117
NEOPLASIAS NEOPLASIAS
1.
INTRODUÇÃO •
neo = novo
•
sinônimos = tumor (inicialmente utilizado nos processos inflamatórios → edema)
e
plasia = crescimento
câncer (termo mais utilizado p/ tumores malignos) neoplasmas
• oncologia = ciência que estuda os tumores
2.
DEFINIÇÃO DE NEOPLASIA • embora todos médicos saibam o que é neoplasia, o termo é de difícil definição • várias definições ao longo do tempo, desde 1872. • definição segundo Sir Rupert Willis " neopl neoplasi asiaa é um umaa mass massaa tecid tecidual ual anorm anormal al,, cujo cujo cresc crescim imen ento to é exce excessi ssivo vo,, descontrolado em relação ao tecido normal. O crescimento persiste da mesma maneira excessiva após o término do estímulo que induziu a alteração. " caracterização, o, podemos podemos acrescentar que a massa anormal não apresenta função • a essa caracterizaçã alguma alguma (inúti (inútil), l), parasi parasita ta o hospede hospedeiro iro (compe (compete te com o suprim supriment ento o energét energético ico e nutricional) e é virtualmente autônomo (massa cresce em pacientes caquéticos)
3.
CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS • 2 bases de classificação dos tumores 1. histogênese
⇒ tipo celular que originou e compõe o tumor
2. comportamento biológico
⇒ benignos malignos
118
• classificação histogenética -
baseada no tipo celular ou tecido específico que originou e compõe o tumor
-
tumores podem se originar a partir de qualquer tipo celular
-
import important antee identi identific ficar ar o tecido tecido que origin originou ou o tumor, tumor, pois pois o compor comportam tament ento o biológico, tratamento e prognóstico podem ser bastantes diferentes
-
gera geralm lment entee os tumo tumore ress são são clas classi sifi fica cados dos como como tend tendo o orig origem em
epitelial ou
mesenquimal
• classificação quanto ao comportamento biológico -
tumores benignos = menos inofensivos ao hospedeiro
malignos = oferecem risco à vida do hospedeiro -
impo import rtan ante te a dete determ rmin inaç ação ão do comp compor orta tame ment nto o biol biológ ógic ico o do tumo tumorr para para o prognóstico e tratamento
4. NOME NOMENC NCLA LATU TURA RA DOS DOS TUMO TUMORE RESS • baseada no componente do parênquima que constitui a massa tumoral •
tumores benignos sufixo OMA ⇒ lipoma, fibroma, angioma -
-
arquitetura microscópica:
adenoma = neoplasia epitelial benigna que apresenta modelo glandular ou tumor derivado de glândula (sem necessaria/e apresentar ap resentar padrão glandular)
papiloma = projeções em forma de dedo (aspecto macro ou micro)
•
tumores malignos sufixos ⇒ SARCOMA = origem mesenquimal CARCINOMA = origem epitelial -
-
sarcoma : grego "sar"= mole (pouco tecido conectivo) fibrossarcoma, lipossarcoma, rabdomiossarcoma, leiomiossarcoma
119
-
carcinoma: espinocelular, mamário adenocarcinoma = modelo de crescimento glandular
* VER QUADRO 4 ( Pág. 138 )
5. DIFERE DIFERENCI NCIAÇÃ AÇÃO O ENTRE ENTRE O TUMOR TUMOR BENI BENIGNO GNO E MAL MALIGN IGNO O • 4 critérios básicos para diferenciação: 1. 2. 3. 4.
dife diferen renci ciaçã açãoo e anap anapla lasi siaa taxa taxa de cre cresc scim imen ento to invas nvasão ão loca locall metástase
5.1 - Diferenciação e Anaplasia -
diferenciação = grau de semelhança das células parenquimais neoplásicas com as células normais, tanto morfologicamente quanto funcionalmente.
-
-
célula indiferenciada ⇒ proliferação ⇒ diferenciação ⇒ células especializada Ex: célula mesenquimal → diferenciação → osteoblastos → osteócitos (osso) condroblastos → condrócitos (cartil.) fibroblastos → fibrócitos (TC)
-
tumor bem diferenciad diferenciado o
formado o por célula célulass que se asseme assemelha lham m às célula célulass ⇒ formad
normais maduras do tecido de origem da neoplasia e podem elaborar produtos característicos das células normais -
tumor pouco diferenciado (indiferenciado) (indiferenciado)
possuem células células não especializ especializadas, adas, ⇒ possuem
que parecem primitivas -
geralmente os tumores benignos ⇒ mais diferenciados
malignos ⇒ indiferenciados
120
-
anaplasia - ausência de diferenciação das células tumorais (grau de desdiferenciação) - literalmente significa "formar p/ trás" caracterizada por várias alterações morfológicas e funcionais:
-
1. pleo pleomo morf rfis ismo mo celu celula larr células com tamanho e formas variadas quanto maior grau de pleomorfismo ⇒ > anaplasia
2. relaçã relaçãoo núcl núcleo/ eo/cito citopla plasma sma (N/C) (N/C) célula normal ⇒ N/C = 1/4 a 1/6 célula neoplásica ⇒ N/C = 1/1 3. crom cromat atin inaa nuc nucle lear ar célula normal ⇒ cromatina mais dispersa célula neoplásica ⇒ hipercromatose (cromatina condensada e distribuída junto ao envoltório nuclear)
4. nucléolos revelam a atividade sintética da célula células neoplásicas ⇒ nucléolos bem evidentes e acidófilos (1 ou +)
5. figu figura rass de de mit mitos oses es geralmente geralmente (atípicas/bizarras)
as neoplasias neoplasias malignas malignas
5.2 - Taxa de crescimento
• fatores que influenciam o crescimento do tumor:
•
-
suprimento sanguíneo e nutrição
-
resposta imune do hospedeiro
-
fatores endócrinos
neoplasias benignas ⇒ taxa crescimento mais lenta malignas ⇒ taxa cresciemnto cresciemnto mais rápida
mitoses elevadas elevadas ⇒ mitoses
121
5.3 - Invasão local •
neoplasias benignas ⇒ crescimento expansivo malignas ⇒ crescimento infiltrativo, invasivo ("raízes")
• mecanismos 1. 2. 3. 4. 5.
pres presssão fí física sica maior maior motil motilida idade de das célu células las tumo tumorai raiss perda perda da inib inibiçã ição o por cont contato ato das das célul células as diminuição diminuição da adesão/ adesão/coesão coesão das células células tumorai tumoraiss libera liberação ção de de enzim enzimas as dest destrut rutiva ivass
5.4 - Metástases •
características de neoplasias malignas • principais causas de morbidade e mortalidade • definição ⇒ crescimento secundário da neoplasia num sítio distante do crescimento primário
DIFEREN DIFERENCIA CIA ÃO ENTRE ENTRE TUMO TUMOR R BENIGN BENIGNO O E MALIGN MALIGNO O CRITÉRIOS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.
Anaplasia Invasão Metástases Velocidade crescmento Capacidade crescimento Modo crescimento Presença de cápsula Estroma Recidivas Necroses Hemorragias Significado clínico
BENIGNO pouco acentuado < ausente lenta crescer, regredir ou estacionar expansivo geral/e presente abundante raras + + perigoso devido - posição - complicações acidentais - excesso prod. hormônios
MALIGNO bem acentuado > (variável) presente ou não rápida sempre rápido infiltrativo, invasivo não variável frequentes +++ +++ perigoso - cresc. infiltrativo - cresc. progressivo - metástases
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6. MECANISM MECANISMOS OS DE INVASÃO INVASÃO E METÁS METÁSTASES TASES DOS TUMORES TUMORES • invasão e metástases são características biológicas de tumores malignos • principais causas de morbidade e mortalidade • objetos de intensas pesquisas • para a formação de um crescimento secundário de uma massa tumoral distante do foco primário é necessário uma sequência de etapas:
1. despre desprendi ndiment mentoo de células células tumorai tumoraiss da massa primár primária ia 2. penetra penetração ção em em vasos vasos sangüí sangüíneos neos e linfát linfático icoss 3. dissemi disseminaçã naçãoo pela pela corrent correntee circul circulatór atória ia 4. produção produção de crescimento crescimento secundár secundário io num sítio distante distante ( Figura Figura 37)
6.1 - MECANISMOS ENVOLVIDOS NA METÁSTASE TUMORAL (CASCATA METASTÁTICA) 1. célu célula la tran transf sfor orma mada da 2.
expansão clonal (crescimento e diversificação) ⇒ tumor primário
3.
tumor primário = população heterogênea de células tumorais → somente uma população seleta tem a capacidade de se destacar do tumor primário (tumor = vários subclones com graus variados de potencial metastático)
4.
subclone metastático ⇒ adesão e invasão da membrana basal
5.
atravessam a matriz extracelular (MEC) (Figura 38)
6. intrav intravasã asão o = invade invadem m a pared paredee do vaso vaso 7.
circulação ⇒ células tumorais interagem com células imunes do hospedeiro (linf.) plaquetas aderem à massa tumoral
8. êmbo êmbolo loss tumo tumora rais is 9. adesão das células células tumorais tumorais à membrana membrana basal basal do do vaso 10. extravasão = saída do vaso ⇒ células tumorais no tecido
11. tumor metastático metastático
123
124
125
• transformação da célula ⇒ a maioria dos tumores é originada de um clone ou seja, é derivada da proliferação de uma única célula transformada •
heterogenicidade das células tumorais: -
massa tumoral é constituída por células heterogêneas com potencial diferenciado quan quanto to a capa capaci cida dade de inva invasi siva va,, taxa taxa cres cresci cime ment nto, o, resp respos osta ta a horm hormôn ônio ioss e susceptibilidade a drogas
-
ocorre devido a mutações espontâneas (células instáveis geneticamente)
-
muitas vezes quando o tumor primário é detectado, o paciente pode conter vários subclones com potencial metastático
• células tumorais devem penetrar a MEC em vários estágios da cascata metastática •
células tumorais metastáticas ⇒ aderir
degradar atravessar
MEC
Composição da MEC 1. memb membra rana nass basa basais is - colágeno tipo IV - glicoprots. específicas ⇒ laminina proteoglicana sulfato de heparan
2. tecido tecido conecti conectivo vo interst interstici icial al - colágeno tipo I e tipo III (exceção da cartilagem : tipo II) - proteoglicanas - glicoproteínas (fibronectina)
membrana basal ⇒ separa células endoteliais/epiteliais do tecido conectivo intersticial laminina ⇒ "cola"que mantém junto a membrana basal alta afinidade com proteoglicanas e colágeno tipo IV
fibronectina ⇒ principal proteína responsável pela adesão ao tecido intersticial
126
6.2 - ETAPAS DA INVASÃO DAS CÉLULAS TUMORAIS TUMORAIS : 1. Aderên Aderência cia das das célul células as tumorai tumoraiss aos compone componente ntess da MEC MEC a)
mecanismos de adesão à laminina: células cancerosas apresentam ↑ n0 de receptores na superfície para laminina
célula célulass tumora tumorais is secret secretam am grandes grandes quantidad quantidades es de lamini laminina na que se ligam ligam aos
receptores presentes nas células tumorais
⇒ formando uma ponte entre a célula
tumoral e a membrana basal b)
mecanismos de adesão à fibronectina: receptores na superfície das células tumorais reconhecem uma sequência de aa
⇒
RGD (Arg-Gly-Asp) ⇒ peptídeos sintéticos contendo essa sequência ⇒ bloqueiam a adesão das células tumorais à fibronectina ⇒ inibindo as metástases pulmonares
2. Degr Degrad adaç ação ão da MEC MEC degradação das membranas basais ⇒ colagenases tipo IV, glicosidases, proteinases não específicas (elastase, catepsinas, plasmina) ⇒ plasmina ⇒ importante papel na invasão tumoral ativação da colagenase tipo IV
a)
b)
degradação dos colágenos intersticiais (tipo I e III) ⇒ colagenases intersticiais → degradação dos componentes da MEC → produtos da clivagem → atividade quimiotática, angiogênicas e promotor de crescimento
3. Migraç Migração ão das das célula célulass tumorai tumoraiss através através da da MEC •
células malignas são menos coesivas que as células normais (mais separadas) → mais móveis
•
locomoção ⇒ quimiotaxia (fragmentos da MEC)
127
6.3 - DISSEMINAÇÃO VASCULAR E DEPOSIÇÃO DAS CÉLULAS TUMORAIS •
circulação ⇒ células tumorais são vulneráveis à resposta imune do hospedeiro
•
células tumorais ⇒ aglomerados celulares (êmbolos)
•
agrega agregados dos de célula célulass tumora tumorais is e plaque plaquetas tas
proteção ão ao ataque ataque de célula célulass ⇒ proteç
linfóides ⇒ aumentando a sobrevivência e implantabilidade tumoral
•
modelos experimentais: ↓ plaquetas → ↓ metástases pulmonares
• sítio de crescimento secundário -
-
-
-
-
células tumorais circulantes abandonam os capilares → depósitos secundários distribuição das metástases ⇒ vias naturais de drenagem e interação com receptores carcinomas ⇒ disseminação através vasos linfáticos sarcomas ⇒ disseminação através vasos sangüíneos pulmão e fígado ⇒ > frequência de metástases ⇒ sangue das vv. cavas → pulmão da área portal → fígado
7. ETIO ETIOPA PATO TOGE GENI NIA A DOS DOS TUM TUMOR ORES ES •
grande número de agentes → transformação de células
• agentes indutores de tumores podem ser agrupados em 3 categorias: 1. carcin carcinógen ógenos os quím químico icoss 2. energ energia ia radi radiant antee 3. víru víruss oncogê oncogêni nico coss
• todos agentes etiológicos citados afetam a função de 2 classes de genes reguladores 1. prot protoo-on onco coge gene ness ⇒ promovem o crescimento celular ⇒ precursores dos genes do câncer 2. anti anti-o -onc ncog ogen enes es ⇒ genes supressores ou inibidores do crescimento
128
⇒ genes supressores dos cânceres -
esse essess genes genes são são comp compon onent entes es norm normai aiss do genom genomaa celu celula larr e seus seus produ produto toss têm têm importante ação na regulação fisiológica do crescimento das células
7.1 - CARCINÓGENOS QUÍMICOS •
200 anos atrás
⇒ cirurgião londrino, Sir Percival Pott relacionou o câncer da pele da
bolsa escrotal com os limpadores de chaminés, devido à exposição crônica à fuligem → recomendou banhos diários aos limpadores de chaminés
•
1915
⇒ Yamagiwa e Tchikawsa através da aplicação repetida de alcatrão da hulha
induziram o aparecimento de câncer na orelha de coelho
•
Kimnaway e Cook ⇒ extraíram 50 g de 3,4-benzopireno de 2 toneladas de alcatrão cru e comprovaram a carcinogenicidade dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
• PATOGÊNESE DA CARCINOGÊNESE QUIMÍCA -
envolve uma sequência de múltiplas etapas
-
2 fases da carcinogênese química
a) inic niciação b) pro promoçã oção -
iniciador ⇒
alteração permanente do DNA das células = transformação celular sozinho não é suficiente para o desenvolvimento do tumor
-
promotor ⇒
pode pode induz nduziir a form ormação ação do tum tumor em cél células ulas inici niciad adas as (transformadas) não são tumorigênicas por si só alterações reversíveis
129
-
tipos de carcinógenos químicos carcinógenos completos ⇒ iniciação e promoção 2. carcinógenos incompletos ⇒ induz somente a iniciação 1.
exemplos de carcinógenos químicos:
- aditivos, preservantes e flavorizantes alimentares - corantes para marcar carne e frutas - grãos de alimentos contaminados por pesticidas e micotoxinas - fungicidas em frutas - corante de manteiga - corante vermelho escarlate (cerejas marasquino) - adoçantes artificiais: sacarina e ciclamatos em doses elevadas - nitritos= preservação de alimentos - hidrocarbonetos policíclicos ⇒ carnes e peixes defumados, carnes grelhadas, combustão de tabaco - aminas aromáticas e corantes azo → câncer de bexiga - aflatoxina e carcinoma hepático ⇒ Aspergillus flavus
→ aflatoxina
rações mofadas, contaminação de grãos e amendoins - dietilbestrol → tumores genitais em humanos anos 40 → prescrito para mulheres ameaçadas de aborto → adenocarcinomas utilizado engorda do gado → potencial carcinogênico = tumores mamários
7.2 - CARCINOGÊNESE POR RADIAÇÃO •
fonte ⇒ luz solar, R-X e fissão nuclear
•
energia radiante é oncogênica ⇒ alterações cromossômicas, translocação, pontos de mutação, alteração de proteínas e inativação de enzimas
•
possíveis mecanismos: 1. radiação radiação ioniza ioniza diretam diretamente ente macromo macromolécula léculass celulares celulares essenciais essenciais 2. teoria indireta ⇒ produção de RL → lesão celular
130
• mutação induzida pela radiação depende de vários fatores : a) b) c) d) •
qualid qual idad adee da radia radiação ção dose reparo do do DN DNA fator fatores es do do hospe hospede deir iroo
mutação induzida pela radiação → pode ativar proto-oncogenes
7.3 - ONCOGÊNESE VIRAL
• grande número de vírus oncogênicos para humanos e animais •
vírus oncogênicos ⇒ 2 classes ⇒ DNA vírus RNA vírus
•
ambos os tipos de vírus interagem com o DNA da célula → transformação → neoplasia
7.3.1 - RNA vírus -
-
-
-
vírus oncogênicos ⇒ família retroviridae (retrovírus) material genético = RNA
enzima transcriptase reversa → transcrição do RNA viral → DNA específico viral → integra ao genoma celular → replicação junto com o ciclo celular transcrição = cópia da mensagem genética do DNA em RNA m (ocorre no nucléolo)
-
translação = leitur leituraa da mensag mensagem em no RNAm RNAm pelos pelos poliss polissomo omoss → síntes síntesee de polipeptídeos
-
genoma dos retrovírus ⇒ 3 classes de genes gag → síntese de virion b) pol → síntese de transcriptase reversa c) env → síntese de glicoproteínas do envelope ligadas em cada lado pela LTR (repetição terminal longa) → síntese de RNA viral a)
131
retrovírus de transformação aguda
vírus ⇒ indução rápida de tumores nos organismos afetados
-
vírus que apresentam replicação defeituosa ⇒ perda de genes que foram substituídos
-
por nova sequência de genes
⇒ responsáveis pela capacidade de transformação
(genes causadores de tumores) ⇒ v-oncs
origem do v-oncs
-
-
v-onc v-oncss = repr repres esen enta tam m cópi cópias as de prot protoo-onc oncog ogen enes es da célu célula la norma normall que foi capturada pelo genoma viral durante o processo de replicação viral
-
proto-oncogenes estão presentes em todas as espécies da escala evolutiva, sugerindo um papel essencial provavelm elmente nte na diferencia ciação e regu egulação da proliferação celular
-
-
-
sequência dos v-oncs são quase idênticos à sequência encontrada no DNA da célula normal (proto-oncogenes) em quase todas as espécies
proto-oncogenes e oncogene celular celular são muitas vezes utilizados como sinônimos, mas na realidade são 2 termos distintos: proto-oncogene = sequência de gene celular que não são oncogênicos no seu esta estado do fisiol siológ ógic ico, o, mas mas pode podem m ori origina ginarr ou se tran transf sfor orma marrem gene geness causadores de câncer → oncogenes
mecanismos de transfomação maligna para v-oncs - durante a transdução (proto-oncogene → v-onc) ⇒ podem ocorrer mutações ⇒ neoplasia - transdução permite introdução de proto-oncogene na proximidade de potentes promotores retrovirais → persistente expressão desse gene → crescimento descontrolado
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retrovírus de transformação lenta -
-
não apresentam oncogenes e apresentam replicação normal mecanismo de indução de neoplasia mutagênese mutagênese insercional insercional ⇒ DNA proviral é quase sempre integrado próximo ao proto-oncogene ⇒ promotor viral ⇒ alteração estrutural e expressão exacerbada dos proto-oncogenes (c-onc)
7.3.2 - DNA vírus
• associado à vários tipos câncer • mecanismos de ação -
-
células células permissivas permissivas = replicação viral é completa → morte celular/liberação de novos vírus → células não sofrem transformação células não permissivas = não permitem a replicação viral completa → podem sofrer transformação neoplásica
-
-
células não permissivas → DNA vírus oncogênicos geralmente formam associações estáveis com o genoma do hospedeiro (integração do DNA viral nos cromossomos da célula) maio maiori riaa dos dos DNA DNA víru víruss → some soment ntee as porç porçõe õess do genom genomaa são são tran transc scri rita tass inicialmente no ciclo ciclo de vida viral : essenciais para transformação transformação
PATOGÊNESE DO CÂNCER Fatores ambientais e genéticos
⇒ alterações no genoma das células somáticas ⇒ ativação
de proto-oncogenes ou inativação de anti-oncogenes ⇒ expressão de produtos genéticos alterados e perda expansão clonal, mutações perda de produt produtos os genéti genéticos cos regula regulatór tórios ios ⇒ expansão adicionais e heterogenicidade → neoplasia maligna.
133
8 - EFEITOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA •
Efeitos ⇒ locais sistêmicos
• Efeitos locais -
neoplasias ⇒ expansão → pressão nos tecidos normais circunjacentes
↓ dor, isquemia e bloqueio dos vasos linfáticos obstrução de luzes e sistemas de ductos d uctos
• Efeitos sistêmicos • -
-
estágios terminais da doença neoplásica causas: anorexia (depressão dos centros de apetite no cérebro) citocinas (macrófagos ativados → TNF-α ou caquexina → mobilizam TG dos adipócitos) células neoplásicas → enzimas tumorais → células captadoras de aa essenciais
• -
-
-
-
Hipoglicemia
característica dos tumores das células da ilhota pancreática → insulina outras neoplasias epiteliais, mesenquimatosas e hematopoéticas ocorre geralmente nos estágios finais de neoplasia disseminada, mas também nos estágios inicias sinais sinais clínicos clínicos ⇒ inqu inquie ieta tação ção,, fraq fraque ueza, za, trem tremor ores es e epis episód ódio ioss de cola colaps pso o e convulsões
• -
Caquexia
Anemia
comum nas doenças neoplásicas metastáticas causas ⇒ invasão do tumor → hemorragia - redução da eritropoese (invasão (invasão da medula óssea e destruição do tecido hematopoético, supressão da eritropoetina nos rins) - fragm fragment entaçã ação o eritro eritrocít cítica ica (anemi (anemiaa hemolí hemolític ticaa microa microangi ngiopát opática ica = hemólise em vasos anormais dos tumores) - ativação ativação do SMF ⇒ hiperesplenismo → remove excessivamente as hemácias sangüíneas - anemias ferroprivas associadas a doenças inflamatórias inflamatórias - quimioterapia → anemia ñ regenerativa - neoplasias linfoproliferativas → anemias auto-imune
134
-
contrastando com a supressão dos eritrócitos, as células tumorais (secreção de eritropoetina = neoplasias renais humana)
• -
→ policitemia
Defeitos da coagulação
trombocitopenia: comum nas leucemias virais e síndromes linfoproliferativas causas: supressão da atividade da medula óssea várias vezes → auto-imune
-
trombose: ocorre em tumores grandes local nos tumores sólidos causas ⇒ - células neoplásicas → adesão/agregação plaquetária → liberação fatores procoagulantes - endotelialização incompleta dos capilares dos tumores - grande quantidade procoagulantes → CID → obstrução do glomérulos → morte
• -
complicação de muitos tumores, sendo letal em alguns deles causas ⇒ metástases osteolíticas de tumores sólidos com excesso de reabsorção óssea e liberação liberação excessiva de Ca - células tumorais → secretam peptídeos que imitam hormônios paratireoideanos → aumentam atividade dos osteoclastos
• -
-
-
-
-
Pseudohiperparatireoidismo
resu result ltaa da secr secreçã eção o de peptí peptídeo deoss com com ativ ativid idade ade seme semelh lhant antee à do hormô hormôni nio o paratireoideano conseqüências ⇒ hipercalcemia persistente hiperfosfatemia, hiperplasia hiperplasia das células C da tireóide e atrofia da paratireóide asso associ ciad ado o a carc carcin inom omas as da glân glândul dulaa mamá mamári ria, a, fibr fibros ossa sarc rcom omas as,, linf linfom omas as e adenocarcinomas
• -
Hipercalcemia
Síndromes dos hormônios ectópicos
células neoplásica ⇒ sintetizam proteínas → espaços intercelulares secreção de peptídeos → imitam hormônios → síndromes de importância clínica exemplos: vasopressina renina → hipertensão, hipercalemia e hiperaldosteronismo
135
• -
-
-
associada a tumores do pâncreas que não são de células β células tumorais → secretam polipeptídeo com atividade semelhante à gastrina → sinais clínicos → diarréias, vômito, perda de peso, hipersecreção de ácido gástrico esôfago, enterite com atrofia atrofia das vilosidades, hipertrofia ⇒ úlceras do estômago e esôfago, da mucosa gástrica e proliferação das células C da tireóide
• -
-
-
-
-
Diarréia
neoplasia disseminada ⇒ diarréia prolongada que não responde à terapia de rotina câncer terminal está associado às infecções bacterianas e por protozoários (tratamento imunossupressor) tumores do intestino → pode: diarréia (nãomuito comum) células tumorais → secretar peptídeos intestinais vasoativos → diarréia
• -
Síndrome de Zollinger-Ellison
Febre
algumas células tumorais → pirogênicos comum nos pacientes com neoplasias disseminadas avançadas mais comum como resultado de doença inflamatória ou bacteriana complicadora
9 - IMUNOLOGIA TUMORAL •
célula neoplásica ⇒ desenvolve proteínas novas nas membranas superficiais como antígenos tumorais → evocam resposta imune
⇒ atuam
• antígenos tumorais 1. Antí Antíge geno noss feta fetais is - células células tumorais tumorais em desdif desdiferenci erenciação ação → ativação de genes que controlam a produção desses antígenos - fetoproteína-alfa ⇒ produzida no fígado durante vida fetal → após nascimento decai a níveis indetectáveis (inativação dos do s genes controladores) → transformação neoplásica → hepató hepatócit citos os podem podem produz produzir ir novame novamente nte esta esta proteí proteína na fetal fetal → detecção circulação → diagnóstico do câncer hepático
2. Antí Antíge geno noss de dife difere renci nciaç ação ão - apenas em células que seguem uma via particular de diferenciação diferenciação celular - todos linfócitos derivados derivados do timo portam antígenos de diferenciação da mesma mesma forma que os tumores linfóides originados destas células
136
3. Antí Antíge geno noss vira virais is -relacionado com vírus da leucemia, aparece nas células malignas linfóides -expressão desses antígenos de superfície → única evidência da presença de vírus (virio (virions ns desapa desaparec recem em quando quando o materi material al genéti genético co é incorp incorpora orado do no DNA da célula hospedeira)
• RESPOSTA IMUNE • -
Inata
primeira barreira de defesa
-
resposta inespecífica e não apresenta memória
-
representada pela ação de macrófagos, neutrófilos e natural killer (NK)
•
Adaptativa
-
ativada quando o agente ultrapassa a barreira do sistema imune inato
-
caracterizada pela especificidade e capacidade de memória
-
representada pela ação de linfócitos T e B
-
resposta imune ⇒ humoral → Anticorpos (linfócitos B → plasmócitos)
celular → células imunocompetentes (linfócitos T)
• macrófagos -
lise de células tumorais ⇒ liberação de fatores citolíticos a) citocinas (TNF- α ) b) enzimas c) meta metabó bóli lito toss do oxi oxigê gêni nio o
• NK -
-
células assassinas, representa uma população de linfócitos imaturos que surgem no fim do período neonatal e decaem com avanço da idade citotoxicidade ⇒ receptores para antígenos tumorais → lise células tumorais dependente de anticorpos → receptores para fragmento Fc
137
-
atividade atividade acentuada / aumentada aumentada nos pacientes deficientes deficientes de linfócito linfócitoss T, estando diminuída em algumas doenças linfoproliferativas
• resposta imune humoral • Linfócitos Linfócitos B → receptores receptores que se combinam com antígenos antígenos tumorais → diferenciação → plasmócitos → Anticorpos ⇒ ativação do sistema C → lise tumoral
• resposta imune celular •
Linfócitos T ⇒ reconhecimento de antígenos tumorais (células apresentadoras de antígenos) → liberação liberação de linfocinas linfocinas → estimulam a diferenciação de linfócitos B em plasmóticos, estimulam a atividade de NK e ativam macrófagos
• cooperação entre os 2 tipos de resposta imune
10 - GRADAÇÕES E ESTADIAMENTO •
Gradação : grau de diferenciação das células tumorais e número de mitoses dentro do tumor como supostos correlatos da agressividade do neoplasma. anaplasia ⇒ Classificados como de graus I a IV com aumento de anaplasia
•
Estádio :
tamanho, extensão e presença de metástases nos nódulos linfáticos e
presença ou ausência de metástases sistêmicas ou sangüíneas
UICC ( Union Internationale Contre Cancer )
Sistema
TNM ,
onde :
T: tumor → tamanho ( T1 a T4 ) N: envolvimento de nódulo linfático regional ( N1 a N3 ) M: metástases metástases ( M0 a M2 )
138
139
ROTEIRO DE ESTUDO
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.
22. 23. 24.
Explique como é realizado a classificação das neoplasias. Explique como é realizado a nomenclatura das neoplasias. Quais critérios são utilizados na diferenciação das neoplasias ? O que diferencia neoplasias diferenciadas e indiferenciadas ? Defina anaplasia e cite as suas características celulares. Cite os fatores envolvidos na taxa de crescimento das neoplasias. Baseado em 10 critérios, diferencie neoplasias benignas de malignas. Cite resumidamente as etapas envolvidas na disseminação de uma neoplasia. Explique a heterogenicidade das células tumorais. Qual o papel da matriz extracelular nas metástases ? Explique a importância da laminina e fibronectina na cascata metastática. Qual o papel desenvolvido pela plasmina na cascata metastática ? Qual a influência das plaquetas na cascata metastática ? Quais as grandes categorias de agentes etiológicos das neoplasias ? Qual Qual o papel papel desen desenvol volvi vido do pelos pelos protoproto-onc oncog ogene enes, s, no dese desenvo nvolv lvim imen ento to da neoplasia ? 16. O que são anti-oncogenes ? 17. Explique as duas fases da patogenia da carcinogênese química. 18. Cite Cite os fator fatores es envol envolvi vido doss no desen desenvo volv lvim imen ento to de um umaa neopl neoplasi asiaa por por radiação. 19. Diferencie Diferencie um proto-oncogene proto-oncogene dos oncogenes. oncogenes. 20. Explique resumidamente a patogênese das neoplasias malignas. 21. Que efeitos clínicos locais uma neoplasia pode induzir ? Cite Cite os tipo tiposs de respost respostaa im imune une,, um pacient pacientee porta portador dor de neopl neoplasi asiaa pode pode apresentar e suas principais diferenças. Qual a diferença da atuação de linfócitos T e linfócitos B, na resposta imune, em pacientes portadores de neoplasias ? Defina, em relação à histogênese e comportamento biológico, as seguintes neoplasi neoplasias as : Sarcom Sarcomaa osteogên osteogênico ico,, Carcino Carcinoma ma hepatoce hepatocelul lular, ar, Cistad Cistadenom enoma, a, Cori Corioca ocarci rcinom noma, a, Semin Seminom oma, a, Fibr Fibroad oadeno enoma ma,, Tera Teratoc tocar arci cinom noma, a, Lipo Lipoma ma,, Rabdomioma e Leucemias.