A Tática no Futebol
Embora não seja uma guerra, o futebol é o confronto entre duas nações representadas pelos seus “guerreiros” no campo. Por isso, mesmo sendo um esporte, ele adapta o conceito de tática utilizado nas guerras tática é a arte de dispor e ordenar tropas para combate. !estringindo"se agora apenas ao futebol, dá para acrescentar outro conceito. #omo as e$uipes são compostas por pelo menos tr%s setores & defesa, meio"campo e ata$ue & é preciso aplicar um sistema, responsá'el pela coordenação das partes entre si, transformando o $ue poderia ser um emaran(ado de )) jogadores em uma estrutura organizada. Para isso, a partir da década de )*+, o futebol passou a e'oluir com a criação de di'ersos sistemas táticos, responsá'eis pela organização das e$uipes. TÁTICA NO FUTEBOL - preciso diferenciar tr%s aspectos $ue contribuem para a eecução do sistema tático adotado pela e$uipe. Eistem tr%s tipos de táticas, e todas elas de'em ser le'adas em consideração pelo treinador de futebol. /ática 0ndi'idual é a função desempen(ada pelo jogador. 1entro da proposta coleti'a, o técnico precisa estabelecer de maneira clara e eficiente o papel de cada um. En'ol'e as orientações sobre a mo'imentação do jogador, a postura ofensi'a e a postura defensi'a. /ática de grupo é o planejamento dirigido a um setor espec2fico. En'ol'e as atribuições de cobertura, apoio 3 marcação, lin(as de passe e triangulações, ocupação e abertura de espaços. Eemplo tática de grupo para defesa e ata$ue no lado direito do campo, en'ol'endo o lateral"direito, o primeiro 'olante e o meia" articulador. #onforme suas táticas indi'iduais, todos precisam saber como auiliar uns aos outros na marcação, e como se mo'imentar organizadamente nas in'estidas de ata$ue. /ática coleti'a é o planejamento adotado para todo o time, a$uele “dos n4meros”, n4meros”, responsá'el responsá'el por interligar e coordenar as táticas de grupo. 5as o sucesso da tática coleti'a depende da maneira como o treinador define as funções de cada jogador 6táticas indi'iduais7 e a mo'imentação ordenada de cada setor 6táticas de grupo7.
8penas definir o sistema tático, sem o cuidado de organizar as partes e as indi'idualidades, não é suficiente. ESTRATÉGIA 8 estratégia não pode ser confundida com o sistema tático. Ela na 'erdade é a maneira como 'ai se comportar a e$uipe em campo. 0ndependentemente do sistema tático, o time pode adotar uma postura mais ofensi'a ou mais defensi'a. #om o mesmo sistema tático, um time pode modificar a estratégia dentro de um jogo & in'ertendo jogadores de posição, por eemplo, ou alterando o sistema de marcação. 5ais ligada 3s táticas indi'idual e de grupo, a estratégia le'a em consideração a mo'imentação dos jogadores na marcação 6cobertura, antecipação7 e na articulação 6antecipação, criação de espaços, formação de lin(as de passe7, e a caracter2stica dos atletas. /imes $ue se enfrentam com o mesmo es$uema tático podem ter estratégias diferentes. Por isso, é importante $ue os jogadores ten(am capacidade para compreender as atribuições de cada função dentro da tática coleti'a, assimilando mais de uma tática indi'idual. 0sso oferece a oportunidade para $ue o treinador altere a estratégia com a bola rolando, sem a necessidade de fazer substituições, apenas modificando a função dos jogadores. ZONAS DE MARCAÇÃO 8 definição do sistema de marcação é fundamental dentro da estratégia de cada e$uipe. 5as também é preciso le'ar em consideração o preparo f2sico e a mo'imentação do ad'ersário na definição do sistema de marcação. 1e nada adiantaria, por eemplo, definir uma marcação"pressão se a e$uipe não tem condições f2sicas de ag9entar essa eig%ncia por muito tempo. :ona é a marcação utilizada principalmente nos clubes da 0nglaterra. 1elimitada a zona de atuação de cada jogador 6tática indi'idual7, ele 'ai dar combate nos ad'ersários $ue por ali transitarem. Eige muita 'isão periférica para antecipar as jogadas e fazer a abordagem correta no momento em $ue for eigido. Pressão adiantam"se todos os setores 6tática de grupo7 e a marcação é feita no campo do ad'ersário. ;s atacantes entram em combate direto com os zagueiros para induzir o ad'ersário 3 ligação direta.
5eia"pressão a defesa e o meio"campo adiantam"se, mas a pressão é eercida apenas pelos atacantes, na sa2da de bola dos ad'ersários. 0ndi'idual um jogador marca apenas um ad'ersário, acompan(ando o atleta em $ual$uer parte do campo. 0>8 recon(ece apenas seis sistemas táticos. ;s demais são considerados 'ariações destes já eistentes W.M – Arsenal !"#$ - o primeiro sistema tático identificado na (ist?ria do futebol. /em tr%s zagueiros em lin(a, dois 'olantes, dois meias de ligação e tr%s atacantes. >ez tanto sucesso $ue todos passaram a usá"lo, “espel(ando” os confrontos. @uem $uisesse 'encer teria de aumentar o n4mero de atacantes. #
8 simplificação do C"D"C reduziu a perman%ncia da bola no meio"campo, resumindo"se o jogo 3 ligação direta. 8os poucos, entretanto, a atenção dos confrontos passou do ata$ue e da defesa para o meio"campo. E assim, o C"+"+ é o primeiro sistema $ue busca aumentar a posse de bola no setor de criação. Pode 'ariar de um 'olante e dois meias para dois 'olantes e um meia, modificando"se ainda mais com as estratégias de ata$ue ou defesa 6laterais ofensi'os ou defensi'os, sistema de marcação e mo'imentação dos atacantes7. Foje, por eemplo, o Garcelona utiliza um C"+"+ com laterais $uase fios 3 defesa, em lin(a, e atacantes de mo'imentação $ue jogam em diagonal, ao contrário dos antigos pontas, $ue corriam para o fundo e faziam cruzamentos. - o mesmo sistema, mas com uma estratégia diferente. %%# &'()l)*a+, -el, Bras)l na C,-a +e !""%0 #ada 'ez mais as atenções 'oltaram"se para o meio"campo. E então um dos atacantes passou para o setor de criação, eliminando a eist%ncia dos pontas. - um dos sistemas táticos $ue mais permite 'ariações, dependendo da tática indi'idual dos (omens de meio e de ata$ue 'ariam o n4mero de 'olantes e articuladores, o posicionamento de todos, e a caracter2stica dos atacantes. =o meio, o desen(o pode ser o $uadrado, o losango, a lin(a, 'ariando de um até $uatro 'olantes. =o ata$ue, também podem ser dois centroa'antes fios, ou dois atacantes de mo'imentação, ou então uma combinação entre o centroa'ante e o atacante. #
perde 'olume no meio"campo. #ompreender a função do l2bero é fundamental para o sucesso do +" H"D, por$ue apenas com um jogador capaz de assimilar essa tática indi'idual de etrema alternIncia de funções, com posicionamento, noção de cobertura e mo'imentação constante, pode eerc%"la. 1o contrário, o l2bero seguirá sendo apenas um rebatedor atrás da lin(a de zaga. ;utro conceito trazido pelo +"H"D é o de alas, abolindo os laterais. ;s alas t%m na origem a função de não apenas jogar pelos lados, mas também ocupar os espaços de meio"campo na articulação das jogadas. 1%1 &D)na6ar4a #33#7Á8a9 !""$0 - um sistema $uase misto, $ue se utiliza dos conceitos de defesa do +"H"D 6l2bero, cobertura e posicionamento7 de meio"campo do C"C"D 6di'ersas possibilidades de desen(os e estratégias7 e de ata$ue do C"+" + 6retorno do + atacante7. ;s demais es$uemas são considerados pela >0>8 'ariações destes seis recon(ecidos. Portanto, o +"J") pode ser 'isto como uma 'ariação do +"H"D, o C"H") como uma alternati'a ao C"C"D e assim por diante. O FUTURO ; futebol está cada 'ez mais dependente da força f2sica e da 'elocidade dos jogadores. E isso 'ai se refletir nas opções relati'as ao sistema tático & incluindo as táticas coleti'a, de grupo e indi'idual, 3 estratégia e ao sistema de marcação. 1entro das estratégias, (a'erá cada 'ez mais 'ariação de posicionamento tático dentro da mesma partida. E por isso o jogador precisará ser cada 'ez mais inteligente e de racioc2nio rápido. Essas 'ariações táticas 'ão eigir jogadores capazes de entender a necessidade da partida, com intelig%ncia para cumprir mais de uma função tática indi'idual e de assimilar di'ersos sistemas e estratégias, tanto de grupo como coleti'as. E assim esse jogador também terá autonomia para tomar decisões em campo. O TREINADOR 1ados todos estes argumentos, fica muito claro por$ue sou tão cr2tico com os treinadores.
Guss Hiddink - Um dos treinadores mais estrategistas do Futebol Moderno
5uitos defendem $ue o poder de decisão está com os jogadores, $ue é a $ualidade deles $uem determina os 'itoriosos, mas eu discordo. ;s méritos e as cobranças de'em sim serem mais direcionadas ao treinador. =este pe$ueno resumo de apenas sete páginas epus uma di'ersidade de atribuições do treinador, mesmo as relacionadas ao desempen(o do atleta. Por muitas 'ezes, um jogador apresenta"se mal por$ue não tem uma tática indi'idual clara, ou pior foi escalado para cumprir uma função e$ui'ocada. - o treinador $uem define todas as táticas indi'iduais, dos ) jogadores de lin(a & e até do goleiro 6reposição de bola, posicionamento como “(omem da sobra”...7, todas as táticas de grupo e encaia essas definições na tática coleti'a e na estratégia. - o treinador $uem faz o time jogar, e $uando o técnico é limitado, não tem intelig%ncia para definir táticas indi'iduais coerentes com as táticas de grupo, integradas 3 tática coleti'a e de acordo com a mel(or estratégia, o time torna"se um emaran(ado de atletas c(ocando"se dentro de campo como baratas desgo'ernadas. :SEM;RE NO ES;ORTE COLETIOR ORGANIZADA: :UM G?NIO DENTRO DE UMA E=UI;E EMBARAL>ADA CAI DE ;RODUÇÃO@ EN=UANTO UM OGADOR LIMITADO FAZENDO ;ARTE DE UMA ENGRENAGEM INTELIGENTE TORNASE TIL: