Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Instituto de Artes Artes – Comunicação Social: a!ilitação em Midialo"ia Aluna: Maria #ui$a Andrade A$$oni
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%esumo da introdução do livro +A Ilusão Especular,- de Arlindo Mac.ado
Há séculos, o homem vem tentando aperfeiçoar suas técnicas produtoras de imagens figurativas, buscando cada vez mais permitir uma reprodução automática do mundo que ele vê. A busca é também pela obetividade, ou sea, por uma reprodução livre de influências do usuário usuário da determinada determinada tecnologia, tecnologia, a qual teria a capacidade capacidade de duplicar duplicar o mundo mundo através de seus mecanismos formais, colocando o homem num papel restrito ao de administrador do processo. A chamada !ind"stria da figuração figuraç ão automática#, entretanto, s$ reproduz a realidade e%terior & ela operando através de concepç'es que ela pr$pria cria e perpetua. (esse modo chegam chegamos os ao signif significad icado o de !ilusão !ilusão especu especular# lar#,, e%press e%pressão ão que remete remete ao conun conunto to de convenç'es formadas historicamente, que fizeram crescer a busca por colecionar simulacros e espelhos do mundo e atribuir)lhes um poder revelat$rio da realidade. A fotografia, então, aparece como um !espelho do mundo# dotado de mem$ria. * trabalho das c+meras, que funcionam através de impress'es luminosas, possui uma força não apenas reprodutora, reprodutora, mas, principalmente, principalmente, formadora. omo aparelhos, as c+meras constroem suas configuraç'es simb$licas pr$prias, e suas imagens produzidas podem ser chamadas de figuras aut-nomas, que significam as coisas, mais do que as reproduzem. * problema está no fato de a imagem processada tecnicamente se passar por !universal# e !obetiva#, porque esse caráter dispensa a atitude decodificat$ria do leitor, que entende como !natural# aquilo que na verdade não passa de uma construção baseada em um c$digo e convenç'es. sso porque não e%istem sistemas significantes neutros e inocentes. * livro, portanto, trata das bases ideol$gicas que suportam os procedimentos té cnicos deste sistema de signos particular, através da e%ploração da imagem figurativa. /m conceito importante é o da ideologia que, segundo 0ar% e 1ngels, significa o sistema de representaç'es de que se valem os homens para se dar conta das relaç'es materiais em que se acham mergulhados. *s sistemas simb$licos com os quais os homens representam o mundo mundo são ideol$ ideol$gic gicos os não formam formam entida entidades des aut-no aut-nomas mas transp transparen arentes, tes, sendo sendo assim assim determinado determinadoss pelas contradiç'es contradiç'es da vida social. Ainda Ainda segundo esses pensadores, pensadores, em toda ideologia, os homens e suas relaç'es aparecem invertidos como em uma c+mera obscura. 1ssa inversã inversão o foi interp interpreta retada da posteri posteriorm orment entee como como uma distor distorção ção falsific falsificado adora, ra, ou sea, sea, a ideologia como ocultadora da realidade. 2or outro lado, pode)se entender que a atividade ideol$gica é !inversora# porque tem caráter representativo, ou sea, ao construir sistemas para operacionalizar o mundo, o homem interfere e altera o que será representado, pois sua ação é produtiva, e não se reduz & atitude passiva que seria necessária para gerar uma imagem totalmente obetiva. *utra conseq3ência da interpretação do significado de ideologia é o uso dessa palavra sem seu sentido burguês absolutizado, no qual não e%istem ideologias, mas sim !a# ideologia,
que no caso é a da classe dominante. sso é equivocado porque e%istem in"meras ideologias, uma vez que há in"meras forças na vida social que se valem de seus pr$prios sistemas de representação. 1nquanto a ideologia dominante quer ser vista como universal e disfarça seu caráter ideol$gico para assim se impor como sistema de representação usado por toda a sociedade, as outras ideologias, libertárias, das classes oprimidas, não ocultam seu caráter de classe e manifestam aquilo que são para se fortalecerem. /ma ideologia, portanto, não é necessariamente algo peorativo4 a !inversão# que ela traz pode não carregar o sentido de falsificação, mas principalmente de perspectiva, ponto de vista, marca do grupo que a produz. 5e o entendimento da ideologia se reduz ao sentido da ditadura de uma classe, ela pode ser facilmente confundida com o conceito de poder. *utro erro de conceituação pode levar a confundir a ideologia com o aparelho onde ela ocorre, na tentativa de e%emplificá)la em uma natureza material. hegando a esse ponto, pode)se afirmar que a realidade material da ideologia são os signos. 5ignos são elementos que constituem todos os sistemas de representação6 ele remete para algo de fora dele mesmo, representando)o e ocupando o seu lugar. A representação das coisas se dá de forma dupla6 os signos refletem e refratam a realidade que representa, pois possui caráter transfigurador que o faz dar um novo significado para o obeto. 1ssas modificaç'es se devem ao s7mbolo não ser uma entidade aut-noma, mas sim algo viabilizado por instrumentos e enunciado por sueitos, que interpretam e reformulam os sentidos, de um modo que é marcado tanto pelo horizonte social de uma época quanto de uma classe social. 2or muito tempo se considerou como s7mbolo superior a palavra, verbal ou escrita. /m motivo para isso é que qualquer indiv7duo pode e%teriorizá)la de forma independente, em oposição aos demais signos 8imagens, sons, formas, movimentos9, cua produção requer a propriedade privada dos meios para sua produção. Assim, quem não detém esses meios, t ende a ser espectador passivo de ideologias alheias que se utilizam desses tipos de s7mbolos. A discussão desses conceitos leva & sua aplicação na fotografia. Assim como as ideologias, a c+mera reflete e refrata a luz, sendo um instrumento resultante da +nsia do homem por atingir a representação mais pr$%ima do real, buscando não apenas a analogia na imagem figurativa, mas sim a homologia absoluta, que seria a identidade perfeita entre o signo e o designado. onclui)se, entretanto, que essa aparente homologia é na verdade uma ilusão6 a sofisticação da tecnologia de representação busca esconder o trabalho de inversão que se dá pelo uso do c$digo, mascarando os mecanismos ideol$gicos para a interpretação do receptor.