1
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FISICA DE MUZAMBINHO
APRENDIZAGEM MOTORA
Profª Ms Januária Andréa de Souza
MUZAMBINHO 2005
2
Escola Superior de Educação Física de Muzambinho - ESEFM CURSO: Educação Física
PERÍODO 2º e 6º
DEPARTAMENTO: Teoria e Fundamentos DISCIPLINA: Aprendizagem Motora PROFESSORA Ms Januária Andréa de Souza
TOTAL 54 h
SEMESTRE 2º
CARGA HORÁRIA Teórica 90%
ANO 2005 Prática 10%
EMENTA Aspectos Aspectos determinantes determinantes para a comp compreensã reensãoo das mudanças internas internas que ocorrem no ser humano quando submetido ao processo processo de aprendizagem de habilidades motoras. OBJETIVOS Ao final do curso o aluno deverá: 1. adquirir noções básicas sobre a natureza do comportamento motor do ser humano, com ênfase na infância e adolescência, 2. entender a organização dos mecanismos que possibilitam a aprendizagem e performance de habilidades motoras, 3. ser capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos dentro do processo ensino – aprendizagem de habilidades motoras, 4. ser capaz de buscar informações relevantes sobre a área do comportamento motor, bem como sua permanente atualização profissional. METODOLOGIA METODOLOGIA / ATIVIDADE DIDÁTICA Aulas expositivas com utilização de material audiovisual. Aulas práticas, sobre as teorias estudadas. Trabalhos individuais, em grupo e seminários. ESTRUTURA DE APOIO / RECURSOS DIDÁTICOS Data-show, Retro-projetor, TV-Vídeo AVALIAÇÃO Instrumentos de Avaliação e Respectivas Pontuações Trabalhos individuais e em grupo, durante as aulas. Uma pesquisa bimestral individual. Participação nas aulas práticas. Avaliação Regimental CRONOGRAMA UNIDADE CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Conceitualização e Apresentação da disciplina. Agosto fundamentação Caracterização da aprendizagem motora como área de estudo e pesquisa. +- 14 aulas Domínios do Comportamento Aprendizagem e desenvolvimento motor. Humano Domínios do comportamento humano. A classificação das habilidades habilidades motoras e Diferenças individuais: individuais: capacidades motoras. Fases da aprendizagem de uma habilidade motora. Setembro O processo de Aprendizagem 1ª Avaliação Regimental e entrega dos resultados +- 12 aulas Motora Princípios básicos da teoria de processamento de d e informações aplicada ao estudo do comportamento motor humano Aspectos gerais de como o movimento é controlado. Feedback: CR e CP no processo de aprendizagem de habilidades motoras. Outubro Avaliação do processo de 2ª Avaliação Regimental e entrega dos resultados. +- 15 aulas aprendizagem 3ª Jogos de Integração Inter-Classe. 10 (Dez) horas de Prática como Componente Curricular Seminário de Monografia Prática e o processo de Prática no Processo de Aprendizagem de Habilidades Motoras: Novembro aprendizagem Prática Inicial; Prática Randômica; Prática em Blocos; Prática Constante; Prática Variável; +- 12 aulas motora Prática para a Automaticidade; Prática Mental. Dezembro 3ª Avaliação Regimental e entrega dos resultados Avaliação +- 06 aulas 2ª chamada. 10 horas (além da carga horária) de Prática como Componente Curricular onde os alunos deverão relatar como atua a Teoria de Processamento da informação em crianças brincando. 3ºJogos de Integração Inter-Classe. BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA BÁSICA MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo. Ed. Edgard Blucher, 1984. •
SCHIMIDT, R. A. Aprendizagem e performance motora: dos princípios à prática. São Paulo: Movimento, 1993. TANI, G et al. Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. desenvolvimentista. São Paulo. EPU/EDUSP, 1988.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR TANI, G. Significado, detecção e correção do erro de performance no processo ensino-aprendizagem de habilidades motoras. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 3, p. 50-58, 1989. TANI, G. Variabilidade e programação motora. In: AMADIO, A. C.; BARBANTI, V. J. A biodinâmica do movimento humano e suas relações interdisciplinares. São Paulo: Estação Liberdade, p. 245-260, 2000. CHIVIACOWSKY, CHIVIACOWSKY, S. Freqüência absoluta e relativa do conhecimento de resultados na aprendizagem de uma habilidade motora em crianças. Kinesis, v.14, p.39-56, 1994. CHIVIACOWSKY, CHIVIACOWSKY, S.; TANI, G. Efeitos da freqüência de conhecimento de resultados na aprendizagem de diferentes programas motores generalizados. Revista Paulista de Educação Física . V.11, n.1, p.15-26, 1997. UGRINOWITSCH, H.; MANOEL, E. J. Interferência contextual e formação do programa motor: aspectos invariáveis e variáveis. Revista Paulista de Educação Física, v.10, n.1, p. 48-58, 1996. DARIDO, S. C. A demonstração na aprendizagem motora. Kinesis . v.5, n.2, p. 169-178, 1989. PÚBLIO, N. S.; TANI, G.; MANOEL, E. J. Efeitos da demonstração e instrução verbal na aprendizagem de habilidades motoras da ginástica olímpica. Revista Paulista de Educação Física, v.9, n.2, p.111-124, 1995.
3
“Os conhecimentos passam a ser harmoniosamente harmoniosamente construídos em momentos de participação, de opinião, de “vivência “v ivência”, ”, de emoções... A qualidade das respostas “erradas” erradas ” vale mais que a quantidade das respostas certas”. VYGOTSKY
4
CAPÍTULO 01 CONCEITUALIZAÇAO DA DISCIPLINA 1 Desenvolvimento Motor Mudanças no comportamento motor, ao longo do ciclo de vida resultantes resultantes da maturação e experiência, que mediam a interação do indivíduo no ambiente. Enfoca mudanças que ocorrem numa escala de tempo de meses, anos, décadas. Enfoca Enfoca mudanças mudanças que ocorrem ocorrem em classes classes de movimento: movimento: orientação/con orientação/controle trole postural; locomoção; manipulação; expressão.
2 Aprendizagem Motora
Mudança interna relativamente permanente resultante da prática e do feedback de uma habilidade motora de forma que sua execução seja feita com mínimo dispêndio de tempo e energia. Mudança interna relativamente permanente resultante da prática e do feedback de uma habilidade motora de forma que sua execução seja feita com mínimo dispêndio de tempo e energia.
Etapas do ciclo vital 1a.Infância 2a.Infância Adolescência Idade Adulta Velhice
Escolarização Ed. Infantil I Ed. Infantil II Ens. Fund. I Ens. Fund. II Ensino Médio Ensino Superior
Fases do Desenvolvimento Motor
• • • • •
Mov.Fetais Mov. Reativos/ Mov. Espontâneos Ações motoras básicas Combinações de ações motoras básicas
5
3 Desenvolvimento motor: É um proces processo so din dinâmi âmico, co, cu cujos jos aco aconte ntecim ciment entos os seg seguem uem um umaa det determ ermina inada da ordem, ordem, oper op erac acio iona naliz lizad adoo po porr inte intens nsas as tran transf sfor orma maçõ ções es oriu oriund ndas as no eixo eixo temp tempora oral,l, cu cuja ja característica principal é levar o indivíduo à obtenção dos mais altos padrões da espécie. Para Gallahue o desenvolvimento motor é uma contínua alteração do comportamento ao longo do ciclo de vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, as necessidades biológicas do indivíduo e as condições do ambiente. O desenvolvimento humano pode ser dividido nos seguintes períodos:
Época Terceira idade Meia idade Idade adulta Adolescência Infância Primeira infância Pré-natal •
Idade acima de 60 anos dos 40 aos 60 anos dos 20 aos 40 anos 10 a 20 anos 2 a 10 anos do nascimento aos 2 anos da concepção até o nascimento
Proces Processo so na natur tural al e progre progressi ssivo vo qu quee ac acont ontece ece sem nec necess essida idade de de prepar preparar ar o ambiente.
•
Estuda as mudanças que ocorrem no comportamento motor da criança desde a sua concepção até a morte.
4 Evolução do Ser Humano Reflexos são os primeiros movimentos de um bebê no útero. São de natureza automática e involuntária. Controlados por áreas sub-corticais filogeneticamente mais antigas. Nos primeiros de vida, os movimentos reflexos passam a ser dominados, inibidos ou integrados, com o controle passando para áreas corticais filogeneticamente mais recentes. Assim nos primeiros anos de vida surgirão uma série de movimentos voluntários permitindo o controle da cabeça, tronco, tr onco, movimentos de alcançar e pegar, manutenção da postura ereta, sentado, andar, correr, saltar, arremessar, etc.
6
Toda criança normal domina com grau mínimo de eficiência aos 3 anos de idade. É fundamental o domínio de vários movimentos fundamentais no final da infância e início da adolescência. Outras atividades mais complexas, combinações, surgirão com propósitos mais espe es pecí cífic ficos os,, atra atravé véss do doss qu quai aiss o jove jovem m pa pass ssaa a do domi mina narr ativ ativid idad ades es he herd rdad adas as do patrimônio cultural.
5 Teorias do Desenvolvimento Motor 5.1 1ª Hipótese: O desenvolvimento é resultado de um mecanismo biológico, endógeno, interno e regulatório denominada Maturação.(Gessel). Tem-se que conhecer a seqüência em que surgem as mudanças no comportamento. É através destas mudanças que as tarefas específicas poderão ser ensinadas. As experiências estão em segundo plano.
5.2 2ª Hipótese: Nãoo ap Nã apen enas as a ma matu tura raçã çãoo at atua ua no proc proces esso so de de dese senv nvol olvi vime ment ntoo mo moto tor, r, as experiências também. O movimento passa então a ser usado como meio de observação para estudá-lo.
5.3 Estas mudanças também são influenciadas pelas características individuais Dois princípios devem ser considerados para melhor entendermos a seqüência de desenvolvimento. 1)
Cont Co ntin inui uida dade de:: O se serr human humanoo está está em con const stan ante te mud mudan ança ça.. O qu quee expr expres essa sa
sua adaptabilidade. Ocorre também um ganho em competência 2)
Prog rogressivid ividaade: As mudanças são contínuas, organiza izadas de forma rma
progressiv progressiva. a. Mas existem existem descontin descontinuidad uidades es que caracteriz caracterizam am saltos saltos de ordem qualitativa na organização das ações motoras. Estas transições são identificadas do Simples para o complexo do geral para o específico.
7
Processo de desenvolvimento motor é contínuo, demorado. As mudanças mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida. Somente após 20 anos é que o seu organismo estará completamente maduro. Os primeiros anos de vida são de grande importância, pois as experiências desde período é que determinarão que tipo de adulto a pessoa se tornará. Se observarmos as mudanças no eixo temporal de um individuo, identificaremos ordem e coerência nelas apresentando assim uma seqüência.
6 Aspectos da Seqüência: a) A seqüência é a mesma para todas as crianças, apenas a velocidade de progressão varia. A ordem em que as atividades são dominadas depende do fator maturacional. O grau e a velocidade em que ocorre o domínio, depende da experiência e das diferenças individuais. b) Existe uma dependência entre o que se esta desenvolvendo e as mudanças futuras. As habili hab ilidad dades es bás básica icass con consti stitue tuem m pré-re pré-requi quisit sitoo fun fundam dament ental al para para que tod todaa aqu aquisiç isição ão posterior seja possível e efetiva. Estas habilidades são caracterizadas por uma meta geral e que serve de base para a aquisição de habilidades mais específicas. c) Todo conjunto de mudanças na seqüência de desenvolvimento, reflete mudanças em direçã direçãoo a uma mai maior or cap capaci acidad dadee de co contr ntrola olarr mov movime imento ntos. s. A seq seqüên üência cia não ind indica ica apenas a ordem do que a criança pode aprender, mais as suas necessidades. A seqüência de desenvolvimento motor apresenta as seguintes características: 1)
Direção céfalo-caudal: o controle dos movimentos vai do centro para as extremidades.
2)
O gra grauu de de int inter erde depe pend ndên ênci ciaa ent entre re os do domí mínio nioss do do com compo porta rtame ment nto: o: O domínio, a organização do desenvolvimento se inicia na concepção, os domínios
motor mot or (movim (moviment ento), o), afe afetiv tivo-s o-soci ocial al (sentim (sentiment entos) os) e cog cognit nitivo ivo (pens (pensame amento ntos) s) vão se diferenciando gradualmente. O desenvolvimento sendo um processo contínuo se inicia na concepção e termina com a morte. Os est estudo udoss de des desenv envolv olvim iment entoo mot motor or inicia iniciaram ram orient orientado adoss pe pelos los proces processos sos (estudo dos processos que governam a maturação). Depois passaram a serem orientados pelo produto (descrição da mecânica das fases de aquisição da habilidade motora e o desenvolvimento do desempenho motor). Em seguida, voltaram a serem orientados pelo
8
processo (explicar os processos que causam as alterações no comportamento motor ao longo do tempo). Os componentes do desenvolvimento humano estão inter-relacionados e se autoinfluencia
Fig. os componentes inter-relacionados do desenvolvimento humano Gallahue 2001
O aprendizado é um processo interno que muda o comportamento individual, em conseqüência da experiência, da educação e dos processos biológicos. O desenvolvimento é um processo que pode ocorrer independente da experiência. O desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento motor (comportamento motor engloba alterações no aprendizado) ao longo da vida. Pode ser estudado tanto como um processo (envolve as necessidades biológicas, ambientais, ocupac ocu pacion ionais ais e inf influe luenci nciam am o de desem sempen penho ho mo motor, tor, as hab habili ilidad dades es mot motora orass des desde de a concepção até a velhice). Quanto um produto (é descritivo, analisa as fases). Nos últimos anos muitos pesquisadores têm estudado o desenvolvimento humano. Cada um deles construiu um modelo teórico para representar, de acordo com suas tendências filosóficas. Teorias são estudos amplos que visam explicar os fenômenos. Sua principal função é a integração dos fatos existentes, para organizá-los de maneira tal que eles tenham significado. Modelos nos ajudam a organizar, arquitetar e planejar uma discussão. Mas não permitem estudar os fenômenos. Os modelos pretendem demonstrar como se relacionam os dife difere rent ntes es elem elemen ento tos. s. A idéi idéiaa do mo mode delo lo tem tem qu quee ch cheg egar ar até até na prát prátic ica, a, pa para ra programar a atividade. O modelo é então o mediador entre o conhecimento e a prática. (krebs).
7 Modelos Teóricos de Desenvolvimento Motor
9
As funções dos modelos são integrar os fatos existentes, englobados pela área de estudo e de servir de base para gerar novos fatos. Estes fatos poderiam então ser estuda est udados dos sob pon pontos tos de vistas vistas dif difere erente ntes. s. Pontos Pontos de vistas vistas dif difere erente ntess promov promovem em pesqui pes quisas sas e pes pesqui quisas sas de determ termina inam m hip hipóte óteses ses deriva derivadas das de teo teorias rias que pod podem em ser experimental ou ecológica. A teoria Desenvolvimentista descreve como o indivíduo é em cada faixa etária, e explica o que faz com que estas características ocorram. (Gallahue 2001). O processo de desenvolvimento motor se mostra por mudanças no comportamento motor. O ser humano esta num processo permanente de aprendizagem, pois o ambiente a sua volta esta em constates mudanças. Podemos observar que as diferenças no compor com portam tament entoo mo motor tor são provoc provocada adass por fat fatore oress bio biológ lógico icoss (inter (internos nos), ), am ambie bienta ntais is (exper (experiên iência cia)) e pe pela la tarefa tarefa (ativi (atividad dade). e). A obs observ ervaçã açãoo pod podee ser fei feita ta nas alt altera eraçõe çõess (processo, forma) e no produto (desempenho). Assim o processo de desenvolvimento motor pode ser observado através do estudo das alterações no comportamento motor no decorrer do ciclo da vida. E para estudar esse processo de progressão seqüencial de habilidades motoras ao alongo da vida, temos as fases do desenvolvim lvimeento motor e os estágios desenvolvimentistas de cada fase, que projetados para servir como modelo. (gráfico ( gráfico do gallahue 2001) 2001)
10
Movimentos Reflexos - Do útero até 4 meses - São as primeiras formas de movimento humano. São os movimentos involuntários, controlados subcorticamente – formam a base para as fases do desenvolvimento motor. Através dos reflexos a criança recém-nascida obtém informações sobre o ambiente imediato (toque, luz, sons, etc). Estes movimentos involuntários e a maturação do sistema nervoso, nestes primeiros meses de vida ajudam a cria crianç nçaa a ap apre rend nder er sob obre re se seuu co corp rpoo e so sobr bree o mu mund ndo. o. Os refl reflex exos os po pode dem m se ser r classificados em dois grupos: a)
Prim rimitiv itivoos – são são aq aque uele less que que agru grupam infor nform maç açõões es,, bus busccam alim limen ento toss e reações protetoras. Ex sugar, pesquisar pelo olfato.
b) Posturais – estes reflexos servem como equipamentos de teste neuromotores para os mecanismos estabilizadores, locomotores e manipulativos. Ex. reflexo primário de pisar, arrastar. Estes reflexos estão intimamente ligados ao comportamento voluntário, mais tarde serão conscientes.
Movimentos Rudimentares - (4 meses ao 2º ano de vida) - Caracteriza Caracteriza-se -se pelo apar ap arec ecim imen ento to do doss prim primeir eiros os mo movi vime ment ntos os vo volu lunt ntár ário ioss – é a fase fase do doss mo movi vime ment ntos os rudimentares. Os movimentos rudimentares são determinados de forma maturacional e caracterizam-se por uma seqüência de aparecimento previsível. O nível com que estas habilidades aparecem varia de acordo com a criança e depende de fatores biológicos, ambientais e da tarefa. O controle é o encéfalo caudal, onde a criança sustenta a cabeça e leva levant ntaa os pé pés, s, de depo pois is pa pass ssaa pa para ra o es está tági gioo do prépré-co cont ntro role le,, co com m a pree preens nsão ão intencional, o gatinhar e o andar. Envolvem movimentos estabilizadores como o controle da cabeça, pescoço; tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar e movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e andar. Pode ser dividida em dois estágios: a)
Está Estági gioo de inib inibiç ição ão de de re reflflex exos os - inic inicia ia-s -see com com o nas nasci cime ment nto, o, a par partitirr da daíí os
movimentos do bebe começam a ser influenciado pelo córtex. Então os reflexos começam a ser inibido gradativamente até que sejam substituídos por movimentos voluntários, mas descontrolados e grosseiros (o processo de movimentar-se é voluntário, mas apresenta falta de controle). b)
Está Estági gioo de pré pré-c -con ontr trol olee – por por volt voltaa de 1 ano ano de de idad idade, e, a cri crian ança ça com começ eçaa a
ter maior precisão e controle de seus movimentos, com isso, a criança aprende a
11
obte ob terr e ma mant nter er se seuu eq equi uilílíbr brio io,, ma mani nipu pula larr ob objet jetos os e loco locomo move verr-se se co com m ma maio ior r eficiência e controle. A fase de movimentos rudimentares desempenha um importante papel na vida da criança, pois prepara a criança para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais.
Movimentos Fundamentais: dos 2 aos 7 anos - A criança em idade pré-escolar desenvolve movimentos básicos que serão necessários para o desenvolvimento posterior de outras habilidades motoras. Essa fase é o período mais crítico para que as formas motoras básicas sejam desenvolvidas corretamente. Os padrões de movimento não são inatos, mas sim adquiridos com o tempo e a vivência. Esse processo inicia-se em casa, nas brincadeiras realizadas no dia-a-dia e, portanto, a criança chega à escola dominando-os parcialmente. Para que ela possa se aperfeiçoar, as atividades realizadas devem buscar o desenvolvimento desses padrões através de jogos e brincadeiras que envolvam os movimentos fundamentais. É importante salientar que a aceleração do processo de aprendizagem de um movim imeento básico (desenvolvimento precoce) pode causar insucessos futuros. Devem-se respeitar os limites das crianças e jamais forçá-las a fazer alguma atividade sem que estejam preparadas para pa ra isso isso.. Um am ambi bien ente te plan planej ejad adoo ad adeq equa uada dame ment ntee se seja ja no lar, lar, nu num m ce cent ntro ro de aprendizagem infantil ou num jardim de infância, pode assegurar o domínio das formas motoras básicas num estágio ótimo. Mas se esse nível ótimo do desenvolvimento não for alcançado, uma aprendizagem terapêutica terá que ser planejada, conseqüentemente, não haverá garantia quanto ao comportamento motor da criança em ser tão completo quanto eficiente no futuro. Padrões fundamentais do movimento, que estão assim divididos:
Os padrões de locomoção permitem a exploração de todo o ambiente e incluem atividades como andar, correr, saltar e suas variações, além de todos os movimentos que deslocam o corpo no espaço.
Os padrões de manipulação envolvem o relacionamento do indivíduo com os objetos que estão à sua volta. Podemos dividi-los em dois tipos de ações: no primeiro, o objeto aproxima-se do corpo da pessoa, e esta deve interromper a sua trajetória. No segundo, o objeto deve ser afastado do corpo da pessoa, com o auxílio do próprio corpo
12
ou com a utilização de outro objeto. Estão incluídas nesse grupo as atividades como receber, pegar, arremessar, rebater, chutar, entre outras.
Os padrões de equilíbrio permitem às pessoas manter a postura do corpo no espaço e estão relacionados com as forças que a gravidade exerce sobre o corpo. Embora as suas posições sejam estáticas, esses padrões são importantes para os padrões de locomoção e manipulação, porque o equilíbrio auxilia na coordenação do movimento durante uma ação. Como exemplos de padrões de equilíbrio, podemos citar ficar em pé, sentar, equilibrar-se, etc.
Estes movimentos estão divididos em 3 estágios: Inicial – representa as primeiras tentativas da criança orientadas para o objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. O movimento é caracterizado por elementos que faltam ou que são seqüenciados e restritos, pelo uso exagerado do corpo e por falhas na coordenação e no ritmo. Os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores da maioria das crianças de 2 anos, estão nos níveis iniciais.
Elementar – envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundam fun dament entais ais.. Mel Melhor horaa a sin sincro cronia nia esp espaç aço-t o-temp empora oral,l, mas os mo movim viment entos os ain ainda da são restritos ou exagerados, embora mais coordenados. Muitas crianças de 3 a 4 anos de idade apresentam movimentos no estágio elementar. Muitos adultos e crianças não vão além do estágio elementar em muitos padrões de movimento.
Maduro – é caracterizado por desempenhos eficientes, coordenados e controlados. A literatura sugere que as crianças atinjam o estágio maduro por volta de 5/6 anos. As habilidades manipulativas desenvolvem um pouco mais tarde em função das exigências visuais e motoras mais sofisticadas. Todas as alterações ocorridas nesses estágios serão no sentido de um refinamento das habilidades básicas para que o desenvolvimento seja mais eficiente e para que a criança consiga combinar estas habilidades da forma mais variada possível, o que irá marcar a passagem para a fase seguinte, a fase dos movimentos especializados. Para Tani 1(988) a Educação Física adquire então um papel de fundamental importância, pois ela pode estruturar um ambiente adequado para a criança, oferecendo experiências, auxiliando o desenvolvimento humano, em especial ao desenvolvimento
13
motor e garantindo a aprendizagem de habilidades específicas nos jogos, esportes, ginásticas e dança. E ainda inda de ac acoordo rdo co com m Tan anii (198 (1988) 8),, para ara que es esta tass hab abililid idad adees sejam jam desenvolvidas é necessário que se dê à criança oportunidades de desempenhá-las. O movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural, pois, é através da execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relaci relacion onand ando-s o-see com os out outros ros,, apreen apreenden dendo do sob sobre re si, seu seuss lim limite ites, s, cap capaci acidad dades es e solucionando problemas. Pois como é comum encontrar indivíduos que, não atingiram o padrão pad rão mad maduro uro nas hab habilid ilidade adess bás básica icas, s, nas qu quais ais aprese apresenta ntam m um nív nível el inicia iniciall ou elementar, o que prejudicará todo o desenvolvimento posterior, ressalta-se assim, a preoc preocupa upaçã çãoo que os profis profissio sionai naiss de Educa Educação ção Física Física dev deveri eriam am ter em relaçã relaçãoo ao conhec con hecime imento nto sob sobre re a aqu aquisiç isição ão e de desen senvol volvim viment entoo dos pad padrõe rõess fun fundam dament entais ais de movimento, elegendo-o como foco principal para o desenvolvimento da Educação Física na pré-escolar e nas séries iniciais do ensino fundamental.
Esta fa fase se é o resu resultltad adoo da fase fase de mo movi vime ment ntos os Movimentos Movimentos Especilia Especilializado lizadoss - Esta fundam fun dament entais ais.. Na fas fasee dos mo movim viment entos os es espec pecial ializa izados dos as hab habili ilidad dades es loc locom omoto otoras ras,, mani ma nipu pula lativ tivas as e es esta tabi biliz lizad ador oras as sã sãoo prog progre ress ssiv ivam amen ente te refin refinad adas as,, co comb mbin inad adas as e elaboradas para uso em situações cada vez mais exigentes. O aparecimento e a ampliação do desenvolvimento de habilidades na fase de movimentos especializados especializados depende de muitos fatores da tarefa, individuais e ambientais, como por exemplo: tempo de reação, velocidade de movimento, coordenação, altura, peso, hábitos, pressão do grupo social, etc. Um movimento especializado exige capacidade de executar uma ação complexa ou um umaa fo form rmaa mo moto tora ra co com m alto alto grau grau de efic eficiê iênc ncia ia,, co comb mbin inaa vá vári rios os elem elemen ento toss de movimentos e incorpora todos os fatores relativos ao desenvolvimento motor previamente aprendido. São classificadas nesse nível de desenvolvimento motor as habilidades relativas aos desportos e dança. É possível que crianças em idade pré-escolar estejam aptas a atingir esse nível, encontraremos exemplos disso nos nadadores infantis de idade préescolar. Uma criança nesta faixa etária pode ter o domínio máximo de uma habilidade, porém se ela apresentar um alto nível de desenvolvimento motor básico nos quatro níveis do domínio motor pode, entretanto, estar sujeita a ser destituída da maturidade total do comportamento motor em habilidades complexas, quando solicitada.
14
Os movimentos especializados se dividem em 3 estágios:
Estágio Transitório (dos 7 aos 10 anos) - começa a combinar e aplicar as habilidades motoras fundamentais para a performance de habilidades relacionadas ao esporte em ambientes recreacionais. Esse estágio contém os mesmos elementos que os movimentos fu fund ndam amen enta tais is,, ma mass co com m fo form rma, a, prec precis isão ão e co cont ntro role le ma maio iore res. s. São São ap aplic licaç açõe õess do doss movimentos fundamentais em formas mais específicas e mais complexas. Ex: jogos, brincadeiras ou situações da vida diária.
Estágio de Aplicação (dos 11 aos 13 anos) – acontece um aumento da habilidade cognitiva e as experiências ampliadas tornam o indivíduo capaz de tomar decisões sobre fatores inerentes à tarefa, a ela mesma e ao ambiente para participar de tarefas cada vez mais ma is co com mplex plexas as.. Ne Ness ssee es está tági gioo os indi indiví vídu duos os co come meça çam m a bu busc scar ar ou a ev evititar ar a participação em atividades específicas. Há uma ênfase crescente na forma, habilidade, precisão e nos aspectos quantitativos de desempenho motor. Essa é a época para refinar e usar habilidades mais complexas em jogos mais difíceis, atividades de liderança e esportes selecionados.
Estágio de Utilização Permanente – (14 anos e acima). A especialização representa o ápice do processo de desenvolvimento e é caracterizada pelo uso do repertório de movimentos adquiridos pelo indivíduo por toda a vida. Fatores como tempo disponível, dinheiro, equipamento, instalações e limitações físicas e mentais afetam esse estágio.
8 A IMPORTANCIA DO MOVIMENTO Movimento como meio
Aprendizagem pelo movimento
Movimento como fim
Aprendizagem do movimento
15
Movimento é o elemento básico de interação entre o ser humano e o ambiente.
16
CAPÍTULO 02 APRENDIZAGEM 1 Conceitos “É um processo básico na vida do homem e no desenvolvimento da personalidade do ser humano». Aprender está relacionado com uma nova aquisição ou uma continuidade no desenvolvimento do comportamento e do trabalho, através de uma disputa ativa com o meio ambiente”.(MEINEL, K. 1987, p.171) Para Tavares, J. e Alarcão, (1985) a aprendizagem é uma construção pessoal, que resulta de um «processo experimental». Esse processo é interior à pessoa e traduz-se por uma alteração de um comportamento relativamente firme. ... Um processo neurológico, interno, que se supõe intervir, cada vez que se manifesta nas performances, uma mudança que não é devida nem ao crescimento, nem à fadiga. (GAGNÉ e FLEISHMAN p. 147) Por aqui se vê que, a aprendizagem resulta da mudança da performance derivada da experiência. Todas as mudanças devidas à fadiga ou da maturação não são consideradas como aprendizagem. Nada se aprende, verdadeiramente, se aquilo que se pretende aprend aprender, er, nã nãoo pas passar sar pel pelaa exp experiê eriênci nciaa pe pesso ssoal al de que quem m aprend aprende. e. A aprend aprendiza izagem gem assume assim um caráter pessoal. É através das modificações operadas no comportamento exterior, observável, que se vê se o sujeito aprendeu. Para que o sujeito aprenda, é necessário que no seu interior haja um processo de transformação e de mudança. A aprendizagem é, portanto, uma função do cérebro. “A aprendizagem visa uma adaptação a situações novas, inéditas, imprevisíveis, isto é, uma disponibilidade adaptativa a situações futuras”. (FONSECA, V. 1984, p.145) A aprendizagem deve ser, portanto, encarada como uma ação educativa, cuja finalidade é desenvolver no ser humano, capacidades que lhe permitam a integração no meio em que vive. Aprendizagem – mudança interna no indivíduo, deduzida de uma melhoria relativamente permanente em seu desempenho, como resultado da prática.
17
Acrescentamos então a palavra motora para indicar o tipo específico de aprendizagem que nos interessa. Aprendizagem que envolve comportamentos no domínio motor.
2 A aprendizagem é o centro de toda educação. Qualquer que seja o objetivo (ensinar a ler, a chutar uma bola, a dançar) sempre estará ocorrendo uma interação entre quem ensina e quem aprendi. Como esta interação irá ocorrer, dependerá em grande parte de quem ensina, de como organizou o ambiente. Portanto nós professores temos a responsabilidade de entender como a pessoa aprende e que condições afetam sua aprendizagem. Para começar a entender o comportamento do ser humano passaremos a classificá-lo em categorias: os domínios do comportamento humano, que são os domínios cognitivo, o afetivo e o motor.
18
CAPÍTULO 03 DOMÍNIOS DO COMPORTAMENTO HUMANO 1 Domínio cognitivo São São ca capa paci cida dade dess qu quee en envo volv lvem em raci racioc ocín ínio, io, ou se seja ja,, as ativ ativida idade dess inte intele lect ctua uais is.. A característica dessa capacidade é aquilo que o organismo faz com a informação de que dispõe. Essas operações mentais são: a) Descoberta ou reconhecimento da informação -cognição b) Retenção ou armazenamento da informação – memória c) Geração de informações a partir de certos dados d) Tomadas de decisão – julgar a informação Benjam Benjamin in Bloom Bloom des desenv envolv olveu eu um umaa Taxion Taxionom omia ia (class (classific ificaçã ação, o, sistem sistemati atizaç zação) ão) para para entender o Domínio Cognitivo. a)
Com Co mpree preens nsão ão:: ent enten endi dime ment ntoo da da inf infor orm maç ação ão,, sem sem rela relaci cion onáá-la la a nad nada; a;
b)
Aplic Aplicaç ação ão:: o us usoo de de mét métod odos os,, con conce ceititos os,, prin princí cípi pios os e teo teori rias as em situ situaç açõe õess nov novas as;;
c)
Anál Anális ise: e: su subd bdiv ivid idir ir a info inform rmaç ação ão em elem elemen ento toss pa para ra an anal alis isáá-la la;;
d)
Síntese: reunir elementos constituintes ou partes, para formar um todo(a
informação considerada importante); e)
Aval Avalia iaçção ão:: ju julgar lgar a info inform rmaç ação ão,, apl aplic icaand ndoo cri crité térrios. ios.
2 Domínio Afetivo São co compo mporta rtame mento ntoss que env envolv olvem em sen sentim timent entos os e em emoçõ oções. es. A ma maior ior parte parte de desse ssess comportamentos são aprendidos. Bloom e colaboradores elaboraram a Taxionomia do Domínio Afetivo classificando o comportamento afetivo em 5 categorias: 1) Recebe Receberr - presta prestarr atenç atenção ão
19
2) Responde Responderr - disposiçã disposiçãoo para para responder responder 3) Valoriz Valorizar ar -acei -aceitaç tação ão de uum m va valor lor 4) Organizar Organizar - o individuo individuo desenvolv desenvolve e o seu próprio próprio código código de valores valores 5) Caracteriza Caracterização ção de um valor valor ou complexo complexo de valores - o indivíduo indivíduo desen desenvolv volvee uma filosofia de vida O domínio afetivo é muito importante para nossas aulas, pois sempre incluímos os objetivos como motivação, interesse, respeito ao próximo, responsabilidade.
3 Domínio Motor O movimento é a base desse domínio. Vários autores elaboraram suas taxionomias para estudar este domínio, mas veremos a Taxionomia de Anita Harow para o domínio Motor.
3.1 Taxionomia de Anita Harrow para o domínio Motor 1983 A taxionomia de Anita Harrow para o domínio psicomotor é organizada de acordo com o grau de coordenação das respostas.
a) Movi Movime ment ntos os Refl Reflex exos os Respostas automáticas e involuntárias que permitem a sobrevivência e a integração do bebê com o ambiente.
b) Habili Habilidad dades es Básica Básicass Atividades voluntárias que permitem a locomoção, manipulação em diferentes situações. É caracterizada por uma meta geral, servindo de base para a aquisição futura de tarefas mais complexas.
c) Habili Habilidad dades es Percep Perceptiv tivas as São atividades motoras que envolvem a percepção do executante, através das quais os estímulos estím ulos visuais, visuais, audit auditivos ivos,, táteis e cinestésic cinestésicos os recebidos recebidos serão serão interpreta interpretados dos pelo Sistema Nervoso, que emitiram uma resposta, possibilitando o ajuste ao ambiente.
d) Capaci Capacidad dades es Física Físicass Características funcionais essenciais na execução de uma habilidade motora. Quando desenvolvidas proporcionam ao executante uma melhoria no nível de habilidade. Ex: Força, flexibilidade, resistência, agilidade, etc.
20
e) Habili Habilidad dadee Espec Específi ífica ca São atividades motoras voluntárias mais complexas e com objetivos específicos. Ex: Cortada no vôlei, chute no futebol.
f) Comu Comuni nica caçã ção o não não - ver verba ball São atividades motoras mais complexas, organizadas de maneira que as qualidades dos movimentos permitam a expressão. Ex.: Dança, GRD, GO.
4 Regendo os domínios nós temos dois princípios representados representados na figura abaixo: a) Princípio da Totalidade: em qualquer habilidade nós temos todos os domínios representados.
b) Princípio da Especificidade: um deles predomina sobre os outros. Ex: ao jogar xadrez nos temos os 2 princípios:
Totalidade: Domínio motor – movimentar as peças Domínio afetivo – jogar com outro, ganhar perder, emoções e sentimentos do jogo Domínio cognitivo – decidir qual jogada será utilizada, qual peça movimentar.
Especificidade Irá predominar - o domínio cognitivo.
21
CAPÍTULO 04 HABILIDADE MOTORA A aprendizagem motora é um campo de estudo cujo tema principal é o entendimento dos processos pelos quais as habilidades motoras são aprendidas e realizadas. Assim, uma criança aprendendo a andar de bicicleta, um adulto aprendendo a escrever e até mesm me smoo um ac acid iden enta tado do real realiz izan ando do fisi fisiot oter erap apia ia sã sãoo ex exem empl plos os de ca caso soss em qu quee a aprendizagem motora influencia para maximizar o sucesso. Para entender os processos, é necessário entender melhor as habilidades motoras. Habilidade motora é uma tarefa executável com determinadas porções de movimento e de cognição. As hab habilid ilidade adess mo motor toras as pod podem em ser con consid sidera eradas das um con contín tínuo uo ent entre re uma hab habilid ilidade ade totalmente cognitiva e outra totalmente motora. Ao classificar uma habilidade, quanto mais próxima do “saber fazer” ela estiver, tanto mais cognitiva ela será considerada, e viceversa. Por exemplo, jogar xadrez é quase que essencialmente cognitivo (apesar da coordenação motora fina necessária) enquanto que chutar e correr são habilidades com ênfase motora. Então as habilidades motoras podem ser agrupadas para melhor entendimento e organização do Professor.
1 Podem ser classificadas como: a) COMO ATO OU TAREFA - São habilidades motoras que requerem movimentos e devem ser aprendidos a fim de serem executados corretamente. Ex: Arremessar na cesta. b) COMO COMO INDI INDICA CADO DOR R DE QUAL QUALID IDAD ADE E DE DESEMP DESEMPEN ENHO HO -
Habi Ha bilid lidad adee co como mo
expressão qualitativa de desempenho, grau de competência. Indicador de produtividade – característica do executante. A habilidade é julgada pela produtividade no desempenho. Ex: um jogador habilidoso de basquete na cobrança de faltas, encesta 80% dos lances livres tentados.
2 CLASSIFICAÇÕES DAS HABILIDADES MOTORAS EM CATEGORIAS GERAIS Está baseada na determinação de quais componentes ou elementos de uma habilidade são comuns ou semelhantes aos componentes de uma outra habilidade.
22
2.1 PRECISÃO DO MOVIMENTO a) GLOBAIS: GLOBAIS: envo envolvem lvem grandes grandes massas massas muscul musculares ares Uma habilidade motora é classificada como global quando sua execução envolver grandes grupamentos musculares. Por exemplo, a cortada no voleibol, a bandeja no basquete. b) FINAS: FINAS: requerem requerem a capa capacidad cidadee de cont controlar rolar pequenos pequenos grupos grupos muscula musculares. res. Alto Alto grau de precisão do movimento. Uma hab habili ilidad dadee mo motor toraa é cla classi ssific ficada ada com comoo fin finaa qua quando ndo sua exe execuç cução ão env envolv olver er pequenos grupamentos musculares. Por exemplo, passar a linha na agulha, escrever, entre outras.
2.2 PONTOS INICIAIS E FINAIS BEM DEFINIDOS a) DISCRETAS DISCRETAS – existem existem os os pontos pontos distintos distintos de início início e fim. fim. Uma habilidade motora é classificada como discreta quando sua execução tem um início e um término bem definidos. Por exemplo, o arremesso de uma bola ou a execução de uma cambalhota. b) SERIADAS SERIADAS – uma uma comb combinaçã inaçãoo de hab habilidad ilidades es discretas discretas em em série série Outras habilidades são classificadas como seriadas quando, apesar da execução definível, compõem-se de diversas ações agrupadas, como trocar a marcha de um carro ou um tiro de arco e flecha. c) CONTÍNUAS CONTÍNUAS - existem existem os pontos pontos de início início e fim são são indefin indefinidos. idos. O executan executante te ou alguma força externa determina o começo e o fim. fi m. Uma habilidade contínua é facilmente identificável, pois se repete na organização dos movimentos, e geralmente o meio externo define sua parada, como correr, nadar e remar.
2.3 ESTABILIDADE DO AMBIENTE a) ABERTA ABERTA – a ha habil bilida idade de for env envolv olvida ida por um am ambie biente nte imprevi imprevisív sível, el, em mu mudan dança ça contínua. Por outro lado, há habilidades em que seu início não depende do executante. Marcar um atacante de futebol requer que o defensor reaja a estímulos que são gerados
23
externamente (pelo atacante). Essa característica da habilidade a faz ser definida como aberta. b) FECHADA FECHADA - se o ambi ambiente ente for estável estável,, previsíve previsível.l. Uma habilidade é classificada como fechada quando a sua execução é definida principalmente pelo executante, quanto ao início e fim. Por exemplo, correr é, fora de uma competição, uma habilidade fechada. O executante pode iniciar, aumentar ou diminuir a veloci vel ocida dade de enq enquan uanto to corre corre em um parque parque.. Nad Nadar ar co contin ntinuam uament entee tam também bém pod podee ser classificada como fechada.
2.4 CONTROLE DE FEEDBACK - Baseado em como e quando o retorno da informação pode ser usado pelo executante. Feedback é uma das formas pelas quais o executante pode ter uma resposta sobre como foi a execução de uma habilidade. Há diversas formas de feedback (visual, verbal, sinestésica) e elas devem ser aproveitadas pelo executante para melhorar a performance durante a execução ou após a execução. Essa classificação é baseada no nível de previsibilidade do ambiente externo. a) CIRCUITO ABERTO – não pode ser usado para fazer ajustes no movimento, durante a própria ação. Uma habilidade é aberta quando é muito ou totalmente influenciada pelo meio externo, como dirigir um carro ou driblar e arremessar no pólo aquático. b) CIRCUITO FECHADO - pode ser usado durante o movimento. Uma habilidade fechada é aquela em que o ambiente influencia muito pouco na sua execução, como colocar a chave em uma fechadura, ou um salto ornamental.
3 Como se desenvolve a aprendizagem motora Em ge gera ral,l, me mesm smoo se sem m te terr es estu tuda dado do o as assu sunt ntoo a fund fundo, o, pe perc rceb ebee-se se qu quee a organização da habilidade é importante para seu aprendizado. Normalmente, alguns padrões podem ser notados ao se verificar que uma habilidade está sendo aprendida pelo aluno. A tendência é que o aprendiz tenha dificuldades em habilidades muito complexas no início, portanto as primeiras fases da aprendizagem de uma habilidade devem ser
24
mantidas simples. Tarefas com alto nível de organização ou complexidade devem ser divididas ou modificadas para serem acessíveis ao aprendiz. Por exemplo, para ensinar o chute, em situação de jogo, primeiramente pode-se: •
Treinar o chute de bola parada,
•
Depois com a bola parada, mas o aluno em deslocamento,
•
Passando para a bola em movimento e o aluno parado,
•
Bola em movimento e o aluno em deslocamento,
•
Além Além diss disso, o, pa para ra simu simula larr um umaa situ situaç ação ão de jogo jogo,, po pode de-s -see aind aindaa ac acre resc scen enta tar r adversários e irregularidades do piso.
Isso inclui as características de organização e complexidade da habilidade, do nível de exigência das repetições e também da variação do ambiente. O prof profes esso sor, r, po port rtan anto to,, de deve ve plan planeja ejarr co corr rret etam amen ente te a se seqü qüên ênci ciaa pe peda dagó gógi gica ca ma mais is adequada às características de seu grupo de aluno, e após sua implementação executar as devidas adaptações necessárias.
4 O papel do professor de habilidades motoras Muitas pessoas aprendem a arremessar, chutar e nadar sozinhas. Na verdade, essas tarefas podem até ser considerada como desafios do dia a dia e, portanto, um indivíduo acaba se sentindo motivado ou desafiado a aprender diversas tarefas. Entretanto, o Professor tem um papel importante durante o processo de aprendizagem de um aluno. Assim, a aprendizagem pode ser maximizada caso o Professor atue corretamente em: a. Planejame Planejamento nto e escolha escolha adequados adequados das das habilidades habilidades a serem serem ensinadas ensinadas,, de acordo com o nível de desenvolvimento do aluno e suas experiências motoras anteriores. b. Organizaç Organização ão e distribuição distribuição das habilida habilidades des dent dentro ro do programa, programa, em uma seqü seqüênci ênciaa lógica, que facilite o aprendizado.
25
c. Prep Prepar aree o am ambi bien ente te,, o us usoo de ma mate teri riai aiss e es estr trat atég égia iass qu quee po poss ssam am estimu estimula larr o desenvolvimento de aspectos importantes no aprendizado de habilidades motoras, como percepção espacial, tempo de reação, coordenação visual-motora, etc. d. Proporcion Proporcionar ar informações informações sobre sobre o desempenho, desempenho, além além das que o próprio executan executante te possa perceber, além de dicas simples sobre como o executante pode corrigir a próxima execução.
26
CAPÍTULO 05 CAPACIDADE E DIFERENÇAS INDIVIDUAIS 1 Introdução Traço geral ou qualidade de um indivíduo relacionada com o desempenho de uma vari va ried edad adee de ha habi bilid lidad ades es mo moto tora ras, s, se send ndoo um co comp mpon onen ente te da es estr trut utur uraa de dess ssas as habilidades. MAGILL (1984). “Quali “Qualidad dade” e” geral geral do ind indiví ivíduo duo,, relaci relaciona onada da com a exe execuç cução ão de um umaa varied variedade ade de habilidades ou tarefas. As capacidades podem ser divididas em dois grupos: a) Cap Capaci acidad dades es perce percepti ptivovo-mot motora orass – qu quali alidad dadee geral geral do ind indiví ivíduo duo.. Ex.: Ex.: ve veloc locida idade de de movimento, tempo de reação, pontaria, etc. b)
Capacidades de Proficiência Física – ligadas ao desempenho físico, consideradas de condição física Ex: força, flexibilidade, equilíbrio, resistência cardio-vascular.
2 DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Todos sabem que as pessoas diferem em muitas maneiras. Em alguns casos, tais diferenças devem-se a coisas sobre as quais os indivíduos têm pouco controle, tais como sexo, idade, raça e diferenças culturais. Ocasionalmente, esses fatores influenciam a performance e a aprendizagem dos indivíduos. Estudaremos algumas das características que cada sujeito traz consigo para uma situação de performance que pode influenciar seu nível de alcance da meta. Discutimos o conceito de diferenças individuais, enfocando mais especificamente a noção de capacidades, que são em grande parte aptidões herdadas, que embasam a performance das pessoas.
3 O CONCEITO DE DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
Não é necessário ser um gênio para reconhecer que as pessoas são diferentes. Elas têm todos os tamanhos e formas. Representam diferentes idades, grupos raciais, sexo e culturas diferentes. Alguns indivíduos têm incapacidades de natureza física ou
27
mental. As pessoas têm temperamentos, influências sociais e tipos de experiência de vida dife difere rent ntes es.. Além lém desses sses tip tipos de difer iferen ençças, os indi indiví vídu duoos po posssu sueem outra utrass potencialidades que podem influenciar a qualidade de sua performance motora. Alguns
dos possíveis fatores que contribuem para as diferenças na performance de movimento das pessoas estão mostrados na Tabela 1 Fator Exemplos Capacidades Destreza de dedos, força física, força de tronco. Atitudes Abertas, fechadas ou neutras para novas experiências. Tipo corporal Compacto, alto, baixo, magro, musculoso. Background cultural Etnia, raça, religião, status sócio-econômico. Composição emocional Tédio, entusiasmo, medo, alegria. Nível de aptidão física Baixo, moderado, alto. Estilo de aprendizagem Visual, verbal, cinestésico. Nível maturacional Imaturo, intermediário, maduro. Nível motivacional Baixo, moderado, alto. Experiências sociais prévias Um a um, pequeno grupo, grande grupo. Expe Experi riên ênci cias as prév prévia iass de de mov movim imen entto Recr Re crea eati tivo vo,, ddee ins instr truç ução ão,, com compe peti titi tivo vo.. Tabela 1 Fatores de diferenças individuais que podem contribuir nas diferenças dos movimentos das pessoas.
Potencialidades - Características dos indivíduos que estão sujeitas a mudanças como um resu resultltad adoo da prát prátic icaa e qu quee repr repres esen enta tam m o po pote tenc ncia iall da pe pess ssoa oa pa para ra ex exce cede derr na performance de uma tarefa. Quando João era um menino, um sujeito de nome André costumava fazê-lo infeliz. André André co conse nsegui guiaa arrem arremess essar ar um umaa bol bolaa ma mais is rápida rápida e bat batê-l ê-laa ma mais is lon longe ge,, dribla driblarr e arremessar uma bola de basquete melhor e correr mais rápido do que todas as outras crianças de sua idade. André claramente tinha alguma coisa que seus colegas não tinham, e utilizava isso bem para tornar-se um esplêndido atleta de esporte coletivo na escola de ensino médio. João tinha grande prazer de um fato: ele era um ginasta muito melhor do que André. Enquanto André tinha uma grande dificuldade, João era um mestre executando um kip na barra horizontal e podia realizar saltos mortais em torno de André. Outras crianças
eram muito melhor ainda do que João ou André em atividade tipo tiro ao alvo com rifle, corrida de cross-country ou natação. Parecia que cada pessoa tinha a aptidão para realizar certos tipos de habilidades, mas pouca capacidade para realizar outras. Por que alguns indivíduos realizam certas atividades melhor do que outras? E por que alguém executa algumas atividades melhor do que outras? São as pessoas nascidas com aptidões especiais ou elas as desenvolvem com a prática? Podem as aptidões do indivíduo ser medidas e avaliadas?
28
Se os profissionais do movimento soubessem alguma coisa sobre as aptidões dos indivíduos, isto os ajudaria a oferecer um melhor auxílio na instrução enquanto estiverem ensinando, treinando uma equipe e em outras situações de performance humana? Estas questões relacionadas às potencialidades dos indivíduos formam a base das diferenças individuais.
Diferenças individuais são definidas como diferenças estáveis e duradouras entre pessoas, que contribuem para as diferenças na performance da tarefa. As palavras-chave nesta definição são estáveis e duradouras. Por exemplo, se uma pessoa acerta no buraco uma tacada longa de golfe e uma segunda pessoa erra a mesma tacada isto não significa necessariamente que as capacidades de tacada da primeira pessoa são superiores às da segunda. Todavia, se a primeira pessoa consistentemente sobrepõe a performance da segunda sob uma variedade de circunstâncias, podemos dizer com mais confiança que há diferenças individuais nas capacidades das duas pessoas. A pesquisa sobre diferenças individuais preocupa-se com dois aspectos. Primeiro, o problema de identificar as capacidades subjacentes que contribuem para as diferenças na perfor performan mance ce hab habilid ilidosa osa das pes pessoa soas. s. Os cie cienti ntista stass que con conduz duzem em est estee tip tipoo de pesquisa tentam medir e descrever o maior número de diferentes capacidades possíveis. Segundo, o desafio de estimar ou predizer o nível de habilidade futuro (ou potencial) de uma pessoa em um esporte específico, ocupação ou tarefa diária baseada em suas capacidades. Diferenças Diferenças individuais individuais - Diferenças Diferenças na performanc performancee das pessoas pessoas devidas às diferenças diferenças em suas capacidades estáveis e duradouras.
4 O QUE TORNA AS PESSOAS BEM-SUCEDIDAS EM ALGUMAS TAREFAS E EM OUTRAS NAO? Você alguma vez já parou para pensar por que as pessoas são boas em diferentes atividades e o que torna alguns executantes tão capazes? É um fato bem estabelecido que com prática suficiente de uma tarefa qualquer um aumenta o seu nível de habilidade. Todavia, além deste nível, os melhores executantes parecem possuir a combinação correta de atributos que necessitam para atingir altos níveis de habilidades. Os ginastas habilidosos não somente são fortes e têm potência, mas eles também parecem possuir um nível de coordenação que Ihes permite realizar acrobacias incríveis. No atletismo, os velocistas parecem deter atributos que são diferentes, em certo grau, daqueles dos
29
corredores de distância e arremessadores. Enquanto concertistas de piano e bailarinos parecem ter algumas capacidades em comum (p. ex., capacidade rítmica), eles são presenteados com outras capacidades únicas para as suas respectivas formas de arte (p. ex., potência de perna é necessária para o bailarino, mas é relativamente desnecessária para o pianista). Se todos os demais fatores são mantidos constantes (p. ex., motivação, expe ex perriên iência prév révia), ia),
dife diferren ençças no noss
padrõe drõess
dass da
cappac ca acid idad adees
dass da
pes esssoa oass
freq freqüe üent ntem emen ente te de dete term rmin inam am qu quai aiss os indiv indivíd íduo uoss torn tornam am-s -see os ex exec ecut utan ante tess ma mais is talentosos.
5 CAPACIDADES Capacidades, definida como traços inatos, relativamente permanente e estável do
indivíduo que embasam ou dão suporte a vários tipos de atividades ou habilidades. As capaci cap acidad dades, es, na sua ma maior ior parte, parte, são con consid sidera eradas das gen geneti eticam cament entee det determ ermina inadas das e essencialmente não-modificadas pela prática ou pela experiência. Elas representam o hardware (o que ele já tem) que os indivíduos trazem consigo para as situações de
performance e aprendizagem. Parece haver muitos tipos de capacidades distribuídos no sistema perceptivo-motor humano. Algumas capacidades dão suporte às ações de percepção e à tomada de decisão, enquanto outras embasam a organização e o planejamento de movimentos, além daquelas que contribuem para a produção real do movimento e para a avaliação do feedback.
Até o mom moment ento, o, os cie cienti ntista stass ide identif ntifica icaram ram aproxi aproxima madam dament entee 20 a 30 cap capaci acida dades des cognitivas e motoras. Uma importante implicação prática desta relação entre capacidades e performance é que, se a pessoa possui altos níveis das capacidades importantes para a performance de uma tarefa específica, aquele indivíduo deverá ser capaz de executar a tarefa em um níve nívell ma mais is alto alto do qu quee um umaa pe pess ssoa oa qu quee po poss ssui ui ba baix ixos os níve níveis is de dess ssas as im impo port rtan ante tess capacidades, ou seja, provavelmente, parte da razão pelo qual André era melhor no bater uma bola de beisebol do que João, enquanto João era melhor nas acrobacias do que André. O fato de uma pessoa ter um padrão eficiente de capacidades para realizar um tipo de tarefa não significa que terá um padrão eficaz para executar uma outra tarefa. Capacidade - Traços estáveis e duradouros que, na sua maior parte, são geneticamente determinados e que embasam a performance habilidosa dos indivíduos.
30
6 Capacidades versus habilidades Habilidade Habilidade - Potenciali Potencialidade dade para produzir produzir um resultado resultado de performan performance ce com máxima certez certeza, a, mín mínimo imo de ene energi rgiaa ou tem tempo po mí mínim nimo, o, des desenv envolv olvida ida com comoo um resulta resultado do da prática. Conforme já mencionado, capacidades podem ser considerados os “equipamentos” básicos com o qual as pessoas nascem e as habilidades são os movimentos. Quanto mais sofisticado é o hardware do computador, melhor ele será. Todavia, o computador mais sofisticado do mundo é inútil sem programas de software. Então podemos dizer que as capacidades são os hardwares e as habilidades são os softwares (programas).
As pessoas que possuem altos níveis de capacidades, importantes para uma tarefa específica e que gastam muitas horas praticando a tarefa, normalmente atingem os níveis mais altos de performance. Por exemplo, a Daiana dos Santos, atleta da Ginástica Artística. Em resu resumo mo,, o níve nívell de ha habi bilid lidad ades es qu quee os indi indiví vídu duos os co cons nseg egue uem m alca alcanç nçar ar,, depende das capacidades que trazem consigo, para a situação da tarefa e a quantidade e qualidade de suas experiências práticas. Diferenças entre os conceitos de capacidades e habilidades Capacidades Habilidades Traços herdados Desenvolvidas com prática Estáveis e permanentes Modificáveis com a prática Poucas em número Muitas em número Embas Embasam am a perform performanc ancee de mui muitas tas Dependem dos diferentes subconjuntos de capacidades habilidades diferentes Tabela 2.2 Algumas diferenças importantes entre capacidades e habilidades
7 PADRÃO DE MOVIMENTO Um grup grupoo am ampl ploo de ou sé séri ries es de at atos os mo moto tore ress de dese semp mpen enha hado doss co com m grau grauss menores de habilidade (em comparação a uma habilidade motora que eles consideram caracterizada por um alto grau de exatidão e de precisão), mas que são dirigidos à realização de alguma meta externa. Envolve os elementos básicos de uma certa habilidade motora. São componentes básicos do movimento, que podem ser generalizados para as necessidades específicas de uma habilidade motora particular. O padrão de movimento chutar pode ser generalizado para se adaptar às necessidades de várias habilidades motoras específicas como: Chutar ao gol, Chutar a bola em queda livre, Chutar a bola do chão.
31
CAPÍTULO 06 APRENDIZAGEM MOTORA
32
APRENDIZAGEM MOTORA - processo pelo qual esses erros são eliminados, até chegar a respostas corretas.
Primeiras tentativas erros feedback Novo plano motor repetição Performances erradas - aumentam o repertório de experiências. O PROFESSOR COMO CAUSA DO ERRO 1) Não conhecer os mecanismos de performance humana; 2) Não conhecer o processo de desenvolvimento motor; 3) Não conhecer sobre o processo de aprendizagem - (fases); 4) Não conhecer a habilidade a ser ensinada (níveis); 5) Não limitar as informações e não dar o tempo suficiente para os alunos a processarem; 6) Não considera a capacidade de memória, dando muitas informações;
33
7) Não transmitir informações de forma clara; 8) Não considerar as diferenças individuais; 9) Não avaliar a capacidade de entrada dos alunos; 10) Usa estratégias de ensino inadequadas; 11)) Nã 11 Nãoo se ut utililiz izaa os do domí míni nios os do co comp mpor orta tame ment ntoo hu huma mano no pa para ra elab elabor orar ar as estratégias; 12) Não usar o feedback.
O AMBIENTE COMO CAUSA DO ERRO Diminuir o ruído; Aumentar os níveis de sinais relevantes; Aumentar a redundância da informação; i nformação; Repetição.
O ALUNO COMO CAUSA DO ERRO
A origem do erro pode estar em qualquer mecanismo, na motivação e na memória: 1) atenção para grande número de estímulos; 2) pensar e se preocupar com muitas coisas; 3) falta de habilidade; 4) dificuldade com muitas informações ao mesmo tempo; 5) cada experiência como nova; 6) não sabe manipular as informações; 7) não usar o feedback; 8) falta de confiança e segurança; 9) dispêndio desnecessário de energia;
MODELO DE GENTILE PARA FAZER FEEDBACK A autora elaborou este modelo para que o aluno aprenda a fazer feedback
34
Tipo de
O MOVIMENTO FOI EXECUTADO
avaliação
CONFORME PLANEJADO?
Resultado O OBJETIVO FOI
SIM
NÃO
OBTEVE A SIM
IDÉIA DO
SURPRESA
MOVIMENTO
ALCANÇADO?
NÃO
ALGO ERRADO
TUDO ERRADO
35
CAPÍTULO 07 TEORIA DE
PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO
A abord ordage gem m do Processamento de Informação torn tornou ou po poss ssív ível el um umaa compreensão mais aprofundada do envolvimento cognitivo durante a aprendizagem e execução de habilidades motoras (CONNELL, 1991). Nesta perspectiva que surgiu a partir de 1970, o homem é visto como um sistema que recebe, processa, transmite, armazena e utiliza informações. A informação é manipulada pelo indivíduo através de uma seqüência de ações (movimentos), para obtenção de uma resposta (HAYWOOD, 1993). Na aprendizagem motora essa abordagem surgiu com o objetivo de “investigar os mecanismos internos básicos responsáveis pela produção do movimento e a mudança de comportamento” (TANI et al ., ., 1988, p. 92). “Talvez a pedra fundamental da área da Apren Aprendi diza zage gem m Mo Moto tora ra en enqu quan anto to área área ex expe peri rime ment ntal al tenh tenhaa sido sido a co conv nver ergê gênc ncia ia de concei con ceitos tos da Teoria de Processamento de Informação pa para ra os fenô fenôme meno noss da dass habilidades motoras ou da ação” (MAUERBERG, 1994, p. 119).
1 Modelos Surgiram então alguns modelos de Processamento de Informação que explicam como se produz o processo de aprendizagem motora, considerando o ser humano como um computador. O fundamento didático dos modelos está na necessidade de analisar os mecanismos (por exemplo: perceptivo, decisório e efetor, do modelo de Marteniuk) e classificar as tarefas motoras de acordo com as exigências próprias da aprendizagem em cada mecanismo (BUENO & RESA, 1995). Na descrição do processo de aprendizagem motora os autores Fitts e Posner, 1967; Adams, 1971; e Schmitd, 1993, propuseram modelos que relacionam a dinâmica cognitiva e a ação motora. Segundo Tani et al . (1988), é comum, nessa concepção, uma terminologia similar à utilizada na computação, sendo freqüente se falar em input quando se trata trata de info inform rmaç açõe õess de en entr trad ada, a, ca capt ptad adas as do am ambi bien ente te e do próp própri rioo co corp rpoo do executante; em decisório, quanto ao processo de escolha do objetivo da ação e dos meios para alcançá-lo; e em output , com relação às informações de saída que podem ser representadas pela execução de um determinado movimento.
36
2 Modelo de Marteniuk
a) Ambiente e informação É o que está disponível no meio ambiente, ou a informação dada. Ex: o professor fala para o aluno fazer 15 abdominais – a informação é o que o aluno houve. c) Órgã Órgãos os do doss se sent ntido idoss São os responsáveis em captar a informação no ambiente e transformá-la em impulso nervoso (que a linguagem que o SNC entende). c) Me Meca cani nism smoo per perce cept ptiv ivoo É o mecanismo responsável em organizar os impulsos nervosos que entraram no SNC. Ele Ele irá irá disc discrim rimin inar ar,, iden identif tific icar ar,, clas classi sififica car, r, de desc scre reve verr o me meio io inte intern rnoo e ex exte tern rnoo do executante. d) Me Meca cani nism smoo de De Deci cisã sãoo Escolhe o melhor plano motor para satisfazer o objetivo a ser executado, levando em consideração as necessidades do meio interno e externo. e) Me Meca cani nism smoo efeto efetor r Detalha o plano motor escolhido e o transforma em programa motor (ordens neuronais para a execução do movimento). Integra os comandos motores que produzirão o movimento. f) Siste istem ma Mus usccular ular Recebe e executa os comandos motores.
37
g) Feedback Feedback é uma das formas pelas quais o executante pode ter uma resposta sobre como foi a execução de uma habilidade. Há dive divers rsas as fo form rmas as de fe feed edba back ck (vis (visua ual,l, ve verb rbal al,, sine sinest stés ésic ica) a) e elas elas de deve vem m se ser r aproveitadas pelo executante para melhorar a performance durante a execução ou após a execução.
Feedback Intrínseco: informação fornecida como conseqüência natural do movimento. Ex. Ex. O joga jogado dorr de ba bassqu quet etee fa fazz um arre arreme mess ssoo na ce cest sta. a. Ele Ele próp própri rioo co como mo um umaa conseqüência do seu movimento irá ter uma informação – acertou ou errou a cesta.
Feedback Extrínseco: informação sobre a performance (fornecido por maio artificial – vídeo-tape, foto, o professor falando para ele o que aconteceu – para aumentar a informação natural disponível).
38
CAPÍTULO 08 SISTEMA NERVOSO TEXTO COPIADO DE: http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp SISTEMA NERVOSO sistema nervoso nervoso, junt sistema ma endó endócrino crino, ca O sistema juntam amen ente te co com m o siste capa paci cita tam m o orga organi nism smoo a pe perc rceb eber er as va vari riaç açõe õess do me meio io (inte (intern rnoo e ex exte tern rno) o),, a difu difund ndir ir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para Para exe exerce rcerem rem tai taiss fun funçõ ções, es, con contam tam com duas propri proprieda edades des fun fundam dament entais ais:: a irritabilidade (tam (també bém m de deno nomi mina nada da ex exci cita tabi bililida dade de ou resp respon onsi sivi vida dade de)) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celu ce lula lare ress dist distin into toss ta tamb mbém ém dife difere rem m um umas as da dass ou outr tras as.. A resp respos osta ta em emiti itida da pe pelo loss neurôn neu rônios ios assem assemelh elha-s a-see a uma corren corrente te elé elétri trica ca transm transmiti itida da ao lon longo go de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo pe lo sist sistem emaa ne nerv rvos oso, o, prec precis isam amos os prim primei eiro ro co conh nhec ecer er a es estr trut utur uraa bá bási sica ca de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citopl citoplasm asmaa e o citoes citoesque quelet leto), o), e de fino finoss prolon prolongam gament entos os cel celula ulares res den denomi ominad nados os neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios .
39
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de es estí tímu mulo los, s, fu func ncio iona nand ndoo po porta rtant nto, o, co como mo "ant "anten enas as"" pa para ra o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impuls imp ulsos os nervos nervosos. os. Os axônios po pode dem m se rami ramific ficar ar e es essa sass rami ramific ficaç açõe õess sã sãoo chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outr ou tras as cé célu lula lass e pa pass ssaa a info inform rmaç ação ão (impu (impuls lsoo ne nerv rvos oso) o) pa para ra eles eles.. A regiã regiãoo de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. Os corpos corpos ce celula lulares res dos neu neurôn rônios ios sã sãoo geralm geralment entee enc encont ontrad rados os em áreas áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O impulso nervoso A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. bomb mbaa de só sódi dio o e po potá táss ssio io, que Assi Assim m fu func ncio iona na a bo bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro. ro.Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular.
Sinapses Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria).
Tipos de neurônios De acordo com suas funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em:
Neurôn Neurônios ios recept receptore oress ou sensit sensitivo ivoss (afere (aferente ntes) s): sã sãoo os qu quee rec receb ebem em estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. Neurônioss motores motores ou efetuador efetuadores es (eferente (eferentes): s): transmitem 2. Neurônio transmitem os impu impulsos lsos motores (respostas ao estímulo). 3. Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e os neurônios motores. 1.
40
O Sistema Nervoso O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre à tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).
O Sistema Nervoso Central O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, quee se divi qu divide de em em:: BULB BULBO, O, situ situad adoo ca caud udal alm men ente te;; MESE MESENC NCÉF ÉFAL ALO, O, situ situad adoo cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.
41
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca . A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente. Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana , coluna vertebral vertebral, prot proteg protegend endoo o encéfalo; e coluna proteg egen endo do a medula - tamb também ém denominada raque ) e po porr me memb mbra rana nass de deno nomi mina nada dass meninges, situ situad adas as so sobb a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor .
O TELENCÉFALO O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores.
42
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos.
O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, sendo a maioria maioria pertencente ao chamado neocórtex.
Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica. hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui 1. apenas três camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; 2. apresenta duas ou três camadas celulares. neocórtex: có 3. córte rtexx ma mais is co comp mple lexo xo;; se sepa para ra-s -see do có córt rtex ex olf olfat ativ ivoo mediante um sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias várias áreas áreas sen sensor soriai iaiss e mo motor toras. as. As áreas áreas mot motora orass est estão ão int intima imamen mente te envolvidas com o controle do movimento voluntário.
43
Imagem: McCRONE, JOHN. Como o cérebro funciona. Série Mais Ciência. São Paulo, Publifolha, 2002. A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular medular branco, branco, formado formado por fibras fibras axonais (substância (substância branca). branca). Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos núcl cleo eoss (gân (gângl glio ios) s) da ba base se ou núcleos celu ce lula lare ress ne neur uron onai aiss qu quee fo form rmam am os nú (gâng (gânglio lios) s) ba basai saiss - CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função cognitiva.
Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Porto Alegre 2ª ed, Artmed Artmed Editora, 2002.
44
Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos movimentos são: núcleo caudato : controla movimentos intencionais grosseiros do 1. corpo (isso ocorre a nível sub-consciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do corpo. putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle 2. de mo movim viment entos os inte intensi nsiona onais is gross grosseiro eiros. s. Ambos Ambos os núc núcleo leoss fun funcio cionam nam em associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento. provavelm elment entee co contr ntrola ola a pos posiçã içãoo das princi principai paiss globo glo bo pálido pálido: provav 3. partes do corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve prim primei eiro ro co coloc locar ar se seuu co corp rpoo nu numa ma po posi siçã çãoo ap apro ropr pria iada da e, en entã tão, o, co cont ntrai rairr a musc mu scul ulat atur uraa do braç braço. o. Acre Acredi dita ta-s -see qu quee es essa sass funç funçõe õess se seja jam m inic inicia iada das, s, principalmente, pelo globo pálido. núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente 4. os movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo. Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias com células do tálamo (núcleo ventrolateral ventrolateral - VL). A conexão do tálamo tálamo com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na área motora do córtex. Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.
45
Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre 2ª ed, Artmed Artmed Editora, 2002.
O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo) Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem dev em ser proces processad sados. os. O tál tálamo amo tam também bém est estáá relacio relaciona nado do com alt altera eraçõe çõess no comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções).
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Se Aceita que o hipotálamo desem des empen penha, ha, ain ainda, da, um pap papel el nas em emoçõ oções. es. Especi Especific ficame amente nte,, as partes partes lat latera erais is parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um mo modo do ge gera ral,l, co cont ntud udo, o, a pa parti rtici cipa paçã çãoo do hip hipot otála álamo mo é me meno norr na gê gêne nese se (“criação”) do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.
46
O TRONCO ENCEFÁLICO O tronco tronco enc encefá efálic licoo int interp erpõeõe-se se ent entre re a me medul dulaa e o die diencé ncéfal falo, o, situa situando ndo-se -se vent ve ntra ralm lmen ente te ao ce cere rebe belo lo.. Poss Possui ui três três fu funç nçõe õess ge gera rais is;; (1) (1) rece recebe be info inform rmaç açõe õess sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões direção contrária contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado encefá enc efálic licas as e, em direção esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.
Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tracto tractos, s, fas fascíc cículo uloss ou lem lemnis niscos cos.. Estes Estes ele eleme mento ntoss da est estrut rutura ura int intern ernaa do tronco tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.
47
Imagem: ATLAS INTERATIVO DE ANATOMIA HUMANA. Artmed Editora.
O CEREBELO Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois hemisf hem isféri érios. os. Porém, Porém, ao con contrá trário rio dos hem hemisf isféri érios os cerebr cerebrais ais,, o lad ladoo esq esque uerdo rdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo. O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, apar ap arel elho ho ve vest stib ibul ular ar e olho olhos) s),, av aval alia ia o mo movi vime ment ntoo real realme ment ntee ex exec ecut utad ado. o. Após Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
48
Algumas estruturas do encéfalo e suas funções Córtex Cerebral Funções: •
Pensamento
•
Movimento voluntário
•
Linguagem
•
Julgamento
•
Percepção
Cerebelo Funções: •
Movimento
•
Equilíbrio
•
Postura
•
Tônus muscular
Tronco Encefálico Funções:
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córte órtexx é a cam amaada mais ais externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esqu es querd erdoo e dire direititoo do có córt rtex ex cere ce rebr bral al sã sãoo liga ligado doss po porr um feixe grosso de fibras nervos nervosas as ch chama amado do de co corpo rpo caloso. Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é respon responsáv sável el pel peloo pla planej nejam ament entoo co consc nscien iente te e pel peloo co contr ntrole ole motor. O lobo temporal tem centros importantes de memória e audi au diçã ção. o. O lobo lobo pa parie rieta tall lida lida co com m os se sent ntid idos os co corp rpor oral al e espacial. o lobo occipital direciona a visão.
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”. O cerebelo fica localizado ao lado do tronco encefálico. É parecido com o córtex cerebral em alguns aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e tem um córtex que recobre estes hemisférios. O Tronco Encefálico é uma área do encéfalo que fica entre o tálamo e a medula espinhal. Possui várias estruturas como o bulbo, o mesencéfalo e a ponte. Algumas destas áreas são responsáveis pelas funções básicas para a
49
•
•
•
Respiração Ritmo dos batimentos cardíacos Pressão Arterial
Mesencéfalo Funções: •
Visão
•
Audição
•
Movimento dos Olhos
•
Movimento do corpo
Tálamo Funções: •
Integração Sensorial
•
Integração Motora
manutenção da vida como a respiração, o batimento cardíaco e a pressão arterial. Bulbo: recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções autônomas (a chamada vida vegetativa): batimento cardíaco, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir. Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da respiração, r espiração, além de ser um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à medula.
O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para o tálamo que posteriormente são distribuídas pelo corpo. Participa, juntamente com o tronco encefálico, do sistema reticular, que é encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem às partes conscientes do cérebro.
Sistema Límbico Funções: •
Comportamento Emocional
•
Memória
•
Aprendizado
•
•
O Sistema Límbico um grupo de
é
estruturas que inclui hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são Vida vegetativa muito importantes para a emoção e reações emocionais. O (digestão, hipocampo também é importante para a memória e o circulação, excreção aprendizado. etc.) Emoções
A Medula Espinhal
50
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sist sistem emas as de ne neur urôn ônio ios: s: o sist sistem emaa de desc scen ende dent ntee co cont ntro rola la funç funçõe õess mo moto tora rass do doss músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.
Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula med ula es espin pinhal hal a mas massa sa cin cinzen zenta ta loc locali alizaza-se se int intern ername amente nte e a ma mass ssaa branca branca,, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo).
Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem a medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas nos tecidos que recebem e mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o controle sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para “cima e para baixo” através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura. Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem rompim rompiment entoo de peq pequen uenos os vas vasos os san sangüí güíneo neos, s, im imped pedind indoo a ent entreg regaa de oxi oxigên gênio io e
51
nutrientes para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células lesada les adass ext extrav ravasa asam m com compon ponent entes es citopl citoplasm asmátic áticos os e tóx tóxico icos, s, que afe afetam tam cé célul lulas as vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico iniciam um quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie de cicatriz, que impedem os axônios lesados de crescerem e reconectarem. O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à paralisia e atrofia dos músculos.
O Sistema Nervoso Periférico O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos. As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainhaa de tecido bainh tecido conjuntivo conjuntivo chamada epineuro. epineuro. Em nosso corpo existe existe um núme número ro muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa.
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolon prolongam gament entos os de neu neurôn rônios ios sen sensor soriais iais (centr (centrípe ípetos tos). ). Aquele Aqueless que transm transmite item m impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos). Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais e por neurônios motores.
Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal denominam-se raquidianos.
52
Do en enccéfa falo lo parte artem m do dozze pa parres de nervos rês deles são nervos craniano cranianoss . Três exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos. Nervo craniano
Função
I-OLFATÓRIO
sensitiva
Percepção do olfato.
II-ÓPTICO
sensitiva
Percepção visual.
III-OCULOMOTOR
motora
Controle da movimentação do globo ocular, da pupila e do cristalino.
IV-TROCLEAR
motora
Controle da movimentação do globo ocular .
V-TRIGÊMEO
mista
Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor); Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes (ramo sensorial).
VI-ABDUCENTE
motora
Controle da movimentação do globo ocular.
mista
Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor); Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial).
VIII-VESTÍBULOCOCLEAR
sensitiva
Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular); Percepção auditiva (ramo coclear).
IXGLOSSOFARÍNGEO
mista
Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e palato.
X-VAGO
mista
Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. Inervação das vísceras torácicas e abdominais.
XI-ACESSÓRIO
motora
Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos esternoclidomastóideo e trapézio.
XII-HIPOGLOSSO
motora
Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua.
VII-FACIAL
53
Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed. Moderna, 2001. vol. 2. Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos raqu raquid idia iano noss sã sãoo to todo doss mi mist stos os.. Os co corp rpos os do doss ne neur urôn ônio ioss qu quee form formam am as fibr fibras as sensit sen sitiva ivass dos nervos nervos sen sensit sitivo ivoss situam situam-se -se próxim próximoo à me medul dula, a, porém porém fora fora del dela, a, gânglios espinhai espinhaiss. Os corpo reunin reunindodo-se se em es estru trutur turas as esp especi eciais ais cha chama madas das gânglios orposs celulares dos neurônios que formam as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma: •
oito pares de nervos cervicais;
•
doze pares de nervos dorsais;
•
cinco pares de nervos lombares;
•
seis pares de nervos sagrados ou sacrais.
54
sistema nervoso nervoso O co conj njun unto to de ne nerv rvos os cran crania iano noss e raqu raquid idia iano noss form formaa o sistema periférico. Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa. As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as açõe aç õess invo involu lunt ntár ária iass resu resulta ltam m da co cont ntra raçã çãoo da dass mu musc scul ulat atur uras as lisa lisa e ca card rdía íaca ca,, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral. O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva. SNP Autô Autôno nomo mo ou Visc Viscer eral al, como o próprio nome diz, funciona O SNP independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo defere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar . O corpo celular do neurônio pré-ganglionar fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pósganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou cardíaco. O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes: •
•
Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares. Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões.
55
•
Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com que os sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002. O sistem sistemaa nervos nervosoo aut autôno ônomo mo div divide ide-se -se em sistema sistema nervoso nervoso simpático simpático e sistema nervoso parassimpático . De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos. O SNP aut autôno ônomo mo sim simpát pático ico,, de mod modoo ge geral, ral, est estimu imula la açõ ações es que mo mobil biliza izam m energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistem sistemaa sim simpá pátic ticoo é respon responsáv sável el pel pelaa ace acelera leraçã çãoo do doss bat batime imento ntoss cardía cardíacos cos,, pe pelo lo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNP SNP au autô tôno nomo mo pa para rass ssim impá pátiticco es estitimu mula la prin princi cipa palm lmen ente te ativ ativid idad ades es relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras. Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormô hormônio nios. s. O hormô hormônio nio secret secretado ado pel pelos os neu neurôn rônios ios pós pós-ga -gang nglio lionar nares es do sistem sistemaa
56
nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Os ne neur urôn ônio ioss pó póss-ga gang nglio liona nare ress do sist sistem emaa ne nerv rvos osoo simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula supra-renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica. Órgão
Efeito da estimulação simpática
Efeito da estimulação parassimpática
Olho: pupila Músculo ciliar
Dilatada nenhum
Contraída Excitado
Glândulas gastrointestinais
vasoconstrição
Estimulação de secreção
Glândulas sudoríparas
sudação
Nenhum
Coração: músculo (miocárdio) Coronárias
Atividade aumentada Vasodilatação
Diminuição da atividade Constrição
Vasos sanguíneos sistêmicos: Abdominal Músculo Pele
Constrição Dilatação Constrição ou dilatação
Nenhum Nenhum Nenhum
Pulmões: brônquios Vasos sangüíneos
Dilatação Constrição moderada
Constrição Nenhum
Tubo digestivo: luz Esfíncteres
Diminuição do tônus e da peristalse Aumento do tônus e do peristaltismo Aumento do tônus Diminuição do tônus
Fígado
Liberação de glicose
Nenhum
Rim
Diminuição da produção de urina
Nenhum
Bexiga: corpo Esfíncter
Inibição Excitação
Excitação Inibição
Ato sexual masculino
Ejaculação
Ereção
Glicose sangüínea
Aumento
Nenhum
Metabolismo basal
Aumento em até 50%
Nenhum
Atividade mental
Aumento
Nenhum
Secreção da medula suprarenal (adrenalina)
Aumento
Nenhum
Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados, estimulam, simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para a atividade.
57
Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas condições fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas das condições são as seguintes: •
•
Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos cutâneos. Também o aquecimento do sangue que passa através do centro de controle térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os vasos profundos. Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem um efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares; porém, ao mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o sangue flua facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sangüíneo em todas as regiões do corpo, exceto no coração e no cérebro.
Nas junções neuro-musculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e pós-ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora é a acetilcolina. Esse Esse me medi diad ador or qu quím ímic icoo at atua ua na nass do dobr bras as da mem embr bran ana, a, au aum men enta tand ndoo a su suaa permeabilidade aos íons sódio, que passa para o interior da fibra, despolarizando essa área da membrana do músculo. Essa despolarização local promove um potencial de ação que é conduzido em ambas às direções ao longo da fibra, determinando uma contração muscular. Quase imediatamente após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é destruída, o que permite a despolarização da membrana.
REFLEXO - Respostas rápidas Algu Alguma mass resp respos osta tass mo moto tora ras, s, no en enta tant nto, o, nã nãoo vê vêm m do cé cére rebr bro. o. Na fig figur uraa po pode demo moss observar um esquema de um arco reflexo.
O que está ocorrendo? Quando algo quente encosta na nossa pele, quando nos espetamos ou quando uma bola vem em nossa direção, tomamos decisões sem pensar - os atos reflexos. Essas decisões usam mecanismos mais simples, sem recorrer ao cérebro.
58
No caso da figura, quando a tachinha espeta o pé o estímulo percorre o neurônio sensitivo e faz uma ligação com co m um ne neur urôn ônio io mo moto tor, r, atra atravé véss de um ne neur urôn ônio io de associação, na medula, gerando uma resposta involuntária. Ao me mesm smoo te temp mpo, o, o es estí tímu mulo lo co cont ntin inua ua em dire direçã çãoo ao cérebro, onde a dor será interpretada. Como tudo acontece muito rapidamente, parece que a dor e a retirada do pé ocorre ao mesmo tempo. A vantagem evolutiva é bastante evidente, pois, com uma resposta mais veloz mesmo que em frações de segundo, o organismo pode se preservar melhor. A intenção do médico quando bate em nosso joelho com um pequeno martelo de borracha é verificar como vão nossos reflexos; no caso, ele testa o reflexo r eflexo patelar. Os atos reflexos são verificados em todas as pessoas, mas nem sempre os notamos. Tossir e espirrar protegem nossas vias respiratórias; lacrimejar quando algo entra no nosso olho é uma forma de proteção; a contração da musculatura do intestino quan qu ando do te tem m alim alimen ento to ta tamb mbém ém é um at atoo refl reflex exo. o. Algu Alguns ns atos atos refle reflexo xoss po pode dem m se ser r aprendidos, como aquelas decisões tomadas em situação de jogo, por atletas de vários esportes.
Os atos reflexos
atos reflex reflexos os ou simp Os atos simplesme lesmente nte reflexos são respos respostas tas aut autom omátic áticas, as, involuntárias a um estímulo sensorial. O estímulo chega ao órgão receptor, é enviado à medula através de neurônios sensitivos ou aferentes (chegam pela raiz dorsal). Na medula, neurônios associativos recebem a informação e emitem uma ordem de ação através dos neurônios motores (saem da medula através da raiz ventral). Os neurônios motores ou eferentes chegam ao órgão efetor que realizará uma resposta ao estímulo
59
inicial. Esse caminho seguido pelo impulso nervoso e que permite a execução de um ato reflexo é chamado arco reflexo.
Para ver uma animação sobre ato reflexo, entre no site www.epub.org.br/cm/n10/fund www.epub.o rg.br/cm/n10/fundamentos/animation.h amentos/animation.html tml .
60
OS SENTIDOS: VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR E OLFATO
Imagem: BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson R. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000.
Os órgãos dos sentidos Os sentidos fundamentais do corpo humano - visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato - constituem as funções que propiciam o nosso relacionamento relacionamento com com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa.
SENSAÇÕES SOMESTÉSICAS São as sensações do corpo, e segundo Guyton podem ser divididas em:
Classificação das Sensações 1) Exteroceptores: resp respon onde dem m a es estí tímu mulo loss ex exte tern rnos os,, orig origin inad ados os fora fora do organismo.
61
Sensações Exteroceptivas –
São as sensações que servem de intermediárias entre o mundo exterior e o SN. São elas que colocam o SH em contato com o ambiente externo.
–
Sensações de Contato: tato, paladar.
–
Sensações de distância: visão, audição e olfato.
–
Sensações intermediárias: •
Sensibilidade vibrátil (vibrações): percebidas pelos ossos do crânio e membros
•
Fotossensibilidade da pele: capacidades de percepção da cor pela pele da mão ou ponta dos dedos.
•
Sentido de distância: os cegos são capazes de perceber obstáculos à distância
•
3) Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos viscerais ou outras sensações como sede e fome. Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervos nervosa; a; ma mais is co compl mplexo exos, s, forma formados dos por ele eleme mento ntoss nervos nervosos os int interc ercone onecta ctados dos ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais. Dessa maneira: pelo tato (já visto em sistema tegumentar ) - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc; pela gustação - identificamos os sabores; pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro; pela audição - captamos os sons; pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc. Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos externos. Esses órgãos são: è a pele - para o tato; a língua - para a gustação; as fossas nasais - para o olfato; os ouvidos - para a audição; os olhos - para a visão. •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Sensações Interoceptivas –
São São as se sens nsaç açõe õess qu quee info inform rmam am o es esta tado do do doss proc proces esso soss inte intern rnos os do organismo.
–
Transmitem informações sobre as excitações das paredes do estômago, intestino, coração e outros órgãos vicerais.
62
– – –
São as sensações mais antigas e elementares. Os receptores estão por todo o corpo e se integram ao SN autônomo. Estas informações são processadas no tálamo e sistema límbico, por isto são menos conscientes e mais difusas, tendendo a assemelhar-se com os estados emocionais: •
Sensação de fome
•
Sensação de desconforto
•
Sensação de tensão (frustração)
•
Sensação de calma (satisfação)
2) Proprioceptores: os receptores proprioceptivos proprioceptivos encontram-se encontram-se no esqueleto e nas inserç ins erções ões ten tendin dinosa osas, s, nos mú múscu sculos los esq esquel ueléti éticos cos (forma (formando ndo feixes feixes nervos nervosos os que envolvem as fibras musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna. Detectam a posição do indivíduo no espaço, assim como o movimento, a tensaõ e o estiramento musculares.
Sensações Proprioceptivas –
São as sensações que permitem ao SN o conhecimento do estado físico do corpo.
–
Representa a base aferente dos movimentos e é decisiva na regulamentação destes movimentos.
–
–
Os receptores desta sensação estão nos: •
Músculos - fusos musculares
•
Tendões - órgãos tendinosos de golgi
•
Articulações - receptores articulares
•
Aparelho vestibular - equilíbrio
Estas informações caminham até a medula, onde dão origem a reflexos medulares, e ao mesmo tempo, através das ramificações se propagam até o tronco cerebral, cerebelo, tálamo e córtex cerebral.
–
Uma pessoa com perturbações de sensibilidade proprioceptivas torna-se incapaz de determinar a posição de seus membros no espaço, causando alterações no seu esquema corporal (tamanho dos membros aumentado)
–
Umaa qu Um qued edaa de se sens nsib ibililid idad adee prop proprio rioce cept ptiv ivaa prov provoc ocaa dific dificul ulda dade de no noss movimentos, pois as informações musculares, articulares e outras estão pertur perturba badas das e os mo movim viment entos os tornam tornam-se -se inc incont ontrol roláve áveis, is, sem su suaa bas basee sensorial.
63
Está lim limitad itadaa à se sens nsaç ação ão Cine Cineste stesi siaa sens sensaç ação ão do co corp rpo o em mo movi vime ment nto. o. Está relacionada com movimentos dos membros (Magill), ou informações sensoriais dos membros em movimento. E apresenta 3 qualidades: –
Sensibilidade postural: capacitada para dar conta da posição relativa dos membros e dos diversos segmentos dos membros, sem controle visual.
–
Sensibilidade para os movimentos: (cinestesia) percebemos a direção e a velocidade do movimento dos membros, mesmo sem controle visual.
–
Sensibilidade para força: capacidade de avaliar a força necessária para executar um movimento ou manter a posição de um membro contra uma resistência.
BIBLIOGRAFIA
BEAR, M.F; CONNORS, B.W; PARADISO, M.A. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. São Paulo: Artmed, 2002 Ed 2. FARIA, L; NASCIMENTO,E. O Banquete dos Sentidos II . São Paulo: Metalivros, Metalivros, 2003. GORDON, M; SUHR, M. Audição. São Paulo: Scipione, 1998. GORDON, M; SUHR, M. Paladar . São Paulo: Scipione, 1998. GUYTON A.C. Fisiologia Humana. São Paulo: Guanabara Koogan,1998 Ed 6 GUYTON A.C.; HALL, J.E. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças São Paulo: Guanabara Koogan,1998 Ed 6 GUYTON A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica . São Paulo: Paulo: Guan Guanabara abara Koogan, 2002 Ed 10 HANSEN, J.T; KOEPPEN, B.M. Atlas de Fisiologia Humana de Netter . São Paulo: Artmed,2003. JACOB S. W; FRANCONE, C.A; LOSSOW, W.J. Anatomia e Fisiologia Humana. São Paulo: Guanabara Koogan,1990 MCCRONE J. Como o Cérebro Funciona . São Paulo: Publifolha, 2002. MOORE, K. L; PERSAUD T.V.N. Embriologia Clínica. São Paulo: Elsevier, Elsevier, 2004 Ed 7
64
Exercício 1) Você já deve ter ouvido, até mesmo de professores, algo como: "As crianças hoje são muito mais espertas". espertas". Há pouc poucoo mais de 20 anos anos,, nenê nenêss eram colocado colocadoss em cadeiras e em cercadinhos, com dois ou três brinquedos, e crianças pequenas não tinham autonomia nem possibilidades de escolha. Conhecendo agora um pouco mais do sistema nervoso e seu desenvolvimento, você afirmaria que essa esperteza é fruto de uma evolução da espécie humana? Discuta sua resposta. 2) Organize um mapa conceitual do sistema. Lembre-se de que pode haver mais de uma forma de classificação. 3) Quando o texto se refere ao SN periférico, trata de pares de nervos. Por que pares e não apenas um? 4) O SNP autônomo também apresenta pares, sendo um ramo do sistema simpático e um do parassimpático, enervando o mesmo órgão. Para quê?
65
CAPÍTULO 09 O AMBIENTE DA APRENDIZAGEM Neste capítulo veremos como estruturar a pratica para a aprendizagem eficiente, mostrando como duas ou mais tarefas podem ser praticadas juntas, para facilitar a aprendizagem e a retenção, e como variar sistematicamente a pratica de determinada tarefa aumenta a generabilidade. Algumas metas de praticas alternativas também são consideradas. Para alguns professores o tempo de pratica não é o único fator que deve ser considerado, a qualidade também é muito importante. Portanto é importante estruturar ou organizar uma determinada quantidade de pratica, para maximizar sua eficiência.
1 O QUE É PRÁTICA Dicionário Aurélio: Ato Ato ou efei efeito to de prat pratic icar ar;; Uso, Uso, ex exerc ercíc ício io;; Ro Rotin tina, a, há hábi bito to;; Sabe Saberr prov provin indo do da experiência; Aplicação da teoria; Fazer, realizar, executar.
2 DEFINIÇÃO DE REPETIÇÃO Dicionário Aurélio: Fazer, realizar, usar novamente; Apresentar outra vez, reproduzindo, acontecer de novo.
3 DEFINIÇÃO DE EXECUTAR Dicionário Aurélio: Ato ou efeito de executar; Realizar, cumprir. Ex: dois professores dando aulas de voleibol num acampamento. •
O que está acontecendo?
•
Será que não estão oferecendo aos seus aprendizes prática suficiente?
•
Será que deveriam esperar um pouco mais antes de introduzirem o grupo na situação de jogo?
•
Será que escolheram o tipo errado de escala de prática para os pré-adolescentes?
•
De que outras formas poderiam estruturar sessões práticas para melhorar essa transição dos pré-adolescentes, dos treinamentos de habilidades ao desempenho no jogo?
66
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ANTES DA PRÁTICA Como motivar para prática? Como dar as informações? Como preparar o ambiente? Tempo para observar
5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PRÁTICA Quantidade Qualidade Objetivos Quantas sessões
6 PRÁTICA INICIAL É o início da pratica. Acontece quando o aluno tem o primeiro contato, a idéia mais primitiva sobre a tarefa, onde será aprendido o aspecto rudimentar do movimento (os principais aspectos para que se consiga a execução).
7 PRÁTICA DO TODO ou MACIÇA O professor apresenta a habilidade, o movimento completo, todo de uma única vez ao aluno. O professor passa toda a tarefa para o aluno, mas ele tem um descanso entre uma tentativa e outra. Ex: fazer 30 arremessos numa cesta de basquete, mas dar 30 segundos de intervalo entre uma tentativa e outra.
8 PRÁTICA EM BLOCOS Dividir a tarefa em partes, unidades, que podem ser isoladas. Em seguida integrar as unidades uma a uma, até formar a habilidade total, ou seja, dividir a tarefa em partes, ou unidades. Ensinar a primeira unidade, até que todos aprendam. Passe então para a segunda, ensine até que todos aprendam. E assim por diante. Depois que terminar todas as unidades forme o movimento total, de maneira global. Esta prática é um importante fator relacionado à aprendizagem de habilidades motoras e tem sido focalizada em diversos estudos. Ela pode ocorrer em muitos lugares e tempos diferentes e sob condições variadas.
67
Das diversas maneiras de se organizar a prática, uma tem se destacado nos últimos estudos sobre aprendizagem motora: a prática em blocos, pois resulta em uma rápida aquisição, com alto nível de performance. Vale ressaltar que a prática em blocos está relacionada com a baixa interferência contextual. Na prática em blocos, o executante realiza repetidas execuções de uma mesma tarefa, para então iniciar a prática da próxima tarefa (Magill, 1989; Schmidt, 1988, 1991). Facilit Facilitand andoo o ent entend endime imento nto:: em qua qualqu lquer er ati ativid vidade ade pas passa sada da pel peloo profes professor sor,, primeiro ele vai ensinar somente o primeiro movimento. O aluno treina esse movimento, e quando aprender deixa-o de lado e começa a fazer o segundo movimento. Aprendendo o segundo, deixa-o de lado também e aprenderá o terceiro movimento. Assim que o terceiro movimento for aprendido, se junta todos os “blocos” (movimentos) formando assim o movimento geral, que será então, a soma das partes. A prática em blocos, é dividida por partes para um melhor entendimento dos alunos e uma melhor execução, guardando movimento, por movimento.
9 PRÁTICA RANDÔMICA Esta pratica é feita de maneira generalizada, tarefas diversas, misturadas, mas com objetivo definido. Ex: treinar impulsão vertical – elabora-se vários exercícios – organiza-se num circuito, ou de maneira organizada as atividades, e estas não podem ser repetidas, executa-se apenas uma vez. Os executantes são levados a variar as estratégias durante a prática, isto é, quando a tarefa é alterada a cada tentativa, a performance do sujeito envolve mais operações cognitivas, o que resulta em representações mais significativas de uma dada tarefa e uma melhor distinção entre as suas variações. Devido a essa alternância de plano motor a retenção em longo prazo é evidenciada.
10 PRÁTICA CONSTANTE Pratica constante é aquele em que se repete o movimento (plano motor) varias vezes. O principal objetivo desta prática é o desempenho, desenvolver a capacidade de realizar a habilidade. Em seu modelo de aquisição de habilidades motoras, (Gurtili,1972) propõe que o referido processo ocorra em dois estágios:
68
PRIMEIRO ESTÁGIO: o indivíduo toma idéia do movimento, ou seja, aprende a relação meio/individuo, com a qual será alcançada a meta. Para que o aprendiz obtenha idéia do movimento, a prática constante é necessária. SEGUNDO ESTÁGIO: ocorre fase de acomodação e fixação do plano motor, onde o objetivo é alcançar um nível particular de habilidades, aperfeiçoar a habilidade. No caso de habilidades fechadas (realizadas em condições ambientais estáveis e estacionárias), isso será feito através da manutenção e refinamento do padrão motor geral adquirido no primeiro estágio. Portanto, para aquisição de habilidades motoras fechadas à prática constante é a mais indicada também no segundo estágio.
11 PRATICA VARIÁVEL É a prat pratic ica, a, co como mo o próp próprio rio no nome me diz, diz, va vari riáv ável el,, en ensa saia iand ndoo mu muita itass va vari riaç açõe õess possíveis do movimento. Por exemplo, o arremesso no basquete, é uma classe de movimentos, para o aluno ser eficiente, habilidoso, ele precisa produzir arremessos de distancias muito diferentes, trajetórias variadas. Nas últ última imass déc décad adas, as, as formu formulaç lações ões teó teóric ricas as relaci relaciona onadas das ao proces processo so de aquisição de habilidades motoras, têm considerado superior a eficácia da prática variada sobre a constante. Devido a essa alternância de plano motor a retenção em longo prazo é evidenciada.
12 PRATICA PARA AUTOMATICIDADE É a prática que irá gravar o plano motor, a habilidade no SNC, pois o aprendiz terá que passar por outras formas de prática para aprender o movimento (elaborar o plano motor), somente quando este estiver pronto e correto é que deve se iniciar o processo de autom aut omati atizaç zação. ão. É im impor portan tante te ressa ressalta ltarr que a aut automa omatic ticida idade de aco aconte ntece ce de man maneir eiraa relativamente lenta, de forma que é necessária uma grande quantidade de prática, antes que os padrões motores automáticos se manifestem. De acordo com Schneider (1985) são necessárias 300 tentativas para automatizar, e ainda este número será maior se a tarefa exigir precisão e complexidade.
69
13 PRÁTICA MENTAL Segundo Magill (1984, p.116), “Quando a expressão prática mental é usada na literatura de pesquisa, ela se refere à repetição cognitiva de uma habilidade física na ausência de movimentos manifestos [...]”. Para Schimidt (1993, p. 184), “[...] uma idéia antiga era que a prática mental facilitava os elementos simbólicos cognitivos da habilidade. Outra teoria se preocupava com a avaliação de movimentos possíveis e com as conseqüências de suas experiências mentais[..]”. É a repetição mental do movimento. O aluno pensa as habilidades que estão sendo aprendidas. Usada para aumentar a eficiência
Por que a Prática Mental é eficaz Segundo Richardson apud Magill (1984, p.233), “[...] salientou que a explicação psico psi coneu neurom romusc uscula ularr po postu stula la qu que, e, durant durantee a prátic práticaa me menta ntal,l, o ind indiví ivíduo duo est estáá de fat fatoo gerand gerandoo corren correntes tes de açã açãoo nos grupos grupos muscula musculares res [...]”, [...]”,
assim as sim o fee feedba dback ck gerado gerado
permitirá uma melhor correção das próximas tentativas. “Para magill (1984, p. 233)”, [...] outra explicação possível relaciona a prática mental com a teoria da memória e com o modelo em três estágios de Fitts e Posner proposto para aprendizagem [...]”. Para Magill (1984, p.101) “[...] a memória é um componente importante em nosso processamento de informação para produzir a resposta desejada [...] “A memória deve ser considerada em termos de sua estrutura e processos de controle. Estrutura envolve características fixas e permanentes, que nunca mudam, qualquer que seja a tarefa.