UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES TIAGO OLIVEIRA DE LIRA
MEDIDA DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS INCÊNDIOS EM EDIFICAÇÕES - UMA REVISÃO DA LITERATURA
SALVADOR - BA 2017
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES TIAGO OLIVEIRA DE LIRA
MEDIDA DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFICAÇÕES - UMA REVISÃO DA LITERATURA
Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Engenaria de !egurança Contra "nc#ndio e $%nico&
SALVADOR – BA 2017
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MEDIDA DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS - UMA REVISÃO DA LITERATURA 'iago (liveira de )ira *
RESUMO ( ob+etivo do trabalo tratar sobre a prevenção e proteção contra inc#ndios em edificaçes, de modo que possa agregar o conecimento de interessados, atravs de uma revisão liter.ria& A princípio destacam-se as características do fogo e as formas de interromp#-lo, apresenta-se como se desenvolve o início e o desdobramento do inc#ndio, listando os principais equipamentos para combate e as tcnicas de prevenção a inc#ndios, suas particularidades de instalação e elaboração& Apresenta tambm as dificuldades que ainda precisam ser aperfeiçoadas para que se possa ter uma prevenção mais efica/ ao que se refere a segurança e proteção, com um ob+etivo de evitar danos maiores à sociedade&
Pala!a"-C#a$0 $revenção& !egurança& "nstalação& "nc#ndio&
I%&!'()*+' !egundo 1omes!egundo 1omes 234456, o termo prevenção fa/ refer#ncia à ação e ao efeito de prevenir& ( conceito, por conseguinte, permite designar a preparação de algo com anteced#ncia para um determinado fim& 7isco, por sua ve/, tem uma origem etimol8gica mais remota, mais precisamente no voc.bulo .rabe ri/q, que significa 9o que depara a provid#ncia:& ( termo est. associado à pro;imidade de possíveis danos e à vulnerabilidade&
!$ 2344? p& 3@@6, o fogo um processo químico de transformação, mas podemos tambm defini-lo como o resultado de uma reação química que desprende lu/ e calor devido à combustão de materiais diversos e os elementos que o compem são o combustível, o comburente 2o;ig#nio6 e o calor&
Tiago Oliveira de Lira, Engenheiro Civil.
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o comburente que a subst%ncia que reage quimicamente com o combustível e o calor que necess.rio para iniciar a reação entre combustível e comburente& $ara que se processe esta reação, obrigatoriamente dois agentes químicos devem estar presentes0 Combustível e Comburente& Ainda de acordo com C$=>!$ 2344?6, pode-se di/er que combustível todo material que queima 2madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais, etc&6& Comburente o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflam.veis dos combustíveis, dando vida às camas e possibilitando a e;pansão do fogo& 2o o;ignio o principal comburente6& Calor uma forma de energia& D o elemento que d. início ao fogo, ele que fa/ o fogo se propagar& $ode ser uma faísca, uma cama ou at um super aquecimento em m.quinas e aparelos energi/ados& Alm do tri%ngulo de fogo, temos tambm o tetraedro de fogo que, alm de incluir combustível, comburente e calor, tambm considera a reação em cadeia, pois para o fogo se manter aceso necess.rio que a cama forneça calor suficiente para continuar a queima do combustível& Alm do combustível e do comburente, necess.ria uma terceira condição para que a combustão possa se processar que a temperatura de ignição, que a temperatura acima da qual um combustível pode queimar& (s combustíveis, ap8s iniciarem a combustão, geram mais calor& Esse calor provocar. o
desprendimento de
mais
gases ou vapores combustíveis,
desenvolvendo uma transformação em cadeia ou reação em cadeia, que o produto de uma transformação gerando outra transformação& !egundo Aita 234*3, p& *36, o surgimento a $revenção e Combate a "nc#ndios começou desde a pr-ist8ria, quando o omem começou a utili/ar o fogo para as mais variadas atividades como aquecimento, preparo de alimentos, etc& Com a evolução, tambm foi possível observar que o fogo possui uma capacidade imensa de destruição& !abemos que o fogo foi uma das maiores conquistas do ser umano e atravs desta conquista o omem aprendeu a utili/ar a força do fogo a seu favor, e;traindo a energia dos materiais da nature/a ou moldando a nature/a em seu
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benefício& Ele tambm foi o maior respons.vel pela sobreviv#ncia do ser umano e pelo grau de desenvolvimento da umanidade& Mas tambm sabemos que a capacidade destruidora do fogo e;tremamente devastadora e por isso importante que se+a combatido de forma eficiente, para que as consequ#ncias se+am mínimas&
D$"$%'l,$%&'
Avaliando este processo químico que coopera para a evolução da sociedade como um todo, este elemento que, ao mesmo tempo em que serve para o bem, tambm serve com um agente causador de destruição e dor& Ao decorrer dos anos, no rasil, tiveram inFmeros registros de tragdias relacionadas ao fogo e diante de tantos acontecimentos e com a intenção de prevenir, uma srie de medidas de combate ao fogo vem sendo adotadas, alm da busca no desenvolvimento de novos equipamentos, novas tcnicas e novas legislaçes, mas infeli/mente, foram necess.rias muitas tragdias e muitas mortes para que legislaçes de prevenção contra inc#ndio fossem criadas e, ainda sim, depois de criadas, muitas outras ainda foram necess.rias para garantir que tais normas fossem cumpridas& 'irando como base os diversos países, cu+a grande parte deles são desenvolvidos, +. e;iste uma educação rigorosa voltada para prevenir e não remediar&
!egundo "A$E 234*@, p&4G6 entende-se como sistema de prevenção contra fogo e combate a inc#ndio o con+unto de procedimentos e instalaçes idr.ulicas, eltricas, acess8rios e demais componentes que, quando acionados ou em uso, possibilitam a ação dese+ada& A partir disto, podemos destacar que o conecimento
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da prevenção e;tremamente necess.rio e importante, tanto para os profissionais atuantes na .rea quanto para a sociedade que veem e sentem a segurança que essas medidas podem le proporcionar&
A partir dos diversos acontecimentos, foi elaborado o $$C" 2$ro+eto de $revenção e Combate a "nc#ndio6 e esse procedimento deve ser elaborado apenas por profissionais devidamente abilitados, como Engeneiros Civis e Arquitetos, fiscali/ado e aprovado pelo Corpo de ombeiros, mediante vistorias e concessão de alvar.s, sendo e;igido por 8rgãos pFblicos para qualquer im8vel, a fim de proporcionar maior segurança às pessoas& D obrigat8rio para todas as edificaçes e;istentes&
!egundo rentano 234**6, os principais ob+etivos do $ro+eto de $revenção e Combate a "nc#ndio devem ser a proteção da vida umana, a proteção do patrimHnio e, por Fltimo, a continuidade do processo produtivo& Ainda segundo rentano 234**6, as medidas de proteção da edificação ao fogo podem ser classificadas em passivas e ativas& As medidas de proteção passiva são aquelas tomadas durante a fase de elaboração do pro+eto arquitetHnico e de seus complementares, com o ob+etivo de evitar ao m.;imo a ocorr#ncia de um foco de fogo, e, caso aconteça, redu/ir as condiçes propícias para o seu crescimento e alastramento para o resto da edificação e para as edificaçes vi/inas& $odem-se citar como e;emplos, afastamento entre edificaçesI segurança estrutural das edificaçesI compartimentaçes ori/ontais e verticaisI controle da fumaça de inc#ndioI controle dos materiais de revestimento e acabamentoI controle das possíveis fontes de inc#ndioI saídas de emerg#nciaI sistema de proteção contra descargas atmosfricas 2!$
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dos ocupantes da edificação com segurança e rapide/& $odem-se citar como e;emplos0 sistema de detecção e alarme de inc#ndioI sistema de sinali/ação de emerg#nciaI sistema de iluminação de emerg#nciaI sistema de e;tintores de inc#ndioI sistema de idrantes ou mangotinosI sistema de cuveiros autom.ticos 29sprinJlers:6I sistema de espuma mec%nica, em alguns tipos de riscoI sistema de gases limpos ou C(3, tambm em alguns tipos de risco&
erigolo, 2*GKK, p K6 comenta que 9( inc#ndio e;iste onde a prevenção fala:& E os principais fatores que podem provocar um inc#ndio são0 ator umano0 !e o inc#ndio não for provocado por ação deliberada, podemos di/er que foi ocasionado por imprud#ncia, por neglig#ncia, por descuido, por irresponsabilidade e at por desconecimento do ser umano& ator natural0 os quais podemos citar os inc#ndios provocados pelos fenHmenos da nature/a& $or e;emplo0
$ode-se di/er que o rasil apresenta uma vasta opção de procedimentos, normas, sobre os mais variados tipos de edificaçes que apresentam todos os equipamentos necess.rios, como agir no momento do inc#ndio, manutenção, alm de cuidados especiais +. na elaboração de pro+etos e construção& ustamente aí, que entra a nossa atuação para acrescentar na sociedade, como profissionais& A organi/ação de um $lano de $revenção e Combate à "nc#ndio, busca ao m.;imo prevenir qualquer incidente e caso vena a ocorrer, o intuito de minimi/ar as perdas materiais e evitar as umanas& D importante ressaltar que a consci#ncia da import%ncia da prevenção de inc#ndios não deve ser apenas dos profissionais como arquitetos, engeneiros, bombeiros e profissionais da saFde, mas da população em geral, sendo vitais campanas com #nfase em conecimentos b.sicos&
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4K>K5 Atuali/açes>Alteraçes <&(&U& $ortaria !=' n& 4N, de 3G de outubro de *GG* @*>*4>G* $ortaria !=' n& 43, de 3* de +aneiro de *GG3 33>4*>G3 $ortaria !"' n& 3?, de 4G de outubro de 344* 4*>**>4* $ortaria !"' n& 33*, de 4N de maio de 34** *4>4O>** 27edação dada pela $ortaria !"' n& 33*, de 4N de maio de 34**6 3@&* 'odos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de inc#ndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas tcnicas aplic.veis& 3@&*&* ( empregador deve providenciar para todos os trabaladores informaçes sobre0 a6 utili/ação dos equipamentos de combate ao inc#ndioI b6 procedimentos para evacuação dos locais de trabalo com segurançaI c6 dispositivos de alarme e;istentes& 3@&3 (s locais de trabalo deverão dispor de saídas, em nFmero suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandon.-los com rapide/ e segurança, em caso de emerg#ncia& 3@&@ As
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aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída& 3@&? =enuma saída de emerg#ncia dever. ser fecada à cave ou presa durante a +ornada de trabalo& 3@&O As saídas de emerg#ncia podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam f.cil abertura do interior do estabelecimento& Alm da =7 3@, outra norma que deve ser estudada a =orma rasileira L =7 *3NG@034*4 L !istemas de proteção por e;tintores de inc#ndio, não esquecendo que cada município tem suas diretri/es, as quais são estipuladas no C8digo de $osturas do município e, portanto, deverão ser analisadas, con+untamente, com as demais legislaçes sobre o assunto& =orma rasileira L =7 *3NG@ 2!istemas de proteção por e;tintores de inc#ndio6 A =orma rasileira L =7 *3NG@034*4 tem como principal ob+etivo determinar as condiçes mínimas e;igíveis para a reali/ação de pro+etos e instalação de sistemas de proteção por e;tintores port.teis de inc#ndio e>ou sobre rodas& Essas determinaçes devem ser seguidas, caso contr.rio a empresa poder. ser notificada, multada e>ou sofrer um processo de interdição at que cumpra as determinaçes da legislação vigente no país& Esta norma, =7 *3NG@034*4, alm das determinaçes mínimas e;igidas aponta, tambm, alguns conceitos importantes para a sua interpretação, tais como0 a dist%ncia m.;ima em metros que o e;tintor poder. ser carregado do ponto onde est. fi;ado at qualquer outro ponto da .rea de proteção deste e;tintor, bem como outros conceitos que serão lembrados e detalados com clare/a no decorrer das e;plicaçes& a/ parte de um pro+eto e da instalação de sistemas de proteção contra inc#ndio0 a6 ou determinado no Ane;o A, da =7 *3NG@034*4&
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classificado em tr#s classes0 a6 Classe A L risco pequeno& b6 Classe L risco mdio& c6 Classe C L risco grande& A classe de risco A, e C, da classe de ocupação da '!", não tem relação direta com as letras A, , C e < que determinam as classes de inc#ndio& $ara o risco pequeno, a classe de ocupação enquadrada na '!" como 4* e 43, e;cluídos os dep8sitos, que devem ser considerados como classe & . a =7 *3NG@034*4 determina que as edificaçes e as .reas de risco, com carga de inc#ndio específica at @44 M>m3 2mega +oule por metro quadrado6 e líquidos combustíveis com volume menor que @,N litros, são consideradas grau de risco pequeno& Montagem da brigada de inc#ndio0 A brigada de inc#ndio formada por um grupo de pessoas que recebem treinamento te8rico e pr.tico para combater inc#ndios, ministrar primeiros socorros e comandar a evacuação dos locais de risco& A brigada de inc#ndio dever. ser montada segundo as recomendaçes da =7 *?3KN0344N& $lano de abandono de .rea0 ( plano de abandono de .rea um plano elaborado por pessoa capacitada no qual se determinam as açes a serem tomadas quando ouver a necessidade da retirada de pessoas de .reas de risco& !istema de alarme contra inc#ndio0 ( sistema de alarme contra inc#ndio um sistema que serve para alertar os trabaladores em relação a um inc#ndio que est. acontecendo& Este sistema de alerta dotado de dispositivos que devem ser instalados em pontos estratgicos& Puando tais dispositivos são acionados, uma sirene emite um som característico, que deve ser ouvido em qualquer local da empresa& !e e;istirem, na empresa, trabaladores portadores de defici#ncia auditiva, devem ser instalados, tambm, dispositivos luminosos que alertem sobre a situação de risco& !istema de iluminação de emerg#ncia0 ( sistema de iluminação de emerg#ncia um sistema autom.tico de iluminação, acionado por baterias ou por outro sistema gerador independente, que serve para clarear os ambientes de trabalo e as rotas de fuga no caso de acontecer incidentes em que o sistema principal de energia fale ou que se+a preciso deslig.-lo& !egundo a =7 *45G50*GGG, o tempo de funcionamento do sistema de iluminação de emerg#ncia deve prever o tempo necess.rio para a evacuação total do estabelecimento e deve ser suficiente para que o pessoal da segurança possa reali/ar o resgate de pessoas, caso a+a necessidade&
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permitindo absorver outros conecimentos, os profissionais com essas defici#ncias em suas formaçes são aqueles que pro+etarão, construirão e aprovarão os pro+etos, gerando um perigo latente em !C" em todas as cidadesI A din%mica das cidades brasileiras, que se moderni/am para serem competitivas, dentro dos mercados globais, aumenta a comple;idade da produção e dos serviços que, paralelamente às e;ig#ncias da população urbana, tem provocado o aumento dos riscos de inc#ndios nas edificaçesI A produção e importação de materiais modernos de construção que são usados nas edificaçes levam à necessidade de se conecer seus comportamentos em situação de inc#ndio& (s riscos podem variar muito com o uso de novos materiais sem controle de sua reação e resist#ncia ao fogo&
C'%.l)"+' Esse trabalo consiste em contribuir para um acrscimo liter.rio da legislação e informar aos interessados tendo como um dos ob+etivos, cobrar maior rigor na
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fiscali/ação, principalmente na manutenção dos sistemas de combate a inc#ndio& Qale a pena destacar que o rasil apresenta uma diversidade de normas, no que di/ respeito à .rea de inc#ndio, onde muitas são bem detaladas e atuais, mas tambm e;istem outras que são bem antigas e bastante incompletas&
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REFERÊNCIAS A"'A, os Carlos )orent/, Prevenção e combate a sinistros , !anta Maria L 7!, 34*3& A!!(C"ARS( 7A!")E"7A
A!!(C"ARS( 7A!")E"7A
7A!")& =orma 7egulamentadora L =7 3@0 Proteção contra incêndio* $ortaria 1M, n @3*?, 45 de +uno de *GK5& <(U 4N>4K>*GK5& 7A!")& =orma 7egulamentadora L =7 3N0 Sinalização de segurança & $ortaria 1M, n @3*?, 45 de +uno de *GK5& <(U 4N>4K>*GK5&
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7A!")& +onsolidação das ,eis do rabalho .+,/& 45>*G?@& 7E='A=(, 'elmo& 0nstalaç%es hidr'ulicas de combate a incêndios nas edificaç%es & ?& ed& $orto Alegre0 E<"$UC7!, 34**& C$=- !$ C(M"!!S( '7"$A7'"'E $E7MA=E='E