O texto “História e Cultura” faz parte do livro Ilhas de Histórias de Marshall Sahlins. O livro é uma reunião dos ensaios do autor sore so!iedades !omo o Hava"# $i%i e &ova 'el(ndia. &o !ap"tulo !in!o do livro# História e Cultura# o autor retoma a história do en!ontro do Capitão Coo) !om o povo havaiano e todas as rela*+es envolvidas nesse !ontato. Sahl Sa hlin inss pr pret eten ende de re res, s,at atar ar## pa para ra a an an-l -lis isee !u !ult ltur ural al## a! a!on onte te!i !im men ento to## a* a*ão ão## transforma*ão e inversamente# res,atar para a história# a an-lise estrutural. /ara ele# a palavra estrutura remete a !ate,orias !ulturais !on!eidas !omo uma rede !on!eitual0 um sistema de diferen*as e um !on%unto de !ate,orias. Com a !he,ada dos ar!os in,leses a ilha# instalou1se um inter!(mio satisfatório entre os moradores lo!ais e a tripula*ão do !apitão Coo). 2 importante ressaltar 3ue nessas tro!as# os o%etivos eram em distintos. Como na realidade lo!al o prin!"pio mais importante era a hierar3uia existente é exatamente através dessas tro!as 3ue as mulheres us!avam uma moilidade so!ial dentro da3uela estrutura. $ato 3ue se !on!retizava 3uando elas mantinham rela*+es sexuais !om os tripulantes in,leses 3ue# de a!ordo !om a tradi*ão havaiana# havaia na# eram de nature natureza za divina. &esse momento# podemos podemos fazer um lin) !om o texto de 45nn Hunt# pois se,undo o autor# no momento em 3ue o !apitão Coo) !he,a 6 ilha ele é !lassifi!ado !omo uma forma históri!a dentro da realidade m"ti!a lo!al. 7epresentando 4ono# o deus da fertilidade# o !apitão Coo) o!upa um lu,ar na estrutura existente# a isto o autor !hama de si,no de posi*ão. Coo) %- era uma tradi*ão para os havaianos antes mesmo de se tornar um fato. 8- no exemplo das rela*+es sexuais entre os tripulantes e as mulheres lo!ais# o!orre um si,no em a*ão0 !ate,orias e valores moilizados de a!ordo !om a situa*ão. &esse exempl exe mplo o o!o o!orre rre uma mudan*a mudan*a na est estrut rutura ura da so! so!ied iedade. ade. 9s mul mulher heres es 3ue o!u o!upav pavam am !ate,o !at e,oria riass su sualt altern ernas as den dentro tro da estr estrutu utura ra lo! lo!al al pas passam sam a rei reivin vindi! di!ar ar seu sta status tus de ,eradoras de filhos de :euses. Os si,nos transformam o si,nifi!ado ori,inal. &a !ontinua*ão da história# um in!idente meteoroló,i!o fez !om 3ue o ar!o do !apitão Coo) se afastasse da ilha durante uma manora e ao retornar para as proximidades da ilha# o tratamento re!eido se transformou !ompletamente. 9 re!eptividade en!ontrada anteriormen anteri ormente te fora sust sustitu"da itu"da pela viol;n!ia e autori autoridade dade do !hefe maior da trio# fato 3ue !ulminou na morte do !apitão Coo).
reproduzem as !ate,orias !ulturais tradi!ionais e atriuem1lhes novos valores a partir do !ontexto usual. =oda transforma*ão estrutural impli!a reprodu*ão estrutural.
p. 07- A história é ordenada culturalmente de diferentes modos nas diversas sociedades, de acordo com os esquemas de significação das coisas. O contrrio tam!ém é verdadeiro" esquemas culturais são ordenados historicamente porque, em maior ou menor grau, os significados são reavaliados quando reali#ados na prtica. $...% as pessoas organi#am seus pro&etos e dão sentido aos o!&etos partindo das compreens'es pree(istentes da ordem cultural. )esses termos, a cultura é historicamente reprodu#ida na ação. p.*7+- arece-me haver algo a mais nessa tempestade num copo de gua do pacfico sul do que apenas uma possivel teoria da história. tam!ém uma crtica !sica /s distinç'es ocidentais através das quais geralmente se pensa a cultura, como as supostas oposiç'es entre história e estrutura ou entre esta!ilidade e mudança. tili#amos constantemente, em nosso folclore nativo assim como em nossas ci1ncias sociais acad1micas, essas dicotomias reificadas na divisão do o!&eto antropológico. )ão ser necessrio lem!rar-lhes que a anttese entre história e estrutura est sacramentada na antrologia desde 2edcliffe-3ro4n e o apogeu do funcionalismo, e foi confirmada mais recentemente pelo estruturalismo inspirado por 5aussure. orém, aquilo que sugere este !reve e(emplo havaiano é que não h !ase alguma em termos de fen6meno- e, ainda, alguma vantagem heurstica- em considerar a história e a estrutura como alternativas mutuamente e(clusivas. A história havaiana est, toda ela, !aseada na estrutura, na ordenação sistemtica de circunstncias contingentes, ao mesmo tempo que a estrutura havaiana provou ser histórica. p.*80- O que, então, acontece com a oposição corolria entre esta!ilidade e mudança9 O pensamento ocidental pressup'e, mais uma ve#, que estas se&am antitéticas" contrrios lógicos e ontológicos. :feitos culturais so identificados enquanto contnuos com o passado, ou descontnuos, como se e(istissem tipos alternativos, de realidade fenomenal, em distri!uição complementar em qualquer espaço cultural. :ssa distinção atravessa em profundidade uma série inteira de categorias elementares organi#adoras do sa!er comum" o esttico vs. o dinmico, ser vs. devir, estado vs. ação, condição vs. processo e- por que não incluir9- su!stantivo em oposição a ver!o. A partir desse ponto, resta apenas um pequeno passo lógico até confundir história com mudança, como se a persist1ncia da estrutura atrvés do tempo não fosse histórica. orém, mais uma ve#, a hstória havaiana certamente nao é ;nica em demonstar que a cultura funciona como uma sntese de esta!ilidade e mudança, de passado e presente, de dacronia e sincronia. inha argumentação é que esse dilogo sim!ólico da história- dilogo entre as categorias rece!idas e os conte(tos perce!idos, entre o sentido cultural e a refer1ncia prtica- coloca em questão uma série inteira de oposiç'es calcificadas, pelas quais ha!itualmente compreendemos am!as a história e a ordem cultural. )ão quero di#er apenas esta!ilidade e mudança ou estrutura e história, mas o passado enquanto radicalmente diferente do presente... O pro!lema enfim recai na relação de conceitos culturais e e(peri1ncia humana, ou o pro!lema de refer1ncia sim!ólica" de como conceitos culturais são utili#ados de forma ativa para enga&ar o mundo. Afinal, aquilo que est em questão é a e(ist1ncia de estrutras na história e enquanto história. p.*8?- $...% a cultura é, por sua própria nature#a, um o!&eto histórico.
p.*+0- $...% o caso havaiano & nos mostrou, mesmo com toda a sua hstorici#ação dos mundos, que não h !ase alguma nem ra#ão para a oposição e(cludente entre eta!ilidade e mudança. as, em uma certa antropologia e notoriamente no estudo da história, isolamos algumas alteraç'es e as chamamos de eventos, em o posição a estrutura. $...% o significado de qualquer forma cultural especfica consiste em seus usos particulares na comunidade como um todo. p.*+*- $...% um evento não é somente um acontecimento no mundo, é a relação entre um acontecimento e um dado sistema sim!ólico. : apesar de um evento enquanto acontecimento ter propriedades o!&etivas próprias e ra#'es procedentes de outros mundos, não são essas propriedades, enquanto tais, que lhe dão efeito, mas a sua significncia, de forma que é pro&etada a partir de algum esquema cultural. $...% os eventos não podem ser entendidos separados dos seus valores correspondentes" é a significncia que transforma um simples acontecimento em uma con&untura fatal. p.*+D- Os erros antropológicos $ ou históricos% g1meos, o materialismo e o idealismo, consistem claramente em tentativas de ligar uma significncia prenhe de sentido a uma relação mecnica ou fisicalista de causa e efeito. ara o materialismo, a significncia é efeito direto das propriedades o!&etivas do acontecimento. Egnorando, portanto, o valor relativo do sentido dado pela sociedade ao acontecimento. :nquanto que, para o idealismo, o acontecimento é simplesmente o efeito de sua significncia, ignorando assim, sua carga de realidade" as forças que tem efeitos reais, mesmo que sempre em termos de algum esquema cultural. O mesmo é vlido para a teoria e a prtica, se as tomarmos como alternativas de nature#a de fen6meno" essa distinção o!&etivada entre conceitos culturais e atividades prticas é falsa na prtica e a!surda na teoria. ar( & o dissera, mas um certo mar(ismo contemporneo e de modismo, confuso pela oposição entre teoria e prtica, nega esses fatos. Fonsiderem a afirmação feita por indes e irst"
Os eventos históricos não e(istem GemH e não podem ter efetividade material alguma no presente. As condiç'es de e(ist1ncia das relaç'es sociais atuais e(istem necessariamente esão reprodu#idas constantemente no presente. )ão foi ao presente que o passado se dignou a nos das acesso, mas sim / situação atual...