Aprendendo Sânscrito - Primeiros Passos (1) Introdução Introdução Breve história da língua Sânscrita Códigos a serem usados para Transliteração O Sânscrito e as Filosofias Indianas O Sânscrito e as suas ligações com o Yoga O alfabeto Sânscrito
Guia de Pronúnc Noções de Sand Noções gramati Citações Sânscri Informação adic
Introdução Esta é uma página introdutória. Não tem como intenção apresentar o Sânscrito, Yoga etc. em profundidade, mas sim dar a você uma visão geral do universo sânscrito. Começa com uma breve história da língua sânscrita, e então aborda diferentes aspectos filosóficos e gramaticais, bem como transliteração e pronúncia, e, por último, termina com um conjunto de algumas citações sânscritas famosas. Bem, eu espero que você a desfrute, realmente!
Obrigado a Paulo & Claudio que traduziram este documento do inglês/espanhol para o português brasileiro.
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Breve história da língua Sânscrita O Sânscrito é uma língua muito antiga. Embora não haja prova definitiva, acredita-se que o Sânscrito venha de uma língua mais primitiva chamada de indo-europeu. O IndoEuropeu é uma língua construída por meio de extrapolações, e não existe prova escrita. Os estudiosos dizem muitas coisas
que se opõem umas às outras, mas eles concordam em um ponto: o Sânscrito é uma língua muito antiga. As antigas tribos arianas migraram para a Índia, mas o seu ponto de partida ainda é controverso. Nos dois últimos séculos, os linguistas disseram muitas coisas. Primeiramente, o ponto de partida localizava-se na Europa, depois na Báctria e em Sogdiana (Ásia Central); contudo, recentemente, de acordo com as pesquisas mais recentes, a zona é identificada como sendo a Anatólia oriental. Existe a mesma incerteza em relação à idade do Sânscrito, falando de 1200 a.C. (os mais conservadores) a 6000 a.C. Segundo algumas pesquisas modernas, a data seria intermediária, por volta de 3000 a.C. Por sua vez, a data na qual esses arianos --indo-europeus-partiram situa-se em aproximadamente 4500 a.C. Em outra época se acreditou que o Sânscrito viesse do antigo fenício, mas havia muitos fatores contraditórios em relação a essa teoria. O fator mais importante foi o seguinte: o Sânscrito era uma língua altamente sofisticada e filosófica, mas o fenício tinha notáveis características comerciais, já que os fenícios eram excelentes comerciantes. Bem, apesar de tudo, a teoria que agora prevalece --aparentemente-- diz que o Sânscrito tem como origem uma antiga língua chamada de proto-indo-europeu. O complexo estudo linguístico que foi realizado de modo a especificar as datas; e o modo como as línguas indoeuropeias, além do Sânscrito, desenvolveram-se não são tópicos a serem analisados aqui, nesta breve história da língua sânscrita. A coisa mais importante é que o Sânscrito tem conexões, de certa forma, com a maioria das línguas que conhecemos; e que, apesar de algumas pessoas acharem que é uma língua morta, o Sânscrito ainda está muito vivo. Ao início
que se opõem umas às outras, mas eles concordam em um ponto: o Sânscrito é uma língua muito antiga. As antigas tribos arianas migraram para a Índia, mas o seu ponto de partida ainda é controverso. Nos dois últimos séculos, os linguistas disseram muitas coisas. Primeiramente, o ponto de partida localizava-se na Europa, depois na Báctria e em Sogdiana (Ásia Central); contudo, recentemente, de acordo com as pesquisas mais recentes, a zona é identificada como sendo a Anatólia oriental. Existe a mesma incerteza em relação à idade do Sânscrito, falando de 1200 a.C. (os mais conservadores) a 6000 a.C. Segundo algumas pesquisas modernas, a data seria intermediária, por volta de 3000 a.C. Por sua vez, a data na qual esses arianos --indo-europeus-partiram situa-se em aproximadamente 4500 a.C. Em outra época se acreditou que o Sânscrito viesse do antigo fenício, mas havia muitos fatores contraditórios em relação a essa teoria. O fator mais importante foi o seguinte: o Sânscrito era uma língua altamente sofisticada e filosófica, mas o fenício tinha notáveis características comerciais, já que os fenícios eram excelentes comerciantes. Bem, apesar de tudo, a teoria que agora prevalece --aparentemente-- diz que o Sânscrito tem como origem uma antiga língua chamada de proto-indo-europeu. O complexo estudo linguístico que foi realizado de modo a especificar as datas; e o modo como as línguas indoeuropeias, além do Sânscrito, desenvolveram-se não são tópicos a serem analisados aqui, nesta breve história da língua sânscrita. A coisa mais importante é que o Sânscrito tem conexões, de certa forma, com a maioria das línguas que conhecemos; e que, apesar de algumas pessoas acharem que é uma língua morta, o Sânscrito ainda está muito vivo. Ao início
Códigos a serem usados para Transliteração A língua Sânscrita utiliza um alfabeto de símbolos denominado Devanāgarī. Esse alfabeto pode ser aprendido, mas leva-se muito tempo para aprendê-lo. É por isso que um alfabeto de Transliteração foi criado, que usa caracteres romanos fáceis de ler, sem que seja necessário conhecer símbolos. No entanto, como o Sânscrito tem 20 letras a mais que o alfabeto latino, foi necessária a criação de 20 novos caracteres --pelo menos-- com marcas diacríticas (hifens, pontos, etc.). Por exemplo, em Sânscrito existem três tipos de "n": o primeiro é praticamente como o nosso, como o "n" em "natureza"; o segundo é como o "n" em "carne" (pronuncia-se enrolando-se a língua levemente para trás); e o último é como o "n" em "ângulo" (pronuncia-se nasalmente). Então, surge um problema: como representar esses dois últimos "n", que não existem no alfabeto latino tradicional? Portanto, foi criado um Alfabeto Internacional de Transliteração Sânscrita (sigla em inglês: IAST), no qual um ponto (marca diacrítica) abaixo do "n" foi escolhido de modo a indicar um enrolamento da língua; e um ponto acima do "n" para indicar nasalização. Usando o Unicode você tem o seu problema resolvido, mas alguns caracteres com marcas diacríticas não vão aparecer corretamente nos navegadores. Portanto, também é preciso implementar uma fonte especial. No meu caso específico, " Andika" é a fonte de Unicode que eu escolhi para solucionar o problema. Tabela de Transliteração Alfabeto Internacional de Transliteração Sânscri
Āā Īī Ūū
O "a", o "i" e o "u" com um hífen em cima indicam
Ṛṛ
Tabela de Transliteração Alfabeto Internacional de Transliteração Sânscri "r" com um ponto em baixo (vogal)
Ṝṝ
"r" com um ponto em baixo e um hífen em cim
Ḷḷ
"l" com um ponto em baixo (vogal) "l" com um ponto em baixo e um hífen em cim --raramente usado, por isso eu geralmente não o incluo n
Ḹ ḹ Ṁṁ Ṅṅ Ḥḥ Ṭ ṭ Ṭh ṭh Ḍ ḍ Ḍh ḍ h ṆṇṢṣ
Śś
O ponto em cima de uma letra indica nasalização ("m" e "n" c "h" com um ponto em baixo indica a vogal chamad As consoantes que são pronunciadas enrolando-se a língua levement ponto em baixo ("t", "th", "d", "dh", "n" e "s", todas com O "s" com um acento agudo em cima é lido como o "c
Ao início
O Sânscrito e as Filosofias Indianas A maioria das filosofias indianas são em Sânscrito, ou seja, possuem uma literatura, na maior parte, Sânscrita. A literatura indiana é a maior literatura do mundo; e, para dar um exemplo: o tamanho do sagrado Mahābhārata é de aproximadamente 14 Odisseias (de Homero). A literatura Sânscrita não tem rivais em todo o mundo, contudo, apesar dos esforços de muitos indivíduos, as pessoas -especialmente no meu país, a Argentina-- não são propriamente informadas sobre o assunto. Existem seis filosofias tradicionais na Índia, mas não são as únicas, já que várias filosofias "não-tradicionais" também são muito importantes. Pela palavra "tradicional" eu me refiro ao fato de que esses 6 sistemas filosóficos aceitam a autoridade dos quatro livros sagrados chamados de Veda-s (Ṛk, Sāma,
Yajus e Atharva), tendo-os, portanto, em sua literatura. Os sistemas tradicionais são os seguintes: -NYĀYA: Esta palavra curta significa "raciocínio lógico". Foi
fundado por Gautamarṣi, ou seja, o sábio chamado Gautama. É um sistema de lógica e ocupa-se com os meios de se adquirir conhecimento correto. Também é conhecido como Ānv īkṣik ī e Tarka. Mantém uma filosofia de raciocínio lógico. A grande contribuição dessa escola foi a criação de ferramentas de indagação e a sua formulação da técnica de argumentação. -VAIŚEṢIKA: Esta longa palavra significa "excelência ", pois, de acordo com os seus seguidores, essa filosofia é superior aos outros sistemas filosóficos. Também significa " particularidade", pois esse sistema desenvolve a teoria da particularidade. Descrever essa teoria vai além do escopo destas páginas. Esse ponto de vista (darśana) foi fundado por Kaṇādarṣi, e caminha praticamente de mãos dadas com o Nyāya. Classifica todo o conhecimento do mundo subjetivo em nove realidades básicas: terra, água, luz, ar, éter, tempo, espaço, alma e mente . Discute como as combinações distintas dessas realidades básicas dão nascimento a todas as coisas. Esse movimento foi, em seu momento, toda uma "onda verde" que revolucionou os conceitos tradicionais. -SĀṄKHYA: Este termo significa "enumeração". Esse sistema é chamado assim pois enumera vinte e cinco tattva-s ou categorias de Manifestação Universal, que não são derivadas de nove realidades básicas, mas sim de duas, Puruṣa e Prakṛti. Precisamos de mais conhecimento para entender a explicação exata; só vou dizer que eles podem ser chamados de "espírito" e "matéria". Essa é uma aproximação. Sāṅkhya também significa "conhecimento discriminativo" pois dá o conhecimento necessário para discriminar entre Puruṣa e Prakṛti, o que é essencial para se obter Libertação espiritual de acordo com esse ponto de vista ou darśana. As nove
realidades básicas pertencentes ao sistema anterior não são, contudo, descartados aqui. Somente mostra que não são realidades finais, da mesma forma que a decomposição do átomo em elétrons e prótons não descartou a existência do átomo, mas somente mostrou não ser a última redução possível da matéria. O Sāṅkhya mostra que tudo evoluiu a partir da Prakṛti, exceto o Eu ou Puruṣa, que não evolui de nada e é sempre existente e incriado. Esse fenômeno das filosofias incluírem-se umas nas outras é uma característica constante na maioria dos sistemas. Talvez os seguidores discutam entre si, mas não as próprias filosofias. -YOGA: Por essa palavra, um tipo de Yoga é especificamente indicado, o "Yoga Óctuplo". Muito cuidado! Esse termo significa "união", e é derivado da raiz sânscrita "yuj" (unir, juntar). É chamado assim pois une a alma individual com a Alma Universal. Foi fundado por Maharṣi Patañjali, ou seja, o Grande Sábio (Maharṣi) chamado Patañjali. É o aspecto prático da doutrina Sāṅkhya. No Yoga, o principal interesse está no meio pelo qual o indivíduo pode controlar a sua mente, e, assim, conhecer a Realidade do seu Eu por experiência direta. São utilizados para isso diversos métodos, divididos em oito etapas. Esse sistema trabalha em harmonia com o anterior, podendo-se falar inclusive de um "Sāṅkhyayoga". -PŪRVAMĪMĀṀSĀ: "Pūrva" significa "a primeira parte", referindo-se aqui à primeira parte dos antigos Veda-s, chamada de Mantra. "Mīmāṁsā" significa "indagação ou interpretação". Então, a tradução completa seria " uma interpretação ou indagação sobre a primeira parte ou porção dos antigos Veda-s, chamada de Mantra". Foi fundado por
Jaiminirṣi (o sábio Jaimini). Esse sistema investiga principalmente os ritos védicos e seus usos. O seu principal objetivo é estabelecer a autoridade dos Veda-s. A Libertação da escravidão é, de acordo com essa
escola, uma libertação da ação atuando de forma desapegada. Nele, predominam os rituais ou ações adequadas para se atingir o objetivo desejado. Em suma, os rituais são as ações adequadas para se atingir a Libertação. -VEDĀNTA: Também é conhecido como Uttaramīmā ṁsā. A
palavra "uttara" significa "a parte final", ou seja, a parte final ou porção Upaniṣad dos antigos Veda-s. O termo "m īmāṁsā" significa "indagação ou interpretação". Logo, a tradução completa seria "uma interpretação ou indagação sobre a parte final ou porção Upani ṣad dos antigos Veda-s". Por sua vez, o termo Vedānta significa "o final (anta) dos Veda-s (veda)". Esse significado admite duas interpretações, isto é: 1) O mais exaltado, o melhor dos Veda-s. 2) A última parte dos ditos Veda-s, ou seja, a porção conhecida como Upaniṣad --que lida predominantemente com conhecimento, enquanto a primeira porção dos Veda-s lida com os rituais--. Essa filosofia é dividida em três sistemas autônomos: a) Não-dualismo ou Advaita b) Não-dualismo Qualificado ou Viśistādvaita c) Dualismo ou Dvaita Não entrarei em detalhes, porque seria um processo muito longo que não cabe dentro das aspirações desse estudo. Só direi que os fundadores desses três sistemas são Śaṅkarācārya, Rāmānuja e Madhvācārya, respectivamente. Os três sistemas Vedânticos, que integram um só sistema, estão de acordo com que não se devem "descartar as descobertas do Sāṅkhya". Entretanto, sustentam que há somente uma Última Realidade. Analisam o Processo de
Manifestação Cósmica de uma maneira muito similar ao Sāṅkhya. Os três Vedānta-s afirmam a existência de um Único Deus, mas a Sua natureza e a relação que Ele tem com o ser humano são explicadas de maneiras diferentes. Existem filosofias "não-tradicionais" que não têm os quatro Veda-s na sua literatura. Por exemplo: filosofias Tântricas. No Tantra, há vários sistemas: Trika, Kaula, Krama, etc. Ao falarse de Tantra, a maioria, por causa da ignorância, "logo" o associa a práticas sexuais. Mas, como o Tantra tem dois ramos principais, isso não é completamente verdade. Os ramos são os seguintes: 1) Tantra da mão direita, baseado em meditação formal. 2) Tantra da mão esquerda, baseado em várias práticas para atingir a Iluminação, nas quais estão incluídas as práticas sexuais. Minha especialidade é o Trika ou Shaivismo não-dual da Caxemira (que pertence ao Tantra da mão direita, logo não tem nada a ver com práticas sexuais). Não obstante, direi algumas palavras sobre o Tantra da mão esquerda: Hoje em dia, esses ensinamentos sagrados destinados a ajudar o homem a evoluir por meio da vida sexual têm sido malcompreendidos em sua maior parte. Essas práticas foram designadas para que o chefe de família ou dona de casa atingissem a dita Iluminação, a qual, antigamente, só se obtinha indo para a floresta e abandonando tudo. O sexo, que não podia ser abandonado por pessoas com uma família, era usado em algumas práticas como um meio para o crescimento espiritual. Tudo isso está muito longe de algumas práticas sexuais realizadas hoje em dia, que só mostram ignorância e perversão. Mais uma vez, a mente do homem, apesar das boas intenções e da pureza existentes inicialmente, transformou tudo em impureza.
-TRIKA: Em relação ao Trika ou Shaivismo não-dual da
Caxemira, tenho a dizer que: Eu o tenho ensinado por muitos anos. Basicamente, traz pontos de vista revolucionários que afetam profundamente a vida de quem os analisa. Por exemplo: são muito marcantes o conceito de unidade entre todas as coisas e o de independência. Esse sistema afirma que todos nós temos tesouros, mas não os desfrutamos por mera ignorância. Em suma, faz com que o ser humano perceba a vida tola que ele leva, cheia de medo e ignorância, e lança-o até o seu próprio Ser Interior, até o seu próprio Espírito. Não é uma mera "filosofia de poltrona" postulando várias teorias que nada têm a ver com os fatos concretos das nossas vidas. Pelo contrário, é predominantemente prática e muda a vida de qualquer um que entre em contato com ela. A sua análise da Criação é simplesmente magnífica e certamente muito completa. Nele, podem-se ver claramente as conexões entre toda a Manifestação. Outra característica é que ele não postula o "abandono do mundo". Pelo contrário, afirma que o verdadeiro problema não é o mundo, mas sim o ponto de vista pobre que se tem em relação ao mundo. Além disso, dá-nos um ponto de vista novo e "feliz" para analisar o mundo. Eu gosto muito do Shaivismo Não-dual da Caxemira, mas, é claro, não estou dizendo: "Este é o melhor sistema filosófico". Pelo contrário, os sistemas filosóficos aos quais me referi são todos muito bons. Todo o ser humano tem a sua própria maneira, e a sua própria filosofia. Esses sistemas filosóficos são enormes, então, eu tive que escolher pelo menos um sistema para estudar profundamente. Sabe, o meu tempo de vida é curto, e eu escolhi o Trika, já que supria as minhas necessidades filosóficas e práticas. Portanto, você deve sempre escolher a filosofia que combine melhor com você. Isso deve ser completamente entendido.
Os outros sistemas que mencionei --Kaula e Krama-- são intimamente relacionados ao Trika, apesar de possuírem características próprias. A análise do Sânscrito feita pelo Kaula, que atribui sons para cada uma das 36 etapas do Processo de Criação indicados pelo Trika, é muito interessante. Por sua vez, o Krama também contém várias análises profundas sobre essas etapas, mas relaciona-as a várias deusas. Em suma, um verdadeiro tesouro disponível para todos. Com certeza, esqueci de alguns sistemas, mas acho que já é o bastante. O importante aqui é entender o seguinte: Nós temos muitas ferramentas disponíveis para entender nossas vidas e a vida em geral. Se o meu esforço for suficiente para dar essa sabedoria a pelo menos uma pessoa, minha missão estará cumprida. Mais uma coisa, veja as Citações Sânscritas, já que essas citações de escrituras estão fortemente relacionadas com as filosofias meramente delineadas aqui. Além disso, cada citação conta com uma explicação minha abaixo. Ao início
O Sânscrito e as suas ligações com o Yoga Primeiramente, definamos o que chamamos de "Yoga". A palavra "Yoga", como já sabemos, significa "união". União com quem?: união com algo Superior. Bem, há um Yoga tradicional --mencionado anteriormente-- ouYoga de Patañjali, chamado assim porque foi fundado pelo sábio Patañjali. Note que acentuo o "o" de "Yoga". Uso o acento para ajudar as pessoas a pronunciar corretamente. Esse Yoga também é conhecido como Aṣṭāṅgayoga ou Yoga Óctuplo, devido às suas 8 etapas postuladas. A primeira etapa é Yama ou Abstenções (não-violência, verdade, não roubar, continência e abstinência de avareza), e a segunda
é Niyama ou Observância (limpeza, contentamento, austeridade, estudo/recitação das Escrituras, e devoção a Deus). A terceira etapa é Āsana ou Postura; nele, se fala somente de posturas para meditação. A quarta etapa é Prāṇāyāma ou Percepção da Energia Vital; nela, diferentes formas de respirar fazem com que se tome consciência da Energia Vital. A quinta etapa é Pratyāhāra ou Retiro; nela, retira-se a atenção dos sentidos externos, alcançando interiorização. A sexta etapa é Dhāraṇā ou Concentração; em que se fixa a mente em um único ponto por um momento. A sétima etapa é Dhyāna ou Meditação; nela, a Concentração é muito mais longa, até que se atinja a oitava etapa, chamada de Samādhi, em que se alcança a Consciência Total em relação ao objeto da meditação. Bem, isso foi somente um sumário. Além desse Yoga tradicional (védico), há também outros Yoga-s: o famoso HAṬHAYOGA (o conhecido sistema baseado em posturas corporais); BHAKTIYOGA (Yoga Devocional), JÑĀNAYOGA (Yoga do Conhecimento), KARMAYOGA (Yoga da Ação), MANTRAYOGA (Yoga dos Mantra-s ou Palavras Sagradas), etc. Todos esses Yoga-s também são relacionados a filosofias, algumas das quais foram delineadas previamente, de modo que o universo de conhecimento é imenso. E é tudo em Sânscrito, e, até agora, nem tudo foi traduzido, já que é muito extenso e poucos conseguem traduzir corretamente. Por isso, as ligações entre o Yoga e o Sânscrito são notáveis. Por exemplo, a literatura tradicional do Haṭhayoga está em Sânscrito (Haṭhayogapradīpikā, Haṭharatnāval ī, etc.), e os nomes das posturas, respirações, selos, etc., também são em Sânscrito, embora tenham sido inventados alguns nomes ocidentais para algumas posturas. Essa breve análise mostra a tremenda importância da língua Sânscrita no mundo do Yoga. Sem o Sânscrito, o Yoga não poderia existir.
Devemos entender, por último, que a palavra "Yoga" (usada muito frequentemente hoje em dia) não significa somente "posturas, respiração, etc.", mas várias práticas em múltiplos níveis (emocional, intelectual, sonoro, etc.). Portanto, Yoga não é sinônimo de Haṭhayoga; Haṭhayoga é uma porção do Yoga como um todo. Esse é um erro comum aqui na Argentina, pois as pessoas geralmente confundem o Yoga inteiro com algumas posturas, respirações e por aí vai. Não, isso é Haṭhayoga, que é uma pequena porção de inúmeros métodos: meditação, repetição de mantra-s, atos devocionais, estudo de Escrituras, etc. Em suma, Yoga são todos os Yoga-s (Haṭhayoga, Bhaktiyoga, Jñānayoga, Mantrayoga, Rā jayoga, etc.) e não somente o Haṭhayoga. Para obter mais informações sobre o assunto, veja as Citações Sânscritas. Ao início
O alfabeto Sânscrito O principal alfabeto utilizado pelo Sânscrito é conhecido como Devanāgarī, e pode ser dividido em várias partes de acordo com diversos critérios. Então, vamos ver o alfabeto e, na próxima seção, aprenderemos como pronunciar as letras. Mais uma coisa, a vogal " ḹ " não será considerada aqui, por ser uma vogal teórica e raramente usada. Por "teórico", quero dizer que foi inventada para manter os pares curto/longo: a/ā, i/ ī, etc., de modo que esse " ḷ" não fique sem o seu correspondente longo. Alfabeto Sânscrito Letras Vogais
अ a
आ ā
इ
ई
उ
ऊ ऋ क ऌ
i
ī
u
ū
ṛ
ṝ
ḷ
Subgrupos
Guturais
Palatais Cerebrais (Cacuminais ou Retroflexas) Dentais
Labiais
Alfabeto Sânscrito Letras Consoantes Primeiro Grupo Surdas NãoAspiradas aspiradas
ख
ka
kha
च
छ
ca
cha
ट
ठ
ṭa
ṭha
त
थ
ta
tha
ऩ
प
as
pa pha Segundo Grupo Semivogais
म
य
ya ra Terceiro Grupo Sibilantes
श śa Quarto Grupo
Sonora Aspirada
ṣ
ह ha
Uma das coisas notáveis sobre o Sânscrito é que as suas consoantes são silábicas, isto é, vêm acompanhadas da vogal
"a". Sem "a" elas não podem ser pronunciadas, pois o "a" é a letra suprema. A maioria das vogais (exceto o Anusvāra " ṁ" e o Visarga "ḥ") podem ser pronunciadas sozinhas, sem a necessidade de consoantes ou outras vogais, mas nenhuma consoante pode ser pronunciada sem uma vogal. Isso claramente fala de todo um modelo filosófico escondido nesses simples caracteres. As vogais e os seus sons têm a ver predominantemente com o que é superior e independente, enquanto as consoantes (principalmente as do primeiro e do segundo grupos) têm a ver predominantemente com etapas inferiores da Criação. Esse tópico é, sem dúvida, muito mais extenso. Isso foi só uma "dica" de uma característica peculiar do Sânscrito: é uma língua extremamente elaborada em total concordância com uma ciência que se esconde atrás dela. Esse é o maravilhoso dessa língua. Por último, a vogal " ṁ" (denominada Anusvāra), como o próprio nome indica, sempre vem após uma vogal que lhe dê suporte (no alfabeto formal se usa, é claro, um "a" para dar-lhe apoio). A vogal " ḥ" (denominada Visarga) também precisa do suporte vocálico, sendo representada no alfabeto unida a um "a". Mais uma coisa: Além desses caracteres que compõem o Alfabeto formal, há uma série de símbolos "híbridos", formados a partir da combinação de dois ou mais caracteres formais. Por exemplo:
त (tta) म (dya) ग (ṅga), etc. Veja Conjuntos para mais informação. Ao início
Guia de Pronúncia Baseando o meu estudo na Tabela acima, tentarei fazer o meu melhor para explicar a pronúncia das diferentes letras.