ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DO ALCOITÃO
Curso Superior de Fisioterapia
ANATOMIA do
APARELHO RESPIRATÓRIO Paulo Abreu 2001
Sistema Músculoesquelético
Sistema Neuromuscular
dão suporte ao
MOVIMENTO
ACTIVIDADE FUNCIONAL
Sistema Cárdiopulmonar
•Qual é a finalidade da Fisioterapia? ….Ninguém tem dúvidas de que é a “melhoria da capacidade funcional a um nível normal ou o mais próximo do normal ”. ”. •Sendo assim, é necessário compreender quais os factores (estruturas, funções, estímulos, contextos,…) responsáveis pela efectivação efectiva ção dessa capacidade cap acidade funcional. funcion al. •Este esquema pretende de alguma forma realçar a importância do sistema cardiopulmonar cardiopulmonar como factor primordial na capacidade capacidad e de um indivíduo realizar as actividades funcionais a um nível “normal”. A interdependência entre os diversos sistemas responsáveis pelo movimento, é um facto, fac to, que pressupõe que a disfunção disf unção pode ser muitas muit as vezes multi-factorial. multi- factorial. • A respiração respiração é sem dúvida dúvida uma uma função hegemónica hegemónica,, pois sem ela a vida não seria possível. Sem um aporte de O2 ao tecido muscular não é possível realizar actividade muscular durante muito tempo. •Quando o sistema respiratório é incapaz de suprir as necessidades de O2 ou de eliminar o CO2, as consequências sobre o organismo podem ir desde a sensação de dispneia ou diminuição da tolerância ao exercício, até às situações extremas como a morte.
OBJECTIVO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA
• Manter o fornecimento adequado de
oxigénio aos
tecidos e remover, também de um modo adequado, o dióxido de carbono.
Outras Outras Funções Funções Pulmo Pulmonar nares es (Não Respiratórias) : • Regulação do equilíbrio
ácido-base • Defesa • Metabólicas • Hematológicas • Circulatórias
• • • • • •
DEFESA: Mecânicos remoção de partículas por filtração e impacto reflexos (espirro, tosse e broncoconstrição) barreira mucosa e epitelial transporte muco-ciliar
• • • • • • •
Fagocitários (actividade celular e humoral) macrófagos e leucócitos lisozimas alfa-antitripsina lactoferrina interferon complemento
• • •
Imunitários humorais (linfócitos B - imunoglobulinas) celulares (linfócitos T)
• •
METABÓLICAS: fosfolípidos e estabilidade alveolar
• • • • •
HEMATOLÓGICAS: Reservatório de leucócitos e plaquetas Activador da coagulação Inibidor da coagulação Activador da fibrinólise
• • • •
CIRCULATÓRIAS: Filtro do sangue venoso sistémico Reservatório de volémia Balanço hídrico (interstício/microcirculação)
• Este esquema ilustra, de uma forma simples, as fases do transporte de O 2. • Torna-se evidente que a Respiração é um processo complexo, que envolve inúmeras estruturas e mecanismos fisiológicos, e que não depende exclusivamente do pulmão. • Respirar não é pois sinónimo de Ventilar. A Ventilação é a fase mecânica da Respiração, que permite que o ar chegue aos alvéolos e remova do mesmo local o CO2 . • A Respiração envolve as seguintes Fases: • FASE DE FORNECIMENTO : Pulmonar ou Respiração Externa • FASE DE TRANSPORTE: Cardiovascular • FASE DE UTILIZAÇÃO: Celular ou de Respiração Interna
FASES DA RESPIRAÇÃO
Pulmonar ou Respiração Externa
Cardiovascular
Celular ou de Respiração Interna
C i r c u l a ç ã o
. QCO2 mitocôndria
fluxo O2
produção CO2
Tecido
. QO2
consumo O2
C i r c u l a ç ã o
.
VCO2
Vias aéreas/Pulmões
Coração
P e r i f é r i c a
expirado
fluxo CO2
inspirado P u l m o n a r
.
Atmosfera
VO2 N2,O2,CO2 760 mm Hg humidade qualidade ar
Esquema dos componentes ventilatório-cardiovascular-metabólico acoplado ao transporte subjacente de oxigénio (Wasserman et al, 1987; modificado por Webber, 1993) (Traduçãode Abreu P. e Rodrigues F., 1996)
• Este esquema ilustra de forma mais clara e real, os componentes envolvidos no transporte de O2, desde a sua entrada no organismo até à remoção do CO 2. Uma máquina, constituída por diversas peças, só funciona correctamente se todas as peças funcionarem harmoniosamente em conjunto, podendo o mau funcionamento de uma peça comprometer o funcionamento da máquina. • Este Modelo permite perceber de forma mais evidente, que a função respiratória poderá ser comprometida por disfunção de qualquer um dos componentes envolvidos no transporte de O2. No entanto, é de referir que a disfunção isolada ou conjunta de alguns destes componentes, nem sempre resulta em disfunção respiratória, estando o seu aparecimento dependente da gravidade da disfunção e da capacidade de compensação por parte dos outros componentes do modelo. • De seguida iremos analisar em pormenor os diversos passos (estruturas, mecanismos) envolvidos no transporte de O 2.
o l m o a r n t ó n t e u C A o o s s o o v r v e r e t o a n N N i i a a r c b o m m ó t l e e t t a g s i s m o i S S e m e - - H - H C A t N N c b S S H H
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2
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2 g r a O H e e d C , d a a 2 m d i d i m O , 0 m l 2 6 u a u N 7 h q
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Circulação
Pulmonar
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Circulação
Periférica
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2
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• Aqui enumeramos as estruturas e funções responsáveis pelo bom funcionamento de cada um dos componentes do transporte de O2: - ATMOSFERA - VIAS AÉREAS/PULMÕES - CORAÇÃO - TECIDOS/CÉLULAS
2 2 a O O 2 c i e e O a n C a e s í d n e d r i r b a õ o o e d d o e r o a r l ã ã v n i t c b i g ç e u c s o ô f í g m s o o a c ç e d l a m c c n e o c m n a t a o s c e r p e t c i e a m i i t l i a e e p s x a r v e h b m ó s a i a m i i e c o b o t s d r e o d u a x l t s a e e a o a a ´ i r d s q t o g d d b r d d p t a o e e o o a a c i i l n r e e x e e e e l r u ã d s m ã m o c e ê u d o d d d i e r ç a d K ç b l i i d o s a h t a a a a a s r e a g c s e d t o i i e f d d r o i d a d i d i t i x e o i c a e r f t a u o o s 2 c c c c m n p r i a o t p d s b p o O a a a e g r o d e i z l t r m f p p p o o t e s i m c r r i i C n o a a a a i e d p c c c i e c p m p d c t n e c l
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o ã ç a l u s g e a s o a c g e s s d o o s a t d e l i r i n c a o i o t b r c t c l i r r a o r a a f g l i p e r e , p o s a u b o o a ã o l g H i c m e c d i s , n h t e o o s o p i a c t x l e s o ã a c r l a ã r s o o r o H a a s u e p ç e , r l a p a f i e l s d i v e c u o o r o l d o o e t d g e d a o n e o t d o v r n e t ã i e a s l l v s c a l ç o ú a a v n n e e s a i e ã t t r n ç o o o e a d e e s t a r n i ã ã ã i o e o m m p r o i c b i c s s s i p u u e c o s s s f d m e l l m s e r e r e r o e a r m o o o s e p p p c m g t v v c a
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• Aqui enumeramos as estruturas e funções responsáveis pelo bom funcionamento dos restantes componentes do transporte de O 2: • •
- CIRCULAÇÃO PULMONAR - CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA
ESTRUTURA E FUNÇÃO •Estrutura (anatomia) e Função (fisiologia) são inter-dependentes. A estrutura governa a função e vice-versa. A estrutura é constituída por uma determinada forma ditada pela função, esta é limitada e regulada pela estrutura. O termo estrutura aplica-se aos ossos, músculos, tendões, ligamentos, tecido nervoso, tecidos conjuntivos (de suporte), orgãos e mesmo células. Alterações na relação estrutura-função podem ser influenciadas pela interacção do ambiente externo ou interno, ou ambos. •O conhecimento da estrutura e da função tornam-se fundamentais para compreendermos as alterações fisiopatológicas (disfunção/deficiência) e as suas repercussões na funcionalidade (incapacidade), sendo também o suporte imprescindível para o processo de tomada de decisões relativamente à intervenção (avaliação/tratamento) do Fisioterapeuta. Dentro da estrutura do Aparelho Respiratório considera-se importante que o aluno seja capaz de: • Identificar, enumerar e descrever as estruturas (ossos, músculos e articulações) que compõem a caixa torácica; • Identificar e descrever as pleuras visceral e parietal; • Identificar e descrever os componentes das vias aéreas superiores (extratorácicas) e inferiores (intra-torácicas); • Identificar e descrever a orientação dos brônquios principais, lobares e segmentares; • Identificar e descrever a orientação das cisuras pulmonares; • Relacionar topográficamente os pulmões e a parede torácica; • Identificar as estruturas que compõem o mediastino; • Enumerar e identificar as estruturas que compõem o ácino; • Enumerar e identificar os principais componentes celulares, tecidulares e outros, ao nível alveolar e intersticial.
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO ESTRUTURAS ÓSSEAS COSTELAS: - Esternais ou verdadeiras: I-VII - Asternais ou falsas:VII-X (Aderentes) / XI-XII (Flutuantes) - ESTERNO: Manúbrio / Corpo / Apêndice Xifoideu - VERTEBRAS TORÁCICAS ( T1- T12)
- ARTICULAÇÕES - Condro-Esternais (esterno-cartilagem costal) – Artrodias - Costo-Condrais (cartilagem costal – costela) – Gonfartroses - Inter-condrais (entre a 6ª, 7ª e 8ª cartilagens costais) – Artrodias - Costo-Transversárias (tuberosidade da costela-apófise transversa) – Artrodias (?) - Costo-vertebrais (cabeça costela-corpos vertebrais) – Artrodias (?) - Esternal Superior (manúbrio – corpo esterno) – Anfiartrose - Esternal Inferior (corpo esterno-apêndice xifoideu) - Anfiartrose
MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS INSPIRATÓRIOS - DIAFRAGMA - Porção central aponevrótica – Centro Frénico -Porção periférica muscular – Feixes esternais / Feixes costais / Feixes Lombares (arcada quadrado lombos / arcada Psoas / Pilares diafragma (dtº e esqº)) - Intercostais Externos e Médios - Acessórios - Esternocleido-mastoideu - Escalenos - EXPIRATÓRIOS - Abdominais (grandes rectos, oblíquos, transverso) - Intercostais internos - Triangular do esterno
- ...
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO PLEURAS Membrana serosa que reveste a face externa do pulmão, face interna da grelha costal, o mediastino e o diafragma.
Pleura Parietal • Pleura diafragmática / Pleura Costal / Pleura cervical/ Pleura Mediastínica • Existência de recessos ou “fundos de saco” entre as pleuras diafragmática, costal e mediastínica, dando origem aos: Seio costo-frénico (pleura costal e diafragmática) e Seio cárdio-frénico (pleura diafragmática e medistínica –atrás do esterno) • Rica em inervação (nervos intercostais, vago, simpático e nervo frénico) Pleura Visceral Reveste todo o pulmão à excepção do Hilo Pobre em terminações nervosas sendo praticamente indolor • Espaço Pleural - espaço limitado entre os dois folhetos pleurais (10-20 µm) • Líquido Pleural - fluído que ocupa o espaço pleural (5-15 ml) - Função de lubrificação facilitadora do deslizamento das pleuras • - Composição: idêntica à do líquido intersticial. Líquido claro com uma concentração de proteínas de 1,5 g/dl. • Circulação linfática – • no espaço pleural existem dois tipos diferentes de circulação linfática. • Circulação linfática da pleura parietal: • pensa-se que é o verdadeiro sistema linfático da cavidade pleural; • a linfa do espaço pleural é colectada pelas comunicações pleuro-linfáticas da pleura parietal estomas e lacunas - e é dirigida em direcção ao canal linfático direito e em menor quantidade em direcção ao canal torácico, através de vasos linfáticos valvulares, ajudada no seu movimento pelas excursões respiratórias. • Circulação linfática da pleura visceral: • os linfáticos da pleura visceral, são a porção mais superficial do sistema linfático pulmonar; • a pleura visceral não tem comunicações linfáticas directas com o espaço pleural • A drenagem linfática do espaço pleural é da maior importância para a circulação do líquido pleural, quer em condições fisiológicas quer em situações patológicas.
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO TOPOGRAFIA PULMONAR • Pequena cisura ou horizontal : separa o lobo superior do lobo médio (dtª). Parte da Grande Cissura , ao nível da linha média axilar, e desloca-se horizontalmente até ao nível da 4ª cartilagem costal. Na face mediastínica alcança o hilo. • Grande Cisura ou Oblíqua (dtª): Separa o lobo inferior dos lobos médio e superior. Posteriormente começa ao nível da apóf. Espinhosa de T 4 ou mais abaixo, e desloca-se obliquamente para baixo e para fora acompanhando o 5º espaço intercostal, seguindo depois anteriormente em direcção à 6ª costela, terminando ao nível da 6ª art. condro-costal. • Grande Cisura ou Oblíqua (esqª): Separa o lobo inferior do lobo superior. Posteriormente começa a 2 cm da linha média, entre as apóf. Espinhosas de T 3 e T4 ou mais acima ou abaixo, e desloca-se obliquamente para baixo e para fora alcançando o 5º espaço intercostal ao nível da linha média axilar, seguindo este espaço até interceptar o bordo inferior do pulmão ao nível da 6ª art. condro-costal ou imediatamente abaixo dela (7,5 cm da linha média).
• Limite inferior do pulmão (posteriormente – sujeito de pé): ao nível da 10ª costela (a pleura termina cerca de 5 cm mais abaixo) • Limite inferior do pulmão (anteriormente - sujeito de pé ): ao nível da 6ª costela à dtª e da 7ª à esqª (a pleura termina um pouco mais abaixo)
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO VIAS AÉREAS SUPERIORES OU EXTRA-TORÁCICAS • CAVIDADE NASAL • Espaço irregular entre o tecto da boca e a base do crâneo. Está dividida por um septo vertical – septo nasal. Tem uma abertura nasal anterior e um par de aberturas nasais posteriores (coanas) que comunicam com a naso-faringe. A cavidade nasal comunica com os seios esfenoidais, frontais, etmoidais e maxilares. • Cada metade da cavidade nasal possui um: TECTO, UM SOALHO (face supº palato ósseo), uma PAREDE INTERNA (septo nasal) e uma PAREDE EXTERNA (irregular – corneto superior, médio e inferior).
• FARINGE • Tubo músculo-membranoso, de 12 a 14 cm de comprimento, situado atrás das cavidades nasal, oral e laríngea, que se estende da base do crâneo até ao nível de C6 e margem interior da cartilagem cricóideia. • É composta, de dentro para fora, por uma túnica mucosa, uma túnica fibrosa, uma muscular e por fim por uma fina fáscia buco-faríngea.
Porção Nasal (Rinofaringe ou Nasofaringe) • Situa-se atrás da cavidade nasal e acima do palato mole. As cavidades nasal e bocal da faringe comunicam-se pelo istmo da fauce, que se fecha durante a deglutição. • Cada parede externa apresenta um orifício (óstio) faríngeo da tuba auditiva ou trompa de Eustáquio. • Na parede posterior e tecto saem os adenóides ou tonsila faríngea (massa linfática bem desenvolvida até aos 6-7 anos, atrofiando-se depois).
Porção Oral (Orofaringe) • Estende-se do palato mole até à margem superior da epiglote. Posteriormente está ao nível do corpo de C2 e parte superior do corpo de C 3. • Em cada parede externa encontra-se uma massa de tecido linfóide – tonsila palatina ou amígdalas (sujeita com frequência a processos inflamatórios/infecciosos e hipertofia)
• Porção Laríngea (Laringofaringe) • Estende-se da margem superior da epiglote até à margem inferior da cartilagem cricóideia, onde se torna contínua com o esófago.
• LARINGE • Canal de passagem do ar, mecanismo esfincteriano e órgão da fonação, estende-se da língua até à traqueia. • No adulto masculino situa-se entre a C 3 e C6-7 , sendo mais alta nas crianças e mulheres. • As cartilagens que a constituem são: tiróidea, aritnóideas, corniculadas, cuneiformes e epiglótica.
Hipertrofia dos Adenóides
Hipertrofia das Amígdalas
Trompa de Eustáquio ou Tuba Auditiva
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO VIAS AÉREAS INFERIORES OU INTRA-TORÁCICAS • Depois de passar pelas vias aéreas superiores, o ar entra na árvore traqueo-brônquica, que começa pela traqueia e se vai dividindo (brônquios principais, lobares, segmentares) em cerca de 23 gerações ou ramos, até chegar aos alvéolos. As primeiras 16 gerações de brônquios constituem a chamada zona condutora, não contendo alvéolos, sendo por isso incapaz de efectuar trocas gasosas. Esta zona condutora termina nos bronquiolos terminais. Do ponto de vista fisiológico denomina-se esta zona condutora como o espaço morto anatómico. • Os alvéolos começam a aparecer entre a 17ª e 19ª geração, nos bronquiolos respiratórios, constituindo a chamada zona de transição. A zona respiratória é constituída pelos ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. • A porção do pulmão suprida por um bronquíolo terminal é denominada ÁCINO.
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO VIAS AÉREAS INFERIORES OU INTRA-TORÁCICAS • ESTRUTURA DAS VIAS AÉREAS INFERIORES • A estrutura das vias aéreas varia consideravelmente, dependendo da sua localização na árvore traqueo brônquica. • As vias aéreas são tubos ocos, constituídas por diferentes camadas, envolvendo uma grande variedade de células, nomeadamente a nível do epitélio da mucosa. • As vias aéreas estão revestidas em toda a sua extensão por um epitélio cilíndrico, pseudoestratificado, ciliado e sustentado por uma membrana basal. A restante parede compôe-se de uma camada de músculo liso e estruturas acessórias, como glândulas sub-mucosas e tecido conjuntivo e anéis semicirculares ou placas de cartilagem, que servem de suporte às vias aéreas. • Os tipos celulares que constituem o epitélio são sobretudo as células ciliadas e as células caliciformes ( globlet cells) produtoras de muco. Nos bronquíolos as células caliciformes são menos frequentes e são substituídas pelas células de Clara. Outras células existentes são as : Kultschisky, Basais, Serosas, do tipo intermédio e com pestanas. • O epitélio ciliado, conjuntamente com o muco secretado pelas células caliciformes, de Clara e serosas, constituem um importante mecanismo de protecção do pulmão ( clearance ou depuração muco-ciliar).
ESTRUTURA do APARELHO RESPIRATÓRIO VIAS AÉREAS INFERIORES OU INTRA-TORÁCICAS TRAQUEIA • Tubo de cartilagem e de membrama fibromuscular, com cerca de 10 a 11 cm de comprimento, desce desde a laringe (cartilagem cricóidea) estendendo-se desde a 6ª vértebra cervical até ao nível da 5ª vertebra torácica, onde se divide nos brônquios principais dtº e esqº. É mais ou menos cilíndrica, sendo achatada posteriormente, medindo o seu diâmetro externo (adultos) cerca de 2 cm nos homens e 1,5 cm nas mulheres. • É revestida por anéis de cartilagem (cerca de 20) em forma de C, dispostos antero-lateralmente e completados posteriormente por músculo liso. • A região anatómica onde se dá a bifurcação da traqueia em brônquio principal dtº e esqº, denomina-se carina.
VIAS AÉREAS INFERIORES OU INTRA-TORÁCICAS BRÔNQUIOS PRINCIPAIS, LOBARES E SEGMENTARES • O brônquio principal dtº é mais largo, mais curto e mais vertical do que o esqº, medindo sensivelmente 2,5 cm de comprimento (o esqº mede cerca de 5 cm). Esta configuração anatómica (+ largo e + vertical) explica a maior frequência de corpos estranhos que penetram no pulmão dtº. • A cartilagem dos brônquios de grande calibre é semi-circular, como a da traqueia, mas assim que os brônquios penetram no pulmão (vias intra-pulmonares) os anéis de cartilagem desaparecem, dando lugar a lamelas irregulares e achatadas, que envolvem completamente os brônquios dandolhes a sua forma cilíndrica. • Estas lamelas de cartilagem que ajudam a dar suporte às vias aéreas mais largas, diminuem progressivamente nas vias mais distais e desaparecem nas vias com cerca de 1mm de diâmetro. • Às vias aéreas desprovidas de cartilagem dá-se o nome de bronquíolos. Como estas vias e os ductos alveolares são desprovidos de cartilagem, estão mais sujeitos ao colapso. • À medida que a cartilagem se torna mais irregular nas vias distais, a camada muscular circunda estas vias. A camada mais externa da parede bronquiolar é circundada por um tecido conjuntivo denso com muitas fibras elásticas. • O brônquio principal dtº dá origem aos brônquios lobares superior, médio e inferior. • O brônquio principal esqº dá origem aos brônquios lobares superior e inferior. • A orientação espacial dos brônquios segmentares só é possível determinar (embora nem sempre com exactidão, devido a diferenças inter-individuais) até à 4ª geração, sendo praticamente impossível após esta.
BRÔNQUIOS SEGMENTARES Pulmão Dtº •Brônquio lobar superior (Lobo Superior) 1. Segmento apical 2. Segmento anterior 3. Segmento posterior •Brônquio lobar médio (Lobo Médio) 4. Segmento interno 5. Segmento externo •Brônquio Lobar Inferior (Lobo Inferior) 6. Segmento apical ou de Fowler-Nelson 7. Segmento interno ou paracardíaco 8. Segmento antero-basal ou anterior 9. Segmento latero-basal ou externo 10. Segmento postero-basal ou posterior
Pulmão Esqº •Brônquio lobar superior (Lobo Superior) Cúlmen 1. Segmento apico-dorsal 2. Segmento anterior Língula 3. Segmento superior 4. Segmento inferior •Brônquio Lobar Inferior (Lobo Inferior) 5. Segmento apical ou de Fowler-Nelson 6. Segmento antero-interno 7. Segmento latero-basal ou externo 8. Segmento postero-basal ou posterior
Divisões broncopulmonares segmentares dos pulmões. In Hicks GH (2000), Cardiopulmonary Anatomy and Physiology.Philadelphia. W. B. Saunders Company, p.243.
PARÊNQUIMA PULMONAR (ZONA RESPIRATÓRIA) • A zona respiratória é formada pelo ácino (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos – área total cerca de 120 a 140 m 2 – 300 milhões de alvéolos)). • Os alvéolos estão envoltos numa fina rede de capilares venosos e arteriais da circulação pulmonar, permitindo assim a troca dos gases entre os alvéolos e a circulação (hematose, difusão ou transferência alvéolo-capilar). • A este nível, além dos elementos celulares que são comuns ao epitélio dos bronquíolos, o epitélio alveolar possui outros tipos celulares onde se destaca: Pneumócitos tipo I: facilita a difusão gasosa entre o lúmen dos alvéolos e os seus capilares. Pneumócitos tipo II: células produtoras de surfactante (substância que diminui a tensão de superfície dentro dos alvéolos), papel importante na resistência aos agentes agressores externos e na renovação do revestimento alveolar. • Entre as células circulantes nos alvéolos (linfócitos, lisozimas, Imunoglobulinas, Complemento, ...) destacamos a importância dos Macrófagos como um dos principais mecanismos de defesa desta região pulmonar. Este actua pelo mecanismo de fagocitose, captando, transportando e removendo as partículas estranhas. Tem ainda importante função secretora relativamente à inflamação local, estimulando a concentração de polimorfonucleares, intervindo também em complexas interacções com os linfócitos, plaquetas, etc.
PARÊNQUIMA PULMONAR (ZONA RESPIRATÓRIA) SISTEMA DE VENTILAÇÃO COLATERAL • O sistema de ventilação colateral é um sistema anatómico que permite a comunicação entre os elementos periféricos (alvéolos, ácinos, lobulos e mesmo entre segmentos pulmonares). Este sistema permite que em caso de obstrução das pequenas vias aéreas, a ventilação dos espaços aéreos alveolares a montante da obstrução possa ser mantida. • Este sistema é constituído por três vias a) Poros de Kohn – comunicações inter-alveolares com um diâmetro de cerca de 3 microns, cujo aparecimento ocorre por volta dos 6 anos de idade e só se encontram bem desenvolvidos aos 12 ou 13 anos. • b) Canais de Lambert – conexões bronquiolo-alveolares com um diâmetro de cerca de 30 microns, cujo desenvolvimento é paralelo ao dos poros de Kohn. • c) Canais de Martin – canais que fazem comunicar os bronquiolos entre eles (inter bronquiolares). • Em caso de obstrução da via principal da unidade periférica (alvéolo,ácino ou lobulo), este mecanismo de protecção permite evitar a atelectasia, apesar do tempo de enchimento dessas unidades (constante de tempo ventilatória) ser mais prolongado e as trocas gasosas mais lentas, originando assim assincronismo ventilatório.
PARÊNQUIMA PULMONAR (ZONA RESPIRATÓRIA) MEMBRANA ALVÉOLO-CAPILAR E ESPAÇO INTERSTICIAL • A membrana alvéolo-capilar (unidade septal) é constituida por um esqueleto fibro-elástico, revestido por uma célula epitelial do lado alveolar e por uma célula endotelial do lado do vaso sanguíneo. • O septo tem um interstício muito importante pelas suas propriedades físicas e biológicas. Apresenta 3 zonas distintas: 1. Espaço fino de cerca de 80 mm, em que as células alveolares e sanguíneas estão em íntimo contacto, separadas apenas pelas membranas basais. 2. Outra região, entre os elementos alvéolo-capilares, que contém extensões de fibroblastos ou feixes de colagéneo e fibras elásticas; 3. Outra região, em que o espaço septal é mais espesso, com células livres ditas septais, no meio de feixes conjuntivos, fibroblastos, macrófagos e outras.
MEDIASTINO • É a região delimitada entre os dois pulmões e inclui a pleura mediastínica; o termo é vulgarmente utilizado para definir o intervalo entre os dois sacos pleurais. • Está situado entre o esterno e a parte torácica da coluna vertebral, estendendo-se desde o orifício superior do tórax e o diafragma. • O mediastino divide-se em: – Mediastino Superior
anterior
– Mediastino Inferior
médio posterior
• O plano de divisão do mediastino em superior e inferior, atravessa a art. manúbrio-esternal e a face infº de T4 • Mediastino Superior contém: as extremidades inferiores dos músculos esterno-hióideu, esterno-tiróideu e longo do pescoço, o arco da aorta, a artéria bráquio-cefálica, as artérias carótidas comum esqª e subclávia, as veiasbraquiocefálicas e a metade superior da veia cava s uperior, a veia intercostal superior esqª, os nervos vago, cardíaco, frénico e laríngeo recorrente esqº, a parte superficial do plexo cardíaco, a traqueia, o esófago, o canal torácico, os gânglios linfáticos paratraqueais, braquiocefálicos e traqueo-bronqueais. • Mediastino Anterior (entre o corpo do esterno e o pericárdio) contém: os ligamentos esterno-pericárdicos, alguns gânlios linfáticos e os ramos mediastinais da artéria torácica interna. • Mediastino Médio contém: o coração, o pericárdio, a parte ascendente da aorta, a metade inferior da veia cava superior, a parte terminal da veia ázigos, a bifurcação da traqueia e ambos os brônquios principais; o tronco pulmonar que se divide em artérias pulmonares dtª e esqª; ambas as veias pulmonares, os nervos frénicos, a parte profunda do plexo cardíaco e os gânglios linfáticos traqueo-bronqueais. • Mediastino Posterior contém: a parte torácica da aorta descendente, as veias ázigo e hemiázigo, os nervos vago e esplâncnico, o esófago, o canal torácico e os gânglios linfáticos do mediastino posterior.