*ento, cada ual co* suas caracter>sticas7 P(9ina 1
Se3o 2 Tipos de conhecimento No cotidiano, " co*u* ouvir as essoas a$ir*are* ue conhece* coisas7 ? *ec:nico diz ue conhece o carro7 A *!e diz ue conhece o $ilho7 ? advo9ado conhece a uest!o7 ? *endi9o conhece a raça7 ? treinador conhece o ti*e7
? *ate*(tico conhece a $+r*ula etc7 Nas situaçMes citadas, o conheci*ento te* si9ni$icado diverso e, ao *es*o te*o, *ant"* al9o e* co*u*, visto ue todos os su6eitos a$ir*a* conhecer7 ? conheci*ento ode ocorrer de diversas $or*as, isso si9ni$ica dizer ue u* 5nico o6eto ode ser entendido T luz de diversos :n9ulos e asectos7 sta*os nos re$erindo aos tios de conheci*entoH senso co*u*, $ilos+$ico, reli9ioso, art>stico e cient>$ico7 Para $acilitar a co*reens!o deste assunto, considere, co*o e)e*lo, o role*a da 6ustiça7 Voc8 6( i*a9inou de uantas $or*as " oss>vel co*reender este $enD*eno t!o anti9o na hist+ria da hu*anidadeW sse role*a ode ser entendidoQ T luz do senso co*u*, da Reli9i!o, da Arte, da 4iloso$ia e da Ci8ncia7 Voc8 6( i*a9inou as soluçMes ue os re$eridos tios de conheci*ento aresentaria* ara esse role*aW ?serve a $i9uraH escriç!o da 4i9ura 172 K ios de conheci*ento inicio da descriç!oB ;ustiçaH - Conheci*ento Cienti$ico7 - Conheci*ento art>stico7 - Conheci*ento $ilos+$ico7 - Conheci*ento do senso co*u*7 - Conheci*ento reli9ioso7 $i* da descriç!oB 4onteH laoraç!o dos autores7 P(9ina 1X
29! 4 conhecimento popular ou do senso comum ? conheci*ento oular ou do senso co*u* " Y777Z auele ue n!o sur9e do estudo siste*(tico da realidade a artir de u* *"todo esec>$ico, *as rov"* do [viver e arender\, da e)eri8ncia de vidaQ RAUN, 1GGG, 7 LB7 Por isso, or *eio desse tio de conheci*ento, n!o conse9ui*os e)licar adeuada*ente u* $enD*eno, n!o se constituindo e* u*a teoria7 4or*a de conheci*ento ue rov"* da e)eri8ncia cotidiana, do senso co*u*7 Considerada a ri*eira $or*a de conheci*ento, 9erada asica*ente ela interaç!o do ser hu*ano co* o *undo e $unda*entada na e)eri8ncia individual7 u*a $or*a de conheci*ento assiste*(tica e a-*et+dica7 APP?/.N]R.?, 200, 7 2B7 Consiste na aç!o ela aç!o, se* ideias co*rovadas, ue n!o er*ite* o estudo ou a investi9aç!o sore u* deter*inado $enD*eno7 nt!o, o seu conte5do se $or*a a artir da e)eri8ncia ue se vivencia no dia a dia7
odos n+s sae*os *uitas coisas ue nos a6uda* e* nosso dia a dia e ue $unciona* e* na r(tica7 Nas zonas rurais, *uitas essoas, *es*o se* nunca ter $reuentado u*a escola, sae* a "oca certa de lantar e de colher7 sse con6unto de crenças e oiniMes, essencial*ente de car(ter r(tico, u*a vez ue rocura resolver role*as cotidianos, $or*a o ue se costu*a cha*ar de conheci*ento co*u* ou senso co*u*7 %&ANSNA;R, 1GLG, 7 1LXB7 ? conhecimento popular , co*o n!o usca, ro$unda*ente, as ra>zes da realidade, co*o n!o suorta a d5vida er*anente e co*o est( vinculado T cultura e a r(ticas anti9as, assadas de 9eraç!o e* 9eraç!o, Ts vezes incorora e)licaçMes reli9iosas ou *>ticas7 ?serve, or"*, ue o conheci*ento oularQ, do senso co*u*, est( alinhado co* u* sentido ra9*(tico, u*a utilidade haitual7 ^che 1GGO, 7 23-2OB aresenta as se9uintes caracter>sticas ara o senso co*u*H resolve role*as i*ediatos vivencialBJ elaorado de $or*a esont:nea e instintiva a*et+dicoBJ su6etivo $ra9*entadoB e inse9uroJ lin9ua9e* va9a e ai)o oder de cr>ticaJ i*ossiilita a realizaç!o de e)eri*entos controladosJ as verdades aresenta* certa durailidade e estailidade crençaBJ do9*(tico crenças aritr(riasBJ n!o aresenta li*ites de validadeQ7 Al"* das caracter>sticas *encionadas, " oss>vel a$ir*ar ta*"* ue o conheci*ento do senso co*u* " sensitivo7 P(9ina 1O * *uitas situaçMes, r+rias desse tio de conheci*ento, oserva*os o aandono da raz!o e u* ae9o Tuilo ue " catado aenas elos +r9!os sensoriaisH vis!o, audiç!o, ol$ato, aladar e tato7 Voc8, or e)e*lo, te* a sensaç!o de ue a erra est( arada e n!o e* *ovi*entoW Voc8 v8 ue o c"u " azulW Pois e*, ara entender ue a erra n!o est( arada e ue o azul do c"u " aenas u*a ilus!o de +tica, " necess(rio *uito *ais do ue os +r9!os sensoriais vis!o, audiç!oB7 Nesse caso, recisa*os do uso da raz!o7 ? senso co*u* reresenta u* conheci*ento sensitivo e aarente, orue se ae9a T aar8ncia dos $atos e n!o T sua ess8ncia7 Para /aville e ionne aud RAUN, 2002, 7 23B, as $ontes do conheci*ento oular ou do senso co*u* s!o a intuiç!o e a tradiç!o7 A intuiç!o " a erceç!o i*ediata ue disensa o uso da raz!o, e a tradiç!o ocorre uando, u*a vez reconhecida a ertin8ncia de u* saer, or9aniza*-se *eios sociais de *anutenç!o e de di$us!o desse conheci*ento, tornando-se u*a *arca vis>vel na $or*aç!o da identidade cultural de u*a co*unidade7 Contudo, n!o se ode dizer de *aneira al9u*a ue o conheci*ento do senso co*u* ossa ser considerado co*o de ualidade in$erior aos de*ais conheci*entos, ois e* *uitas ocasiMes de nossas vidas ele $unciona social*ente, co*o no caso do *anuseio do ch( caseiro ou das ervas *edicinais, a artir do conheci*ento aduirido or certas essoas de seus ais ou av+s, assando a se tornar u*a saedoria roveniente da cultura oular7
A ideia de saedoria, e* *uitas culturas, est( li9ada T $i9ura do anci!o elo $ato de ele ter vivido *uito te*o e ter acu*ulado *uito conheci*ento7
292 4 conhecimento religioso ou teolios do9*(ticos, ue ode*os entender co*o irre$ut(veis e indiscut>veis7 .sto ", a $or*a de conheci*ento reli9ioso $unda*enta-se na $" das essoas, artindo do Y777Z rinc>io de ue as verdades nas uais YseZ acredita s!o in$al>veis ou indiscut>veis, ois se trata* de revelaçMes da divindadeQ, tendo a vis!o do *undo interretada co*o resultante da criaç!o divina, se* uestiona*entos ?/.V.RA N?, 200, 7 B7 ? conheci*ento reli9ioso aoia-se e* seres divinos ue revela* aos ho*ens roosiçMes sa9radas, do9*(ticas e inuestion(veis7 ssas [verdades\ reveladas s!o aceitas co*o lei, n!o ela sua veracidade e*>rica ou validade l+9ica, *as ela autoridade de ue* as revela, or isso *es*o, n!o " necess(rio co*rov(-las, *as aenas aceit(-las ela $"7 P(9ina 1L Assi*, essas verdades s!o e* 9eral tidas co*o de$initivas, e n!o er*ite* revis!o *ediante a re$le)!o ou a e)eri8ncia7 Nesse sentido, ode*os classi$icar so este t>tulo os conheci*entos ditos *>sticos ou esirituaisQ7 ']AR N?, 2002, 7 3B7 Sua *at"ria de estudo " eus, co*o ser ue e)iste indeendente e o ual det"* n!o as otencialidades, *as a aç!o do er$eitoQ7 Portanto, neste tio de conheci*ento h( a necessidade da Y777Z re$le)!o sore a ess8ncia e a e)ist8ncia nauilo ue elas t8* co*o causa ri*eira e 5lti*a de toda a vidaQ7 =ARR?SJ /#4/, 1GLX, 7 2B7 Para Chau> 200, 7 13LB, a erceç!o da realidade e)terior co*o al9o indeendente da aç!o hu*ana nos conduz T crença e* oderes sueriores ao hu*ano e T usca de *eios ara nos co*unicar co* eles7 Nasce assi*, a crença nasB divindadesBQ7 Sendo assi*, re$litaH Para o conheci*ento reli9ioso, a verdadeira 6ustiça " roduzida elos ho*ens ou ela divindadeW A 6ustiça, ensada nessa ersectiva, n!o seria a realizaç!o do ro6eto de eusW Re$lita sore essa uest!o e descura situaçMes as uais voc8 conhece ou ue este6a* resentes na sua co*unidade e ue e)resse* a $or*a do conheci*ento reli9ioso, de$inir ou se osicionar $rente T uest!o da 6ustiça7 Voc8 re$letiu sore a situaç!o anteriorW ?serve ao seu redor7 Ser( i*ortante ara co*reender *elhor o assunto tratado neste ca>tulo7 Continue seu estudo, assando a conhecer sore o conheci*ento art>stico7
29" 4 conhecimento art,stico ? conheci*ento art>stico " aseado na intuiç!o, ue roduz e*oçMes, tendo or o6etivo *aior *ani$estar o senti*ento e n!o o ensa*ento7 Sendo assi*, ara ?liveira Netto 200, 7 B, a reocuaç!o do artista n!o " co* o te*a, *as co* o *odo de trat(-loQ, con$i9urando-se, necessaria*ente, e* u*a interretaç!o *arcada ela sensiilidade7 ? conheci*ento art>stico " u*a $or*a de conheci*ento ue trans*ite in$or*açMes de natureza e*ocional, cu6a re$er8ncia " a est"tica7 =aseia-se na interretaç!o su6etiva roduzida elo artista e elo int"rrete7 Para #eerdt e /eonel 200X, 7 30BH P(9ina 1G Y777Z a arte co*ina hailidade desenvolvida no traalho r(ticaB co* a i*a9inaç!o criaç!oB7 @ualuer ue se6a sua $or*a de e)ress!o, cada ora de arte " se*re ercet>vel co* identidade r+ria, dando-lhe ta*"* co*onentes de *ani$estaç!o dos senti*entos hu*anos, tais co*oH e*oç!o, revolta, ale9ria, eserança7 Nesse sentido, ual " a vis!o art>stica ou est"tica sore a uest!o da 6ustiçaW Voc8 ensa ue a oesia, a *5sica, as oras de arte ode* aresentar e)ressMes de 6ustiça ou de in6ustiça vividas elo ho*e*W Re$lita sore essa uest!o e descura situaçMes as uais voc8 conhece ou ue e)resse* a $or*a do conheci*ento art>stico, de$inir ou se osicionar $rente T uest!o da 6ustiça7
29/ 4 conhecimento $ilos<$ico A alavra $iloso$ia ve* do 9re9o e " $or*ada elas alavras Philo, ue si9ni$ica a*i9o e sophia, saedoria7 Portanto, $iloso$ia si9ni$ica, e* sua eti*olo9ia, a*i9o da saedoria7 Se9undo Aolin(rio 200, 7 2, 9ri$o do autorB, Y777Z $or*a de conheci*ento caracterizada ela re$le)!o racional Y777Z e elo $oco na lógica interna, ou se6a, ela coer8ncia dos conceitos articulados e* sua $or*ulaç!o, todavia rescindindo de veri$icaç!o empírica o ue a di$erencia do conhecimento científico, or e)e*loB7 A ori9e* da 4iloso$ia, na hist+ria do ensa*ento hu*ano, " do s"culo V. a7C7, o ual $oi *arcado or u*a 9rande rutura hist+ricaH a assa9e* do *ito ara a raz!o7 Nesse er>odo, houve u*a 9rande *odi$icaç!o na $or*a de e)ressar a lin9ua9e* escrita, ue assou do verso ara a rosa7 ? verso reresentava o er>odo anterior ao s"culo V. a7C7 e era a $or*a de trans*itir o conheci*ento *>tico, roduzido, rincial*ente, elas e)eri8ncias, narrativas e elos relatos de #o*ero e #es>odo7
Co* a ori9e* da 4iloso$ia, no cha*ado milagre grego, houve a assa9e* da consci8ncia *>tica ara a consci8ncia racional ou $ilos+$ica e a lin9ua9e* escrita assou a reresentar a $or*a de *ani$estaç!o da raz!o7 A ori9e* da alavra ra=3o est( e* duas $ontesH ratio lati*B e logos 9re9oB7 A*as aresenta* o *es*o si9ni$icadoH contar, calcular, 6untar, searar7 P(9ina 20 Y777Z logos, ratio ou ra=3o si9ni$ica* ensar e $alar ordenada*ente, co* *edida e roorç!o, co* clareza e de *odo co*reens>vel ara outros7 Assi*, na ori9e*, raz!o " a caacidade intelectual ara ensar e e)ri*ir-se correta e clara*ente, ara ensar e dizer as coisas tais co*o s!o7 C#AU_, 2002, 7 G, 9ri$o nossoB7 sse tio de conheci*ento sur9iu e* nossa sociedade ara suerar ou se oor a uatro atitudes *entaisH conheci*ento ilus+rio conheci*ento das aar8ncias das coisasBJ e*oçMes senti*entos e ai)Mes ce9as e desordenadasBJ crença reli9iosa sure*acia da crença e* relaç!o T inteli98ncia hu*anaBJ 8)tase *>stico ro*i*ento do estado conscienteB7 C#AU_, 2002, 7 G-X0B7 Re$letir ou conceer o *undo T luz do conheci*ento $ilos+$ico si9ni$ica, antes de tudo, usar o oder da raz!o ara ensar e $alar ordenada*ente sore as coisas7 Assi*, a re$le)!o $ilos+$ica " radical, ri9orosa e de con6unto sore os role*as ue a realidade aresenta7 Radical orue vai Ts ra>zes do role*a, ri9orosa orue " siste*(tica, *et+dica e lane6ada, e de con6unto orue analisa o role*a e* todos os seus :n9ulos e asectos7 ARAN#AJ 'AR.NS, 1GGGB7 o *es*o *odo, " oss>vel a$ir*ar ue o conheci*ento $ilos+$ico constr+i u*a $or*a eseculativa de ver o *undo7 seculaç!o, de especulum ue si9ni$ica eselho, " u* saer elaorado, a artir do e)erc>cio do ensa*ento, se* o uso de ualuer o6eto ue n!o o r+rio ensa*entoQ7 RAUN, 1GGG, 7 23B7 Por isso, u* dos a"is *ais si9ni$icativos desse tio de conheci*ento ara o ho*e* " o de desestailizar o ue est( osto, no sentido de de*onstrar ue as coisas n!o est!o rontas e acaadas, tornando o nosso ensa*ento $al>vel e suer(vel T *edida ue va*os conhecendo novos horizontes7 ? conheci*ento $ilos+$ico n!o " veri$ic(vel, da> n!o se autar na e)eri8ncia sensorial e or isso a utilizaç!o da raz!o " u*a $or*a de louear a inter$er8ncia dos senti*entos no ato de conhecer deter*inada coisa7 Sendo assi*, a r(tica do conheci*ento $ilos+$ico torna-se cada vez *ais necess(ria e* nosso cotidiano e *eio acad8*ico, ois nos esti*ula e *otiva T re$le)!o *ais cr>tica sore a nossa vida, a sociedade e o *undo e* ue vive*os7 n$i*, co*o a 4iloso$ia aorda a uest!o da 6ustiçaW N!o " di$>cil ressuor ue se a 4iloso$ia $az u*a re$le)!o radical, ri9orosa e de con6unto sore os
role*as da realidade $ar( ta*"* a *es*a re$le)!o radical, ri9orosa e de con6untoB sore o role*a da 6ustiça7 ? $il+so$o, ou ualuer essoa ue se roMe a ensar sore o assunto, $ar( eseculaçMes racionais, rocurando aontar os se9uintes uestiona*entosH a 6ustiça " 6ustaW A ue* serve a 6ustiçaW Por ue a 6ustiça " *ais severa ara uns e *ais randa ara outrosW P(9ina 21 voc8, co*o ensa, $iloso$ica*ente, o role*a da 6ustiçaW Re$lita sore essa uest!o7 Ser( u* o* e)erc>cio ara ue voc8 co*reenda *elhor sore o conheci*ento $ilos+$ico7 a9ora, ara encerrar este ca>tulo de estudo, conheça *ais detalhes sore o conheci*ento cient>$ico, t!o en$atizado e* nossa realidade acad8*ica7
29. 4 conhecimento cient,$ico Co*o voc8 6( estudou nas seçMes anteriores, cada tio de conheci*ento te* caracter>sticas r+rias e u* *odo e* articular de co*reender os $atos, os $enD*enos, as situaçMes ou as coisas7 Co* o conheci*ento cient>$ico ta*"* n!o " di$erente7 os aresentados at" o *o*ento, o conheci*ento cient>$ico " considerado o *ais r ecente7 A ci8ncia, da $or*a co*o " entendida ho6e, " u*a invenç!o do *undo *oderno7 eler, Co"rnico, =acon, escartes, %alileu, Neton, entre outros, $ora* os 9randes e)oentes ue, no $inal da .dade '"dia e durante a .dade 'oderna, criara* as ases do conheci*ento cient>$ico7 Para ^che 1GGO, 7 1OB, o conheci*ento cient>$ico sur9e n!o aenas da necessidade de encontrar soluçMes ara os role*as de orde* r(tica da vida di(ria, caracter>stica esta do conheci*ento ordin(rio, *as do dese6o de $ornecer e)licaçMes siste*(ticas ue ossa* ser testadas e criticadas atrav"s de rovas e*>ricas ue " o conheci*ento ue adv"* dos sentidos ou da e)eri8ncia sens>vel7 ?serve ue, Y777Z o conheci*ento cient>$ico " real K no sentido ue se rende aos $atos K e contin9ente K orue se auta, al"* da racionalidade, ela e)eri8ncia e ela veri$icailidade Ydas coisasZQ7 RAUN, 2002, 7 22B7 %eral*ente, ele se veri$ica na r(tica, ela de*onstraç!o ou ela e)eri*entaç!o, deendendo da (rea de estudo e* ue este6a inseridoH se6a nas (reas sociais e hu*anas ou nas e)atasQ e iol+9icas, or e)e*lo7 Para Silva 200, 7 22B, o conheci*ento cient>$ico " alcançado atrav"s da ci8ncia, orue a ci8ncia est( uscando constante*ente e)licaçMes e soluçMes, revisando e avaliando os seus resultados, co* u*a clara consci8ncia de ue est( su6eita a $alhas e ue te* li*itaçMes7 A ci8ncia " u* rocesso de construç!o, ela est( se*re se renovando e se reavaliando7
P(9ina 22 Sendo assi*, o conheci*ento n!o se d( de $or*a asoluta, esuisando n!o s+ o $enD*eno, *as ta*"* as suas causas e suas leis7 ent!o, voc8 est( le*rado do role*a aresentado no in>cio desta seç!o de estudo ara e)e*li$icar os tios de conheci*entoW Pois e*, co* ase nas in$or*açMes aresentadas sore o conheci*ento cient>$ico, co*o voc8 analisa o role*a da 6ustiçaW @uais s!o as ases conceituais, no :*ito do conheci*ento cient>$ico, ara $unda*entar de $or*a *et+dica, racional e siste*(tica essa uest!oW Se voc8 ainda n!o $or*alizou u*a ideia consistente ou convincente sore a vis!o da 6ustiça so o ris*a do conheci*ento cient>$ico, n!o se6a i*aciente, ois no decorrer do r+)i*o ca>tulo ser!o aresentadas outras caracter>sticas desse tio de conheci*ento, al"* de estaelecer u*a relaç!o entre ci8ncia, tecnolo9ia e arte, de res9atar ele*entos de de$iniç!o e classi$icaç!o das ci8ncias7
290 Considera6es $inais Neste ca>tulo, voc8 estudou a ori9e* e o conceito de conheci*ento7 A alavra conheci*ento ve* do lati* cognitioB e resulta da relaç!o entre o su6eito e o o6eto7 Co*o $or*as de aroriaç!o do conheci*ento, ode*os destacar a direta e a indireta7 A $or*a direta ocorre uando o su6eito en$renta a realidade e oera co*Q e soreQ a *es*a7 Na indireta, o conheci*ento " otido or inter*"dio de s>*olos 9r($icos, orais, *>*icos etc7 Voc8 ta*"* estudou os tios de conheci*ento7 ? senso co*u* " auele ue rov"* do viver e arender, da e)eri8ncia de vida, se* aresentar u*a reocuaç!o co* o estudo siste*(tico da realidade7 ? reli9ioso ou teol+9ico se $unda na $", acreditando ue as verdades s!o in$al>veis ou indiscut>veis, vinculadas Ts revelaçMes divinas7 ? art>stico reocua-se e* roduzir e*oçMes, or *eio da *ani$estaç!o dos senti*entos, *arcadas ela sensiilidade do artista ou do int"rrete7 ? $ilos+$ico utiliza o oder da raz!o ara ensar e $alar ordenada*ente sore as coisas, ossiilitando u*a re$le)!o ri9orosa, radical e de con6unto sore os role*as ue a realidade aresenta7 sse conheci*ento constr+i u*a $or*a eseculativa de ver o *undo7 ? conheci*ento cient>$ico, or sua vez, $ornece e)licaçMes siste*(ticas ue ode* ser testadas e criticadas or *eio de rovas e*>ricas, caracterizando-se co*o real e contin9ente7 P(9ina 23 Assi*, co*o voc8 ode oservar, cada tio de conheci*ento aresenta u*a $or*a e* eculiar de interretar os $enD*enos roduzidos ela natureza ou elo eoria do conheci*ento ho*e*7 ? role*a da 6ustiça, ue $oi o e)e*lo utilizado no decorrer de todo o ca>tulo, ou ualuer outro role*a, ode ser conceido ou interretado T luz dos diversos tios de conheci*ento7
?s te+ricos do conheci*ento s!o caazes de descrever in5*eras se*elhanças e di$erenças entre os tios de conheci*ento aresentados aui7 a*"* ressalta* ue as $ronteiras entre eles ne* se*re s!o t!o claras uanto ensa*os7 ?s tios de conheci*ento ue aorda*os n!o descreve* as variadas $or*as de *ani$estaç!o do conheci*ento hu*ano, *as est!o entre as *ais discutidas ela eoria do Conheci*ento, co*o ase ara entendi*ento das teorias dos $il+so$os, sore co*o ode*os conhecer7 P(9ina 2
Cap,tulo 2
Ci>ncia; Tecnologia e 8rte #ailidades Neste ca>tulo, co* a reocuaç!o de ser co*etente no ato de roduzir cienti$ica*ente, voc8 ter( a oortunidade de desenvolver hailidades sore co*o ar9u*entar e de*onstrar ideias ou re$letir critica*ente os estudos sore o conheci*ento cient>$ico, or *eio de sua de$iniç!o, caracter>sticas, ersectiva hist+rica e, rincial*ente, da relaç!o co* a tecnolo9ia e a arte7 SecMes de estudo
Se3o !7 U*a de$iniç!o de ci8ncia Se3o 27 Ci8ncia, tecnolo9ia e arte Se3o "7 Classi$icaç!o das ci8ncias Se3o /7 A ersectiva hist+rica da ci8ncia P(9ina 2X
Se3o ! Uma de$ini3o de ci>ncia A ci8ncia est( relacionada direta*ente Ts necessidades hu*anas do nosso cotidiano, co*o ali*entaç!o, vestu(rio, sa5de, *oradia, transorte, entre outros7 ? conheci*ento cient>$ico est( or tr(s do re*"dio ue to*a*os, da orientaç!o *"dica ue recee*os, da roua ue vesti*os7 A ci8ncia, na "oca
e* ue vive*os, tornou-se u* e* cultural7 Por isso, " *uito di$>cil i*a9inar*os nossa vida se* a resença dela7 ? si9ni$icado eti*ol+9ico da alavra ci8ncia ve* do lati* scientiaB e si9ni$ica saer, conhecer, arte, hailidade7 Aesar de a alavra ci8ncia re*ontar T Anti9uidade, " so*ente no s"culo `V.. ue sur9e co*o u* conheci*ento racional, siste*(tico, e)eri*ental, e)ato e veri$ic(vel7 ru6illo 4errari 1GO3, 7 3B destaca cinco $unçMes (sicas das ci8ncias, ue s!oH a7 au*ento e *elhoria do conheci*entoJ 7 descoerta de novos $atos e $enD*enosJ c7 aroveita*ento esiritualJ d7 aroveita*ento *aterial do conheci*entoJ e7 estaeleci*ento de certo tio de controle sore a natureza7 Se n!o h( unani*idade na de$iniç!o de ci8ncia, or conta de $atores culturais, hist+ricos, $ilos+$icos ou ideol+9icos, h(, or outro lado, caracter>sticas ue s!o un:ni*es e* ratica*ente todas as tentativas de de$iniç!o desse tio de conheci*ento7 Co* ase nisso, " oss>vel a$ir*ar ue o conheci*ento cient>$ico "H - Veri$ic(velJ - 4actualJ - RacionalJ - ?6etivoJ - .ntersu6etivo - PreditivoJ - Co*unic(velJ escritivo-e)licativoJ - 'et+dicoJ - 'ovido or aradi9*as7 P(9ina 2O A artir das caracter>sticas aresentadas, voc8 deve estar se er9untandoH uais s!o, ent!o, os si9ni$icados dessas caracter>sticasW Aco*anhe, a se9uir, u*a sucinta descriç!o de cada u*a delas7
!9! Veri$ic'vel Corresonde T ideia de rova ou de constataç!o da e)eri8ncia ela aç!o e de*onstraç!o de u* $enD*eno, co* a reocuaç!o (sica de testar a consist8ncia da validade desse $enD*eno7 ? *"todo adotado e* u*a esuisa cient>$ica deve er*itir a outro esuisador atin9ir os *es*os resultados alcançados, desde ue adote os *es*os crit"rios e rocedi*entos7
!92 ?actual
iz reseito aos $atos ue acontece* na realidade, ue est( T disosiç!o da nossa oservaç!o nu*a dada realidade7 ? conheci*ento cient>$ico estuda $enD*enos naturais e hu*anos ue ocorre* ou acontece* na natureza ou vida hu*ana7
!9" *acional Relaciona-se co* a construç!o de conceitos e 6u>zos a artir do uso siste*(tico do racioc>nio, ou *elhor, o ue se uer na verdade " Y777Z atin9ir u*a siste*atizaç!o coerente do conheci*ento resente e* todas as suas leis e teoriasQ C#, 1GGO, 7 31B7 As teorias cient>$icas n!o ode* aresentar a*i9uidade ou incoer8ncia entre seus enunciados, or isso, a necessidade de u* conheci*ento racional e l+9ico7 ^che cha*a isso de verdade sint'tica, co*o se e)lica a se9uirH ? conheci*ento das di$erentes teorias e leis se e)ressa $or*alizado e* enunciados ue, con$rontados uns co* os outros, deve* aresentar elevado n>vel de consist8ncia l+9ica entre suas a$ir*açMes Y777Z A ci8ncia, no *o*ento e* ue siste*atiza as di$erentes teorias, rocura uni-las estaelecendo relaçMes entre u* e outro enunciado, entre u*a e outra lei, entre u*a e outra teoria, entre u* e outro ca*o da ci8ncia, de $or*a tal ue se ossa, atrav"s dessa vis!o 9loal, erceer as oss>veis inconsist8ncias e corri9i-las7 ?C#, 1GGO, 7 31B7 P(9ina 2L
!9/ 45&etivo Re$ere-se ao ro+sito de uerer encontrar a verdade contida na realidade, disensando as i*ressMes i*ediatas ue acoerta* essa *es*a realidade, er*itindo, inclusive, a *aniulaç!o dos $atos e o desenvolvi*ento de u*a lin9ua9e* esec>$ica inerente aos conceitos r+rios de cada (rea do conheci*ento cient>$ico7 @uando se $ala e* o6etividade cient>$ica, uer se dizer ue os enunciados, conceitos ou teorias cient>$icas deve* corresonder aos $atos7 ?6etividade, ortanto, si9ni$ica a corresond8ncia da teoria co* os $atos7 ^che cha*a isso de verdade sem@ntica, ou *elhor, o ideal da o6etividade Y777Z retende ue as teorias cient>$icas, co*o *odelos te+ricos reresentativos da realidade, se6a* construçMes conceituais ue reresente* co* $idelidade o *undo real Y777Z7Q C#, 1GGO, 7 31B7
!9. Intersu5&etivo e nada adianta u*a teoria ser coerente na sua construç!o l+9ica ideal de racionalidade ou verdade sint(ticaBJ de nada adianta u*a teoria aresentar correlaç!o entre seus enunciados e conceitos e os $atos ideal de o6etividade ou verdade se*:nticaB se essa teoria n!o $or su*etida T areciaç!o eIou validaç!o eIou cr>tica da co*unidade cient>$ica7 ^che cha*a isso de verdade pragm'tica; ou se6a, o ideal de intersu6etividade " a ossiilidade dos enunciados cient>$icos sere* Y777Z su*etidos a testes, e* ualuer "oca e lu9ar e or ualuer su6eito Yreconhecido ela co*unidade cient>$icaZQ7
C#, 1GGO, 7 33B7 Assi*, Y777Z u* enunciado cient>$ico " o6etivo uando, alheio Ts crenças essoais, uder ser aresentado T cr>tica, T discuss!o, e uder ser intersu6etiva*ente su*etido a testeQ7 P?PPR, 1GOO aud C#, 1GGO, 7 32B7
!90 #reditivo Re*ete ao entendi*ento de ue, co* o conheci*ento cient>$ico, " oss>vel rever co*o os $enD*enos ode* ocorrer7 N!o se trata de u*a uest!o de si*les vid8ncia ou re*uniç!o, *as de revis!o aseada na reetiç!o cont>nua dos $atos7 ? sol nasce todos os dias7 A+s a ri*avera, ve* o ver!o7 ?6etos soltos cae* co* aceleraç!o constante, se $or desrezada a resist8ncia do ar7 %atos d!o se*re T luz 9atinhos YsicZ7 P(9ina 2G Co*o se ode ver, h( u*a orde* na natureza e Y777Z o cientista tenta descorir e estudar estas re9ularidades, enunciando-as na $or*a de leis 9erais e utilizando estas leis ara e)licar e rever novos $atos7 %&ANSNAbR, 1GLG, 7 G, 9ri$o nossoB7
!9+ Comunic'vel .*lica dizer ue os resultados das investi9açMes cient>$icas deve* ser co*unicados T sociedade e* 9eral e n!o $icare* restritos ao *eio acad8*ico7 U*a descoerta cient>$ica s+ " reconhecida ela co*unidade cient>$ica se $or ulicada e* u*a revista de circulaç!o internacional7 @ualuer estudo ou esuisa ue voc8 desenvolver s+ ser( considerado verdadeira*ente u* traalho cient>$ico se $or ulicado ou su*etido T areciaç!o da co*unidade acad8*ica7 4azer u*a esuisa e 9uardar os resultados ara si n!o " u*a ostura de ue* dese6a contriuir ara o desenvolvi*ento do conheci*ento cient>$ico, voc8 n!o concordaW
!91 %escritivoAe:plicativo Si9ni$ica dizer ue o conheci*ento cient>$ico " e)resso or *eio de enunciados ue e)lica* as condiçMes ue deter*ina* a ocorr8ncia dos $atos e dos $enD*enos relacionados a u* role*a, ois so*ente or *eio das leis e teorias " oss>vel e)licar os $enD*enos7 As leis e teorias sur9e* da necessidade de se ter de encontrar e)licaçMes ara os $enD*enos da realidade7 sses $enD*enos s!o conhecidos elas suas *ani$estaçMes, elas suas aar8ncias, assi* co*o se ercee ela cor e elo er$u*e uando u* $ruto est( *aduro7 Pode-se descorir nos $enD*enos da *es*a natureza a *ani$estaç!o de al9uns asectos ue s!o co*uns e invari(veis7 Por e)e*loH se*re ue u* o6eto " 6o9ado ara o alto, cai7 ?
estudo dessas *ani$estaçMes ode conduzir T descoerta da uni$or*idade ou re9ularidade do co*orta*ento desse $enD*eno, con6eturando sore a estrutura dos $atores ue inter$ere* ou roduze* essa re9ularidade7 C#, 1GGO, 7 G0B7 A $unç!o da 4>sica consiste e* descrever e e)licar os $enD*enos $>sicos, da Sociolo9ia e* descrever e e)licar os $enD*enos sociais, da Psicolo9ia e* descrever e e)licar os $enD*enos s>uicos7 .sso ue ocorre co* a 4>sica, a Sociolo9ia e a Psicolo9ia ta*"* ocorre co* as de*ais ci8ncias7
!9- Bet$ico, coloca-se entre essa relaç!o7
!9! Bovido por paradigmas odo conheci*ento cient>$ico aseia-se e* *odelos ou reresentaçMes $or*adas or ressuostos te+rico-$ilos+$icos7 U* e)e*lo disso " a $>sica aristot"lica, $>sica netoniana, $>sica u:ntica, sicolo9ia co*orta*entalista, sican(lise, do9*(tica 6ur>dica ou ualuer outro *odelo $ilos+$ico-cient>$ico7 A$ir*ar ue a ci8ncia " *ovida or aradi9*as si9ni$ica dizer ue a ci8ncia " *ovida or *odelos, *arcada or conceçMes ou $or*as de interretar o *undo, a vida e a sociedade7 uhn 2003, 7 13B, e* sua ora A estrutura das revoluçMes cient>$icasQ, assi* se e)ressa sore os aradi9*asH Considero [aradi9*as\ as realizaçMes cient>$icas universal*ente reconhecidas ue, durante al9u* te*o, $ornece* role*as e soluçMes *odelares ara u*a co*unidade de raticantes de u*a ci8ncia7 Nesta seç!o, voc8 estudou as rinciais caracter>sticas da ci8ncia, ue ossiilita* de$ini-la de $or*a *ais recisa e o6etiva7 Assi*, rosse9uire*os nossos estudos sore a ci8ncia, estaelecendo u*a relaç!o dessa co* a tecnolo9ia e a arte7 o ue voc8 ver( a se9uir7
Se3o 2
Ci>ncia; tecnologia e arte U* dos desa$ios da Ci8ncia te* sido *arcado ela vontade de do*inar a natureza, or *eio do desenvolvi*ento tecnol+9ico7 Assi*, al"* de au*entar nosso conheci*ento, a Ci8ncia ta*"* ode ser utilizada co*o $onte de oder sore a naturezaQ7 %&ANSNA;R, 1GLG, 7 1XB7 Para =arros e /eh$eld 1GLX, 7 O0B, a ci8ncia " o *eio *ais adeuado ara o controle r(tico da natureza, trans$or*ando-a e* Y777Z *atriz de recursos t"cnicos eIou tecnol+9icos, os uais utilizados co* saedoria contriue* ara u*a vida hu*ana *ais satis$at+ria, enuanto e$etivaç!o instru*ental do $azer e do a9irQ7 P(9ina 31 o *es*o *odo, ^che 1GGO, 7 3B a$ir*a ue a ci8ncia ode Y777Z satis$azer Ts necessidades hu*anas co*o instru*ento ara estaelecer u* controle r(tico sore a naturezaQ7 Co*o voc8 ode oservar, n!o h( rutura eiste*ol+9ica entre a ci8ncia e a t"cnica, *as h( u* encadea*ento7 Sendo assi*, h( t"cnica ara o conhecer e h( t"cnica ara o a9irQ, de *odo ue esta t"cnicaB se utiliza Y777Z das orientaçMes $ornecidas ela ci8ncia sore a realidade, e trans$or*a-as e* ro9ra*as e lanos de e)ecuç!oQ7 =ARR?SJ /#4/, 1GLX, 7 O1B7 A t"cnica ou tecnolo9ia do 9re9o téchne, ue si9ni$ica arte ou hailidadeB ode utilizar tanto o conheci*ento co*u* uanto os conheci*entos otidos na esuisa (sica ou na ci8ncia alicada ara criar novos arte$atos ou rodutos aarelhos el"tricos, co*utadores, *edica*entos, corantes etc7B, *elhorar a roduç!o, *odi$icar o a*iente ou a*enizar as atividades hu*anas7 %&ANSNA;R, 1GLG, 7 1XB7 Se9undo =arros e /eh$eld 1GLX, 7 O1B, 9enerica*ente, a t"cnica " o *ane6o do conceitoJ " o e)erc>cio da investi9aç!o e o da intervenç!o sore o o6eto, ara atin9ir resultados r(ticos co*at>veis co* as e)i98ncias situacionais de *udançasQ7 Nesse sentido, ^che 1GGO, 7 3B a$ir*a ueH a eletricidade, a tele$onia, a in$or*(tica, o r(dio, a televis!o, a aviaç!o, as alicaçMes tecnol+9icas no ca*o da *edicina, das en9enharias e das via9ens esaciais, o uso da 9en"tica na a9ricultura e na a9roecu(ria e tantos outros relacionados T sicolo9ia, e aos *ais di$erentes ca*os do conheci*ento *ostra* a evoluç!o crescente do uso do conheci*ento cient>$ico na vida di(ria do ho*e*, a tal onto ue di$icil*ente se desvincula a roduç!o do conheci*ento do seu ene$>cio tecnol+9ico e ra9*(tico7 Aos oucos, o conheci*ento cient>$ico to*a conta das nossas decisMes e açMes cotidianas, con$i9urando u*a sociedade do conheci*ento, na ual o oder se constitui elo do*>nio do r+rio conheci*ento7
?utro asecto i*ortante a ser aordado " a relaç!o entre a ci8ncia e a arte, ue ode ser estudada de diversas $or*as no rocesso hist+rico7 ? escultor, intor, en9enheiro e cientista /eonardo da Vinci 12-11GB, or e)e*lo, dizia ue ci8ncia e arte co*letava*-se $or*ando u*a atividade intelectual7 a*"* a literatura de $icç!o cient>$ica indica ro)i*idade entre ci8ncia e arte7 P(9ina 32 V(rios artistas desenvolve* oras li9adas Ts (reas tecnocient>$icas, aos avanços da co*utaç!o e dos *eios de co*unicaç!o, a iolo9ia e a en9enharia 9en"tica, entre outros7 sse " o caso da arte eletrDnica, arteco*unicaç!o, ou ainda, arte trans98nica7 a*"*, elo universo di9ital, ode*-se conhecer *useus e e)osiçMes de arte, se* contar ue, or *eio da tecnolo9ia, o rodutor de arte te* a oortunidade de divul9ar seu traalho e torn(-lo conhecido *undial*ente7 Aesar dos v(rios recursos ue a tecnolo9ia e a ci8ncia o$erece*, u*a 9rande uantidade de arte continua a ser realizada alheia Ts inovaçMes, con$ir*ando ue a utilizaç!o de t"cnicas e *ateriais tradicionais ainda n!o se es9otou7 #o6e, co*o se ercee, ci8ncia, arte e tecnolo9ia se co*unica* aerta*ente, se6a ela co*le*entariedade ou ela in$lu8ncia rec>roca7 ssa relaç!o s+ tende a crescer, 6( ue, a cada dia sur9e* novos *eios tecnol+9icos ue a6uda* a roa9ar e ari*orar os conheci*entos7 A usca or recursos dessa natureza " cada vez *aior e* nossa sociedade ara resolver ou contornar as *ais diversas situaçMes7 Nesse sentido, o di(lo9o entre tecnolo9ia, ci8ncia e arte n!o ode ser searado do conte)to social, ol>tico e ideol+9ico ue nos rodeia7 ? r+rio conceito de arte so$re aalos constantes, ue* dera os da ci8ncia e da tecnolo9ia7 Por isso, Alves 200B a$ir*aH h( u*a ci8ncia dos olhos7 #( u*a esecialidade *"dica ue se dedica a elesH a o$tal*olo9ia7 'as, or *ais ue rocure*os nos tratados de o$tal*olo9ia re$er8ncias ao olhar, n!o encontrare*os nada7 ? olhar n!o " o6eto de conheci*ento cient>$ico7 Ne* tudo o ue " real ode ser escado co* as redes *etodol+9icas da ci8ncia7 #( o6etos ue escaa* elos uracos de suas *alhas7 Ser( oss>vel $azer u*a ci8ncia dos olharesW rat(-los estatistica*enteW N!o te* 6eito7 A> a roosta de u*a tese sore o olhar $oi re6eitada so a 6usta ale9aç!o de ue n!o era cient>$ica7 n!o era *es*o7 'as o $ato " ue os olhares s!o reais Voc8 acaou de estudar a relaç!o da ci8ncia co* a tecnolo9ia e a arte, e erceeu ue est!o r+)i*as, sendo, ortanto, co*le*entares7 .sso er*ite a*liar sua vis!o sore a aran98ncia dos estudos cient>$icos7 Nesse sentido, arti*os ara a r+)i*a seç!o, a ual aorda a classi$icaç!o das ci8ncias7 eoria do conheci*ento P(9ina 33
Se3o " Classi$ica3o das ci>ncias A classi$icaç!o das ci8ncias " outra tare$a u* tanto di$>cil de estaelecer7 Se voc8 $izer u* estudo na literatura sore o assunto, co* certeza, voc8 encontrar( *uitas $or*as de a9ruar ou de searar as ci8ncias7 ? ue h( de co*u* entre elas " ue, e* todas as classi$icaçMes, os autores rocura* levar e* conta o crit"rio do o6eto de estudo, isto ", rocura* a9ruar as ci8ncias elas se*elhanças ou di$erenças ue h( entre elas7 Assi*, as ci8ncias ue estuda* $enD*enos roduzidos ela aç!o hu*ana $aze* arte de u* 9ruo, enuanto as ci8ncias ue estuda* os $enD*enos roduzidos ela aç!o da natureza $aze* arte de outro 9ruo7 @ual a classi$icaç!o das ci8nciasW ?serve a classi$icaç!o de =un9e aud %eandsznaEder 1GLG, 7 12BH escriç!o da 4i9ura 271 K Classi$icaç!o das ci8ncias inicio da descriç!oB Ci>ncias7 4or*aisH - l+9ica, - *ate*(tica 4actuaisH - NaturaisH 4>sica, u>*ica, iolo9ia, sicolo9ia $isiol+9ica, antroolo9ia $>sica7 - Culturais ou #u*anasH Psicolo9ia Social, Antroolo9ia Cultural, Sociolo9ia, cono*ia, Ci8ncia ol>tica, #ist+ria7 $i* da descriç!oB 4onteH =un9e aud %eandsznaEder 1GLG, 7 12B7 A l+9ica e a *ate*(tica s!o ci8ncias do ensa*ento, ois lida* co* $enD*enos ideais e astratos7 nuanto a *ate*(tica oera co* n5*eros, a l+9ica oera co* ideias, *as a*as n!o ossue* realidade $>sica7 Voc8 6( i*a9inou a realidade $>sica do zero ou a realidade $>sica do ensa*entoW oda ideia " u*a astraç!o, o zero, ou ualuer outro n5*ero, " u*a convenç!o hu*ana, ue or *eio de u* s>*olo representa aus8ncia de al9u*a coisa7 P(9ina 3 As oeraçMes l+9icas e *ate*(ticas se d!o e)clusiva*ente no ca*o do ensa*ento7
A l+9ica e a *ate*(tica s!o i*ortantes tanto ara o ho*e* co*u* ue necessita ensar de $or*a ordenada e oerar co* n5*eros no seu dia a dia, co*o ara a ci8ncia, rincial*ente no ue diz reseito a sua alicaç!o co*o contriuinte ou instru*ento ara testar a validade de suas teorias7 Pit(9oras, na Anti9uidade Cl(ssica, dizia ue a ess8ncia de todas as coisas " o n5*ero, ue tudo ode ser reresentado nu*erica*ente7 ?s ositivistas l+9icos no s"culo `` a$ir*ava* ue u* enunciado ara ser verdadeiro deveria assar elo crivo da l+9ica7 A*as s!o consideradas Ci8ncias 4or*ais orue s!o instru*entais e lida* co* oeraçMes ue se encadeia* or *eio dos n5*eros, ideias, $unçMes, roosiçMes etc7 Al9uns autores che9a* a a$ir*ar ue a l+9ica ou a *ate*(tica n!o seria* roria*ente ci8ncia, *as *"todo7 A*as n!o est!o reocuadas co* o conte5do de suas oeraçMes, *as co* a i*licaç!o dos ele*entos ue co*Me* essas oeraçMes7 As Ci8ncias 4actuais re$ere*-se aos $atos ou $enD*enos concretos ue corresonde* a al9u*a coisa real e ode* ser oservados ou testados7 As Ci8ncias Naturais lida* co* $enD*enos roduzidos ela aç!o da natureza @u>*ica, =iolo9ia, 4>sica, colo9iaB7 As Ci8ncias Culturais, sociais ou hu*anas lida* co* os $enD*enos roduzidos ela aç!o do ho*e* nas relaçMes socioculturais Sociolo9ia, Psicolo9ia, Antroolo9ia, #ist+riaB7 Al"* da classi$icaç!o aresentada Ci8ncias $or*ais e $actuaisB, al9uns autores acrescenta* u* outro a9rua*entoH o das Ci8ncias Alicadas7 Nesse 9ruo, encontra*-se todas as ci8ncias ue se roMe* a criar arte$atos ou tecnolo9ias ara a intervenç!o na vida hu*ana ou na naturezaH 'edicina, Aruitetura, n9enharia, Ci8ncias da Co*utaç!o, entre outras7 Co*o voc8 acaou de estudar, a classi$icaç!o das ci8ncias n!o " u*a tare$a nada $(cil de estaelecer, ois e)iste* v(rias $or*as de a9ruar ou de sear(las7 nt!o, continue*os nossos estudos7 A9ora, arti*os ara o estudo da hist+ria da ci8ncia7 P(9ina 3
Se3o / 8 perspectiva histncia os v(rios tios de conheci*entos ue e)iste* conheci*ento do senso co*u*, conheci*ento reli9ioso, conheci*ento art>stico e conheci*ento $ilos+$icoB, o cient>$ico " o ue ode ser considerado o *ais recente7 A ci8ncia, da $or*a co*o " entendida ho6e, " u*a invenç!o do *undo *oderno, decorrente da Revoluç!o Cient>$ica do s"culo `V..7
eler, Co"rnico, =acon, escartes, %alileu, Neton, entre outros $ora* os 9randes e)oentes ue, no $inal da .dade '"dia e durante a .dade 'oderna criara* as ases do conheci*ento cient>$ico7 odavia, a hist+ria da ci8ncia co*eça *uito antes desse er>odo, re*etendo-nos ara a %r"cia Anti9a do s"culo V. a7C7 Nesse sentido, ara ue voc8 ossa iniciar o estudo da hist+ria das ci8ncias co* *ais se9urança e clareza, " i*ortante, ri*eira*ente, deter*inar os rinciais er>odos hist+ricos elos uais se desenvolveu o conheci*ento cient>$ico7
Vis3o rega Vis3o S"culo V. a7C7 at" o $inal da .dade '"dia7 Boderna Vis3o S"culo `V.. ao S"culo `.`7 Contemporea S"culo `.` at" os nossos dias7 /9! 8 vis3o grega de ci>ncia ?s 9re9os dos s"culos V. a .V a7C7 $ora* os ri*eiros a desenvolver u* tio de conheci*ento racional desli9ado do *ito7 ? ensa*ento laico, n!o reli9ioso, lo9o se tornava ri9oroso e conceitual, $azendo nascer a $iloso$ia no s"culo V. a7C7Q ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 G3B7 U*a das reocuaçMes *ais evidentes nesse er>odo era a da usca do saer, a co*reens!o da natureza das coisas e do ho*e*7 =uscava-se u*a nova $or*a de co*reens!o do universo e* contraosiç!o T vis!o *itol+9ica7 ?s $il+so$os Y777Z r"-socr(ticos sustitu>ra* a conceç!o de *undo ca+tico conceido ela *itolo9ia ela ideia de cos*osQ7 A9ora o universo assava a ser a orde* ou o cos*os, contraondo-se T conceç!o *itol+9ica de ue os $enD*enos acontecia* no *undo de $or*a ca+tica, co*o se $osse* *ovidos or $orças esirituais e sorenaturais, co*andadas elas $orças dos deuses7 C#, 1GGO, 7 B7 P(9ina 3X ?s ri*eiros $il+so$os uscava* o rinc>io e)licativo de todas as coisas a archéB, cu6a unidade resu*iria a e)tre*a *ultilicidade da natureza7 ?s $enD*enos estava* relacionados a causas e $orças naturais ue odia* ser conhecidas e revistas7 As resostas era* as *ais variadas, *as a teoria ue er*aneceu or *ais te*o $oi a de *"docles, ara ue* o *undo $>sico " constitu>do de uatro ele*entosH terra, (9ua, ar e $o9oQ7 ARAN#AJ 'AR.NS, 1GGG, 7 G3B7 Assi*, a noç!o de ci8ncia na %r"cia voltava-se ara a eseculaç!o racional e se desli9ava da t"cnica e das reocuaçMes r(ticas, ois nu*a sociedade escravista, ue dei)ava tare$as, traalhos e serviços aos escravos, a t"cnica
era vista co*o u*a $or*a *enor de conheci*entoQ7 ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 2B7 Se9undo essa conceç!o, era reciso uscar a ci8ncia epistemeB ue consistia no conheci*ento racional das ess8ncias, das ideias i*ut(veis, o6etivas e universais7 As ci8ncias co*o a *ate*(tica, a 9eo*etria e a astrono*ia s!o assos necess(rios a sere* ercorridos elo ensa*ento, at" atin9ir as cul*in:ncias da re$le)!o $ilos+$ica7 ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 GB7 Para Arist+teles 3L-322 a7C7B, disc>ulo de Plat!o, a ci8ncia epistemeB Y777Z roduz u* conheci*ento ue retende ser u* $iel eselho da realidade, or estar sustentado no oserv(vel e elo seu car(ter de necessidade e universalidadeQ7 A Physis era o rinc>io ativo, a $onte intr>nseca natural do co*orta*ento de cada coisa, deter*inada or sua *at"ria e $or*a7 Portanto, a ci8ncia $>sica era u*a ci8ncia da natureza C#, 1GGO, 7 OB7 Nesse sentido, a conceç!o est(tica do *undo se *ant"* de$inida, na ual os 9re9os costu*ava* associar a er$eiç!o ao reouso, caracterizada ela aus8ncia de *ovi*ento7 Assi*, na vis!o 9re9a de ci8ncia, redo*inou esse *odelo cos*ol+9ico aristot"lico, osterior*ente con$ir*ado or Ptolo*eu u* hel8nico do s"culo .. d7C7B, ue de$endia a ideia de u* *undo geoc>ntrico, $inito, de $or*a es$"rica, li*itado Ts estrelas vis>veis e $echado, co* rinc>ios or9anizadores r+rios, tal ual u* or9anis*o vivo, dotado de inteli98ncia r+riaQ7 C#, 1GGO, 7 L, 9ri$o dos autoresB7 ?utra caracter>stica *arcante dessa astrono*ia de Arist+telesB $oi a hieraruizaç!o do cos*os, ou se6a, o universo se achava dividido e* dois *undos, sendo ue u* era considerado suerior ao outroH o *undo sulunar, considerado in$erior, corresondia T re9i!o da erra Y777Z e o *undo suralunar, de natureza suerior, corresondia aos C"us7 ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 GB7 A artir desse reve esoço, se9undo Aranha e Arruda 1GGG, 7 GB, ode*os atriuir T Ci8ncia 9re9a cinco caracter>sticas *arcantes, as uais s!oH P(9ina 3O a7 a ci8ncia encontra-se li9ada T $iloso$iaJ 7 a ci8ncia " ualitativaJ c7 a ci8ncia n!o " e)eri*entalJ d7 a ci8ncia " conte*lativaJ e7 a ci8ncia aseia-se e* u*a conceç!o est(tica do *undo7
/92 4 per,odo medieval e a cristiani=a3o da concep3o grega de ci>ncia Continuando o estudo, che9a*os ao *undo *edieval ue se estende, aro)i*ada*ente, dos s"culos V ao `VB, no ual oserva*os ue continua a
vi9orar a in$lu8ncia da herança 9recolatina, no ue se re$ere T *anutenç!o da *es*a conceç!o de ci8ncia7 Aesar das di$erenças evidentes, " oss>vel co*reender essa continuidade, devido ao $ato de o siste*a de servid!o ta*"* se caracterizar elo desrezo T t"cnica e a ualuer atividade *anualQ7 ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 GB7 A9ora a ci8ncia Y777Z se vincula aos interesses reli9iosos e se suordina aos crit"rios da revelaç!o, ois, na .dade '"dia, a raz!o hu*ana devia se su*eter ao teste*unho da $"Q ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 GB7 ? ue valia era* as verdades reveladas elos velhos livrosQ, $osse* eles a =>lia, Arist+teles ou Ptolo*eu7 les era* o r+rio conheci*ento, a r+ria Ci8nciaQ7 A/4?NS?%?/4AR=, 1GG, 7 30B7 Por isso, nessa $ase hist+rica, n!o houve desenvolvi*ento das ci8ncias articulares, $azendo co* ue a l+9ica aristot"lica assasse a ser a*la*ente utilizada ara 6usti$icar as verdades da $"7 Nesse sentido, voc8 ode erceer ue o Teocentrismo, tendo na $i9ura de eus o centro de todas as atençMes hu*anas, assou a ser a vis!o de *undo ue *arcou o i*a9in(rio da *aioria das essoas ue vivera* neste *o*ento7 Portanto, o er>odo *edieval se constituiu, soretudo, na ri*azia da $" sore a raz!o7
/9" 8 vis3o moderna de ci>ncia A vis!o *oderna de ci8ncia sur9e no $inal da .dade '"dia, erassa o er>odo renascentista e cul*ina no s"culo `V.., co* a cha*ada *evolu3o Cient,$ica7 Nicolau Co"rnico 1O3-13B, e* oosiç!o ao *odelo 9eoc8ntrico de astrono*ia de Ptolo*eu, no s"culo `V., roMe o modelo da teoria helioc>ntrica7 ARAN#A, ARRUA, 1GGG, 7 GX, 9ri$o nossoB7 P(9ina 3L No er>odo renascentista, inicia-se u*a conceç!o de ci8ncia, e* ue as culturas $unda*entadas no conheci*ento racional das ess8ncias da Anti9uidade cl(ssicaB ou nas verdades reveladas elos ar:*etros >licos do *edievalB deveria* ser aa9adas do i*a9in(rio e da *entalidade dos euroeus ocidentais, de *odo a valorizar-se aenas o uso de *"todos e)eri*entais ri9orosos ue, a*arados no conheci*ento *ate*(tico, era* caazes de roorcionar resostas consideradas cienti$ica*ente verdadeiras7 Assi*, e* rinc>io, te*os a concep3o racionalista de ci8ncia, ue se consolida at" o $inal do s"culo `V..7 Nesse tio de conceç!o, a ci8ncia " de$inida co*o u* conheci*ento racional dedutivo e de*onstrativo7 Paralela*ente T conceç!o racionalista, te*os a concep3o empirista de ci8ncia, ue se aseava no *odelo de o6etividade da *edicina 9re9a e da hist+ria natural do s"culo `V.., estendendo-se at" o $inal do s"culo `.`7 Nessa
conceç!o, de$endia-se a osiç!o de ue n!o e)istia* ideias inatas, tendo na e)eri8ncia o ar:*etro de arendizado7 Assi*, aos oucos, os pensadores modernos, se6a ela conceç!o racionalista ou e*irista, assa* a ne9ar tacita*ente o saer aristot"lico incororado T teolo9ia cat+lica do er>odo *edieval euroeu7 No ca*o da 4>sica e da Astrono*ia, os estudos realizados or %alileu ossiilitara* a .saac Neton 1X2-1O2OB elaorar a teoria da 9ravitaç!o universal7 A roosiç!o $>sica se tornava u*a lei, otida ela oservaç!o e 9eneralizaç!o indutiva, trans$or*ando-se e* Y777Z roosiçMes con$i(veis e destitu>das de d5vida ou de aritrariedade, Yco*o se $osseZ u* decalue $iel e o6etivo da realidadeQ7 C#, 1GGO, 7 OB7 A artir desse *o*ento, estava institu>da a 4>sica 'ec:nica de NetonB, co*o aradi9*a ara todas as ci8ncias, criado *ate*atica*ente, as hu*anas e sociais inclusive7 A9ora, a ci8ncia e)eri*ental netoniana se trans$or*ava no *odelo de conheci*ento7 Ren" escartes 1GX-1X0B " considerado o ai do racionalis*o, ois de$endia a ideia de ue a verdade dos conceitos e de*onstraçMes *ate*(ticos era inuestion(vel7 ;ohn /octico do conheci*ento7 P(9ina 3G 4i9ura 27 2 - Pensadores *odernos Ren" escartes 1GX-1X0B " considerado o ai do racionalis*o, ois de$endia a id"ia de ue a verdade dos conceitos e de*onstraçMes *ate*(ticos era inuestion(vel7 ;ohn /octico do conheci*ento7 4onteH Portal So$ia 2010B7 As Ci8ncias #u*anas e Sociais tivera* enor*e di$iculdade e* estaelecer u* estatuto r+rio ou u*a autono*ia, ois, co*o voc8 erceeu, todo o *odelo
de cienti$icidade, necessaria*ente, estava vinculado Ts Ci8ncias Naturais7 A 4>sica era considerada a ci8ncia er$eita7 Assi*, a cono*ia, a Sociolo9ia, a Psicolo9ia, entre outras Ci8ncias Sociais e #u*anas, nos s"culos `V... e `.`, ara atin9ire* o status de conheci*ento cient>$ico, inicial*ente tivera* ue adotar o *odelo e)eri*ental roosto ela 4>sica7 A Sociolo9ia che9ou a ser cha*ada de 4>sica Social e a Psicolo9ia de Psico$>sica7 A e)altaç!o T ci8ncia e ao *"todo e)eri*ental deu ori9e* ao cha*ado cienti$icis*oH vis!o reducionista se9undo a ual a ci8ncia seria o 5nico conheci*ento v(lido7 essa $or*a, o *"todo das Ci8ncias da natureza K aseado na oservaç!o, e)eri*entaç!o e *ate*atizaç!o K deveria ser estendido a todos os ca*os do conheci*ento e a todas as atividades hu*anas7 A ci8ncia virou ratica*ente u* *ito7 #RJ /?N/, 200X, 7 2B7 P(9ina 0
/9/ 8 vis3o contempor@nea de ci>ncia sse er>odo " *arcado ela crise do *odelo de ci8ncia da .dade 'oderna7 Nesse sentido, a rincial contriuiç!o ara u*a nova conceç!o de ci8ncia $oi dada elo $>sicoB instein, ois as teorias da relatividade restrita e da relatividade 9eral $ora* i*ortantes n!o aenas elo conte5do ue aresentara*, *as ela $or*a co*o $ora* alcançadasQ7 C#, 1GGO, 7 X0B7 A cienti$icidade assa a ser ensada nesse *o*ento co*o u*a ideia re9uladora de alta astraç!o e n!o *ais co*o sinDni*o de *odelos e nor*as a sere* se9uidos7 A9ora a teoria n!o ser( *ais aceita co*o de$initiva*ente con$ir*ada7 nt!o, a o6etividade da ci8ncia resulta do 6ul9a*ento $eito elos *e*ros da co*unidade cient>$ica ue avalia* critica*ente os rocedi*entos utilizados e as conclusMes, divul9adas e* revistas esecializadas e con9ressosQ7 ARAN#A, 'AR.NS, 1GGG, 7 LGB7 essa *aneira, a ci8ncia rocura de*onstrar ue " caaz de $ornecer resostas di9nas de con$iança, desde ue su*etidas continua*ente a u* rocesso de revis!o cr>tica, siste*(tica e $unda*entada nas teorias vi9entes7 A ci8ncia, e* sua co*reens!o atual, dei)a de lado a retens!o de ta)ar seus resultados de verdadeiros, *as, consciente de sua $aliilidade, usca saer se*re *aisQ7 C#, 1GGO, 7 OGB7 Assi*, o conheci*ento cient>$ico ode ser de$inido co*o rovis+rio e constru>do, at" ue outro venha a suer(-lo7 A vis!o conte*or:nea de ci8ncia " *arcada elas ruturas eiste*ol+9icas, n!o havendo u* *odelo e)clusivo ue caracterize o conheci*ento cient>$ico nessa "oca7 Rutura eiste*ol+9ica si9ni$ica revis!o cr>tica do conheci*ento
e tentativas de suerar auela vis!o est(tica, *arcada elas verdades do9*(ticas e i*ut(veis, t!o caracter>stico e* toda a hist+ria do conheci*ento cient>$ico7
/9. Considera6es $inais Voc8 estudou, neste ca>tulo, a de$iniç!o de ci8ncia, a relaç!o entre ci8ncia, arte e tecnolo9ia, a classi$icaç!o das ci8ncias e a ersectiva hist+rica da ci8ncia7 Voc8 erceeu ue n!o h( u*a 5nica $or*a de de$inir ci8ncia7 sta di$iculdade resulta de $atores culturais, hist+ricos, $ilos+$icos ou ideol+9icos7 ntretanto, *es*o e)istindo essa di$iculdade, " oss>vel identi$icar al9u*as caracter>sticas ue s!o r+rias do conheci*ento cient>$ico7 Nesse sentido, ode*os dizer ue o conheci*ento cient>$ico " veri$ic(vel, $actual, o6etivo, racional, reditivo, co*unic(vel, descritivo-e)licativo, *et+dico, *ovido or aradi9*as, intersu6etivo, entre outros7 P(9ina 1 Sore a relaç!o entre ci8ncia, arte e tecnolo9ia voc8 erceeu ue a ci8ncia " o *eio *ais adeuado ara o controle r(tico da natureza7 Ali*entaç!o, transorte, sa5de, roduç!o industrial deende* das inovaçMes tecnol+9icas, ue, or sua vez, deende* dos avanços na ci8ncia7 A arte ta*"* se relaciona co* a ci8ncia, co*unicando-se aerta*ente, se6a ela co*le*entariedade ou ela in$lu8ncia rec>roca7 ssa relaç!o s+ tende a crescer, 6( ue a cada dia sur9e* novos *eios tecnol+9icos ue a6uda* a roa9ar e a ari*orar os conheci*entos7 essa *aneira, torna-se di$>cil searar a ci8ncia e a arte da tecnolo9ia7 As ci8ncias se divide* e* dois 9ruosH as $or*ais e as $actuais7 As ci8ncias $or*ais ocua*-se de ele*entos ideais e astratos e estuda* as i*licaçMes l+9icas e *ate*(ticas do ensa*ento7 As ci8ncias $actuais estuda* $enD*enos naturais 4>sica, @u>*ica, =iolo9ia, colo9ia etc7B, hu*anos e sociais Sociolo9ia, cono*ia, Antroolo9ia, #ist+ria, Psicolo9ia, ireito etc7B7 As ci8ncias se a9rua* con$or*e a $a*iliaridade co* o o6eto de estudo7 Assi*, as ci8ncias ue estuda* os $enD*enos da natureza est!o reunidas e* u* 9ruo e as ue estuda* os $enD*enos sociais e hu*anos e* outro 9ruo, aesar de a*as ertencere* ao 9ruo das Ci8ncias 4actuais7 studando a divis!o da ci8ncia, ta*"* ode*os entender o conheci*ento cient>$ico co*o sendo o conheci*ento das esecialidades, das articularidades7 Nesse sentido, ode*os dizer ue todo cientista " u* esecialista e* deter*inada (rea do conheci*ento7 Voc8 estudou ta*"* sore as tr8s 9randes conceçMes hist+ricas de ci8nciaH a vis!o 9re9a, *oderna e conte*or:nea7 Na vis!o 9re9a, voc8 estudou ue se desenvolveu u* tio de conheci*ento racional desli9ado do *ito7 Nessa "oca, as conceçMes *>ticas do universo d!o lu9ar Ts conceçMes aseadas na racionalidade, $azendo sur9ir a 4iloso$ia7
Na vis!o 9re9a de ci8ncia, redo*inou o *odelo cos*ol+9ico de universo cha*ado 9eocentris*o a erra co*o centro do universoB7 Na .dade '"dia, o *odelo de ci8ncia 9re9a vincula-se aos interesses reli9iosos e se suordina aos crit"rios da revelaç!o7 sse *odelo erdurou at" o $inal da .dade '"dia, uando $oi uestionado elos rinciais rota9onistas da ci8ncia *oderna ue rousera* o *odelo helioc8ntrico sol co*o centro do universoB, e* sustituiç!o ao 9eoc8ntrico7 Na .dade 'oderna, a conceç!o de ci8ncia se desvincula da vis!o 9re9a, or *eio da cha*ada Revoluç!o cient>$ica7 eler, Co"rnico, =acon, escartes, %alileu, Neton, entre outros $ora* os 9randes e)oentes ue, no $inal da .dade '"dia, e durante a .dade 'oderna criara* as ases do conheci*ento cient>$ico7 uas conceçMes *arcara* a Ci8ncia no *undo *odernoH a racionalista e a e*irista7 A conceç!o racionalista reconiza u* conheci*ento racional, dedutivo e de*onstrativo e seu *aior e)oente " Ren" escartes 1GX-1X0B7 A conceç!o e*irista de$endia a osiç!o de ue n!o e)iste* ideias inatas P(9ina 2 e a e)eri8ncia " o ar:*etro ara todo arendizado7 ? 9rande e)oente da conceç!o e*irista " ;ohn /ocsica era a ci8ncia er$eita e considerada *odelo de cienti$icidade7 A vis!o conte*or:nea de ci8ncia " *arcada elas ruturas eiste*ol+9icas, n!o havendo u* *odelo e)clusivo ue caracterize o conheci*ento cient>$ico7 Co*o voc8 estudou, rutura eiste*ol+9ica si9ni$ica revis!o cr>tica do conheci*ento7 A conceç!o atual de ci8ncia " *arcada ela ideia de ue n!o h( verdades eternas, ois as teorias s!o transit+rias e ode* ser renovadas ou at" sustitu>das7 P(9ina 3
Cap,tulo "
8s ra,=es da Teoria do Conhecimento #ailidades Pensando nas ra>zes da teoria do conheci*ento nas conceçMes dos $il+so$os cl(ssicos sore as ori9ens e ossiilidades do conheci*ento, roo*os desenvolver as se9uintes hailidadesH re$letir critica*ente sore essa te*(tica, interretar in$or*açMes e dados, e)trair conclusMes e 6ul9ar, ar9u*entar e de*onstrar esse arendizado, elaorar s>nteses7
SecMes de estudo
Se3o !7 A descoerta da racionalidade racionalidade Se3o 27 ? conheci*ento na $iloso$ia de S+crates, Plat!o e Arist+teles P(9ina
Se3o ! 8 desco5erta da racionalidade A artir desta unidade, voc8 co*eçar( a estudar a uest!o do conheci*ento e* u*a ersectiva hist+rica7 Ver( a uest!o do conheci*ento no ensa*ento 9re9o anti9o de al9uns $il+so$os r"-socr(ticos ri*eiros $il+so$os ocidentaisB e de S+crates, Plat!o e Arist+teles $il+so$os 9re9os *ais estudadosB7 studar(, ta*"*, uestMes $unda*entais sore o conheci*ento ori9inado na %r"cia Anti9a e Cl(ssica, ue er*anecera* sendo discutidas or ensadores *edievais, *odernos e conte*or:neos7 conte*or:neos7 At" aro)i*ada*ente o s"culo V.. a7C7, o conheci*ento cultivado na %r"cia Anti9a estava li9ado a certos asectos da vida e* sociedade7 sse conheci*ento constitu>a-se, asica*ente, de t"cnicas alicadas T a9ricultura, do dese*enho dos o$>cios tradicionais e da rearaç!o ara a 9uerra7 #avia, ta*"*, o conheci*ento *itol+9ico, ue, al"* de *otivar os cultos reli9iosos, e)l e)lic icav ava a oa oa art arte e da real realid idad ade, e, li9a li9and ndo o os deus deuses es dire direta ta*e *ent nte e aos aos $enD*enos da natureza e aos aconteci*entos da vida hu*ana7 Aos oucos, or"*, os 9re9os $ora* ari*orando suas t"cnicas de roduç!o de ali*entos e rodutos, o ue os levou a roduzir *uito *ais do ue recisava* ara seu consu*o7 co*u* historiadores a$ir*are* ue a e)cel8ncia no *odo de roduç!o da vida *aterial levou os 9re9os Ts transaçMes de troca da roduç!o e)cedente e ao desen desenvol volvi* vi*en ento to do co*"r co*"rcio cio,, condiç condiç!o !o hist+r hist+rica ica $unda $unda*en *ental tal ara ara o sur9i*ento e o ao9eu das cidades 9re9as, de sua cultura, $iloso$ia e ci8ncia7 Co* Co* o dese desenv nvol olvi vi*e *ent nto o da soci socied edad ade e 9re9 9re9a, a, as res resos osta tass $ina $inalis lista tass e deter*inistas advindas dos *itos tornara*-se insu$icientes ara a e)licaç!o da real realid idad ade e e $oi, $oi, ent! ent!o, o, nece necess ss(r (rio io ultr ultra aas ass( s(-l -las as,, enco encont ntra rand ndoo-sse e)licaçMes aseadas na oservaç!o e no racioc>nio7 eter*inistasH conceç!o da realidade, de *undo, se9undo a ual tudoQ 6( est( redeter*inado, raz!o ela ual era di$undida u*a ostura con$or*ista e assiva diante do destino ou da rovid8ncia divina7 ?s ri*e ri*eiro iross $il+s $il+so$ o$os os ue ue ass assar ara* a* a usc uscar ar res resos osta tass na ose oserv rvaç aç!o !o e*>ri e*>rica ca dos $enD*e $enD*enos nos natur naturais ais e nas nas esecu eseculaç laçMes Mes racion racionais ais $ora* $ora* os cha*ados r"-socr(ticos7
P(9ina les n!o conceia* o universo co*o u*a realidade aleat+ria e ca+tica, ue deendia da vontade ou do hu*or de seres divinos7 .sso n!o si9ni$ica ue tenha* se tornado necessaria*ente ateus, *as ue investi9ara* a natureza aesar das divindades7 ?servara* ue o universo ossui u*a orde* e ue, conhecendo essa orde*, os se9r se9red edos os do univ univer erso so ode oderi ria* a* ser ser desv desven enda dado doss ela elass cond condiç içMe Mess e atriutos naturais do r+rio ho*e*, soretudo ela racionalidade7 ? rincial o6eto de estudo desses $il+so$os $oi o cos*os, ou se6a, o universo orde ordena nado do77 *e *enh nhar ara* a*-s -se, e, ese eseci cial al*e *ent nte, e, e* enco encont ntra rarr a ori9 ori9e* e* e a co*os co*osiç! iç!o o do unive universo rso,, uscan uscando do u* ele*en ele*ento to ori9in ori9in(ri (rio, o, u* rinc> rinc>io io $undador7 Al9uns a$ir*ava* ue este rinc>io $undador era a (9ua co*o 6( vi*os co* alesB, outros ue era o $o9o, outros, o (to*o etc7 Por isso, o conheci*ento dos r"-socr(ticos ta*"* " deno*inado de cos*ol+9ico ou de $iloso$ia da natureza7 ?serve ue os r"-socr(ticos rota9onizara* u*a i*ortante assa9e* do conheci*ento *>tico ara o conheci*ento racional, evento ue se reetiu e* outros outros *o*ent *o*entos os hist+r hist+rico icoss do ensa ensa*en *ento to ociden ocidental7 tal7 les les era* era* $il+so$ $il+so$os, os, $>si $>sico cos, s, *ate *ate*( *(tic ticos os etc7 etc7,, *as *as n!o n!o se ode ode cha* cha*((-lo loss rec recis isa* a*en ente te de cientistas, 6( ue n!o raticava* a e)eri*entaç!o ri9orosa, n!o uanti$icava* suas suas ose oserv rvaç açMe Mess e n!o n!o test testav ava* a* ri9o ri9oro rosa sa*e *ent nte e suas suas teor teoria ias7 s7 Sua Sua investi9aç!o se dava, e* 9rande arte, ela eseculaç!o, an(lise e in$er8ncia te+rica7 Al9uns estudiosos *odernos cha*a* a atenç!o ara a $alta de ri9or da e)eri*entaç!o e oservaç!o e*>rica realizada elos r"-socr(ticos7 'es*o assi assi*, *, seu seu conh conhec eci* i*en ento to r" r"-c -cie ient nt>$ >$ic icoQ oQ desv desvio iou u o olha olharr das das cois coisas as articulares e da vida r(tica ara o c"uQ, ara as teorias cos*ol+9icas7 Con$or*e Poer 1GL2B, se a sua e)eri*entaç!o e oservaç!o carece* de o6etividade, or outro lado sua racionalidade $ranca e sinceraQ os levou T anteciaç!o de teorias ue s+ $ora* desenvolvidas *ais tarde, or cientistas *odernos7 as uestMes tratadas elos r"-socr(ticos, aordare*os nesta oortunidade aenas duas delas, ue considera*os i*ortantes ara o estudo ue est( sendo desenvolvido aui sore o conheci*ento7 A ri*eira delas trata da *oi *oililida dade de e i*o i*oililid idad ade e do univ univer erso so,, ue ue envo envolv lveu eu,, rin rinci cia al* l*en ente te,, os $il+so$os Par*8nides de l"ia e #er(clito de $eso7 A se9unda uest!o " a da tradiç!o cr>tica, ue caracteriza as escolas r"-socr(ticas7 P(9ina X
!9! Bo5ilidade e imo5ilidade do universo
Par*8nides 30-X0 a7 C7B tratou da uest!o do *ovi*ento, iB*oilidade das coisas do universo, a artir da distinç!o entre o ser o ue e)isteB e o n!o ser o ue n!o e)isteB7 c"lere sua $rase neste sentidoH ? ser " e o n!o ser n!o "Q =?RN#.', 1GOO, 7 X3B7 Par*8nides ueria cha*ar a atenç!o ara o ser, ara o ue e)iste7 Para ele, auilo ue e)iste n!o est( su6eito T *udança, " se*re do *es*o 6eito, sendo i9ual, or conseu8ncia, a ele *es*o7 /o9o, o *ovi*ento, a *udança, n!o e)iste7 Assi*, con$or*e esta conceç!o radical de *undo, n+s s+ oder>a*os conhecer o ue e)iste7 Por outro lado, o n!o ser a ne9aç!o do serB, auilo ue n!o e)iste, n!o ode ser, ovia*ente, conhecido7 Por *ais si*les ue ossa arecer essa distinç!o ente ser e n!o ser, ve6a ue aui " estaelecido u* li*ite ara o ue ode ou n!o ser conhecido7 S+ ode*os conhecer o ue e)iste e n!o ode*os conhecer o ue n!o e)iste7 Par*8nides e)Me ue o ser, auilo ue e)iste, ode ser identi$icado elos nossos ensa*entos, co* a nossa raz!o7 le, radical*ente, che9a a identi$icar o ensa*ento re$erente ao ue e)iste co* a r+ria coisa ue e)iste7 sse ensador, T *edida ue rivile9ia a racionalidade e o ensa*ento ara areens!o do ue e)iste, desuali$ica as e)eri8ncias, as erceçMes, os sentidos ue roduzi*os ao entrar*os e* contato co* esse *undo sens>vel, considerando-os co*o ilusMes7 Para ele, essa via sensorial, *undana, trata dau dauililo o ue ue n!o n!o " di9n di9no o de con$ con$ia ianç nça, a, ois ois n!o n!o nos nos ro roor orci cion onar aria ia u* conheci*ento se9uro7 Co* isso, Par*8nides inau9ura u* dos *ais cl(ssicos role*as da eoria eoria do Conheci*entoH a dualidade entre o erceido e o ensado, a e)eri8ncia e a raz!o7 Considere a se9uinte situaç!o role*a, ue voc8 ode 6( ter resenciado, re$e re$ere rent nte e T ues uest! t!o o da iB* iB*o oililid idad ade e das das cois coisas as do univ univer erso so e ue, ue, osterior*ente, er*itir( a voc8 aro$undar o entendi*ento sore a tese de i*oilidade de Par*8nides7 Atente ara o se9uinte di(lo9o, ue oderia $azer arte da aula de u*a tur*a de nsino '"dio, e* ue o ro$essor de *ate*(tica aresenta aos alunos a *at"ria de 9eo*etria esacial7 P(9ina O Pro$ Pro$es esso sorr K 'eus 'eus caro caross alun alunos os,, a ri*e ri*eira ira cois coisa a ao inic inicia iarr o estu estudo do da 9eo*etria esacial " aceitar a e)ist8ncia do onto, da reta e do lano co*o entes entes 9eo*"t 9eo*"tric ricos, os, isto isto ", entes entes astra astratos tos de natur natureza eza *ate*( *ate*(tic tica7 a7 N+s estudare*os sua de$iniç!o, identi$icare*os suas caracter>sticas e isso asta7 sses sses s!o conce conceito itoss ri*iti ri*itivo vos, s, ele*en ele*entar tares, es, a artir artir dos uais uais $are*o $are*oss c(lculos, ro6eçMes etc7 Aluno K 'as voc8 ode ode nos e)licar o ue s!o s!o os entes 9eo*"tricosW 9eo*"tricosW
Pro$essor K At" certo onto si*7 les n!o e)iste* de $or*a concreta na natureza, n!o se ode encontrar u*a reta or a>7 No entanto, ode*os alicar o conc onceito ito de reta reta a cert certo os asec secto toss da real realid idad ade e7 Por Por e)e e)e*lo *lo,, ao oservar*os a arede de u* r"dio, identi$ica*os u*a linha vertical ue ode ser tratada co*o u*a reta7 o *es*o *odo, os en9enheiros ode* construir ontes alicando o conceito de reta e* c(lculos da construç!o civil7 A reta " u* ente unidi*ensional, ou se6a, te* aenas co*ri*ento, altura ou lar9ura e " traçada entre dois ontos7 entre os dois ontos de u*a reta e)iste u* con6unto in$inito de outros ontos7 Neste *o*ento o aluno ara, re$le)ivo7 Aluno K Pro$essor, *as se " verdade ue entre os dois ontos e)tre*os de u*a reta e)iste* in$initos ontos, isso si9ni$ica ue se eu sair do onto ori9e* enuanto e)tre*idade desta retaB, antes de alcançar o $i* da reta a outra e)tre*idadeB, eu terei ue atravessar in$initos ontosW ?ra, ent!o eu 6a*ais che9arei ao outro lado da onteW sse sse cas caso o si*l i*les esQQ ode ode colo coloca carr u* ro$ ro$es esso sorr inca incaut uto o e* situ situaç aç!o !o descon$ort(vel7 Por"*, o ro$essor ode adotar a ideia do aluno e e)licar ue, considerando a reta cont>nua, " oss>vel avançar sore ela asso a asso, ou dar *eio asso, ou u* uarto de asso, ou u* asso dulo7 ? asso se*re ode ser *enor, o ue leva T ideia de in$inito7 ? ro$ ro$es esso sorr ode ode,, ta* ta*"* "*,, e)o e)orr ue ue ne* ne* se* se*re re " oss oss>v >vel el tran trans sor or direta direta*en *ente te *odelo *odeloss ideais ideais ara ara a realid realidade ade concr concreta eta,, e*ora e*ora os entes entes *ate*(ticos, co*o " o caso da reta no caso anterior, ossa* ser alicados co* sucesso e* c(lculos, e* estudos de estruturas ras s+lidas, no desenvolvi*ento de tecnolo9ias alicadas etc7 A uest!o aresentada aui " tratada ela *ate*(tica atual, *as * as sur9iu *uito antes, co* os r"-socr(ticos7 en! en!o o de l"i l"ia a G G- -30 30 a7 C7B, C7B, $il+ $il+so so$o $o r"r"-so socr cr(t (tic ico o e disc disc> >ul ulo o de Par*8nides, desenvolveu ar9u*entos ue trata* do in$inito, co* a $inalidade de de$ender as ideias de seu *estre e, assi*, rovar a i*oilidade de todas coisas7 P(9ina L U* dos dos ar9u ar9u*e *ent ntos os de en! en!o o e)r e)res essa sa o se9u se9uin inte te77 .*a9 .*a9in ine e ue ue dois dois corredores iniciara* u*a corrida7 *ora a corrida 6( tenha iniciado, diz en!o ue o corredor *ais lentoQ encontra-se na $rente do *ais r(idoQ, de *odo ue o *ais lentoQ 6a*ais ser( alcançado7 A e)licaç!o de en!o, ara esse $ato, considera ue ara o *ais r(idoQ alcançar o *ais lentoQ ent!o ele teria ue, elo *enos, ercorrer a *etade da dist:ncia ue h( entre os dois7 'as, ara ercorrer essa dist:ncia, o corredor *ais r(idoQ ainda teria ue ercorrer a *etade da *etade de tal dist:ncia7 assi* sucessiva*ente, ois ara ercor ercorrer rer a *etade *etade da *etade *etade da dist:n dist:ncia cia,, ainda ainda " ovia*e ovia*ente nte recis reciso o
ercorrer a *etade da *etade da *etade da dist:ncia, at" se che9ar T ideia de in$inito7 esse *odo, o corredor 6a*ais sairia do lu9ar7 ? *ovi*ento " ent!o u*a ilus!o7 Ve6a ue, ara en!o, essa e)licaç!o corroora a tese de Par*8nides, a de ue n!o h( *ovi*ento7 Ve6a ue en!o leva a uest!o da divisiilidade ao e)tre*o, e)ata*ente ao in$inito, ara ent!o sustentar a i*oilidade de todas as coisas7 i$erente*ente de Par*8nides e de seus disc>ulos, #er(clito de $eso 0O0 a7 C7B a$ir*ava ue a realidade est( e* constante *udança7 al *udança ocorre, se*re, a artir da uni!o de contr(rios, do ser e do n!o ser co*o $aces de u*a *es*a *oeda7 ?serve ue ara conhecer*os, recisa*os reconhecer essa condiç!oQ7 Con$ira al9uns dos $ra9*entos *ais conhecidos de #er(clito =?RN#.', 1GOO, 7 3X-3BH udo se $az or contrasteJ da luta dos contr(rios nasce a *ais ela har*onia7 LB - esce*os e n!o desce*os nos *es*os rios, so*os e n!o so*os7GB - A har*onia invis>vel " *ais $orte ue a vis>vel7 B - * n+s, *ani$esta-se se*re u*a e a *es*a coisaH vida e *orte, vi9>lia e sono, 6uventude e velhice7 Pois a *udança de u* d( o outro e reciroca*ente7 LLB #er(clito ta*"* reconhecia a i*ort:ncia da raz!o, *as de$endia ue o ue e)iste, o ser, est( continua*ente *udando ara o n!o ser e vice versa7 Se al9u"* to*ar anho duas vezes no rio, ent!o, na se9unda vez, esse n!o ser( *ais o *es*o e ne* o rio7 ?ra, a (9ua do rio assou e n!o volta *ais, assi* co*o auele ue to*ou anho ser( u*a essoa di$erente dauela ue to*ou anho ela ri*eira vez7 A erceç!o da *udança cont>nua da realidade ode ser sutil, *as diz #er(clito ue deve*os reconhec8-la co*o ine)or(vel, v(lida ara todas as coisas ue e)iste*7 P(9ina G Nesse sentido, #er(clito " considerado o cunhador do ter*o dial"tica, enuanto conceç!o da realidade $or*ada ela uni!o de contr(rios e e* constante trans$or*aç!o e *ovi*ento7
!92 Tradi3o cr,tica A se9unda uest!o ue aordare*os " a da tradiç!o cr>tica ersectiva *etodol+9ica sore o conheci*entoB e ue caracteriza as escolas r"socr(ticas7 Provavel*ente or tere* vivido o sur9i*ento da polis este ter*o desi9na a cidade 9re9a anti9aB e da de*ocracia, u*a i*ortante caracter>stica do
conheci*ento dos r"-socr(ticos era a ossiilidade de suas teorias sere* criticadas, alteradas ou sustitu>das or outras *ais adeuadas7 )istia entre eles u* rocesso de discuss!o e desenvolvi*ento do conheci*ento, di$erente do ue ocorria co* os *itos7 ?ra, os *itos n!o odia* ser criticados ou suerados or outros *elhores, e os conheci*entos de orde* r(tica s+ era* *odi$icados se $osse* considerados in5teis7 Poer 1GL2, 7 1XB a$ir*a ue, aseados e* eseculaçMes astratas e cr>ticas, e n!o se tenha aui a ideia de u* traalho *açante de racionalizaç!o, *as o $rescor e a criatividade das *entes curiosas e 6uvenisQ, os r"-socr(ticos $ora* *ais lon9e do ue aseados e* suas oservaçMes e*>ricas7 Se9undo o *es*o autor, o conheci*ento r"-socr(tico reresentou o in>cio de u*a tradiç!o de roduç!o de conheci*ento aseado e* con6ecturas e re$utaçMes, de u*a anteciaç!o cora6osa do ue era i*oss>vel conhecer na ase da oservaç!o concreta e, soretudo, u* conheci*ento aseado no e)a*e cr>tico das r+rias teorias7 A ostura cr>tica, ali(s, era adotada ela *aioria das escolas r"-socr(ticas e $o*entada elos seus *estres ro$essores7 ?serve a se9uinte citaç!o de arl Poer acerca da teoria de Ana)i*andro sore a susens!o da erra7 A erra Y777Z n!o est( sustentada or nada, er*anecendo estacion(ria orue est( situada a u*a dist:ncia i9ual de todas as de*ais coisas7 Sua $or*a " Y777Z co*o a de u* ta*or Y777Z7 ? ta*or, ovia*ente, " u*a analo9ia derivada da oservaç!o7 'as, a ideia da livre susens!o da erra no esaço e a e)licaç!o de sua estailidade n!o t8* analo9ia e* todo o ca*o dos $atos oserv(veis7 Ariu ca*inho ara as teorias de Aristarco e Co"rnico7 Y777Z e a conceç!o de Neton de $orças 9ravitacionais i*ateriais e invis>veis7 Co*o che9ou Ana)i*andro a essa not(vel teoriaW Certa*ente n!o *ediante oservaçMes, *as ela raz!o7 la " u*a tentativa de solucionar u* role*a ara o ual ales, seu *estre, $undador da escola 'ilesiana ou ;Dnica 6( havia roosto u*a soluç!o7 1GL2, 7 1X3B7 P(9ina 0 A aventura eseculativa dos r"-socr(ticos e seu ensa*ento hiot"tico no intento de conhecer a realidade, so*ados ao e)a*e cr>tico das teorias de seus ares, s!o caracter>sticas $unda*entais do ensa*ento desses $il+so$os e, co*u*ente, s!o relacionados ao rocesso do conheci*ento cient>$ico7 ssa atitude desenvolve o senso cr>tico e ro*ove a aç!o criativa, o6etivos da *aioria das roostas educativas e atriutos necess(rios ara ualuer essoa7
Se3o 2
4 conhecimento na $iloso$ia de Ssticas distintas7 * co*u*, os tr8s t8* o $ato de ue rocurava* or u* conheci*ento se9uro sore a realidade, sore nosso *undo, e essa usca $oi, ara os tr8s, orientada ela rocura de conceitos universais7 ?s conceitos universais se re$ere* a u* conheci*ento se9uro e a*la*ente v(lido, ara todas as coisas, de tal *odo ue $unda*entaria *elhor, e* relaç!o a todos os outros tios de conheci*ento, o $azer, o ensar, o dizer etc7
29! Scio da raz!o7 S+crates ounha-se aos so$istas, ue era* considerados os *ais reseitados *estres da sociedade 9re9a7 ? $oco dessa rivalidade era a teoria sore o conheci*ento verdadeiro7 ?s so$istas era* 9randes oradores e ar9u*entadores7 ra*, ta*"*, *estres ue ensinava* ar9u*entos e osiciona*entos 5teis ara o sucesso na vida r(tica e ol>tica7 Costu*ava* ser contratados ara ensinar ret+rica e ersuas!o ara os 6ovens ue al*e6ava* roserarQ7 ?s so$istas tinha* u*a vis!o ra9*(tica da ol>tica e do conheci*ento e* 9eral7 Creditava* ao discurso, T $or*a, T elou8ncia e ao oder de convenci*ento o crit"rio de verdade, de *odo ue desenvolvera* u*a $iloso$ia ue ro*ovia o relativis*o7 Assi*, tantas verdades decorria* de uantos discursos $osse* ro$eridos, de acordo co* a tese re$erida e ar9u*entada elo cidad!o7 P(9ina 1 Para S+crates, n!o se tratava de rocurar o discurso elouente e ersuasivo, *as de rocurar a verdade universalB, ara al"* da diversidade de ersectivas7 Nesse caso, o ho*e* n!o " a *edida de todas as coisasQ, co*o ensava o so$ista Prot(9oras7 S+crates criticava os deates ro9ra*ados ue era* co*uns na vida ol>tica das cidades 9re9as anti9as, co* te*as deter*inados, te*o de duraç!o de$inido e a$etados or interesses escusos dos deatedores7 Se9undo ele, o ho*e* ara descorir a verdade deve adotar u*a ostura hu*ilde e uestionadora, condiç!o e$iciente e necess(ria ara conhecer a realidade7
Pensava ue a $iloso$ia " u*a r(tica de vida ue e)i9e dedicaç!o e coer8ncia total, se* 6a*ais ceder a interesses e)ternos7 Por isso, assava os dias ela cidade, conversando co* todos, sore tudo, ar9u*entando livre*ente e ro*ovendo deates entre as essoas ue se 6untava* a ele7 S+crates e)ercitava a $iloso$ia co*o deate vivo, co*o usca incessante ela verdade7 N!o dei)ou nada escrito, e o ue sae*os de seu ensa*ento " or *eio de historiadores ou de outros $il+so$os, esecial*ente Plat!o, ue $ez de S+crates o ersona9e* rincial de seus di(lo9os7 S+crates se considerava i9norante e n!o se $azia ortador de nenhu* saer, *as acreditava ter o dever de liertar as essoas da convicç!o ilus+ria de ue saia* al9u*a coisa7 Nessa ersectiva, todos s!o i9norantes e al9uns, os ue t8* consci8ncia da r+ria i9nor:ncia, s!o os *ais rearados ara se lançar e* usca do conheci*ento verdadeiro7 Nos deates ro*ovidos or S+crates, seus interlocutores era* desa$iados a $alar sore te*as diversos e levados, or er9untas insistentes, a re$letir ro$unda*ente7 Se o deate conclu>sse co* u* ar9u*ento 9en"rico e se* u*a recisa de$iniç!o do o6eto do deate, o interlocutor $icava con$uso7 Assi*, o interlocutor se tornava resa da d5vida, na vis!o do $il+so$o, e ent!o $icava ronto ara ad*itir sua i9nor:ncia e e*enharse na usca ela verdade7 Se9undo S+crates, u* coro doente e into)icado, antes de receer o re*"dio correto, recisa assar or u* rocesso de deuraç!o ara so*ente deois assi*ilar o re*"dio7 o *es*o *odo, u* es>rito arro9ante, ue 6ul9a s+ ter virtudes e ue con$ia de*asiada*ente e* seus conheci*entos, n!o ode roduzir u* conheci*ento verdadeiro se* antes roceder u*a curaQ, colocando seu r+rio ensa*ento so olhar cr>tico7 S+crates suscitava a autocr>tica e $azia seu interlocutor uestionar o r+rio conheci*ento, ou se6a, levava o arendiz a reconhecer-se i9norante K ironia socr(tica7 eois, co* a arte da *ai8utica - a6udava seu interlocutor a e)ri*ir o uanto de verdade sua raz!o $osse caaz de arir, de 9erar7 P(9ina 2 'ai8utica " sinDni*o de ostetr>cia, arte da *edicina ue estuda os $enD*enos da reroduç!o na *ulher7 'ai8uta " o *"dico ue resta assist8ncia T *ulher e seu $eto no er>odo do 9r(vido uereral ostetraB7 Por"*, a alavra ta*"* " utilizada or S+crates ara deno*inar o *o*ento do artoQ intelectual do arendiz, na rocura da verdade ue est( dentro de si7 S+crates era $ilho de arteira e co*arava o seu o$>cio, de arteiro de ideias, ao da *!e, arteira de ho*ens7 4onteH t7i
s!o caazes de dar u*a de$iniç!o 5nica ara o ter*o 9eral, universal, co*o 6ustiça ou virtude7 S+crates, elo contr(rio, uscou saer n!o uais s!o as coisas elas e 6ustas, *as ue " o =elo e a ;ustiça, o ue " co*u* e* todas as coisas as uais 6ul9a*os co*o elas ou 6ustas7 A er9unta socr(tica ", de $ato, sore a de$iniç!o de ess8ncia, a universalidade do conceito7 ?serve ue S+crates usca o conheci*ento verdadeiro nas ess8ncias ou ideias universais ue s!o alcançadas or *eio da raz!o, e n!o or *eio da *ani$estaç!o concreta, da realidade, ue " *5ltila e deende da i*ress!o de cada u*7 Aco*anhe a se9uinte situaç!o ue visa a re$letir sore co*o o conceito universalQ de elo reuer u*a investi9aç!o *ais aro$undada7 U* raaz vai T $loricultura, aco*anhado dos a*i9os, ara escolher $lores ue levar( no ri*eiro 6antar, na casa da na*orada7 ? raaz ede ara ver as $lores *ais elas ue t8* na lo6a7 ntre tantas $lores, a $lorista lhe traz u* ra*alhete de l>rios rancos7 nt!o, os raazes discute* a uest!o e cada u* diz o ue ensaH K Oh, que belos lírios. Eles são brancos como o leite. – Que horror. ão !e"o bele#a nos lírios. Eles lembram o $ia $os fina$os.
K a*"* acho os l>rios $eios, e ue elas s!o as rosas7 K N!o, as rosas n!o s!o elas, ois elas t8* esinhos7 =elos s!o os cravos7 K u acho os l>rios lindos, *as a*anh! a eleza deles 6( ter( desaarecido7 Se voc8 uer dizer a sua na*orada co*o ela " ela, ent!o tente outra coisa7 Voc8 " caaz de su9erir ao raaz al9u*a coisa ue se6a real*ente, induitavel*ente e se*re elo, ara resentear a na*oradaW S+crates diria ue n!o, ois o =elo " u* conceito universal ue e)iste e* ess8ncia, ou se6a, e* ideia, e so*ente lança seu re$le)o sore a realidade concreta7 Voc8 n!o e9a o =elo, n!o v8 o =elo, *as utiliza desta de$iniç!o ara uali$icar as coisas co*o elas7 Al9u*as coisas arece* elas e outras n!o7 'es*o as ue arece*Q elas, n!o o s!o ara todas as essoas, e *es*o ue $osse* elas ara todas as essoas, n!o o seria* ara se*re, orue a realidade concreta *uda e al9o ue " elo ho6e, ode n!o ser a*anh!7 'as, ara S+crates, o conceito universal ue aresenta u*a ess8ncia i*ut(velB de =elo " al9o ue n!o *uda, 6a*ais7
292 #lat3o Ao rocurar continuar o ensa*ento de S+crates, Plat!o 2LI2O-3O a7 C7B aro$undou a distinç!o entre a ess8ncia e a aar8ncia das coisas7 Se9undo Plat!o, recisa*os distin9uir as oiniMes $o%aB, ue s!o u*a $or*a de conheci*ento si*les e en9anoso, otido or *eio dos +r9!os sensoriais,
da ci8ncia epistemeB, ue " o conheci*ento verdadeiro otido ela via da raz!o7 Para Plat!o, che9a*os ao conheci*ento verdadeiro elo di(lo9o $i los+$ico, ue consiste no con$ronto de ar9u*entos e contra-ar9u*entos7 al rocedi*ento, *"todo, " cha*ado elo $il+so$o de dial"tica e " considerado or ele co*o u* ri*ora*ento do *"todo socr(tico7
8ten3oD N!o con$unda o sentido da dial"tica de Plat!o co* a de #er(clito7 * Plat!o, a dial"tica " considerada u* *"todo ara a usca de conceitos universais7 Para #er(clito, a dial"tica " considerada u*a e)licaç!o a*la e 9eral acerca de co*o a realidade " re9ida7 Nos di(lo9os, ortanto, n!o se trata de elaorar u*a oini!o essoal, *as si*, or *eio de racioc>nios l+9icos, deurar o conheci*ento, aro)i*ando-se do conheci*ento verdadeiro, da ess8ncia, do conceito universal i nvesti9ado7 P(9ina Nesse sentido, n!o cae ao *estre convencer ela via direta o seu disc>ulo a reseito de al9o7 ? *estre inicia u* di(lo9o aresentando u* ar9u*ento acerca de al9u* te*a e rovoca o arendiz a *ani$estar-se e* relaç!o ao te*a7 Assi*, ela via da ar9u*entaç!o dial"tica K elo e*ate de ar9u*entos - as contradiçMes, incoer8ncias do conheci*ento ro$erido e as oservaçMes acidentais acerca da realidade s!o evidenciadas e sueradas or outras rovis+rias, ue se sustenta* no decorrer do di(lo9o7 As ideias assa* or u*a es"cie de rova l+9ica e s!o, deois disso, consideradas *ais verdadeiras elos articiantes do e*ate7 ?serve ue o onto de artida do di(lo9o latDnico " a oini!o ue o arendiz e*ite sore o te*a e* uest!o7 As oiniMes s!o consideradas $alsas ideias sore a realidade, orue n!o t8* ori9e* na raz!o7 Ve6a ue Plat!o arte da an(lise do erroQ, ou, talvez, de al9u* resu>cio de verdade ue h( na oini!o, arte da aar8ncia de verdade, da verdade tortaQ, co* a $inalidade de suer(-la e aandon(-la e* se9uida7 Co* a r(tica da dial"tica, Plat!o rea$ir*a a necessidade da cr>tica co*o $or*a de aro)i*aç!o das ideias verdadeiras e, de certo *odo, antecia u*a r(tica do conheci*ento cient>$ico *oderno ue " a rova, ela ual as teorias cient>$icas assa* ara atestar sua veracidade7 Para a ci8ncia, o erro ode ser o onto de artida ara u*a nova teoria, n!o " descartado co*o e)eri8ncia ne9ativa ue 6( es9otou suas ossiilidades7 A teoria cient>$ica ue n!o se con$ir*a n!o dei)a, or isso, de ser cient>$ica7 os escritos de Plat!o, a Ale9oria da Caverna " u* dos *ais si9ni$icativos ara elucidar co*o nos aroria*os do conheci*ento verdadeiro7 A se9uinte $i9ura ilustra essa usca7
Plat!o arte de u*a suosiç!o, de u*a caverna $ict>cia onde vive* risioneiros a*arrados desde ue nascera* e de *odo ue nunca vira* nada al"* das so*ras ro6etadas na arede de $undo da caverna, as uais n!o s!o reconhecidas elos risioneiros co*o so*ras, *as co*o a r+ria realidade7 * deter*inado *o*ento, u* dos risioneiros lierta-se e ercorre u* (rduo ca*inho ue leva ao e)terior da caverna, co*leta*ente di$erente do *undo e* ue estava acostu*ado a viver at" ent!o7 Para Plat!o, o interior da Caverna " o *undo dos sentidosQ, das coisas articulares, das aar8ncias, das oiniMes, do senso co*u*, e o e)terior da Caverna " o *undo das ideiasQ, dos conceitos universais, das ess8ncias, do conheci*ento verdadeiro, da ci8ncia7 Na *et($ora da Caverna, os risioneiros reresenta* n+s *es*os, e as correntes ue nos rende* s!o nossos sentidos7 /ivrar-se das correntes e suir a caverna saindo de sua escurid!o euivale a desrender-se das oiniMes ue nos li*ita* e, 9radativa*ente, alcançar a claridade do conheci*ento astrato e ideal7 A deseito da $acilidade co* ue al9e*as $ora* aertas, a suida ara o e)terior da Caverna " u* ercurso doloroso7 Plat!o $az uest!o de le*rar ue, ao se *ovi*entar e se diri9ir ara a luz, uscando sair da Caverna, o ho*e* sente dores no coro, nos olhos e dese6a voltar7 Para dei)ar ara tr(s sua condiç!o de risioneiro, o ho*e* te* ue se desaco*odar e lançar-se e* u* ca*inho desconhecido, no ual o seu es$orço e a sua aç!o s!o e)i9idos, ao contr(rio da vida no interior da Caverna, e* ue receia assiva*ente as so*ras7 e *odo 9eral, essa " u*a caracter>stica essencial ara ualuer arendizH estar disosto ao es$orço ue o rocesso er*anente de conheci*ento e)i9e7 ? *undo do risioneiro " aresentado a ele co*o verdade, ele vive nas so*ras e das so*rasJ vive dauilo ue aarece, do ue lhe assalta* os sentidos7 'eta$orica*ente, essa " a condiç!o dos indiv>duos reais ue vive* *er9ulhados e* seu cotidiano, co* a curiosidade satis$eitaQ ou alienada7 Por"*, na $alta de u* estranho ue venha do e)terior da caverna ara liertar os risioneiros, e)iste a rara ossiilidade de ue al9u*a coisa se altere na re9ularidade das so*ras e os risioneiros se6a* levados ao uestiona*ento7 Na reresentaç!o de Plat!o, " verdade ue as so*ras en)er9adas elos risioneiros e)iste* de $ato e ue eles as vee*7 No entanto, o ho*e* da Caverna n!o v8 as so*ras co*o so*ras das coisas, *as co*o se $osse* as r+rias coisas7 N!o descon$ia ue e)ista al9o al"* do ue se aresenta ara ele7 N!o descon$ia da e)ist8ncia da $o9ueira atr(s de si, dos ho*ens ue assa* atr(s de si7 .sso euivale a dizer ue o risioneiro n!o te* consci8ncia de sua condiç!o de risioneiro7 ? erro do risioneiro da Caverna " satis$azerse co* a realidade das so*ras e n!o se dar conta de sua condiç!o de risioneiro7 Se *es*o reso ele descon$iasse dauilo ue se aresenta co*o verdade da realidade, ent!o n!o se oderia dizer ue " u* risioneiro, *as ue est( risioneiro7 ? ue $az di$erença, neste caso, " ter consci8ncia ou n!o
de sua condiç!o7 er consci8ncia da ris!o " o ri*eiro asso ara se tornar u* ho*e* livre, ou se6a, u* verdadeiro arendiz7 Conhecer, ara Plat!o, " estar *er9ulhado no rocesso de descoerta da verdadeira realidade, ou se6a, as ideias7 As ideias universais e verdadeiras das coisas 6( est!o e* nossa al*a, e* nossa raz!o, est!o conosco desde ue nasce*os, o ue si9ni$ica ue antes de ualuer e)eri8ncia elas 6( e)iste* e ode*, ortanto, ser desveladas7 Por outro lado, as coisas ue ve*os e senti*os no *undo concreto s!o consideradas aenas ilusMes, aar8ncias da verdade7 P(9ina X
29" 8ristvel e a oservaç!o acurada das coisas articulares, a artir das uais ode*os e)licar o *ovi*ento ordenado e har*onioso dos entes *ateriais e $or*ar ideias 9erais ue, a> si*, re*ete*-nos aos conceitos universais7 Nisso Arist+teles discorda de Plat!o, ois ara esse os conceitos universais s!o inatos e a e)eri*entaç!o so*ente nos desvia do ca*inho ara o conheci*ento verdadeiro7 Para Arist+teles, os conceitos universais nada *ais s!o do ue o resultado da atividade da raz!o, ue, ri*eira*ente, or e)eri8ncia e induç!o, cate9oriza e classi$ica a variedade do *undo sens>vel7 Catura*os co* a raz!o as estruturas universais inerentes ao con6unto das coisas articulares, e n!o de cada u*a delas individual*ente, ois de coisas articulares to*adas e* sua individualidade s+ se ode* descrever as caracter>sticas sens>veis7 Nisso concorda* S+crates, Plat!o e Arist+teles7 Assi*, e)eri*entando diversos tios de seres do reino ve9etal, or e)e*lo, Arist+teles acreditava ser oss>vel identi$icar as caracter>sticas ue s!o constantes, co*uns e essenciais a todas as lantas, al"* das caracter>sticas acidentais, aarentes, ue ode* *udar se* ue auela lanta dei)e de ser o ue "7 e acordo co* Arist+teles, o conceito de $lorQ ue voc8 te* e utiliza no cotidiano " resultado de diversas $lores 6( conhecidas7 Assi*, se voc8 isolasse u*a *ar9arida do con6unto das $lores, n!o oderia che9ar ao conceito universal de 4lor, ois esse conceito aran9e as *ar9aridas e todas as outras $lores ue e)iste*7 ? conceito universal de 4lor, ue de$ine o con6unto das diversas $lores, n!o er*ite ue voc8 inclua a cadeira, or e)e*lo7 ?serve ue uando consulta*os o dicion(rio ara uscar o si9ni$icado de u*a alavra, usca*os, de certo *odo, o conceito universal ue ela encerra7
Con$or*e a teoria de Arist+teles, ara $or*ar u* conceito universal, realiza*os u*a induç!o7 A induç!o ocorre a artir da oservaç!o de casos articulares, o$erecendo-nos dados ara roor*os u*a in$er8ncia, u*a conclus!o, a*la e 9eral7 Por"*, as oservaçMes articulares a ue se re$eria Arist+teles n!o s!o as *era*ente acidentais, *as siste*(ticas, lane6adas7 Para Arist+teles, o conheci*ento vul9ar d( ori9e* a u* discurso releto de $al(cias ue arece* racioc>nios verdadeiros, *as ue n!o o s!o7 P(9ina O Ve6a ue sua /+9ica " a*la, ois al"* de investi9ar uando u* racioc>nio " v(lido ou n!o, ta*"* estiula a induç!o assi* co*o a deduç!oB enuanto rocedi*ento cient>$ico (sico, ue au)ilia na usca elos conceitos universais7 Para Arist+teles, a /+9ica " $unda*ental no traalho de or9anizar e siste*atizar a e)eri8ncia7 le con$ia aos sentidos a cataç!o das caracter>sticas das coisas no *undo $>sico e T raz!o, os rocedi*entos de induç!o e deduç!o, caazes de nos aro)i*ar dos conceitos universais7 Ao investi9ar a realidade e os conceitos universais, Arist+teles roDs *odos ara $alar do ue e)iste7 ntre esses *odos, est( a classi$icaç!o do ser co*o ato ou ot8ncia7 ? ser, a coisa, e* ato, re$ere-se Tuilo ue e)iste a9ora e ue se encontra lena*ente realizado7 ? ser, a coisa, e* ot8ncia se re$ere Tuilo ue te* condiçMes de ser realizado, *as ue ainda n!o est( realizado, e$etivado, de $ato7 Aco*anhe u* e)e*lo7 U*a se*ente de *ostarda " euenina e* ato, a9ora realizada, *as, e* ot8ncia, essa se*ente reresenta u*a (rvore $or*osa e enor*e7 A se*ente reresenta o est(9io atual desse ser, enuanto a (rvore " o est(9io oss>vel, $uturo, o ual a se*ente encontra-se ass>vel de atin9ir7 Na 9rande *aioria dos seres e coisas h( a ossiilidade de ue ocorra u*a assa9e* do ue " e* ot8ncia ara o ue " e* ato, *as tais seres e coisas n!o ode* se trans$or*ar e* ualuer coisa7 =e*, ara ue al9o e* ot8ncia, u*a se*ente, or e)e*lo, atualize-se, realize-se, " necess(ria u*a causa7 Arist+teles a$ir*a ue conhece*os u*a coisa uando conhece*os, de $ato, as suas uatro causas7 ?serve co* atenç!o o desenho ue se9ue, ue ilustra as uatro causas ue $aze* arte do ue u* ser ", do ue u*a se*ente, or e)e*lo "7 ssa $i9ura, eseci$ica*ente, re$ere-se a u*a est(tua7 P(9ina L
4i9ura 71 K A est(tua da vit+ria da Sa*otr(cia e as causas de Arist+telesH Solicite au)ilio visual 4onteH VA/VR 1GLOa77 LB7 ?serve ue Arist+teles estaeleceu uatro causasH - 'aterialJ - 4or*alJ - $icienteJ - 4inal7 Se conhecer*os estas uatro causas, odere*os, ent!o, identi$icar, conhecer, u* deter*inado ser - a se*ente da *ostarda, a se*ente do 8sse9o, or e)e*lo, e de ue *odo ocorre a assa9e* de u* estado atual ara outro estado e* ato tal co*o o caso da (rvoreB7 P(9ina G
8 causa material se re$ere T *at"ria da ual a coisa " $eita, sore a ual se alica a $or*a, co*o o *(r*ore da est(tua7 A causa $ormal " o ue torna o ser e)ata*ente auilo ue ele ", s!o suas caracter>sticas essenciais, " o ue d( a $or*a T *at"ria, tal co*o a *odelo da est(tua7 A causa e$iciente " a $orça e)terna ue rovoca a trans$or*aç!o da causa *aterial ara atin9ir u* $i*, co*o " o caso do escultor na $i9ura da est(tua7 A causa $inal nada *ais " do ue o o6etivo, a $inalidade da trans$or*aç!o da ot8ncia e* ato, ue, no caso da est(tua, " ela ser e)iida7 Ve6a assi* ue, ara Arist+teles, o conheci*ento ta*"* est( relacionado ao conheci*ento das uatro causas, ou causas ri*eiras7 Saia *ais sore as atividades de Arist+teles Arist+teles $oi o *ais rilhante e reconhecido estudioso da Acade*ia de Plat!o, *as ta*"* seu *aior cr>tico, esecial*ente da teoria das ideias de Plat!o7 Co*o $>sico e ot:nico ue era Arist+teles valorizava *uito as ci8ncias $>sica e iol+9ica e se oDs T ne9aç!o latDnica do valor co9noscitivo da e)eri8ncia concreta7 A ci8ncia ot:nica teve ori9e* no *undo anti9o 9reco-ro*ano, e o $il+so$o Arist+teles contriuiu *uito ara isso, or e)e*lo, criando a anato*ia co*arada7 Arist+teles realizou u*a e)tensa ora sore o reino ani*al, ue in$luenciou toda a erceç!o sore o te*a nos s"culos se9uintes, $unda*entando a classi$icaç!o da natureza7 Ale)andre, o 9rande, rei da 'acedDnia, $oi aluno de Arist+teles dos treze aos dezesseis anos, aro)i*ada*ente, uando aandonou a 4iloso$ia ara construir seu i*"rio7 Conta-se ue Ale)andre, 6( ho*e* $eito e co* o i*"rio consolidado, e* diversas situaçMes, teria ordenado a seus s5ditos ue colhesse* diversos
e)e*lares de lantas e* u*a vasta e)tens!o de terra ara os estudos de Arist+teles7 Arist+teles $oi o 5lti*o 9rande $il+so$o 9re9o da tradiç!o cl(ssica7 eois de sua *orte, do decl>nio das cidades 9re9as e de sua cultura, houve u* er>odo de incertezas ue erdurou at" o sur9i*ento do cristianis*o7 Co* esse siste*a, erdurou u* er>odo de ro$unda trans$or*aç!o na *entalidade do ho*e* ocidental7 P(9ina X0 urante a .dade '"dia, so a in$lu8ncia do ensa*ento crist!o, a cultura 9re9a $oi considerada a9!7 Pri*eira*ente, orue os 9re9os era* olite>stas acreditava* e* v(rios eusesB, enuanto ue ara o cristianis*o h( u* s+ eus *onote>s*oBJ deois, orue os 9re9os era* conhecidos ela sua curiosidade e investi9aç!o racional, ou se6a, uando se tratava de conhecer a natureza, era* *ovidos ela d5vida, enuanto o cristianis*o era aseado na $"7 A searaç!o entre $" e raz!o $oi a uest!o da eoria do Conheci*ento ue revaleceu no er>odo *edieval e se tornou a *ais conhecida7 Vale le*rar ue uest!o se*elhante ocorreu no in>cio da $iloso$ia na %r"cia Anti9aH o oder e)licativo do *ito sore a natureza teve sua $orça atenuada enuanto se desenvolveu a adoç!o de e)licaçMes oriundas da 4iloso$ia7 No er>odo *edieval, or"*, revaleceu a ersectiva reli9iosa7 ois dos rinciais ensadores crist!os $ora* Santo A9ostinho e S!o o*(s de Auino, a*os se aseara* na $iloso$ia 9re9a ara $unda*entar as verdades da $"7 ? ri*eiro aseou se no ensa*ento de Plat!o e o se9undo no ensa*ento de Arist+teles7 P(9ina X1
Cap,tulo /
Euest6es do conhecimento no pensamento moderno e contempor@neo #ailidades ? conheci*ento das conceçMes eiste*ol+9icas teoria do conheci*entoB dos $il+so$os *odernos e conte*or:neos sore as ori9ens e ossiilidades do conheci*ento nos ossiilita* aontar as se9uintes hailidades a sere* traalhadasH re$letir critica*ente essa te*(tica, uscar e interretar in$or*açMes e dados, e)trair conclusMes e 6ul9ar, ar9u*entar e de*onstrar conheci*ento sore o assunto, elaorar s>nteses7
SecMes de estudo
Se3o !7 A redescoerta da racionalidade Se3o 27 Ca*inhos oss>veis ara o conheci*ento Se3o "7 @uestMes da eoria do Conheci*ento na Conte*oraneidade P(9ina X2
Se3o ! 8 redesco5erta da racionalidade A tradiç!o da eoria do Conheci*ento iniciada co* os $il+so$os 9re9os ercorreu a hist+ria ocidental, insirando todos os er>odos suseuentes7 A assa9e* do ensa*ento cl(ssico 9re9o ara o ensa*ento *edieval $oi *arcada or u*a controvertida rutura ue alterou o *odo dos ho*ens entendere* a realidade7 Por u* lado, a cultura 9re9a inclu>a u*a tradiç!o racionalista e eseculativa no conheci*ento da natureza, o ue o$erecia risco aos do9*as crist!os7 ?s 9re9os cultuava* v(rios deuses, era* olite>stas, enuanto o cristianis*o sur9iu co*o culto *onote>sta, isto ", culto a u* 5nico eus7 Por outro lado, a cultura 9re9a era *a9n>$ica, *es*o aos olhos dos do9*(ticos doutores da .9re6a7 Al"* do ue, a dial"tica dos 9re9os, soretudo a latDnica, serviu de oderoso *eio de ar9u*entaç!o e $unda*entaç!o das verdades da $"7 .nicial*ente, 9rande arte dos $ilodo, a Fscritura Sagrada reresentava u*a das $ontes *ais con$i(veis de conheci*ento7 A natureza era interretada co*o u*a escritura divina na ual ci8ncia, *oral e realidade se $undia*7 'ais do ue conhecer e do*inar a natureza, a Ci8ncia deveria ser u* *odo de ilustrar a verdade teol
Poucos saia* ler e escrever no er>odo *edieval, e os ho*ens letrados articiava* do clero7 A$inal, a .9re6a do*inou os *eios de educaç!o e $or*aç!o intelectual desde o s"culo .V, uando o i*erador ro*ano Constantino reconheceu e deu lierdade ao cristianis*o, at", aro)i*ada*ente, o s"culo `.. - uando todo anora*a cultural, ol>tico e econD*ico do ?cidente co*eçou a *udar7 P(9ina X3 'as o ensa*ento *edieval n!o consistiu unica*ente na oedi8ncia ce9a aos do9*as crist!os7 A $orça do ensa*ento hu*ano, suordinada a estes do9*as or lon9a data, n!o er*aneceu inerte e ressur9iu a artir do ue os historiadores deno*inara* de Pr"-renasci*ento do s"culo `..7 Con$or*e Aa9nano 2000B, uando os doutores da Igre&a reto*ara* a dialética co* a $inalidade de $ortalecer a $é, acaara* in$luenciando o r+rio siste*a do9*(tico, u*a vez ue reestruturara* o conte5do do9*(tico dentro de u* siste*a conceitual coerente7 A dial"tica $oi introduzida nos deates crist!os ela #atr,stica e, *ais tarde, $oi revitalizada ela Fscol'stica7 Patr>stica re$ere-se a u* n5cleo de estudos dos $unda*entos e doutrinas do Cristianis*o ue erdurou do s"culo .. at" o V...7 Reunia doutores da .9re6a, cu6o rincial o6etivo era $undamentar racionalmente as verdades da $é; conciliando $é e ra=3o 7 scol(stica re$ere-se a u* n5cleo de estudos crist!os ue sucedeu a Patr>stica, erdurou do s"culo .` at", aro)i*ada*ente, o s"culo `V. e teve o *es*o o6etivo da sua antecessoraH conciliar a Teologia com a ?iloso$ia e $unda*entar as verdades das escrituras sa9radas7 U*a *arca da scol(stica " a in$lu8ncia aristot"lica7 ntre os s"culos `.. e `... sur9ira* as ri*eiras universidades, ratica*ente do*inadas ela scol(stica, ue ensinava* as sete artes li5eraisH o tri!ium, ue era* os conheci*entos liter(rios %ra*(tica, Ret+rica, ial"ticaB e o qua$ri!ium, ue era* os conheci*entos cient>$icos Arit*"tica, %eo*etria, Astrono*ia, '5sicaB7 As sete artes lierais ue co*reende* o tri!ium e o qua$ri!ium constitue* u* ro9ra*a de educaç!o criado or Alcu>no de bor<, estudioso e catedr(tico ue viveu no s"culo V...7 4oi nesse er>odo, ta*"*, ue co*eçara* a ser traduzidas as o5ras gregas Gue haviam sido proi5idas durante Guase toda a Idade Bédia , al"* das oras (raes sore as ci8ncias da natureza, ue che9ava* T uroa or *eio dos navios *ercantes ou or cavaleiros ue retornava* das cruzadas7 sses $atores, 6unto a outros de orde* ol>tica e econD*ica, co*o a decad8ncia do
$eudalis*o e o cresci*ento das cidades, dera* in>cio a u*a revoluç!o cultural ue $icou conhecida co*o *enascimento7 P(9ina X e *odo 9eral, o Renasci*ento $oi u* er>odo hist+rico *arcado elo dese6o do ho*e* de roduzir conheci*entos e orientar sua vida de $orma autHnoma, ela sua capacidade prnica $azendo dissecaçMes e e)eri*entos e* ani*ais7 le tratava o coro hu*ano co*o suorte da al*a e sua ora $oi considerada de$initiva ara a r(tica da *edicina durante toda a .dade '"dia7 No Renasci*ento, or"*, cada vez *ais estudiosos, co*o o *"dico el9a Andreas Vesalius, assara* a e$etuar seus estudos anatD*icos direta*ente e* coros hu*anos e a aontar os erros de anato*istas anteriores7 Se voc8 uiser saer *ais sore as *udanças ocorridas no s"culo `.., ue cul*inara* no Renasci*ento Cl(ssico do s"culo `.V, usue livre*ente na internet elos ter*os Renasci*ento do s"culo `..Q e Renasci*ento Cl(ssicoQ7 Sore esse 5lti*o, esuise, ta*"* or i*a9ensQ e voc8 encontrar( u*a s"rie de oras de arte, inventos e ersona9ens interessantes deste er>odo da hist+ria7 a*"* ode consultar o livro O &enascimento de Nicolau Sevcenticos e econD*icos ue $avorecera* o Renasci*ento7 ?utro livro interessante sore a .dade '"dia " O pensamento me$ie!al, de .n8s C7 .n(cio e :nia Re9ina de /uca7 Sore a uest!o cos*ol+9ica do Renasci*ento, usue livre*ente na internet elos ter*osH %alileu %alilei, Co"rnico e Ptolo*eu7 A rearaç!o ara a 'odernidade A 'odernidade n!o $oi $ruto so*ente da trans$or*aç!o intelectual ocorrida no Renasci*ento, *as, ri*eira*ente, das trans$or*açMes econD*icas e ol>ticas ue decorrera* dauele er>odo7 P(9ina X
4ora* *udanças i*ortantes co*oH a introduç!o de u* co*"rcio asica*ente *onet(rio, ue a9ilizava *uito a circulaç!o de *ercadorias e a acu*ulaç!o de riuezasJ a descoerta de novas terras e as t"cnicas de nave9aç!o na corrida ara a aroriaç!o dessas terrasJ e a invenç!o da i*rensa, ue $avoreceu a ulicaç!o de docu*entos e livros7 sses $ora* al9uns $atores ue e)i9ira* e $o*entara* u* tio di$erenciado de conheci*ento ue n!o era o conheci*ento reli9ioso *edieval ne* o $ilos+$ico 9re9o, se6a orue o ri*eiro estava irre*ediavel*ente su*etido T censura dos do9*as, o se9undo, vinculado Ts especula6es meta$,sicas e ouco concretas ara atender Ts e)i98ncias da nova orde* social7 ? ter*o *eta$>sicaQ se re$ere Tuilo ue est( al"* da $>sica, al"* de nossa realidade7 'uitas das $iloso$ias 9re9as anti9as s!o deno*inadas *eta$>sicas or rocurare* e)licar a realidade a artir de $unda*entos ue s!o di$>ceis de sere* e)licados a artir do ue ercee*os co*o realidade7 Nas universidades *edievais, centros rodutores do conheci*ento da "oca, o de5ate revalecia sore a e)eri*entaç!o7 As diversas ideias e teorias era* aresentadas e as uestMes diver9entes resolvidas, re$erencial*ente, or *eio da argumenta3o lrica ue n!o $osse ara ilustrar os tratados anti9os, validados ela cristandade7 Al"* disso, os doutores ue se envolvia* nesses deates aoiava*-se, al"* das escrituras sa9radas, nas ideias de Plat!o e Arist+teles, $unda*ental*ente naueles asectos ue n!o contrariasse* as verdades reveladas7 ste tio de r(tica intelectual n!o dava conta da vida realQ, ue e)i9ia do ho*e* *oderno u* conheci*ento alic(vel e e$iciente na invenç!o de tecnologias de roduç!o, no do*>nio e e)loraç!o da natureza, na uranizaç!o das cidades etc7 4rancis =acon, $il+so$o in9l8s do s"culo `V., $oi u* dos rinciais de$ensores de u*a nova ci8ncia, aseada e* e:perimenta6es emp,ricas, ue n!o estivesse resa aos do9*as reli9iosos e ne* aos en9anos do senso co*u*7 =acon acreditava ue o conhecimento d' ao homem poder so5re a nature=a7 Nesse sentido, a Ci8ncia deveria servir ara o ro9resso e a e:pans3o do império humano7 nuanto o conheci*ento dos 9re9os tinha u* $i* e* si *es*o, ou se6a, era conhecer or conhecer, ara a 'odernidade o conheci*ento tinha u* $im pr'tico, de *elhora*ento das condiçMes da vida hu*ana, de progresso7 P(9ina XX Na sua ora, o!um Organum, =acon roMe novas ases ara a Ci8ncia7 Critica a 4iloso$ia 9re9a e su9ere co*o $onte do conheci*ento as in$or*açMes o6etivas, otidas or *eio da e)eri*entaç!o7 iz ele =AC?N apu$ VR%, 1GLBH
Aueles dentre os *ortais, *ais ani*ados e interessados, n!o no uso resente das descoertas 6( $eitas, *as e* ir *ais al"*J ue este6a* reocuados, n!o co* a vit+ria sore os advers(rios or *eio de ar9u*entos, *as na vit+ria sore a natureza, ela aç!oJ n!o e* e*itir oiniMes ele9antes e rov(veis, *as e* conhecer a verdade de $or*a clara e *ani$estaJ esses, co*o verdadeiro $ilhos da ci8ncia, ue se 6unte* a n+s, ara, dei)ando ara tr(s os vest,5ulos da ci8ncia, or tantos al*ilhados se* resultado, enetrar*os e* seus recDnditos do*>nios7 Vest>ulosH Antessala ou rearaç!o ara a ci8ncia7 Auela, ara =acon, ainda n!o era a ci8ncia roria*ente dita7 Co*o reviuQ =acon, na 'odernidade nascera* as rinciais ci8ncias ue conhece*os ho6e, e as uestMes sore o conheci*ento er*anecera* sendo $unda*entais ara $il+so$os e cientistas dessa "oca, tornando-se, inclusive, *ais co*le)as7 e *odo 9eral, a eoria do Conheci*ento, na 'odernidade, $oi olarizada or tr8s 9randes vertentes ue *antivera* vivo o deate acerca da relaç!o entre su6eito e o6etoH o Racionalis*o, o *iris*o e o Criticis*o7 As tr8s vertentes 9uarda* entre si se*elhanças e di$erenças7 Pri*eira*ente, " reciso en$atizar ue nenhu*a delas ne9a a atividade sens>vel, ne* a atividade racional7 Al"* disso, auilo ue conhece*os n!o s!o as coisas *es*as, *as s!o nossas reresentaçMes su6etivas, ideias, das coisas7 No entanto, elas di$ere* no ue se re$ere T assa9e* das sensaçMes ara as deias7 Para o Racionalis*o, a atividade co9noscente constitui e or9aniza o *undo o6etivo7 Para o *iris*o, a atividade co9noscente areende a constituiç!o e a orde* do *undo o6etivo, areendido elos sentidos7 Por $i*, ara o Criticis*o, a atividade co9noscente " tal ue 6a*ais odere*os conhecer as coisas *es*as, u*a vez ue nossas estruturas e cate9orias *entais, ue s!o inatas, ue $aze* arte do *odo hu*ano de conhecer, se*re ir!o in$luenciar o conheci*ento das coisas7 Para o *iris*o, uando nasce*os a *ente " tal e ual u*a t(ula rasa, o ue si9ni$ica dizer ue nasce*os co* a *ente vazia e ue so*ente co* a e)eri8ncia al9o " escrito nela7 P(9ina XO Para o Racionalis*o, a *ente ode, de $ato, alcançar as verdades universais7 isto " oss>vel orue, de al9u* *odo, as ideias universais ode* ser desenvolvidas elo ensa*ento racional7
Para o Criticis*o, o conheci*ento " a s>ntese do dado na nossa sensiilidade e dauilo ue o nosso entendi*ento roduz or si *es*o7 Por"*, o conheci*ento nunca " o conheci*ento das coisas e* siQ, *as de co*o elas se d!o no su6eito, ou se6a, os o6etos do conheci*ento s!o deter*inados na natureza do su6eito ensante7 ? criticis*o n!o roMe u*a osiç!o c"tica, *as cr>tica e, di9a*os, descon$iada, e* relaç!o ao conheci*ento, ou, co*o a$ir*a ant, o criticis*o " o *"todo $ilos+$ico ue consiste e* investi9ar as $ontes das a$ir*açMes e das o6eçMes ue $aze*os, e* co*o as razMes e* ue elas se aseia*7
Se3o 2 Caminhos poss,veis para o conhecimento Nesta seç!o, voc8 estudar(, reve*ente, al9uns ca*inhos oss>veis sore o conheci*ento, desenvolvidos elos *odernos Ren" escartes e sua ersectiva Racionalista, #u*e e sua +tica *irista, ant e a roosta Criticista7 a*"* ver( as ersectivas dos $il+so$os conte*or:neos uhn e 4eEeraend7
29! %escartes e o *acionalismo U*a das rinciais caracter>sticas do ensa*ento *oderno " a consideraç!o do su6eito racional co*o $unda*ento ara o conheci*ento e o reconheci*ento da atividade co9noscente, co*o o rinc>io ue constitui e ordena o *undo o6etivo7 ? $il+so$o Ren" escartes 1GX-1X0B, conhecido co*o $undador do racionalis*o *oderno, considera ue aesar da ossiilidade ine9(vel de se oter in$or*açMes dos coros or *eio dos +r9!os dos sentidos, a ess>ncia dos corpos é acess,vel somente pela ra=3o7 o caso do conceito de e:tens3o7 Pode*os de$inir u* coro ualuer co*o u*a coisa e:tensa7 As caracter>sticas co*o $or*a, cor, odor, te)tura, n!o serve* ara de$inir este coro, ois elas n!o er*anece* nele7 No entanto, a e:tens3o se*re er*anece co*o seu atriuto, visto ue todo coro a te*7
Ve&a o e:emplo9 Considere u* ra*alhete de rosas rancas esuecido sore a *esa7 Ao cao de dez dias, suas caracter>sticas se alterara*, *as *es*o *udando a $or*a, a cor, o cheiro etc7, " oss>vel continuar a$ir*ando ue esta*os diante de u*a deter*inada e)tens!o ou de deter*inada uantidade de *at"ria or9:nica ve9etal7 P(9ina XL Al9u*a coisa se conservou7 Se asoluta*ente nada se conservasse, se tudo *udasse a todo o instante, o conheci*ento seria i*oss>vel7 ? ue se
conservou, no caso do ra*alhete de $lores, $oi 6usta*ente a e:tens3o, visto ue " u* conceito e n!o u*a si*les i*a9e*7 ?serve ue o ra*alhete de $lores te* sua e)tens!o alterada a cada dia ue assa, *as a e)tens!o n!o desaarece7 Pensa escartes ue a e)tens!o dos coros n!o decorre da erceç!o sensorial, *as so*ente ode ser catada elo entendi*ento7 ?s coros *ateriais se trans$or*a* constante*ente e os sentidos cata* desses 6usta*ente as caracter>sticas ue n!o er*anece*, enuanto a raz!o cata as noçMes essenciais re$letidas nas coisas concretas7 Para escartes, a 'ate*(tica " considerada a ase do conheci*ento cient>$ico orue essa ci8ncia recisa, ri9orosaQ " a ue *elhor nos aoiaria no conheci*ento da natureza7 Para escartes, ser hu*ano " u*a 6unç!o deH - u* coro res e%tensaB, - e u*a al*a res cogitans B. Co9itansH ? ter*o cogito si9ni$ica ensa*ento7 A res e%tensa re$ere-se T e)tens!o do coro e nisso os seres hu*anos s!o co*o as coisas e* 9eral7 A res cogitans re$ere-se T al*a, ue " a arte ensante do ser hu*ano, di$erindo, ent!o, das coisas e dos outros ani*ais7 sse ensador de$ende ue os dados o5tidos pelos sentidos s3o imprecisos de*ais ara sere* to*ados co*o ase do conheci*ento cient>$ico7 ;( os conheci*entos otidos ela via do racioc>nio l+9ico, soretudo o *ate*(tico, s!o racional*ente de*onstr(veis, recisos, universais e se9uros ara sustentar a Ci8ncia7 ?s asectos r+rios dos o6etos, co*o $or*a, te)tura, cor etc7, s!o retirados direta*ente dos o6etos ou das açMes hu*anas sore esses, *as eles n!o s!o su$icientes ara e)licar as relaçMes ue estaelece*os uando conhece*os7 ?s conceitos dos uais n!o te*os re$er8ncia sens>vel, co*o " o caso dos rinc>ios da 4>sica e da 'ate*(tica, as ideias de e)tens!o, in$initude, unidade, n5*ero, esaço, te*o, causalidade etc7, so*ente s!o alcançados co* a atividade racional7 escartes iniciou sua investi9aç!o sore o conheci*ento e)a*inando se suas oiniMes era* verdadeiras ou se era* *eras ilusMes, artindo da identi$icaç!o do erro, or *eio da radicalizaç!o da dvida 7 P(9ina XG @ual " a ori9e* do erroW Por ue al9u*as essoas erra* e outras acerta*W Por ue u*a *es*a essoa ora acerta, ora erraW Seria oss>vel acerta*os se*reW Si*, resonderia escartes7 Para tanto, recisa*os reconhecer ue a $onte de nossos erros " a $alta de u* *"todo er$eito e de$initivo, ue nos conduza ao
conheci*ento verdadeiro e n!o nos dei)e sucu*ir ao erro, ela reciitaç!o e ela revenç!o7 As essoas erra* orue se precipitam, n!o oserva* e n!o re$lete* ausada*ente sore auilo ue dese6a* conhecer7 Se o $izesse*, ent!o, seria* caazes de encontrar os asectos do o6eto ue n!o co*orta* nenhu*a d5vida, ou se6a, oderia* encontrar as evid>ncias7 A artir dessas evid8ncias, seria oss>vel conhecer o o6eto, *as as essoas costu*a* e*itir 6u>zos suer$iciais e tirar conclusMes ali9eiradas acerca da realidade, e assi*, erde*-se dele7 a*"* as essoas erra* or preven3o , isto ", ae9a*-se a reconceitos e oiniMes in98nuas e, antes *es*o de aordar o o6eto do conheci*ento, acredita* saer al9o sore ele, dei)ando, assi*, de continuar investi9ando a realidade7 Por"*, u*a vez ue se6a alicado correta*ente o método per$eito, " oss>vel con$iar na veracidade do conheci*ento otido or *eio dele7 'as ual seria este *"todoW ? r+rio escartes resondeH Y777Z assi*, e* vez desse 9rande n5*ero de receitos de ue se co*Me* a l+9ica, 6ul9uei ue *e astaria* os uatro se9uintes, desde ue to*asse a $ir*e e constante resoluç!o de n!o dei)ar u*a s+ vez de oserv(-los7 ? ri*eiro era o de 6a*ais acolher al9u*a coisa co*o verdadeira ue n!o conhecesse evidente*ente co*o tal Y777Z, e de nada incluir e* *eus 6u>zos ue n!o se aresentasse t!o clara e t!o distinta*ente a *eu es>rito, ue eu n!o tivesse nenhu*a ocasi!o de D-lo e* d5vida7 ? se9undo, o de dividir cada u*a das di$iculdades ue eu e)a*inasse e* tantas arcelas uantas oss>veis e uantas necess(rias $osse* ara *elhor resolv8-las7 ? terceiro, o de conduzir or orde* *eus ensa*entos, co*eçando elos o6etos *ais si*les e *ais $(ceis de conhecer, ara suir, ouco a ouco, co*o or de9raus, at" o conheci*ento dos *ais co*ostos, Y777Z o 5lti*o, o de $azer e* toda arte enu*eraçMes t!o co*letas e revisMes t!o 9erais, ue eu tivesse a certeza de nada o*itir7 SCARS, 1GO3, 7 3OB7 P(9ina O0 Portanto, o *"todo cartesiano consiste e* estaelecer u*a evid8ncia a artir da d5vida, realizar o e)erc>cio da an(lise e da s>ntese, assi* co*o da enu*eraç!oIrevis!o7 sses s!o os rocedi*entos ue, se9undo o $il+so$o, conduze* os ho*ens ao conheci*ento se9uro e cient>$ico7 Para escartes, so*ente ode* ser aceitas co*o verdadeiras as roosiçMes ue se aresentare* T raz!o co*o induit(veis7 Portanto, " necess(rio antes
su*eter todo conheci*ento T d5vida, e)ata*ente ara descartar o ue n!o resiste a ela7 ?serve ue o ri*eiro asso do *"todo cartesiano " a d5vida7 A d5vida cartesiana " a dvida met
8luno ! K Quan$o o professor e%plica bem a matéria, a gente não fica com $'!i$as e consegue se sair bem na pro!a. Quan$o o professor fica em $'!i$a, a gente não confia no que ele est( ensinan$o.
8luno 2 K )as tem professor que e%plica bem a matéria e nem sempre respon$e *s perguntas que a gente fa#, *s !e#es ele também não sabe a resposta. +ssim, a gente tem que perguntar para os colegas, pesquisar e tentar respon$er so#inha.
8luno ! K sso é muito chato, a gente pensa, pensa e fica sem saber qual é a resposta certa. Ora, professor bom é aquele que não $ei%a a gente com $'!i$as.
Voc8 ensa ue a d5vida do aluno deve ser se*re sanada e a d5vida do ro$essor se*re ocultadaW P(9ina O1 Ser( ue a aus8ncia da d5vida " se*re sinal de arendiza9e* e de conheci*entoW Re9istre aui sua ersectiva7 ? racionalis*o cartesiano teve cr>ticos de valor, co*o o $il+so$o ;ohn /ocvel or *eio da e)eri8ncia e*>rica7 Saia u* ouco *ais sore o *iris*o, e* $unç!o das ideias de ;ohn /oc
? *iris*o a$ir*a ue os seres hu*anos nasce* co* a *ente vazia7 A artir das ri*eiras e)eri8ncias ue te*os " ue sur9e* as ri*eiras ideias, ue nada *ais s!o do ue reresentaçMes das coisas concretas, erceidas or *eio dos +r9!os dos sentidos e acu*uladas desde o nasci*ento7 Se9undo o $il+so$o e*irista ;ohn /ocsico co* os o6etos, a *ente trans$or*a os dados otidos e* ideias simples7 Por e)e*lo, voc8 v8 u* livro sore a *esa, $echa os olhos e ercee ue 9uardou u*a imagem mental id>ntica do Gue viu7 =e*, essas ideias simples v!o sendo co*inadas ela r+ria atividade racional e v!o $or*ando outras ue s!o deno*inadas comple:as7 Assi* " sucessiva*ente, at" ue se ossa che9ar a ideias co* alto 9rau de co*le)idade l+9ica7 'as, or $i*, tudo o ue haita a *ente hu*ana, de al9u*a $or*a, te* sua ori9e* na e)eri8ncia concreta7
Jume e o Fmpirismo ?utro conhecido e*irista " avid #u*e 1O11-1OOXB7 Para esse $il+so$o, a $onte do conheci*ento " a percep3o e a associaç!o *ental das ideias ue dela decorre*7 P(9ina O2 'as voc8 sae o ue " erceç!oW As percep6es s3o ocorr>ncias mentais e ode* ser de duas classes, ue se di$erencia* entre si elo 9rau de vivacidade co* ue se aresenta* ao su6eito do conheci*ento7 S!o elasH -as i*ressMes ou sensaçMesJ -as ideias7 As impress6es s!o consideradas *ais vivas e i*ediatas, ois enetra* co* *ais $orça e evid8ncia na consci8ncia7 Por e)e*loH @uando va*os T sauna, senti*os e* nosso coro o calor do vaor e o choue t"r*ico da ducha $ria, essas s!o sensaçMes e)ternas7 'as ta*"* " oss>vel ter sensaçMes internas, co*o u* senti*ento de ci5*es, ue se $or $orte ode ser avassalador ara o coro e o ensa*ento7 ssas s!o i*ressMes ou sensaçMes ue se d3o ao su&eito sem Gue ele pense nelas, elas n!o oedece* a ualuer l+9ica, e toda conclus!o ue decorre delas s!o suosiçMes, roailidades7 ;( as ideias nada *ais s!o do ue c
stando na sauna, ode*os le*rar das sensaçMes ue nos causou uando est(va*os e* casa, ode*os anteci(-las ela i*a9inaç!o, ou ode*os at" e)licar a sauna co*o u* $enD*eno $>sicou>*ico, or"*, essas le*ranças ou reresentaçMes *entais 6a*ais ter!o a $orça da sensaç!o ori9inal, do $enD*eno vivenciado7 ? *es*o ocorre uando le*os u* oe*a de a*or e traiç!o e nos le*ra*os do senti*ento de ci5*es, n!o " oss>vel di*ensionar a di$erença de intensidade ue h( entre u* e outro7 Preste atenç!o nas se9uintes alavras de #u*e7 ri*eira vista, nada arece *ais ili*itado do ue o ensa*ento hu*ano Y777Z e)a*inando o assunto *ais de erto ve*os ue e* realidade ele se acha encerrado dentro de li*ites *uito estreitos e ue o oder criador da *ente se reduz T si*les $aculdade de co*inar, transor, au*entar ou di*inuir os *ateriais $ornecidos elos sentidos e ela e)eri8ncia Y777Z * resu*o, todos os *ateriais do ensa*ento deriva* da sensaç!o interna ou e)ternaJ s+ a *istura e co*osiç!o dessas deende* da *ente e da vontade7 #U', 1GG2, 7O0B7 Para #u*e, toda a nossa atividade *ental consiste e* $azer associaçMes de erceçMes derivadas da e)eri8ncia7 A *ente arte de ideias si*les, oriundas das i*ressMes sens>veis, e, or *eio de oeraçMes associativas, d( ori9e* a outras co*le)as7 A ossiilidade de co*inaçMes de ideias " t!o 9rande ue ode nos levar a crer ue al9u*as nada t8* a ver co* a e)eri8ncia concreta7 e $ato, h( id"ias otidas ela alicaç!o do racioc>nio, elas construçMes das relaçMes l+9icas ue n!o necessita* de e)eri8ncia r"via e n!o ode* ser veri$icadas no *undo concreto7 o caso da /+9ica e da 'ate*(tica7 ?s verdadeiros o6etos de conheci*ento da raz!o n!o s!o auilo ue ercee*os, *as as relaçMes entre as coisas ue ercee*os7 las se divide* e*H - relaçMes de ideiasJ - relaçMes ou uestMes de $ato7 ssas relaçMes ou associaçMes n!o s!o aleat+rias, *as se9ue* al9uns rinc>ios universais de associaç!o7 As ri*eiras, as rela6es de ideias, en9loa* as roosiçMes cu6as relaçMes acontece* unica*ente entre ideias, se* e)istire* de $ato na natureza s!o n5*eros, $or*as 9eo*"tricas, $+r*ulas *ate*(ticas etc7B7 ssas relaçMes se9ue* rinc>ios deH
SemelhanaJ ContrariedadeJ raus de GualidadeK Euantidade ou nmero7
oss>vel realizar lon9os racioc>nios a artir delas se* se alterare*, orue n!o deende* dos $enD*enos concretos7 S!o roosiçMes consideradas certas or de*onstraç!o l+9ica e or intuiç!o, indeendente*ente do n>vel de co*le)idade a ue s!o levadas, conserva* se*re sua e)atid!o, roduzindo u* conheci*ento universal e lo9ica*ente necess(rio, e, or isso *es*o, n!o ode* ser otidas or *eio de e)eri8ncia concreta, 6( ue toda e)eri8ncia " articular7 Portanto, essas relaçMes entre ideias n!o trata* do conte5do do *undo7 P(9ina O As se9undas, rela6es ou Guest6es de $ato , en9loa* as relaçMes ue descreve* os aconteci*entos concretos, e essas n!o est!o su6eitas Ts re9ras l+9icas, aenas se revela*, da $or*a co*o s!o erceidas, no *o*ento da e)eri8ncia vivida7 ssas relaçMes se9ue* rinc>ios de semelhana, contiguidade no te*o e no esaçoB e causa e e$eito7
ContiguidadeH @ue est( r+)i*o, " ad6acente, ue avizinha7 4 princ,pio da semelhana $az co* ue, ao ver*os u* o6eto, i*ediata*ente nos re*eta*os a outro ue lhe " se*elhante7 Por e)e*lo, uando u* caiira na cidade 9rande visita u* 6ardi* ot:nico e le*ra de seu s>tio, ou uando o vinho derra*ado na ca*isa le*ra ao *"dico u*a *ancha de san9ue7 4 princ,pio de contiguidade $az co* ue, ao ver*os u* o6eto, auto*atica*ente venha T *ente outro o6eto ue lhe " cont>9uo7 Por e)e*lo, uando ve*os al9u"* se $erir 9rave*ente, lo9o i*a9ina*os a dor ue deve estar sentindo, ou ent!o, uando visita*os u* aarta*ento de u* r"dio lo9o i*a9ina*os os outros aarta*entos7 4 princ,pio de causa e e$eito nos leva a relacionar o ue antecede e o ue sucede u* o6eto oservado7 Por e)e*lo, uando u* *"dico le9ista investi9a a causa da *orte de al9u"*, analisa o $eri*ento e i*a9ina ue instru*ento ode t8-lo causado, ou, uando al9u"* nos diz ue derra*ou (9ua $ervente sore a *!o, i*ediata*ente suo*os ue deve ter ocorrido u*a uei*adura7 No entanto, a relaç!o de causa e e$eito ue o ho*e* 6ul9a erceer na natureza " $ruto da induç!o, ue n!o 9arante a er*an8ncia das coisas7 Para #u*e 1GG2B, a causalidade so*ente e)iste no ensa*ento e " decorrente do h(ito7 Nada e)iste na e)eri8ncia concreta ue 9aranta esta relaç!o7 #u*e 1GG2B cha*a atenç!o ara os eu>vocos ue o h'5ito ode roduzir7 ? $ato de u* $enD*eno acontecer *uitas vezes $az co* ue o ho*e* se acostu*e co* ele e asse a eserar ue ele se reitaJ assi*, cria-se o h(ito7 odas as vezes ue u*a edra " 6o9ada ara ci*a, ela cai, o ho*e* 6( se acostu*ou a ver esse $enD*eno e* toda sua vida, *as disso n!o decorre ue
este $enD*eno ocorrer( se*re7 Pode ser, ue* sae, ue u* dia ela n!o caia7 Pode*os suor, or e)e*lo, ue daui a al9u*as centenas ou *ilhares de anos, as condiçMes at*os$"ricas *ude* e a /ei da %ravidade se6a ne9ada7 A certeza no ue " oservado " conseu8ncia de nosso treina*ento, desde a in$:ncia, e* deci$rar e classi$icar as *ensa9ens do *eio a*iente, ara nossa adataç!o e soreviv8ncia neste *eio7 P(9ina O Avisa #u*e 1GG2B ue o h(ito ode nos levar a conclusMes reciitadas sore as coisas e suas relaçMes7 Se todo conheci*ento se ori9ina das erceçMes, al9u*as de i*ressMes sens>veis e articulares e ue n!o serve* co*o re$er8ncia universal e outras de id"ias co*le)as ue n!o deriva* da e)eri8ncia concreta, ent!o o conheci*ento hu*ano n!o " certo, *as apenas prov'vel 7 Para #u*e 1GG2 B, certo seria se ad*it>sse*os ue, real*ente, n3o conhecemos nada 7 ?serve ue #u*e 1GG2 B nos aresenta u*a cr>tica ao *"todo indutivo7 le a$ir*a ue n!o " oss>vel 6usti$icar nenhu*a das verdades otidas or induç!o7 ? $ato de o ho*e* resenciar $enD*enos ue se reete*, n!o si9ni$ica ue ele ode in$erir ue os $enD*enos se*re acorrer!o da *es*a *aneira7 Pela induç!o a artir de ocorr8ncias articulares, n!o " oss>vel $azer 6u>zos universais, visto ue n!o " oss>vel e)eri*entar o universal, aenas o articular e esec>$ico7
*e$litaD Pense no seu conheci*ento sore as cores7 Certa*ente voc8 conhece diversas cores e e* diversos *atizes7 .*a9ine ue entre tantas cores ue voc8 conhece n!o est( o ver*elhoJ ou se6a, hiotetica*ente $alando, voc8 si*les*ente nunca viu o ver*elho7 A9ora i*a9ine ue lhe $osse aresentada u*a escala de diversos *atizes de ver*elho, do *ais $raco ara o *ais $orte, or"*, $altando u* dos *atizes7 ? ue vai ocorrer " u*a distancia *aior entre aueles dois *atizes cont>9uos e* ue $alta u* *ais do ue entre os outros *atizes da escala7 ResondaH Voc8 ensa ue, *es*o se* conhecer a cor ver*elha, seria oss>vel identi$icar a $alta de u* *atiz na escala de ver*elhoW ;usti$iue sua resosta7 Se9undo #u*e si*, visto ue a *ente hu*ana " caaz de identi$icar a descontinuidade e tentar, ideal*ente, surir a $alta erceida7 P(9ina OX
ant e o Criticismo ant 1O2-1L0B " conhecido co*o u* dos *ais ri9orosos $il+so$os de todos os te*os7 No ue se re$ere T eoria do Conheci*ento, ode-se dizer ue a sua $iloso$ia ao *es*o te*o e* ue critica as teorias anteriores *iris*o in9l8s e Racionalis*o cartesianoB, de certa $or*a, a9lutina os seus asectos *ais i*ortantes7 ant, ao contr(rio do *iris*o, considera a e)ist8ncia de ideias a priori , ou se6a, antes da e)eri8ncia7 e *odo di$erente do Racionalis*o de escartes, ne9a ue ossa haver conheci*entos se9uros ue tenha* ori9e* na *eta$>sica, no lano divino, e* eus K ois a$ir*a ue desses assuntos n!o ode haver rovas, de *odo ue tudo ode ser a$ir*ado7 Considera ue o $enHmeno vivenciado " $onte necess(ria de conheci*ento, ao contr(rio do Racionalis*o, *as n!o ue se6a a 5nica $onte, ao contr(rio do *iris*o7 Se9undo ant 1GGXB, o conheci*ento inclui o *undo $>sico erceido sensivel*ente e as $aculdades *entais do su6eito co9noscente, no conte)to de u*a e)eri8ncia7 A e:peri>ncia " o *o*ento e* ue o su6eito atin9e sensivel*ente o o6eto e intui a sua e)ist8ncia7 la " $unda*ental ara o conheci*ento, nutre o entendi*ento e rovoca a i*a9inaç!o e as oeraçMes *entais do su6eito7 e *odo 9eral, o conheci*ento co*eça co* a e)eri8ncia7 No entanto, n!o se te* certeza da e)ist8ncia do *undo, e)ata*ente co*o ele ", visto ue a e)eri8ncia n!o nos er*ite conhec8-lo, e* si7 udo o ue che9a do *undo $>sico ao su6eito " o ue conse9ue assar elos seus sentidos e suas $aculdades co9nitivas7 Aui est( u*a uest!o ue interessa a ant 1GGXB7 le est( *enos interessado na constituiç!o da realidade do *undo $>sico do ue nas opera6es mentais e $aculdades do conhecimento do su&eito Gue conhece7 A participa3o do su&eito " $unda*ental no rocesso do conheci*ento, visto ue as categorias de an'lise da realidade, elas uais ela se torna conhecida, est3o no su&eito, s!o $or6adas e* sua *ente, ue " aastecida elo *undo erceido or *eio dos sentidos7 ? *eio elo ual o *undo " erceido, as $erra*entas de or9anizaç!o da e)eri8ncia e)terna e interna s!o, ara ant, uras, a priori , e " a elas ue ele se dedica esecial*ente7 P(9ina OO le identi$ica Guatro $aculdades do su&eito; pelas Guais é poss,vel produ=ir o conhecimento7 S!o elasH
-SensiilidadeIintuiç!oJ -.*a9inaç!oJ -ntendi*entoJ -Raz!o7 Se9undo ant 1GGXB, a sensi5ili=a3o " a caacidade de oter reresentaçMes a artir do *odo diverso co*o o o6eto nos a$eta7 a sensa3o " 6usta*ente o e$eito ue o o6eto roduz sore os +r9!os dos sentidos e sore a caacidade de reresentaç!o do su6eito7 .sso si9ni$ica ue a e)eri8ncia co* o o6eto e)i9e condiçMes a priori de sensiilizaç!o, caacidade de reresentaç!o i*ediata do su6eito7 Nesse sentido, ant a$ir*a ue os o6etos aarece* ara n+s e* $unç!o de co*o esses a$eta* nossos sentidos7 ant 1GGXB cha*a de intui3o o *odo co*o o conheci*ento se re$ere i*ediata*ente ao o6eto7 A imagina3o " entendida co*o u*a $aculdade inter*edi(ria entre a sensiilizaç!o e o entendi*ento e se re$ere T caacidade de reresentar o o6eto *es*o uando ele n!o est( resente7 a caacidade de reresentaç!o de u* o6eto intu>do, *ediante u* conceito, o ue si9ni$ica ue, ela i*a9inaç!o, " oss>vel $azer u*a s>ntese da *ultilicidade das coisas erceidas, ou dadas ela intuiç!o7 ? entendimento " o ue oera as cate9orias e rinc>ios a priori , ue v!o er*itir realizar a s>ntese do *5ltilo e)eri*entado e* conceitos universais7 ele ue d( unidade ao traalho das $aculdades anterior*ente citadas Con$or*e 'orente 1GO0, 7 22GB, conceito ara ant " u*a unidade *ental dentro da ual est!o co*reendidos u* n5*ero inde$inido de seres e de coisas7 Portanto, " universal e n!o ode ser atin9ido ela sensaç!o ue so*ente nos *ostra a *ultilicidade de coisas7 Por e)e*lo, os diversos ho*ens concretos e o conceito 5nico de ho*e*7 ? entendimento " o ue oera as cate9orias e rinc>ios a priori , ue v!o er*itir realizar a s>ntese do *5ltilo e)eri*entado e* conceitos universais7 ele ue d( unidade ao traalho das $aculdades anterior*ente citadas7 4inal*ente, a ra=3o " $aculdade ue, or natureza, e* nada se re$ere T e)eri8ncia, *as ao r+rio rocesso do entendi*ento7 A raz!o $az, ratica*ente, a *es*a tare$a do entendi*ento, *as n!o lida co* as reresentaçMes intu>das P(9ina OL e a or9anizaç!o de conceitos7 A raz!o lida antes co* as re9ras ue d!o unidade a essas reresentaçMes e aos conceitos7 a raz!o ue d( unidade Ts
re9ras do entendi*ento7 Por *eio de s>nteses internas, a raz!o ode che9ar aos seus r+rios rinc>ios, ue s!o ideias uras7 Para ant 1GGXB, o conheci*ento roduzido sore o *undo interno e e)terno " e)resso elo su6eito ue conhece, or *eio de &u,=os7 ?s 6u>zos s!o $rases $or*adas or u* su6eito do ual se declara al9o e or u* redicado ue " auilo ue se diz do su6eito7 Se9undo ant 1GGXB, esses 6u>zos ode* serH
8nal,ticos ou Sintéticos7 ?s &u,=os anal,ticos n3o dependem da e:peri>ncia, est!o li9ados aos conceitos e s!o 6u>zos a riori7 Nesse caso, o redicado 6( est( contido no su6eito, ou se6a, asta saer ue* " o su6eito ara saer, antes de ualuer e)eri8ncia, o redicado ue se alica a ele7 Ve6a o e)e*loH @uando ronuncio a $raseH Nos dias e* ue neva $az $rioQ, o redicado, ue " o $az $rioQ, 6( est( contido e* Nos dias e* ue nevaQ, ue " su6eito da oraç!o7 ?serve ue o atriuto $rioQ 6( est( contido, i*l>cito, no conceito neveQ7 Portanto, os 6u>zos anal>ticos, a priori, n!o acrescenta* nada de novo ao conheci*ento7 ?s &u,=os sintéticos, elo contr(rio, necessitam das in$orma6es intu,das pela sensa3o ara 6unt(-las, sintetiz(-las7 S!o 6u>zos a posteriori 7 les acrescentam ao su&eito da ora3o um predicado novo , ue lhe acrescenta u*a ualidade, n!o inclu>da no su6eito7 Reto*ando o e)e*lo anterior ara trans$or*(-lo e* u* 6u>zo sint"tico a posteriori , $icaria assi*H Nos dias e* ue neva " reciso usar a9asalhosQ7 Neste caso, o redicado n!o est( revia*ente dito no su6eito, ois se n!o houver a e)eri8ncia de sentir $rio e* dias de neve, n!o " oss>vel a$ir*ar auele redicado7 P(9ina OG #(, ta*"*, os 6u>zos sint"ticos a priori 7 ?corre* orue os 6u>zos sint"ticos ue deende* da e)eri8ncia, ue s!o a posteriori co*o $oi e)licado no ar(9ra$o anteriorB, s!o universalizados e to*ados co*o leis da natureza7 ant considera ue os 6u>zos sint"ticos a priori , aesar de li9ados aos conceitos e Ts sensaçMes n!o est!o li*itados T e)eri8ncia, or isso, s!o universais e necess(rios7 sses s!o os 6u>zos *ais adeuados Ts roosiçMes cient>$icas7 Pode-se dizer ue, co* esses 6u>zos, ant 6unta raz!o e e)eri8ncia7
Saia *ais sore os 6u>zos zo, ode*os reconhecer a verdade ou $alsidade do 6u>zo, indeendente*ente da e)eri8ncia e $unda*ental*ente a artir da an(lise do r+rio 6u>zo7 odo 6u>zo anal>tico " considerado u*a tautolo9ia orue, de certo *odo, reete no redicado o ue 6( $oi dito no su6eito7 Nesse sentido, todo 6u>zo anal>tico " considerado se*re verdadeiro, necess(rio e universal7 Contudo, eles n!o nos roorciona* u* conheci*ento [novo\ sore a realidade7 ?s 6u>zos anal>ticos s!o ditos a riori orue sua verdade ou $alsidade indeende* de e)eri8ncia7 Nos 6u>zos sint"ticos, o redicado " tal ue n!o ertenceQ ao su6eito, isto ", o redicado n!o est( contido no su6eito7 Por"*, o redicado ode ser dito sore o su6eito, isto ", ode*os atriuir tal redicado ao su6eito7 Ve6a u* e)e*loH S+crates est( sentado7 Ve6a ue o redicado [sentado\ n!o $az arte da constituiç!o do su6eito [S+crates\, *as " al9o ue ode*os e)ressar sore a condiç!o do su6eito7 sse " u* &u,=o sintético a posteriori; orue a verdade desse 6u>zo deende de certa [e)eri8ncia\, deende da nossa e)eri8ncia ara oder*os dizer se ele " verdadeiro ou $also7 ?serve o car(ter ca*iante de veracidade deste 6u>zo, da ossiilidade, ois u*a hora S+crates ode estar sentado e e* outra n!o7 Nos &u,=os sintéticos a priori; roo*os u* conheci*ento indeendente*ente da nossa e)eri8ncia, atriuindo u* redicado ue n!o est( dito no r+rio su6eito7 sses 6u>zos ta*"* e)ressa* al9o necessaria*ente verdadeiro ou necessaria*ente $also7 Ve6a u* e)7 a linha reta " a dist:ncia *ais curta entre dois ontosQ7 Neste tio de 6u>zo o su6eito retaB e o redicado ontosB se re$ere* a duas entidades distintas, o redicado n!o est( contido no conceito do su6eito, *as ode*os [intuir\ esta lei de *odo racional, indeendente*ente da e)eri8ncia7 sse 6u>zo sint"tico, a riori, aci*a, e)ressa u*a lei *ate*(ticaB, verdadeira e* todas as localidades, lu9ares e "ocas, indeendente*ente da e)eri8ncia de al9u"*7 P(9ina L0 A 4iloso$ia de ant in$luenciou a ci8ncia *oderna at" os dias atuais, ela sua cr>tica Ts teorias do conheci*ento anteriores, ue olarizara* a discuss!o *oderna sore o conheci*ento, ela sua r+ria e)licaç!o de co*o ocorre o conheci*ento e elo rilho e ela 9enialidade da l+9ica interna de seu ensa*ento7
Se3o "
Euest6es da Teoria do Conhecimento na Contemporaneidade escartes 1GX-1X0B, e* sua "oca, e n!o se ode esuecer ue era u*a "oca de crença no oder da raz!o, estava reocuado e* construir u* *"todo assentado na 'ate*(tica, ue 9arantisse u* conheci*ento verdadeiro7 #u*e 1O11-1OOXB, or seu lado, estava reocuado e* $rear a con$iança na raz!o co*o $onte 5nica de conheci*ento, uestionando a relev:ncia do *"todo dedutivo e do conheci*ento ura*ente astrato, uestionando, ta*"*, a ossiilidade do conheci*ento das coisas e* si e aontando as $alhas da alicaç!o do *"todo indutivo7 ssas duas teorias rota9onizara* u*a uest!o ri*ordial ara o conheci*ento cient>$ico conte*or:neo, n!o tanto elo seu asecto te+rico, " claro, *as elo aalo ue elas rovoca*, ainda ho6e, na con$iailidade ue o ho*e* aduiriu no conheci*ento cient>$ico7 reciso le*rar, or"*, de u*a outra corrente de ensa*ento, ue uscou sintetizar o e*iris*o e o racionalis*o e estaelecer a Ci8ncia co*o u* conhecimento positivo sore a natureza e de$initivo uanto a sua validade7 ssa corrente " o Positivis*o7 371 Saia *ais sore o Positivis*o ? Positivis*o, siste*a roosto elo $il+so$o Au9usto Co*te 1OGL-1LOB, roMe levar e* consideraç!o tanto a e)eri8ncia e*>rica do *undo $>sico uanto as $or*ulaçMes l+9icas ura*ente racionais7 Para o Positivis*o, a ci>ncia é, entre tantos tios de conheci*ento desenvolvidos elo ho*e*, o nico conhecimento universalmente v'lido 7 P(9ina L1 Nesse siste*a, acreditava-se ser oss>vel evoluirQ no conheci*ento cient>$ico, de *odo ro9ressivo e linear7 ntre as rinciais caracter>sticas do conheci*ento cient>$ico, de acordo co* o Positivis*o, est!o a o5&etividade, a neutralidade e o progresso7 interessante salientar ue essas caracter>sticas aui citadas est!o entre as *ais criticadas elos te+ricos conte*or:neos da Ci8ncia7 Para saer *ais sore o Positivis*o, voc8 ode rocurar livre*ente na internet elos veretesH Positivis*o, Au9usto Co*te, Sociolo9ia7 ine9(vel ue a artir do s"culo `.` o conheci*ento cient>$ico tenha se consolidado e deter*inado si9ni$icativa*ente a ca*inhada da hu*anidade7 As ossiilidades ue a Ci8ncia o$erece ara a e)licaç!o dos $enD*enos da natureza, de inter$er8ncia na orde* dos aconteci*entos naturais e de *odi$icaç!o das *aneiras de viver n!o t8* recedentes7
No entanto, desenvolveu-se 6unto Ts descoertas cient>$icas e as invençMes tecnol+9icas a co*le)idade das uestMes do conheci*ento7 Assi*, sur9ira* uestMes co*oH @uais s!o as ossiilidades do conheci*ento cient>$ico ara o ho*e* conte*or:neoW @uais s!o as conseu8ncias das descoertas e invençMes cient>$icas ara a vida hu*ana e ara o *eio a*ienteW oss>vel con$iar na o6etividade e na veracidade do conheci*ento cient>$ico, assi* co*o de$endia* 9rande arte dos ensadores *odernosW A con$iança ue a *odernidade deositou no conheci*ento cient>$ico n!o er*aneceu i9ual ara os cientistas e $il+so$os conte*or:neos7 ?s avanços cient>$icos e o i*acto destes na vida hu*ana ori9inara* u*a s"rie de inda9açMes uanto aos rocedi*entos e a veracidade do conheci*ento cient>$ico7 'uitos $il+so$os conte*or:neos dedica*-se e)clusiva*ente ao estudo do conheci*ento cient>$ico, e* outros casos, cientistas, re$letindo sore seu r+rio traalho, torna*-se te+ricos do conheci*ento7 P(9ina L2
"9! Thomas uhn e o paradigma U* dos *ais i*ortantes $il+so$os da Ci8ncia " o conte*or:neo ho*as uhn 1G22- 1GGXB7 Na realidade, ele " u* $>sico de $or*aç!o, ou se6a, u* cientista7 Por"*, or u*a contin98ncia de seu traalho na Universidade, eseci$ica*ente nu*a situaç!o e* ue teve ue rearar u* curso de ci8ncias ara n!o cientistas, uhn recisou rever o conheci*ento cient>$ico e* u*a ersectiva hist+ria e aro)i*ou-se irre*ediavel*ente da 4iloso$ia7 4oi or esse ca*inho ue alcançou notoriedade7 As ideias *ais divul9adas de uhn acerca da Ci8ncia s!o a noç!o de ci>ncia normal, ci>ncia revolucion'ria ou revolu3o cient,$ica e paradigma7 Se9undo uhn , o desenvolvimento do conhecimento cient,$ico ocorre ela altern:ncia da ci8ncia nor*al e da ci8ncia revolucion(ria7 a ideia de ue a Ci8ncia n!o ro9ride 9radual*ente de $or*a linear - co*o se a$ir*ava e de$endia no Positivis*o -, *as or *eio de saltos Gualitativos rovocados elas mudanas de paradigma7 Voc8 sae o ue " u* aradi9*aW Se9undo o autor, o paradigma " u* con6unto de rinc>ios, ostulados e *etodolo9ias ue re9e* todas as esuisas de u*a deter*inada discilina cient>$ica7 U* aradi9*a cienti$ico " artilhado ela co*unidade cient>$ica e reresenta u*a *atriz a artir da ual cada cientista, e* sua esecialidade, desenvolve suas esuisas7
i*ortante salientar ue u*a co*unidade cient>$ica " u* 9ruo de cientistas de u*a deter*inada (rea, entre os uais h( o controle do conheci*ento roduzido e das in$or*açMes veiculadas no 9ruo, ue artilha* da *es*a $or*aç!o te+rica, dos *es*os 6u>zos ro$issionais e dos *es*os aradi9*as7 ?serve ue o aradi9*a acaa direcionando as esuisas e aontando sua ersectiva de desenvolvi*ento e seus li*ites7 U* aradi9*a ta*"* ode sur9ir de u* con6unto de reali=a6es cient,$icas concretas, incororado ela tradiç!o cient>$ica e tornado *odelo ara outras esuisas7 ? er>odo e* ue u* aradi9*a " unani*e*ente aceito ela co*unidade cient>$ica " deno*inado, or uhn, de ci>ncia normal7 Nesse er>odo, os cientistas n!o est!o reocuados e* co*rovar o aradi9*a ou e* estudar asectos ue $o9e* a ele7 u* er>odo de aro$unda*ento no o6eto da esuisa e ue er*ite a consolidaç!o de resultados e a acu*ulaç!o de conheci*entos, n!o " u* er>odo de alteraç!o das re9ras do 6o9oQ7 P(9ina X3 'es*o ue no entendi*ento de u* cientista ou de outro aire* descon$ianças sore o aradi9*a ue re9e suas esuisas, rara*ente u* deles suscitar( u* onto de desacordo entre eles7 Se n!o houvesse er>odos de esta5ilidade uanto aos aradi9*as, n!o seria oss>vel estudar ro$unda*ente nenhu* asecto da realidade7 No entanto, ode ser ue no desenvolvi*ento da ci8ncia nor*al co*ece* a aarecer incongru>ncias (inconveni8ncias, inco*atiilidadesB7 Co*o a$ir*a uhn 200XB, ara o cientista nor*al ode ocorrer u* role*a ue investi9a n!o s+ n!o te* soluç!o, e* $unç!o do :*ito das re9ras e* vi9or, co*o o *es*o n!o ode, or isso ser uali$icado de ineto ou desrearado7 Se essa situaç!o estender-se ao :*ito de outras esuisas, se* ue os cientistas consi9a* encontrar soluçMes ara os i*asses, co*eça a nascer a suseita de ue o aradi9*a deve ser sustitu>do, co*eça u* er>odo de crise7 'uitas vezes, as incon9ru8ncias encontradas nas esuisas d!o ori9e* a descoertas ue ro*ove* o avanço cient>$ico, or"*, se* ue os aradi9*as institu>dos se6a* alterados7 ?s avanços ue ocorre* ela *udança de aradi9*a s!o de outra natureza7 ?serve a citaç!o ue se9ue7 As *udanças revolucion(rias s!o di$erentes e e* *ais role*(ticas7 las envolve* descoertas ue n!o ode* ser aco*odadas nos li*ites dos conceitos ue estava* e* uso antes delas tere* sido $eitas7 A $i* de $azer ou assi*ilar u*a tal descoerta, deve-se alterar o *odo co*o se ensa, e se descreve, u* con6unto de $enD*enos naturais Y777Z @uando *udanças re$erenciais desse tio aco*anha* *udanças de lei ou teoria, o
desenvolvi*ento cient>$ico n!o ode ser inteira*ente cu*ulativo7 N!o se ode assar do velho ao novo si*les*ente or u* acr"sci*o ao ue 6( era conhecido7 Ne* se ode descrever inteira*ente o novo no vocaul(rio do velho ou vice-versa7 uhn, 200X, 7 2B7 * condiçMes de *udança de aradi9*a, ocorre o ue uhn cha*a de ci>ncia revolucion'ria7 odos os cientistas ue traalha* so a luz de u* *es*o rinc>io aradi9*(tico ue est( sendo sustitu>do ara* suas esuisas e a9uarda* ou veri$ica* e* sua r(tica os ind>cios ue invalide* o aradi9*a e* uest!o7 necess(rio u* 9rande es$orço ara alterar u* aradi9*a, visto ue, aesar de ele resolver incon9ru8ncias aarente*ente insol5veis no interior das esuisas, ta*"* e)i9e a revis!o dos conheci*entos aceitos co*o v(lidos e ue $ora* roduzidos so a roteç!o do aradi9*a ue est( sendo sustitu>do7 Al"* disso, P(9ina L o novo aradi9*a se*re a$ronta, de al9u*a *aneira, a tradiç!o e a autoridade de cientistas consa9rados dentro da co*unidade cient>$ica e de$ensores do velho aradi9*a7 4inalizando, se9undo uhn, cada discilina cient>$ica, e* er>odos de nor*alidadeQ, resolve seus r+rios role*as dentro de u*a estrutura $echada, reestaelecida or ressuostos *etodol+9icos, convençMes lin9u>sticas e e)eri*entos e)e*lares acolhidos e validados ela comunidade cient,$ica, at" ue os cientistas se deara* co* a i*ossiilidade de resolver u* n5*ero se*re *aior de role*as na ase do aradi9*a vi9ente7 ? ac5*ulo e disse*inaç!o de role*as n!o resolvidos cria*, or sua vez, u*a situaç!o de crise, de onde deve nascer u* novo aradi9*a7
8ten3oD Aesar de uhn criticar a crença na acu*ulaç!o e no ro9resso 9radativo e natural do conheci*ento cient>$ico, ele n!o ne9a ue a Ci8ncia roduz u* conheci*ento cu*ulativo - nos *o*entos de ci8ncia nor*al7 a*"* n!o ne9a ue os aradi9*as, ainda ue rovis+rios, $unda* rinc>ios ue, se se9uidos, er*ite* o desenvolvi*ento de esuisas e o conheci*ento da natureza7
"92 #aul arl ?eyera5end e o anarGuismo epistemolticos e* relaç!o T o6etividade7 Paul arl 4eEeraend 1G2-1GGB " considerado u* cr>tico radical do ositivis*o cient>$ico, entre outros *otivos, elo seu anarGuismo epistemol$ica7
4eEeraend acredita ue e* v(rias situaçMes da hist+ria da Ci8ncia, e* ue $ora* $eitas 9randes descoertas e invençMes, as re9ras cient>$icas n!o $ora* reseitadas e so*ente or isso os cientistas otivera* 8)ito7 le a$ir*a, ta*"*, ue o cientista n3o deve $icar preso entre os limites do método cient,$ico, *as deve utilizar arti$>cios de ualuer natureza ara desenvolver sua esuisa e alcançar seu ro+sito7 Se9undo ele, to$as as i$eias !alemQ7 a*"* n!o h( re9ras, ou *elhor, a 5nica re9ra ue o cientista deve se9uir, se9undo este autor, " ue n3o h' regras , elo *enos n!o no sentido universal e ositivista de *"todo cient>$ico7 U* dos livros *ais conhecidos de 4eEeraend " Contra o *"todo7 Nele, o $il+so$o e)Me suas razMes ara criticar a su*iss!o do cientista aos receitos cient>$icos ue s!o r"vios, n!o aco*anha* a din:*ica social, direciona* e restrin9e* a atividade cient>$ica, de certa $or*a, desu*aniza*-na7 P(9ina L
Cap,tulo .
Mtica na produ3o e sociali=a3o do conhecimento #ailidades ste ca>tulo $oi elaorado ara roiciar ao aluno o desenvolvi*ento de hailidades de co*reens!o e* relaç!o T distinç!o de tica e 'oral oservando os receitos "ticos no *o*ento da roduç!o e da divul9aç!o do conheci*ento7 SecMes de estudo
Se3o !7 tica e *oral Se3o 27 @uestMes "ticas na roduç!o do conheci*ento Se3o "7 @uestMes "ticas na socializaç!o do conheci*ento P(9ina LX
Se3o ! Mtica e moral Se er9unt(sse*os ara os dez *aiores $il+so$os da hist+ria da hu*anidade o ue " tica, cada u* deles rooria u*a resosta di$erente ara a uest!o7
sse $ato er*ite-nos deduzir ue n!o h( u* consenso sore a de$iniç!o de tica7 Por"*, e* $unç!o das v(rias resostas 6( o$erecidas, no decorrer da hist+ria da 4iloso$ia, n+s oder>a*os detectar *uitos ontos e* co*u* e roor a se9uinte de$iniç!o7 A tica " a ci8ncia, u* ra*o da 4iloso$ia, ue estuda, re$lete, investi9a, esuisa racional e siste*atica*ente a conduta, a aç!o, os costu*es do ser hu*ano considerados co*o co*orta*ento *oral7 ?u se6a, a tica " a teoria ue estuda a *oral7 'as, voc8 ode estar se er9untandoH ? ue " u* co*orta*ento *oralW Aco*anhe a resosta a essa er9unta na seu8ncia7 Ve6a al9uns ele*entos ue er*ite* entender o ue " o co*orta*ento [*oral\7 ? co*orta*ento *oral " todo tio de co*orta*ento hu*ano, costu*e, considerado ori9at+rio ue deve ser realizadoB ou roiido ue n!o deve ser realizadoB e ue est( su6eito ao 6ul9a*ento, ao ar>trio da r+ria consci8ncia hu*ana7 ? co*orta*ento *oral " 6ul9ado, asica*ente, e* $unç!o de crit"rios e valores7 ? crit"rio *ais utilizado ara o 6ul9a*ento do co*orta*ento *oral " a consideraç!o de, no *>ni*o, dois e)tre*os, duas ualidades contr(rias, anta9DnicasH o certo o e*B ou o errado *alB7 ?s valores, or sua vez, re$ere*-se Ts escolhas de deter*inados co*orta*entos ue deve* ser re$eridos, escolhidos, ao inv"s de outro7 sses valores ode* estar i*l>citos, suentendidos ou e)l>citos7 * *uitas culturas, ode*os encontrar al9uns valores co*uns ue s!o considerados co*o di9nos de sere* i*itados, tais co*oH [n!o rouar\, [n!o *entir\, [ser honesto\ etc7 Contudo, oserve ue os valores ue orienta* os co*orta*entos *orais s!o se*re relativos a u*a cultura, u*a civilizaç!o, u*a "oca7 Considere esses e)e*los ue 6usti$ica* o car(ter relativo dos valores, re$erentes a u* co*orta*ento *oralH P(9ina LO #o6e, e* nossa sociedade, tratar a *ulher co*o sendo i9ual ao ho*e* " considerado certoJ enuanto ue, e* al9u*as sociedades a$ricanas e asi(ticas, esse n>vel de i9ualdade " errado7 Por outro lado, nos ri*+rdios da civilizaç!o hu*ana, na idade da edra, " e* rov(vel ue a *oralidade vi9ente era di$erente da aceita e cultivada ho6e7
#o6e " considerado errado, inaceit(vel, a escravid!o7 'as, na anti9uidade, e *es*o h( ouco te*o, no =rasil, a escravid!o era considerada aceit(vel7 A *oral se*re $ez arte da hist+ria da hu*anidade7 odas as civilizaçMes hu*anas, desde os ri*+rdios, aresenta* u* tio de *oral7 Contudo, a tica re$le)!o sore a *oralB sur9iu co*o u* $enD*eno osterior T *oral7 Ve6a ue $oi a artir de u*a r(tica *oral, de v(rios costu*es e co*orta*entos *orais 6( e$etivos, vividos, de u* conte)to $"rtil, ue sur9iu a tica7 Ao estudar essas duas de$iniçMes, de tica e de 'oral, voc8 deve ter erceido ue, asica*ente, a tica " a teoria ue estuda a *oral7 a *oral re$ere-se Ts r(ticas hu*anas, aos co*orta*entos, ue s!o classi$icados e* $unç!o de crit"rios co*o certos onsB ou errados *ausB7 A avaliaç!o dos co*orta*entos ta*"* deende de valores ue aceita*os, estaelece*os ou re6eita*os7 A relaç!o entre a tica e a 'oral ode $icar *ais e)l>cita co* u* e)e*lo7 Considere a se9uinte situaç!oH U* aluno da (rea da sa5de, e* $ase de elaoraç!o de traalho de conclus!o de curso CCB, enviou o se9uinte e-*ail ao ro$essor-orientadorH Prezado ro$essorH *inha hi+tese de esuisa " ue essoas ue ratica* artes *arciais ode* resistir ao su$oca*ento or u* te*o si9ni$icativa*ente *ais lon9o do ue as essoas ue n!o ratica* artes *arciais7 u lane6o ue u* atleta ro$issional aorde sorrateira*ente su6eitos de a*os os 9ruos e su$oueos at" $icar inconscientes7 ? te*o do in>cio do su$oca*ento at" a inconsci8ncia ser( *inha vari(vel indeendente7 Voc8 acha ue eu vou ter al9u* role*a e* ter *eu te*a arovado elo Co*it8 de tica e* Pesuisa CPB na utilizaç!o de seres hu*anos na *inha esuisaW Atenciosa*ente, =ruceQ7 ? ro$essor-orientador resondeH Prezado =ruceH N!o uero di*inuir seu entusias*o ela esuisa, *as voc8 ode real*ente ter u* 9rande role*a e* oter arovaç!o ara o seu te*a ara n!o $alar e* essoas volunt(rias ara a realizaç!o do estudoB7 enha certeza de ue o co*it8 de "tica n!o aenas desconsiderar( sua roosta, *as ta*"*, " *uito rov(vel, ue a 6o9ue no li)o7 ncontre outro te*a7 Atenciosa*ente, P'PQ7 #?'ASJ N/S?N, 2002B7 P(9ina LL Voc8 " caaz de erceer a tica e a *oral ue er*eia este casoW Ve6a ue aui te*os, eseci$ica*ente, u* ato *oral7 4 ato moral re$ereAse ao su$ocamentoK re$ereAse ao comportamento moral praticado 7 *ora e* al9u*as artes *arciais ad*ite-se o 9ole do estran9ula*ento, e* esuisas, este ato 6a*ais oderia ser adotado7
a ticaW ?nde est(W =o*, a tica, co*o 6( vi*os, " a teoria ue roMe re$letir as condutas *orais7 Voc8 ode, ent!o, er9untarH onde est( tal re$le)!o sore esta conduta *oralH o su$oca*entoQW ?ra, a tica inicia-se 6usta*ente uando co*eça*os a analisar racional*ente esse co*orta*ento *oral, esse ato *oral, considerando, or e)e*lo, as se9uintes uestMesH Na realizaç!o de u*a esuisa, seria correto su$ocar o su6eitoIvolunt(rio, ainda *ais de $or*a sorrateira, at" a sua inconsci8nciaW Seria correta a realizaç!o de u*a esuisa se* o esclareci*ento dos o6etivos do estudo, se* consenti*ento do su6eito esuisadoW ?s riscos desse estudo n!o seria* *aiores ue os ene$>ciosW se o su6eito esuisado, no *o*ento da aorda9e* tivesse u*a co*licaç!o decorrente do su$oca*entoW Ve6a outros casos ue caracteriza* a $alta de "tica na esuisa, ocorridos no s"culo ``7 ntre 1G32 e 1GO2, u* 9ruo de acientes co* s>$ilis $oi delierada*ente dei)ado se* trata*ento ara ue os *"dicos udesse* estudar o desenvolvi*ento natural da doença7 ?s acientes era* ores e ne9ros7 .sso aconteceu e* uni*a de A no trata*ento de aid"ticas 9r(vidas7 Cerca de *etade dessas *ulheres receeu laceoQ7 V.RAJ #?SSN, 1GGLB7 P(9ina LG ?serve ue a tica, relativa ao e)e*lo do su$oca*ento, torna-se e)l>cita uando estaelece*os ue uestMes *orais deve* ser discutidas, uais crit"rios, valores e *"todos deve*os roor ara lidar co* tais uestMes con$lituosas, ue, or sua vez, $aze* arte do rocesso de esuisa7 ? ato *oral e* uest!o, o su$oca*ento, reresenta aenas u*a 9ota de u* oceano releto de outras situaçMes, re$erentes T r(tica da esuisa7 A avaliaç!o "tica do estudo deve levar e* conta ualuer rocedi*ento ue ossa trazer al9u* re6u>zo ao articiante da esuisa7 esse re6u>zo ode ocorrer desde u*a si*les er9unta ue se ossa $azer nu*a entrevista eIou uestion(rio at" e* rocedi*entos *ais so$isticados, co*o or e)e*lo, e* e)eri*entos $ar*ac8uticos, esuisas co* c"lulas tronco, vacinas, entre outros7
Aesar de a tica ser a teoria ue estuda a *oral, saia ue e)iste* v(rias "ticas, doutrinas "ticas, ue $ora* roostas no decorrer da hist+ria da hu*anidade7 Assi*, $ora* roostos di$erentes *odos de re$letir sore os atos *orais, inclusive sore o caso e)osto no e)e*lo anterior7 e $ato, e)iste* in5*eras "ticas e elas ode* ser a9ruadas e estudadas de v(rios *odos7 ais "ticas ode* ser reunidas e* torno de tr8s 9randes (reas e* $unç!o da si*ilaridade, se*elhança ao re$letir sore a *oral - co*o tica Nor*ativa, 'eta"tica e tica Pr(tica ou Alicada7 A ética normativa, co*o o r+rio no*e diz, rocura estaelecer nor*as 9erais e *odelos universais de co*orta*entos *orais a sere* se9uidos7 sses *odelos universais deveria* ser v(lidos ara todo u* universo de su6eitos e todo u* universo de situaçMes7 A metaética estuda as roosiçMes, as sentenças ue est!o relacionadas a u* ato *oral7 Assi*, s!o rivile9iadas as re$le)Mes relativas T verdade, T validade e T l+9ica de u*a roosiç!o ue e)ressa u* 6u>zo *oral7 A ética pr'tica ou aplicada re$ere-se T tentativa de alicaç!o dos rinc>ios 9erais da "tica nor*ativa, e* situaçMes r(ticas do nosso dia a dia, do nosso cotidiano7 Considere a se9uinte situaç!o hiot"ticaB r(ticaH )iste u* a*i9o ou arente nosso ue est( *oriundo, ve9etando e so$rendo no leito do hosital K co* c:ncer7 ? en$er*o est( in$eliz orue n!o ode *ais andar ne* *e)er os *e*rosJ orue s+ resira co* o au)>lio de u*a s"rie de aarelhos7 Para iorar a situaç!o, n!o h( e)ectativa de *elhora, aenas de *ais so$ri*ento e de dor, ue deve* rolon9ar-se or al9u* te*o7 * $unç!o desse conte)to, o en$er*o solicita ue sua vida se6a interro*ida, ara ue, ent!o, ossa encontrar a az e a [$elicidade\7 P(9ina G0 A "tica r(tica discutiria, or e)e*lo, o ue $azer e* u*a situaç!o co*o essa7 Nesse sentido, a "tica r(tica oderia reto*ar dois rinc>ios ue $aze* arte das re$le)Mes da "tica nor*ativa, co*o or e)e*loH 17 nenhu* ser hu*ano ode ser rivado de sua vidaQJ 27 deve*os ser $elizesQ7 ?ra, co* essa uest!o r(tica e co* esses dois rinc>ios estudados ela "tica nor*ativa, encontra*o-nos e* u* dile*aH o ue $azerW Ve6a as oçMes (sicasH 17 Se a vida do en$er*o $or interro*ida, ent!o, ele encontrar( a az, a $elicidade ue ale9a e de$ende7 Contudo, se a9ir*os desse *odo, estare*os
desreseitando o receito *oral de ue nenhu* ser hu*ano ode ser rivado de sua vidaQ7 27 Se a vida do en$er*o n!o $or interro*ida, ent!o, ele continuar( a so$rer e er*anecer( in$eliz at" o dia de sua *orte7 Contudo, se a9ir*os desse *odo, estare*os desreseitando o receito *oral de ue deve*os ser $elizesQ, ou se6a, de ue o en$er*o, *es*o nessas condiçMes, te* direito a ser $eliz7, ssas uestMes s!o role*atizadoras e serve* aenas ara caracterizar, no ca*o da $iloso$ia, o o6eto da "tica r(tica7 estaca*os co*o e)e*los de "tica r(tica ou alicada, a tica na ol>ticaQ, a tica ro$issionalQ, a tica no serviço 5licoQ, a tica na PesuisaQ, entre outras tantas7 A "tica r(tica " a ue *ais nos interessa neste ca>tulo, ois " ela ue $unda*enta a conduta do esuisador na roduç!o e socializaç!o do conheci*ento7 Pri*eira*ente, ve6a*os al9u*as açMes ue deve* orientar a conduta do esuisador na roduç!o do conheci*ento7
Se3o 2 Euest6es éticas na produ3o do conhecimento Al"* dos recursos l+9icos e *etodol+9icos ue deve* orientar o rocesso de esuisa, s!o necess(rios recursos "ticos ue conduze* a roduç!o, a discuss!o e a divul9aç!o do conheci*ento7 A construç!o *etodol+9ica da esuisa est( direta*ente relacionada co* os receitos "ticos7 A $or*ulaç!o P(9ina G1 de u* roteiro de entrevista ou a elaoraç!o de u* uestion(rio, or e)e*lo, indica* de $or*a r(tica essa relaç!o, ois a er9unta deve ser elaorada e conduzida de *aneira ue n!o cause nenhu* re6u>zo ao su6eito articiante da esuisa7 sse " aenas u* dos e)e*los ue de*onstra* essa relaç!o7 As esuisas co* seres hu*anos no =rasil s!o nor*atizadas or u* con6unto de nor*as estaelecidas elo 'inist"rio da Sa5de 'SB, elo Conselho Nacional de Sa5de CNSB e ela Co*iss!o Nacional de tica e* Pesuisa C?NPB7 ntre as nor*as destaca-se, rincial*ente, a resoluç!o 1GXI1GGX ue cont"* as diretrizes e nor*as re9ula*entadoras de esuisas envolvendo seres hu*anos7 =RAS./, 1GGXB A resoluç!o 1GXI1GGX aresenta u* con6unto de ter*os e de$iniçMes oeracionais ue serve* de ar:*etro ara conduzir etica*ente as esuisas no =rasil7
Para ue voc8 alcance u*a *aior co*reens!o do rocesso de esuisa, destaca*os al9uns ter*os e, resectiva*ente, o si9ni$icado ue assu*e*H
a9 #rotocolo de #esGuisaH " o docu*ento ue aresenta todas as in$or*açMes relativas T esuisaH uali$icaç!o do esuisador resons(vel, descriç!o dos su6eitos da esuisa e dos rocedi*entos *etodol+9icos7 No rotocolo, o esuisador deve incluir a docu*entaç!o necess(ria ara a conduç!o "tica do rocesso de esuisa7 ? CP-UN.SU/ aresenta *odelos ara os se9uintes docu*entosH - 4olha de rosto ara esuisa, envolvendo seres hu*anos 4or*ul(rio C?NPBJ - 4olha de identi$icaç!o do ro6eto K UnisulJ - eclaraç!o de Ci8ncia e Concord:ncia das .nstituiçMes nvolvidas CC.BJ - er*o de consenti*ento /ivre e sclarecido C/BJ - Consenti*ento ara $oto9ra$ias, v>deos e 9ravaç!o de i*a9ensJ - Autorizaç!o do %uardi!o dos Prontu(riosJ - ;usti$icativa ara a n!o utilizaç!o do C/7
59 *isco da pesGuisa7 ossiilidade de ocorrer al9u* dano ao su6eito esuisado e* ualuer $ase da esuisa 9 ?s danos ode* ter di*ens!o $>sica, s>uica, *oral, intelectual, social, cultural ou esiritual7 ? esuisador resons(vel deve susender a esuisa se erceer al9u* risco ao su6eito articiante do estudo7 P(9ina G2
c9 %ano associado ou decorrente da pesGuisa H a9ravo i*ediato ou tardio, causado ao indiv>duo ou T coletividade7 Se co*rovado co* ne)o causal, o dano associado ou decorrente da esuisa dever( ser indenizado7 ? su6eito articiante da esuisa dever( ter a coertura *aterial e* rearaç!o ao dano causado7 d9 Consentimento livre e esclarecidoH *ani$estaç!o da anu8ncia T articiaç!o do rocesso de esuisa *ediante assinatura do er*o de Consenti*ento /ivre e sclarecido C/B7 Ao assinar o ter*o, o su6eito revela estar lena*ente esclarecido, se uder resonder Ts se9uintes uestMesH -@uais s!o os o6etivos da esuisaW -? ue 6usti$ica a realizaç!o do estudoW -@uais s!o os rocedi*entos ue ser!o realizadosW -@ual " a duraç!o da esuisaW -@ue* s!o os esuisadoresW -@uais s!o os riscos e ene$>cios do estudoW -* ue *o*ento " oss>vel sair da esuisaW -@ue* rocurar e* caso de d5vidaW Para ue n!o ha6a d5vidas sore essas uestMes, o C/ deve ser redi9ido e* lin9ua9e* clara, sendo autoe)licativo7
e9 Comit>s de Mtica em #esGuisaACF#7 +r9!o *ultidiscilinar $or*ado or ro$issionais de v(rias (reasH *"dicos, en$er*eiros, advo9ados, $il+so$os, estat>sticos, te+lo9os, *e*ros da co*unidade etc7 oda esuisa ue envolve, direta ou indireta*ente, seres hu*anos deve ser su*etida T arovaç!o de u* Co*it8 de tica7 ?s co*it8s de "tica no =rasil s!o suordinados ao Conselho Nacional de tica e* Pesuisa C?NPB, cu6a $inalidade " avaliar ro6etos de te*(ticas eseciais, envolvendo 9en"tica hu*ana, reroduç!o hu*ana, $(r*acos, *edica*entos, vacinas, oulaçMes ind>9enas, entre outros7 $9 Vulnera5ilidade7 caacidade de autodeter*inaç!o reduzida no ue se re$ere, rincial*ente, ao consenti*ento livre e esclarecido7 Pode ser de u*a essoa ou de u* 9ruo de essoas se* autono*ia ara decidir sua articiaç!o na esuisa7 Co*o e)e*lo de su6eitos vulner(veis, ode-se *encionar essoas envolvidas e* relaçMes de hieraruia de oder, co*o crianças e adolescentes, soldados, estudantes e $uncion(rios7 P(9ina G3
g9 Incapacidade7 aus8ncia de caacidade civil ara o consenti*ento livre e esclarecido da esuisa7 S!o considerados incaazes os doentes n!o conscientes, as crianças e as essoas co* inco*et8ncia sicol+9ica7 h9 #rinc,pios 5ioéticos7 rinc>ios 9erais ue deve* orientar a "tica na esuisa7 ? CP-UN.SU/ aresenta, conceitual*ente, os se9uintes rinc>iosH - +utonomiaH si9ni$ica lierdade e do*>nio do su6eito sore sua r+ria vida7 Para 9arantir a autono*ia, entre outros $atores, o esuisador deve reseitar a inti*idade, os valores *orais e as crenças do articiante da esuisa7 - -eneficnciaH asse9ura o e*-estar das essoas, evitando danos, e 9arante ue seus interesses se6a* atendidos Y777ZQ7 - ão maleficncia7 asse9ura ue se6a* *inorados ou evitados danos $>sicos aos su6eitos da esuisa ou acientes7 Riscos da esuisa s!o as ossiilidades de danos de di*ens!o $>sica, s>uica, *oral, intelectual, social, cultural ou esiritual do ser hu*ano, e* ualuer $ase de u*a esuisa e dela decorrenteQ7 -/usti0a7 Qe)i9e euidade na distriuiç!o de ens e ene$>cios, e* ualuer setor da ci8ncia, co*o or e)e*loH *edicina, ci8ncias da sa5de, ci8ncias da vida, do *eio a*iente etc7Q -Proporcionali$a$e7 rocura o euil>rio entre os riscos e ene$>cios, visando ao *enor *al e ao *aior ene$>cio Ts essoas7 ste rinc>io est( inti*a*ente relacionado co* os riscos da esuisa, os danos e o rinc>io da 6ustiçaQ7 UN.VRS.A ? SU/ SANA CAAR.NA, 2012B7 i*ortante ressaltar ue a resoluç!o 1GXI1GGX, do Conselho Nacional de Sa5de, aresenta outros ter*os e uestMes necess(rias T conduç!o "tica da esuisa7 Caso voc8 articie de al9u* 9ruo de esuisa, de ro9ra*as de olsas de esuisa PU.C, PU.P, P.=.C, P'UC, Arti9os 1O0 e 1O1B ou este6a elaorando
o ro6eto de esuisa do raalho de Conclus!o de Curso, e, se a sua esuisa envolve seres hu*anos, a Resoluç!o 1GXI1GGX deve ser consultada e lida co* *uita atenç!o7 ?utra uest!o "tica i*ortante na roduç!o do conheci*ento diz reseito ao direito autoral7 A transcriç!o de trechos ou at" *es*o a aresentaç!o de ar($rases, se* a *enç!o da re$er8ncia, ode caracterizar l(9io7 l(9io, co*o voc8 6( sae, " cri*e7 Se9undo o dicion(rio #ouaiss 200, 7 2232B, l(9io corresonde T aresentaç!o $eita or al9u"*, co*o de sua r+ria autoria, de traalho, ora intelectual etc7 roduzido or outre*Q7 ?serve ue nessa de$iniç!o n!o se veri$ica a oa-$" ou a *(-$", raz!o ela ual o uso indevido de u*a ideia, or si s+, ode caracterizar l(9io, indeendente da *($"7 P(9ina G U* e)e*lo cl(ssico de uso indevido de ideias, na roduç!o escrita, " uando o esuisador $az u*a citaç!o indireta assar or citaç!o direta7 Ve6a*osH A citaç!o direta " u*a transcriç!o literal de u*a ideia e ode ser de dois tiosH curta, co* at" tr8s linhas, e lon9a, co* *ais de tr8s linhas7 * a*os os casos " necess(rio aresentar u* destaue 9r($ico ue indica a c+iaH asas ara a citaç!o curta e recuo de c*, $onte *enor, esaço si*les e disensa das asas ara a citaç!o lon9a7 ;( a citaç!o indireta, " livre, na $or*a de ar($rase, aseada na ora do autor consultado7 Na citaç!o indireta n!o h( destaues 9r($icos, or"*, e)i9e-se a indicaç!o da ora esuisada7 odavia, *uitas vezes o aluno $az assar u*a citaç!o direta or indireta, ou se6a, transcreve trechos ue deveria* estar entre asas ou co* recuo e $onte *enor, co*o se $osse u*a ar($rase7 rata-se de l(9io arcial7 ssa conduta oderia ser $acil*ente enuadrada na /ei n G7X10, de 1GGL, ue trata dos direitos autorais, no art7 O, inciso . e arts71L, 2L e 2G e at" *es*o no art7 1L do C+di9o Penal7 =RAS./, 1GLLJ =RAS./, 1G0B7 ? art7 1L do C+di9o Penal estaelece ser cri*e violar direitos de autor e os ue lhe s!o cone)os7Q =RAS./, 1G0B7 Se voc8 ainda n!o sae $azer citaçMes ilio9r($icas, ara n!o incorrer e* l(9io, consulte o *anual raalhos Acad8*icos na UnisulQ ou ent!o a N=R 1020, da Associaç!o =rasileira de Nor*as "cnicas7 A discuss!o sore as uestMes relacionadas T "tica na roduç!o do conheci*ento " ines9ot(vel7 reciso estar se*re alerta, inclusive ara a ossiilidade de $raudes, de $aricaç!o de dados, de estat>sticas $alsas ou estudos co* erros de delinea*ento *etodol+9ico7 ? traalho n!o "tico interessa ao esuisador aenas enuanto o6eto de estudo e discuss!o7 Sua r(tica deve ser vee*ente*ente condenada7 P(9ina G
Se3o " Euest6es Mticas na sociali=a3o do conhecimento Al"* das uestMes "ticas relacionadas T roduç!o do conheci*ento, " i*ortante ontuar uestMes relacionadas T "tica na socializaç!o do conheci*ento7 * ri*eiro lu9ar, cae ressaltar ue se o conheci*ento roduzido no :*ito da ci8ncia n!o $or comunic'vel; n!o oder( receer o status de conheci*ento cient>$ico7 #( diversas $or*as de divul9aç!o e socializaç!o do conheci*entoH Con9ressos, Si*+sios, ;ornadas, Se*in(rios, 'esa-Redonda, Pain"is, Col+uios e ncontros7 sses eventos re5ne* essoas ue, durante al9u* te*o, aresenta* te*as e discute* resultados de esuisas de relev:ncia acad8*ica e social7 4i9ura 1 K Se*in(rio de Pesuisa e* ducaç!o da Re9i!o Sul K .` ANP SulH Solicite au)ilio visual 4onteH .` ANP 2012B7 Voc8, na condiç!o de acad8*ico, deve $icar atento aos eventos ue acontece* na (rea de conheci*ento de seu curso, ois constitue* u*a 9rande oortunidade ara se conhecer as novidades e as esuisas ue est!o sendo realizadas na atualidade7 A articiaç!o e* u* con9resso nos er*ite ver a ci8ncia e a roduç!o acad8*ico-cient>$ica co* outros olhos7 Al"* dos eventos, outra $or*a de divul9aç!o de socializaç!o do conheci*ento consiste na ulicaç!o de arti9os e* eri+dicos cient>$icos7 Assi*, co*o nos eventos cient>$icos, as revistas cient>$icas ossiilita* a circulaç!o de $or*a din:*ica dos resultados de esuisas nas *ais diversas (reas do conheci*ento7 P(9ina GX As uestMes "ticas relacionadas T socializaç!o do conheci*ento s!o t!o co*le)as uanto as ue s!o relacionadas T roduç!o do conheci*ento7 as v(rias uestMes relacionadas T divul9aç!o do conheci*ento, seleciona*os duas ara aordar neste ca>tuloH a ri*eira est( relacionada ao role*a das ulicaçMes end+9enas e a se9unda T devolutiva da esuisa7 U*a ulicaç!o end+9ena, co*o o r+rio no*e diz, " caracterizada uando u* eri+dico cient>$ico ulica u* n5*ero si9ni$icativo de arti9os rovenientes da r+ria instituiç!o ue o *ant"*7 ? role*a " ue nesses eri+dicos, *uitas vezes, os asectos t"cnicos ode* $icar e* se9undo lano e o crit"rio ol>tico oder( revalecer7 As revistas ue se orienta* or crit"rios de ulicaç!o *ais ri9orosos estaelece*, e* 9eral, O0f de contriuiçMes e)+9enas e aenas 30f de
contriuiçMes end+9enas7 Al"* disso, a avaliaç!o dos traalhos " $eita or areceristas e)ternos7 Portanto, uando voc8 $or ulicar u* arti9o cient>$ico, d8 re$er8ncia ara u*a revista de outra instituiç!o7 ?utra uest!o i*ortante ara ser discutida no :*ito da socializaç!o do conheci*ento " a cha*ada devolutiva da esuisaQ7 *ora se6a u* direito dos articiantes, " *uito raro oservar estrat"9ias de devoluç!o dos resultados de esuisas7 As açMes de devoluç!o de resultados de esuisas ode* ocorrer de in5*eras $or*as e 6( ode* ser lane6adas uando o esuisador estaelece o ri*eiro contato co* os su6eitos articiantes do estudo7 ntre as $or*as de devoluç!o, o esuisador ode enviar u*a c+ia $>sica ou eletrDnica do traalho ou arti9o *inistrar u*a alestra, desenvolver u*a intervenç!o educativa na co*unidade etc7 Voc8 estudou nesta unidade al9u*as orientaçMes ue deve* conduzir o esuisador no *o*ento do lane6a*ento, da e)ecuç!o e da divul9aç!o dos resultados de u*a esuisa7 Assi*, uando voc8 assu*ir a condiç!o de esuisador, " i*ortante re$letir sore essas uestMes7 P(9ina GO
Considera6es ?inais eoria do Conheci*ento " u*a Unidade de Arendiza9e* institucional, resente e* todos os itiner(rios $or*ativos dos cursos de 9raduaç!o da Unisul7 e* co*o reocuaç!o (sica o$erecer ao estudante os *eios necess(rios ara desenvolver conheci*entos voltados ao rocesso de roduç!o cient>$ica e de socializaç!o do conheci*ento7 rata-se de conheci*entos ue er*ite* a interdiscilinaridade, ois a Unidade de Arendiza9e* disMe de ca>tulos de estudo de interesse de v(rias (reas do conheci*ento7 ste " o 9rande di$erencial da Unidade de Arendiza9e*7 Atende, rincial*ente, Ts novas e)i98ncias da educaç!o suerior, reocuada e* esti*ular o estudante a ensar dialetica*ente, $rente T *ultilicaç!o e choue de in$or*açMes decorrentes da *undializaç!o das relaçMes econD*icas e socioculturais7 ?s conte5dos aresentados neste livro n!o retendera* es9otar todas as in$or*açMes re$erentes T Unidade de Arendiza9e*, *as, se* so*ra de d5vida, er*itira* o acesso, co* consist8ncia, Ts in$or*açMes iniciais ara auele ue te* a retens!o de iniciar-se no *undo da esuisa e vida acad8*ica7
A9radece*os sua co*anhia e, *ais u*a vez, en$atiza*os o dese6o de ue este livro tenha contriu>do ara o seu itiner(rio $or*ativo e o$erecido in$or*açMes necess(rias ara a co*reens!o do conheci*ento, os seus ca*inhos, desa$ios e resonsailidades, desenvolvendo as hailidades e co*et8ncias aresentadas co*o o6etivos e *etas do resente estudo7 U* 9rande araço P(9ina GG
*e$er>ncias A==A%NAN?, N7 %icion'rio de $iloso$ia7 7 ed7 S!o PauloH 'estre ;ou, 20007 A/4?NS?-%?/4AR=, Ana 'aria7 4 Gue é histncia 7 S!o PauloH =rasiliense, 1GG7 G3 7 A/VS, Rue*7 So5re ci>ncia e sapi>ncia9 2L set7 2007 ison>vel e*H ghttHII 17$olha7uol7co*7rI$olhaIsinaseIult10X3uG1X7sht*l7 Acesso e*H 02 nov7 20127 A/VS, Rue*9 Fntre a ci>ncia e a sapi>ncia H o dile*a da educaç!o7 17 ed7S!o PauloH /oEola, 2007 APP?/.N]R.?, 4aio7 %icion'rio de metodologia cient,$icaH u* 9uia ara a roduç!o do conheci*ento cient>$ico7 S!o PauloH Atlas, 2007 ARAN#A, 'aria /5cia de ArrudaJ 'AR.NS, 'aria #elena Pires7 Temas de $iloso$ia7 27 ed7 rev7 S!o PauloH 'oderna, 1GGG7 =ARR?S, A7 ;7 P7, /#4/, N7 A7 de S7 ?undamentos de metodologia7 u* 9uia ara a iniciaç!o cient>$ica7 S!o PauloH Paz e erra, 1GLX7 =?RN#.', %erd or97B7 4s $ilvel e*H ghttHII7lanalto79ov7rIccivil03Idecreto-leiIdel2LL7ht*7 Acesso e*H 1L nov7 20127 7 Lei n9 -90!; de !- de $evereiro de !--1 7 Altera, atualiza e consolida a le9islaç!o sore direitos autorais e d( outras rovid8ncias7 ison>vel e*H ghttHII7lanalto79ov7rIccivil03IleisI/GX107ht*7 Acesso e*H 1L nov7 20127 7 'inist"rio da Sa5de7 Conselho Nacional de Sa5de7 *esolu3o !-0!--07 Arova as diretrizes e nor*as re9ula*entadoras de esuisas envolvendo seres hu*anos7 ison>vel e*H
ghttHIIconselho7saude79ov7rIresolucoesIresoGX7 ht*7 Acesso e*H 1 nov7 20127 C#AU_, 'arilena de Sousa7 Convite O $iloso$ia7 127 ed7 S!o PauloH ]tica, 20027 7 ?iloso$ia7 S!o PauloH ]tica, 2007 P(9ina 100 C?SA, S"r9io 4rancisco7 Bétodo cient,$icoH os ca*inhos da investi9aç!o7 S!o PauloH #arra, 20017 SCARS, Ren"7 %iscurso do método7 Y?s ensadoresZ, S!o PauloH Nova Cultural, 1GGX7 4bRA=N, Paul7 Contra o métodoJ traduç!o de ?ctannE S7 da 'ota e /eonidas #e9ener97 Rio de ;aneiroH 47 Alves, 1GOO7 %&ANSNAbR, 4ernando7 4 Gue é método cient,$ico7 S!o PauloH Pioneira, 1GLG7 #R, 'auri /uizJ /?N/, Vilson7 Betodologia cient,$icaH discilina na *odalidade a dist:ncia7 27 ed7 rev7 PalhoçaH UnisulVirtual, 200X7 #?UA.SS, AntDnio7 %icion'rio Jouaiss de L,ngua #ortuguesa7 Rio de ;aneiroH ?6etiva, 2007 #U', avid7 Investiga3o acerca do entendimento humano7 Y?s ensadoresZ, S!o PauloH Nova Cultural, 1GGX7 .N]C.?, .n8s C7J /UCA, :nia Re9ina de7 4 pensamento medieval 7 S!o PauloH ]tica, 1GG7 ;A%R, &erner7 #aideiaH a $or*aç!o do ho*e* 9re9o7 S!o PauloH 'artins 4ontes, 1GLG7 AN, .**anuel7 Cr,tica da ra=3o pura7 Y?s ensadoresZ, S!o PauloH Nova Cultural, 1GGX7 C#, ;os" Carlos7 ?undamentos de metodologia cient,$icaH teoria da ci8ncia e r(tica da esuisa7 17 ed7 Petr+olisH Vozes, 1GGO7 7 *oteiros de investiga3o cient,$ica7 uar!oH ditora da Unisul, 20027 U#N, ho*as S7 A strutura das RevoluçMes Cient>$icas7 S!o PauloH Persectiva, 1GO7 2X2 7 raduç!oH =eatriz Vianna =oeira e Nelson =oeira7
>tulo ori9inalH he Structure o$ Scienti$ic Revolutions7 ata de ulicaç!o ori9inalH 1GXG7 7 4 caminho desde a estrutura7 S!o PauloH Unes, 200X7 /UCS., Ciriano et al7 ?a=er universidade H u*a roosta *etodol+9ica7 137 ed7 S!o PauloH Cortez, 20037 ']AR N?, ;o!o Au9usto7 Betodologia cient,$ica na era da in$orm'tica7 S!o PauloH Saraiva, 20027 '?RA, ;os" 4errater7 %icion'rio de $iloso$ia7 S!o PauloH 'artins 4ontes, 1GG7 P(9ina 101 '?RN, 'anuel %arcia7 ?undamentos de $iloso$ia7 liçMes reli*inares7 7 ed7 S!o PauloH 'estre ;ou, 1GO07 ?/.V.RA N?, Alvi* A7 de7 Betodologia da pesGuisa cient,$icaH 9uia r(tico ara a aresentaç!o de traalhos acad8*icos7 ColaoradoraH Carina de 'elo7 4lorian+olisH Visual=ooliaH Un=, 1GL27 RAUN, 4(io ;os"7 Flementos de inicia3o O pesGuisa 7 Rio do SulH Nova ra, 1GGG7 7 *oteiros de investiga3o cient,$ica7 uar!oH ditora da Unisul, 20027 SVCN?, Nicolau7 4 renascimento9 CampinasH Atual, 1GLL7 S./VA, 'arE Aarecida 4erreira da7 Bétodos e técnicas de pesGuisa7 27 ed7 rev7 atual7 CuritiaH .e), 2007 #?'AS, ;errE R7J N/S?N, ;ac< 7 Bétodos de pesGuisa em atividade $,sica7 37 ed7 S!o PauloH Art*ed, 20027 UN.VRS.A ? SU/ SANA CAAR.NA7 Co*it8 de tica e* Pesuisa da Unisul CP-UnisulB7 #rinc,pios Pioéticos7 20127 ison>vel e*H g httHII7 unisul7rIsIortalIho*eIesuisa-e-inovacaoIetica-e*esuisaIco*ite-deetica-e*-esuisa-ce7 Acesso e*H 1 nov7 20127 VA//S, ]lvaro /7 '7 4 Gue é ética7 G7 ed7 S!o PauloH =rasiliense, 200X7 Coleç!o ri*eiros assos7
VA/VR, ;os" 'ar>a7 Jisttica7 v7 ., n X, S!o PauloH Nova Cultural, 1GLOa7 VR%S, Andr"J #U.S'AN, enis7 Jist
So5re os #ro$essores Conteudistas 8le:andre de Bedeiros Botta Natural do *unic>io de uar!o SCB, " 9raduado e* studos Sociais e #ist+ria ela e)tinta 4undaç!o ducacional do Sul de Santa Catarina 4SSCB, atual Universidade do Sul de Santa Catarina UN.SU/BJ esecialista e* 'etodolo9ia do nsino Suerior ta*"* ela e)tinta 4SSCJ *estre e* Ci8ncias da /in9ua9e* ela UN.SU/, desde 2007 Atuou co*o ro$essor de #ist+ria no ensino $unda*ental e *"dio, nas redes de ensino 5lico e rivado do *unic>io de uar!o7 esde 1GLO, atua co*o ro$essor nos cursos de 9raduaç!o e de +s-9raduaç!o da Unisul, tanto na *odalidade resencial co*o a dist:ncia, rincial*ente nas discilinas da (rea de esuisa7 Por ora, coordena ta*"* as /icenciaturas de #ist+ria e de %eo9ra$ia da Unisul7 a5riel JenriGue Collao =acharel e* Co*unicaç!o Social ela Universidade do Vale do .ta6a> UnivaliI2000B, 6ornalista ro$issional SC-0130-;PB e, desde 2002, ro$essor da Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulISCB e* cursos de 9raduaç!o e +s-9raduaç!o, resenciais e virtuais e coordenador de *ono9ra$ia do curso de ireito7 secialista e* ;ornalis*o Cultural ela Ponti$>cia Universidade Cat+lica de S!o Paulo PUCISP, 2002B, esecialista e* 'etodolo9ia da ducaç!o a ist:ncia ela Unisul 200LB e esecialista e* oc8ncia ara o nsino Suerior ela Unisul 2010B7 Autor de livros, *ateriais did(ticos e arti9os cient>$icos, *e*ro do conselho editorial da revista Cadernos Acad8*icos UnisulISCB e revisor de eri+dicos acad8*ico-cient>$icos7 Pro$essor convidado da scola da 'a9istratura do stado de Santa Catarina e s+cio-diretor da Collaço j Collaço ducaç!o e Co*unicaç!o7 Barciel Fvangelista Cataneo %raduado e* 4iloso$ia =acharelado e /icenciaturaB ela Universidade 4ederal de Santa Catarina U4SCB e =acharel e* eolo9ia elo .nstituto eol+9ico de Santa Catarina .SCB7 'estre e* ducaç!o ela Universidade do Sul de Santa Catarina UN.SU/B7 4oi coordenador de Pastoral 'ovi*entos e AçMes SociaisB da iocese de uar!o e coordenador do Re9ional Sul .V Santa CatarinaB da CN== Con$er8ncia Nacional dos =isos do =rasilB, atuando na elaoraç!o, cataç!o de recursos, aco*anha*ento e avaliaç!o de astorais e ro6etos sociais7 P(9ina 10