Custos e Contabilidade
no Agronegócio
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Custos e Contabilidade no Agronegócio Aula 01 Sistemas Agroindustriais
Objevos Especícos • Apresentar a estrutura e a importância da avidade rural no Brasil e no mundo.
Temas Introdução 1 Sistemas agroindustriais
2 Parcipação da Contabilidade no agronegócio Considerações nais Referências
Professora Autora
Cleide Barbosa
Custos e Contabilidade no Agronegócio
Introdução Desde os primórdios, mesmo que rudimentarmente, a agricultura vem garanndo sustento à humanidade. No início, os povos nômades vagavam e se alimentavam com o que encontravam. Posteriormente, xaram-se em áreas consideradas, para a época, férteis. O culvo era executado nas proximidades das moradias e dos rios. A evolução do homem seguiu-se do aumento da população e da necessidade de abertura de novas áreas de culvo, que careciam de tecnologias de produção, no mesmo caminho estava a criação de animais. A parr do momento em que o sustento e a manutenção do grupo familiar foram atendidos, outras necessidades surgiram; o ser humano foi evoluindo, como conta a história. Por muito tempo, as tecnologias de culvo e domescação de plantas e animais seguiram atendendo às necessidades e perspecvas de cada época e povo, até o ponto de ser necessário o aumento constante da produvidade, objevando ainda o sustento e a manutenção da humanidade. Porém, hoje somos mais de 8 bilhões de habitantes e a produção precisa atender a essa massa. Para isso, a agricultura e as pecuárias se transformaram em um sistema grandioso, que demanda constante evolução de recursos, tecnologia, pesquisa, invesmento a custos cada vez mais detalhados.
1 Sistemas agroindustriais 1.1 Da agricultura ao agronegócio No Brasil, a história da agricultura até o agronegócio caminhou a passos lentos, desde a colonização até meados de 1970, momento em que aconteceu uma tomada de atude para o desenvolvimento. Antes, produtos e tecnologias eram importados, porém, pouco ou nada se adequava à realidade do clima e ao solo das várias regiões do país, algumas delas inóspitas. Ou seja, nos demais setores as importações de produtos e tecnologias supriam as necessidades e nos deixavam a par do que acontecia no mundo. Porém, no setor agrícola, a extensão territorial não podia ser atendida, poucas regiões se destacavam, com suas culturas especícas. As safras frustradas, efeitos climácos, importações desnecessárias, mercados desorganizados, entre outras mazelas, não propiciavam a alavancagem do setor. Causa estranheza relacionar aquela época com os dias atuais, não parece se tratar do mesmo país, que hoje se apresenta com seus mais de oito milhões e quinhentos mil metros quadrados, estações denidas, vocação agrícola e pecuária, boa parte do território agricultável, constante desenvolvimento de tecnologias e sistemas agrícolas, e, mais recentemente, o avanço das áreas e a implementação de culturas consideradas impróprias ou impossíveis em determinadas regiões, e o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola sempre em destaque. Como as cidades estavam crescendo e aumentando a população urbana que não Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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plantava, não produzia alimentos (não o faz em grande escala nos dias atuais), apenas os consumia, e boa parte desses alimentos eram também importados, era necessário reverter essa situação, não apenas como necessidade de alimentar a população, mas especialmente pelo custo dessas importações. Nesse momento da história, foram criados órgãos e leis com ns agrícolas, de regulamentação, incenvo, proteção ao meio ambiente (por exemplo o IBAMA, pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989). A parr de 1970, foram enviados pesquisadores brasileiros às universidades localizadas em locais com clima temperado e tropical, a m de se especializarem, voltarem para o Brasil e implementar as mudanças necessárias. Alguns dos órgãos referidos são: as empresas públicas coordenadas pelo Ministério da Agricultura (MAPA), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), alguns estados possuem Ceasas (Centrais de Abastecimento). Destacamos também o Instuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), os órgãos ambientais e as empresas de pesquisa e extensão agrícola dos estados. Os anos foram se passando e novas sementes foram usadas. Adequadas às mais variadas regiões brasileiras, as terras foram preparadas, entraram máquinas e equipamentos especializados para o plano, manuseio e, por m, colheita. O árduo trabalho dos pesquisado res dos órgãos federais e estaduais (em alguns estados), especialmente dos agricultores, rendeu frutos, tais como os informados na Tabela 1 a seguir. Tabela 1 – Previsão da Safra Brasil – junho 2015
PRODUTO
SAFRA 2015
Abacaxi (Mil frutos)
1.745.698
Algodão herbáceo (Toneladas)
3.972.905
Alho (Toneladas)
92.737
Amendoim (1ª Safra) (Toneladas)
296.606
Amendoim (2ª Safra) (Toneladas)
23.693
Arroz (Toneladas)
12.390.737
Aveia (Toneladas)
545.221
Banana (Toneladas)
7.228.197
Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)
1.660.899
Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)
1.090.211
Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)
751.716
Cacau (Toneladas)
260.865
Café arábica (Toneladas)
1.950.608
Café canephora (Toneladas)
652.088
Cana-de-açúcar (Toneladas)
678.298.386
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Castanha-de-caju (Toneladas)
231.066
Cebola (Toneladas)
1.637.264
Centeio (Toneladas)
5.009
Cevada (Toneladas)
316.100
Coco-da-baía (Mil frutos)
1.853.052
Feijão (1ª Safra) (Toneladas)
1.436.955
Feijão (2ª Safra) (Toneladas)
1.393.266
Feijão (3ª Safra) (Toneladas)
438.282
Fumo (Toneladas)
873.945
Girassol (Toneladas)
189.115
Guaraná (Toneladas)
3.667
Juta (Toneladas)
798
Laranja (Toneladas)
13.809.684
Maçã (Toneladas)
1.265.915
Malva (Toneladas)
14.055
Mamona (Toneladas)
86.671
Mandioca (Toneladas)
24.154.377
Milho (1ª Safra) (Toneladas)
30.139.226
Milho (2ª Safra) (Toneladas)
50.182.972
Pimenta-do-reino (Toneladas)
48.776
Sisal ou agave (Toneladas)
180.932
Soja (Toneladas)
96.442.521
Sorgo (Toneladas)
2.087.526
Tomate (Toneladas)
3.681.641
Trigo (Toneladas)
7.294.261
Tricale (Toneladas)
99.011
Uva (Toneladas)
1.510.788 Fonte: Adaptada de IBGE (s.d.).
Hoje, o Brasil é o segundo maior exportador de produtos agrícolas do mundo, conforme mostra o Gráco 1, de 2001 até 2011, constando conforme legenda: os valores, em bilhões de dólares, da exportação agrícola e, em percentual, a parcipação da agricultura brasileira no mundo.
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Gráco 1 – Parcipação do Brasil no mercado mundial – exportações de produtos do agronegócio (em US$ bilhões)
81,80 80 O Brasil é responsável por quase 8% dos produtos agropecuários produzidos em todo mundo.
63,68 58,36
60
54,83 44,89
40
36,94 32,21 28,36 21,71
20
0
16,59
17,43
4,6%
4,6%
5,1%
5,8%
6,1%
6,4%
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Exportação agrícola brasileira
6,4% 2007
6,8%
7,3%
7,3%
7,9%
2008
2009
2010
2011
Participação da agricultura brasileira no comércio mundial, em %
Fonte: Adaptado Agroinvestbrasil (s.d.).
1.2 O agronegócio como um sistema A parr dos estudos realizados, da implementação do novo conhecimento à realidade das regiões brasileiras e dos processos e mudanças necessárias , a produção cresceu: no início, apenas as chamadas commodies, mais tarde, a transformação delas em outros produtos. Commodies são produtos ou mercadorias em estado bruto (original) ou com poucas modicações ou beneciamentos. Comumente, são os produtos agrícolas, tais como: soja, café, mais recentemente frutas, açúcar (já beneciado), além de minérios, entre outros. Vale mencionar que as commodies possuem valores determinados e regulados pelo mercado. Para transportar as commodies, bem como todos os produtos e mercadorias produzidos , é necessário o transporte do campo até um local de armazenagem e, posteriormente, até os portos; em alguns casos, dependendo da distância, são necessários mais de um entreposto e mais de um meio de transporte. Desde o início do que podemos chamar de revolução agrícola brasileira, mesmo aplicando conhecimentos, os produtores trabalhavam isoladamente. Naquele momento, mais que produzir para o consumo próprio e local ou apenas nacional, os produtores brasileiros estavam, mesmo que indiretamente, negociando com o mercado mundial, e já possuíam conhecimento de produção, porém, outros tantos eram necessários. Para isso, foram além, uniram-se a pessoas de outras áreas do conhecimento, prossionais, como: dos transportes, da administração, da contabilidade, do direito, das engenharias, Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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entre tantos outros; iniciava-se o agronegócio. Claro que não existe uma data precisa, foram acontecimentos sucessivos e necessários, pois a globalização exigia. Toda essa união de prossionais representa os sistemas agroindustriais, que são as relações formais, através de documentos, acordos entre pessoas, empresas, endades, entre outras formações, coordenando transações e ações, com a especialidade de cada parcipante em prol da compevidade. Como no exemplo a seguir, sistema de produção da soja: Figura 1 – Sistema de produção de soja
Indústria de insumos
Transportador
Cooperativa Agropecuária
Produtor rural (lavoura)
Cooperativa Transportador Agropecuária
Porto ou Exportador
•
Iniciando pela indústria de insumos (necessário para a ferlização, crescimento e desenvolvimento da planta);
•
Transportador;
•
Cooperava agropecuária (local de venda de insumos);
•
Produtor rural (responsável pelo plano, desenvolvimento e colheita da soja);
•
Cooperava agropecuária (agora aparece como armazenadora do grão);
•
Transportador;
•
Porto ou exportador (responsável pela negociação do grão com os compradores internacionais).
Vamos para outro exemplo de sistema agroindustrial, agora de frangos: Figura 2 – S istema agroindustrial de frangos
Indústria
Transportador
Produtor rural
Transportador
Indústria
Nesse exemplo, a indústria envia ao produtor rural, através do transportador, os animais recém-nascidos, bem como rações e vacinas, para quando esses animais esverem em fase de abate, retornarem, via transportador, à indústria para o abate e demais ulidades dos frangos.
1.3 Cadeias produvas no agronegócio Inicialmente, podemos assim denir as cadeia de produção: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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Uma cadeia de produção pode ser denida como um conjunto de subsistemas de produção no qual os fenômenos, acontecimentos e fatos derivados das operações de um subsistema relacionam-se com os fenômenos acontecidos e fatos relavos aos subsistemas a ele adjacentes. (ZUIN; QUEIROZ, 2006, p. 27).
Ou seja, cadeia produva é um conjunto de subsistemas, que podem ser partes de um determinado sistema agroindustrial, possuindo parte relevante de seus negócios pertencentes aos produtos ou serviços dessa cadeia; os frutos de seus trabalhos se complementam. As cadeias produvas vão muito além de outros conceitos, já que elas, em algumas avidades, abrangem o acompanhamento do produto nal por sua vida úl, por exemplo, a indústria automobilísca, cuja cadeia produva acompanha a vida úl dos veículos produzidos, com a assistência técnica, manutenções, entre outras intervenções. No caso do agronegócio, os bens não possuem vida longa, em sua maioria são para consumo em espaço de tempo determinado conforme os aspectos legais e de saúde. Vejamos, portanto, um exemplo de cadeia produva na Figura 3 seguinte: Figura 3 – Cadeia produva – piscicultura
Ex. Cadeia Produtiva - Psicicultura o ã ç u d o r P
Formador de preço
Formador de preço
Insumos Tomador de preço
Produção De Alevinos Engorda
Industrialização
o ã ç a m r o f s n a r T
o ã ç i u b i r t s i D
Simples Abate
Carne/carcaça Hamburger
In Natura
Empanados Embutidos
Postas
Patês
Filé
Outros
Outros
Exportação Peixes Exóticos
Supermercados
Restaurantes e Peixarias
Formador de preço
Feiras
Consumidor Final
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8
70%
Pesque-Pague
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Fonte: Prochmann (2012, p. 17).
No exemplo da cadeia produva da piscicultura, no momento da produção, os alevinos (peixes recém-nascidos) são exportados; outro desno é para a engorda, que, por sua vez, apresenta três elos da cadeia: industrialização, simples abate, pesque e pague. Cada um dos três elos sofre as devidas transformações para, depois, seguir aos supermercados, restaurantes, feiras e, por m, ao consumidor nal. No caso do elo pesque e pague, não há transformação, os peixes seguem para o consumidor nal diretamente ou através dos supermercados, restaurantes e feiras, como nos demais elos. Esse exemplo de uma cadeia produva, como de qualquer outro, não é xo, e nem é obrigatório que sejam esses os elos. Claro que a cadeia produva é a visão macro, mas não signica que os elos sejam os mesmos. Como o Brasil é um país extenso, composto de uma grande diversidade produva, são muitas as cadeias produvas, cada qual com suas peculiaridades: são os mais variados arranjos e organizações, objevando desenvolvimento, crescimento, manutenção, sustento e retorno nanceiro. Desde o ávido crescimento da agricultura brasileira, também cresceram a indústria, não apenas a agroindústria, transformadora ou beneciadora dos produtos e subprodutos agrícolas, mas também a indústria de máquinas, equipamentos e insumos diversos, necessários à operacionalização da cadeia produva, bem como aos transportes de todos os elos. Todos os procedimentos, as decisões e atudes produvas exigem invesmentos e têm determinado valor monetário para que possam ser realizados, além dos valores subjevos, amplamente comunicados nos dias atuais, tais como: sustentabilidade, cuidados com meio ambiente, ecologia, algumas vezes tratados conjuntamente. Subjevos ou monetários, os procedimentos, as decisões e os invesmentos podem e devem ser medidos, de forma que apontem os resultados das avidades, isso cabe à Ciência Contábil, além de atender às especicações e exigências legais e tributárias.
2 Participação da Contabilidade no agronegócio A história conta que os primivos já contabilizavam, enumeravam seus bens, de forma básica e rudimentar; esse processo simples já sasfazia às necessidades daquela época. Com o passar dos tempos, todas as ciências foram se adequando às realidades de cada época, com a Contábil não foi diferente; recentemente a Contabilidade Brasileira passou a se valer das Normas Internacionais de Contabilidade. Toda essa evolução é parte do ser humano, inclusive existe um estudo, chamado Perl do Produtor Agropecuário, que trata das parcularidades, especícas da evolução dos Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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produtores, qualicando o porte, as regiões de suas localizações, as culturas culvadas, as associações, o sexo, o estado civil, os lhos, o grau de escolaridade, o tempo de avidade agrícola, a representação da renda, a sucessão familiar, o comportamento nanceiro de produção e a comercialização. O estudo está disponível no site do Índice de Conança do Agronegócio (IC AGRO), demonstrando a organização e valorização do setor. E, como a contabilidade trabalha para valorar, ajudar a gerenciar, registrar e controlar o patrimônio das diversas endades, dedicadas a qualquer área do conhecimento, ocorre com o setor agrícola, desde a pequena propriedade aos mais complexos sistemas agroindustriais, de acordo com o perl do produtor ou negócio. Vejamos o exemplo da cultura do milho, os custos no processo de moagem a seco, conforme Figura 4: Figura 4 – A cadeia produva do milho
1. Moagem de Milho a Seco Recepção Moagem Resíduos
Limpeza Secagem
Resíduos moídos
Armazenagem Água Vapor
Pós limpeza Condicionamento Degerminação
Casca
Separação
Refinação cascas
Germe
Canjica Flaking Grits Moagem
Extração óleo Farelo desengordurado Óleo Bruto Refino
Classificação
Farinha Alta Fibra
Óleo Refinado Laminação
Grits
Farinha Pré-cozida Canjiquinhas para Cuzcuz Fubás Extrusão Germe Milho Farinhas Especiais Farinhas Extrusadas Fonte: Adaptada de Kowalski (2010. p. 9).
Vamos valorar o processo de moagem do milho, por saca de 60 kg, com valores hipotécos.
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Tabela 2 – Custo dos serviços de transformação do grão e da farinha
Recepção (do grão)
R$ 2,00
Limpeza
R$ 10,00
Secagem
R$ 21,00
Armazenagem
R$ 9,00
Pós-Limpeza
R$ 2,00
Condicionamento
R$ 11,00
Degerminação (rerada da casca e germes)
R$ 30,00
Separação
R$ 10,00
Moagem (moer os grãos)
R$ 25,00
Classicação
R$ 19,00
Extrusão (saída forçada de forma estabelecida, farelo, por exemplo)
R$ 32,00
Custo dos serviços de transformação do grão e farinha
R$ 171,00
Nesse exemplo, de forma simplicada, foram agregados os custos de transformação. Em cada um desses custos, ainda pode ser analisada, por exemplo, a composição dos R$ 32,00 de custos de extrusão, especicados: gastos com pessoal, depreciação, manutenção, energia, entre outros.
É necessário que o prossional da contabilidade, não apenas o contador, mas também os assessores, tenham compreensão do processo objeto da contabilidade. Como no exemplo, ter conhecimento do processo de transformação do milho em farinha, a m de saber quais custos e como alocá-los de forma correta, devendo contar com os especialistas de cada setor nessa empreitada.
Mas, não nos caberá calcular apenas os custos de um processo, mas incluí-los na operacionalização contábil da endade ou empresa, pois os custos tratados não são únicos, existem outros tantos, como os administravos, nanceiros, dos demais processos de transformação, que, juntos aos demais atos e fatos administravos e contábeis, demonstram a realidade da endade ou empresa.
Seria possível apurar e/ou averiguar os resultados de forma quantava e qualitava, em qualquer avidade com ns lucravos, sem um sistema organizado como o contábil?
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Considerações finais Tratando-se do conhecimento sobre determinado processo, necessário a quase todos os prossionais, compreendemos que, durante nosso curso, vamos, por algumas ocasiões, tratar de conceitos da agricultura. No momento, conhecemos um pouco sobre agricultura, seu desenvolvimento, sua importância para o Brasil, sua estruturação e noções de apuração de custos, que serão avançadas, estruturadas, especicadas durante o aprendizado, adequando-as às várias regiões do país e culturas agrícolas possíveis.
Referências AGROINVESTBRASIL. Agronegócio no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2015. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Banco de Dados Agregados: Levantamento Sistemáco da Produção Agrícola. 2015. Disponível em: . Acesso em:
26 jun. 2015. KOWALSKI, Nelson Arnaldo. Situação atual da indústria de moagem de milho para consumo humano. 2010. In: SlideShare. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2015. PROCHMANN, Anelo Mateus. Cadeias produvas. 2012. In: SlideShare. . Acesso em: 1 ago. 2015. ZUIN, Luís Fernando Soares; QUEIROZ, Timóteo Ramos. Agronegócios: Gestão e Inovação. São Paulo: Saraiva, 2006.
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