Síntese Unidade 6.1 José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
Síntese ! Unidade 6.1 José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
Representações do século XX: o tempo histrico e os acontecimentos políticos
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1"#6 ano em que decorre a maior parte da a!ão"
#eríodo
contur$ado, devido %s crises de nature$a política que ocorriam na &uropa, em %ue oscila&am tend'ncias democr(ticas e totalit(rias , estas 'ltimas de caráter (ascista. O
romance irá apresentar o panorama político da maior parte dos principais países envolvidos nestas crises – que culminarão com a eclosão da Segunda Guerra Mundial – em especial através das notícias dos jornais portugueses que serão lidas pelo protagonista, Ricardo Reis.
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*spanha – &mergem os con(litos sociais, políticos e econ/micos que impulsionarão o povo espan0ol para a Guerra )ivil, so$ o comando do General 1ranco.
*uropa 1"#6
+t(lia – Mussolini, líder (ascista, ascende ao poder. rava*se a guerra contra a &ti/pia. lemanha – O poder de 2itler, que compartil0a dos ideais totalitários dos naistas, é (ortalecido. 3ntensi(icam*se os ataques aos judeus. )ortugal – )onsolida*se o &stado +ovo, conduido por Salaar. - (undada a Mocidade #ortuguesa. O campo de concentra!ão do arra(al entra em (uncionamento.
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)ortugal 1"#6 •
*%uilí/rio 0inanceiro ,
conseguido com o aumento dos impostos e com a redu!ão de gastos com a educa!ão, sa'de e salários dos (uncionários p'$licos. Modernia!ão do país, através da política de o/ras p/licas. •
*sta/ilidade 0orçada com a cria!ão de meios de controlo da sociedade4 •
*stado -o&o4
regime ditatorial liderado por li&eira Sala$ar
)ensura #olícia
política #56&, mais tarde #36&" Mocidade #ortuguesa #ropaganda +acional
liança com a +gre2a instrumento capa de persuadir e manipular as popula!7es", assente na visão de Salaar como o sal&ador da moralidade crist3 e da p(tria
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espaço da cidade. 4eam/ulaç3o geogr(0ica e &iagem liter(ria
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A cidade de Lisboa (palco da ação)
É descrita como um labirinto, monótona, pobre, sombria, silenciosa, chuvosa, de águas turvas.
Metáforas que remetem para as circunstâncias políticas e históricas vividas em ortu!al, em "#$%& clima de estado de ameaça e estagnação, perseguição e miséria e restrição da conformismo liberdade de em que o povo expressão estava e'ercidos pelo mer!ulhado re!ime
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&eambulação geográfica e viagem literária
o
seu re!resso pátria, após de*asseis anos de e'ílio no +rasil, icardo eis constata que pouco mudou em ortu!al - sinal de esta!nação do país.
o
entanto, o espaço exterior condu' a outro tipo de deambulaç(es , estas de nature*a literária% por parte de icardo eis (e do próprio narrador). ssim, a cada passo da persona!em pelas ruas de /is0oa, assistimos a refer1ncias a vários autores e te'tos da literatura portu!uesa e mundial.
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&eambulação geográfica
)iagem literária
6isita a locais como a rua do 7om3rcio, o 8erreiro do aço, a rua do 7rucifi'o, o 7hiado, a raça da 9i!ueira, a rua do lecrim, ou o +airro lto.
:vocação de te'tos, entre os quais a *íblia, e de autores como +ernando ,essoa, Alberto aeiro, .icardo .eis, /lvaro de ampos, am(es, 0ça de 1ueirós, esário )erde, Almeida 2arrett, $orge Luís *orges, &ante, ervantes ou )irgílio.
2s
te'tos evocados, muitas ve*es, não são fi3is ao ori!inal, sur!indo so0 a forma de alus4es, paráfrases ou imitaç4es criativas5paródias.
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3ntertextualidade ?os3 @arama!o, leitor de 7am4es, 7esário 6erde e 9ernando essoa
aródia do verso de Os Lusíadas ;2nde a terra se aca0a e o mar começa< no início e no fecho da o0ra. 7itação
de versos de Os Lusíadas como ;esta apa!ada e vil triste*a<, com vista a ridiculari*ar determinadas situaç4es.
Luís de am(es
resença
constante da estátua de 7am4es e do damastor, como forma de destacar a produção camoniana como um marco de fundamental importância na literatura portu!uesa (;todos os caminhos portu!ueses vão dar a 7am4es<). =en>ncia
da su0versão e do aproveitamento das palavras e da fi!ura de 7am4es por parte do re!ime.
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7onfi!uração do espaço da cidade de /is0oa
como uma realidade confinadora e destrutiva (;icardo eis atravessou o +airro lto, descendo pela ua do orte che!ou ao 7am4es, era como se estivesse dentro de um la0irinto que o condu*isse sempre ao mesmo lu!ar<).
esário )erde
=eam0ulação !eo!ráfica como ponto de partida para outras evas4es (via!em literária). 7omiseração
e identificação do narrador com certas fi!uras do povo o0servadas. emissão
para a evocação de um passado !lorioso contrastante com a esta!nação de um presente mori0undo.
6isualismo de pendor impressionista e conver!1ncia dos sentidos.
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+ernando ,essoa
7onstrução da persona!em icardo eis lu* das características físicas, psicoló!icas e literárias fi'adas pelo seu criador, patentes, por e'emplo, nas conversas entre o heterónimo e o ortónimo. 7itaç4es,
alus4es, paródia e paráfrases de versos do ortónimo e dos principais heterónimos.
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A personagem principal: Ricardo Reis
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Ricardo Reis A imagem traçada por Saramago coincide com a projetada por Fernando Pessoa na criação deste heterónimo:
“homem grisalho” (uma vez nascido em !!"# em $%& teria '$ anos
“seco de carnes” (na carta a Adol)o *asais +onteiro# Fernando Pessoa a)irma ,ue ele - um homem )orte# mas seco
.steve emigrado no /rasil (Saramago parte deste pressuposto e coloca 0eis de regresso 1 p2tria# ao )im de & anos
3 poeta e m-dico4
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Ricardo Reis Permanecem tam8-m alguns traços da filosofia de vida e do credo poético do heterónimo:
di)iculdade em tomar decis5es ou avançar e6plicaç5es# dado acreditar no peso do destino7 enorme
rigor#
autodisciplina# evitando as pai65es e a in,uietude da alma7
en,uanto poeta# nas )ormas estró)icas e m-tricas4
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Representaçes do amor !arcenda e "ídia
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!arcenda
o c i s í f o t a r t e R
o c o i t g a # r l t o e c R i s p
9ovem com cerca de ; anos# delgada# de pescoço esguio# ,uei6o )ino e de contornos pouco de)inidos4 So)re de paralisia na mão es,uerda# o ,ue condiciona muito a sua postura4
+ulher virgem e ine6periente# passiva# sem grandes convicç5es e sem vontade própria (est2 disposta a ir a F2tima simplesmente para agradar ao pai# ,ue anula os projetos )uturos (desiste de ser )eliz# recusando o pedido de casamento de 0icardo 0eis4
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"ídia o c i s í f o t a r t e R
o c o i t g a # r l t o e c R i s p
+ulher emancipada# perspicaz e ,uestionadora4 Apesar de ser simples# humilde e pouco letrada# uma pessoa in)ormada e preocupada com o mundo ,ue a rodeia# revelando ter esp=rito cr=tico4 3 ainda uma mulher ativa# tra8alhadora e lutadora4
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Marcenda
Lídia
Etimologicamente, o seu nome significa “aquela que murcha”, que não é eterna contrasta com as musas das odes.
!ontrasta com a "#dia das odes, caracteri$ada pela serenidade, pure$a, passividade e não envolvência em pai%&es ou problemas.
Representa a inércia, a apatia, a desistência de Ricardo Reis.
Representa a possibilidade de Ricardo Reis vingar sem o seu criador, transformando-se num agente ativo e não num mero espetador do mundo.
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Estrutura, linguagem e estilo
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Estrutura da obra Externa
'( cap#tulos
Interna Estrutura circular) uso
par*dico do verso de !am&es “+nde a terra se acaba e o mar comea” viagem
de Reis para "isboa e, depois, em direão ao cemitério dos ra$eres.
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Linguagem e estilo om orali!ante /arcas
de coloquialidade.
0i1logo
entre o narrador e o narrat1rio.
!oment1rios do narrador. Estruturas morfossint1ticas simples. rovérbios
e e%press&es populares com ou sem varia&es. /istura
Estilo"#ontua$%o 2usência
de pontuaão convencional) uso e%clusivo do ponto final e da v#rgula, que funciona como o sinal de maior relev3ncia, 41 que marca as interven&es das personagens, o ritmo e as pausas. 56 o conte%to que a4uda o leitor a perceber quando se trata de uma declaraão, de uma e%clamaão ou de uma interrogaão7.
de v1rios modos de relato do
discurso. !oe%istência
de segmentos narrativos e descritivos sem delimitaão clara.
8so
de mai9scula no interior da frase.