Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória
Oferendas na Umbanda Desenvolvido e Ministrado por Pai Rodrigo Queiroz ICA - Instituto Cultural Aruanda I Bauru-SP
AULA 03 BLOCO 02 - Versão Digitada Pai Tabaco
Muito bem, então dando continuidade ao nosso segundo bloco dessa terceira aula, nós já falamos de mãe Jurema, agora vamos cair nos braços de pai Tabaco. Ao falar de Pai Tabaco, nós estamos falando do tabaco como conhecemos, quer seja ele na forma de cigarrilha, na forma de paieiro, de charuto ou de cachimbo. O Tabaco é uma força spiritual vegetal pra conseguirmos nos relacionar de uma forma mais harmônica e humanizada nós criamos a ideia do Pai Tabaco assim que chamam algumas tradições. E pai Tabaco é uma consciência presente no Tabaco, é uma consciência espiritual, é uma força vegetal que está presente no Tabaco cê é muito severa, é uma consciência severa porque o Tabaco é uma erva de poder, não que as outras não o tenham, tudo que é do reino vegetal, mas quando nós falamos ervas de poder, bebida de poder nós estamos falando de uma dimensão profunda de poder realizador que aquele elemento traz consigo, diferente de um alecrim tem lá a sua energia bacana, específica, mas se limita aquilo, uma erva de poder como o Tabaco pode ter múltiplos desdobramentos como até alterar a consciência e o estado espiritual, emocional e psiquico da pessoa. Então, a quem diga que o pai Tabaco é um espírito severo que entra no seu corpo e te domina de dentro para fora, pois a sua composição química, da erva propriamente, ela contém a nicotina, e aí nicotina pode causar dependência se usada de forma equivocada. Não há estudo nenhum que garanta o uso do seguro do Tabaco. Então, uma recomendação é que não use o Tabaco de forma leviana. Quando você usa o Tabaco em ato ritualístico religioso você não está tendo uma relação com ele de prazer de confraternização, que é algo que pode gerar um link na sua consciência, em suas emoções que vai te pedindo cada vez mais tabaco para se relacionar. Significa que
quando você usa o que é sagrado de forma sagrada, sagrado ele permanece quando você tira do espaço sagrado e leva para o espaço profano saiba muito bem o que você está fazendo porque quando você profana o sagrado, o sagrado em uma estrutura profana ele te escraviza. E o escravo do tabaco é o viciado ele acha que tem domínio sobre si ou sobre o elemento até que ele descobre que não tem mais controle. Ele precisa, ele usa, ele é refém, ele é escravo daquela força, daquele elemento assim como qualquer estrutura que cause dependência química, psicológica e emocional no indivíduo. Então o tabaco é uma erva de poder presente dentro do ritual, presente dentro do trabalho sagrado quando usado como tal e não causará dependência em ninguém. Desde que eu comecei dentro da umbanda eu incorporado com algumas entidades que manipulam o tabaco e eu não manipulo o tabaco, eu não sou tabagista, eu não vejo nenhum prazer nisso e acho insuportável o cigarro por exemplo. O cigarro comercial não tem nada de tabaco temos que distinguir uma coisa da outra isso não é tabaco, não tem quase nada de tabaco ali dentro tem quatro mil setecentos e tantas substâncias químicas onde há traços do tabaco porque aquela erva foi tão lavada para poder entrar outras composições químicas que do tabaco mesmo nada restou. Então separe uma coisa da outra, se você é um tabagista, se você fuma cigarro tem uma dependência em relação a isso é algo que você precisa pensar, se cuidar, porque você transcendeu a dependência do tabaco, você é um dependente químico. Agora já nessa relação tem gente que é viciado no cachimbo, viciado no charuto e tudo mais. Precisa pensar como é essa relação, é uma relação harmônica onde você tem pleno controle sobre isso, é uma coisa esporádica, não é constante, não está te fazendo mal realmente..é isso. Porque dentro do espaço sagrado não há problema você usar. Eu garanto que não é isso que irá te causar dependência, você não vai estar dentro do terreiro louco para fumar um charuto, não vai ser o terreiro louco para evitar um cachimbo com aquele fumo bem forte desfiado da corda isso não é prazeroso e tão pouco as entidades manipulam tabaco porque elas tem independência porque precisa, porque elas são viciadas, não precisamos perder tempo com esse discurso tentando mostrar que não, que as entidades de Umbanda são entidades conscientes e não aquilo que os outros falam por aí se você não passou dessa fase então recomendo Teologia de umbanda, recomendo arquétipos de umbanda, recomendo Mediunidade na umbanda, que são cursos
que irão teambientá mais a esse B A B Á importante de ser distinguido. Agora o tabaco é manipulado pelos caboclos, exus, pretos velhos, por Baianos ou por quase todas as linhas de trabalho exceto os Erês. Se um erê estiver fumando charuto chuta que é macumba. Então fora eles todas as linhas quase irão solicitar, porque eles sabem como ativar a energia do tabaco de forma poderosa, transformadora, curativa, descarregadora e equilibradora, então quando eles usam eles manipulam não fumam, eles trabalham eles não brincam, está bem? Quando Zélio Fernandino de Morais incorporou pela primeira vez Pai Antônio, ele foi para o canto falou que lugar de nego era no toco e aí perguntaram se ele precisava de alguma coisa e ele disse eu preciso do meu cachimbo, pega meu cachimbo fala para o menino que o meu cachimbo ficou no meio da derrubada. Então, surge aí o primeiro pedido, o primeiro elemento já envolvendo o tabaco e não causou nenhuma estranheza, na semana seguinte todo mundo levou um cachimbo para ele, apareceu um monte de cachimbo. E apareceu aí também o ponto cantado (trecho de música/não há digitação). Surge esse ponto cantado baseado na situação em que o Pai Antônio chega e pede o cachimbo que ele esqueceu no meio da derrubada, é muito bacana. Talvez naquele momento ninguém se atentou do porque que Pai Antônio estava pedindo um cachimbo, um fumo forte e vai pitar isso dentro de um trabalho que era considerado espiritismo, um outro modelo de espiritismo, mas espiritismo, aquilo fugia à regra que havia sendo desenvolvida antes dessas manifestações, que sempre deu certo, Pai Antônio pitava seu cachimbo e fazia a cura acontecer, fazia a limpeza se estabelecer, o equilíbrio se desenvolver então a magia acontecia no pito, na Mironga de Pai Antônio. A força do tabaco e aqui nós nos relacionamos com pai tabaco é uma erva de poder presente para usos gerais e é muito comum, só que você precisa ter respeito, precisa ter zelo, preciso saber se relacionar. Ao então, pegar um charuto, charuto de qualidade não faça magia, não faça oferenda, não faça sua reza com o pior que você puder porque a qualidade daquilo que você oferece, é a qualidade daquilo que você espera, se o que você está oferecendo é o melhor que você pode dar, esse é o melhor é nisso que você tem que se atentar. Não eu poderia e tinha opções melhores mas eu optei pelo mais barato porque eu
sou muquirana, mão de vaca e eu não entendo o que é gastar com essas coisas de macumba, não faça nada essa é a recomendação mais ideal. Quando você se relaciona com tabaco na forma de charuto por exemplo que é a forma mais pura de se relacionar com ele, então peça licença se concentre, peça licença ao pai tabaco, a força divina presente neste elemento, peça licença a essa consciência presente neste elemento, nessa força vegetal, licença mãe Jurema e que a partir do momento que você acender, que você baforar, que você fumaçar que seja realizador, que seja purificador, que seja magia sagrada acontecendo naquele momento. Então com essa consciência, com a mente concentrada, com coração concentrado você então acende, você oferece, você se relaciona bom então, eu peço licença a pai tabaco para que eu possa entender este elemento, ativar a sua força, o seu poder e que o seu axé se manifeste na fumaça, e que de mim se projete uma força purificadora e equilibradora. Acendeu? Então a primeira baforada você oferece a pai tabaco ( parte prática/não há digitação). Se eu estou fazendo minha oferenda eu vou baforar a minha oferenda, seu estou fazendo ponto riscado eu vou baforar o ponto riscado, se está incorporado, a entidade já sabe o que tem que fazer, não precisa ficar preocupado com isso mas o que você precisa ficar preocupado é em ter consciência, é ter conhecimento, saber a pertinência e fazer uso com o melhor e da melhor forma dentro de um consenso, dentro de um fundamento. Não é quantidade, não é um monte de fumaceira, mas é o uso consciente daquilo que está sendo trabalhado é o que dá o resultado, é o que faz um trabalho incrível acontecer. Por isso que um caboclo pega charuto e faz algo mágico se estabelecer ali dentro do terreiro. E esse bloco, esse momento de reflexão com tabaco é importante, porque o tabaco vai aparecer em todas as oferendas praticamente, quase todas as oferendas de umbanda tem tabaco, quer seja na forma de charuto, seja na forma de corda, na forma de cachimbo, de cigarrilha, de Paieiro, não importa ele vai estar presente. Você aprende a manipular isso, você faz uma auto defumação, uma auto limpeza ( parte prática/não há digitação). Então a partir de agora saudemos pai tabaco como consciência que é presente nessa erva de poder. Use de forma sagrada e no sagrado você sempre estará relacionado,
use de forma sagrada e não terá problema de ser escravizado, de profanar-se no uso de uma erva de poder como essa. Então é isso vamos encerrar esse bloco, continuamos no próximo, axé, axé e axé. DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD Este documento é uma transcrição literal do conteúdo da vídeo-aula